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Tipos de respostas dadas por provadores:

escalas nominais

amostras colocadas em 2 ou mais grupos, com nomes diferentes mas que não obedecem a qualquer ordem ou relação quantitativa

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Tipos de respostas dadas por provadores:

escalas ordinais

provador coloca produtos em 2 ou mais grupos pertencentes a uma série ordenada

ex: fraca, moderada, forte

muitas, algumas, poucas sementes

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Tipos de respostas dadas por provadores:

escalas de intervalo

provador coloca produtos em grupos numerados separados por um intervalo constante

ex: 3 unidades de sacarose, 4 unidades, 5 unidades, ...

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Tipos de respostas dadas por provadores:

escalas de razão

provador usa números que indicam quantas mais vezes é forte (salgado, doce, ...) o estímulo reltivamente a uma referência previamente apresentada

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Tipos de respostas dadas por provadores:

dados nominais são os que fornecem menos informação

dados ordinais dão mais informação e podem ser analisados pela maioria dos testes estatísticos não paramétricos

dados de intervalo e de razão são melhores

podem ser analisados por todos os testes não paramétricos e frequentemente pelos paramétricos

alguns técnicos preferem os dados de razão, devido a não sofrerem de distorções dos extremos das escalas

na prática, dados de intervalo dão os mesmos resultados e são mais fáceis de recolher

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métodos mais frequentemente usados para medir resposta sensorial:

organização – produtos avaliados organizados em grupos que diferem de modo nominal

ex: organizados por cor

classificação – notas atribuídas por especialistas treinados

ordenação – amostras (3 – 7) organizadas por ordem de intensidade ou grau de uma característica específica

escala ordinal

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escala – provadores avaliam amostra com uma escala numérica (normalmente 0 – 10) para a qual receberam treino

escalas de categorias produzem dados ordinais (por vezes de intervalo)

escalas lineares produzem dados de intervalo

estimativas de grandeza produzem dados mistos intervalo/razão

unidades de odor basedas em patamares é um método menos usado

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para escolher o método e poder treinar o painel no seu uso, o chefe de painel tem que compreender e gerir as principais fontes de variação:

diferenças de percepção dos provadores relativamente ao estímulo

limiares sensoriais variam com os indivíduos

diferenças na expressão das percepções pelos provadores

minimizadas pelo treino e selecção cuidadosa da terminologia e escalas fornecidas aos provadores

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provador deve escolher método mais simples capaz de medir as diferenças entre amostras

minimiza tempo de treino

por vezes, necessário usar métodos mais complexos, com mais terminologia e escalas mais complexas

requerem mais tempo de treino e de avaliação

quando diferenças não tidas em conta na fase de planeamento não podem ser medidas pelo método simples

minimizadas pelo treino e selecção cuidadosa da terminologia e escalas fornecidas aos provadores

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ramo da psicologia experimental que estuda as relações entre estímulos sensoriais e respostas humanas

usam-se 2 formas da função psicofísica:

lei de Fechner

lei de Stevens

ambas têm falhas

mais recentemente usada a lei de Michaelis-Menten ou a equação de Beidler para descrever a relação dosagem-resposta

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na lei de Fechner usa-se o limiar diferencial (just-noticeable difference, JND) para medir a intensidade da sensação

ex: uma sensação de 8 JND é duas vezes mais forte que uma de 4 JND

lei de Fechner derivada da lei de Weber

limiares de diferença aumentam em proporção à intensidade do estímulo absoluto percebido inicial, à qual são medidos

Ck

C

C – intensidade absoluta do estímuloC – variação na intensidade do estímulo necessária para 1 JND

k – constante (entre 0 e 1)

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lei de Weber diz que a quantidade de um flavour adicionado que consegue ser detectada depende da quantidade desse flavour que já está presente

conhecendo k, é possível calcular quanto mais desse flavour tem que ser adicionado

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a lei de Fechner depende de várias aproximações, algumas das quais não são sustentáveis

lei suportada por método de escalas

ex: avaliação de amostras que variam numa escala de 0 a 9 produz resultados que se traduzem numa curva logarítmica

logR k CC – intensidade absoluta do estímuloR – nº de JNDsk – constante (entre 0 e 1)

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lei de Stevens diz que a intensidade da sensação percebida cresce em função da intensidade do estímulo elevada a n

nR kC C – intensidade absoluta do estímuloR – nº de JNDsk – constante (depende das unidades em

que R e C são medidos)n – medida da velocidade de crescimento

da intensidade percebida em função da intensidade do estímulo

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expoentes típicos de características sensoriais

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quando n > 1.0, a sensação percebida cresce mais rapidamente que o estímulo

ex: choque eléctrico

quando n < 1.0, a sensação cresce mais lentamente que o estímulo

ex: maioria dos odores

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lei de Stevens tem falhas

expoentes variam com gama de estímulos e módulo usado no teste

expoentes diferem muito entre indivíduos devido à sua idiosincrasia no uso de números

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a equação de Beidler considera que a resposta psicofísica é proporcional à resposta neurofisiológica

não depende da utilização de números nem de escalas

define uma relação sigmoidal

k mede a afinidade da molécula causadora do estímulo para o receptor

max

R C

R k C

R – respostaRmax – resposta máximak – constante (concentração à qual a

resposta é metade da máxima)C – concentração molar

21

modelo de Beidler funciona melhor para intensidades médias e altas

ex: doçura de alimentos ou bebidas doces

considera que a resposta tem um limite superior (Rmax) nunca ultrapassado, qualquer que seja a concentração do estímulo

considera-se a concentração em que todos os receptores estão saturados

permite uma estimativa quantitativa da resposta do gosto humano

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nos testes de organização, provadores têm que seleccionar uma ou mais características que descrevam o estímulo

ex: num teste de bebidas provador coloca uma marca junto ao(s) termo(s) que melhor descreve(m) a amostra

não há padronização dos termos

resultados expressos como nº de marcas para cada termo

dados nominais

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selecção da terminologia adequada é necessária

compreensão das propriedades químicas e reológicas de um produto facilitam a interpretação dos resultados

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problemas resultantes da selecção de termos inadequada:

quando um produto apresenta defeitos visíveis (rancidez, dureza) e a lista não inclui termos para os descrever, o provador (sobretudo os menos treinados) usará um outro termo da lista para os descrever

se a lista fornecida não menciona algumas características que descrevam verdadeiras diferenças entre produtos, ou características importantes num produto, provadores usarão outro termo da lista para expressar a sua percepção

para que os resultados sejam úteis, selecção dos termos deve ser baseada nas características do produto

requer exame prévio das amostras por um painel bem treinado

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escalas habitualmente têm 4 ou 5 graus

ex: Prémio, Extra, Regular, Rejeitar

aplicam-se a:

café, chá, carne, peixe, manteiga, ...

correlação estatística com propriedades químicas ou físicas é impossível

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cada provador ordena as amostras

1 para a primeira, 2 para a segunda, ...

somam-se os valores para cada amostra e o valor resultante indica a ordem global das amostras

ordenação não pode ser usada como medida da intensidade, mas pode ser tratada pelos testes de c2 e de Friedman

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rápidos e exigem pouco treino

provadores devem estar bem familiarizados com a característica a testar

testes de ordenação muito utilizados, mas com mais de 3 amostras discriminam pior que os baseados no uso de escalas

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utilização de números ou palavras para expressar a intensidade de uma característica percebida ou uma reacção a essa característica (muito macia, muito dura, …)

provador pode atribuir valores numéricos às palavras (gosto muito=9, não gosto nada=1, …)

permite tratamento estatístico

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validade e fiabilidade de um teste de escala depende de:

selecção de uma técnica de escala suficientemente ampla de modo a cobrir toda a gama de intensidades do parâmetro e com suficientes pontos discretos para poder atribuir todas as pequenas diferenças de intensidade entre as amostras

painel ter sido ou não treinado a associar uma dada sensação (e nenhuma outra) com a característica a ser escalada

painel ter sido ou não treinado no uso da escala, do mesmo modo com todas as amostras e ao longo do tempo

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mais informativos e úteis que os testes diferenciais

resultados dependem da familiarização dos provadores com a característica a ser testada e com a escala a usar

aplicam-se 3 filosofias:

escala universal – provadores consideram todos os produtos e intensidades que já testaram como ponto de referência de máxima intensidade

escala específica do produto – provadores consideram apenas a sua experiência com a categoria do produto seleccionado para estabelecerem ponto de referência máximo

escala específica da característica – provadores consideram experiência prévia com característica escolhida em todos os produtos para definir ponto de referência máximo

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provadores tendem a usar meio das escalas

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tipos de escalas:

categorizadas

lineares

estruturadas

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escalas categorizadas

provador tem que atribuir um valor à intensidade de um dado estímulo

valor contido numa escala limitada, normalmente numérica

produz dados ordinais

não permite medir o grau (quanto mais) que uma amostra possui relativamente a outra

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exemplos de escalas categorizadas usadas em análise descritiva

Nº Escalas categorizadas Escala cat. verbal I Escala cat. verbal II

0 0 NenhumAbsolutamente

nenhum

1 1 PatamarMinimamente

detectável

2 2.5 Muito pouco Muito suave

3 5 Pouco Suave

4 7.5 Pouco-moderado Suave-nítido

5 10 Moderado Nítido

6 12.5 Moderado-forte Nítido-forte

7 15 Forte Forte

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habitualmente as escalas verbais também são convertidas em números

métodos descritivos (Flavour Profile® e Texture Profile ®) usam escalas categorizadas numéricas sustentadas verbalmente

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deve optar-se por uma escala de pelo menos 10-15 pontos, excepto:

quando a escala representa um muito pequeno intervalo de percepção sensorial

quando nº de amostras a testar é pequeno (<5)

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dados analisados por testes de c2

comparar proporção de respostas em cada categoria para um grupo de amostras

podem também usar-se técnicas paramétricas (teste de t, análise de variância, regressão)

quando se pode considerar que todas as categorias estão igualmente espaçadas

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escalas lineares

provador avalia a intensidade de um dado estímulo, fazendo uma marca numa linha horizontal

normalmente 15 cm com marcas nos extremos ou a 1.25 cm de cada ponta

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marcas feitas nas escalas convertidas em números obtidos por medição das suas distâncias relativas

régua ou digitalizador interfaciado com computador

produz dados de intervalo

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escalas estruturadas

baseadas na lei de Stevens

produzem dados de razão

provador atribui um nº arbitrário à 1ª amostra que recebe

nº também pode ser atribuído pelo organizador

passa a ser referido como módulo

restantes amostras receberão classificações proporcionais à inicial

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ex: com um módulo

1º biscoito atribuído grau crocante de 25

restantes amostras com valores relativos a 25

amostra com metade da sensação recebe valor de 12.5, ...

ex: sem um módulo

provador prova 1º biscoto e atribui-lhe um nº

amostras seguintes recebem valores relativos a essa

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escalas categorizadas vs. estruturadas

escalas estruturadas evitam o problema de os provadores evitarem as pontas das escalas para mais tarde poderem acomodar amostras extremas

escalas estruturadas exigem menos tempo e esforço de preparação de amostras e treino dos provadores

escalas estruturadas incapazes de produzir valores estáveis e reprodutíveis para intensidade de flavour

na prática, provadores que utilizam escalas estruturadas requerem bastante treino

frequentemente as escalas estruturadas não são mais discriminatórias que as categorizadas

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escalas categorizadas vs. estruturadas

escalas estruturadas são menos adequadas para ordenar grau de apreciação

escalas estruturadas produzem mais pontos de discriminação e separação em aplicações académicas com poucos avaliadores (≤20)

estudo de sistemas unidimensionais, como açúcar na água

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Tipos de ensaios sensoriais:

analíticos

afectivos

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testes analíticos:

discriminatórios

sensitivos

teste do Limiar (5 – 15 amostras)

teste de Diluição (5 – 15 amostras)

diferenciais

teste de Comparação-par (2 amostras)

teste de Duo-trio (3 amostras, 2 iguais e 1 diferente)

teste Triangular (3 amostras, 2 iguais e 1 diferente)

teste de Classificação (2 – 7 amostras)

teste da Diferença escalar (1 – 18 amostras)

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testes analíticos:

descritivos

classificação de características

teste de Escalas categorizadas (1 – 18 amostras)

teste de Escalas proporcionais (1 – 18 amostras)

análise descritiva

Perfis sensoriais (1, 1 – 5 amostras)

Análise descritiva quantitativa (1 – 5 amostras)

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testes afectivos:

preferência/aceitação

teste de Comparação-par (2 amostras)

teste de Classificação (3 – 7 amostras)

teste da Diferença escalar (1 - 18 amostras)

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Testes analíticos – Discriminatórios – Sensitivos – teste do Limiar

limiar – intensidade mínima de um estímulo capaz de provocar uma excitação

limiar – valor (mínimo ou máximo) de determinado estímulo a partir do qual se obtém uma sensação

testes do Limiar servem para determinar a intensidade dum estímulo detectável/reconhecível pelo provador

ex: determinação da concentração dum composto químico, adicionado a uma bebida, detectável pelos consumidores

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limiares individuais podem ser usados para seleccionar membros de um painel

teste muito usado, apesar das críticas

resultados são derivações estatísticas sem existência real

resultados dependem muito do método usado

determinação eficaz requer centenas de comparações com um controlo

teste do Limiar

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limiar de detecção (absoluto)

concentração ou quantidade mínima de composto/produto que origina uma sensação diferente dum padrão (água mineral, ...)

limiar de reconhecimento

concentração ou quantidade mínima de composto/produto que, além de originar uma sensação diferente dum padrão, permite reconhecer o estímulo específico em causa

normalmente superior ao absoluto

limiar terminal

intensidade de um dado estímulo a partir da qual não existe alteração da intensidade da sensação percebida

geralmente, acima deste nível, sensação é de dor

teste do Limiar

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limiar (empírico) de detecção/reconhecimento

concentração de produto que a pessoa detecta/reconhece em 50 % das provas

convenção que tem em conta a variabilidade individual no mecanismo estímulo-resposta

teste do Limiar

ideal real

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teste do Limiar

conceito de Limiar de grupo

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Determinação de limiares

vários métodos

ex: método rápido e método intermédio

teste do Limiar

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Método rápido

obtêm-se valores “práticos” dos limiares com menor nº de provadores e menor nº de provas

valores aproximados

provador tem que provar amostras de concentração/intensidade crescente da característica em estudo

teste do Limiar

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Método rápido

C0 – concentração mais elevada não detectada (ou não reconhecida)

C+ - menor concentração detectada (ou reconhecida)

para um provador i, limiar individual Li

para grupo de n provadores, calcula-se média geométrica dos valores de Li para obter o limiar de grupo Lg

teste do Limiar

10 iA

iL 0log( ) log( )

log( )2

i i

C CA L

10B

gL 1

log( )

log( )

n

i

ig

L

B Ln

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Método intermédio

obtêm-se valores mais correctos dos limiares

procedimento semelhante ao do método rápido

exige repetições pelo mesmo provador (para ajustar equações)

teste do Limiar

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Método intermédio

para um provador i

ajustar (mínimos quadrados, ...) modelo logístico à relação entre a proporção de respostas correctas/positivas e a intensidade do estímulo

teste do Limiar

( log )

( log )

1

3

1

i

i

B T x

i B T x

e

Pe

10 iT

iL

Pi – proporção de respostas correctas/positivas do provador i

log x – log do valor do estímulo x (conc. soluto, ...)B – decliveTi – limiar para provador i

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Método intermédio

teste do Limiar

limiar individual – Li = 101.62 = 41.69

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Método intermédio

para um grupo de n provadores

ajustar (mínimos quadrados, ...) modelo linear à relação entre o índice Fi e o limiar individual Ti

teste do Limiar

i iF a bT

10 gT

gL

Fi = 100-k/(n+1) – obtém-se a partir da ordem k do valor Ti entre todos os n valores de T

a – intercepçãob – decliveTi – limiar para provador i -erro

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Método intermédio

teste do Limiar

50g

aT

b

limiar para grupo de provadores – Lg = 100.79 = 6.17

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Método intermédio

para um grupo de n provadores

método alternativo

calcular média geométrica deTi e obter Lg através de

teste do Limiar

1

log( )n

ig g

i

TT L

n

10 gT

gL

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Testes analíticos – Discriminatórios – Diferenciais – teste de Comparação-par

testes simples

utilizados para determinar se existem diferenças entre 2 amostras

diferenciação simples – determinar se existem diferenças entre 2 produtos

diferenciação direccional – pretende-se saber se é detectável a diferença entre 2 amostras que diferem numa característica específica

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apresentam-se 2 amostras codificadas ao provador

provador indica se encontra diferença entre as 2 amostras

diferenciação simples

provador escolhe amostra do par, pela maior qualidade de uma característica específica

diferenciação direccional

teste de Comparação-par

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amostras apresentadas simultaneamente, se possível ou em sucessão

preparar igual nº dos 4 pares e apresentá-los aleatoriamente aos provadores

quando teste pretende avaliar um único par

quando cada provador tem que avaliar mais que 1 par, têm que manter-se registos de cada avaliação

teste de Comparação-par

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necessário apresentar 20 - 50 vezes cada uma das 4 combinações de amostras para determinar diferenças

A/A, B/B, A/B, B/A

podem ser usados até 200 provadores

ou 100 provadores receberem 2 dos pares

se estímulo a determinar for muito complexo, não se deve apresentar a cada provador mais que um par de cada vez

podem existir painéis de provadores treinados ou não treinados mas não de misturas de ambos

teste de Comparação-par

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utilizado quando amostras não adequadas a apresentação múltipla

quando não é possível fazer teste triangular ou duo-trio

eficaz para:

determinar se diferenças no produto resultam de alteração nos ingredientes, processamento, embalagem ou armazenamento

determinar se existe diferença global, quando não é possível identificar se uma característica específica foi afectada

teste de Comparação-par

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teste é lento porque:

informação sobre possíveis diferenças dada por comparação de respostas obtidas a partir de pares diferentes (A/B e B/A) com as obtidas a partir de pares idênticos (A/A e B/B)

apresentação de pares idênticos permite avaliar a influência do efeito placebo (perguntar se existe diferença)

teste de Comparação-par

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no final compara-se nº de respostas “correctas” e “incorrectas”

faz-se tratamento (A/B e B/A) relativamente ao efeito placebo (A/A e B/B)

hipóteses testadas por 3 tipos de estatísticas, baseadas na distribuição de probabilidade de c2

c2 ajustado

c2 corrigido

nº de respostas correctas

teste de Comparação-par

H0: A=B

não existe(m) diferença(s)

entre o(s) produto(s)

H1: A≠B existe(m) diferença(s)

H1: A<B ou A>B

existe(m) diferença(s)

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função densidade de probabilidades de c2

dados organizados em classes ou categorias

possível usar distribuição de probabilidades de c2 para testar a

“aproximação entre o que se observa e o que se esperava observar”

Fobs e Fesp

necessário calcular e testar medida da aproximação

varia entre 0 (frequências exactamente iguais) e ∞(frequências completamente diferentes)

( ) 12 2

2

1( )

2 ( )2

x n

nf x e x

n

x>0

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quando, para as classes i=1,2,..., k se define a hipótese H0

as distribuições são iguais, H0: Fobs(i)=Fesp(i)

a quantidade observada segue uma distribuição de c2 com u=k-1 graus de liberdade (g.l.)

2

( ) ( )2

1 ( )

( )kobs i esp i

obs

i esp i

F F

Fc

75

densidade de probabilidade (c2) para 3 e 8 g.l. ou u

área escura – 95 % da área da curva ɸ probabilidade de 95 % de que

c2 seja menor ou igual ao valor

crítico de 7.81

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se rejeita-se H0

aceita-se H1

quer dizer que “as distribuições são diferentes com uma confiança de (1-a) 100 %”

no caso contrário, não se rejeita H0

2 2

[ , ]obs a uc c

valores teóricos tabelados2

[ , ]a uc

risco a - probabilidade de concluir que existe uma diferença perceptível, quando esta não existerisco b - probabilidade de concluir que não existe diferença perceptível, quando esta existe

77

c2 ajustado

testes Comparação-par envolvem apenas 2 categorias de resposta (correcta, incorrecta)

k=2

necessário ajustar estatística em função de g.l.=k-1=1

H0: Fespcorrectas=Fespincorrectas

= n/2

porque p = ½

teste de Comparação-par

22

( ) ( )2

1 ( )

( 0.5)obs i esp i

aj

i esp i

F F

Fc

n – nº de provasp – probabilidade de o provador

responder correcta ou incorrectamente, ao acaso

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H1: A≠B, se rejeita-se H0

caso contrário, não se rejeita H0

H1: A<B ou A>B, se rejeita-se H0

caso contrário, não se rejeita H0

teste de Comparação-par

2 2

[ ;1]aj ac c

2 2

[ ;1]aj ac c

79

c2 corrigido

usado nas hipóteses anteriores

H1: A≠B, se rejeita-se H0

caso contrário não se rejeita H0

H1: A<B ou A>B, se rejeita-se H0

caso contrário, não se rejeita H0

teste de Comparação-par

221 22

1

( 1)cor

i

X X

nc

X1 – nº de respostas correctasX2 – nº de respostas incorrectasn – nº de provas

2 2

[ ;1]cor ac c

2 2

[ ;1]cor ac c

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nºde respostas correctas

teste das hipóteses anteriores

tabelas simplificadas, com nº mínimo (nmínimo) de respostas correctas para um determinado nº de provas

H1: A≠B, se rejeita-se H0

caso contrário não se rejeita H0

H1: A<B ou A>B, se rejeita-se H0

caso contrário, não se rejeita H0

teste de Comparação-par

/correctas mínimo bilateraln n

/correctas mínimo unilateraln n

81

ex: substituição de um cozedor para produzir um molho

problema - saber se molho produzido no novo aparelho tem mesmo sabor que no antigo

objectivo do projecto - determinar se a fábrica pode passar a utilizar novo aparelho

objectivo do ensaio - determinar se os 2 molhos podem ser distinguidos pelo sabor

teste de Comparação-par

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desenho do ensaio

como produto é picante, usa-se um veículo (pão branco)

usam-se 60 provadores para testarem 30 pares iguais + 30 pares diferentes

cada provador avalia ou um par igual (A/A ou B/B) ou um diferente (A/B ou B/A) numa única sessão

ensaio levado a cabo em cabinas sob luz vermelha, para mascarar diferenças

teste de Comparação-par

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teste de Comparação-par

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rastrear as amostras

ensaios preliminares, com 5 provadores experientes

verificar se é mais fácil provar amostras simples ou com veículo

determinar quantidade adequada de amostra, relativamente ao pão

teste de Comparação-par

85

efectuar o ensaio

imediatamente antes da prova, adicionar molho aos pedaços de pão previamente cortados e guardados sob refrigeração e hermeticamente fechados

amostras colocadas em pratos codificados como indicado na folha de trabalho

teste de Comparação-par

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analisar os resultados

análise por c2 usada para comparar efeito palcebo (17/13) com

efeito do tratamento (9/21)

teste de Comparação-par

Amostras recebidas

RespostasPar igualAA ou BB

Par diferenteAB ou BA

Total

Idêntico 17 9 26

Diferente 13 21 34

Total 30 30 60

22 ( )O E

Ec

O – nº observadoE – nº esperado

87

E = nº esperado, em cada uma das 4 opções: mesmo/par idêntico, mesmo/par diferente, diferente/par idêntico, diferente/par diferente

4.34 > valor da tabela (df=1, probabilidade=0.05, c2=3.84

existe uma diferença significativa

teste de Comparação-par

para a opção mesmo/par idêntico:

E=(26x30)/60=13

2 2 2 22 (17 13) (9 13) (13 17) (21 17)

4.3413 13 17 17

c

88

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teste de Comparação-par

89

interpretar os resultados

verificada diferença significativa entre os 2 molhos

teste de Comparação-par

90

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Testes analíticos – Discriminatórios – Diferenciais – teste de Duo-trio

aplica-se em situações semelhantes às dos testes de Comparação-par e triangular

menos eficaz que o triangular

probabilidade de resultado certo ao acaso é 1:2

comparação entre 2 amostras, para verificar se existe diferença sensorial

simples e fácil de aprender

vantagem de permitir utilizar amostra-padrão

91

prova inicia-se com apresentação da amostra-padrão

segue-se apresentação de 2 amostras codificadas

uma idêntica à amostra-padrão, outra diferente

provador deve identificar a idêntica

contar nº de respostas correctas e nº total de respostas

não são válidas respostas “não há diferença”

quando em dúvida, provadores devem “adivinhar”

conceitos fundamentais e análise de resultados semelhantes às dos testes de Comparação-par simples

teste de Duo-trio

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teste de Duo-trio

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mínimo de 16 provadores

risco b elevado para menos de 28

discriminação melhora quando se usam 32, 40 ou mais

teste de Duo-trio

risco a - probabilidade de concluir que existe uma diferença perceptível, quando esta não existerisco b - probabilidade de concluir que não existe diferença perceptível, quando esta existe

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útil para:

determinar se diferenças resultam de alterações nos ingredientes, processamento, embalagem ou armazenamento

determinar se existe diferença global, quando não se conseguem detectar diferenças nas características específicas

aplicável quando >15 (de preferência >30) provadores disponíveis

teste de Duo-trio

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2 formas de teste:

referência constante

referência é sempre a mesma amostra

normalmente retirada da produção corrente

usada quando provadores conhecem bem a amostra

referência equilibrada

ambas as amostras são aleatoriamente utilizadas como referência

usada quando nenhum dos produtos é mais conhecido que o outro ou quando se usam provadores pouco treinados

teste de Duo-trio

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amostras devem ser oferecidas em simultâneo

se não for possível, em sequência

preparar nº igual das possíveis combinações e distribuí-las aleatoriamente entre os provadores

folha de resultados igual para modos constante e equilibrado

teste de Duo-trio

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teste de Duo-trio

ref. equilibrada

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folha de resultados pode incluir espaço para mais que um teste

não incluir perguntas suplementares

teste de Duo-trio

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ex: novo material para lata de cerveja

problema – capacidade de detectar diferença entre 2 embalagens

objectivo do projecto – determinar se alteração na embalagem produz diferença perceptível na cerveja, após armazenamento

objectivo do ensaio – determinar se é possível detectar diferença sensorial entre as 2 cervejas após 8 semanas de armazenamento à temperatura ambiente

teste de Duo-trio

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nº de provadores – considerado que não há problemas de mercado se apenas 30 % dos provadores (pd = 30 %) conseguir detectar diferença

estabelecer risco b = 0.05 e risco a = 0.10

necessários 96 provadores

teste de Duo-trio

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desenho do teste – usa-se modo de referência constante, porque provadores estão familiarizados com a cerveja habitual (amostra A)

realizados testes separados em 3 locais diferentes

permite melhorar discriminação

cada teste usa 32 provadores

cerveja A usada como referência

preparam-se 64 copos de A e 32 de B, servidos em 16 combinações AAB e 16 ABA

amostra referência sempre à esquerda

teste de Duo-trio

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análise dos resultados – 18, 20 e 19 provadores (em cada um dos locais) identificaram correctamente a amostra igual à referência

resultado significativo exige 21 respostas correctas

teste de Duo-trio

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obtidas 57 respostas correctas em 96

tabela indica que nº crítico de respostas correctas é 55, significativo para 10 %

será 57 para 5 %

teste de Duo-trio

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interpretação dos resultados – existe diferença, com 5 % de significado

conclusão

ver se provadores descreveram a diferença

se não, fazer um teste descritivo

se a diferença não for considerada agradável nem desagradável, submeter amostras a teste por consumidores

teste de Duo-trio

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ex: substituição de lote de café

problema – testar 3 novos lotes de café para verificar se algum pode ser usado para substituir o que está a ser usado

objectivo do projecto – determinar qual de 3 novos lotes de café pode substituir o lote actual

objectivo do ensaio – testar semelhança entre lote actual e cada um dos outros

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desenho do teste – testes preliminares mostram que diferenças são pequenas e não facilmente atribuíveis a características específicas

usados 60 provadores em vez dos habituais 36 usados para testar diferenças

minimizar risco de não detectar diferença perceptível

60 provadores dão probabilidade de 90 % (b = 0.90) de

detectar situação em que 25 % dos provadores (pd = 25 %) conseguem detectar diferença, com risco a

de 0.25

teste de Duo-trio

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cada lote analisado com 1 semana de intervalo

usadas 12 cabinas de prova, com filtros acastanhados para a luz

cada parte do teste usa 12 provadores, de modo a ter uma apresentação equilibrada das 2 amostras

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amostras apresentadas sem açúcar nem natas

bules mantidos a 80 ºC e café despejado em chávenas de cerâmica mantidas a 55 ºC

marcadas e apresentadas como indicado na folha de trabalho

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análise de resultados

nº de respostas correctas:

seriam necessárias 33 respostas correctas para concluir que existe diferença significativa, com risco a de 0.25

lotes B e C são suficientemente semelhantes ao controlo, mas D não

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problema suplementar:

num teste duo-trio com 60 provadores, nº correcto de respostas correctas deveria ser n/2 = 30, mas apenas 24 identificaram lote B

causas possíveis:

amostras mal rotuladas

má preparação ou manuseamento das amostras antes da prova

por análise estatística é possível concluir que 24 não está suficientemente afastado de 30, para permitir dizer que existe um factor anómalo

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