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POTÊNCIA 98 HILTON MORENO M uito antigamente com Le- onardo Da Vinci e, bem mais tarde, com Santos Dumont e outros gênios inventores, o único (e nada fácil) objetivo era fazer flutuar e voar um objeto mais pesado do que o ar. Superada essa complicada etapa, com o avião agora no céu, o passo se- guinte foi dedicado a tornar o voo segu- ro para o piloto, passageiros e a própria aeronave. Após o desenvolvimento de tecnologias e materiais, que custaram milhares e milhares de homens-hora e milhões e milhões em dinheiro, essa fase também foi superada com sucesso. Ago- ra o avião voava e era seguro. O próximo assunto passou a ser a autonomia das aeronaves, que no iní- cio era muito pequena. E a autonomia passou a ser corretamente interpreta- da como uma questão de melhorar a eficiência energética do veículo aéreo. Pesquisas e desenvolvimentos de no- vos materiais, da aerodinâmica, de no- vos combustíveis e uma série de outros temas correlatos ajudaram a criar as classes de aviões com autonomias in- tercontinentais. Thomas Edison, ao iluminar um bairro de Londres pela primeira vez em 1881, queria tão somente que as lâmpa- das das edificações acendessem. Naque- la experiência pioneira, a segurança não era a parte fundamental do trabalho. Vencidos os incontáveis obstáculos operacionais dos anos seguintes, ficou evidente para Edison e todos os outros cientistas, engenheiros, técnicos, ele- tricistas e usuários de eletricidade que não bastava fazer funcionar os apare- lhos elétricos e lâmpadas. Era preciso que as pessoas ficassem vivas quando próximas às redes elétricas! Deixando de lado a invenção da cadeira elétrica, todos os demais usos da eletricidade tinham o claro objetivo de propiciar conforto para as pessoas ainda vivas e não o conforto prometido do descanso da vida eterna. Identificado este sério problema, a corrida passou a ser pela busca da se- gurança elétrica. No início investiu-se na isolação dos condutores, que até então eram majoritariamente nus; inventou-se o fusível, essencial na proteção dos pro- dutos e, de quebra, das pessoas. Passou- se a confinar as partes vivas dentro de invólucros, aparecendo então os primei- ros dispositivos elétricos abrigados em caixas. Na década de quarenta do século XX, surgiu o disjuntor e, na década de setenta o dispositivo DR foi desenvolvi- do. Na mesma época, os cabos isolados em “pano” foram trocados por isolações sólidas termoplásticas e termofixas, com características antichama. E por aí segue a evolução da segurança, chegando aos relés inteligentes, sensores, detectores, cabos e produtos não halogenados, etc. Tudo isso para aumentar a seguran- ça das pessoas e do patrimônio, como prescrito em forma de regras na nossa NBR 5410. Seguindo a trilha da aviação, agora que as instalações funcionam e podem ser seguras (basta seguir as regras), nes- tes tempos de olhar para o planeta com mais carinho, chegou a hora de olhar com atenção para a eficiência ener- gética desse produto (neste contexto, entenda-se produto como a instalação elétrica completa). A grande novidade neste assunto vem da comunidade internacional. Pu- blicada em outubro de 2014, a norma IEC 60364-8-1: Low-voltage electrical installations - Part 8-1: Energy efficiency (Instalações elétricas de baixa tensão – Parte 8-1: Eficiência energética) forne- ce requisitos, medidas e recomendações para a concepção, montagem e verifi- cação de todos os tipos de instalação elétrica de baixa tensão, incluindo a produção e armazenamento de ener- gia para otimizar o uso eficiente total de eletricidade local. IEC 60364-8-1: seja bem-vinda a bordo das instalações elétricas! Ainda vamos ouvir falar muito de você. Até a próxima edição! As instalações elétricas (finalmente) começam a se parecer com aviões Foto: DollarPhotoClub Ano XI Edição 113 Maio’15 FACEBOOK.COM/REVISTAPOTÊNCIA WWW.HMNEWS.COM.BR/LINKEDIN WWW.HMNEWS.COM.BR RECADO DO HILTON EFICIÊNCIA

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Eficiência Energética - Hilton Moreno

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  • potncia98

    Recado do Hilton Eficincia

    Hilton Moreno

    Muito antigamente com Le-onardo Da Vinci e, bem mais tarde, com Santos Dumont e outros gnios inventores, o nico (e nada fcil) objetivo era fazer flutuar e voar um objeto mais pesado do que o ar.

    Superada essa complicada etapa, com o avio agora no cu, o passo se-guinte foi dedicado a tornar o voo segu-ro para o piloto, passageiros e a prpria aeronave. aps o desenvolvimento de tecnologias e materiais, que custaram milhares e milhares de homens-hora e milhes e milhes em dinheiro, essa fase tambm foi superada com sucesso. ago-ra o avio voava e era seguro.

    o prximo assunto passou a ser a autonomia das aeronaves, que no in-cio era muito pequena. E a autonomia passou a ser corretamente interpreta-da como uma questo de melhorar a eficincia energtica do veculo areo. pesquisas e desenvolvimentos de no-vos materiais, da aerodinmica, de no-vos combustveis e uma srie de outros temas correlatos ajudaram a criar as classes de avies com autonomias in-tercontinentais.

    thomas Edison, ao iluminar um bairro de Londres pela primeira vez em 1881, queria to somente que as lmpa-das das edificaes acendessem. naque-la experincia pioneira, a segurana no era a parte fundamental do trabalho.

    Vencidos os incontveis obstculos operacionais dos anos seguintes, ficou evidente para Edison e todos os outros

    cientistas, engenheiros, tcnicos, ele-tricistas e usurios de eletricidade que no bastava fazer funcionar os apare-lhos eltricos e lmpadas. Era preciso que as pessoas ficassem vivas quando prximas s redes eltricas! Deixando de lado a inveno da cadeira eltrica, todos os demais usos da eletricidade tinham o claro objetivo de propiciar conforto para as pessoas ainda vivas e no o conforto prometido do descanso da vida eterna.

    identificado este srio problema, a corrida passou a ser pela busca da se-gurana eltrica. no incio investiu-se na isolao dos condutores, que at ento eram majoritariamente nus; inventou-se o fusvel, essencial na proteo dos pro-dutos e, de quebra, das pessoas. passou- se a confinar as partes vivas dentro de invlucros, aparecendo ento os primei-ros dispositivos eltricos abrigados em caixas. na dcada de quarenta do sculo XX, surgiu o disjuntor e, na dcada de setenta o dispositivo DR foi desenvolvi-do. na mesma poca, os cabos isolados em pano foram trocados por isolaes slidas termoplsticas e termofixas, com caractersticas antichama. E por a segue a evoluo da segurana, chegando aos rels inteligentes, sensores, detectores, cabos e produtos no halogenados, etc. tudo isso para aumentar a seguran-a das pessoas e do patrimnio, como prescrito em forma de regras na nossa nBR 5410.

    Seguindo a trilha da aviao, agora que as instalaes funcionam e podem

    ser seguras (basta seguir as regras), nes-tes tempos de olhar para o planeta com mais carinho, chegou a hora de olhar com ateno para a eficincia ener-gtica desse produto (neste contexto, entenda-se produto como a instalao eltrica completa).

    a grande novidade neste assunto vem da comunidade internacional. pu-blicada em outubro de 2014, a norma iEc 60364-8-1: Low-voltage electrical installations - part 8-1: Energy efficiency (instalaes eltricas de baixa tenso parte 8-1: Eficincia energtica) forne-ce requisitos, medidas e recomendaes para a concepo, montagem e verifi-cao de todos os tipos de instalao eltrica de baixa tenso, incluindo a produo e armazenamento de ener-gia para otimizar o uso eficiente total de eletricidade local.

    iEc 60364-8-1: seja bem-vinda a bordo das instalaes eltricas!

    ainda vamos ouvir falar muito de voc.

    at a prxima edio!

    As instalaes eltricas (finalmente) comeam a separecer com avies

    foto: Dollarphotoclub

    Ano XI Edio 113

    Maio15

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