ESG de A a Z - XP Investimentos...2020/09/08 · ESG de A a Z Tudo o que você precisa saber sobre...
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ESG de A a ZTudo o que você precisa
saber sobre o tema8 de setembro de 2020
Marcella [email protected]
ESG de A a ZTudo o que você precisa saber sobre o tema
Marcella Ungaretti
Analista ESG
ESG de A a Z
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Estamos iniciando a nossa cobertura de Research ESG na XP. A sigla ESG advém do termo eminglês Environmental, Social and Governance – ou, em português, ASG, referindo-se a Ambiental,Social e Governança. Neste conteúdo, fornecemos uma visão geral sobre esse tema e o porquêacreditamos que estas três letras irão revolucionar o mundo dos investimentos.
A relevância dos fatores ESG ao redor do mundo: Globalmente, mais de US$30 trilhões em ativossob gestão (AuM, sigla em inglês para “Assets Under Management”) são gerenciados por fundosque definiram estratégias sustentáveis. Só na Europa são US$14,1 trilhões, equivalente a maisde 50% do AuM total do continente, enquanto nos Estados Unidos esse número já representa~25%. Nos últimos anos, cada vez mais investidores estão colocando o conceito de"investimentos responsáveis“ como fator decisivo na alocação de recursos e, na nossa visão,esse movimento deve somente se intensificar adiante.
E no Brasil, em que etapa estamos? O interesse cada vez maior pela temática ESG temrapidamente transformado a indústria de investimentos ao redor do mundo e, na nossa visão,isso é um bom indício do que está por vir no país. A pandemia do Coronavírus agiu como umcatalisador e vemos um número de razões estruturais pelas quais a participação dosinvestimentos ESG continuarão ganhando força no Brasil. Na nossa visão, as empresas que nãose adaptarem a este novo cenário ficarão para trás.
Três principais razões do porquê você deve, e muito, se importar com ESG: (1) O engajamentodos investidores e o comportamento dos consumidores estão levando as empresas a sereinventarem; (2) A regulação força, cada vez mais, os tópicos ESG na agenda dos investidores;e (3) ESG tem sido um sinal particularmente eficaz de “alfa”, ou seja, de geração de retornoacima do mercado, nos últimos anos.
A incorporação dos fatores ESG nos investimentos: Destacamos três pontos importantes: (1)existem diferentes estratégias e elas não são excludentes, pelo contrário; (2) há uma série deprovedores de dados ESG que usam diferentes metodologias e, na nossa visão, cada umapresenta seus diferenciais, sendo mais ou menos funcionais a depender do objetivo doinvestidor; (3) identificar quais fatores ESG são relevantes para cada setor não é uma tarefasimples, embora essencial – a alocação de tempo pelas empresas em fatores pouco relevantesimplica, automaticamente, em gastar menos tempo no que importa e isso, no longo prazo, leva àdestruição de valor.
Da teoria à prática: Vemos vários benefícios nos serviços oferecidos pelas consultorias ESG e,após um intenso processo de entendimento das diferentes metodologias, acreditamos que aMSCI é a melhor posicionada para nos ajudar nessa jornada. Na nossa visão, a combinação darobusta metodologia do MSCI, somada à opinião, expertise e olhar crítico do time de Researchda XP, é muito poderosa, e é isso que iremos fazer ao longo dos próximos meses.
Seleção ESG: Para nós, ESG é um processo, não cabendo, portanto, uma classificação binária ouestacionária – não se trata de ser ou não ser ESG: o que vemos são diferentes companhias emdiferentes estágios dessa jornada. Afinal, quais são as empresas que são referência no tema?Pensando nisso e tendo como base o MSCI ESG Ratings, elaboramos a chamada Seleção ESG,composta pelas 10 empresas, dentre o índice Ibovespa e nosso universo de cobertura, com osmelhores ratings ESG pela MSCI: Ambev, B3, Banco do Brasil, Cemig, EDP, Marfrig, Natura & CO,Localiza, Banco Santander e Ultrapar.
Índice04
05
08
11
19
26
29
ESG de A a Z
3
Começando pelo básico: O que é ESG?
A relevância dos fatores ESG ao redor do globo
E no Brasil, em que etapa estamos?
Três principais razões do porquê você deve se importar com ESG
A incorporação dos fatores ESG nos investimentos
Da teoria à prática
Seleção ESG: As empresas que são referência no tema
ESG: Você muito provavelmente já deve ter
ouvido diferentes pessoas mencionarem essas
três letras. Durante a Expert 2020, evento que
promovemos em julho, vários foram os painéis
em que o termo foi colocado no centro das
discussões, seja por investidores, empresários,
empreendedores, tanto brasileiros, quanto
estrangeiros. Sem dúvidas, a Expert nos
confirmou o que já temos percebido nos últimos
meses: essa sigla veio para ficar e será cada vez
mais fator central das discussões.
Afinal, o que essas tão mencionadas três letras
significam? A sigla ESG advém do termo em
inglês Environmental, Social and Governance –
ou, em português, ASG, referindo-se a Ambiental,
Social e Governança.
No mundo dos investimentos, investimento ESG
é aquele que incorpora questões ambientais,
sociais e de governança como critérios na
análise, indo além das tradicionais métricas
econômico-financeiras e, com isso, permitindo
uma avaliação das empresas de forma holística.
Começando pelo básico: O que é ESG?
A adoção de princípios ESG na análise de empresas permite-nos trazer para mesa de discussão
questões que, além de serem fatores cruciais para o bem da sociedade, preservação do planeta
e construção de um mundo melhor, afetam diretamente os resultados das empresas. Na nossa
visão, as empresas vencedoras serão aquelas cujo comportamento em relação às questões
ambientais, sociais e de governança são colocadas em primeiro plano.
Antes de abordarmos as diferentes estratégias para incorporação dos fatores ESG no processo
de investimento, na próxima seção daremos um contexto acerca do quão difundido isso está ao
redor do mundo e, na sequência, especificadamente no Brasil.
ESG de A a Z
Fatores ambientais: uso de recursos naturais, emissões de gases de efeito estufa (CO2, gás
metano), eficiência energética, poluição, gestão de resíduos e efluentes.
Fatores sociais: políticas e relações de trabalho, inclusão e diversidade, engajamento dos
funcionários, treinamento da força de trabalho, direitos humanos, relações com
comunidades, privacidade e proteção de dados.
Fatores de governança: independência do conselho, política de remuneração da alta
administração, diversidade na composição do conselho de administração, estrutura dos
comitês de auditoria e fiscal, ética e transparência.
4
A relevância dos fatores ESG ao redor do globo
1. Movimentação dos investidores para portfólios alinhados com os princípios ESG
Globalmente, mais de US$30 trilhões em ativos sob gestão (AuM, na sigla em inglês) são
gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis. Isso representa um aumento de
34% em relação à 2016 (gráfico 2), de acordo com a Global Sustainable Investment Alliance.
Sem dúvida, a representatividade das diferentes regiões do mundo não é homogênea, dado os
diferentes estágios de maturidade em relação à percepção da importância dos fatores ESG e
consequente incorporação de estratégias sustentáveis na gestão de ativos. Nesse sentido,
temos o continente europeu liderando, de longe, essa corrida (gráfico 3).
Nos últimos anos, os investidores em todo o mundo se envolveram cada vez mais com o
conceito de "investimento responsável", impulsionado pela crescente conscientização de
questões como mudanças climáticas, diversidade de gênero e impacto do uso de plásticos no
meio ambiente. Embora as discussões acerca dos princípios ESG tenham ganhado notoriedade
recentemente no Brasil, quando olhamos ao redor do mundo, fica evidente que a consideração
dos fatores ESG não vem de hoje e, mais importante do que isso, que não se trata de uma
tendência passageira, mas sim de uma nova realidade.
Esse interesse cada vez maior pela temática ESG (gráfico 1) tem rapidamente transformado a
indústria de investimentos e surtido dois efeitos principais e complementares, detalhados
abaixo: 1. movimentação dos investidores preocupados com ESG para portfólios que estejam
alinhados com seus princípios; e 2. movimentação das empresas na adoção de práticas ESG.
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1. Google trends*: Busca pelo termo "ESG" no mundo
Europa; 46%
Estados Unidos; 39%
Japão; 7%
Canadá; 6%
Austrália/Nova Zelândia; 2%
2016
30,7
22,9
2018
+34%
2. Evolução do AuM em investimento sustentável (US$tri) 3. Participação (%) dos mercados no total do AuM
5Fonte: Google trends; Global Sustainable Investment Alliance *Os números representam o interesse de pesquisa relativo ao ponto mais alto no gráfico. Um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo.
Dos +US$30 trilhões em ativos sustentáveis sob gestão globalmente, US$14,1 trilhões estão na
Europa, montante este que representa mais de 50% do AuM total do continente. Ainda que esse
tipo de investimento já fosse difundido na região há alguns anos, quando olhamos para a taxa
de crescimento de 2016 a 2018, os investimentos sustentáveis cresceram 11%.
ESG de A a Z
Nos Estados Unidos e Japão, por sua vez, a
representatividade dos investimentos
sustentáveis é menor do que quando comparado
à Europa, girando em torno de 26% e 18%,
respectivamente. No entanto, quando olhamos
para a taxa de crescimento, fica explícito que essa
tendência tem acelerado significativamente – nos
EUA, esse mesmo percentual era de 22% em
2016, enquanto no Japão era de apenas 3%,
implicando um crescimento de mais de 400% no
país asiático, conforme mostra o gráfico 4.
2016 2018
26%22%
+19%
Estados Unidos
2016 2018
3%
18%
+438%
Japão
4. Percentual do AuM em investimento sustentável
Outro dado que evidencia a movimentação acelerada dos investidores para portfólios alinhados
com os princípios ESG é o número de signatários do código de sustentabilidade do PRI (Principles
for Responsible Investment na sigla em inglês, ou Princípios para o Investimento Responsável, na
tradução livre). O PRI representa o compromisso dos grandes investidores institucionais do
mundo de investir em negócios sustentáveis. Desde 2016, o número de signatários do PRI mais do
que dobrou, ultrapassando a marca de 3.000 membros e somando mais de US$100 trilhões em
AuM, número 15 vezes maior do que em 2006 (gráfico 5). Novamente, destaque para a Europa, que
concentra 1.715 instituições signatárias, mais de 50% do total (gráfico 6).
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Ativos sob gestão (US$ trilhões) Número de signatários
África e Oriente Médio; 3%
Australásia; 6%
Europa; 55%
América Latina;
3%
América do Norte;
25%
Ásia; 8%
5. Evolução do AuM dos signatários do PRI e # de signatários 6. Percentual dos signatários do PRI por região
Olhando para frente, a pergunta que fica é: iremos continuar vendo cada vez mais investidores
colocando os fatores ESG como fator decisivo na alocação de recursos? Na nossa visão, sim! Ao
longo do relatório, entraremos nas razões pelas quais acreditamos que esse movimento deve
somente se intensificar adiante.
6Fonte: GSIR (Global Sustainable Investment Alliance); PRI (Principles for Responsible Investment)
[esquerda] [direita]
Quando olhamos para o número de bolsas de valores ao redor do mundo que tem
implementado ativamente a divulgação de parâmetros ESG como requisito para listagem de
ações, observamos um número que vem crescendo ano a ano (gráfico 7).
Sem dúvidas tivemos um avanço, contudo, esse número ainda tem espaço para crescer, dado
que representa somente 24% das bolsas globais. Tendo em vista a relevância crescente dos
fatores ESG, não seria de se surpreender a divulgação de relatórios que abordam as
perspectivas ambientais, sociais e de governança tornar-se um requisito obrigatório para as
empresas listadas.
Contudo, enquanto isso, as empresas estão cada vez mais, ainda que não obrigatoriamente,
divulgando informações relevantes sobre políticas que tangem os aspectos ESG. A bolsa
americana (S&P500), por exemplo, não possui essa divulgação como mandatória, porém,
quando analisamos a participação das empresas que possuem relatórios de sustentabilidade
no índice, esse percentual evoluiu de apenas 20% em 2013, para 90% em 2019 (gráfico 8).
12 16 24
7177
78
2016 2018 2020
Obrigatório Não obrigatório
20%
53%
72%
75%
81%
82%
85%
86%
90%
2011
2012
2013
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2015
2016
2017
2018
2019
7. Divulgação de fatores ESG nas bolsas no mundo 8. Percentual do S&P500 que divulga informações ESG
Mesmo com os avanços, ainda vemos um longo caminho adiante em direção ao estado da
arte tanto em termos de divulgação quanto às próprias práticas ESG pelas empresas.
Nesse sentido, vale atenção e cuidado para um ponto importante, o greenwashing – talvez
você já tenha lido esse termo em alguma notícia, mas, afinal, o que ele significa? O
greenwashing pode ser praticado tanto por empresas e indústrias, quanto por ONGs, governos
ou políticos. Ele ocorre quando algum desses órgãos promovem discursos, propagandas e/ou
campanhas colocando-se como sustentáveis, mas, na verdade, o discurso não compactua
com o que é de fato feito. Em um momento como o que estamos vivendo atualmente, em que
todos os olhos estão voltados para a importância de se ter boas práticas ESG, acreditamos
que é necessário uma atenção redobrada visando diferenciar o que é somente um discurso do
que é a prática.
ESG de A a Z
7Fonte: SSE; Governance & Accountability Institute
2. Movimentação das empresas na adoção de práticas ESG
Do ponto de vista das empresas, não há dúvidas de que ainda há muito a ser feito para que os
resultados de longo prazo em termos de sustentabilidade sejam alcançados. Contudo, do lado
positivo, vemos que o foco crescente nas questões ambientais, sociais e de governança pelos
investidores, bem como pela sociedade em geral, já tem surtido efeitos no comportamento das
companhias, seja porque elas estão de fato alinhadas com os princípios ESG ou simplesmente
por reconhecerem que para atrair capital esse é um fator cada vez mais imprescindível.
O tema ESG apenas ganhou força no Brasil depois de muito já ter sido discutido em outros
países. Consequentemente, o movimento aqui, quando comparado ao cenário internacional,
ainda é tímido. Mas, do lado positivo, nos últimos meses o assunto tem entrado cada vez mais
na pauta dos investimentos e todos os olhos estão voltados para essas três letras.
E no Brasil, em que etapa estamos?
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9. Google trends*: Busca pelo termo "ESG" no Brasil
Na nossa visão, a pandemia do Coronavírus agiu como um catalisador, colocando um holofote
tanto na importância das questões sociais, quanto na interdependência entre os países.
Em se tratando do primeiro tópico, o Brasil ainda é um país bastante insuficiente quando o
assunto é filantropia – o brasileiro doa 7x menos do que os americanos e 3x menos que os
ingleses. Durante a crise do COVID-19, no entanto, nós tivemos um recorde de doações e
filantropia no país – nas palavras de Eduardo Lyra, fundador da ONG Gerando Falcões, em seu
painel na Expert, foram mais de R$6 bilhões doados e uma grande lição aprendida: quando a
sociedade civil e as empresas se juntam ao terceiro setor, o impacto é muito maior.
Com isso em vista, a pandemia deixou explícita a interdependência que temos como nações,
indivíduos e empresas. Se isso for verdade, e nós acreditamos que sim, a empresa do futuro é
aquela que cuida de todos, não somente dos seus acionistas. Indo além, a empresa do futuro
não é aquela que somente gera lucro, mas sim que é capaz de gerar lucro com propósito – e, na
nossa visão, as companhias que não entenderem isso, provavelmente ficarão para trás.
Acreditamos que o movimento visto ao redor do mundo frente ao interesse cada vez maior na
temática ESG, nos dá um bom indício do que está por vir no Brasil. Ainda que tímido, já vemos
no país alguns efeitos: 1. comportamento dos investidores e 2. movimentação das empresas.
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8Fonte: Google trends; Global Sustainable Investment Alliance *Os números representam o interesse de pesquisa relativo ao ponto mais alto no gráfico. Um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo.
1. Os investidores locais ainda estão nos estágios iniciais da consideração dos
fatores ESG em suas decisões de investimento
Os dados referentes à indústria de
investimentos sustentáveis no Brasil não são
tão detalhados quanto outros países, mas
alguns números permitem-nos comparar o
Brasil vs. demais regiões.
No que se refere ao número de signatários do
PRI, o Brasil conta com 62 membros
atualmente e, na comparação de 2019 com
2018, houve um crescimento de 33% (gráfico
10). Ainda assim, o país representa somente
~2% do total de signatários (3.145) do mundo.
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10. Evolução do # de signatários brasileiros do PRI
Segundo uma pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais)*, grande parte dos gestores entrevistados considerarem o
potencial impacto de questões ESG em seu processo de investimento. Apesar disso, somente
uma pequena parte conta com uma área específica (11%) ou com funcionários diretamente
envolvidos (18%), enquanto menor ainda é o número daquelas que adotam um comitê
específico para avaliar investimentos ESG (5%), conforme ilustra o gráfico 11.
Mesmo assim, o mercado tem avançado em importantes questões sobre o tema. O mesmo
levantamento da ANBIMA mostra que, além dos gestores que possuem alguma política (21%)
ou documento voltado para as questões ESG (27%), parte deles declararam que estão
estruturando um documento em relação ao tema (20%) – veja o gráfico 12 abaixo.
11%
66%
18%
5%
Sim
Não
Sem área específica, mas com funcionários diretamenteenvolvidosNão, mas tem comitê específico dedicado ao tema
11. Sua empresa tem estrutura separada responsável por ESG?
21%
27%
20%
31%
Sim, política específica sobre investimento responsável
Sim, documento geral da instituição sobre o tema
Não, porém está em desenvolvimento
Não
12. Sua empresa possui política de investimento responsável/documento que formalize sua abordagem?
2. A maioria das empresas ainda está no início da jornada em termos da
divulgação de informações referentes às questões ESG
Do total de 116,9 mil companhias acompanhadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) na Pesquisa de Inovação (Pintec), apenas 4,8 mil publicaram relatórios de
sustentabilidade no período de 2015 a 2017, o que corresponde a 4,1% do total.
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9
Fonte: PRI (Principles for Responsible Investment); 2ª Pesquisa de Sustentabilidade ANBIMA. * A pesquisa contou com 110 participantes, entre gestoras e administradoras de recursos. O patrimônio líquido sob gestão das instituições que responderam à pesquisa corresponde a 78,05% do total da indústria – um volume de 3,2 trilhões.
+33%
No universo das empresas listadas na B3, Bolsa brasileira, destacamos a iniciativa “Relate ou
Explique para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)” – um conjunto de 17
objetivos globais definidos em 2015 pela Organização das Nações Unidas. A iniciativa foi
realizada em parceria com a Global Reporting Initiative (GRI) e apresenta os esforços das
companhias listadas na B3 em publicar relatórios de sustentabilidade ou integrado levando
em conta os ODS. A iniciativa é voluntária e aberta a todas as empresas listadas.
13. Empresas que publicam relatórios com informações referentes aos fatores ESG
352
285 275 274260 271
96
157 162 160 170 166
2012 2013 2014 2015 2016 2018
Não publicam relatório Publicam relatório
Quando olhamos para o histórico,
observamos um número crescente de
empresas que divulgam informações
relacionadas aos critérios ESG (gráfico 13).
Em 2019, a B3 contava com 426
companhias, das quais 127 participaram,
ou seja, 30%. Destas, 24% divulgam seus
relatórios considerando os ODS, enquanto
6% estão elaborando, pretendem ou estão
estudando a possibilidade de como
considerá-los em seus relatórios. Ainda em
2019, em relação às 63 empresas do índice
Ibovespa na época, 36 consideravam os
ODS em seus relatórios – 57% do total.
Quanto à regulação, os principais acordos aderidos pelo Brasil em relação à pauta de
desenvolvimento sustentável e, em especial, de mitigação e adaptação aos riscos de mudança
climática, são os seguintes:
Agenda 2030: 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) acordados em 2015 no
âmbito das Nações Unidas, que cumprem uma agenda com ações contra a mudança
climática e voltadas para água potável e saneamento, energia limpa e acessível, consumo e
produção responsáveis, entre outras.
Acordo de Paris: compromissos assumidos pelas nações signatárias do acordo em 2015
para assegurar a mitigação e a adaptação à mudança climática.
Das principais regulamentações em vigor atualmente, destacamos as Resoluções 4.327 e
4.661 do CMN (Conselho Monetário Nacional). Criada em 2014, a Resolução 4.327 determina
que as instituições financeiras e demais autorizadas a funcionar pelo Banco Central devem
adotar uma PRSA (Política de Responsabilidade Socioambiental), enquanto a Resolução 4.661,
de 2018, determina que as EFPCs (Entidades Fechadas de Previdência Complementar) devem
considerar na análise de riscos, sempre que possível, os aspectos relacionados à
sustentabilidade econômica, ambiental, social e de governança dos investimentos.
ESG de A a Z
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Para nós, ESG é um processo e, no caso das empresas, vemos diferentes companhias em
diferentes estágios dessa jornada. Sem dúvida, o caminho adiante é longo, mas já vemos
avanços na direção correta.
Fonte: B3
Alguns podem questionar se o investimento considerando os fatores ESG terá um impacto no
comportamento corporativo e no desempenho (relativo) do preço de ações na Bolsa. Vemos
um número de razões estruturais pelas quais a participação dos investimentos que levam em
consideração as questões ambientais, sociais e de governança continuará a aumentar, tornando-
se uma realidade também no Brasil. Abaixo destacamos as 3 principais razões do porquê você
deve se importar, e muito, com ESG.
Três principais razões do porquê você deve se
importar com ESG
1. O engajamento dos investidores e o comportamento dos
consumidores está levando as empresas a se reinventarem
1.1 Engajamento dos investidores
Conforme vimos anteriormente, diversos são os dados que mostram a evolução significativa
do número de investidores que consideram as questões ambientais, sociais e de governança
em suas decisões de investimento e acreditamos que esse movimento só irá acelerar.
À medida que mais investidores incorporem ESG em suas estratégias de investimento, mais
pressão será colocada em empresas cujos processos parecem não contribuir positivamente
para tais objetivos. O que já vemos atualmente é um fluxo de capital crescente para ativos ou
fundos que estejam alinhados a esses princípios, ao mesmo tempo em que nota-se um número
cada vez maior de investidores que procuram alienar suas participações em empresas cujos
processos não andam nessa direção.
Um exemplo é o compromisso do Fundo Soberano da Noruega, anunciado no início deste ano,
de desinvestir cerca de US$ 13 bilhões em ativos relacionados ao uso de combustíveis fósseis.
Outro exemplo é a BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, com US$7 trilhões em
ativos sob gestão – ou seja, 4x o PIB do Brasil! Lá, a sustentabilidade é parte central da
estratégia de investimentos, com 100% de integração dos critérios ESG.
ESG de A a Z
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Esse fluxo de capital já é uma realidade e esperamos que a disposição das empresas em mudar
para atrair uma base maior de investidores aumente.
Os fatores ESG estão se tornando cada
vez mais dominantes, e não somente
no que se refere à sustentabilidade,
mas também sobre como as empresas
evoluirão para se tornarem muito mais
engajadas socialmente
“
”Larry Fink, fundador e CEO da Black Rock
Outro fator que impulsiona a agenda ESG dos investidores institucionais são as iniciativas
criadas nos últimos anos com o objetivo de reunir investidores que buscam, a partir do
engajamento com as empresas em que investem, trazer mudanças. Destas iniciativas,
destacamos duas principais: o PRI e o SASB.
Princípios para o Investimento Responsável (PRI): Criado em 2005, é uma parceria entre a
ONU e os investidores institucionais privados que busca levar as questões de
sustentabilidade para o centro das discussões em se tratando de investimentos. O foco
está na compreensão das implicações da incorporação dos fatores ESG nos investimentos
e para fornecer suporte na incorporação destes em suas decisões. Conforme previamente
discutido, de 2016 até hoje, o número de signatários do PRI mais do que dobrou,
ultrapassando 3.000 membros, representando um AuM total superior à US$100 trilhões.
Sustainability Accounting Standards Board (SASB): Entidade criada para cuidar da
comunicação de informações não-financeiras das empresas, definindo padrões de
divulgação de sustentabilidade específicos para cada indústria – chamada matriz de
materialidade, abordamos o conceito em mais detalhes nas próximas seções. O SASB criou
um Grupo de Consultoria de Investidores que é composto por líderes proprietários e
gestores de ativos comprometidos com a melhoria da qualidade e comparabilidade de
divulgação relacionada à sustentabilidade pelas empresas aos investidores. Este grupo
representa um total de mais de US$ 21 trilhões de ativos sob gestão e inclui a maioria dos
maiores gestores de investimento globalmente.
1.2 Comportamento dos consumidores
O engajamento crescente dos investidores fornece uma pressão mais imediata sobre as
empresas para melhorarem seu posicionamento em relação aos fatores ESG. De forma
complementar, outro fator que acreditamos que provavelmente conduzirá as empresas também
nessa direção está relacionado à mudança do comportamento do consumidor. Esse já é um
tema bastante discutido nos debates acerca dos princípios ESG, mas é provável que isso se
torne cada vez mais relevante daqui para frente – destacamos abaixo pesquisas em relação ao
tema que corroboram a nossa visão.
Em primeiro lugar, uma pesquisa da Nielsen em 2017 com consumidores em todo o mundo
mostrou que: 1) 81% dos consumidores acreditam fortemente que as empresas devem ajudar
a melhorar o meio ambiente; e 2) mais de 60% dos consumidores estão muito ou
extremamente preocupados com a poluição do ar, da água, uso de embalagens, resíduos de
alimentos, etc.
81%
dos consumidores acreditam fortemente
que as empresas devem ajudar a melhorar
o meio ambiente
60%
dos consumidores estão muito ou extremamente
preocupados com a poluição do ar, da água, uso de
embalagens, resíduos de alimentos, dentre outros.
ESG de A a Z
12Fonte: PRI; SASB, Nielsen
A pesquisa ainda destaca que os
consumidores mais jovens tendem a ser
mais receptivos e dar maior importância às
questões ambientais e sociais do que
consumidores com idade superior: 80% dos
respondentes da Geração Z e 85% da
Geração Y dizem que é extremamente ou
muito importante que as empresas possuam
programas que visem melhorar o meio
ambiente, percentual este que se compara à
65% no caso dos respondentes acima de 65
anos (gráfico 14) .
80%85%
79%72%
65%
Geração Z(15-20anos)
Geração Y(21-34anos)
Geração X(35-49anos)
BabyBoomers
(50-64anos)
GeraçãoSilenciosa
14. É extremamente/muito importante que empresasimplementem programas para melhorar o meioambiente
Alguns podem argumentar que a relevância da Geração Z ou do jovem consumidor na
condução da agenda sustentável é baixa. No entanto, discordamos desta visão. Os indivíduos
da Geração Z, nascidos após 1990, já representam um quarto da população global e possuem
um papel importante em meio à mudança ambiental, tecnológica e social, bem como em suas
famílias. Isso pois, embora a Geração Z seja jovem e, portanto, tenha renda inferior à média,
eles têm uma influência mais ampla. De acordo com uma pesquisa feita pela IBM e National
Retail Federation em 2017, 70% dos membros da Geração Z têm influência em como sua
família gasta o dinheiro.
2. A regulação força, cada vez mais, os tópicos ESG na agenda dos
investidores
Na nossa visão, a atual onda de mudança impulsionada pela sociedade civil e pelos
investidores é um dos principais fatores que estão direcionando a mudança por parte das
empresas. Somado a isso, também acreditamos que as mudanças impostas pela
regulamentação estão e terão, cada vez mais, um papel importante nesse movimento.
Na seara política, os governos ao redor de mundo já estabeleceram diversas metas
relacionadas às questões ESG. Mais recentemente, inclusive, notamos que a regulamentação
também tem se direcionado aos acionistas institucionais, com o objetivo de impulsionar a
“agenda de engajamento”, o que deve ajudar a trazer mudanças corporativas.
Novamente, o continente europeu segue mais avançado vis a vis outros países também nessa
frente, com destaque para o acordo da União Europeia (UE) sobre regras de divulgação de
investimentos sustentáveis e avanços nos requisitos de divulgação no Reino Unido.
No Brasil, por sua vez, ainda carecemos de regulações mais direcionadas à agenda ESG nos
investimentos. Como o tema é relativamente novo e traz desafios, muitas vezes opta-se por
implementar regras mais gerais e pouco prescritivas, com espaço para que os participantes
utilizem consensos e iniciativas internacionalmente reconhecidas.
Na nossa visão, a construção de marcos regulatórios em cada país segue o compasso da
evolução da temática ESG como um todo. Dito isso, conforme avançamos, é de se esperar
que a regulamentação do Brasil também evolua.
ESG de A a Z
13Fonte: Nielsen
3. ESG tem sido um sinal particularmente eficaz de alfa, ou seja, de
geração de retorno acima do mercado
Diversos são os trabalhos acadêmicos que avaliam se portfólios focados em empresas
alinhadas aos princípios de ESG são mais rentáveis ou não quando comparado àqueles sem
políticas específicas. De acordo com um estudo realizado pelo PRI, dentre os cerca de 2.000
estudos publicados a respeito do assunto desde 1970, 63% concluem que existe uma
correlação positiva entre a adoção de critérios ESG e retorno, enquanto 10% tem opinião
oposta e 27% não encontraram relação entre ambos os fatores.
A fim de entender como o retorno dos índices de ações em geral se compara com o retorno de
“índices ESG”, ou seja, àqueles cuja composição contém as empresas que apresentam o melhor
rating ESG, fizemos uma série de análises comparando a performance histórica de diferentes
índices, de diferentes regiões, com destaque para o Brasil.
Nos Estados Unidos, desde 2009, a Bolsa americana, NYSE, subiu impressionantes +295%.
Quando olhamos a performance, no mesmo período, do índice que contém as empresas
melhores posicionadas em termos ESG (FTSE4Good US Index), o número surpreende: +345%
de valorização, ou seja, um “alfa” de +52 pontos percentuais (pps) acima de seu benchmark
(gráfico 15).
Na Europa, a conclusão é semelhante: desde 2007, a performance do índice MSCI Europe ESG
Leaders superou em +8 pps o seu benchmark (gráfico 16).
ESG de A a Z
14Fonte: Bloomberg, MSCI
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MSCI Europe Index MSCI Europe ESG Leaders Index
16. MSCI Europe Index vs. MSCI Europe ESG Leaders
15. FTSE USA Index vs. FTSEGood US Index
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FTSE USA FTSE4Good US
Olhando em uma perspectiva global, usamos o índice MSCI ACWI, que representa o
desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23
mercados desenvolvidos e 26 emergentes. Novamente, desde 2014, a performance do índice
ESG superou em +18,7 pps o índice geral (gráfico 17).
Por fim, quando olhamos para o mercado de ações no Brasil, a conclusão não é diferente!
Visando entender como as empresas brasileiras que estão à frente em relação aos aspectos
ambientais, sociais e de governança performaram historicamente em relação ao mercado
como um todo, fizemos duas comparações.
Primeiramente, utilizamos os índices da MSCI: MSCI Brazil Index e MSCI Brazil ESG Index.
Desde 2014, o índice ESG superou em +11pps seu benchmark (gráfico 19).
ESG de A a Z
15Fonte: Bloomberg, MSCI
Quando analisamos os mercados emergentes, o alfa é ainda maior: enquanto o índice MSCI EM
teve um retorno de +15,4% desde meados de 2007, o do MSCI EM ESG Leaders Index foi de
+97,4%, ou seja, +82 bps acima (gráfico 18).
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MSCI Brazil Index MSCI Brazil ESG Index
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MSCI ACWI Index MSCI ACWI ESG Leaders
17. MSCI ACWI Index vs. MSCI ACWI ESG Leaders Index
19. MSCI Brazil Index vs. MSCI Brazil ESG Index
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MSCI EM Index MSCI EM ESG Leaders Index
18. MSCI EM Index vs. MSCI EM ESG Leaders Index
Index
ESG de A a Z
16Fonte: Bloomberg, B3
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): O ISE tem como objetivo ser o indicador do
desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido
comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico
com a sustentabilidade empresarial.
Importante ressaltar que atualmente esse índice atualmente está passando por um amplo
processo de revisão de metodologia, estrutura e conteúdo abordado em seu questionário.
Como resultado desse processo, pretende-se lançar um índice renovado em sua versão
2021, visando o aprimoramento e maior aplicabilidade do ISE, tanto como uma referência
de investimentos ESG quanto como uma ferramenta objetiva e eficaz de gestão de
sustentabilidade para empresas e outros atores da sociedade.
Enquanto isso, na metodologia em vigor hoje, o Conselho Deliberativo do ISE seleciona, no
máximo, 40 empresas para compor a carteira do índice.
A metodologia atual se baseia em um questionário para avaliar o desempenho em
sustentabilidade das companhias emissoras das 200 ações mais negociadas da
BM&FBOVESPA. Esse questionário considera o desempenho da companhia em sete
dimensões que avaliam, entre outros, elementos ambientais, sociais e econômico-
financeiros de forma integrada. O preenchimento do questionário é voluntário e demonstra
o comprometimento da empresa com as questões de sustentabilidade. Após o envio das
respostas, as empresas devem apresentar documentos corporativos que comprovem, de
forma amostral, as respostas assinaladas.
Além disso, comparamos também outros dois índices: o ISE, conhecido como Índice de
Sustentabilidade Empresarial, e o Ibovespa, que contém as ações das empresas mais
negociadas no mercado – juntas, elas representam ~80% de todo o volume.
Desde a criação do índice ISE, em 2006, até atualmente, o Ibovespa teve uma performance
surpreendente, valorizando +202%. Melhor ainda que o Ibovespa, foi o ISE, ultrapassando
+269% de alta no mesmo período, ou seja, +67 pps acima do Ibovespa (gráfico 20).
Mas afinal, o que é o indíce ISE e quais são as empresas que o compõe? Apresentamos com
detalhes abaixo.
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IBOV Index ISE Index
20. Ibovespa Index vs. ISE Index
ESG de A a Z
17Fonte: Bloomberg, B3
Figura 1. Ações que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
Figura 2. Performance em agosto e no acumulado de 2020 do Índice Ibovespa e ISE
Algumas considerações importantes quanto à metodologia atual:
• As carteiras tem duração de 1 ano, tendo início na primeira segunda-feira de janeiro.
• Os ativos do ISE são ponderados pelo valor de mercado do “free float” (ativos que se
encontram em circulação) da espécie pertencente à carteira.
• A participação de um setor econômico no ISE não pode ser superior à 15% - nesse caso,
são realizados ajustes para adequar o peso dos ativos das empresas desse setor a esse
limite, redistribuindo-se o excedente proporcionalmente aos demais ativos da carteira.
Atualmente, essas são as 40 empresas que compõem o índice, conforma ilustra a figura 1.
ESG de A a Z
18Fonte: Bloomberg
Indo além do universo das ações, os chamados green bonds, que são títulos verdes de renda
fixa destinados a projetos de clima e meio ambiente, estão se tornando mais populares à
medida em que a demanda por investimentos sustentáveis aumenta.
O dinheiro arrecadado com esses títulos é reservado para projetos verdes, ou seja, projetos que
tenham benefícios ambientais e / ou climáticos, mas é garantido por todo o balanço do
emissor.
O gráfico 21 mostra o desempenho do índice Bloomberg Barclays Global Aggregate em
comparação com o índice Bloomberg Barclays Global Green Bond nos últimos três anos. O
índice verde avançou +16,3% no período contra +11,9% no caso de seu benchmark, ou seja,
+4,4 pps a mais.
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Bloomberg Barclays Global Aggregate Index Bloomberg Barclays Global Green Bond Index
21. Bloomberg Barclays Global Aggregate Index vs. Bloomberg Barclays Global Green Bond Index
Observação
As análises de desempenho feitas nessa seção são baseadas na performance histórica dos
índices, não sendo, portanto, um indicativo de desempenho futuro.
Período analisado: assumimos como data de início a respectiva data de criação dos índices
em questão e como data de término o dia 31/08/2020.
A incorporação dos fatores ESG nos
investimentos Diferentes estratégias
Quando falamos das estratégias para incorporação dos fatores ESG nos investimentos, é
importante ter em mente três pontos importantes: (1) não existe somente uma estratégia; (2) as
estratégias não são excludentes, pelo contrário, a adoção delas combinadas é usual; (3) a
dicotomia certo e errado não se aplica – cada uma das estratégias tem suas vantagens e
desvantagens e, mais importante do que isso, refletem os diferentes objetivos que o investidor
deseja atingir.
Abaixo abordamos brevemente as principais estratégias no mundo dos investimentos ESG:
• Filtro negativo: exclusão de investimentos em setores, empresas, países ou projetos que
ferem critérios ESG específicos. Essa estratégia já é há muito tempo aplicada, não somente
devido aos critérios ESG, mas também no caso em que o investimento em questão não está
alinhado aos valores éticos do investidor, ou não cumpre normas mínimas estabelecidas por
organizações internacionais ou nacionais. Um exemplo de filtro negativo é a exclusão dos
setores de armamento e fumo.
• Filtro positivo: em vez de excluir investimentos como na estratégia anterior, os investidores
incluem ativos que atendem aos critérios e normas estabelecidas, selecionando exemplos
positivos de governança corporativa, cuidados com o meio ambiente e práticas comerciais
socialmente responsáveis.
• “Best-in-class”: essa estratégia difere da anterior, pois funciona como um ranking, em que
são selecionados critérios ESG para a avalição de um determinado ativo e, com base nessa
análise, define-se os melhores de cada setor para receberem o investimento.
• Integração ESG: incorporação dos fatores ambientais, sociais e de governança na análise
financeira da empresa ou do projeto, capturando, assim, os impactos que determinados
fatores terão no futuro da empresa.
• Investimento de impacto: são aqueles direcionados à resolução de problemas sociais ou
ambientais, com a premissa de que os impactos sejam mensuráveis – a performance do
investimento é a combinação do impacto gerado na sociedade/meio ambiente e do retorno
financeiro.
• Engajamento corporativo: também conhecido como ativismo acionário, essa estratégia
baseia-se na utilização da participação acionária que os investidores detém para influenciar
a estratégia da empresa na adoção de melhores práticas ESG – é a estratégia que mais se
adequa a uma gestão passiva de investimento. Além disso, também é uma alternativa
bastante utilizada por investidores que, ao invés de se desfazerem de sua participação em
empresas que não adotam políticas ESG, eles as mantêm justamente na tentativa de tentar
persuadir a companhia a adotar melhores práticas ambientais, sociais e de governança.
ESG de A a Z
19
Diferentes, mas não excludentes, tais
estratégias para incorporação de fatores ESG
nos investimentos são amplamente utilizadas
ao redor do mundo. Uma pesquisa realizada
pela Global Sustainable Investment Review,
indica que a estratégia de investimento
sustentável mais utilizada globalmente é a do
filtro negativo, em inglês, “negative screening”
(gráfico 22), com US$ 19,8 trilhões em ativos
sob gestão, seguido pela estratégia de
integração ESG, com US$ 17,5 trilhões.
Quando analisamos por região, a estratégia de filtro negativo é a maior na Europa, enquanto a
integração ESG comanda a maioria dos ativos nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova
Zelândia. Enquanto isso, no Japão, o engajamento corporativo constitui a estratégia
predominante no país asiático.
Embora o total de ativos sob gestão com as estratégias de investimento de impacto e de filtro
positivo seja menor no relativo ao filtro negativo e integração ESG, quando analisamos o
crescimento de 2016 a 2018, os números impressionam, com um crescimento de 79% e 125%,
respectivamente. Ainda assim, mesmo com as estratégias de filtro negativo e integração ESG
representando mais de US$36 trilhões combinadas, elas continuam crescendo, com taxas de
31% e 69% no mesmo período, respectivamente (gráfico 23).
No Brasil, por sua vez, a já mencionada pesquisa da ANBIMA realizada com gestoras* indica que
a estratégia “best-in-class” é a mais utilizada, representando 47% da amostra. O tipo filtro
negativo aparece em segundo lugar, com 42% (gráfico 24).
444
1.018
1.842
4.679
9.835
17.544
19.771
Investimentos deimpacto/comunidade
Investimentos sustentáveis
Filtros positivos/melhorespráticas
Filtros baseados em normas
Engajamento corporativo eação do acionista
Integração ESG
Filtros negativos/excludentes
22: Investimentos sustentáveis por estratégia, mundo
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5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
Inve
sti
me
nto
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cto
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Inte
gra
çã
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SG
Filt
ros
ne
ga
tivo
s/
exc
lud
en
tes
2016 2018
23. Crescimento das estratégias de investimentos sustentáveis (US$bi)
47%
42%
22%
14%
20%
11%
Melhores práticas(best-in-class)
Filtros negativos
Integração novaluation
Investimento deimpacto
Filtros positivos
Engajamentocorporativo ASG
24. Investimentos sustentáveis por estratégia, Brasil
(US$bi)
ESG de A a Z
20
Fonte: GRI (Global Sustainable Investment Review); 2ª Pesquisa de Sustentabilidade ANBIMA. * A pesquisa contou com 110 participantes, entre gestoras e administradoras de recursos. O patrimônio líquido sob gestão das instituições que responderam à pesquisa corresponde a 78,05% do total da indústria – um volume de 3,2 trilhões.
+125% +79%
+125%+79%
Diferentes metodologias
Para analisar o desempenho financeiro de uma empresa, tanto em termos absolutos quanto
relativos, os analistas dispõem de uma série de dados financeiros informados recorrentemente
pelas companhias de forma padronizada seguindo normas contábeis de cada região.
Entretanto, em se tratando dos fatores ESG, não existem padrões universais para avaliar uma
empresa em relação ao seu desempenho ambiental, social e de governança e, além disso,
muitas vezes a divulgação dessas informações não se faz nem obrigatória.
Do lado positivo, existem uma série de consultorias ao redor do mundo que coletam diversos
dados em relação aos aspectos ESG das empresas, criando diferentes metodologias para a
definição de uma “nota”, conhecida pelo termo em inglês “rating”, para as diferentes empresas
globalmente. Sem dúvidas, a demanda cada vez maior por parte dos investidores por
informações que ajudem na avaliação das empresas coloca um holofoque cada vez maior
nestas consultorias.
Em nossos estudos e conversas nos últimos meses com diferentes investidores, empresas e
gestoras, vimos que, dentre os provedores externos de dados ESG, destacam-se alguns
principais: MSCI, Sustainalytics, Sitawi, Refinitiv, RepRisk e S&P Global.
De fato, cada um deles tem seus diferenciais e, a depender do objetivo, atendem à diferentes
demandas em maior ou menor grau.
ESG de A a Z
21
A posse de uma metodologia específica por
cada uma das consultorias tem como
consequência que as classificações das
empresas em relação aos fatores ESG variam
acentuadamente dependendo do provedor.
Um artigo do MIT escrito em maio deste ano
pontua a divergência das classificações ESG
em três componentes (gráfico 25).
A divergência de ratings existente entre as diferentes consultorias cria um desafio aos
investidores. Uma pesquisa global realizada pelo PRI indica que os investidores na maioria dos
países destacam a incerteza sobre a qualidade dos dados ESG como a principal barreira para
integrar tais fatores em seu processo de investimento.
As diferenças na forma como as consultorias calculam as pontuações ESG pode resultar em
uma mesma empresa sendo bem avaliada por um provedor e mal por outro. De forma a
exemplificar, consultamos as notas (“ratings” no termo em inglês) atribuídos à Tesla por
diferentes provedores (figura 3).
53%44%
3%
Medição do mesmo tópico ESG com indicadores diferentes
Inclusão de diferentes tópicos
Peso usado para cada componente da nota
25. Componentes das divergências ESG
0 100 0 10CCC AAAmelhor melhor melhor piorpiorpior
Figura 3. Classificações ESG da empresa Tesla com base nos ratings da Sustainalytics, MSCI e ISS Score
Fonte: MIT, Bloomberg, MSCI
Sustainalytics MSCI ISS Score
Diferentes materialidades
Talvez você já tenha ouvido falar da chamada matriz de materialidade para os fatores ESG.
Caso ainda não, não se preocupe – iremos explicar o que ela é e o porquê da sua importância!
Primeiramente, o termo materialidade significa, nada mais nada menos do que o nível de
relevância. Dito isso, uma informação é material se a sua omissão ou distorção influenciar as
decisões das pessoas – de forma semelhante, uma informação é imaterial se sua omissão ou
distorção não fizer, ou fizer pouca diferença no processo decisório. Indo para o mundo ESG,
definimos algo como material se ele possui uma probabilidade razoável de impactar a
condição financeira ou o desempenho operacional de uma empresa.
Para facilitar, vamos usar um exemplo.
Quando pensamos nos bancos, podemos afirmar que a proteção e sigilo dos dados dos clientes
com certeza é um fator material, ou seja, relevante em se tratando dos bancos, de forma que
uma falha nisso pode gerar grande impacto negativo para a empresa e, consequentemente,
afetar a percepção do investidor. Por outro lado, as emissões de carbono, por sua vez, são
menos materiais para os mesmos, dado que o modelo de negócio dos bancos não implica em
alta emissão de gases e, consequentemente, não deve ser o principal fator de preocupação para
eles, assim como para os investidores.
ESG de A a Z
22
Visando padronizar e, por consequência,
simplificar, vários foram os órgãos que
estabeleceram fatores relevantes para a
compreensão do desempenho de uma
empresa em relação aos aspectos ESG.
Nesse sentido, destacamos nesta seção
a matriz de materialidade do SASB
(Sustainable Accounting Standards
Board ou, em português, Conselho de
Padrões Contábeis de Sustentabilidade).
O SASB, além de impulsionar a agenda
ESG dos investidores institucionais,
conforme vimos anteriormente, também
realiza um importante papel em buscar
estabelecer padrões de divulgação
específicos no que se refere aos fatores
ESG que facilitem a comunicação entre
empresas e investidores sobre
informações relevantes e úteis para
decisões. Para isso, uma das atuações
mais importantes do SASB é na
identificação dos fatores materiais e
imateriais para cada um dos setores.
Os tópicos de sustentabilidade do SASB são organizados em cinco amplas dimensões de
sustentabilidade: (1) meio ambiente, (2) capital social, (3) capital humano, (4) liderança &
governança e (5) modelo de negócio & inovação. Além disso, o órgão define 26 fatores que
determinam o desempenho de uma empresa nessas cinco categorias, conforme ilustrado na
figura 4 abaixo.
Naturalmente, nem todos os 26 fatores definidos pelo SASB são relevantes para todas as
empresas. E é por isso que a definição da materialidade dos mesmos para cada setor e/ou
empresa se faz tão importante.
ESG de A a Z
23Fonte: SASB (Sustainable Accounting Standards Board)
Figura 4. Tópicos de sustentabilidade do SASB
ESG de A a Z
24Fonte: SASB (Sustainable Accounting Standards Board)
A fim de auxiliar investidores e analistas na análise do desempenho ESG de uma empresa, o
SASB identifica para cada um dos setores-chave quais dos 26 fatores são os materiais, ou seja,
relevantes. Na Figura 5 apresentamos, para 11 diferentes setores, quais as categorias que, de
acordo com o SASB, as empresas devem focar e, de forma semelhante, os investidores devem
dar mais atenção.
Figura 5. Matriz de materalidade do SASB
É provável que a questão seja relevante para mais de 50% das indústrias do setor
É provável que a questão seja material para menos de 50% das indústrias do setor
A questão provavelmente não será relevante para qualquer uma das indústrias do setor
A materialidade dos fatores também tem um papel importante na análise da existência ou não de
uma correlação entre a incorporação de critérios ESG e o retorno dos ativos.
No mês passado tivemos o prazer de participar, à convite da gestora Constellation Asset
Management*, de uma aula sobre liderança em sustentabilidade, com o professor da London
Business School, Ioannis Ioannou. Formado pela Yale University e Ph.D. Economia Empresarial
pela Harvard, Ioannou tem suas pesquisas focadas em Sustentabilidade e Responsabilidade
Social Corporativa (RSC).
Conforme mostra a figura 6, existe uma clara correlação entre o rating ESG em fatores
materiais, ou seja, que são relevantes para as empresas, e a performance de suas ações. Indo
além, o que mais nos chama atenção é o fato das ações que melhor performaram não serem
aquelas que apresentavam alto desempenho tanto nos fatores materiais quanto nos imateriais,
mas sim às que tinham bom desempenho nos fatores materiais, mas baixos nos imateriais!
E o que isso significa? Uma empresa que aloca tempo, recursos e energia em fatores
imateriais, ou seja, que não são relevantes para os seus negócios, terá performance pior do que
aquela que concentra seus esforços em aspectos materiais, enquanto não perde tempo
dedicando-se à questões pouco relevantes.
No fim, tudo é uma questão de trade-off, ou seja, custo de oportunidade: alocar tempo em
fatores imateriais implica, automaticamente, em deixar de gastar tempo no que importa. Isso, no
longo prazo, leva à destruição de valor.
Dentre os diversos aprendizados obtidos nessas
ricas horas de conversa, destacamos um estudo
de George Serafeim em parceria com Iannou.
Serafeim é professor de Administração de
Empresas em Harvard, onde também concluiu
seu doutorado, e é reconhecido mundialmente
por suas pesquisas,
Visando compreender a relação entre a
materialidade e a performance financeira, o
estudo desenvolvido por ambos baseou-se na
análise feita dos fatores materiais e imateriais
separadamente. Os resultados surpreendem!
ESG de A a Z
25
Fonte: Khan, Mozaffar N., George Serafeim, and Aaron Yoon. "Corporate Sustainability: First Evidence on Materiality."
Harvard Business School Working Paper, No. 15-073, March 2015. * https://constellation.com.br/
Figura 6. Performance baseada na materialidade do SASB
Da teoria à prática
Após um intenso processo de entendimento das diferentes metodologias utilizadas por cada
uma das consultorias, entendemos que a MSCI é a melhor posicionada para nos ajudar durante
essa jornada de integração dos critérios ESG nas análises das empresas em nossa cobertura.
Enquanto vemos vários benefícios nos serviços oferecidos pelas consultorias ESG,
acreditamos que elas sozinhas podem não fornecer uma visão 100% completa da exposição
de uma empresa aos fatores ESG. Nesse sentido, acreditamos que a combinação da robusta
metodologia do MSCI, somada à opinião e olhar crítico do time de Research da XP, é muito
poderosa – e é isso que queremos fazer ao longo dos próximos meses.
Na nossa visão, as avaliações qualitativas e quantitativas dos critérios ambientais, sociais e de
governança para as empresas brasileiras se tornarão cada vez mais importantes tanto para os
investidores locais, que ainda estão atrás da curva em relação aos europeus e norte
americanos, quanto para os estrangeiros, estes que possuem pouca visibilidade do que está
sendo feito, ou não, por parte das companhias brasileiras.
É preciso que tanto as empresas, quanto os investidores, se preparem para este inevitável
movimento, que já é um caminho sem volta.
MSCI ESG Ratings
O MSCI ESG Ratings calcula a exposição de
cada empresa aos principais riscos ESG com
base em uma repartição granular do negócio
de uma empresa: seu principal produto ou
segmento, a localização de seus ativos, suas
fontes de receita, além de outras medidas
relevantes, como a existência de produção
terceirizada. A análise leva em consideração
até que ponto a empresa foi capaz de
desenvolver estratégias robustas para
gerenciar seus riscos, bem como aproveitar as
oportunidades.
As informações, para cálculo da nota, ou seja,
do rating ESG da empresa, são retiradas das
seguintes fontes: documentos corporativos
(relatórios divulgados pela própria empresa),
dados públicos do governo, além de jornais e
demais veículos de notícias.
Para cada um dos 3 pilares, ou seja, Ambiental,
Social e Governança, a MSCI define 10 temas e
os detalha em 37 questões-chave, conforme
ilustra a figura 7.
ESG de A a Z
26Fonte: MSCI
ESG de A a Z
27Fonte: MSCI
Figura 7. Hierarquia das questões-chave do MSCI ESG Ratings
37 questões-chave10 temas3 pilares
Visando considerar a materialidade dos critérios ESG para os diferentes setores, para cada um
deles, o MSCI atribui diferentes pesos para cada uma das 37 questões-chave. O resultado, com
isso, é que o peso do pilar E, ou seja, ambiental, varia de setor para setor.
Para chegar a um rating final da empresa, consideram-se as médias ponderadas de cada um
dos pilares e, por fim, as pontuações das companhias são normalizadas por seus setores. Os
ratings vão de AAA (melhor) para CCC (pior), conforme ilustrado na figura 8.
ESG de A a Z
28Fonte: MSCI
Figura 8. Resumo da metodologia do MSCI ESG Ratings
ESG de A a Z
29
Fonte: MSCI, Bloomberg* Preço de fechamento do dia 08/09
Figura 9. Seleção ESG
Seleção ESG: As empresas que são referência
no temaAssim como a integração dos critérios ESG em nossas análises, a evolução das empresas em
direção ao estado da arte no que se refere aos aspectos ambientais, sociais e de governança
também é uma jornada. Na nossa visão, ESG é um processo, não cabendo, portanto, uma
classificação binária ou estacionária – não se trata de ser ou não ser ESG: o que vemos são
diferentes empresas em diferentes estágios dessa jornada. Dito isso, reforçamos nossa visão
de que as empresas do futuro serão aquelas em que os critérios ESG são colocados em
primeiro plano. Afinal, quais são as empresas que são referência em boas práticas ESG?
Pensando nisso e tendo como base o MSCI ESG Ratings, elaboramos a chamada Seleção ESG,
composta pelas 10 empresas listadas com os melhores ratings ESG pela MSCI – veja abaixo
(figura 9). Ao longo das próximas semanas entraremos nos detalhes das razões pelas quais
cada uma dessas empresas formam a Seleção ESG.
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ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE
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