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VIAGENS DOS LIVROS VIAGEM AO EGIPTO Número Especial: (da Escola e... da Casa para Todos!) ESCOLA JI/1º CICLO DO CASALINHO DA AJUDA Agrupamento de Escolas Francisco Arruda O Casalinho

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VIAGENS DOS LIVROS

VIAGEM AO EGIPTO

Número Especial:

(da Escola e... da Casa para Todos!)

ESCOLA JI/1º CICLO DO CASALINHO DA AJUDA Agrupamento de Escolas Francisco Arruda

O Casalinho

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VIAGENS DOS LIVROS

VIAGEM AO EGIPTO *

ACTIVIDADE DOS COLABORADORES /VOLUNTÁRIOS

DA LIGA PORTUGUESA DIREITOS HUMANOS – CIVITAS,

NA ESCOLA DE 1º CICLO DO CASALINHO DA AJUDA

2 ª Feira, Dia da História e

Geografia

a)

3ª Feira, Dia da Literatura Tra-

dicional (narrativa e

poesia) b)

4ª Feira, Dia da Língua

Escrita

c)

5ª Feira, Dia da Gastronomia, da Música, da Dança e dos

Jogos d)

6ª Feira, Dia da Mito-logia e Arquitectura

e)

1. Visita à

exposição de livros, mapas, globos, pos-ters, objec-

tos… O Rio Nilo e a Barragem de

Assuão

2.Visionamento de videogra-

ma… para localização e

descoberta do Egipto

3.Construção de um deserto

1.Filme Ali- Babá e os 40 Ladrões, (desenho anima-

do)

2.Construção de uma jóia para

colocar na caver-na

3.Recriação de uma passagem do conto, com apren-

dizagem da expressão “Abre-te Sésamo”, em

egípcio

1.Powerpoint

sobre a escrita no passado

O trabalho dos escribas

Observação de alguns hierógli-fos Comparação de actuais gra-femas egípcios com os grafe-mas latinos

Champollion e a descoberta da Pedra da Rose-

ta

2. Escrita de uma frase em

árabe

3. Início da construção de um dicionário ilustrado de

palavras egíp-cias

(com imagens pré-

seleccionadas de animais,

alimentos, casa, vestuário,

transportes)

1.Mostra de ali-

mentos mais usados no Egipto

2. Música e dança (no polivalente)

3. Jogos matemá-ticos;

powerpoint sobre numeração árabe

1.Filme Tutankamon (desenho animado)

2. Construção de uma pirâmide (dobragem)

3.Mitos do Egipto Antigo

As pirâmides e os faraós

As múmias e o culto dos mortos no Antigo Egipto

Os deuses Osísris, Isís e

Horus…

Gastronomia do Egipto com o

apoio da Embai-xada

Jogos tradicio-nais do Egipto

Inglês: Historia do Colar da Rainha

Nefertiti

Música do Egipto

Apoio

Expressão Plás-tica:

Desenhos do Antigo Egipto

AFD/Dança

Música /Dança

Música e dança tradicional

Visita ao Museu de

Arqueologia para ver a sala do Egipto

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Egipto Antigo

O Egipto apareceu há [cerca de] 2 650 a.C.

(trabalho 4º ano)

Situa-se no Médio oriente, no continente africano

e cresceu à volta do Rio Nilo

(trabalho 4º ano)

A Fuga para o Egipto

«Maria e José fugiram da Judeia para o Egipto

com o menino Jesus para o rei Herodes não o matar. Foram num burrinho pelo deserto e lá ficaram até à morte do rei Herodes.»

(Sandro, 4º ano)

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Deuses

Os egípcios tinham animais de estimação que eram associados a certos deuses.

(trabalho 4º ano)

O gato era o animal preferido dos egípcios

(trabalho 4º ano)

Os egípcios imaginavam que o céu era uma deusa coberta de estrelas.

(trabalho 4º ano)

Acreditavam que depois de morrerem viajariam para outro mundo

e viveriam eternamente felizes. (trabalho 4º ano)

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Os Faraós

Os faraós eram muito poderosos.

(trabalho 4º ano)

Os egípcios consideravam-nos deuses-vivos. Os seus túmulos são as famosas pirâmides.

(trabalho 4º ano)

A Vida depois da Morte

Os egípcios acreditavam que a vida depois da morte seria igual à passada por isso mumificavam os mortos e

juntavam-lhes riquezas para levarem para a outra vida.

(trabalho 4º ano)

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Casas do Egipto Antigo

As casas eram construídas em redor de pátios descobertos. Não havia janelas nas paredes exteriores.

A residência de campo de uma família rica assemelhava-se a uma povoação. Todos os lares egípcios, desde os palácios dos reis às casas dos camponeses,

eram construídas de tijolos de lama.

Vestuário

Com os seus Verões quentes os egípcios vestiam, quase sempre, roupas frescas que teciam em casa.

As nobres usavam roupa de tecido transparente, linho real e colares de pedras preciosas. Os pobres usavam roupas de tecido grosseiro.

Estas roupas eram cuidadosamente lavadas porque os egípcios davam muita importância à limpeza.

A moda mudou pouco ao longo da história do Egipto.

Calçado

Andavam quase sempre descalços mas por vezes usavam sandálias.

(trabalho 4º ano)

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Exposição

Porque estava “gira” e tinha coisas verdadeiras daquele sítio.» (Cristiana, 4º ano)

«Porque participei na exposição.» (João, 4º ano)

Sala do Egipto no Museu de Arqueologia

Anúbis

«Gostei de ver o Museu de Arqueologia porque aprendemos coisas incríveis.» (Israel, 4º ano)

«Do Museu de Arqueologia porque vi o ombro de uma múmia.»

(João, 4º ano)

«Do Anúbis. Ensinou-me muitas coisas. Ele tinha cara de cão mas foi giro.»

(Marta Romão, 4º ano)

«Da Sala do Egipto, no Museu de Arqueologia, porque aprendemos muitas coisas sobre o Egipto e o Anúbis apareceu e falámos com ele. E espero voltar ao museu.»

(Luana, 4º ano)

«Da Sala do Egipto no Museu de Arqueologia porque o Anúbis ensinou coisas sobre o Egipto.»

(Vanessa, 4º ano)

«Das múmias porque eram verdadeiras e dos sarcófagos que tinham as múmias lá dentro.»

(Cristiana, 4º ano)

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Jogos tradicionais do Egipto

«Porque joguei ao salto ao eixo e gostei muito.» (Gabriel, 4º ano)

«Porque é diferente e divertido. O salto ao eixo foi muito animado.» (Joaquim, 4º ano)

«Salto ao Eixo porque foi divertido e fixe. Passámos a semana a jogar este jogo e já consigo saltar por cima de uma pessoa em pé.» (Adelmo, 4º ano)

«Gostei de saltar ao eixo porque era divertido. Saltei muitas vezes.» (João, 4º ano)

«Jogos tradicionais do Egipto porque foram muito divertidos.» (Marta Tavares, 4º ano)

Danças tradicionais

«Porque adoro dançar e espero voltar a aprender mais danças tradicionais.»

(Luana, 4º ano)

«Porque são do Egipto.» (Vanessa, 4º ano)

«Dançar, porque é bonito. Gostei da dança. Aprendi muito. [Fiquei] a saber a dança. Era muito lindo. Vi a professora a dançar e com ela aprendi.

Todos gostaram muito da dança principalmente os [alunos] homens do 3º e 4º [anos].»

(Marta Romão, 4º ano) «Danças dos egípcios porque gosto de dançar.»

(Vânia, 4º ano) Porque foi “fixe” dançar e nos ensinou a dançar; dança tradicional porque a música era “fixe”.»

(Adelmo, 4º ano)

«Porque gosto de dançar.» (Marta Tavares, 4º ano)

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O Papiro (trabalho 4º ano)

Os egípcios usavam papiro como papel. O papiro é feito a partir de uma planta que era estendida numa pedra e, depois batida na planta. De tanto baterem saia uma seiva que se transformava em cola e unia as folhas para fazerem o papel.

A Escrita

Os hieróglifos são símbolos que representam ideias ou sons

Casa (hieróglifo) (mocho) o mocho indica o som “m” e a cobra (….) indica o “f”.

Podiam escrever como quisessem: da esquerda para a direita, de cima para baixo, …

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Em demanda da planta do papiro

Ao longo da minha infância e juventude, convivi com as plantas de papiro. Só que, nessa altura, não sabia deste seu valioso

uso… no Egipto Antigo! Conhecia aquelas pequenas sombrinhas verdes, pelo nome de “sombrinhas chinesas”.

(…) Quando começámos a preparar a Viagem ao Egipto, na Escola do Casalinho, pensei logo que havia de arranjar uma planta

dessas, tão importante na história da escrita antiga. Acreditava que os meninos achariam interessante esse conhecimento. (…) Num sábado à tarde, saí com as minhas netas para as levar ao Parque dos Moinhos de Sant’Ana, no Restelo …Mas, antes,

decidi ir investigar no Jardim Botânico da Ajuda! Nada! Não existia tal espécie… Pensei que talvez a encontrasse no Jardim Botânico Tropical…mas as crianças protestaram: - Ó avó, nunca mais chegamos ao Parque!… Realmente, arrancar e estacionar o carro, pôr e tirar cintos de segurança, conversar com a funcionária da recepção … já lá ia uma hora … Abandonei a ideia…

Para minha grande surpresa e alegria…mal entrámos no Parque lá estavam vários tufos de sombrinhas-chinesas!… (…)

À entrada, num placard, havia a indicação: Divisão de Matas da Câmara Municipal de Lisboa. Na segunda- feira, de manhã, pesquisei na Internet as variedades de plantas de papiro. Queria ter a certeza de que as sombrinhas chinesas do Parque eram as mesmas que forneciam a fibra usada pelos escribas. Queria estar segura de não haver erro. Havia, realmente, diversos parentes da mesma família conhecida no Egipto.

(…) Liguei para a mesma telefonista que nos pôs em contacto. Era uma senhora arquitecta que me perguntou se eu sabia o nome

científico, pois pelo nome vulgar de “sombrinhas chinesas” não reconhecia a planta. Depois de tudo esclarecido, disse-me que era possível oferecer dois pés, à Escola do Casalinho. E, para que eles andassem depressa, ainda a tempo de serem vistos pelos alunos, deu-me o contacto do encarregado que orienta os jardineiros. Telefonei várias vezes, fui ao jardim no sábado seguinte, mas sempre desencontrada! Por fim, no dia em que esperávamos os pais e encarregados de educação para visitarem a exposição na Escola do Casalinho, …tocou o telemóvel! Era o senhor tão procurado! Perguntou se eu poderia voltar ao parque, nessa tarde. Mas era impossível, pois esperávamos a chegada dos visitantes, a qualquer momento. Além disso, chovia muito e era importante que o nosso voluntário Gaafar – o arquitecto egípcio responsável pela Viagem ao Egipto- fosse ajudar a recolher a planta. Então, o senhor encarregado combinou que iria avisar o jardineiro de serviço, autorizando-o a dar-me a ambicionada planta!

E assim foi… Quando voltei ao Parque, fui indicar ao jardineiro o que pretendia. Era preciso arrancar dois pés, com um sacho, para virem com a raiz e poderem, um dia, propagar-se no jardim da Escola. Combinei passar lá, na segunda-feira seguinte, levando um vaso, para que as “sombrinhas chinesas” pudessem seguir, comodamente, para outras Viagens ao Egipto! É que esta exposição vai, ela própria, viajar por outras escolas do Agrupamento Francisco Arruda!

Esperamos que mais alunos possam descobrir a maravilhosa civilização que acreditava que a escrita hieroglífica era mesmo uma invenção dos deuses!

Apesar dos muitos passos dados para obter a planta do papiro, estes trabalhos não são comparáveis aos dos Cavaleiros da Távola Redonda…em demanda do Santo Graal!

E já que os meninos vão estudar a Idade Média…aqui fica o desafio! O de saberem que demanda foi essa! (Talvez uma interminável viagem!)

Maria da Conceição Rolo

(Núcleo de Investigação - Acção em Literatura e Literacia da

Liga Portuguesa dos Direitos Humanos - Civitas)

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Narrativas

«Também gostei de ouvir histórias porque nos ensinaram coisas sobre o Egipto.»

(Israel, 4º ano)

«D’ A Fuga para o Egipto.» (Jardel, 4º ano)

«Porque acho que é interessante.» (Sandro, 4º ano)

«Eu gostei de tudo mas do que gostei mais foi da história

de Ali-Babá e os Quarenta Ladrões. Foi muito “gira” e bem resolvida pela filha [mulher] de Ali-Babá.»

(Cristiana, 4º ano)

«Adorei O Nome Secreto de Rá porque adoro mistérios; gosto de adivinhar coisas; é divertido fazer descobertas.»

(Luana, 4º ano)

«Da história O Nome Secreto de Rá porque gosto de adivinhar.»

(Marta Tavares, 4º ano)

«Porque gosto de mistério.» (Vanessa, 4º ano)

«Da história de Rá porque tem mistério.» (Vânia, 4º ano)

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Almoço egípcio

«Porque era bom e a sobremesa era deliciosa.» (Marta Tavares, 4º ano)

«Gostei da comida porque os produtos eram muito bons.» (Sandro, 4º ano)

«Gostei de aprender a receita, no dia da Gastronomia.» (Israel, 4º ano)

«Eu gostei do almoço egípcio porque o cozinheiro fez uma sobremesa muito boa.» (Gabriel, 4º ano)

«Da comida porque era diferente e sabia bem.» (Marta Tavares, 4º ano)

«Gostei do almoço do Egipto porque gostei de experimentar a comida dos egípcios.» (Vânia, 4º ano)

« Gaafar, gostei muito de te conhecer. Ensinaste-me muitas coisas do teu país. Chefe cozinheiro, os seus almoços são maravilhosos. Adorei os sabores fortes.»

(Israel, 4º ano)

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História Antiga

Era uma vez, lá na Judeia, um rei. Feio bicho, de resto:

Uma cara de burro sem cabresto E duas grandes tranças.

A gente olhava, reparava e via Que naquela figura não havia

Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia. Porque um dia,

O malvado, Só por ter o poder de quem é rei

Por não ter coração, Sem mais nem menos,

Mandou matar quantos eram pequenos Nas cidades e aldeias da nação.

Mas, por acaso ou milagre, aconteceu

Que, num burrinho pela areia fora, Fugiu

Daquelas mãos de sangue um pequenito Que o vivo sol da vida acarinhou;

E bastou Esse palmo de sonho

Para encher este mundo de alegria; Para crescer, ser Deus;

E meter no inferno o tal das tranças, Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga

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Não há adolescente que ao estudar o Egipto, na disciplina de

História, não crie o desejo de um dia mais tarde ser arqueólogo,

seduzido pela magia e pelo esplendor dessa cultura, pelos mis-

térios que suscita ou pelos segredos escondidos, características

que estimulam vivamente a curiosidade de saber e o sonho de

um dia visitar e agarrar com o olhar o que foi aprendido.

No dia 14 de Janeiro p.p., tive a oportunidade de assistir

ao trabalho desenvolvido por crianças do Jardim-de-Infância e

do 1º ciclo, do Casalinho da Ajuda, precisamente a propósito

do Egipto. Uma iniciativa do Núcleo de Investigação-Acção

em Literatura e Literacia da Liga Portuguesa de Direitos

Humanos – Civitas, em parceria com o Agrupamento de Esco-

las Francisco Arruda2, activamente organizada e desenvolvida

por voluntários de diferentes origens culturais,3 com o apoio de

educadores e de professores da referida escola, incluindo os

responsáveis pelas Actividades de Enriquecimento Curricular4.

Tendo a aprendizagem da leitura e da escrita como objectivo

central, ali foi programada mais uma Viagem nos Livros.

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Desta vez, uma «Viagem ao Egipto», que duraria uma semana. O

guia foi, como por encanto, um egípcio, jovem arquitecto, que,

partilhou com todos, e essencialmente com as crianças, a história

do seu povo e os seus costumes, dando conta de uma herança

civilizacional

que assim se prolonga.

Em palavras, em desenhos e em esculturas de papel, inte-

grando o trabalho minucioso na feitura de uma múmia, pôde

assistir-se ao interesse, às reacções de espanto e de regozijo, ao

desejo de aprender que todas as crianças manifestaram e cujos

trabalhos por elas elaborados, em conjunto com educadores e

professores, se mostraram numa colorida, bela e riquíssima

exposição, onde também se lembraram os deuses, a escrita hiero-

glífica, a geografia do lugar banhado pelo sagrado Nilo, a nume-

ração simbólica, não faltando o delicioso e perfumado pormenor

dos frutos, das sementes, dos legumes e das especiarias.

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O ponto alto da semana foi, no entanto, o encontro de hospitalidade à

mesa, num almoço confeccionado magistralmente por um cozinheiro

da embaixada do Egipto – Sr Ali Saaad – que regalou, crianças e adul-

tos, com uma ementa de sabores vários, alguns dos quais novidade

para o nosso paladar: sopa de lentilhas amarelas com cominhos,

almôndegas (já nossas conhecidas) envoltas num molho de tomate,

com mais algum segredo, e acompanhadas por massa, grão, lentilhas e

salada, e, por fim, um delicioso bolo folhado polvilhado de canela,

com um recheio de nozes. Não houve água, mas um sublime e belo

sumo de hibisco.

Não tenho a menor dúvida da importância desta experiência

para as crianças, que nela intervieram, agarrando a si próprias as suas

inúmeras descobertas. Um dia mais tarde, reencontrarão o Egipto nos

seus estudos, e sorrir-lhe-ão porque já o visitaram e lembrar-se-ão

com toda a certeza do jovem arquitecto Gaafar Al-Kazzaz que tão

amavelmente os (e nos) acompanhou nessa viagem pelo seu país.

Com encontros fraternos e culturalmente enriquecedores, que

levam crianças e adultos à saudável descoberta dos Outros, será possí-

vel apagar a estafada designação de «choque de civilizações» que

guarda no seu seio aquilo que menos desejamos: o conflito. É para a

paz e para a harmonia universal que todos os homens tendem.

Maria do Carmo Vieira

Co - Coordenadora do Centro de Estudos e Recursos de Literatura e Literacia

No âmbito do Projecto Laço Social, coordenado pela professora Maria da Conceição

Rolo 2 Em consonância com o Projecto Sonhar a Utopia, coordenado pela professora

Maria José Macedo 3 Voluntários portugueses e também estrangeiros, através do Serviço Voluntário

Europeu. Para além do arquitecto egípcio, a Liga-Civitas acolhe uma professora de

Ética lituana, uma artesã francesa e um jornalista espanhol. No ano transacto, rece-

beu dois jovens italianos. 4 Enquadrados pelo Movimento de Intervenção e Educação pela Arte, tendo como

consultor o professor Domingos Morais da Escola Superior de Teatro e Cinema

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Apreciação Global / 3º ano

«Obrigado por tudo: Gostámos muito da exposição e de quase todas as actividades.

Foi bom e divertimo-nos muito. Agradecemos a todosporque aprendemos muito. Esperamos que venham cá mais vezes.»

(Texto Colectivo)

Apreciação Global / 4º ano

«Gostei muito de aprender sobre a cultura do Egipto, dos sabores e do hibisco.»

(João)

«Gostei muito que o Gaafar ensinasse a escrever as letras egípcias

(árabes) e de quando ele contou a história sobre o Egipto. Ele veio de lá para trabalhar em Lisboa.»

(Cristiana)

«Gostei que o Gaafar nos ajudasse a fazer a exposição

e que nos mostrasse a cultura do seu país. Foi uma boa experiência, os sabores do Egipto.»

(Israel)

«Gostei da visita do Gaafar e também que nos ajudasse.»

(Marta Tavares)

«Eu gostei muito de ir ao museu e de ver a múmia

e gostei também da Fuga para o Egipto e da exposição na escola.» (Sandro Guedes)

«Gostei muito do Gaafar e queria agradecer-lhe ter vindo aqui (…)

ajudar-me a montar a exposição.» (Bruno)

«Gostei muito (…) mas não gostei do comer egípcio.

Gostei d’ A Fuga para o Egipto e queria que soubessem que os egípcios comem coisas que não são boas.»

(Marta Romão)

«Gaafar, gostei muito de te conhecer. Ensinaste-me muitas coisas do teu país.

Chefe cozinheiro, os seus almoços são maravilhosos. Adorei os sabores fortes.»

(Israel)

«Gaafar, gostei muito da tua presença na escola porque nos ensinaste muita coisa sobre o Egipto.

Foi divertido! Obrigada!» (Vanessa)

«[Senhor Embaixador], obrigado por ter ajudado

com materiais para a exposição.» (Adelmo)

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VIAGEM AO EGIPTO

ACTIVIDADE DOS COLABORADORES /VOLUNTÁRIOS

DA LIGA PORTUGUESA DIREITOS HUMANOS – CIVITAS,

NA ESCOLA DE 1º CICLO DO CASALINHO DA AJUDA

(…) «a variedade de estímulos (auditivos , visuais, tácteis...) permitiu que todas as crianças encontras-sem, ao menos, uma actividade em que pudes-sem rever-se. Outro dado é que os alunos mais envolvidos na própria preparação gostaram de mais actividades e das actividades mais complexas como

a ida ao Museu, onde tiveram de escutar um guia. É fundamental levar as crianças a justificarem afir-mações. Quando acederem às contagens, hão-de verificar que crianças que dizem não gostar do almoço, num momento, afirmam ter sido da sua pre-ferência noutro. Se elas pensarem no porquê - com a ajuda "maiêutica" dos professores - podem perce-ber melhor as suas sensações. De qualquer modo, esta avaliação é já um exercício reflexivo, de que tanto precisam os meninos...e os portugueses, em geral! É isso que mostram sucessi-vos PISA's...»

MC Rolo, Fev/2010