Escolas Literárias - Barroco - Seiscentismo

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Barroco

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Barroco

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Características gerais Ocorreu no século 16/17 – Pode ser

chamado de seiscentismo. Primeiras manifestações artísticas

brasileiras. Grande influência europeia. Trata, principalmente, do conflito

ideológico entre o sagrado/ terreno e o medo constante da morte.

Participação ativa da igreja.“O homem se vê colocado entre o céu e a terra, consciente de sua grandeza mas atormentado pela ideia de pecado e, nesse dilema, busca a salvação de forma angustiada. ”

Vaidade, Domenico Piola.

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Contexto histórico Contrarreforma e Reforma Protestante.O Concílio de Trento realizou várias reformas na igreja e dividiu o cristianismo em protestantes e católicos.Nos Estados protestantes, o racionalismo, a curiosidade científica e a liberdade de pensamento eram estimuladas. Já nos Estados católicos, ocorreu um movimento chamado contrarreforma, no qual a igreja proibia esses “novos pensamentos”, os julgava hereges (iam contra os dogmas católicos) e encaminhava para o Tribunal da Santa Inquisição.O clima era de muita repressão e essa situação contraditória resultou em um movimento artístico que expressava também atitudes contraditórias do artista em face do mundo, da vida, dos sentimentos e de si mesmo.

Martinho Lutero

Papa Gregório IX

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Temas frequentes Antropocentrismo (Valorização do homem) VS Teocentrismo (Deus no

centro de tudo). Morte. Efemeridade da vida. Aflição/ Medo/ Arrependimento. Erotismo/ Sexo/ Profano. Castigo/ Apelo à religião. Mistério. Tempo. Paixões irracionais. Tragédias. Ideias contraditórias. (Antíteses e Paradoxos) Cultismo (jogo de palavras) e Conceptismo (jogo de ideias).

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Arte barroca Procurou captar a realidade em movimento. Pinturas com cores fortes, contraste e jogo de

sombra e luz. Embelezamento dos interiores. Uso de materiais nobres, como o ouro, para causar

admiração. No Brasil, ocorreu principalmente em Minas Gerais,

no período do ouro. O artista que mais contribuiu foi o Aleijadinho, era escultor e arquiteto.

A última ceia, Aleijadinho.

Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Recife (PE).

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Barroco no Brasil

Foi introduzido pelos jesuítas e tinha apenas o objetivo de catequese. (“Ensinar o caminho da religiosidade e da moral a uma população que vivia desregradamente”)

Ainda não havia um público leitor, nem uma literatura genuinamente brasileira. Tudo que foi escrito, baseava – se nos costumes estrangeiros (português e espanhol), por isso, não pode ser considerado um movimento literário propriamente dito.

Autores:Gregório de Matos (Boca do inferno): Escritor de poemas eróticos, religiosos e satíricos.Pe. Antônio Vieira: Escrevia textos sobre sermões e sátiras.

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Soneto a Nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,Da vossa alta clemência me despido;Porque quanto mais tenho delinquidoVos tem a perdoar mais empenhado.

Se basta a voz irar tanto pecado,A abrandar-vos sobeja um só gemido:Que a mesma culpa que vos há ofendido,Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobradaGlória tal e prazer tão repentinoVos deu, como afirmais na sacra história.

Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Necessidades Forçosas da Natureza Humana

Descarto-me da tronga, que me chupa,Corro por um conchego todo o mapa,O ar da feia me arrebata a capa,O gadanho da limpa até a garupa.Busco uma freira, que me desemtupaA via, que o desuso às vezes tapa,Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.Que hei de fazer, se sou de boa cepa,E na hora de ver repleta a tripa,Darei por quem mo vase toda Europa?Amigo, quem se alimpa da carepa,Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,Ou faz da mão sua cachopa.

Gregório de MatosReligião VS Erotismo

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Sermão da Sexágésima - Pe. Antônio Vieira.

O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia. Para ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo pregador. Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano terrreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não cumprem direito a sua função. Leia um trecho do sermão:

Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...)