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São Luís 2018 ENDRYO RUDYERE FRAZAO GOMES SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADA E SEUS BENEFÍCIOS

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São Luís 2018

ENDRYO RUDYERE FRAZAO GOMES

SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADA E SEUS BENEFÍCIOS

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São Luís 2018

SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADA E SEUS

BENEFÍCIOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras), como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica.

Orientador: Helington Leandro

ENDRYO RUDYERE FRAZAO GOMES

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ENDRYO RUDYERE FRAZAO GOMES

SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADA E SEUS

BENEFÍCIOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

São Luís de dezembro de 2018.

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GOMES, Endryo Rudyere Frazão. Sistema de lubrificação centralizada e seus benefícios. 2018. 40 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, São Luís, 2018.

RESUMO

O funcionamento adequado de máquinas e equipamentos industriais depende da adequação da lubrificação, já que esse procedimento retarda o desgaste natural das peças e elementos móveis. A lubrificação eficiente é um dos requisitos mais importantes, e a utilização de sistemas de lubrificação facilitam a manutenção proporcionando uma performance eficaz. Sistemas Centralizados de Lubrificação (SCL) têm se mostrado uma opção eficiente para satisfazer esses requisitos devido sua praticidade, precisão e custos, sendo o objeto de pesquisa desse trabalho que teve como objetivo descrever, através de uma revisão de literatura, os benefícios da utilização de sistemas de lubrificação centralizada para adequado funcionamento de máquinas e equipamentos industriais. Foram abordados os tipos de lubrificantes, suas características de uso, assim como os tipos sistemas de lubrificação centralizada. Conclui-se que os benefícios trazidos pela aplicação de sistemas de lubrificação centralizados às plantas industrias e às máquinas e equipamentos que a compõem justificam o investimento, uma vez que os custos na aquisição de óleos lubrificantes e falhas na produção por quebra de máquinas em decorrência de lubrificação inadequada são reduzidos, assim como os riscos para os operadores e possíveis danos ao meio ambiente. Palavras-chave: Lubrificantes; Sistema de Lubrificação Centralizados; Lubrificação Industrial.

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GOMES, Endryo Rudyere Frazão. Centralized lubrication system and its benefits. 2018. 40 pages. Graduation in Mechanical Engineering - Pitágoras College, São Luís, 2018.

ABSTRACT

The proper functioning of industrial machines and equipment depends on the suitability of the lubrication, since this procedure delays the natural wear of parts and moving parts. Efficient lubrication is one of the most important requirements, and the use of lubrication systems facilitates maintenance by providing efficient performance. Centralized Lubrication Systems (SCL) have been shown to be an efficient option to meet these requirements due to their practicality, precision and costs. The objective of this work was to describe, through a literature review, the benefits of using centralized lubrication systems for the proper operation of industrial machines and equipment. The types of lubricants, their characteristics of use, as well as types of centralized lubrication systems were discussed. It is concluded that the benefits brought about by the application of centralized lubrication systems to the industrial plants and to the machines and equipment that compose it justify the investment, since the costs in the acquisition of lubricating oils and production failures due to lubrication are reduced, as are the risks to operators and possible damage to the environment. Keywords: Lubricants; Centralized Lubrication System; Industrial Lubrification.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tipos de sistemas de lubrificação centralizada. ...................................... 19

Figura 2 – Princípio de funcionamento de um SLC. ................................................. 20

Figura 3 – SLC por estrangulamento ........................................................................ 23

Figura 4 – Diagrama SLC progressiva ..................................................................... 24

Figura 5 – Diagrama mostrando o funcionamento de um distribuidor progressivo ... 25

Figura 6 – Lubrificação automática de linha dupla (para óleo ou graxa) .................. 26

Figura 7 – Componentes básicos de um SLC .......................................................... 28

Figura 8 – Bombas de acionamento elétrico ............................................................ 31

Figura 9 – Bombas de engrenagens ........................................................................ 32

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Tabela DIN 51519 de classificação ISO óleos lubrificantes industriais. .. 16

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Usos e aplicações de alguns óleos lubrificantes.................................... 14

Quadro 2 – Vantagens e desvantagens de óleos lubrificantes e graxas. ............ Erro!

Indicador não definido.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

API American Petroleum Institute

CAPES Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior

CAPES Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior

cSt centistokes

IV Índice de Viscosidade

NLGI National Lubrication Grease Institute

SciELO Acadêmico e Scientific Electronic Library Online

SCL Sistemas Centralizados de Lubrificação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

2. LUBRIFICANTES UTILIZADOS EM SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

CENTRALIZADA ...................................................................................................... 13

3. CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

CENTRALIZADA ...................................................................................................... 19

4. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS QUE COMPÕEM OS SISTEMAS DE

LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADA .......................................................................... 28

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 33

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

Todas as indústrias, de qualquer área de produção, utilizam máquinas e

equipamentos em seus processos, por isso, a disponibilidade e a confiabilidade

desses ativos são indispensáveis para garantir que atinjam seus objetivos e atendem

as demandas de seus clientes.

Contudo, para que funcionem corretamente, máquinas e equipamentos devem

ser adequadamente lubrificadas, já que esse procedimento retarda o desgaste natural

das peças e elementos móveis decorrentes do atrito, do calor gerado, da carga a que

são sujeitas e a muitas outras condições que influenciam o desempenho.

Neste sentido, a lubrificação eficiente é um dos requisitos mais importantes, e

a utilização de sistemas de lubrificação facilitam a manutenção proporcionando uma

performance eficaz, no que se refere a redução da quebra de peças por atrito,

deformações decorrentes de resíduos de matérias em suspenção, efeitos da

oxidação, dentre outros, garantindo que chegue a quantidade especificada de

produtos lubrificantes nos locais em que são necessários, mantendo o equilíbrio em

todo o sistema de lubrificação.

Sistemas Centralizados de Lubrificação (SCL) têm se mostrado uma opção

eficiente para satisfazer esses requisitos devido sua praticidade, precisão e custos

que justificam o investimento pelos resultados alcançados, sendo então um campo de

atuação muito importante para profissionais que projetam, constroem e fazem a

manutenção de máquinas e equipamentos industriais, entre os quais o engenheiro

mecânico, que atua em todas essas fases, sendo um profissional que portanto deve

ter domínio de conhecimento técnico sobre o tema.

Quando a lubrificação é feita de forma inconsistente ou incorretamente, afeta

negativamente a condição das máquinas e a confiabilidade na planta. A maioria das

falhas de rolamentos são devidas às práticas de lubrificação que não estão à altura

da demanda de serviço, assim como a maioria das falhas mecânicas resultam de

lubrificação inadequada, ocasionando perda de tempo, paralização da produção e

redução da confiabilidade em máquinas, equipamentos e processos, que se refletem

em prejuízos para as indústrias.

Para cumprir sua função de reduzir o desgaste e prolongar a vida útil das

máquinas e dos equipamentos industriais que possuem partes móveis é necessário o

uso frequente de lubrificação, a fim de manter o filme de lubrificante de espessura

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adequada, evitando que haja aumento de calor e atrito prejudiciais aos sistemas.

Fricção e desgaste são riscos ocupacionais inerentes aos sistemas e

maquinário causando perdas consideráveis. A tarefa de um SCL é limitar essas perdas

por meio de regulação e oferta adequadas e mais eficientes de lubrificação, que

garanta maior durabilidade e precisão às máquinas e sistemas industriais. No entanto,

não basta apenas a adoção de um sistema, o equilíbrio entre este e o tipo e qualidade

do lubrificante, segundo cada demanda operacional, é indispensável.

A tecnologia de lubrificação central está relacionada aos sistemas técnicos:

transporte, distribuição e dosagem, alimentação de lubrificantes para peças móveis e

pontos de lubrificação, descarga de calor, transporte de partículas gastas de pontos

de rolamento, controle e prevenção. Então para que o SCL alcance seu pleno

desempenho, é essencial que os responsáveis pelo seu monitoramento e manutenção

tenham pleno conhecimento e domínio desse conhecimento, justificando o

desenvolvimento desta pesquisa.

A importância acadêmica desta pesquisa se encontra na perspectiva de

analisar de forma indireta, por meio de levantamento e análise do conteúdo de

trabalhos já publicados, os benefícios e as limitações que se apresentam pela adoção

de sistemas centralizados de lubrificação em máquinas industriais, produzindo

material que possa servir de referência para acadêmicos e profissionais da

Engenharia Mecânica e afins.

Os lubrificantes são produtos à base de óleos naturais ou sintéticos

amplamente utilizados na indústria, em todas as máquinas e equipamentos que

operam realizando movimentos para o adequado funcionamento, sendo

indispensável, segundo a necessidade de cada operação, definir a periodicidade de

troca e a forma de monitoramento das propriedades físico-químicas para garantir a

efetividade da atuação do produto.

A adoção de um sistema de lubrificação adequado pode trazer benefícios,

aumentar a eficiência e majorar a confiabilidade nos sistemas mecânicos de uma

planta industrial. Diante disso, apresenta-se como questão norteadora: quais os

benefícios de utilização de Sistemas de Lubrificação Centralizada em máquinas e

equipamentos industriais?

Para responder essa questão, foi traçado como objetivo geral: descrever,

através de uma revisão de literatura, os benefícios da utilização de sistemas de

lubrificação centralizada para adequado funcionamento de máquinas e equipamentos

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industriais. Para alicerçar o alcance desse, foram definidos como objetivos

específicos: apontar as características dos lubrificantes utilizados em sistemas de

lubrificação centralizada; descrever as características e tipos de sistemas de

lubrificação centralizada; conhecer os principais dispositivos que compõem os

sistemas de lubrificação centralizada.

Assim, seguindo o método da revisão de literatura para construção textual

desse trabalho, a pesquisa foi pautada em livros de referência, artigos e diversos

materiais acadêmicos e científicos referentes à temática, além de manuais oficiais de

fabricantes de componentes de SCL, disponíveis em bases de dados eletrônicas

como Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (SciELO), assim como

o banco de dados da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior

(CAPES) do Ministério da Educação. Foram utilizados como descritores de pesquisa

os termos, juntos e/ou separados: lubrificantes industriais; lubrificação centralizada; e,

sistema centralizado de lubrificação, sendo incluídos trabalhos publicados nos últimos

dez anos, ou seja, a partir de 2008.

A estrutura do trabalho é constituída de quatro capítulos principais, além dessa

Introdução. O primeiro capítulo apresenta as principais propriedades dos lubrificantes

utilizados em SCL. O segundo capítulo descreve os tipos e respectivas características

SCL, enquanto o terceiro capítulo especifica os componentes principais e suas

funções dentro dos SCL.

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2. LUBRIFICANTES UTILIZADOS EM SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

CENTRALIZADA

O princípio de atuação de uma boa lubrificação parte da formação de uma

película de lubrificante entre as partes móveis de uma máquina, equipamento ou

sistema. De forma geral, a principal função da lubrificação é a proteção: dos

componentes contra corrosão, dos componentes da ação de líquidos e poluição

externa, além de varrer resíduos de desgaste, o óleo circulante distribui calor e

contribui para o equilíbrio térmico da máquina. A lubrificação reduz o atrito, diminuindo

a energia consumida pela máquina e, assim, proporcionando economia de energia

(MAIA, 2009).

De acordo com Cordeiro e Azeredo (2013), a vida útil das partes móveis está

diretamente relacionada à eficácia da película lubrificante, que depende: do tipo de

lubrificante aplicado; de sua capacidade específica de calor, resistência a vibrações,

da carga e a velocidade do movimento, dentre outros fatores. Então segundo cada

demanda, deve ser utilizado o tipo adequado de lubrificante, que na indústria se

apresenta normalmente na forma de óleos ou graxas.

Conforme explica Rezende (2015), em sua maioria, os óleos lubrificantes

utilizados na indústria são os minerais parafínicos ou sintéticos, solventes refinados e

de alto índice de viscosidade, possuindo boa propriedade de resistência da película,

oxidação inerente e estabilidade térmica, além de excelente capacidade de separação

da água.

O óleo base é o principal matéria-prima para todas as formas de lubrificantes,

incluindo óleo de motor, graxa e lubrificantes industriais. Pode ser classificado em óleo

base parafínico, naftênico ou aromático, dependendo da composição química. O óleo

base é produzido a partir da refinação de petróleo bruto ou através de síntese química.

Ele também é classificado em notas desenvolvidas pelo American Petroleum Institute

(API), que servem como diretrizes ao combinar óleos de motor licenciados

(CANCHUMANI, 2013).

Os óleos de base lubrificantes possuem algumas propriedades, que oferecem

diversas vantagens para fabricação de lubrificantes, como: alto índice de viscosidade;

permanece na forma líquida dentro de uma ampla faixa de temperatura com um alto

ponto de ebulição e baixo ponto de congelamento; reduz o atrito; reduz o desgaste e

evita a quebra; estabilidade hidráulica; absorção e transporte de calor para

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refrigeradores; protege contra sujeira; previne a ferrugem, formando barreira contra o

ar e a umidade, por isso são usados pra produção de lubrificantes para vários fins

(CARRETEIRO; MOURA, 2010), conforme demonstrado no Quadro 1.

Quadro 1 – Usos e aplicações de alguns óleos lubrificantes.

TIPOS APLICAÇÃO

Óleos de circulação inibida Sistemas hidráulicos/mancais

Óleos de engrenagens Redutores/multiplicadores

Óleos de turbina Sistemas circulatórios

Óleos para compressores Cilindros e mancais

Óleos de corte Corte e resfriamento

Óleos de impregnação Preparo e acabamento de fibras naturais e sintéticas

Óleos para transformação de calor Aplicado até 300F

Óleos de extensão para borracha Para uso em pneus

Óleos neutros Indústria alimentícia

Fonte: Gândara (2000, p. 27).

De acordo com o API, os óleos básicos são classificados em cinco categorias

(CÂMARA; PERES, CHRISTIANINI, 2010):

a) Grupo I: contém menos de 90% de saturados, mais de 0,03% de enxofre, e

exibe um intervalo de Índice de Viscosidade (IV) de 80 a 120. Esse é o tipo de óleo

básico com a melhor relação custo-benefício disponível no mercado;

b) Grupo II: contém mais de 90% de saturados, menos de 0,03% de enxofre e

exibe um índice de viscosidade de 80 a 120. Este óleo básico apresenta excelentes

propriedades antioxidantes e tem uma cor mais clara em comparação com óleos

básicos do Grupo I. Os óleos básicos do Grupo II estão sendo cada vez mais utilizados

nos processos industriais;

c) Grupo III: contém mais de 90% de saturados, menos de 0,03% de enxofre e

exibe um índice de viscosidade de mais de 120. Esses óleos básicos também estão

sendo usados mais comumente em diversas aplicações;

d) Grupo IV: são polialfaolefinas feitas por síntese que possuem uma faixa de

temperatura mais ampla dentro da qual permanecem líquidos e funcionais;

e) Grupo V: inclui todos os outros óleos base, incluindo silicone, polialquileno

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glicol, poliéster, etc.

Todos os óleos das classes descritas não são disponibilizados comercialmente

como lubrificantes para o consumidor final, em suas estruturas são adicionados outros

materiais de base para melhorar as suas propriedades (BARCZA, 2017).

Os lubrificantes oferecem alta resistência à formação de lacas e outros

produtos de oxidação e resistência à ferrugem e à corrosão, além de fornecem

lubrificação econômica e proteção das partes móveis metálicas das máquinas e

equipamentos contra desgaste excessivo sob cargas que foram projetadas para

atender em condições normais de funcionamento (CEDTEC, 2015).

De acordo com Belmiro e Carreteiro (2006), a aplicação dos lubrificantes é

recomendada para uso em rolamentos lisos ou de roletes, em particular, para sistemas

de circulação e de banho, motores verticais e horizontais com carcaça fechada,

máquinas de palhetas rotativas, máquinas alternativas de alta pressão, onde as

condições de operação não são severas e os óleos minerais retos podem ter um

desempenho satisfatório.

Os óleos básicos são descritos por quatro propriedades físicas que determinam

como irão funcionar em serviço. A primeira é o ponto de fluidez, que é a temperatura

mais baixa na qual uma amostra de óleo pode ser despejada determina o ponto de

fluidez. A segunda é a viscosidade, que define a resistência do óleo ao fluxo

(PEREIRA, 2015).

A terceira é o Índice de Viscosidade (IV). À medida que as mudanças de

temperatura de um óleo mudam, também aumenta sua viscosidade, definindo seu IV.

Um óleo com alto teor de IV, por exemplo, altera a viscosidade menos com a

temperatura do que um óleo com baixo teor de IV. Os óleos de motor multigraduado

especificados pelos fabricantes de veículos exigem óleos base de alto IV como ponto

de partida no processo de formulação. Óleos básicos de alta VI têm menor volatilidade

e são projetados para operar em temperaturas baixas e altas (PEREIRA, 2015).

A quarta propriedade é a pureza, pois constituintes de muitos lubrificantes,

como enxofre, nitrogênio e compostos aromáticos policíclicos, devem ser mantidos

dentro de limites estritos (CÂMARA; PERES, CHRISTIANINI, 2010).

A classificação de viscosidade dos óleos lubrificantes industriais obedece às

normas da International Standards Organization (ISO), que utiliza unidades mm²/s

(cSt) e está relacionada à viscosidade a temperatura do fluido a 40ºC (Tabela 1). É

composta por uma série de 20 classes de viscosidade que variam entre 1,98 mm²/s e

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1650 mm²/s, cada um dos quais é definido por um número (APETRO, 2012).

Tabela 1 – Tabela DIN 51519 de classificação ISO de óleos lubrificantes industriais.

Fonte: Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (2012).

Por exemplo, o grau de viscosidade ISO 32 refere-se ao suporte de viscosidade

entre 28,8 a 35,2 mm²/s, cujo ponto médio é de 32,0 mm²/s. isso é ilustrado na Tabela

1, que mostra o número de grau de viscosidade ISO, os pontos médios de cada quebra

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e os limites de viscosidade (ALLRACING, 2016).

Este sistema ISO, apresentado na Tabela 1, é usado para classificar todos os

óleos lubrificantes industriais onde a viscosidade é um critério importante na seleção

do óleo, embora para óleos de corte e alguns outros produtos especializados seja

mais importante a classificação em relação à seleção de grau (APETRO, 2012).

Por sua vez, explicam Carreteiro e Moura (2010), que a graxa é um produto

com consistência semifluida a sólida, obtida pela mistura de um agente espessante

com um lubrificante líquido, que pode ser um óleo mineral ou sintético. Aditivos podem

ser incluídos para obter propriedades específicas. O uso crescente de mancais

lubrificados com graxa, combinado com o desenvolvimento da lubrificação cíclica dos

SCL, torna a graxa um elemento crítico no mancal. A vida útil do rolamento e seu

comportamento em vários ambientes dependem significativamente das propriedades

da graxa usada.

As graxas para uso geral nem sempre atendem aos requisitos específicos de

alguns aplicativos. Os rolamentos solicitados para operar em condições específicas

de carga, velocidade ou temperatura, ou na presença de água, umidade ou vibrações,

exigem o uso de graxa cuidadosamente selecionada (RG SERTAL, 2017).

Maia (2009) afirma que as características físicas e químicas das graxas, quanto

a consistência, devem respeitar os graus da National Lubrication Grease Institute

(NLGI) que correspondem a um valor de penetração trabalhada na graxa, de acordo

com a especificação de teste ASTM/D217. Para rolamentos, a consistência de graxa

geralmente adotada é de grau 2 (normal).

Cordeiro e Azeredo (2013) explicam que a viscosidade do óleo básico que

compõe a graxa é geralmente definida em cSt (mm²/S) a 40 °C, como os óleos

lubrificantes. A densidade é de aproximada mente 0.9, com ponto de queda, que é a

temperatura na qual a primeira gota de uma amostra liquefeita pelo aquecimento

escorre, sendo entre180 °C a 260 °C, dependendo da composição da graxa, porém a

temperatura máxima de serviço da graxa deve permanecer sempre bem abaixo do

ponto de queda.

As condições de trabalho impostas ao lubrificante, como laminação e mistura,

requerem graxas especiais para rolamentos, que não podem ser selecionados com

base em suas características físicas e químicas, de modo que as especificações

baseiam-se nos seguintes critérios: resistência para rolamentos de esferas; adesão

(centrifugação); resistência a rolamentos; resistência a vibrações (falsa dilatação);

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resistência à água; resistência a altas velocidades; resistência a altas e baixas

temperaturas, dentre outras. Contudo, para selecionar o tipo de lubrificação, deve

considerar as vantagens e desvantagens (ALLRACING, 2016), conforme

apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2 – Vantagens e desvantagens de óleos lubrificantes e graxas

ÓLEOS LUBRIFICANTES GRAXAS

Vantagens

Boa penetração no rolamento; Boa estabilidade física e química; Refrigeração; Fácil controle do lubrificante: volume e nível.

Mecanismos limpos; Selagem simplificada; Proteção; Montagem simples; Manuseio fácil; Redução ou ausência de substituição de lubrificante; Opção para usar rolamentos pré-lubrificados.

Desvantagem

Vedação necessária para montagem; Proteção inadequada contra corrosão e umidade em caso de longos períodos de não funcionamento; Tempo de atraso, se for necessário iniciar uma circulação independente antes da rotação do rolamento.

Maior coeficiente de atrito do que óleo; Redução da transferência de calor; O rolamento deve ser desmontado e lavado para ser substituído (se necessário); Nenhuma opção para verificar o nível de graxa, portanto os níveis de graxa devem ser confiáveis ou o reabastecimento periódico, pois é necessário compensar vazamentos, poluição e envelhecimento.

Fonte: Adaptado de Carreteiro e Moura (2010); Pauli e Uliana (2014); e Cordeiro e Azeredo (2013).

Os Sistemas de Lubrificação Centralizados (SLC) utilizam principalmente graxa

ou óleo lubrificantes, que devem geralmente satisfazer os seguintes requisitos: alta

intensidade de óleo; baixa fricção; alta resistência ao desgaste; alta estabilidade

térmica; não corrosivo; altamente anticorrosivo; conteúdo mínimo de poeira/água;

consistência de graxa não deve ser alterada de forma significativa, mesmo depois de

ser repetidamente movimentada (DROPSA, 2014).

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3. CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

CENTRALIZADA

Um SLC executa a tarefa de fornecer pontos de lubrificação individual ou para

grupos de pontos, com quantidades variáveis de lubrificante exatamente mensuradas

de acordo com a necessidade, a partir de um local central para atender às diferentes

demandas das partes móveis de máquinas e equipamentos (RG SERTAL, 2017). Os

SLC são classificados de acordo com sua função e tipo de distribuição de lubrificante

(NASCIMENTO; NAPOLI; RIBEIRO, 2014), conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1 – Tipos de sistemas de lubrificação centralizada.

Fonte: Dropsa Lubrificação Centralizada (2014).

Os cuidados durante a instalação, a inicialização e a manutenção do SLC

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ajudam a melhorar a prontidão operacional e a vida útil das máquinas, mas o sistema

deve receber a mesma atenção de manutenção que todos os outros equipamentos

sofisticados de uma máquina (NASCIMENTO; NAPOLI; RIBEIRO, 2014).

As unidades que possibilitam o movimento do lubrificante nos SLC são bombas

de pistão acionadas de forma manual, mecânica, elétrica, hidráulica ou

pneumaticamente ou bombas de engrenagem operadas de forma intermitente. O

lubrificante é medido por distribuidores de pistão instalados no sistema de tubulação.

Válvulas de medição intercambiáveis nos distribuidores tornam possível fornecer a

cada ponto de lubrificação a quantidade necessária de lubrificante por curso ou ciclo

de trabalho da bomba, sendo o princípio de funcionamento similar entre os tipos

circulatório e de consumo, também denominado de perda total (SOUZA, 2013),

conforme demonstrado na Figura 2.

Figura 2 – Princípio de funcionamento de um SLC.

Fonte: Dropsa Lubrificação Centralizada (2014)

Se os componentes da máquina exigirem uma grande quantidade de

lubrificante, ou se for necessário que o lubrificante seja resfriado ou aquecido, um

sistema de lubrificação com óleo circulante deve ser usado. Em todos os outros casos,

o lubrificante não é recuperado após a lubrificação do componente. A circulação de

óleo fornece fluxo contínuo até o ponto que requer lubrificação (WOLF, 2016).

O óleo usado é devolvido ao tanque principal e depois repassado pelo circuito.

A estação de bombeamento pode ser equipada com um sistema de resfriamento ou

aquecimento para manter o lubrificante em uma temperatura ideal. Com este princípio,

o nível de óleo correto é sempre mantido dentro do mancal. A circulação do óleo

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remove o calor gerado e permite velocidades mais altas e melhor confiabilidade. A

chave para este tipo de sistema de lubrificação é a vigilância cuidadosa do

fornecimento de lubrificante (FERNANDES, 2015).

Nos SLC circulatórios, depois de passar o ponto de fricção, o lubrificante é

enviado de volta ao reservatório de lubrificante para que possa ser usado novamente.

Sistemas de lubrificação circulante são usados em todos os lugares em que são

necessários, não apenas reduzir o desgaste, mas também retirar o calor do ponto de

fricção. Aplicações padrão: indústrias de papel e metal, caixas de câmbio, etc

(CARRETEIRO; BELMIRO, 2008).

No campo da tecnologia de lubrificação centralizada, é possível classificar os

sistemas circulatórios da seguinte forma (COSTA, 2013):

a) Lubrificante fornecido por uma bomba é dividido por peças hidráulicas

(tubos, distribuidores ajustáveis de válvulas dosadoras, estranguladores);

b) Repartição volumétrica da produção por limitadores de vazão ou

alimentadores progressivos; e

c) Repartição volumétrica da saída por bombas, bombas de engrenagem ou

de pistão com linhas múltiplas, com uma bomba cada por ponto de

lubrificação.

Em sistemas de lubrificação de consumo, o lubrificante novo (óleo, graxa ou

graxa fluida) é constantemente alimentado em determinados intervalos (dependendo

do tempo ou carga) nos pontos de fricção durante o ciclo de lubrificação (tempo de

contato, tempo de execução da bomba). A quantidade de lubrificante é dimensionada

de modo que aos pontos de atrito sejam fornecidos com quantidade suficiente durante

os intervalos de tempo determinados para formar uma película de lubrificante

adequada (FERREIRA, 2017).

Sistemas centralizados de consumo são os tipos mais usados. Uma bomba

distribui pequenas quantidades de lubrificante a partir de um tanque central para cada

ponto de lubrificação. O novo lubrificante substitui o antigo. Diferentes métodos podem

ser usados, dependendo da pressão requerida, e baseados, entre outros fatores, na

perda de pressão devido à viscosidade do lubrificante e aos comprimentos e diâmetros

variáveis das mangueiras que transportam o lubrificante (HISSA, 2001).

No decorrer do tempo, no SLC de consumo, o lubrificante é parcialmente gasto

como resultado do envelhecimento, evaporação, sangramento e vazamentos, por isso

recebe a denominação de perda total de lubrificação. Outra limitação desse sistema é

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que o calor não pode ser dissipado com este método de lubrificação. Expressões

adicionais para sistemas de lubrificação por perda total são habituais na literatura e

em catálogos, por exemplo: terminação de lubrificação; lubrificação de passagem

única; lubrificação com óleo fresco (MAIA, 2009).

Soluções diferentes para lubrificação de consumo são os sistemas manual e

automático estão disponíveis. Embora os sistemas automáticos exijam investimentos

iniciais mais substanciais, eles são mais confiáveis e levam a economias de longo

prazo (HISSA, 2001).

Na lubrificação centralizada com alimentação manual, todos os pontos de

lubrificação estão conectados a um único distribuidor com um niple externo de graxa.

Um operador conecta uma mangueira de graxa durante a manutenção programada e

injeta a quantidade recomendada de lubrificante, que é espalhada pelo distribuidor

entre os pontos individuais, sendo ainda possível ligar uma bomba programada para

injetar o lubrificante em intervalos regulares, dependendo dos modelos de cada

fabricante (MENEZES et al, 2013).

Aplicações desse sistema são aquelas que exigem apenas lubrificação

ocasional, ou aplicações com poucos locais, e que não requerem uma bomba

permanente, como máquinas individuais, dentre outras (SONED, 2011).

No sistema de consumo com fornecimento automático de lubrificante a

lubrificação se dá de forma volumétrica automática (para graxas a óleo ou

semilíquidas). A cada ciclo, a bomba inicia e força o lubrificante para o injetor sob

pressão, através da linha principal. Os injetores se enchem gradualmente. Quando

estão cheios, a pressão aumenta na linha principal. Um pressostato irá parar a bomba

quando o limite máximo de pressão for atingido (FERNANDES, 2015).

A quantidade de lubrificante acumulado nos injetores é descarregada no ponto

de lubrificação imediatamente antes ou depois do corte da bomba, dependendo do

tipo de injetor utilizado (direto ou indireto). Os sistemas volumétricos são dedicados à

lubrificação cíclica de pequenas e médias máquinas de tamanho reduzido e unidades

com múltiplos locais que requerem lubrificação (máquinas-ferramentas, máquinas de

embalar, máquinas de processamento de alimentos, etc.). Esses sistemas são fáceis

de projetar e modificar ALLRACING, 2016).

As quantidades medidas de lubrificantes normalmente variam de 0,01 a 1,5 cm³

por pulso de lubrificação e ponto de lubrificação. A quantidade de lubrificante a ser

alimentado nos pontos de lubrificação também pode ser influenciada pelo número de

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pulsos de lubrificação, sendo importante esclarecer que uma linha de retorno de óleo

do ponto de lubrificação para o reservatório de óleo não implica necessariamente em

um sistema de lubrificação de consumo (CEDTEC, 2015).

No SLC por estrangulamento (Figura 3), o óleo é distribuído e o fluxo é dividido

por tubos com diferentes seções transversais e comprimentos; o arranjo mais

simétrico possível deve ser utilizado. As perdas de pressão na linha principal são

mantidas baixas até as linhas de ramais (DROPSA, 2014).

Figura 3 – SLC por estrangulamento

Fonte: Dropsa Lubrificação Centralizada (2014)

No sistema por estrangulamento podem ser realizadas aplicações de alguns

cm³ até vários litros de lubrificante por ponto de lubrificação a uma pressão variante

entre 2 a 20 bars. É um método confiável, porém é sensível a sujeira, sendo

necessário o uso de microfiltros, além disso, permite somente o monitoramento da

linha principal, por isso o planejamento é complexo quando se trata de atender à

grandes sistemas. Além disso, o bom resultado é muito dependente da viscosidade

do lubrificante utilizado, que tem sua quantidade dividida por distribuidores de válvulas

dosadoras e válvulas limitadoras ajustáveis (PAULI; ULIANA, 2014).

Na lubrificação progressiva automática de linha única (para óleo ou graxa), a

quantidade de lubrificante enviada pela bomba é dividida e enviada para cada ponto

de lubrificação através de um distribuidor. Estes distribuidores estão equipados com

vários pistões que se movem sucessivamente, por sua vez, e em um ciclo, daí o nome,

sistema progressivo. Um distribuidor «progressivo» inclui pelo menos três pistões

interdependentes (DROPSA, 2014), conforme pode ser observado na Figura 4.

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Figura 4 – Diagrama SLC progressiva

Fonte: Dropsa Lubrificação Centralizada (2014)

Quando o distribuidor recebe o lubrificante pressurizado da bomba na entrada,

o pistão é deslocado e injeta o volume de lubrificante armazenado na câmara da outra

extremidade. Quando atinge a parada de deslocamento, o próximo pistão é liberado

e deslocado. O lubrificante recebido pelo pistão será liberado durante o retorno,

acionado pelo batente de deslocamento do pistão anterior (FERNANDES, 2015).

No SLC com lubrificação progressiva em linha múltipla automática, cada

unidade pode ativar várias bombas, todas agindo de forma independente. Cada

bomba fornece um circuito, que pode ser equipado com um distribuidor progressivo.

Aplicações onde os diferentes locais que necessitam de lubrificação precisam de

fluxos de lubrificante muito diferentes (prensas de pellets, etc.) (SONED, 2011).

O funcionamento do sistema tem como lógica a criação de fluxo pressão

positiva no lado esquerdo do pistão inferior a partir do óleo lubrificante. O pistão

começa a se mover para a direita. Durante o deslocamento, o pistão empurra o volume

de óleo à sua direita em direção à saída (1), então o fluxo de óleo de alta pressão,

através da coluna do meio, cruza os diferentes níveis, independentemente da posição

dos pistões. A passagem de um pistão não interromperá seu movimento e o pistão

continuará a sua parada de deslocamento (MENEZES et al, 2013), como pode ser

observado na Figura 5.

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Figura 5 – Diagrama mostrando o funcionamento de um distribuidor progressivo

Fonte: Centro de Desenvolvimento Técnico (2015)

Na sequência, o pistão inferior completa seu deslocamento para a direita, que

permite que uma pressão positiva seja criada no lado esquerdo do pistão central, o

qual começa a se mover para a direita e empurrar o óleo acumulado à direita para a

saída (2). Quando na parada direita, o pistão central permite que a pressão positiva

se forme no lado esquerdo do pistão superior. Este pistão começa a se mover para a

direita e empurra o óleo à direita para a saída (3). Quando na parada direita, o pistão

superior permite que a pressão positiva se forme no lado direito do pistão inferior. Este

pistão começa a se mover para a esquerda e empurra o óleo à esquerda para a saída

(4) (CEDTEC, 2015).

Quando na parada esquerda, o pistão inferior permite que a pressão positiva

se forme no lado direito do pistão intermediário. Este pistão começa a se mover para

a esquerda e empurra o óleo à esquerda para a saída (5). Quando na parada

esquerda, o pistão central permite que a pressão positiva se forme no lado direito do

pistão superior. Este pistão começará a se mover para a esquerda e empurra o óleo

à esquerda para a saída (6). Esse deslocamento traz o sistema de volta ao estágio 1

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e o ciclo é reiniciado (CEDTEC, 2015).

Sistemas progressivos são geralmente utilizados para equipamentos de médio

e grande porte, lubrificados com óleo ou graxa, que exigem alta pressão para

movimentar o lubrificante. A operação sequencial é bloqueada se um dos locais

lubrificados estiver entupido. Isso pode ser detectado visualmente ou

automaticamente (DROPSA, 2014).

O SLC automática de linha dupla (para óleo ou graxa), compreende uma bomba

que alimenta muitos injetores através de dois circuitos separados. Os circuitos são

pressurizados alternativamente por um reversor, conforme demonstrado na Figura 6.

Quando a pressão no 1º circuito atinge um limite superior, o reversor inverte a pressão

nos 2 circuitos e assim por diante (COSTA, 2013).

Figura 6 – Lubrificação automática de linha dupla (para óleo ou graxa)

Fonte: Dropsa Lubrificação Centralizada (2014)

A operação do sistema é controlada e monitorada por uma unidade de controle.

Um indicador visual deve ser disponibilizado em cada injetor de linha dupla como

padrão. Ao contrário do sistema progressivo, uma saída bloqueada ou um injetor

defeituoso não leva a uma interrupção na lubrificação para outros locais (WOLF,

2016).

A vantagem de uma unidade de linha dupla é a capacidade de dosar com

precisão a quantidade de lubrificante em grandes distâncias (fábricas de cimento,

siderúrgicas, minas, usinas elétricas, grandes máquinas) (RG SERTAL, 2017).

No SLC que utiliza ar/óleo, este último é precisamente dosado por um gerador

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de pulsos pneumáticos. O óleo é injetado em uma câmara onde se mistura com ar

comprimido. O comprimento da mangueira entre esta câmara e a saída deve ser

suficiente para gerar um fluxo contínuo de óleo. Pequenas gotas de óleo são

dispersadas na saída da mangueira, diretamente no ponto de lubrificação, sem

contato mecânico (NASCIMENTO; NAPOLI; RIBEIRO, 2014).

Na lubrificação a ar/óleo é realizada a medição de quantidade mínima de óleo

necessária a lubrificação do sistema. Uma gota de óleo é separada em faixas por uma

corrente de ar em um tubo estreito. É então transportado na direção do ponto de

lubrificação. O rolamento é continuamente fornecido com finas gotas de óleo do bocal

de saída. O ar de arraste deixa o mancal quase livre de óleo. As principais aplicações

são encontradas no campo da engenharia mecânica, onde altas demandas, como

garantia de alta eficiência com baixo desgaste e longa vida útil, especialmente no caso

de fusos de ferramentas, são feitas em lubrificação definida (ALLRACING, 2016).

Os tempos de ciclo e dosagem podem ser ajustados para uma variedade de

condições. Este sistema é o mais adequado para a lubrificação de rolamentos que

operam em altas velocidades, como fusos em máquinas operatrizes. Também pode

ser usado para lubrificar prensas (RG SERTAL, 2017).

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4. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS QUE COMPÕEM OS SISTEMAS DE

LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADA

Um SLC básico consiste em: um reservatório, para armazenar o óleo ou graxa

a ser distribuído; uma bomba, para fornecer fluxo ao sistema; uma válvula de controle,

para direcionar o lubrificante através de várias linhas; uma ou mais válvulas de

medição, para medir e direcionar o lubrificante necessário para os componentes que

devem ser lubrificados; e uma válvula, ou linha de alívio, para permitir que o excesso

de lubrificante retorne ao reservatório de suprimento (MENEZES et al., 2013).

Embora os nomes de marcas e fabricantes variem, existem cinco componentes

principais compartilhados por todos os SLC automáticos, incluindo um timer/control

center, que é o componente é responsável por ativar o SLC nos intervalos

especificados; bomba e reservatório, que são componentes de armazenagem do

suprimento de lubrificante, bem como fornece lubrificante ao SLC conforme

necessário; linha de abastecimento, que é o caminho que conecta a bomba às

válvulas/injetores do medidor e por onde o lubrificante é bombeado para alcançar o

(s) ponto (s) de aplicação; medidor de válvulas/injetores, que mensuram e distribuem

o lubrificante para pontos de aplicação específicos (SILVA, 2012). Um diagrama

básico do SLC pode ser observado na Figura 7.

Figura 7 – Componentes básicos de um SLC

Fonte: Dropsa Lubrificação Centralizada (2014)

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Embora cada componente possa parecer relativamente simples

individualmente, trabalhando em conjunto, geralmente são responsáveis por

economizar um tempo e dinheiro significativos para a indústria, reduzindo os gastos

com o custo de manutenção corretiva das operações cotidianas (FERNANDES, 2015).

Além de válvulas de injeção, todos os sistemas centralizados de lubrificação

com graxa incorporam um reservatório de graxa, bomba, controlador, linhas e blocos

de medição. Cada parte funciona da seguinte maneira (WOLF, 2016):

a) Reservatório: fornece uma quantidade maior de graxa que pode ser

mantida limpa e prontamente disponível para o sistema;

b) Bomba: produz o fluxo de graxa e aumenta a pressão na (s) linha (s) de

abastecimento. O tamanho da bomba irá variar dependendo da distância entre esta e

o injetor mais distante;

c) Controlador: gerencia a pressão no sistema, ligando e desligando as

válvulas de suprimento de pressão com base no tempo ou no ciclo. Também pode

receber sinais indicando fluxo de graxa restrito ou com falha no rolamento.

Em alguns sistemas, chamados de sistemas diretos, a bomba serve para

pressurizar o lubrificante e também para medi-lo nos pontos de aplicação. Outros,

chamados sistemas indiretos, usam uma bomba para fornecer lubrificante

pressurizado, mas com válvulas de medição em cada ponto de aplicação (VIDAL,

2009).

O layout básico de um sistema de lubrificação de perda total de linha única é

sempre o mesmo: bomba, distribuidor de pistão, linha principal (conexão: bomba -

distribuidor), linha secundária (conexão: distribuidor - ponto de lubrificação). Os

sistemas operados automaticamente também possuem unidades de controle e

monitoramento, pressostatos, interruptores e luzes indicadoras.

Existem dois tipos básicos de sistemas indiretos: paralelos ou em série.

Sistemas paralelos, também chamados de tipos não progressivos, usam válvulas de

medição que são acionadas por um sistema de bombeamento que leva a linha de

distribuição principal até a pressão de operação. As válvulas de medição operam

simultaneamente (MENEZES et al., 2013).

Sistemas de série ou progressivos contêm válvulas de medição em linha.

Depois que a linha principal é trazida à sua pressão operacional, a primeira válvula

opera e, em seguida, o fluxo de lubrificante passa para cada válvula subsequente.

Neste sistema, se uma válvula falhar, todas elas deixarão de funcionar (PAULI;

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ULIANA, 2014).

No caso de mancais hidrostáticos, a pressão do óleo em conformidade com a

força de transporte é produzida em bombas fora dos mancais, sendo o óleo

alimentado sob essa pressão para os recessos, dos quais sai através do vão do

mancal. Três sistemas com características diferentes estão disponíveis, Carreteiro e

Moura (2010):

a) Sistema restritor;

b) Um circuito de fornecimento de bomba por recesso (sistema de bomba

multilinhas);

c) Retificadores do diafragma para b) com um circuito de bomba por recesso

(sistema de bomba de múltiplos circuitos).

Esse sistema tem uma curva relativamente boa e os custos estão dentro de

limites razoáveis, motivo pelo qual esse sistema é escolhido com mais frequência.

Quanto menor a taxa de entrega por circuito, menor a viscosidade do óleo e maior a

pressão da bomba, mais as taxas de entrega dos circuitos diferem umas das outras.

A diferença de pressão em uma bomba multilinhas pode ser limitada usando uma

bomba de escorvamento, que melhora a uniformidade do fluxo de óleo.

A saída total da bomba multilinhas e a pressão necessária do recesso por

circuito de distribuição, com a devida consideração à diferença de pressão permitida,

determina a seleção desta bomba de escorvamento. A pressão do recesso pode ser

mantida dentro dos limites desejados através do tamanho do recesso, e um óleo de

média viscosidade deve ser o seu objetivo, com exceção de algumas tarefas especiais

(CEDTEC, 2015).

No caso de conjuntos de rolamentos que estão sujeitos a grandes flutuações

de pressão, é possível que a pressão de escorva seja ajustada à pressão respectiva

de um recesso característico com a ajuda de uma válvula de pressão proporcional.

A lubrificação a óleo/ar utiliza de sistemas de medição de quantidade mínima

para a medição de pequenas quantidades de lubrificante, que são normalmente

usados para: lubrificação de ferramentas, lubrificação de peças unidas, pulverização

ou molhagem de superfícies, lubrificação de correntes, e relubrificação de guias

lineares e rolamentos (VIDAL, 2009).

Esses sistemas são uma alternativa ideal e de baixo custo quando nenhum

sistema de lubrificação centralizada está disponível. Se distinguem pelos baixos

custos de manutenção e operação. Utiliza ainda como componente um lubrificador

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compacto micro bomba operada eletricamente com 2 ou 5 portas de saída e um

cartucho de graxa intercambiável com capacidade de 80 cm³, para graxa pertencente

às classes NLGI 000 a 2. Pode ser composto ainda por uma bomba de pistão

magnético ou bomba de deslocamento positivo com 2, 4 ou 6 portas de saída atuadas

por atuador solenoide (SONED, 2011).

Um sistema típico inclui uma bomba elétrica automática (Figura 8), divisores

progressivos, mangueira principal e mangueiras secundárias e domador com

configurações personalizadas (HISSA, 2001).

Figura 8 – Bombas de acionamento elétrico

Fonte: Centro de Desenvolvimento Técnico (2015)

A bomba do SLC deve ser compatível com um reservatório e sistema de

controle em uma unidade. As opções de controle disponíveis incluem a capacidade

de notificar o operador de uma falha do sistema usando uma luz especial na cabine.

O fluxo de lubrificante criado pela bomba é dividido no distribuidor progressivo e

uniformemente distribuído para cada bucha, pino e rolamento de acordo com suas

necessidades (COSTA, 2013).

Na operação desse sistema, a bomba é acionada automaticamente por um

temporizador interno ajustável. Então, o fluxo de lubrificante começa e é entregue ao

divisor primário através da mangueira principal. O divisor progressivo primário distribui

o lubrificante em quantidades de medição para o divisor secundário. Os divisores

secundários proporcionam a graxa e entregam quantidades exatas de medição aos

mancais, buchas e pinos de acordo com suas necessidades específicas através de

mangueiras secundárias (DROPSA, 2014).

Divisores progressivos do SLC são o coração do sistema. Esses divisores

utilizam pistões internos para dividir com precisão o fluxo de graxa para ajudar a

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garantir que cada pino, bucha e rolamento receba a quantidade adequada de

lubrificante. O divisor deve fornecer graxa para todos os pontos, mesmo sob cargas

pesadas (WOLF, 2016).

Sistemas com aceleradores e monitores de fluxo são usados para monitorar

pontos de lubrificação individuais críticos, onde podem ser esperadas interrupções e

danos consideráveis até mesmo de uma breve falha de lubrificação (SOUZA, 2013).

Os reguladores de pressão são usados para dividir a quantidade de lubrificante

fornecida. Os monitores de fluxo a jusante devem ser instalados o mais próximo

possível ou diretamente no ponto de lubrificação (WOLF, 2016).

Uma bomba é alimentada em uma rede de tubulação. Uma pressão constante

é mantida na linha principal por meio de uma válvula de controle de pressão ou uma

bomba de frequência controlada. A quantidade é alocada por meio de restritores

ajustáveis. A quantidade definida é medida e monitorada por indicadores de fluxo do

tipo engrenagem, também denominado de medidor de vazão (DROPSA, 2014).

Uma bomba que alimenta a linha principal, da qual a ramificação redireciona o

fluxo para os limitadores de fluxo. Uma quantidade parcial em grande parte constante

é alimentada através de cada limitador de fluxo para as cargas a jusante (pontos de

lubrificação). Essa soma de quantidades parciais sempre tem que ser menor que a

taxa de entrega total da bomba (MENEZES et al., 2013).

Bombas multilinhas com circuitos de distribuição separados, ou ainda, bombas

de engrenagens (Figura 9) alimentam quantidades constantes de lubrificante nos

pontos de lubrificação. Eles garantem uma distribuição uniforme do óleo, mesmo com

pressão de retorno variável. As bombas são autoaspirantes ou são alimentadas por

uma bomba de escorva quando altas pressões estão envolvidas (SONED, 2011).

Figura 9 – Bombas de engrenagens

Fonte: Centro de Desenvolvimento Técnico (2015)

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Estas instalações econômicas são caracterizadas pela operação simples e são

praticamente livres de manutenção e de confiabilidade exemplar. Os SLC devem ser

projetados para atender aos mais rigorosos requisitos da indústria. Sua operação é

baseada no princípio da progressão confiável, que prevê que o lubrificante seja

transmitido por uma bomba de pistão através de divisores progressivos até o ponto

de lubrificação. A lubrificação ocorre em intervalos de tempo medidos a uma pressão

máxima (FERREIRA, 2017).

Assim, a lubrificação de rolamentos com altas pressões de retorno também é

garantida. A bomba pode servir até três circuitos independentes, cada um com seu

próprio elemento de bombeamento, consistindo em vários pontos de lubrificação

contendo lubrificante. O sistema deve ser fácil de controlar e garantir que a quantidade

necessária de graxa/óleo seja fornecida aos pontos de lubrificação (MENEZES et al,

2013).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mundo da manutenção está bem ciente da questão da lubrificação, porque é

uma questão importante. Garante o bom funcionamento das máquinas e, portanto, o

bom funcionamento dos processos de produção. A lubrificação boa ou ruim afeta

diretamente o desempenho de uma atividade, bem como a vida útil das máquinas.

Este é um dos aspectos da manutenção industrial em que o custo e a eficiência

procurados variam consideravelmente dependendo dos sistemas escolhidos. Nesta

pesquisa foi produzido um pequeno inventário das possíveis soluções de sistemas de

lubrificação centralizados utilizados no setor industrial, enfatizando as tecnologias de

lubrificação automática de ponto único e múltiplos.

A lubrificação é um processo projetado para reduzir o atrito entre duas partes

móveis. A introdução de um lubrificante entre duas partes reduz o atrito e, portanto,

os efeitos negativos que resultam, como a corrosão das peças, aumentos de

temperatura, choques, quebra, etc.

Pouco a pouco, a lubrificação tornou-se um problema real de manutenção, pois

é responsável por um índice significativo de quebra da máquina Lubrificante

inadequado, excesso ou deficiência de lubrificação podem ser de grande importância,

não apenas a nível de custos, mas envolve segurança e implicações ambientais,

dentre outros.

Uma lubrificação adaptada e controlada inegavelmente garante uma melhor

competitividade, uma melhor segurança das instalações e do pessoal de manutenção;

também contribui para o respeito pelo meio ambiente. Os sistemas de lubrificação

centralizados para aplicações industriais fornecem a quantidade certa de lubrificante,

nos intervalos adequados e nos pontos necessários. Como resultado, o atrito e o

desgaste são reduzidos e a vida útil de máquinas e rolamentos otimizada.

Projetados para lubrificar máquinas individuais ou fábricas inteiras, os SCL

aplicam exatamente a quantidade certa de lubrificante a qualquer ponto que precise,

proporcionando vários benefícios, como economias significativas em custos de reparo

e peças de reposição; maior confiabilidade da máquina; redução nos custos na

aquisição de lubrificantes graças ao planejamento preciso e dosagem correta; redução

do tempo de inatividade da máquina e perdas de produção; diminuição do impacto

ambiental e maior segurança do pessoal.

Conclui-se que os benefícios trazidos pela aplicação de sistemas de

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lubrificação centralizados às plantas industrias e às máquinas e equipamentos que a

compõem justificam o investimento, uma vez que os custos na aquisição de óleos

lubrificantes e falhas na produção por quebra de máquinas em decorrência de

lubrificação inadequada são reduzidos, assim como os riscos para os operadores e

possíveis danos ao meio ambiente.

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REFERÊNCIAS

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