Empresários golpistas

9
BUSCA 0 forças que planejaram o golpe militar realização de um conflito armado no Brasil As contra o presidente João Goulart, que completa 51 anos nesta semana, previam a . Meses antes de abril Um mês após derrubar Jango, empresários golpistas formaram nova diretoria na Fiesp Haroldo Ceravolo Sereza, Joana Monteleone, Vitor Sion, Rodolfo Machado e Felipe Amorim | São Paulo - 31/03/2015 - 14h30 Pioneiro no estudo do GPMI da Fiesp, Jean-Claude Silberfeld diz que grupo Pioneiro no estudo do GPMI da Fiesp, Jean-Claude Silberfeld diz que grupo foi embrião de indústria bélica brasileira; CNV indica possível continuidade foi embrião de indústria bélica brasileira; CNV indica possível continuidade entre mobilização industrial e Operação Bandeirante entre mobilização industrial e Operação Bandeirante 0 Curtir Curtir Compartilhar Compartilhar

description

opera mundi-empresários golpistas

Transcript of Empresários golpistas

  • BUSCA

    0

    foras que planejaram o golpe militar

    realizao de um conflito armado no Brasil

    As contra o presidente Joo Goulart,que completa 51 anos nesta semana,

    previam a . Meses antes de abril

    Um ms aps derrubar Jango, empresriosgolpistas formaram nova diretoria na FiespHaroldo Ceravolo Sereza, Joana Monteleone, Vitor Sion, Rodolfo Machado e Felipe Amorim| So Paulo - 31/03/2015 - 14h30

    Pioneiro no estudo do GPMI da Fiesp, Jean-Claude Silberfeld diz que grupoPioneiro no estudo do GPMI da Fiesp, Jean-Claude Silberfeld diz que grupofoi embrio de indstria blica brasileira; CNV indica possvel continuidadefoi embrio de indstria blica brasileira; CNV indica possvel continuidadeentre mobilizao industrial e Operao Bandeiranteentre mobilizao industrial e Operao Bandeirante

    0CurtirCurtir CompartilharCompartilhar

    http://click.uol.com.br/?rf=barraparceiro-mobile-smart&u=http://m.uol.com.br/https://www.facebook.com/operamundi.brhttps://plus.google.com/113553475366040306036/postshttps://www.youtube.com/user/Opmundihttps://twitter.com/operamundi/noticias.shtml/opiniao.shtml/reportagens.shtml/babel.shtml/entrevistas.shtml/perfis.shtml/cultura.shtml/viagens.shtml/fotos.shtml/videos.shtml/reportagens.shtml/contato.shtml/http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/artigos/70037/1964+um+golpe+de+estado+nao+se+improvisa.shtmlhttp://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/33603/revista+fortune+revela+ja+em+64+elo+entre+empresarios+de+sp+e+embaixada+dos+eua+para+dar+golpe.shtmlhttp://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/70003/diretoria+da+fiesp+foi+ponto+de+partida+de+negocios+entre+industria+e+ditadura+em+64+diz+ex-membro+da+aln.shtmlhttp://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/artigos/70037/1964+um+golpe+de+estado+nao+se+improvisa.shtmlhttp://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68036/Ultima+instancia+inaugura+especial+a+espera+da+verdade+45+anos+do+ai_5+50+anos+do+golpe.shtmlhttp://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68036/Ultima+instancia+inaugura+especial+a+espera+da+verdade+45+anos+do+ai_5+50+anos+do+golpe.shtmlhttp://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/70003/diretoria+da+fiesp+foi+ponto+de+partida+de+negocios+entre+industria+e+ditadura+em+64+diz+ex-membro+da+aln.shtmlhttp://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/70003/diretoria+da+fiesp+foi+ponto+de+partida+de+negocios+entre+industria+e+ditadura+em+64+diz+ex-membro+da+aln.shtmlhttp://www.cnv.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_2_digital.pdf
  • alterarem a sua produo cotidiana

    de 1964, os conspiradores j se preparavam para enfrentar uma resistnciade Goulart e seus aliados. O plano para derrubar o governo contava atmesmo com a possibilidade de indstrias e empresas para fabricar artefatos

    blicos, como metralhadoras, cartuchose carros de combate.

    1964, um golpe de Estado no se improvisaLeia tambm: Anlise:Leia tambm: Anlise:

  • Exatamente um ms aps o sucesso do golpe de Estado, o projeto demobilizao industrial foi oficializado a partir da criao de uma novadiretoria dentro da Fiesp (Federao das Indstrias do Estado de So Paulo):o GPMI (Grupo Permanente de Mobilizao Industrial).

    Apesar de o confronto contra Goulart no ter sado do papel, os industriaisque haviam se articulado para o golpe permaneceram atuando de formaconjunta e prximos dos militares. Essa atuao permitiu a mudana de umasrie de prticas do Estado brasileiro - licitaes para equipar as ForasArmadas, por exemplo, passariam a ser realizadas em So Paulo, e no maisno Rio de Janeiro.

    Vrios diretores e assessores de alto gabarito de empresas integrantes doGPMI seriam conduzidos a importantes cargos do novo governo, e os gastosdas Foras Armadas com equipamentos industriais cresceriasignificativamente nos anos que se seguiram a 1964.

    Esse grupo deve ser considerado o bero da indstria blica brasileira,reafirmou em entrevista o economista Jean-Claude Eduardo Silberfeld [nafoto, direita], que estudou a histria do GPMI em dissertao de mestrado,defendida na PUC-SP em 1984, intitulada: "O Grupo Permanente deMobilizao Industrial da Federao das Indstrias do Estado de So Paulo:1964-1967".

    O GPMI o embrio da indstria blica nacional, pois ajudou a desenvolverempresas como a Embraer e a Engesa, alm do CTA (Centro TcnicoAeroespacial). No contexto da Guerra Fria do final da dcada de 1960,podemos perceber a influncia norte-americana no s no CTA, mastambm no ITA (Instituto Tecnolgico de Aeronutica), afirma Silberfeld,atualmente responsvel pelo setor de relaes institucionais da

  • FecomercioSP (Federao do Comrcio de Bens, Servios e Turismo doEstado de So Paulo).

    Alm dos avies da Embraer, que segue na ativa at hoje, a produo blicado Brasil nos anos da ditadura militar (1964-1985) ficou marcada pelasexportaes da Engesa, suprindo, especialmente, as necessidades depases do Oriente Mdio na dcada de 1980. A companhia particular, querecebia incentivos e investimentos do Estado brasileiro, vendeu veculosblindados, canhes e alguns tipos de munio para mais de 30 pases,totalizando US$ 3 bilhes.

    A dissertao de Silberfeld foi feita com base nas atas das reunies doGPMI. Fui estagirio na Fiesp, ento decidi estudar algo que eu tinha acessofcil. documentao da Fiesp eu tinha acesso, afirma. Hoje, porm, estoperdidas as atas, que mostram o envolvimento e o financiamento dediversas empresas adaptao do parque industrial produo deequipamentos blicos.

    A Fiesp afirma que a documentao foi doada Unicamp. A reportagem daRevista SamuelRevista Samuel, no entanto, foi at Campinas e tambm no encontrou omaterial. Procurada para fornecer maiores esclarecimentos sobre atuaodo GPMI, a Fiesp diz que a sua "atuao tem se pautado pela defesa dademocracia e do Estado de Direito, e pelo desenvolvimento do Brasil.Eventos do passado que contrariem esses princpios podem e devem serapurados".

    A dissertao de Silberfeld, que traz a lista de empresas que contriburampara arcar com os gastos da mobilizao de 31 de maro, sem, contudo,detalhar os valores, tornou-se assim um documento essencial paraentender a relao entre empresrios e militares no incio da DitaduraMilitar.

    A diretoria do GPMI era obrigatoriamente composta por membros civis emilitares. Um desses dirigentes era o general e ex-ministro EdmundoMacedo Soares e Silva, militar brasileiro que teve destacada passagem poralgumas das maiores empresas do pas, como Volkswagen, Mercedes Benz,Mesbla, Banco Mercantil de So Paulo e Light, conforme aponta ohistoriador e cientista poltico uruguaio Ren Armand Dreifuss em seu livro1964: A conquista do Estado.

  • Apesar da proximidade entre os dois setores, Silberfeld diz no terencontrado, em sua pesquisa, qualquer indcio que mostrasse ofinanciamento privado da represso poltica. O empresariado brasileironunca foi adepto dos ideais de esquerda, mas nunca vi nada relacionado ao poltica e de represso. No se discutia nas atas questes relacionadasa patro e empregado, argumenta.

    Sobre a possvel atuao do GPMI e de seus membros na posteriorformao da Operao Bandeirante, a Comisso Nacional da Verdade,encerrada em dezembro de 2014, concluiu que h indcios de que existauma linha de continuidade, desde o golpe, na relao de empresrios coma estrutura coercitiva do regime e a perpetrao de graves violaes dosdireitos humanos, salientando que se encontra, na relao entresegmentos empresariais e as estruturas militares do Estado, uma dasexpresses mais significativas da participao civil no regime ditatorial.

    Clique aqui para ler todas as matrias da srie especial

    Silberfeld tambm lembra que o GPMI serviu como uma espcie dereconciliao entre as Foras Armadas e o empresariado paulista. O GPMIserviu para se ter novamente uma relao do empresariado paulista com asForas Armadas. Porque posteriormente a 1932, a relao de So Paulo como governo Getlio Vargas e os sucessores no foi exatamente a melhor.Tanto que So Paulo no tinha generais nessa poca, no tinha diplomatas. Nordeste e Rio de Janeiro. A guarnio da dcada de 60 ainda erapredominantemente do Rio. O peso poltico de So Paulo no correspondiaao peso econmico na dcada de 50 e 60.

    Essa reconciliao, no entanto, ocorreu antes da deposio de Goulart,durante a conspirao, diferentemente do que a data de criao do GPMI,30 de abril de 1964, sugere. Documentos obtidos pela reportagem daRevista SamuelRevista Samuel mostram que a unio entre o empresariado paulista e as

  • Foras Armadas se deu com a interlocuo no s da Fiesp, mas tambm doento governador de So Paulo, Ademar Pereira de Barros (1901-1969).

    Orlando Brito/Opera Mundi

    GPMI foi fundado como uma diretoria dentro da Fiesp um ms aps o golpe que derrubou o presidente Joo Goulart

    Em princpios de 1963, um grupo de empresrios de So Paulo, desejandoprestar um trabalho visando a defesa dos nossos ideais democrticos ecristos, articulou-se junto Presidncia da Federao das Indstrias doEstado de So Paulo, e em ligao com o ento governador do Estado,oficiais Superiores do II Exrcito e o comandante da Fora Pblica do Estadode So Paulo, iniciou a preparao do que seria o movimento vitorioso demaro de 1964 em So Paulo, afirmou Quirino Grassi, um dos fundadores doGPMI, em palestra proferida na ESG (Escola Superior de Guerra), em 1972.

    O documento ainda aponta que empresrios paulistas [...] espontaneamentecolaboraram para a consecuo do movimento revolucionrio que eclodiriaem maro de 1964.

    Outros estudos sobre o GPMIOutros estudos sobre o GPMI

    revelou a importncia do grupo

    A atuao do GPMI j foi analisada em outros trabalhos jornalsticos ehistoriogrficos. O jornalista Antonio Carlos Fon, ex-militante da ALN (Ao

    Libertadora Nacional), por exemplo, aoclassific-lo como o ponto de partida dos

  • negcios entre o empresariado e a ditadura, aps 64.

    entrevista com o jornalista e ex-militante da ALN Antonio Carlos FonAssista abaixo ao vdeo da :

    relatrio final da CNVO no deixou de indicar a existncia do GPMI, o queficou reforado em depoimento prestado por Paulo

    Egydio Martins, ex-governador de So Paulo (1975-1979) e membro daComisso de Mobilizao Industrial do Estado Maior Civil-Militar de SoPaulo, uma espcie de comit revolucionrio pr-1964, tambm de acordocom o uruguaio Dreifuss.

    Articulados com oficiais do II Exrcito, sediado na capital paulista, osconspiradores precisaram [...] recuperar suas condies operacionais, para oque foi fundamental, a participao dos empresrios industriais do estado,que abasteceram a unidade militar com veculos, peas de reposio eequipamentos variados, anotou a CNV. Para isso, foi criado um grupo detrabalho industrial, no mbito da Fiesp. Nosso grupo de mobilizaoindustrial teve que se desdobrar para tornar o II Exrcito uma unidademvel, lembrou o ex-poltico, um dos responsveis pela logstica do plano

  • contra Goulart em So Paulo.

    Outro trecho do relatrio da CNV tambm detalha a criao do GPMI:Vitoriosa a operao golpista, no dia 30 de abril, formou-se oficialmente, nointerior da Fiesp, o GPMI. a prpria entidade que explica: Daconscientizao operacional das Foras Armadas, aliada adequao domomento poltico e ao apoio das organizaes militares, sediadas no estadode So Paulo, e com o aval dos ministrios militares, assim como do Estado-Maior das Foras Armadas (EMFA), surgiu o GPMI da Fiesp. Esse tinha porincumbncia servir de intermedirio no relacionamento indstria-ForasArmadas, no esforo de alterar a indstria nacional, de que o preparopermanente da mobilizao industrial a nica soluo para o pas estaradequadamente preparado para situaes excepcionais.

    Silberfeld, por sua vez, tambm lembra que entre as preocupaes dosfundadores do GPMI estavam um possvel conflito com a Argentina e ainstabilidade no contexto da Guerra Fria. Na hiptese de guerra de fato, asdificuldades para a importao de material blico estavam na raiz dasadaptaes a serem feitas no complexo industrial-militar brasileiro.

    O relatrio da CNV ainda cita uma palestra do presidente da Fiesp, de 1972,Theobaldo de Nigris, intitulado A industrializao, a Segurana Nacional e oGPMI da Fiesp. Essa fala ocorreu na Escola Superior de Guerra e est,atualmente, entre os documentos de acesso livre da biblioteca dainstituio. De Nigris afirma na palestra que toda mobilizao militar temque ser fundamentada na indstria civil, que suprir as necessidades dasForas Armadas em condies de menores custos e de padres da melhorqualidade.

    0 0CurtirCurtir CompartilharCompartilhar

    Plug-in social do Facebook

    Comentar

    Comentar...

    https://www.facebook.com/operamundi.brhttps://plus.google.com/113553475366040306036/postshttps://www.youtube.com/user/Opmundihttps://twitter.com/operamundi
  • RECEBA NOSSA NEWSLETTER

    Eu prefiro a verso PC

    Notcia Opinio Reportagens Babel Cultura Entrevistas Perfis FotosVdeos Histria

    okseu email

    http://operamundi.uol.com.br/?mode=pc/noticias.shtml/opiniao.shtml/reportagens.shtml/babel.shtml/cultura.shtml/entrevistas.shtml/perfis.shtml/fotos.shtml/videos.shtml/historia.shtmlUm ms aps derrubar Jango, empresrios golpistas formaram nova diretoria na FiespPioneiro no estudo do GPMI da Fiesp, Jean-Claude Silberfeld diz que grupo foi embrio de indstria blica brasileira; CNV indica possvel continuidade entre mobilizao industrial e Operao BandeiranteRECEBA NOSSA NEWSLETTER