Epidemiologia Febre amarela

download Epidemiologia Febre amarela

of 10

Transcript of Epidemiologia Febre amarela

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    1/10

    527

    Epizootics in Nonhuman Primates during Reemergence of Yellow Fever Virus in Brazil,2007 to 2009

    ARTIGO

    ORIGINAL Epizootias em primatas no humanos durante

    reemergncia do vrus da febre amarela no Brasil,

    2007 a 2009

    Endereo para correspondncia:Coordenao de Vigilncia de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses (COVEV/SVS/MS), SCS, Quadra 4, Bloco A,Edifcio Principal, 2 andar, Asa Sul, Braslia-DF. CEP: 70304-000E-mail: [email protected]

    Francisco Anilton Alves ArajoCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,Braslia-DF, Brasil

    Daniel Garkauskas RamosCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,Braslia-DF, Brasil

    Arthur Levantezi SantosCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,Braslia-DF, Brasil

    Pedro Henrique de Oliveira PassosCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,

    Braslia-DF, Brasil

    Ana Nilce Silveira Maia ElkhouryCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,Braslia-DF, Brasil

    Zouraide Guerra Antunes CostaCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,Braslia-DF, Brasil

    Silvana Gomes LealCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,Braslia-DF, Brasil

    Alessandro Pecego Martins RomanoCoordenao de Doenas Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses, Secretaria de Vigilncia em Sade, Ministrio da Sade,Braslia-DF, Brasil

    ResumoObjetivo: descrever e analisar a mudana do perfil epidemiolgico da febre amarela silvestre no Brasil que passa a ocorrer

    fora da Amaznia a partir de 1999, quando a deteco do vrus em primatas permitiu a aplicao oportuna de novas medidasde vigilncia. Metodologia: este estudo faz uma anlise descritiva das epizootias em primatas notificadas ao Ministrio da Sade(MS) entre 2007 e 2009; para captao dos dados, foram utilizadas a Ficha de Notificao de Epizootia do Sistema de Informaode Agravos de Notificao (Sinan) e planilha de notificao diria. Resultados: No perodo, foram notificadas 1.971 epizootiasem primatas, sendo 73 no ano de 2007, 1.050 em 2008 e 848 em 2009; essas epizootias ocorreram em 520 municpios de 19estados; do total de epizootias notificadas, 209 (10,6%) foram confirmadas para febre amarela. Concluso: as informaes aquidiscutidas so fundamentais para o aperfeioamento da vigilncia e a consolidao da notificao de epizootias em primatas, comoinstrumento de preveno de casos humanos da doena.

    Palavras-chave: epizootia; febre amarela; primatas no humanos.

    Summary

    Objective: to describe and analyze the change in the epidemiological profile of sylvatic yellow fever whose cases beganto occur outside the Amazon region, in Brazil from 1999, when the detection of the virus in primates has led to the timelyimplementation of new surveillance measures.Methodology: this study is a descriptive analysis of epizootics in primatesnotified to the Ministry of Health between 2007 and 2009; data were captured using the Epizootic Notification Form of theBrazilian Information System for Notifiable Diseases (Sinan) and daily reporting spreadsheet.Results: from 1,971 epizoo-tics reported during the period, 73 occurred in 2007, 1,050 in 2008, and 848 in 2009; and 209 (10.6%) were confirmed foryellow fever; these epizootics have been registered in 520 municipalities of 19 states. Conclusion: the information discussedherein is fundamental for improving the surveillance and consolidating the notification of epizootics in primates, as a toolfor preventing human cases of the disease.

    Key words: epizootic; yellow fever; nonhuman primates.

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

    doi: 10.5123/S1679-49742011000400012

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    2/10

    528

    Introduo

    A febre amarela (FA) uma zoonose cujo agenteetiolgico um vrus, prottipo da famlia Flaviviridae,que possui de 40 a 60nm de dimetro, envelopado,com genoma constitudo por RNA que se replica nocitoplasma das clulas infectadas.1 Embora existampequenas alteraes genticas entre as cepas da

    Amrica e da frica, atualmente, apenas um sorotipo reconhecido e a vacina contra febre amarela (vrusatenuado) 17 DD, utilizada no Brasil, protege contratodas as suas cepas.2

    O vrus da FA apresenta dois ciclos distintos detransmisso: o urbano e o silvestre, que se diferenciampela espcie do mosquito transmissor e ambiente deocorrncia. Na Amrica Latina, a transmisso do vrus

    se d, geralmente, pelo ciclo silvestre, que envolveprimatas no humanos (PNH) e mosquitos dos gneros

    Haemagogus(Hg. janthinomys,Hg. albomaculatuseHg. leucocelaenus) eSabethes(Sa. chloropterus),os quais infectam acidentalmente o homem.3

    No Brasil, a espcieHg. janthinomys a que maisse destaca na manuteno do vrus no ambiente sil-

    vestre. Esses mosquitos tm hbitos diurnos e vivemnas copas das rvores, onde picam os hospedeiros,s vezes descendo ao solo, na presena do homem ouquando a densidade de macacos baixa.4

    Apesar de o ltimo registro da febre amarela urbanano Brasil ter ocorrido no Acre, em 1942,5,3ainda seconsidera a possibilidade de reemergncia da doenanesse ambiente, especialmente aps o final da dcadade 1970, quando o mosquitoAedes aegyptireinfestouo Brasil,3,4at, atualmente, estar presente em mais de4.000 municpios brasileiros.6

    Entre os smios neotropicais, a doena se apresentaem propores epizoticas, sobretudo nos do gnero

    Alouatta, nos quais pode causar elevada mortalidade.Outros primatas gravemente afetados so: macaco-aranha (Atelessp.), macaco-da-noite (Aotussp.) e

    espcies dos gneros Saguinus, Cebus, Callithrixe Callicebus. Os macacos do gnero Cebus, apesarde se infectarem facilmente, apresentam baixa taxade letalidade e geralmente desenvolvem imunidade.7

    Os primatas desenvolvem viremia a partir de trsa quatro dias aps a picada do mosquito infectado,apresentando febre e apatia, e podem se recuperarem duas semanas ou evoluir para morte. Podemapresentar ictercia, mese, desidratao, hemorragia,

    insuficincia heptica e renal e albuminria devido necrose heptica.7

    A febre amarela silvestre manifesta-se sob a formade casos espordicos em regies onde a populaohumana vacinada; entretanto, ela tambm pode seapresentar na forma de surtos ou epidemias, geral-mente precedidas de epizootias em primatas. A ob-servao histrica mostra que nos primatas, a doenase manifesta periodicamente, em intervalos de temposuficientes para o surgimento de novas populaesde smios suscetveis, aps cada onda epizotica.Isso refora as constataes de que os surtos de FAnestes animais so seguidos por perodos longos deimunidade contra reinfeco, at que uma populaode smios se reproduza e se desenvolva formando umanova gerao suscetvel ao vrus.7,8,1

    A partir de 1999, houve mudana no perfil epide-miolgico da FA, quando a maioria dos casos passoua ser registrada fora das regies Norte e Centro-oeste,consideradas focos naturais da doena no Brasil. Talcondio suscitou novas estratgias de vigilncia,preveno e controle no pas.9,10At ento, a vigilnciada FA era baseada na ocorrncia de casos humanos.

    A partir daquele ano, com a observao de mortes dePNH em vrios municpios dos estados de Tocantins(TO) e Gois (GO) e com a subsequente emergncia dadoena na populao humana, tais eventos passaram a

    ser vistos como indicadores de risco (evento-sentinela)e alerta para a ocorrncia de casos humanos de febreamarela silvestre.9,10

    Com o propsito de aumentar a sensibilidade dosistema de vigilncia da febre amarela e a oportunidadeda resposta dos servios de Sade Pblica em seu con-trole, foi implantada de forma gradativa, em todo o pas,a notificao e investigao de epizootias em primatas,

    visando deteco oportuna da circulao do vrus.

    A febre amarela silvestre manifesta-

    se sob a forma de casos espordicos

    em regies onde a populao

    humana vacinada; entretanto,

    ela tambm pode se apresentar

    na forma de surtos ou epidemias,

    geralmente precedidas de epizootias

    em primatas.

    Epizootias em primatas no humanos

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    3/10

    529

    A partir de 2006, com a publicao da PortariaMinisterial N 5/2006,a vigilncia de epizootias emprimatas foi includa na lista de doenas e agravos denotificao compulsria, como evento-sentinela para aFA, visando deteco precoce da circulao do vruse consequente aplicao das medidas de prevenoantes da ocorrncia de casos humanos.9-12

    Este trabalho teve por objetivo analisar as epizoo-tias em PNH ocorridas no perodo de 2007 a 2009,durante a reemrgencia da febre amarela no Brasil,depois de quatro anos sem registro do vrus fora daregio amaznica.

    Metodologia

    Trata-se de um estudo do tipo descritivo das epizootias

    em primatas notificadas ao Ministrio da Sade durantea reemergncia do vrus da febre amarela fora da regioamaznica. O perodo de estudo, a partir de outubro de2007 at junho de 2009, foi considerado por compreen-der o intervalo entre o primeiro registro do vrus da febreamarela fora da regio amaznica depois do ano de 2003,at o ltimo registro no perodo, em junho de 2009.

    Para captao dos dados, foram utilizados doisinstrumentos: a) Ficha de Notificao de Epizootia doSistema de Informao de Agravos de Notificao (Si-nan); e b) planilha padronizada de notificao diria

    de epizootia, como instrumento de notificao rpidapara o monitoramento das epizootias em primatassuspeitas de febre amarela no Brasil.

    Os dados contidos nestes instrumentos foram con-solidados em planilha eletrnica (Excel 2003). Foramincludas as seguintes variveis: localidade; municpioe unidade federada de ocorrncia da epizootia; data doincio da epizootia; semana epidemiolgica; nmero deanimais envolvidos na epizootia; gnero dos animais;coleta de material; e resultado laboratorial.

    A definio de epizootia suspeita de febre amarelafoi: primata no humano de qualquer espcie, en-

    contrado morto (incluindo ossadas) ou doente, emqualquer local do territrio nacional.13

    Para caracterizao das mortes de macacos noti-ficadas, foram consideradas as seguintes definies: Morte de macaco morte de um ou mais primatas sem

    encaminhamento de amostra para diagnstico de FA. Epizootia em primata confirmada para FA

    - Critrio laboratorial: morte de macaco comencaminhamento de amostra para diagnstico

    laboratorial e resultado especfico, conclusivopara FA.

    - Critrio Epidemiolgico: Morte de primata com presena de achados ma-

    croscpicos sugestivos de FA, tais como: rinorragia,ictercias, hemorragias petequiais na pele, pulmes,corao, encfalo, estmago, pncreas e outros,registrada durante o perodo de transmisso, emmunicpio com circulao do vrus da FA.

    Morte de primata com achados macroscpicossugestivos de FA durante o perodo de transmisso,notificada em municpio contguo a municpio comcirculao do vrus da FA.

    Epizootia em primata descartada para FA mortede primata com encaminhamento de amostra paradiagnstico laboratorial e resultado conclusivo

    afastando a FA como causa.A identificao dos animais foi feita pelos tcnicos

    das Secretarias de Estado de Sade (SES) e de Secreta-rias Municipais de Sade (SMS), ou por colaboradoresque realizaram as investigaes de campo, e registradana ficha ou planilha de notificao.

    O diagnstico foi realizado na rede de laboratriosde referncia para a vigilncia da febre amarela doMinistrio da Sade, Instituto Adolfo Lutz, em SoPaulo-SP, e Instituto Evandro Chagas, em Belm-PA.

    As tcnicas laboratoriais realizadas foram: exame

    anatomopatolgico, prova de imuno-histoqumica,pesquisa de vrus por isolamento em culturas celularese provas biomoleculares, alm de sorologia pela provade inibio da hemaglutinao.

    As informaes foram analisadas e apresentadasna forma de grficos, tabelas e mapas. Para a anlisedas varveis, foi utilizado o aplicativo Excel, do Mi-crosoft Office 2007; e para a elaborao de mapas, oTerraview 3.2.0.

    Resultados

    De outubro de 2007 a maio de 2009, foram noti-ficadas ao Ministrio da Sade 1.971 epizootias emprimatas suspeitas de febre amarela, sendo 73 noano de 2007, 1.050 em 2008 e 848 em 2009. Essasepizootias ocorreram em 520 municpios de 19 estadose envolveram 3.602 animais, com mdia de 1,8 animaispor epizootia, variando de 1 a 20 animais.

    Para caracterizar os diferentes perodos de trans-misso durante o estudo, os registros de epizootias

    Francisco Anilton Alves Arajo e colaboradores

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    4/10

    530

    Epizootias em primatas no humanos

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

    foram distribudos em trs momentos distintos: oprimeiro perodo, de outubro de 2007 a maio de2008, foi caracterizado por intensa transmisso naregio Centro-oeste e totalizou 596 epizootias notifi-cadas, envolvendo a morte de 987 primatas em 259municpios de 16 unidades federativas; o segundoperodo foi caracterizado pela baixa ocorrncia deepizootias suspeitas e ausncia de epizootias confir-madas para a febre amarela, e se estendeu de junhoa setembro de 2008, com 71 epizootias notificadas,distribudas em 33 municpios de nove estados; oterceiro perodo esteve compreendido entre outubrode 2008 e junho de 2009 e totalizou 1.304 epizootiasnotificadas, distribudas em 226 municpios de 15estados (Figura 1).

    Entre as epizootias notificadas, 209 foram con-

    firmadas para FA: 18 no primeiro perodo de trans-misso, entre o final de 2007 e o incio de 2008,caracterizado pela maior concentrao de registros naregio Centro-oeste; e 191 no terceiro perodo, entreoutubro de 2008 e junho de 2009, segundo momentode transmisso no perodo do estudo, caracterizadopela confirmao de epizootias em primatas por febreamarela nas regies Sul e Sudeste (Figura 2). Quandocomparados os dois perodos de transmisso, observa-se maior nmero de confirmaes em 2008-2009(OR=5,51; IC

    95%: 3,29-9,33).

    Quando observados os dados referentes atividadede investigao entomolgica e coleta de mosquitospara tentativa de isolamento do vrus na ocasio deepizootias em primatas, em apenas 0,5% (11/1971)das epizootias foi realizada a coleta vetorial, sugerindoinvestigao integrada somente em 7 epizootias noParan (PR) e 4 no Rio Grande do Sul (RS).

    Das 1.971 epizootias notificadas no perodo,em 88,0% (1.735/1.971) foi possvel identificar osanimais segundo o gnero: 29,0% (503/1.735) dognero Callithrix; 64,4% (1.118/1735) do gnero

    Alouatta; e 6,6% (114/1735) do gnero Cebus.Em uma nica epizootia ocorrida no RS, houve oenvolvimento dos trs gneros simultaneamente;em duas, ocorridas em Gois (GO) e Minas Gerais(MG), foram acometidos Callithrixe Cebus; quatro

    epizootias em GO, Tocantins (TO) e Mato Grossodo Sul (MS) atingiram Callithrixe Alouatta ; e emoutras cinco, ocorridas em GO, PR, Roraima (RR) eRS,Alouattae Cebus. A mdia de animais do gnero

    Alouattamortos foi de 2,1 por epizootia, enquantoque para os gneros Cebuse Callithrix, foi de 1,4 e1,2, respectivamente.

    Foram encaminhadas amostras de primatas paradiagnstico da FA em 22,2% (n=437/1971) do totalde epizootias notificadas no perodo do estudo. As

    vsceras foram os principais materiais clnicos para o

    Figura 1 - Distribuio do nmero de epizootias em primatas notificadas e o nmero de animais acometidos

    segundo os diferentes perodos de transmisso e meses de ocorrncia. Brasil, 2007 a 2009

    800

    700

    600

    500

    400

    300

    200

    100

    0

    Out

    Nov

    Dez

    Jan

    Fev

    Mar

    Abr

    Mai

    Jun Ju

    lAg

    oSe

    tOu

    tNo

    vDe

    zJa

    nFe

    vMa

    rAb

    rMa

    i

    Epizootias Animais acometidos

    2007-2008 2008-2009

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    5/10

    531

    Francisco Anilton Alves Arajo e colaboradores

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

    diagnstico, com 69,3% (303/437) das amostras, se-guidas de crebro, com 4,1% (18/437), e sangue/soro,com 2,5% (11/437) das amostras. Em 106 epizootias,foram encaminhadas amostras de mais de um tipo dematerial clnico para diagnstico, assim distribudas: em15,5% (68/437), vsceras e crebro; em 5,6% (25/437),

    vsceras e sangue/soro; e em 3,0% (13/437), foramcoletados vsceras, crebro e sangue/soro.

    Do total de amostras de primatas encaminhadaspara laboratrio, 43,7% (191/437) foram confirma-das para FA, 55,8% (244/437) foram descartadas e

    duas tiveram resultados inconclusivos. Ademais, 18epizootias foram confirmadas para FA por vnculo epi-demiolgico, totalizando 209 epizootias confirmadasno perodo estudado..

    No perodo de transmisso 2007-2008, foramnotificadas 596 epizootias em primatas entre outubrode 2007 e maio de 2008, com maior nmero denotificaes em janeiro de 2008 (Figura 3). Foramconfirmadas 18 epizootias por FA, distribudas nos

    estados de GO (7/226), TO (1/42), Distrito Federal(DF) (3/65), MS (2/5), MG (2/134), So Paulo (SP)(2/64) e PR (1/18) (Tabela 1). Destas, 11 foramconfirmadas por vnculo epidemiolgico.

    No perodo de baixa ocorrncia de epizootias, entrejunho e setembro de 2008, foram notificadas 71 epi-zootias, com mdia de 17,7 epizootias/ms, distribudasem 33 municpios de nove estados, provenientes prin-cipalmente de SP, com 52,1% (37/71), da Bahia (BA),com 16,9% (12/71), de MG, com 9,8% (7/71), e do RS,com 5,6% (4/71). Nesse perodo, foram encaminhadas

    somente quatro amostras para diagnstico laboratorial(duas provenientes de Ribeiro Preto-SP, uma de So

    Jos do Rio Preto-SP e uma de Montes Claros-MG), asquais tiveram resultado negativo para FA.

    No segundo perodo de transmisso do estudo,entre outubro de 2008 e maio de 2009, foram noti-ficadas 1.304 epizootias envolvendo 2.526 primatas,com mdia de 163,4 epizootias/ms e 1,9 animaispor epizootia, distribudas em 14 estados, sendo o

    Figura 2 - Epizootias em primatas notificadas e confirmadas para febre amarela segundo municpio de

    ocorrncia. Brasil 2007 a 2009

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    6/10

    532

    Epizootias em primatas no humanos

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

    maior nmero de notificaes proveniente do RS,com 72,8% (950/1.304), seguido de SP, com 9,4%

    (123/1.304), e do Rio de Janeiro (RJ), com 5,1%(67/1.304) (Tabela 1).No perodo de reemergncia 2008-2009, observou-

    se aumento do nmero de epizootias a partir deoutubro de 2008 (semana epidemiolgica SE-40),persistindo at meados de maio de 2009 (SE-19).Nesse perodo, foi observado um pico no nmero deepizootias em dezembro (SE-49) e outro entre maro(SE-12) e abril (SE-17) (Figura 4).

    Do total de epizootias notificadas no perodo detransmisso 2008-2009, foram confirmadas para FA191 (14,6%), sendo 96,3% (184/191) por laboratrio

    e 3,7% (7/191) por vnculo epidemiolgico. A con-firmao de epizootias para febre amarela aconteceunos estados do RS, com 19,7% (187/950) positivas,SP, com 2,4% (3/123), e PR, com 4,8% (1/21) (Tabela1). Foram identificados os gneros dos primatas em96,1% (1.253/1.304) das epizootias notificadas, sen-do oAlouattao mais acometido, presente em 81,6%(1.023/1.253) das epizootias, seguido do gnero Calli-thrix, com 14,8% (186/1.253), e do gnero Cebus,

    com 4,0% (50/1.253). Do total de amostras positivaspara FA, 96,7% eram do gneroAlouattae em 3,3%

    no foi possvel identificar o gnero.No mesmo perodo, em SP, foram notificadas 123epizootias, ocorridas em 53 municpios, entre outubrode 2008 (SE-40) e maio de 2009 (SE-20); 33,3%(41/123) delas tiveram encaminhamento de amostrase destas, duas tiveram confirmao laboratorial paraFA, nos municpios de Buri-SP e Itapetininga-SP, euma foi confirmada por vnculo epidemiolgico, emUrups-SP. No foi notificada a coleta de vetores emqualquer das epizootias ocorridas no estado.

    No PR, ocorreram 21 epizootias em 17 municpios,entre dezembro de 2008 (SE-49) e maio de 2009

    (SE-16), envolvendo 55 animais dos trs gneros maisfrequentemente registrados. Foram encaminhadas paralaboratrio amostras de 38,1% das epizootias notifi-cadas (8/21), com coleta de vetores em cinco delas.O resultado laboratorial de uma amostra provenientedo municpio de Ribeiro Claro-PR, divisa com SP, foio nico conclusivo para FA, e o material encaminhadoa partir da coleta de vetores no teve seu resultadolaboratorial informado.

    Figura 3 - Proporo das epizootias confirmadas, descartadas e mortes de PNH do total de epizootias

    notificadas segundo o ms de ocorrncia, durante o perodo de transmisso. Brasil, 2007 e 2008

    100,0

    90,0

    80,0

    70,0

    60,0

    50,0

    40,0

    30,0

    20,0

    10,0

    0,0

    %

    11

    8 47 392 1 6139 17

    3

    2

    2 11 11

    M or tes de PNH E pi zo ot ias d es ca rt adas p ar a FA E pi zo ot ia s co nfi rm ada s pa ra FA

    Out

    Nov

    Dez

    Jan

    Fev

    Mar

    Abr

    Mai

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    7/10

    533

    Francisco Anilton Alves Arajo e colaboradores

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

    Tabela1-Epizootiasemprim

    atasnotificadas,confirmadas,percentualdeepizootiasconfirmadas,nmerodeepizootiascomamostrasenviadasparalaboratrio

    epercentualdepo

    sitividadelaboratorial,segundoaUFe

    perododetransmisso.Brasil,2007a2

    009

    UF

    2007/2008

    2008/2009

    Totalde

    epizootias

    notificadas

    Nmerode

    epizootias

    confirmadas

    %de

    epizootias

    confirmadas

    Nmero

    deamostras

    enviadaspara

    laboratrio

    %de

    positividade

    laboratorial

    Totalde

    epizootias

    notificadas

    Nmerode

    epizootias

    confirmadas

    %de

    epizootias

    confirmadas

    Nmero

    deamostras

    enviadaspara

    laboratrio

    %de

    positividade

    laboratorial

    AP

    2

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    1

    0

    0,

    0

    1

    0,

    0

    BA

    6

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    7

    0

    0,

    0

    4

    0,

    0

    DF

    65

    3

    4,

    6

    3

    100,

    0

    18

    0

    0,

    0

    1

    0,

    0

    ES

    2

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    0

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    GO

    226

    7

    3,1

    6

    66,

    7

    19

    0

    0,

    0

    13

    0,

    0

    MA

    5

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    2

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    MG

    134

    2

    1,

    5

    0

    0,

    0

    55

    0

    0,

    0

    31

    0,

    0

    MS

    5

    2

    40,

    0

    0

    0,

    0

    0

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    MT

    14

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    4

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    PI

    2

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    0

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    PR

    18

    1

    5,

    6

    0

    0,

    0

    21

    1

    4,

    8

    8

    12,

    5

    RJ

    2

    0

    0,

    0

    1

    0,

    0

    67

    0

    0,

    0

    44

    0,

    0

    RO

    6

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    2

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    RR

    1

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    3

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    RS

    2

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    950

    187

    19,

    7

    278

    65,1

    SC

    0

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    23

    0

    0,

    0

    0

    0,

    0

    SP

    64

    2

    3,1

    0

    0,

    0

    123

    3

    2,

    4

    41

    4,

    9

    TO

    42

    1

    2,

    4

    0

    0,

    0

    9

    0

    0,

    0

    2

    0,

    0

    TOTAL

    596

    18

    3,0

    10

    70,0

    1.304

    191

    14,6

    423

    43,5

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    8/10

    534

    Epizootias em primatas no humanos

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

    Figura 4 - Proporo das epizootias confirmadas, descartadas e mortes de PNH do total de epizootias

    notificadas segundo o ms de ocorrncia, durante o perodo de transmisso. Brasil, 2008 e 2009

    100,0

    90,0

    80,0

    70,0

    60,0

    50,0

    40,0

    30,0

    20,0

    10,0

    0,0

    %

    1

    392 1

    M or te s d e PNH E pi zo ot ia s des ca rt adas p ar a FA E pi zo ot ia s co nfi rm ad as pa ra FA

    Out

    Nov

    Dez

    Jan

    Fev

    Mar

    Abr

    Mai

    425

    11

    17

    26

    22

    3758 27

    6

    172311

    7

    40 71

    16

    150

    290

    11

    11

    55

    90183

    48

    Set

    No RS, as epizootias em primatas ocorreram entre

    outubro de 2008 (SE-42) e maio de 2009 (SE-21).Foram notificadas 950 epizootias, distribudas em103 municpios, acometendo 2.017 animais, commdia de 2,1 por epizootia. Houve coleta de amostraem 29,3% (278/950) das epizootias notificadas,sendo as vsceras o material de eleio em 99,6% doscasos. Foram coletados vetores em quatro municpiosdo estado: Trs Passos-RS, Porto Alegre-RS, CoronelBarros-RS e Tiradentes do Sul-RS. Foram confirmadas187 epizootias por FA, sendo 96,8% (181/187) pordiagnstico laboratorial e 3,2% (6/187) por vnculoepidemiolgico, distribudas em 66 municpios do

    estado. Quando referidos os gneros dos primatasenvolvidos nas epizootias, oAlouattafoi identificadoem 99,2% (942/950), seguida do Callithrix, com 0,6%(6/950) e do Cebus, com 0,2% (2/950).

    Discusso

    Apesar de a febre amarela ser historicamente end-mica na regio amaznica, entre 2007 e 2009 foram

    registradas epizootias em primatas nos estados das

    regies Sul, Sudeste e Centro-oeste. Houve confirmaode epizootias por FA nos estados de TO, RS, PR, SP,MG, MS, GO e DF, ratificando a maior incidncia dadoena na regio extra-amaznica, como observadodesde 1999.

    Conforme sugerido por Strode e colaboradores,1a ocorrncia de casos de febre amarela silvestre emhumanos precedida de epizootias em primatas. Osdados analisados neste estudo mostraram que asepizootias tiveram incio em outubro de 2007 (SE-40) e seguiram at dezembro (SE-51), antecedendoo perodo de maior ocorrncia de casos humanos

    da doena, entre dezembro e maio (SE-52 a SE-19).Assim, pode-se verificar que o mesmo comportamentoapontado por esses autores foi observado nesse estudo.

    Alm disso, Lima e colaboradores14reforam que asuscetibilidade de primatas ao vrus FA deve servirde alerta para a aplicao de medidas preventivas emhumanos.4Tais recomendaes esto incorporadas snormas tcnicas do Programa de Vigilncia e Controleda FA desde 1999.4

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    9/10

    535

    O Manual de Vigilncia de Epizootias em PrimatasNo Humanos, da Secretaria de Vigilncia em Sadedo Ministrio da Sade (SVS/MS), publicado em 2005,adota medidas de natureza preventiva, tais como buscaativa de casos humanos e bloqueio de transmisso por

    vacinao, na ocasio da ocorrncia de epizootias emprimatas confirmadas por FA.13

    A investigao entomolgica como ferramenta devigilncia epidemiolgica dos eventos envolvendo mor-tes de macacos, conforme preconizada pelo Ministrioda Sade, foi realizada em apenas 0,5% (11/1.971)das epizootias notificadas. Devido baixa frequnciade aplicao, essa ferramenta no foi relevante comoapoio investigao da circulao viral nos locaisonde ocorreram as epizootias, embora seja til paraa avaliao de potenciais vetores e determinao do

    ciclo de transmisso.13,15Quando comparadas as epizootias confirmadas por FA

    ocorridas durante os dois perodos de transmisso (2007-2008 e 2008-2009), observa-se comportamentos distintosquanto evoluo espao-temporal dos eventos, almde diferenas nos critrios de confirmao dos casos. Asepizootias ocorridas durante o primeiro perodo (2007-2008) apresentaram maior disperso espacial (TO, GO,DF, MS, MG, SP e PR), concentrando-se com maior fre-quncia nas regies Centro-oeste e Sudeste, enquanto asepizootias ocorridas entre 2008-2009 restringiram-se s

    regies Sul e Sudeste, nos estados de SP, PR e RS. No quese refere evoluo no tempo, as epizootias do primeiroperodo de transmisso concentraram-se no ms dejaneiro, enquanto as do segundo perodo de transmissotiveram picos nos meses de dezembro e abril.

    Quanto confirmao de casos, foi realizada emambos os perodos, tanto por critrio laboratorialcomo por vnculo epidemiolgico. No primeiro pe-rodo, 61,1% das confirmaes foram por vnculoepidemiolgico, enquanto no segundo perodo, ocritrio laboratorial foi o mais frequente, com 95,8%das epizootias confirmadas. O maior nmero de con-

    firmaes em 2008-2009 deve-se, entre outros fatores, maior taxa de coleta de amostras registrada nesseperodo, em funo da maior sensibilizao dos ser-

    vios de vigilncia em sade quando comparada davigilncia no perodo anterior. Outrossim, grande partedos eventos notificados em 2008-2009 ocorreu no RS,onde a vigilncia de epizootias em primatas havia sidoimplantada no ano 2000, o que contribuiu sobrema-neira para a maior capacidade de resposta frente ao

    perodo de transmisso 2007-2008. Vale destacar que,entre 2008 e 2009, o Ministrio da Sade, em cartertemporrio durante os perodos de transmisso de FA,optou pela realizao do diagnstico laboratorial deamostras oriundas da regio Sul pelo Instituto AdolfoLutz, de So Paulo-SP, e o diagnstico das amostrasoriundas do restante do pas foi realizado pelo InstitutoEvandro Chagas, de Belm-PA, visando facilitao dofluxo de amostras e maior oportunidade na emissodos resultados.

    Desde o incio da implantao pelo Ministrio daSade, em 1999, da vigilncia de epizootias em prima-tas como ferramenta para a vigilncia epidemiolgicada FA, evidncias de circulao viral, tanto em primatasquanto em vetores, passaram a ser includas entre oscritrios de classificao das reas de risco para FA.

    A vigilncia de epizootias como evento-sentinelapara a vigilncia da FA, embora relativamente recente,encontra-se em desenvolvimento no Brasil. Atualmente,so poucos os trabalhos desse tipo descritos na literatu-ra, seja pelo relato de pesquisadores, seja pela descriode experincias de servios de vigilncia. necessrioque iniciativas de deteco precoce sejam estimuladas,promovendo novas experincias e divulgao parao aperfeioamento do sistema de vigilncia, que temcomo seu principal produto uma melhor capacidadedos servios de Sade Pblica de responder FA.

    Este estudo apresenta resultados da prtica exercidana rede de servios do Sistema nico de Sade, o SUS,e as informaes aqui discutidas so de fundamentalimportncia para o aperfeioamento da vigilnciada febre amarela no Brasil e para a consolidaoda notificao de epizootias em primatas como uminstrumento de preveno ocorrncia de casoshumanos da doena.

    Agradecimentos

    Aos profissionais de sade da rede de servios do

    SUS e unidades colaboradoras, unidades de notificaono Sistema de Informao de Agravos de Notificao Sinan envolvidas direta e indiretamente neste estudo.

    Aos colegas do Grupo Tcnico de Vigilncia dasArboviroses, da Coordenao Geral de Laboratrios(CGLAB)/SVS/MS, dos Institutos Evandro Chagas e

    Adolfo Lutz, e das Secretarias de Estado e SecretariasMunicipais de Sade que contriburam para a elabo-rao deste artigo.

    Francisco Anilton Alves Arajo e colaboradores

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

  • 7/24/2019 Epidemiologia Febre amarela

    10/10

    536

    1. Strode GK, Bugher JC, Austin-Kerr J, Smith HH,Smithburn KC, Taylor RM, et al., editors. Yellow Fever.New York: McGraw-Hill Book Company; 1951.

    2. Camacho LAB, Freire MS, Leal MLF, Aguiar SG,Nascimento JP, Iguchi T, Lozana JA, Farias RHG.Immunogenicity of WHO-17D and Brazilian 17DD

    yellow fever vaccines: a randomized trial. Revista deSade Pblica. 2004; 38(5):671-678.

    3. Consoli RAGB, Loureno-de-Oliveira R. Principaismosquitos de importncia sanitria no Brasil. Rio de

    Janeiro: Fiocruz; 1998.

    4. Ministrio da Sade. Fundao Nacional da Sade.Manual de Vigilncia Epidemiolgica da Febre

    Amarela. Braslia: Ministrio da Sade; 1999. 60 p.

    5. Marcondes CB. Flaviviroses: dengue, febre amarela eoutras doenas: doenas transmitidas e causadas por

    Artrpodes. So Paulo: Atheneu; 2009. p. 9-25.

    6. Ministrio da Sade. Sistema de Informao de FebreAmarela e Dengue (SISFAD). Braslia: Ministrio daSade; 2010.

    7. Kindlovits LM, Kindlovits A. febre amarela: clnicae teraputica em primatas tropicais. 2 ed. Rio de

    Janeiro: L. F. Livros; 2009. p. 190-191.

    8. Amaral R, Tauil PL. Duas ameaas de um mosquito:

    febre amarela e dengue. A Sade no Brasil. 1983;1(4):236-238.

    9. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia emSade. Mortes de macacos e a preveno da febreamarela no Brasil, 2007 e 2008: Notas tcnicas 2008.Braslia: Ministrio da Sade; 2008. [acessado em 20fev. 2010]. Disponvel em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/nota_epizootia110108.pdf

    10. Vasconcelos PFC. Febre amarela. Revista da SociedadeBrasileira de Medicina Tropical. 2003; 36(2):

    275-293.

    11. Portaria Ministerial n 5, de 22 de fevereiro de 2006.Inclui doenas na relao nacional de notificaocompulsria, define doenas de notificao imediata,

    relao dos resultados laboratoriais que devem sernotificados pelos Laboratrios de Referncia Nacionalou Regional e normas para notificao de casos.Dirio Oficial da Unio, Braslia, p. 38-34, 21 defevereiro de 2005. Seo 1. [acessado em 25 mar.2010]. Disponvel em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_5_2006.pdf.

    12. Ministrio da Sade. Manual de vigilncia deepizootias em primatas no-humanos. Secretaria de

    Vigilncia em Sade. Braslia: Ministrio da Sade;2005. [acessado em 30 mar. 2010]. Disponvelem http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/epizootias.pdf.

    13. Costa ZGA. Estudo das caractersticas epidemiolgicasda febre amarela no Brasil, nas reas fora da

    Amaznia Legal, perodo de 1999-2003 [Dissertaode Mestrado]. Braslia (DF): Escola Nacional deSade Pblica Sergio Arouca; 2005.

    14. Lima MA, Romano-Lieber NS, Duarte AMRC.Circulation of antibodies against yellow fever virus ina simian population in the area of Porto PrimaveraHydroelectric Plant, So Paulo, Brazil. Revista doInstituto de Medicina Tropical de So Paulo. 2010;

    52(1):11-15.15. Ministrio da Sade. Fundao Nacional da Sade.

    Dengue: instrues para pessoal de combate ao vetor:manual de normas tcnicas. 3 ed. Braslia: Ministrioda Sade; 2001. 84 p.

    16. Gershman M, Staples JE. Yellow Fever. [acessado em12 dez. 2010]. Disponvel em http://wwwnc.cdc.gov/travel/yellowbook/2010/chapter-2/yellow-fever.aspx

    Recebido em 19/04/2010 Aprovado em 06/12/2011

    Epizootias em primatas no humanos

    Epidemiol. Serv. Sade, Braslia, 20(4):527-536,out-dez 2011

    Referncias