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NOISE GATES 47 Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andar Telefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866 Tópico 13 Introdução Lembrando do compressor, ele diminuirá o nível de um sinal, numa proporção determinada, toda vez que este nível for mais alto que um outro estabelecido. Agora vamos pensar em um compressor funcionando as avessas. Toda vez que o sinal tiver seu nível abaixo de um estabelecido (threshold), ele será diminuído numa proporção determinada. O sinal estará sendo expandido. Fig. 1 – O sinal passa inalterado enquanto seu nível é maior do que o threshold, abaixo deste sofre expansão na razão estabelecida. O expansor surgiu como o parceiro do compressor no tratamento da dinâmica do sinal. O sinal tinha sua dinâmica reduzida, através de um compressor, para que“coubesse” na fita magnética durante sua gravação. E era expandido na reprodução, visando a recuperação de sua dinâmica original. Esta recuperação não só era conseguida com sucesso, como também era reduzido ainda mais o ruído da fita (devido à expansão) fazendo com que a relação sinal/ruído do programa fosse em muito melhorada. Ver figura 2. O noise gate é um expander com controle sobre o valor do threshold. Noise gate, na tradução literal, é uma porta que se fecha impedindo a passagem de sinais indesejáveis, e que se abre para a passagem daqueles de nosso interesse. É extensamente utilizado para controlar os vazamentos de um instrumento em microfones que não o dele, e também para se ver livre de ruídos de fundo.

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NOISE GATES

47Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

Tópico 13

Introdução

Lembrando do compressor, ele diminuirá o nível de um sinal, numa proporção determinada, toda vez que este nível for mais alto que um outro estabelecido.

Agora vamos pensar em um compressor funcionando as avessas. Toda vez que o sinal tiver seu nível abaixo de um estabelecido (threshold), ele será diminuído numa proporção determinada. O sinal estará sendo expandido.

Fig. 1 – O sinal passa inalterado enquanto seu nível é maior do que o threshold, abaixo deste sofre expansão na razão estabelecida.

O expansor surgiu como o parceiro do compressor no tratamento da dinâmica do sinal. O sinal tinha sua dinâmica reduzida, através de um compressor, para que“coubesse” na fita magnética durante sua gravação. E era expandido na reprodução, visando a recuperação de sua dinâmica original. Esta recuperação não só era conseguida com sucesso, como também era reduzido ainda mais o ruído da fita (devido à expansão) fazendo com que a relação sinal/ruído do programa fosse em muito melhorada. Ver figura 2.

O noise gate é um expander com controle sobre o valor do threshold.

Noise gate, na tradução literal, é uma porta que se fecha impedindo a passagem de sinais indesejáveis, e que se abre para a passagem daqueles de nosso interesse. É extensamente utilizado para controlar os vazamentos de um instrumento em microfones que não o dele, e também para se ver livre de ruídos de fundo.

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48Endereços:Centro: R. Pedro I, 4, 202 - Pça. Tiradentes e Barra: Av. Érico Veríssimo, 999, 3º andarTelefones: 21-2493-9628 | 21-2486-0629 | 21-3129-8866

Fig. 2 – Expansão de um sinal visando a recuperação de sua dinâmica original.

Por exemplo, em uma bateria os dois tons são captados cada um com seu microfone. O que se deseja é ter o som do tom 1 captado pelo seu microfone, o mic 1, e o som do tom 2 captado pelo seu microfone, o mic 2. Mas, é claro, o mic1 também capta o som do tom 2, e o mic 2 também capta o som do tom 1. Não que seja impossível timbrar os dois tons levando em conta esses vazamentos, mas é mais trabalhoso e o resultado quase nunca o melhor. Aí entram os noise gates, um em cada canal dos tons, para evitar os vazamentos.

Outro exemplo, tão clássico quanto o primeiro, é a utilização do noise gate insertado no canal da guitarra, para nos livrar do ruído do amp, audível quando o guitarrista não está tocando. Os noise gates se encontram normalmente ligados às consoles no insert de seus canais de entrada ou de seus grupos.

Os controles mais comuns em um noise gate são o “threshold”, o “range”, o “attack”, o “release”, e os “filters”, além dos “meters”. Nos aparelhos duais e quádruplos, encontraremos também a função “link”, ou “stereo dual”, entre cada dois de seus canais. Para as ligações de sinal temos o “input”, o “output”, e o “side chain”. Esses controles e ligações estão mostrados na figura 3.

Fig. 3 – Controles característicos em um noise gate.

Os controles

Threshold (nível limite)

Sinais com níveis até este valor preestabelecido não abrirão o gate, portanto, não passarão adiante no circuito. Apenas sinais com níveis superiores a este passarão através do gate e serão processados adiante no circuito. Esta escala de níveis é normalmente dada em dBu.

Por exemplo, se você estabelece como –5dBu o threshold em uma aplicação qualquer, apenas sinais com níveis superiores a 0,44V (5dB abaixo de 0,775V) farão o gate se abrir.

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Entre os tons da bateria, como falávamos anteriormente, o que fazemos é começar por passar o tom 1 ajustando, no seu canal, ganho, tonalidade, etc..., com seu gate by-passado, ou seja threshold muito baixo, razão de compressão 1:1, tempos de attack e de release muito longos, filtros bem abertos e range muito baixo. Aí então pedimos ao baterista para tocar o tom 2 e, sem abrir seu canal, ouvimos seu vazamento pelo canal do tom 1. Então aumentamos o threshold do tom 1 lentamente até que não ouçamos mais o vazamento do tom 2 por seu microfone.

Na nossa bateria se ajustarmos o threshold com valores muito altos, ele desligará o som dos tambores logo depois que eles forem tocados, fazendo com que o som da bateria seja bem “justo” e “seco”, não soando muito.

No caso da guitarra, suponha que encontremos a situação em que o nível de ruído em seu ampli-ficador é muito alto. Se estamos captando seu som com um microfone em frente ao falante de seu amplificador, o que fazemos na maioria das vezes, todo o ruído aparece no PA, ou na gravação. Quando o guitarrista toca, o nível do sinal que ele produz é tão mais alto que o do ruído do amplificador que nem notamos este último. Mas quando ele para de tocar, em intervalos entre músicas, o ruído é claro e desagradável.

Insertamos um noise gate no canal da console onde está ligada a guitarra, e ajustamos o threshold para logo acima do nível de ruído. Assim quando o guitarrista não toca, o gate estará fechado e não deixará passar adiante o ruído. Ouviremos apenas o ruído direto do amplificador da guitarra distante, lá no palco. E quando ele toca o sinal ultrapassa o threshold, passa pelo gate, e é processado normalmente na console.

Range (extensão)

Dizemos que o sinal não passa adiante quando o gate está fechado.

Na realidade o sinal sempre vai passar. E vai passar atenuado no montante estabelecido na função range.

O range é dado em dB. E se você fixa o range em 70dB, quer dizer que enquanto o sinal não atingir o nível de threshold, ele estará passando atenuado em 70dB. Ou, quando um sinal passando pelo gate tem seu nível reduzido para abaixo do threshold, ele continuará passando porém agora atenuado em 70dB. No caso dos tambores, dizer que o gate do tom 1 não abre quando o tom 2 é tocado, significa dizer que o som do tom 2 ao ser tocado passa pelo gate do tom 1 atenuado em 70dB.

Attack e Release (tempo de ataque e tempo de relaxamento)

O controle Attack ajusta o tempo que o gate leva para abrir completamente uma vez que o threshold tenha sido ultrapassado.

E o controle Release ajusta o tempo que o gate leva para fechar completamente (atenuar o tanto que for fixado no range) depois que o nível do sinal tiver caído para valores abaixo do threshold. Em alguns gates também pode ser encontrada a função “hold”, que vai controlar o tempo que o gate ficará aberto independente do nível do sinal através dele. Neste caso o release só começará a contar depois de decorrido o tempo estabelecido no hold. Ele é usado em situações em que temos notas muito curtas e repetidas, aumentamos então o “hold” para que o gate não fique ligando e desligando o som.

São todos controles de tempo e suas escalas são em frações de segundo.

Estes ajustes devem respeitar o envelope da nota para que não haja uma mudança significativa em sua sonoridade.

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Para um sinal com ataque muito rápido, ajustes de tempos de ataque muito longos no gate podem fazer com que se perca muito da parte inicial deste sinal, até que ele seja liberado e então ouvido. Para um sinal com ataque muito lento, ajustes de tempos de ataque muito curtos podem nos fazer ouvir como um “clique” na liberação deste sinal.

Ao contrário, para sinais com longos tempos de decaimento, ajustes de release rápidos vão nos permitir ouvir o sinal sendo desligado antes de seu término. E tempos longos de release podem manter o gate aberto desnecessariamente entre duas notas de decaimento muito curto, permi-tindo vazamentos.

Filters (filtros)

Os filtros agregados aos noise gates são uma ferramenta de muita ajuda no ajuste do threshold.

Apresentados como um par de filtros “hi-pass” e “low-pass”, ou como um filtro com ajuste de freqüência central e largura de banda, tem por finalidade selecionar uma banda de freqüências que influirá na abertura do gate.

Agora o sinal para fazer o gate abrir, deverá ter energia na faixa de freqüências limitada pelos filtros com intensidade acima do fixado no threshold.

Na nossa bateria, colocamos gate no microfone da caixa querendo nos livrar do sinal do contra tempo que vaza por ele. O ajuste do threshold no gate é muito crítico, já que os dois instrumentos produzem, ambos, níveis muito parecidos. Quando aumentamos o valor do threshold para que não deixe passar os sons do contra tempo, ele também não deixa passar os sons mais suaves da caixa. Quando abaixamos seu valor para deixar passar esses sons suaves da caixa, ele também deixa passar os sons do contra tempo. Ajustamos então os filtros numa região de freqüências mais baixas, de maneira a fazer com que o gate se abra apenas com níveis, acima do threshold, destas freqüências, coisa que, certamente, o contra tempo não conseguirá fazer. Pressionando a chave key listen, sempre próxima aos filtros, podemos ouvir o sinal filtrado da maneira como ajustamos, o que nos ajuda muito neste ajuste.

É importante notar que o sinal é filtrado apenas para disparar o gate e, assim filtrado, pode ser ouvido através da função “key listen”. Porém, uma vez o gate aberto, o sinal passará com todo seu conteúdo de freqüências, não tendo absolutamente nenhum tipo de restrição.

Meters (medidores)

Normalmente são simples leds coloridos, vermelho, amarelo e verde, que indicam respectivamente o gate fechado, o gate em hold, e o gate em release. O tempo em que os leds amarelo e verde ficam acesos representam os tempos de hold e release, respectivamente. Também podemos encontrar medidores com leds do tipo VU/PPM que mostram o nível do sinal antes de atingir o nível de threshold em uma cor, verde por exemplo (não abrindo ainda o gate, portanto), e depois de atingir este nível e ultrapassá-lo em outra cor, vermelho por exemplo (abrindo então o gate). As duas maneiras são muito eficientes como indicação.

Link (interligação)

Como nos compressores, esta função serve para fazer com que dois gates atuem simultaneamente e segundo os controles de um deles.

Usamos quando, por exemplo, temos um gate no canal da caixa e outro no canal da esteira. Freqüentemente captamos o som da caixa não com apenas um microfone apontado para sua pele, mas também com outro apontado para sua esteira. Se quisermos ter uma coerência na sonoridade da pele e da esteira, quanto ao ataque e ao relaxamento dos sons, deveremos ter os gates destes dois canais lincados.

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As ligações

Input (entrada)

É a entrada do sinal no noise gate. Aqui é ligado o sinal sobre o qual se quer fazer o gate atuar.

Output (saída)

É a saída do sinal do noise gate. Aqui estará presente o sinal que tiver passado pelo gate, e que será ligado de volta à console.

Side Chain (entrada alternativa)

Normalmente o detetor do noise gate vai medir, e comparar ao threshold estabelecido, o nível do sinal de áudio que está ligado ao seu input.

Se, no entanto for ligado um outro sinal na entrada “side chain”, o nível que fará o noise gate atuar será o deste sinal, ligado aí. Quando o nível do sinal ligado a esta entrada ultrapassar o nível estabelecido como threshold, o gate se abrirá e deixará passar o sinal ligado ao “input”.

Muda apenas o sinal que faz o gate atuar. Mas o sinal que sofre a atuação do gate é sempre aquele ligado ao input.

É usado sempre que se quiser controlar a presença de um sinal a partir de um outro. Por exemplo, para se ter o som de um bumbo mais grave do que realmente é, tira-se uma amostra do seu sinal, a partir do “direct out” do seu canal, por exemplo, e leva-se esta amostra até o “side chain” de um noise gate que está insertado em um canal em que se liga um gerador de freqüências ajustado em cerca de 50Hz. Feitos os ajustes de threshold, attack, release e range no noise gate, toda vez que o bumbo for tocado teremos o sinal de 50Hz presente.

A função key source nos permite selecionar o sinal que vai comandar o gate. Se vai ser o próprio sinal de áudio ligado à sua entrada, IN, posicionamos esta chave em INT (de internal). Se vai ser um sinal externo ligado ao side chain posicionamos esta chave em EXT (de external).

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