EscritaJovemmPesquisador

download EscritaJovemmPesquisador

of 14

description

escrita

Transcript of EscritaJovemmPesquisador

  • Ao longo dos ltimos sculos, a humanidade tem experimentado diversas revolues, dentre as quais destacamos a revoluo tecnolgica, que se iniciou na dcada de 1970. Os notveis avanos nas reas da microeletrnica, da automao industrial, da computao em nuvens e das comuni-caes nos fizeram experimentar uma veloz conexo com todos os cidados ao redor do mundo. Dessa forma, a sensao de ubiquidade e interatividade proporcionada pelo acesso informao em tempo real e as outras mltiplas possibilidades de conhecimento disponibilizadas pela con-vergncia de tecnologias nos permitem experimentar a impresso de viver mundos e existncias virtuais concomitantemente, como se existisse um espao ou um lugar ainda no descoberto pe-las novas tecnologias de informao e comunicao, as TICs. Assim, aquela informao antes de conhecimento restrito a pequenos grupos e apenas compartilhada por meio de material impresso hoje de livre acesso e ao alcance de um simples clique ou toque no PC de sua casa, do trabalho, da lan house, do seu celular, dentre infinitas outras possibilidades.

    Assim, se por um lado temos conscincia e acesso mais avanada e revolucionria tecnologia via mdias digitais, por outro precisamos, ainda, retomar as velhas discusses sobre um dos pri-meiros aparatos tecnolgicos conhecidos da civilizao: a escrita. Nosso foco neste captulo ser a escrita, restrita aqui ao meio acadmico, uma habilidade considerada por muitos estudiosos to problemtica e deficitria em qualquer nvel da educao, do ensino fundamental ao superior. Desse modo, partiremos da escrita para levantar questes relevantes e pertinentes sobre o que e como se deve fazer pesquisa e sobre o papel da escrita na formao do jovem pesquisador nos dias de hoje. Sendo assim, o principal objetivo deste trabalho expor e discutir: 1) o que significa para um pesquisador a produo de um artigo cientfico; 2) o texto como identificador do pesquisador frente a sua comunidade; 3) adequao da linguagem e do tipo de informao relevante para a rea; 4) a relevncia do trabalho para aquela rea; 5) relao do trabalho com o que j foi feito na rea (citaes) e 6) elencar o papel exercido pelo letramento acadmico (a escrita formal cientfica) na formao desse jovem pesquisador. Para atender aos objetivos acima citados, nos apoiaremos na proposta dos NLS de Street e Freire, assim como nos trabalhos de Kleiman, Soares, Terzi, Rojo, Hamilton etc.1

    1. STREET. Literary in

    Theory and PracticeFREIRE. Educao como prtica de

    liberdade./(,0$10RGHORVGHOHWUDPHQWRHDVSUiWLFDVGHDOIDEHWL]DomRQDHVFROD2VHVWXGRVGHOHWUDPHQWRHDIRUPDomRGRSURIHVVRUGHOtQJXDPDWHUQDSOARES. LetramentoTERZI. A FRQVWUXomRGRFXUUtFXORQRVFXUVRVGHOHWUDPHQWRGHMRYHQVHDGXOWRVQmRHVFRODUL]DGRVROJO [20022009@+$0,/721. 6XVWDLQDEOH/LWHUDULHVDQGWKH(FRORJ\RI/LIHORQJLearning.

    A importncia da escrita acadmica na formao do jovem pesquisador

    Ana Cristina Fricke Matte Adelma Lucia de Oliveira Silva Arajo

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 97 12/03/2012 11:08:52

  • METODOLOGIAS DE PESQUISA, COMUNICAO E DIVULGAO CIENTFICA

    98

    As esferas dos novos estudos dos letramentos

    Quando o Prof. Brian Street foi ao Ir com o objetivo de desenvolver sua pesquisa sobre migrao, no tinha ideia de quo impactante discusso ele desencadearia no futuro prximo. Suas atentas observaes ao movimento dos moradores da aldeia, em suas distintas formas de comunicao mediadas pela linguagem, aquela dos agricultores ao negociar seus produtos com a cidade, ao re-ceber o valor das mercadorias em cheque, nas trocas deste por dinheiro em banco, ou ao perceber os estudos do Alcoro que estavam sendo realizados naquela vila, ele se conscientizou de que todas estas atividades, na verdade, eram mediadoras de diversas formas de letramentos. Um elemento adicionalmente importante desta sua viso de etngrafo foi detectar que naquele lugar existiam prticas e eventos de letramentos conforme descreveram Health2 e Street3 acontecendo diariamen-te, e que tais situaes por eles registradas rompiam de vez com a dicotomia estabelecida e, por si, j propalada estreita relao de dependncia entre oralidade e escrita. As cenas do cotidiano da vila registradas por Street eram, assim, a prova cabal de que havia ali, nas prticas interpretativas da escrita durante as negociaes de compra e venda de produtos, um entremeamento de cdigos, registros e modalidades lingusticas e semiticas,4 as quais eram construdas e renovadas de forma natural nas negociaes quer fossem elas de natureza mercantilista ou de qualquer outra natureza. Ao perceber essas mltiplas formas de expresso do letramento, Street procurou a literatura atuali-zada para verificar se j havia algum conceito ou caracterizao especfica desses letramentos. No encontrando nada que lhe satisfizesse, elaborou a distino entre os dois modelos de letramento: autnomo e ideolgico.5 Essa nova proposio continha conceitos inovadores e deu incio aos denominados Novos Estudos do Letramento. As proposies de Street impactaram o mundo cien-tfico internacional, e, no Brasil, suas ideias foram difundidas inicialmente por meio das produes acadmicas de Kleiman e outros autores.6

    Dentro da perspectiva streetiana, o modelo autnomo fora caracterizado como sendo repre-sentante fiel da escola tradicionalista, a saber, aquela que concebia a oralidade e a escrita como sendo faces da mesma moeda, mas que, simultaneamente, se caracterizava como prticas dicot-micas e diversas, atribuindo ao acesso escrita uma relao direta de progresso, de civilizao e de mobilidade social. Sobre o modelo ideolgico, Street defendia a mesma perspectiva de Freire7 em seus trabalhos quando os caracterizava como sendo um representante legtimo da escola tra-dicionalista em que as prticas de letramento estariam ligadas s estruturas culturais e de poder da sociedade, viso compartilhada tambm por Hamilton.8 Na conceituao desta autora, h mudanas sutis na denominao das esferas do letramento. O que Freire e Street denominam letramento autnomo a autora caracteriza como letramentos locais ou vernaculares, conjugando desta forma a mesma concepo de ambos os autores de que este letramento no regulado, tampouco sistematizado por instituies ou organizaes locais, ou seja, pressupe a partir des-sas vises que a escrita no tenha o mesmo efeito sobre outras prticas sociais e cognitivas do indivduo; j o letramento ideolgico, denominado por Hamilton dominante, seria exercido por meio de agentes sociais, como professores, coordenadores, gestores, institucionalizados em di-versas agncias de letramento,9 tais como escolas, igrejas, local de trabalho, onde so valorizados socialmente e so detentores de um status culturalmente estabelecido. Ademais, possuem uma

    2. +($/7+. Ways with

    Words.

    3. STREET/LWHUDF\SUDFWLFHVDQGOLWHUDF\

    P\WKV

    4. Ver BUZATO. Letramento

    HLQFOXVmR

    5. STREET. Literary in

    Theory and Practice.

    6. ./(,0$10RGHORVGHOHWUDPHQWRHDVSUiWLFDVGHDOIDEHWL]DomRQDHVFROD

    7. FREIRE. Educao como

    prtica de liberdade.

    8. +$0,/7216XVWDLQDEOH/LWHUDFLHVDQGWKH(FRORJ\

    RI/LIHORQJ/HDUQLQJ

    9. SOARES. Letramento.

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 98 12/03/2012 11:08:52

  • A importncia da escrita acadmica na formao do jovem pesquisador

    99

    ligao direta com as esferas dominantes do meio social em que vivem e com que tm relaes de trabalho.

    Qualquer que seja a denominaco dessas esferas, Street trouxe superfcie uma discusso relevan-te sobre a existncia de duas vises conceituais de letramento: de um lado, aquele institucionalizado e detentor de prestgio e, do outro, o letramento socializado, mas desprovido de reconhecimento da comunidade. Partiremos, neste trabalho, da anlise do primeiro, com uma discusso profcua das especificidades do letramento acadmico, aqui referido como o detentor das formas particulares de pensar, ser, fazer, ler e, especialmente, escrever, com suas maiores peculiaridades que este contexto social requer.10 No podemos esquecer, entretanto, as vrias faces dos saberes daqueles que chegam universidade, trazendo consigo histricos graus de letramento social, ou seja, so possuidores de formas e habilidades diferenciadas de interagir culturalmente com a escrita.

    2DUWLJRFLHQWtFRHVHXSDSHOQDIRUPDomRGRMRYHPSHVTXLVDGRU

    A produo bibliogrfica o principal fator de produo acadmica na atualidade. Cada vez mais cedo na carreira do pesquisador lhe solicitado que produza textos em diversos gneros acadmi-cos, tais como resenhas, fichamento, memorial, resumos, resumos estendidos, monografias, proje-tos, relatrios e artigos. O artigo, na atualidade, tem sido alado a um patamar elevado de grande destaque nessa produo, em funo de seu peso no currculo.

    Escrever um livro, embora muito mais glamouroso e muito mais trabalhoso, tem menos im-pacto do que escrever um artigo. preciso compreender um pouco o contexto de produo cien-tfica para entender o status que um artigo tem face a outros gneros acadmicos.

    A produo de novos conhecimentos , nos dias de hoje, muito acelerada, tanto pela quan-tidade de pessoas que trabalham nessa frente quanto pelas facilidades de divulgao e gerao de pesquisas que provm das novas tecnologias. Essa velocidade, que comeou nas reas de exatas, mas que atinge, atualmente, todas as reas do conhecimento, conduziu a uma necessria mudana de perspectiva em relao produo bibliogrfica.

    O livro um instrumento de divulgao do pensamento cientfico que denota estabilidade e completude em virtude, principalmente, do montante de tempo gasto em sua preparao e por sua organizao em torno de captulos, que so, cada um, uma detalhada discusso em torno de uma parte do tema discutido no livro. Alm disso, h que se considerar que, h alguns anos, a publica-o de um livro era uma empreitada cara e complicada, que exigia apoio institucional e, portanto, uma garantia em relao ao contedo cientfico.

    O artigo, por sua vez, caracteriza-se pela especificidade e contexto histrico estritos, ou seja, por uma certa efemeridade do contedo com o que no estamos lhe conferindo, de modo algum, menor importncia ou rigor cientfico. Embora os peridicos cientficos sigam geralmente normas bastante rgidas no processo de avaliao dos artigos submetidos, estes so consideravelmente mais fceis de se publicar.

    10. ),6+(5. Letramento

    DFDGrPLFRS180.

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 99 12/03/2012 11:08:53

  • METODOLOGIAS DE PESQUISA, COMUNICAO E DIVULGAO CIENTFICA

    100

    A proliferao de peridicos, editoras, instituies e pesquisadores e um aumento crescente do nmero de publicaes exigidas no currculo pelas agncias de fomento e instituies de ensino afetam sensivelmente essa distino de status entre livro e artigo no meio acadmico: a proliferao de editoras e instituies de ensino e pesquisa acarreta um aumento desenfreado na publicao de livros, dificultando a avaliao da qualidade do trabalho publicado. Poucas editoras, nesse con-texto, de fato exigem a opinio de um especialista para aceitar uma publicao. A proliferao de peridicos caminha na mesma direo, mas mais fcil conseguir pareceristas para artigos do que para livros, tanto por seu tamanho (que implica maior tempo de dedicao do parecerista), quanto porque, sendo o tema mais especfico, o parecerista pode ser um especialista no snior, o que seria necessrio para a anlise de um livro.

    A estabilidade do contedo do livro vai contra a acelerao que atinge as conquistas cientficas: um livro hoje (impresso ou digital) torna-se obsoleto com muito maior facilidade do que h vinte anos.

    O artigo, por sua vez, permite publicar com agilidade um resultado especfico que ser valori-zado no contexto histrico apropriado. frequente nas cincias exatas que uma mesma descoberta seja feita praticamente ao mesmo tempo em lugares diferentes do planeta, e a data da publicao (ou mesmo a data da submisso do artigo) o fator de desempate.

    Assim, podemos concluir que o artigo cientfico hoje o gnero de escrita acadmica mais relevante, mas simplesmente saber disso no define sua importncia na formao do jovem pes-quisador. O texto cientfico o que identifica o pesquisador frente comunidade cientfica na qual atua, ou seja, aquilo que lhe prov uma identidade perante o grupo. Um pesquisador, para ser considerado pela comunidade cientfica, precisa demonstrar conhecimento de causa, conheci-mento da rea e desenvoltura no assunto tratado, bem como trazer, no interior do prprio artigo, indicaes de sua prpria relevncia para a rea com a qual pretende colaborar.

    Cada uma dessas questes passa necessariamente pela habilidade com a escrita, no apenas a escrita formal estrito senso: no basta saber escrever bem. Um bom texto cientfico , basicamente:

    a) aquele que coloca o pesquisador em posio de igualdade para com seus pares, sem um con-fronto competitivo que, no fim das contas, teria o efeito contrrio;

    b) aquele que no ultrapassa os limites da rea, exceto com informaes cuja relevncia seja indi-cada no prprio texto;

    c) aquele que destaca os avanos que traz para as pesquisas no campo estudado; e, finalmente,

    d) aquele que deixa o leitor saber, no conjunto do conhecimento que o texto representa, qual conhecimento advm de outras pesquisas j publicadas, qual conhecimento fora construdo a partir da pesquisa desenvolvida e em desenvolvimento e que tambm acrescenta, quando houver, tpicos inovadores para futuras pesquisas.

    Essa especificidade do texto cientfico est na base da construo da cincia como um todo: a

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 100 12/03/2012 11:08:53

  • A importncia da escrita acadmica na formao do jovem pesquisador

    101

    amostra mxima e formalizada da possibilidade de interao entre cientistas, herdando, gerando e multiplicando formas de conhecimento. Um contrato, no sentido da semitica greimasiana,11 em que a fidcia entre os sujeitos baseia-se no respeito ao conhecimento como fruto de um trabalho coletivo espalhado no tempo e no espao.

    Adequao da linguagem e do tipo de informao

    Observe os exemplos abaixo:

    1. A interao prosdia-segmentos implementada em nosso modelo por uma rede conexionista,

    tendo em vista a hiptese de um sistema cognitivo realista e eminentemente dinmico (Barbosa

    2001). Os reflexos dessa interao fazem-se sentir sobre o articulador portador da oscilao silbica,

    a mandbula. O timing desse oscilador, com relao a efeitos de primeira ordem seria resultado da

    induo do oscilador silbico abstrato, cognitivo, sobre esse oscilador fsico, motor (que possui

    uma freqncia natural de vibrao).12

    2. Que ele acompanhe os eventos voclicos de onset confirmado por estudos de percepo sobre

    a importncia da transio CV para o processamento auditivo (Chistovich & Ogorodnikova 1982),

    processamento que varre pontualmente as transies CV, varredura cujo resultado a delimitao

    de segmentos VC menos analisveis internamente que os CV. Isso tambm confirmado pelos

    estudos posteriores sobre o p-center (Marcus 1976, Pompino-Marschall 1989, 1991, Janker 1995).

    Estudos de comparao interlingstica (Vaissire, 1983) mostram ainda a coeso da rima (VC) e

    sua universalidade como veculo do acento e da prosdia. Anlises estatsticas de padres articu-

    latrios !V.C, em palavras como leper (Turk 1994), ou acsticos em padres V.C e V#C (Barbosa &

    Madureira 1999) mostram a forte coeso dessas seqncias.13

    3. Dessa perspectiva, talvez apenas por inrcia e uma inrcia que rende altos dividendos episte-

    molgicos e ideolgicos que chamamos igualmente de literatura o que produzem Jorge Amado,

    Clarice Lispector, Jos Saramago e Raquel de Queirs e o que produziam, a seu tempo, Homero,

    os poetas homricos, Virglio e os trovadores medievais, para no comparar esse time antiqussimo

    com seus pares mais contemporneos, como Stephen King, Joo Ubaldo Ribeiro e Mrio Prata

    quando publicam suas obras na web.14

    4. O procedimento torna-se ainda mais saboroso e sugestivo, uma vez que os anncios nele inclu-

    dos recorrem prpria figura do saci como agente de vendas. o negrinho perneta, de cachimbo

    e capuz que vende o que vendem os anncios.15

    5. Em termos filosficos, muito se tem estudado a respeito de conscincia, e a maior dificuldade

    conceitual, ontolgica, j que possvel estudar os efeitos da conscincia, embora no seja possvel

    estudar sua origem, porque no uma experincia vivida em terceira pessoa [9]. O filsofo Karl

    Popper props um modelo mental no qual a conscincia desempenha papel preponderante, porm

    no fornece explicao ontolgica para a mesma [6]. Os crticos da ideia de construir mquinas

    inteligentes apegam-se dificuldade de se definir conscincia, pela sua prpria natureza, para negar

    11. Ver LARAMATTE. Ensaios de semitica, p. .

    12. BARBOSAeSRVVtYHOLQWHJUDURGLVFUHWRHRFRQWtQXRHPXPPRGHORGHSURGXomRGRULWPRGHIDOD"

    13. BARBOSAeSRVVtYHOLQWHJUDURGLVFUHWRHRFRQWtQXRHPXPPRGHORGHSURGXomRGRULWPRGHIDOD"

    14. LAJOLO$OHLWXUDHPFormao da literatura

    brasileira de Antonio

    Candido.

    15. LAJOLO2VDQ}H]LQKRVIRUDGROXJDU

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 101 12/03/2012 11:08:53

  • METODOLOGIAS DE PESQUISA, COMUNICAO E DIVULGAO CIENTFICA

    102

    a possibilidade de construo de tais mquinas. John Searle afirma ser a conscincia uma capa-

    cidade oriunda de crebros constitudos por neurnios biolgicos, j que os processos cerebrais

    so bio-fsico-qumicos. Seria, portanto, vedada conscincia a crebros de silcio, a no ser que se

    conseguisse reproduzir nestes os mesmos fenmenos bio-fsico-qumicos encontrados nos crebros

    biolgicos [9].16

    6. Um exemplo de especificao a linguagem regular composta por quantidades pares de el-

    ementos a, L = (a2)*, ou usando-se a notao adotada L = (a a)*, cuja especificao fica: Smbolo

    inicial: s; Lista de Smbolos Terminais: (a); Lista de Smbolos No-Terminais: (s aa a*); Lista de

    Produes: ((s -> a*) (a* -> () (aa aa a*)) (aa -> a)).17

    7. Em ensaio duplo-cego, com antimoniato de N-metil-glucamina, foram tratados 43 pacientes

    de leishmaniose tegumentar americana (26 da forma cutnea e 17 da forma cutneo-mucosa), com

    doses correspondentes a 14 e 28MG/Kg/dia de antimnio. Apenas quatro pacientes, dois da forma

    cutnea e dois da forma cutneo-mucosa, tratados com a dose menor, no se curaram. Entretanto

    no houve diferena estatstica significante de eficcia entre os dois esquemas.18

    Poderamos colher centenas de outros exemplos, tamanha a diversidade de linguagens no meio acadmico conforme a rea do conhecimento, mas estes so suficientes para o propsito deste tra-balho. A comparao dos excertos ser feita segundo alguns parmetros: a) referncias diretas ou indiretas; b) posio do autor como sujeito no texto e c) uso de termos tcnicos.

    a) Uso de referncias diretas ou indiretas

    As referncias contextualizam o artigo no campo do conhecimento para o qual o autor escreve. Se por um lado demonstram respeito e conhecimento aos trabalhos realizados por outros pesquisa-dores da rea, tambm permitem aos leitores definirem o perfil do autor em virtude do contexto bibliogrfico e, portanto, da linha de pesquisa em que atua.

    Podemos definir dois extremos no uso de referncias vlidas em trabalhos cientficos: as refe-rncias diretas, nas quais citado ou parafraseado um trecho de um determinado texto, e, portan-to, citada a fonte explicitamente, e as referncias indiretas, em que o autor citado na completu-de de sua obra ou no conjunto bibliogrfico dos resultados de alguma de suas pesquisas sem que seja feita aluso a um trecho explcito. sempre necessrio citar a fonte, mas neste caso podemos citar de forma mais generalizada um livro ou vrios textos de referncia sem indicar exatamente o ponto em questo, visto que no um ponto, mas um conjunto deles.

    Existem diversos argumentos em defesa da referenciao direta, mas nem sempre ela reco-mendvel. Antes de mais nada, no entanto, cabe frisar que estes so s extremos entre dois pontos, que as referncias podem ser mais ou menos diretas, mais ou menos explcitas conforme o campo e a inteno do autor. Jamais justifica-se, no entanto, o uso de referncias indiretas para citar tre-chos especficos, pois em tal uso consiste plgio, mesmo que o nome do autor original esteja sendo mencionado no texto.

    16. 52&+$NETO. Uma SURSRVWDGHPpWRGR

    DGDSWDWLYRSDUDDVHOHomRDXWRPiWLFDGHVROXo}HV

    17. 52&+$NETO. Uma SURSRVWDGHPpWRGR

    DGDSWDWLYRSDUDDVHOHomRDXWRPiWLFDGHVROXo}HV

    18. .23.( et al. Tratamento

    GDOHLVKPDQLRVHWHJXPHQWDUDPHULFDQDSHORDQWLPRQLDWRGH1PHWLR

    JOXFDPLQD

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 102 12/03/2012 11:08:54

  • A importncia da escrita acadmica na formao do jovem pesquisador

    103

    Nos exemplos acima, temos referenciao direta em 1 e em 5. Em 2, apesar da quantidade de autores citados, faz-se referenciao indireta, como em 3, pois h uma aluso s obras sem uma especificidade maior. Tambm temos em 5 um exemplo desse tipo de referenciao, no caso do comentrio sobre Karl Popper.

    Note que 1 e 2 so exemplos do mesmo texto, da rea de lingustica, e que 5 da rea de enge-nharia da computao, ambos com exemplos dos dois tipos de referenciao. Isso possvel porque no o campo cientfico que vai validar um ou outro tipo de referenciao, mas o objetivo e o con-texto de sua utilizao. Ambos so vlidos num texto cientfico, desde que usados corretamente.

    Basicamente, trata-se da premissa bsica de que a cincia feita histrica e coletivamente: a adivinhao no um mtodo vlido em cincia. A semitica primorosa ao cuidar da con-textualizao: admite que todo texto produzido num contexto, mas que, como um contexto sempre leva a outro, em modo contnuo e infinito, imprescindvel fazer um recorte, explicitando o contexto direto com que estamos lidando.19 Assim, ao se escrever, por exemplo, um artigo de lgebra linear, mesmo que no seja possvel negar que o texto conversa com toda a lgebra linear e mesmo com o conhecimento matemtico como um todo, necessrio delimitar os interlocutores diretos para: 1) validar o conhecimento produzido naquele texto em particular e 2) indicar a linha evolutiva em que esse conhecimento se situa.

    Finalmente, a despeito do que gostaria a ABNT, as normas desta no so as nicas. Nestes exem-plos mesmo vemos uma citao do tipo (Barbosa, 2001) e outra do tipo [9]. bastante comum que revistas de diferentes campos do conhecimento adotem diferentes normas de formatao, e respeitar essas normas uma forma de insero na rea que no deve ser desprezada. Seguir a norma padronizar o texto tornando sua leitura mais fcil para os especialistas de cada rea.

    b) Posio do autor como sujeito no texto

    Existem diversos recursos textuais que permitem ao autor colocar-se no texto de forma direta ou difusa. Para o texto cientfico, configura quase uma premissa o autor afirmar-se fora do texto, ou seja, no foi o autor quem disse, mas as provas, outros autores mais conceituados etc. Isso, que parece ser bvio, no uma regra geral e talvez seja uma das mais importantes diferenas entre as reas de exatas e as de humanas. Antes de entrarmos nessa diferenciao, cabe discutir rapidamente algumas dessas estratgias discursivas: pessoas, figuras e objetividade.

    O uso da primeira pessoa do singular j foi proibido em textos cientficos, pois, cone de subjetividade, a estratgia pela qual o texto simula uma completa integrao entre o narrador do texto e o autor propriamente dito. Essa integrao, se por um lado personifica o autor no texto, por outro lado produz um efeito de que o dito est sendo dito por uma pessoa, uma opinio, no uma afirmao isenta de intenes e/ou tendncias.

    Dito assim, possvel concluir que qualquer texto pode ser objetivo, bastando para isso usar a terceira pessoa. No uma concluso totalmente desconexa: a verdade de um texto sempre um efeito de sentido. A escolha da primeira ou da terceira pessoa nada mais do que a escolha do efeito

    19. LARAMATTE. Ensaios de semitica, p. .

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 103 12/03/2012 11:08:54

  • METODOLOGIAS DE PESQUISA, COMUNICAO E DIVULGAO CIENTFICA

    104

    de sentido que se quer produzir. No porque um texto est bem escrito que ele verdadeiro, muito menos o simples uso da terceira pessoa garante isso.

    Em primeiro lugar, h que se admitir que o uso da primeira pessoa do singular num texto cientfico implica um afrontamento, maior ou menor conforme a rea do conhecimento. Afron-tamento porque o sujeito coloca-se como um ser nico frente diversidade dos pesquisadores da rea. Colocao tanto mais problemtica quanto menos esperada.

    Nas exatas, , na grande maioria dos casos, uma estratgia pouco eficiente, j que o prprio nome exatas indica que o conhecimento, dentro dessa perspectiva, existe independentemente de quem o produziu. Implica mesmo uma certa arrogncia desnecessria e pouco producente dizer em primeira pessoa o que qualquer um poderia ter dito; somente foi, naquelas circunstncias e na melhor das hipteses, dito primeiro por aquele autor. As biolgicas seguem de perto esse princpio, no que concerne escrita. Nossos exemplos 5 e 6 (engenharia da computao) e 7 (cincias mdi-cas) seguem risca esse princpio.

    J as humanas trabalham com outra perspectiva: o conhecimento produzido pelo homem, portanto dependente, sim, dos pensamentos dos sujeitos que o constroem. Mesmo assim, no se trata de adivinhao ou daquilo que, num portugus brasileiro que aceita anglicanismos, gosta-mos de chamar de insights: o conhecimento humano vlido construdo a partir de e para outros conhecimentos humanos cientficos vlidos. O uso da primeira pessoa do singular bem mais comum do que nas exatas ou biolgicas, mas requer muito mais cuidado na escrita cientfica do que o uso da terceira pessoa. Opta-se, com frequncia, pelo uso da primeira pessoa do plural, muito mais afeito a essa concepo coletiva da construo do conhecimento e, ao mesmo tempo, bastante apropriada quando se inclui o autor como cientista. Isso vlido, inclusive, para o jovem pesquisador. Enquanto o uso da primeira pessoa do singular poderia causar o efeito de afronta-mento, o uso da primeira pessoa do plural provoca o efeito de sentido de incluso, desejvel em qualquer texto cientfico.

    Contudo, nenhum dos textos de humanas citados acima (1 a 4) utiliza a primeira pessoa do singular. Todos os quatro buscam construir um conhecimento vlido na rea, mas interessante notar que o que os textos 1 e 2 chamam de conhecimento vlido na rea no semelhante ao que os textos 3 e 4 admitem como tal. Os primeiros pertencem a uma classe de textos cientficos das humanas que buscam em bases positivistas no estritas, com forte possibilidade de integrao com conhecimentos de exatas e biolgicas, a definio do que seja vlido, enquanto os textos 3 e 4 prescindem desse horizonte quase ou pretensamente ntico para delimitar a validade da cincia dentro dos limites da linguagem, ou seja, da cincia como representao lingustica e, portanto, humana do mundo.

    A variedade de estilos dentro do que se costuma chamar de gneros cientficos ou acadmicos nas humanas , portanto, muito maior. Nos textos acima, o que faz com que o texto 3 seja um exemplo de subjetividade explcita no a pessoa (afinal, o texto est escrito em terceira pessoa), mas as figuras de linguagem, a permisso para brincar com o sentido das palavras de forma quase potica, como em o procedimento torna-se ainda mais saboroso e sugestivo. O procedimento a

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 104 12/03/2012 11:08:54

  • A importncia da escrita acadmica na formao do jovem pesquisador

    105

    que se refere a autora um procedimento lingustico, discursivo, portanto no poderia ser chama-do de saboroso no sentido de gostoso (paladar), o que nos leva a ler, nesse texto, uma aluso ao prazer da leitura do texto que a autora analisa. Prazer de quem? Prazer do leitor? No, a autora explicita: est compartilhando o prazer que ela prpria sente. Mesmo escrevendo na terceira pessoa, essa e outras estratgias discursivas textualizam o autor, provocando o efeito de sentido de personificao do autor no texto. Note que a autora no precisa, de fato, sentir prazer algum na leitura analisada para escrever isso, portanto a autora em si sempre estar inacessvel para o leitor do texto que ela produziu.

    Finalmente, a objetividade, pelo que foi dito at aqui, tambm um efeito de sentido produ-zido no texto. importante que textos cientficos sejam escritos buscando-se um efeito de sentido de objetividade mesmo quando o autor, com a permisso da rea para a qual escreve, elege formas mais subjetivas de escrita. A construo do efeito de sentido de objetividade no texto cientfico altamente dependente da rea.

    Para o jovem pesquisador, muito importante observar quais so as estratgias discursivas recorrentes na sua rea para produzir textos adequados e aceitveis em seu meio. Mesmo na lite-ratura e na filosofia, em que bastante comum o uso de figuras de linguagem e de figurativizao no apelo a exemplos semnticos concretos para explicar fenmenos abstratos da linguagem e do Homem, um texto cientfico no se confunde com um texto de fico, e, portanto, caso prescinda de estratgias diretas para construo do sentido de objetividade, como seriam o uso da terceira pessoa e a ausncia de figuras de linguagem e opinies explcitas, deve-se buscar outras estratgias para obter esse efeito de objetividade, como referncias diretas e indiretas.

    c) Terminologia

    Metalinguagem em alguns casos, jargo cientfico em outros, os termos tcnicos de cada rea so ferramentas na construo do conhecimento especfico. Nenhum texto cientfico consegue evitar completamente o uso dessa terminologia sem comprometer com maior ou menor intensidade o resultado esperado.

    No presente captulo, por exemplo, fizemos uso de uma terminologia semitica altamente metalingustica, sem, no entanto, dar maior destaque especificidade cientfica dos termos. Essa estratgia de no focalizao na teoria torna o texto mais facilmente legvel por pesquisadores de outras reas, mas pode criar embaraos ao permitir uma leitura mais ampla e menos especfica dos termos. Evitou-se, por exemplo, falar em isotopias quando foi citada a figurativizao.20 Evitou--se falar em enunciao enunciada, termo tcnico que foi parafraseado em textualizar o autor.21 Esse tipo de estratgia de evitar a terminologia vlido em algumas situaes, como esta, em que o pblico-alvo interdisciplinar, mas na maioria dos textos cientficos poderia denotar, para o leitor especialista, um desconhecimento da teoria em si.

    Por outro lado, o simples uso dos termos tcnicos no suficiente: necessrio conhecer pro-fundamente o significado do termo para a rea do conhecimento em questo a fim de no utilizar

    20. LARAMATTE. Ensaios de VHPLyWLFDS6982.

    21. LARAMATTE. Ensaios de VHPLyWLFDS115128.

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 105 12/03/2012 11:08:54

  • METODOLOGIAS DE PESQUISA, COMUNICAO E DIVULGAO CIENTFICA

    106

    a terminologia de forma inadequada, correndo o risco de produzir, inclusive, um texto sem sentido para o especialista. Se o texto vai para uma revista cientfica de uma rea especfica, o pblico-alvo o conjunto dos especialistas nessa rea, portanto para eles que o texto deve ser redigido.

    Textos mais tericos so muito mais rgidos em relao ao no parafraseamento de termos tcnicos do que textos que aplicam a teoria, e essa diferena notvel em qualquer rea do conhe-cimento.

    Nos exemplos acima, possvel notar, j na primeira leitura, quatro distintas terminologias:

    t Fontica acstica (textos 1 e 2): a terminologia da rea inclui tanto termos especficos quanto termos das reas com as quais interage, como a fsica acstica e a fisiologia;

    t literatura (textos 3 e 4): apesar de a linguagem aparentar uma certa coloquialidade, faz refe-rncias, com termos como epistemolgicos e ideolgicos, a estudos de epistemologia, enquanto a figura mais um termo especfico da Teoria Literria, no podendo se confundir com o que seja, por exemplo, figura para a semitica ou figura no sentido coloquial; note que a dificuldade de percepo da terminologia to mais difcil quanto mais longe do horizonte idealizado da escrita cientfica das exatas;

    t engenharia da computao (textos 5 e 6): o primeiro texto, que faz parte de uma introduo, mais generalista e busca manter dilogo com outros campos do conhecimento, por isso utiliza menos termos tcnicos que o segundo, que pontua uma questo terica especfica;

    t medicina (texto 7): assim como na fontica acstica, a terminologia usada tanto contm ter-mos especficos da rea quanto termos de reas afins, como a farmcia e a qumica.

    , portanto, fundamental para o jovem pesquisador a compreenso e assimilao da terminolo-gia de sua rea, a fim de manter um dilogo apropriado com seus pares. Saber o que dizer e o que exatamente significam os termos que usou imprescindvel para manter um dilogo com seus pares.

    Concluso

    Neste nosso trabalho, focalizamos tpicos e especificidades do letramento acadmico dando especial destaque aqui para o artigo cientfico o qual precisa ser tpico de discusso mais por-menorizada e muito mais abrangente. Apresentamos inicialmente o suporte terico dos Novos Estudos do Letramento associado aos nossos objetivos representados pela escrita de lcus acad-mico, as caractersticas desta linguagem, sua adequao, sua relevncia e a relao do pesquisador com o que se faz na rea e com o que tem sido publicado. Frente a todas essas discusses, v-se que, embora a escrita dentro das instituies de ensino seja ainda bastante especfica, ela mantm, guardando-se as devidas propores, uma relao direta com os domnios do letramento social, construdos a partir da tica na pesquisa, da disposio de se entregar pesquisa frente aos desafios de se fazer cincia nos dias de hoje.

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 106 12/03/2012 11:08:55

  • A importncia da escrita acadmica na formao do jovem pesquisador

    107

    Buscou-se tambm, neste captulo, discutir algumas estratgias discursivas relacionadas com o fazer cientfico conforme a rea do conhecimento e a importncia de cada uma dessas estratgias na formao do jovem pesquisador: saber escrever para seus pares o principal meio de obter reco-nhecimento em sua rea. Esse domnio da escrita requer prtica, muita leitura de textos da rea e conhecimentos de linguagem formal, os quais podem advir da experincia ou serem aprendidos em disciplinas especficas. Mesmo quando o autor, dentro dos limites permitidos pelo gnero textual acadmico especfico de sua rea, usa a linguagem de forma mais flexvel, esse uso deve corresponder s expectativas de seus pares, a fim de no soar como insuficincia no que diz respeito capacidade de escrever.

    por meio da escrita que o jovem pesquisador consegue mostrar proficincia na rea em termos de conhecimento dos avanos j realizados e reconhecidos por outros pesquisadores, em termos da histria do conhecimento no campo especfico em que trabalha, bem como em termos do conhecimento especfico da rea como um construto epistemolgico coerente.

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 107 12/03/2012 11:08:55

  • METODOLOGIAS DE PESQUISA, COMUNICAO E DIVULGAO CIENTFICA

    108

    Referncias

    BARBOSA, Plnio Almeida. possvel integrar o discreto e o contnuo em um modelo de produo do ritmo de fala? Cadernos de Estudos Lingsticos, Campinas, v. 40, p. 29-38, 2001.

    BUZATO, Marcelo El Khouri. Letramento e incluso: do estado-nao era das TIC. D.E.L.T.A., So Paulo, v. 25, n. 1, p. 1-38, 2009.

    FISHER, Adriana. Letramento acadmico: uma perspectiva portuguesa. Revista Acta Scientiarum, Maring, v. 30, n. 2, p. 177-187, jul.-dez. 2008.

    FREIRE, Paulo. Educao como prtica de liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

    GONALVES, Adair Vieira; BARROS, Eliana Merlin Deganutti de. Planejamento sequenciado da aprendizagem: modelos e sequncias didticas. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 13, n. 1, p. 37-69, jan.-jun. 2010. Disponvel em: . Acesso em: 22 ago. 2011.

    HAMILTON, Mary. Sustainable Literacies and the Ecology of Lifelong Learning. In: HARRISON, R. et al. (Ed.). Supporting Lifelong Learning: Perspectives on Learning. London: e Open University; New York: Routledge, 2002. p. 176-187. Disponvel em: . Acesso em: 12 set. 2011.

    HEALTH, Shirley Brice. Ways with Words: Language, Life and Work in Communities and Classrooms. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1983.

    KLEIMAN, Angela B. Modelos de letramento e as prticas de alfabetizao na escola. In: ______ (Org.). Os signicados do letramento. Campinas: Mercado de Letras, 1995. p. 15-61.

    KLEIMAN, Angela B. O processo de aculturao pela escrita: ensino da forma ou aprendizagem da funo? In: KLEIMAN, Angela B.; SIGNORINI, I. (Org.). O ensino e a formao do professor: alfabetizao de jovens e adultos. Porto Alegre: ArtMed, 2000. p. 223-243.

    KLEIMAN, Angela B. Letramento e formao do professor: quais as prticas e exigncias no local de trabalho? In: ______ (Org.). A formao do professor: perspectivas da lingstica aplicada. Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 39-68.

    KLEIMAN, Angela B. Leitura e prtica social no desenvolvimento de competncias no ensino mdio. In: BUNZEN, Clecio; MENDONA, Mrcia (Org.). Portugus no ensino mdio e formao do professor. So Paulo: Parbola Editorial, 2006. p. 23-36.

    KLEIMAN, Angela B. Preciso ensinar o letramento? No basta ensinar a ler e escrever? Campinas: Ceel Unicamp; MEC, 2005.

    KLEIMAN, Angela B. Os estudos de letramento e a formao do professor de lngua materna. Linguagem em (Dis)curso, Tubaro, v. 8, p. 487-517, set.-dez. 2008. Disponivel em: . Acesso em: 14 dez. 2011.

    KOPKE, Lus Fernando Figueiredo et al. Tratamento da leishmaniose tegumentar americana pelo antimoniato de N-metio-glucamina: estudo duplo-cego com doses de 14 mg/Kg/dia e 28 mg/Kg/dia de antimnio. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 66, n. 2, p. 87-94, mar.-abr. 1991. Disponvel em: . Acesso em: 22 ago. 2011.

    LAJOLO, Marisa. Os anezinhos fora do lugar. Remate de Males, Campinas, n. 22, p. 166-180, 2002.

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 108 12/03/2012 11:08:55

  • A importncia da escrita acadmica na formao do jovem pesquisador

    109

    LAJOLO, Marisa. A leitura em Formao da literatura brasileira de Antonio Candido. Desenredo, Passo Fundo, v. 1, n. 1, p. 75-90, jan.-jun. 2005.

    LARA, Glucia Muniz Proena; MATTE, Ana Cristina Fricke. Ensaios de semitica: aprendendo com o texto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

    MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lilia Santos. Resenha. So Paulo: Parbola Editorial, 2004.

    MARINHO, Marildes; CARVALHO, Gilcinei Teodoro (Org.). Cultura escrita e letramento. Belo Horizonte: Ceale; FaE: Editora UFMG, 2010.

    ROCHA, Ricardo Luis de Azevedo da; NETO, Joo Jos. Uma proposta de mtodo adaptativo para a seleo automtica de solues. In: INTERNATIONAL CONGRESS ON INFORMATION ENGINEERING, 6, 2000, Buenos Aires. Proceedings of ICIE Y2K Congress. Buenos Aires: Computer Science Department, University of Buenos Aires, 2000. p. 1-15. CD-ROM.

    ROJO, Roxane. Concepo de leitor e produtor de textos nos PCNs: Ler melhor do que estudar. In: FREITAS, Maria Teresa de Assuno; COSTA, Srgio Roberto (Org.). Leitura e escrita na formao de professores. So Paulo: Musa; Juiz de Fora, Editora UFJF, 2002. p. 31-52.

    ROJO, Roxane. Letramentos mltiplos, escola e incluso social. So Paulo: Parbola, 2009.

    SOARES, Magda Becker. Letramento: um tema de trs gneros. Belo Horizonte: Autntica, 2003.

    STREET, Brian V. Literacy in eory and Practice. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1984.

    STREET, Brian V. Literacy practices and literacy myths. In: SALJO, Roger (Ed.). e Written world: Studies in Literate ought and Action. Berlim; Nova Iorque: Springer, 1988.

    STREET, Brian V. Introduction: the New Literacy Studies. In: ______ (Org). Cross-Cultural Approaches to Literacy. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1993. p. 1-21.

    TERZI, Sylvia Bueno. A construo do currculo nos cursos de letramento de jovens e adultos no escolarizados. 2006. Disponvel em: . Acesso em: 2 ago. 2011.

    TINOCO, Glcia Marili Azevedo de Medeiros. Linguagem escrita como instrumento de legitimao de cidadania. In: SOARES, Maria Elias (Org.). Pesquisas em lingstica e literatura: descrio, aplicao, ensino. Fortaleza: Universidade Federal do Cear. Programa de Ps-Graduao em Lingstica, Grupo de Estudos Lingsticos do Nordeste, 2006. p. 419-422.

    TINOCO, Glcia Marili Azevedo de Medeiros. Projetos de ensino como alternativa didtica de articulao entre saberes acadmicos e saberes experenciais de professores em formao. Revista do GELNE Grupo de Estudos Lingsticos do Nordeste, Joo Pessoa, v. 8, n. 1-2, p. 191-206, 2006.

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 109 12/03/2012 11:08:56

  • METODOLOGIAS DE PESQUISA, COMUNICAO E DIVULGAO CIENTFICA

    110

    Ana Cristina Fricke Matte doutora em Semitica e Lingustica pela USP e graduada em Msica pela

    Unicamp. Professora da UFMG, lder do grupo de pesquisa Texto Livre: Semitica e Tecnologia e editora da

    revista Texto Livre. Atua na rea de Lingustica Aplicada, com nfase em semitica, na linha interdisciplinar

    de linguagem e tecnologia. Temas recorrentes em seu trabalho: Semitica; Software livre; e Cultura livre.

    E-mail: [email protected]

    Adelma Lucia de Oliveira Silva Arajo doutoranda em Lingustica Aplicada na linha de Linguagem e

    Tecnologia e mestre em Lingustica pela UFMG e graduada em Letras pela UFOP. professora-orientadora

    do Curso de Especializao Mdias em Educao da SEED/MEC/UFOP. Suas pesquisas se concentram nas

    seguintes reas: Fontica e Fonologia; Alfabetizao; Educao de jovens e adultos; Letramento digital,

    presencial e a distncia; Formao de professores nas novas tecnologias; Comunicao; e Informao.

    E-mail: [email protected]

    Educao cientfica e cidadania CS 5.5.indd 110 12/03/2012 11:08:56