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MANUAL DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES

CLÍNICASwww.unp.br

ESCOLA DA SAÚDECURSO DE MEDICINA

MANUAL DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS

Natal/RN2017

U58m Universidade Potiguar Manual do Eixo Comunicação e Habilidades Clínicas / Organização de Fernando Antônio Brandão Suassuna et al. – Natal: Edunp, 2017. 28p.

1. Educação superior – Eixo Comunicação e Habilidades Clínicas. I. Suassuna, Fernando Antônio Brandão et al (Org.). II. Título.

RN/UnP/SF CDU 378.016

UNIVERSIDADE POTIGUARAv. Engenheiro Roberto Freire, 2184, Capim Macio

CEP 59082-902 Natal-RN

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Dirigentes da Universidade Potiguar

ReitoraProfª. Mcs. Sâmela Soraya Gomes de Oliveira

Pró-Reitora Acadêmica Profª. Sandra Amaral de Araújo

Direção Escola da SaúdeProfª. Amália Cíntia do Rego

CURSO DE MEDICINADiretor

Prof. Msc. Fernando Antônio Brandão Suassuna

EDITORA UNIVERSIDADEPOTIGUAR - EdUnP

Isabel Cristine Machado de Carvalho e Adriana Evangelista

ApoioSistema Integrado de Bibliotecas –

SIB-UNP

Catalogação na fonte: Maria Isabel Rocha de Lucena – Bibliotecária - CRB/15-413

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MANUAL DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS

Natal/RN2017

Organizadores:

Fernando Antônio Brandão Suassuna Katiane Fernandes Nóbrega

Roberto Luiz Menezes Cabral Fagundes Iana Oliveira e Silva Ribeiro

Renato Serquiz Elias PinheiroThiago Costa de Araújo Dantas

Auzelívia Pastora Rego MedeirosRegina Venturini da Fonseca

Carlos Roberto Bezerra de AraújoFrancisco Alves Bezerra Neto

Paula Adriana Borba RodriguesMaurício Galvão Pereira

Edilmar de Moura SantosPaulo José Faria Carrilho

ESCOLA DA SAÚDE – CURSO DE MEDICINA

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 7

I. ORGANIZAÇÃO DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS ............... 9

II. EMENTAS DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS .................... 13

III. COMPETÊNCIAS DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS ......... 17

IV. ATIVIDADES PRÁTICAS DE ENSINO .............................................................. 21

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MANUAL DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS

APRESENTAÇÃOO Curso de Medicina da Universidade Potiguar (UnP) considera a integração como estratégia

curricular. Em razão disso, apostou na transformação de um modelo de medicina tradicional-mente estruturado em disciplinas fragmentadas e sem correlações e vivências com a clínica no que se refere ao estágio básico, em um modelo capaz de integrar de modo vertical e horizontal conteúdos e práticas, articulando ensino, pesquisa e serviço. Ressalta-se que este trabalho é produto do esforço coletivo do corpo docente do Curso de Medicina, em conjunto com o Grupo de Pesquisa Educação em Saúde, da UnP.

O currículo 2014 adota os conceitos de eixo integrador e blocos de conhecimento com o propósito de promover, longitudinalmente, a integração dos conhecimentos, da 1ª à 8ª séries, e reduzir a fragmentação inerente às disciplinas.

O objetivo desse manual é apresentar a estrutura e normatizar as atividades do eixo Comu-nição e Habilidades Clínicas, dando destaque para as competências de cada bloco de conheci-mento e as fases em que cada bloco se insere na estrutura do eixo.

O Eixo Comunicação tem carga horária de 2020 h/a e está dividido em três fases: 1. Fundamentos da Comunicação Médica,2. Comunicação e Habilidades Médica e 3. Boas Práticas Médicas,

que contemplam onze blocos de conhecimento distribuídos ao longo das oito primeiras séries do curso:

1. Comunicação e Formação do Pensamento Clínico I,2. Comunicação e Formação do Pensamento Clínico II,3. Comunicação e exame clínico diferenciado,4. Comunicação na integralidade,

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5. Raciocínio clínico I,6. Raciocínio clínico II,7. Raciocínio clínico III, 8. Raciocínio clínico IV,9. Medicina Baseada em Evidências I,10. Medicina Baseada em Evidências II,11. Medicina Baseada em Evidências III.

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I. ORGANIZAÇÃO DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS

Os objetivos do Eixo de Comunicação e Habilidades Clínicas são promover a construção de competências relacionadas à utilização de todas as formas de abordagem e de relacionamento do profissional com o paciente, família, comunidade, seus colegas de grupo e de outras áreas profis-sionais, e propiciar o pleno desenvolvimento cognitivo e metacognitivo associado às boas práticas baseadas em evidências.

O eixo se divide em três fases:

Fundamentos da Comunicação Médica - 1ª e 2ª séries

Comunicação e Habilidade Médica - 3ª a 5ª séries

Boas Práticas Médicas - 6a a 8a séries

Comunicação e formação do pensamento clínico I

Comunicação e formação do pensamento clínico II

Comunicação e exame clínico diferenciado

Comunicação na integralidade

Raciocínio clínico I

Medicina Baseada em Evidências I a III

Raciocínio clínico II, III, IV

Figura nº. 1– Fases e blocos do eixo de comunicação e habilidades clínicas

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A primeira fase, intitulada Fundamentos da Comunicação Médica, ocorre nas 1ª e 2ª séries do curso e contempla os blocos de: • O bloco Comunicação e Formação do Pensamento Clínico I explora o processo de co-

municação médico-paciente de forma crítica e reflexiva, onde o aluno aprende a fazer uma anamnese e a desenvolver habilidades para uma escuta ativa. De forma mais detalhada, ele aborda as formas de conhecimento, a comunicação médico-paciente, competência cultural, a relação de alteridade, discute os sistemas de representação aplicados às questões mé-dicas, uso da linguagem médica, termos médicos de origem grega e latina e construção de narrativas. Introduz o conceito e a proposta da comunicação médica centrada na pessoa, apresenta os tipos de paciente, elementos iniciais da anamnese; orienta como dar más notí-cias, discute os fundamentos do pensamento crítico na construção do raciocínio médico e as características gerais do método científico e, por fim, aborda os elementos da comunicação médico-seus pares.

• Comunicação e Formação do Pensamento Clínico II aborda o exame clínico do paciente sadio. Aprofunda as técnicas de comunicação médico-paciente, aborda os aspectos éticos e introduz os aspectos psicodinâmicos da relação, aprofunda o estudo dos elementos que com-põem a história clínica, faz treinamento em exploração da história clínica, aborda os sinais vitais e o exame físico em indivíduo sadio; realiza o estudo do exame físico dos aparelhos digestório, respiratório, cardíaco e neurológico.

A segunda fase diz respeito à Comunicação e Habilidade Médica e se estende pela 3ª, 4ª e 5ª séries. Abrange três blocos de conhecimento:• Comunicação e Exame Clínico Diferenciado aborda o exame clínico especializado, a abor-

dagem clínica na criança, no idoso, no paciente neurológico e psiquiátrico e foca na semiologia em ortopedia e reumatologia.

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• Comunicação na Integralidade abarca os sinais e sintomas, o estudo das principais síndromes em Medicina Clínica, discute febre, tosse e dispneia, cefaleias, anemia, diar-reia, icterícia; enfoca a semiologia da dor e, por fim, trata das síndromes hemorrágicas, edema e ascite.

• Raciocínio Clínico I introduz os princípios básicos do raciocínio clínico retomando as questões teóricas colocadas no bloco de Comunicação e Formação do Pensamento Clínico I e os conteú-dos epidemiológicos e bioestatísticos tratados nos blocos de Atenção Integral à Saúde I, II e III. Além disso, esse bloco estabelece as correlações clínico-patológicas.

A terceira fase corresponde às Boas Práticas Médicas, ocorre nas 6ª, 7ª e 8ª séries e abarca os seguintes blocos de conhecimentos:• Raciocínio Clínico II aborda as técnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de

decisões em sessões clínico-patológicas referentes às doenças do sistema digestório, respira-tório, circulatório e excretor.

• Raciocínio Clínico III trata das técnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de decisões em sessões clínico-patológicas referentes às doenças neuroendócrinas, oftalmológi-cas, otorrinolaringológicas, dermatológicas, psiquiátricas e osteoarticulares.

• Medicina Baseada em Evidências I compreende o estudo de protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças do sistema digestório, respiratório, circulatório e excretor.

• Medicina Baseada em Evidências II se volta para o estudo dos protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças neuroendócrinas, oftalmológicas, otorrinolaringológicas, dermatológicas, psiquiátricas e osteoarticulares .

• Medicina Baseada em Evidências III aborda o estudo de protocolos de diagnóstico e trata-mento das principais doenças ginecológicas, obstétricas e pediátricas.

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Nas primeiras quatro séries do curso, desenvolve-se todo estudo da Semiologia Médica, de tal modo que na 5ª série, o aluno encontra-se plenamente apto a desenvolver atividades clínicas e em condições de iniciar o estudo e a prática do raciocínio clínico, de forma gradativa, até a 8ª série.

Nas últimas séries deste eixo, 6ª, 7ªe 8ª, ocorre o aprofundamento dos blocos de Raciocínio Clínico II e III no que diz respeito às técnicas de raciocínio para o diagnóstico e tomada de decisões em diferentes tipos de sessões clínico-patológicas. No conjunto, são ofertados os blocos referentes à Medicina Baseada em Evidências, que se dedicam ao estudo dos protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças que acometem a população brasileira.

Por fim, o Eixo de Comunicação e Habilidades Clínicas está alinhado com o Eixo biomédico e o Eixo da Atenção Integral à Saúde.

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II. EMENTAS DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS

1ª série

COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO DO PENSAMENTO CLÍNICO I EMENTAFormas de conhecimento. Comunicação médico-paciente. Alteridade. Competência cultural. Sis-temas de representação. Ideologia. Linguagem médica. Termos médicos de origem grega e latina. Comunicação médica centrada na pessoa. Tipos de Pacientes. Comunicação de más notícias. Pen-samento crítico na construção do raciocínio médico. Comunicação médico-seus pares. Caracterís-ticas gerais do método científico. Argumentação e os tipos de raciocínio: indutivo, dedutivo, hipo-tético-dedutivo. Construção de narrativas com identificação do paciente, queixa principal, historia da doença atual, historia fisiologica e morbida pregressa e estrutura familiar.

2ª série

COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO DO PENSAMENTO CLÍNICO IIEMENTAAprofundamentos das técnicas de Comunicação Médico-Paciente. Abordagem dos aspectos éticos da relação médico paciente. Introdução dos aspectos psicodinâmicos da relação médico-paciente. Aprofundamento de estudo dos elementos que compõem a história clínica. Treinamento em ex-

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ploração da história clínica. Estudo dos sinais vitais. Estudo do exame físico em indivíduo sadio. Estudo do exame físico dos aparelhos digestório, respiratório, neurológico e cardíaco. Treinamento em exame físico do indivíduo normal.

3ª série

COMUNICÃO E EXAME CLINICO DIFERENCIADO EMENTAAvaliação do paciente, suas queixas, sinais e sintomas. Anamnese e Exame físico geral e específico das grandes síndromes pulmonares, gastrointestinal, cardiocirculatório, neurológico e locomotor. Sinais vitais.

4ª série

COMUNICACÃO NA INTEGRALIDADE EMENTASinais e sintomas. Estudo das Principais Síndromes em Medicina Clínica. Febre. Febre de origem in-determinada. Tosse e dispneia. Cefaleias. Semiologia da dor. Anemia. Diarreia. Icterícia. Síndromes hemorrágicas. Edema e ascite. Semiologia em geriatria, ginecologia e pediatria.

5ª série

RACIOCÍNIO CLÍNICO IEMENTAPrincípios básicos do raciocínio clínico. Correlações clínico-patológicas.

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6ª série

RACIOCÍNIO CLÍNICO IIEMENTATécnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de decisões em sessões clínico-patológi-cas referentes às doenças do sistema digestório, respiratório, circulatório e excretor.

MEDICINA BASEADA EM EVIDENCIA IEMENTAEstudo de Protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças dos sistemas digestório, respiratório, circulatório e excretor.

7ª série

RACIOCÍNIO CLÍNICO IIIEMENTATécnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de decisões em sessões clínico-patológi-cas referentes a doenças neuroendócrinas, oftalmológicas, otorrinolaringológicas, dermatológicas, psiquiátricas e osteoarticulares.

MEDICINA BASEADA EM EVIDENCIA IIEMENTAEstudo de Protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças neuroendócrinas, oftal-mológicas, otorrinolaringológicas, dermatológicas, psiquiátricas e osteoarticulares.

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8ª série

RACIOCÍNIO CLÍNICO IVEMENTATécnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de decisões em sessões clinico-patoló-gicas referentes a doenças ginecológicas, obstétricas e pediátricas.

MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIA IIIEMENTAEstudo de Protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças ginecológicas, obstétri-cas e pediátricas.

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III. COMPETÊNCIAS DO EIXO COMUNICAÇÃO E HABILIDADES CLÍNICAS

COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO DO PENSAMENTO CLÍNICO ICOMPETÊNCIASa) Estabelecer uma comunicação médica centrada na pessoa pautada no reconhecimento da im-

portância do outro (o paciente) no processo da comunicação médico-paciente; b) Comunicar-se adequadamente com seus-pares e com os pacientes, considerando os diferentes

tipos e os diferentes sistemas de representação cultural, ideológico e linguístico; c) Realizar os primeiros passos de uma anamnese: identificação do paciente, queixa principal,

historia da doença atual; historia fisiologica e morbida pregressa e estrutura familiar; d) Avaliar as formas de raciocínio empregadas na comunicação médica;e) Adaptar sua linguagem ao ambiente, contexto cultural e ao ciclo vital de cada paciente;f) Comunicar adequadamente notícias difíceis, de modo a avaliar judiciosamente a condição do

interlocutor e o momento oportuno.

COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO DO PENSAMENTO CLÍNICO II COMPETÊNCIASa) Realizar exame físico geral do paciente sadio, respeitando a privacidade, pudor e aspectos

culturais do paciente;b) Introduz os aspectos psicodinâmicos da relação médico-paciente;c) Explorar a história clínica do paciente;d) Abordar os sinais vitais, exame físico e treinamento em indivíduo sadio; e) Realizar exame físico digestório, respiratório, neurológico e cardiovascular do paciente sadio.

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COMUNICAÇÃO E EXAME CLÍNICO DIFERENCIADOCOMPETÊNCIASa) Realizar anamnese e exame físico geral e especial;b) Realizar raciocínio clínico com base em diagnóstico diferencial;c) Discutir as principais grandes síndromes pulmonares, gastrointestinais, circulatórias, neuroló-

gicas e locomotoras,d) Usar corretamente as técnicas de obtenção da anamnese e exame físico nos diferentes cená-

rios de atuação médica.

COMUNICAÇÃO NA INTEGRALIDADECOMPETÊNCIASa) Realizar a anamnese completa;b) Comunicar-se efetivamente de forma verbal e não verbal;c) Discutir as principais síndromes, sinais e sintomas relacionados a prática médica;d) Explorar apropriadamente as ideias do paciente (crenças, causas), preocupações relacionadas

aos problemas identificados e expectativas;e) Explicar seus achados e suas impressões sobre o que está acontecendo com o paciente de

forma clara;f) Assegurar-se de que as informações foram compreendidas pelo paciente;g) Estabelecer plano de cuidado compartilhado.

RACIOCÍNIO CLÍNICO I COMPETÊNCIASa) Desenvolver e aplicar os princípios básicos do raciocínio clínico; b) Fazer bom uso das fontes de referência para a tomada de decisão;c) Construir um pensamento apropriado para um diagnóstico diferencial congruente com o exame

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físico e a anamnese;d) Considerar a incerteza como parte do processo de raciocínio clínico;e) Utilizar a epidemiologia clínica aplicada ao raciocínio clínico;f) Analisar as diferentes estratégias para raciocínio clínico; g) Estabelecer as correlações clínico-patológicas.

RACIOCÍNIO CLÍNICO II:COMPETÊNCIASa) Aplicar as técnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de decisões em sessões clí-

nico-patológicas referentes às doenças do sistema digestório, respiratório, circulatório e excretor;b) Reconhecer problemas agudos potencialmente fatais; c) Conhecer as características específicas da especialidade que afetam a tomada de decisão;d) Elaborar um prognóstico, diferenciando história natural e curso clínico da doença.

RACIOCÍNIO CLÍNICO III:COMPETÊNCIASa) Aplicar as técnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de decisões em sessões

clínico-patológicas referentes às doenças neuroendócrinas, oftalmológicas, dermatológicas, psiquiátricas e osteoarticulares;

b) Identificar situações de gravidade que requerem avaliação mais abreviada e intervenção imediata;c) Conhecer as características específicas da especialidade que afetam a tomada de decisão;d) Elaborar um prognóstico, diferenciando história natural e curso clínico da doença.

RACIOCÍNIO CLÍNICO IV:COMPETÊNCIASa) Aplicar as técnicas de raciocínio clínico para o diagnóstico e tomada de decisões em sessões

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clínico-patológicas referentes às doenças ginecológicas, obstétricas e pediátricas;b) Identificar situações de gravidade que requerem avaliação mais abreviada e intervenção imediata;c) Conhecer as características específicas da especialidade que afetam a tomada de decisão;d) Elaborar um prognóstico, diferenciando história natural e curso clínico da doença.

MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS I: COMPETÊNCIASa) Aplicar o estudo de protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças do sistema

digestório, respiratório, circulatório e excretor.

MEDICINA BASEADA eM EVIDÊNCIAS II:COMPETÊNCIASa) Aplicar o estudo de protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças neuroendócri-

nas, oftalmológicas, otorrinolaringológicas, psiquiátricas, dermatológicas e osteoarticulares.

MEDICINA BASEADA EM EviDÊNCIAS III:COMPETÊNCIASa) Aplicar o estudo de protocolos de diagnóstico e tratamento das principais doenças ginecológi-

cas, obstétricas e pediátricas.

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IV. ATIVIDADES PRÁTICAS DE ENSINO

As atividades práticas do Eixo Comunicação e Habilidades Cínicas são realizadas: – no laboratórios de habilidades;– nos cenários de prática de simulação e de atendimento clínico;– no Centro Integrado de Saúde da Unp; – nos de Saúde do Município de Natal; – no Hospital Municipal de Natal e Hopital Santa Catarina.

V – MÉTODOS PEDAGÓGICOS E AVALIATIVOS

Métodos pedagógicosDestacam-se nos processos de ensino-aprendizagem do eixo Comunicação e Habilidades Clí-

nicas, a utilização de metodologias de ativas, que coloca o aluno como foco do aprendizado e o professor como facilitador da construção do saber.

Os momentos de ensino-aprendizagem oportunizado por este Eixo integrador são definidos pe-las aulas teóricas, as aulas téorico-práticas e as aulas práticas.

As principais metodologias utilizadas pelos professores são: Simulação, Team Based Learning (TBL) e Objective Structured Clinical Evaluation (OSCE).

SIMULAÇÃONo curso de medicina são realizadas simulações nas áreas clínicas básicas da saúde con-

templando as grandes áreas da medicina. Todas as simulações são realizadas dentro do Hospital de Simulação com grupos de 16 a 20 alunos em cenários de ambiente ambulatorial, enfermaria,

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urgência/emergência e UTI. Cabe ao aluno e professor cumprir as normas instituídas pelo Hospital de simulação, sendo

obrigatório ao professor responsável pela simulação o envio do Protocolo de Agendamento (instru-mento para aula prática com cenários) em um prazo de 48 horas antes da aula, onde devem constar material, medicamentos e equipamentos que serão utilizados, os objetivos primários e secundários da simulação e a descrição do caso clínico.

O professor deve enviar o caso clínico aos alunos com tempo suficiente para estudarem e se prepararem para a simulação.

Cabe ao professor responsável pela simulação organizar o check list, onde deve conter todas as ações que o aluno deverá realizar e ser coerente com os objetivos primários, a fim de que no debriefing tanto os alunos que simularam quanto os que assistiram sob orientação do professor possam discutir sobre a experiência de simular assim como as ações realizadas.

Na simulação podemos avaliar o aluno em vários quesitos com informações importantes sobre o desempenho do educando que serão utilizadas no feedback (debriefing) a fim de aperfeiçoar o processo formativo, reforçando os pontos positivos e corrigindo as eventuais deficiências apresen-tadas, com ou sem valor de pontuação.

O intuito da simulação é subsidiar intervenções voltadas para o crescimento pessoal e profis-sional do educando. Além de ser um instrumento que contribui para que as escolas médicas asse-gurem de que estão formando médicos generalistas dotados de tributos minimamente necessários para o desempenho das suas atividades profissionais futuras, principalmente na área básica da saúde com enfoque nas doenças mais prevalentes da região onde o curso encontra-se inserido1. Outro aspecto importante é a utilização dessa ferramenta para aprimorarmos o trabalho em equipe com outras profissões, uma vez que é feito simulações envolvendo os cursos de enfermagem, fisio-terapia, nutrição e farmácia.

1 Venturini, Regina. Procedimento operacional padrão do Hospital Simulado/Escola da Saúde, Curso de Medicina. Organização de Regina Venturini da Fonseca. – Natal: Edunp, 2011

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TEAM-BASED LEARNING (TBL)A ferramenta metodológica Team-based learning foi desenvolvida na década de 1970 por Dr.

Larry K. Michaelsen, professor da Universidade de Oklahoma/EUA, com o intuito de mudar um modelo de aprendizagem passiva por um modelo de aprendizagem ativa que incluísse testes e despertasse nos alunos o espírito de equipe e trabalho colaborativo2.

A proposta consistia na possibilidade de fazer com que pequenos grupos de alunos interagis-sem, em sala de aula, como equipes e discutissem problemas que poderiam seguir uma linha de desenvolvimento que fosse do aspecto mais simples ao aspecto mais complexos e que pudessem contar com o feedback imediato do professor.

Sua logística envolve o foco da aprendizagem em pequenos grupos, adequado a turmas com elevado número de alunos. As suas várias etapas permitem a avaliação contínua, envolvendo os domínios cognitivo, psicomotor e afetivo. Além disso, permite várias formas de integração, ou seja, a da ciência básica com a ciência clínica; a do conhecimento com a aplicação prática; e a que envolve atividade interprofissional.

O TBL se estrutura a partir de 3 fases3:– A fase 1: trata-se de uma fase anterior a sala de aula em que cada aluno aprende o conteúdo

especificado pelo professor, fazendo as leituras necessárias e, por decorrência, entrando em contato com os conceitos e postulados teóricos;

– A fase 2: consiste nas atividades realizadas em sala de aula: essa fase é subdividida em 4 sub-fases:

2 MICHAELSEN, L; PARMELEE, D. MCMOHON, K; LEVINE, R. Team-based Learning for Health Professions Education: A Guide to Using Small Groups for Improving Learning. Sterling, Virginia: Stulus, 2008.3 MICHAELSEN, Larry K.; MICHEL, Sweet. The essential elements of Team-based Learning. In:. New Directions for teaching and learning. Wiley InterScience, n. 116, 2008 (www.interscience.wiley.com).

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1. Teste Individual (iRAT): nesta sub-fase os alunos fazem a checagem de conteúdos de base e solucionam problemas por meio do teste individual. Os iRATs consistem em perguntas de múltipla escolha que, em conjunto, permitem o instrutor avaliar se os alunos têm uma sólida compreensão dos conceitos-chave das leituras. As questões do iRAT devem se focar os concei-tos fundamentais, contudo devem ser difíceis o suficiente para permitir a discussão dentro das equipes;

2. Teste em Equipe (gRAT): nesta sub-fase os alunos se reúnem para refazer o mesmo teste em equipe, mas desta vez as equipes devem concordar com as respostas.

3. Recurso: as equipes têm a oportunidade, por meio da elaboração de um recurso escrito, de recuperar as notas, tanto a do iRAT quanto a do gRAT. Tanto o teste individual quanto o teste em equipe são realizados sem consulta ao texto de base e, em número de aproximadamente 10 questões. Contudo, caso o aluno resolva optar pelo recurso escrito, o aluno deve consultar o texto de base.

4. O feedback do professor: nesta sub-fase o professor debate cada questão de modo a explorar o que foi estudado, esclarecer possíveis dúvidas e complementar o que julgar necessário.

– A fase 3: refere-se a fase pós-teste em que o professor avalia todo o processo. Nesta fase, o professor é livre para definir a atividade avaliativa adequada, que pode ser uma discussão sobre um caso clínico, uma simulação, um OSCE, um questionário ou um fórum avaliativo a serem cadastrados no ambiente virtual, uma atividade de campo, ou ainda, um experimento a ser realizado em laboratório.

No currículo 2014, ele é tomado como estratégia de ensino porque reúne várias ferramentas de aprendizado que articulam diferentes níveis cognitivos de modo a acompanhar todas as etapas na aquisição das competências previstas em cada série do curso.

As vantages da utilização do TBL como estratégia consiste em:

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– Compreender que o processo de ensino-aprendizagem é centrado no aluno (equipe) e com forte supervisão docente. Os alunos e docentes trabalham em equipe;

– Utilizar várias metodologias ativas sem abrir mão da leitura. O estudo e as potencialidades individuais são respeitados;

– Focalizar o trabalho em equipe, desenvolvendo habilidades como liderança, comunicação e relação interpessoal;

– Possibilitar o aprendizado em todos os níveis cognitivos, além das avaliações psicomotora e afetiva. O feedback imediato garante o aprendizado efetivo.

– Permitir uma avaliação continua, individual e em equipe, além da auto-avaliação e avaliação por pares.

Comparando-se o método do Team Based Learning (TBL) com os métodos mais tradicionais Lecture Based Learning (LBL) e Problem Based Learning (PBL), verifica-se que o mesmo avança na medida em que compreende que o processo ensino-aprendizagem como centrado no aluno e na equipe, de modo a promover o ensino compartilhado; consegue aplicar conceitos para resolver problemas e consegue articular a leitura (LBL) com resolução de problemas (PBL).

OBJECTIVE STRUCTURED CLINICAL EVALUATION – OSCEConsiste em uma série de estações pelas quais o estudante passa. Em cada estação, ele se

depara com casos reais ou problemas práticos simulados. Nela, o desempenho do educando é cui-dadosamente observado, permitindo que o domínio de habilidades clínicas possa ser avaliado. As estações podem envolver a execução de tarefas clínicas relativamente simples, como a obtenção de partes da história clínica ou a realização do exame físico focalizado de um órgão ou aparelho, ou podem ser estruturadas de modo a requerer a abordagem “completa” de um(a) paciente vitima de parada cardiorrespiratória ou politraumatizada, seja no ambiente pré ou intra-hospitalar, com a realização da anamnese e do exame físico, seguidos pela orientação ao paciente quanto ao diag-nóstico. Questões ou tarefas escritas podem ser acrescentadas, de modo a permitir a avaliação dos

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aspectos cognitivos inerentes ao raciocínio clínico. Os estudantes percorrem estações diferentes, sob a observação de um docente, que analisa sua capacidade de enfrentamento das situações e habilidades para resolvê-las.

AvaliaçãoO sistema de avaliação da aprendizagem, de acordo com o Regimento Geral/UnP, visa à aferi-

ção do desempenho do aluno de forma continuada e interdisciplinar, permitindo a avaliação do pro-cesso e do resultado esperado, englobando os conteúdos ministrados, as atividades acadêmicas, as habilidades desenvolvidas e as competências requeridas do aluno.

Para efeito de aprovação em disciplina presencial, é requerido do aluno, além do cumprimento das exigências de aproveitamento estabelecidas, que haja frequência mínima em 75% (setenta e cinco por cento) das aulas e demais atividades curriculares previstas na carga horária da discipli-na, considerando-se reprovado, automaticamente, aquele que não satisfaça tal condição, indepen-dentemente do seu desempenho nas avaliações de aprendizagem.

Cada verificação de aprendizagem é atribuída uma nota que deverá ser expressada em grau numérico. Independentemente de outros critérios, deve o professor atribuir nota 0,0 (zero) ao aluno que se ausentar da avaliação ou não obtiver nenhum desempenho na atividade avaliativa.

É facultado ao professor utilizar instrumento ou processo necessário para aferir conhecimento ou habilidade do aluno, na forma de teste, prova, trabalho teórico ou prático, projeto, ou de quaisquer outras técnicas pertinentes à programação da disciplina, aplicados individualmente ou em grupo, de maneira que seja proporcionada ao estudante uma avaliação contínua de seu desempenho.

O sistema de avaliação sempre levará em conta a avaliação formativa e a avaliação somativa em todo o processo de ensino-aprendizagem de cada disciplina em forma cumulativa.

Para as disciplinas presenciais em oferta continuada, o semestre é dividido em três unidades avaliativas (U1, U2 e U3) que valem 10,0 (dez) pontos cada. Se o planejamento pedagógico do curso ou da disciplina permitir que uma unidade contemple mais de uma atividade avaliativa, obrigato-

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riamente uma destas atividades será uma prova valendo pelo menos 7,0 (sete) pontos. A Unidade 2 (U2) poderá ser aplicada contemplando a programação conjunta de todas as dis-

ciplinas da mesma série ou de todas as séries já cursadas pelo aluno, constituindo-se no Exame Integrado (ExIn) a ser realizado a partir da 3a série. Na 1a e 2a séries, a U2 deverá ser composta pela Avaliação Integrada.

Concluídas as avaliações referentes a U1, U2 e U3, é realizada a apuração do resultado parcial do aluno (RP) com a aplicação da seguinte fórmula:

Considera-se aprovado nas disciplinas do Curso, o aluno que obtenha resultado parcial (RP) igual ou superior a 6,0 (seis), e, reprovado, quando o resultado parcial (RP) obtido for inferior a 2,0 (dois).

Em caso de aprovação já no resultado parcial (RP) este corresponderá igualmente a seu resul-tado final (RF).

Caso o aluno obtenha resultado parcial (RP) igual ou superior a 2,0 (dois) e inferior a 6,0 (seis) poderá se submeter à Prova Final (PF).

Mesmo já tendo sido aprovado com o resultado parcial, o aluno pode optar por fazer a Prova Fi-nal, caso queira aumentar o seu resultado final, devendo formular requerimento eletrônico e efetuar o pagamento da respectiva taxa, sob pena de não realização da prova ou não lançamento da nota.

A apuração do resultado final (RF), para os alunos que tenham se submetido à Prova Final (PF), será feita mediante a aplicação da seguinte fórmula:

Considera-se aprovado o aluno que obtenha resultado final (RF) igual ou superior a 6,0 (seis), considerando reprovado o aluno que obtiver resultado final (RF) inferior a 6,0 (seis).

Procedimentos de avaliaçãoSão utilizados procedimentos que possibilitam a identificação das fragilidades no aprendizado

do aluno, como o trabalho em cooperação; as orientações individuais ou a pequenos grupos; a revi-são de conteúdos nos quais os discentes apresentam dificuldades mais expressivas de compreen-são e que interferem na construção das competências e habilidades previstas no perfil profissional do egresso.

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ESCOLA DA SAÚDE – CURSO DE MEDICINA

InstrumentosOs instrumentos são diversificados e selecionados conforme o critério da sua coerência com

os conteúdos estudados e com as especificidades das disciplinas. Adotam-se, em geral, provas escritas, artigos, relatórios de seminários, de estágios e de visitas técnicas, entre outros.

Destacam-se os Exames Integrados (Exin), realizados semestralmente conforme parâmetros, prazos e conteúdos definidos pela Escola e divulgados em edital específico no site UnP.

Critérios

Entre os principais critérios destacam-se a participação/envolvimento do aluno com as ativi-dades curriculares; postura ética; assiduidade; domínio de conteúdos estudados na disciplina; uso da língua culta; atitudes que expressem uma convivência harmoniosa e solidária.

Segunda ChamadaPode ser realizada exclusivamente na avaliação presencial (valendo 6). Após a realização desta

avaliação o aluno deverá pagar a taxa correspondente.Após a segunda chamada, caso não obtenha média 6,0 (seis), o aluno deve realizar a avaliação

de recuperação, valendo 10,0 (dez), e obter 6,0 (seis) como nota mínima para ser aprovado. A avaliação presencial da Unidade única, avaliação de 2ª chamada e avaliação de recupera-

ção contemplam os conteúdos de todas as aulas ministradas. Os discentes encontram o detalha-mento da composição das notas nos guias de aprendizagem que constam da aula de apresentação das disciplinas, no AVA.