EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

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EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E ADOLESCENTE ICBAS –UP Paula Pinto de Freitas

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EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

ICBAS –UPPaula Pinto de Freitas

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EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

A maioria dos estudos epidemiológicos tenta estimar taxas de prevalência (proporção de indivíduos que num dado momento está doente)

As taxas de prevalência são calculadas relativamente a um período de tempo que em psiquiatria varia geralmente entre 1 e 12 meses

Em psiquiatria é tb usada a Prevalência de Vida (proporção de indíviduos de uma população que refere ter tido a doença em causa em um qualquer momento da sua vida)

Em psiquiatria são raros os estudos de incidência (anorexia, bulimia, autismo, depressão e esquizofrenia)

A epidemiologia em psiquiatria infantil iniciou-se nos anos 60 com o estudo da ilha de Wight –Inglaterrra

Inovações: avaliações padronizadas, utilização de múltiplas fontes de informação (criança, pais, professores, ficheiros clínicos)

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Estudo da Ilha de WightM.Rutter e col. (anos 60)

Aos 10 anos de idade Prevalência de Pert. Psiquiátricas – 7% As perturbações emocionais, comportamentais e mistas

responsáveis por 80% das P.Psiquiáticas As P. Emocionais são mais comuns nas raparigas As P.Comportamento são mais comuns nos rapazes e

frequente/ associadas a dificuldades de leitura Seguimento Adolescência (14-15 anos)

Prevalência P.Psiquiatricas – 8% As P. Depressivas são mais frequentes 40% das perturbações persitem desde os 10 anos Pert. Persistententes mais comuns nos rapazes e

associadas a: conflitos familiares, dificuldades escolares Novos casos na adolescência mais parecidos com P. do

adulto

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Crianças em Idade Pré-escolar

Estudo de Richman e col – Londres 1982 Estudo de follow-up dos 3 aos 8 anos Adversidade psicossocial (depressão materna, conflitos

familiares) aos 3 anos fazia prever problemas aos 8 Melhoria no funcionamento familiar não conduzia à

remissão do problema (uma vez estabelecida a perturbação, há factores internos á criança que levam à sua perpectuação

Atraso de linguagem aos 3 anos predictivo de perturb. aos 8 anos nas crianças sem problemas aos 3

Outros estudos Prevalência - 7% Pert graves - 15% Pert. Moderadas Os problemas persistem aos 5-8 anos em 60% dos casos e

mais nos rapazes hiperactivos Persitência associada a: conflitos maritais, doença psiquíca

da mãe, família numerosa, habitação deficiente

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EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE MENTAL da CRIANÇA em idade escolar (prevalência período 3M)

PerturbaçõesComportamento

PerturbaçõesEmocionais

Total(erro padrão)

RapazRapariga

9,3 3,2

5,6 6,3

15,0 (4,6)9,5 (2,8)

e.Publicae.Privadae.especial

6,64,116,8

5,96,63,4

12,5 (4,3)10,7 (1,4)20,2 (5,8)

8-9anos10-11 anos

7,45,3

5,76,3

13,1 (3,2)11,6 (4,7)

p. menorp.Severatotal

3,72,86,5

2,83,15,9

6,6 (2,2)5,9 (1,5)12,4 (2,8)

E.Epidemiológico Chartres –França (metodologia Ilha Wight)

E. Fombonne 1994

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Perturbações psiquiátricas comunsestudos recentes

autor país idades prevalência

Costello e al.* USA 1996 9,11,13 20,3

Verhulst e al.* Holanda 1997 13-18 35,5

Steinhausen e al. Suiça 1998 7-16 22,5

Simonoff e al.* USA 1997 8-16 14,2

Offord e al. Canadá 1987 4-16 18,1

Bird e al. Porto Rico 1988 4-16 17,9

Lewingohn e al* USA 1993 16-18 9,6

Jeffers e Fitzgeralg* Irlanda 1991 9-12 19,9

* 3 meses * 6 meses * actual

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Saúde Mental da CriançaAvaliação da gravidade de um problema

1. Gravidade da Perturbação - nível de mau estar que provoca na criança, família ou nos serviços e que determina a quantidade de cuidados que a criança necessitará

2. Complexidade- quantidade de sintomas incapacitantes, presença de outras doenças, situação familiar e social complicada

3. Persistência - duração do problema ( quando surgiu, quanto tempo persistirá)

4. Risco de défice secundário - ex.. risco de que dificuldades de aprendizagem específicas originem problemas de comportamento

5. Nível de Desenvolvimento da criança - o sintoma é normal para a idade? ( ex.. enurese, medo do escuro...)

6. Factores de Protecção (ex.. boa qualidade das relações precoces)

7. Presença ou ausência de factores de Risco8. Presença ou ausência de factores de stress social ou cultural

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Grupos de Crianças em Risco: (> incidência de Doença Mental)

Crianças com incapacidade física Crianças com défices sensoriais Filhos de pais com doença mental Filhos de pais toxicodependentes Crianças com doença crónica Crianças que presenciaram ou experimentaram

situações traumáticas extremas Crianças refugiadas Crianças que provêm de ambientes ligados à

criminalidade e criança agressora crianças entregues aos cuidados de instituições tutelares

Crianças com dificuldades de aprendizagem Crianças com problemas emocionais e

comportamentais

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Indicadores Demográficos e Epidemiológicos do nível potencial de necessidades

Pirâmide etária taxa de natalidade origem étnica percentagem de famílias monoparentais percentagem dos sem abrigo mortes de crianças por acidente morbilidade por doença crónica, malformações congénitas e

deficiência física na criança número de crianças sinalizadas nos serviços de protecção;

entregues às autoridades locais número de crianças com necessidades educativas especiais prevalência de doença mental nos adultos daquela comunidade

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Factores que afectam a Saúde Mental da Criança

Família desfavorecida conflitos parentais ou separação baixas competências parentais doença psiquiátrica da mãe pai com cadastro criminal lutos doença crónica na criança anomalias cromossómicas ou genéticas da criança abuso físico, emocional ou sexual experiências de traumas súbitos e extremos dificuldades de aprendizagem ou dificuldades de linguagem e

comunicação escolas com rácio aluno/professor elevado elevada rotatividade dos professores