EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi...

69
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Educação Física FÁBIO MARTIN CORDEIRO PEDRO LUIZ VERONEZI WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS LINS - SP 2008

Transcript of EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi...

Page 1: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

0

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física

FÁBIO MARTIN CORDEIRO

PEDRO LUIZ VERONEZI

WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR

EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE

UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO

AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS

LINS - SP

2008

Page 2: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

1

FÁBIO MARTIN CORDEIRO

PEDRO LUIZ VERONEZI

WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR

EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE

BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física, sob a orientação do(a) Prof. (ª) M.Sc. Wonder Passoni Higino e orientação técnica da Profª. Esp. Jovira Maria Sarraceni.

LINS - SP

2008

Page 3: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

2

Cordeiro, Fábio Martin; Veronezi, Pedro Luiz; Paganin Junior, Walter César

Efeitos do esteróide anabolizante Undecilenato de Boldenona associado ao exercício físico em ratos / Fábio Martin Cordeiro; Pedro Luiz Veronezi; Walter César Paganin Junior. – – Lins, 2008.

68p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física,

2008 Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Wonder Passoni Higino

1. Esteróide Anabolizante. 2. Undecilenato de Boldenona. 3.

Hipertrofia. 4. Treinamento de Força. I Título.

CDU 796

C819e

Page 4: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

3

FÁBIO MARTIN CORDEIRO

PEDRO LUIZ VERONEZI

WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR

EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE

BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física.

Aprovada em: _______/_______/_______

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: M.Sc. Wonder Passoni Higino

Titulação: Mestre em Motricidade Humana (UNESP – Rio Claro)

Assinatura: ___________________________

1º Prof.(a): _____________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ___________________________

2º Prof.(a): _____________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ___________________________

Page 5: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

4

DEDICATÓRIA

Ao meu pai Maurício,

Pai, o senhor foi um grande homem, incentivou-me a fazer esta

faculdade, esteve ao meu lado o tempo todo, mas, infelizmente, não pode estar

de corpo presente aqui, hoje. Sei que gostaria de estar ao meu lado hoje

compartilhando esta alegria. Seu espírito está comigo, saiba que terei sempre

determinação e empenho, pois tudo o que o senhor conseguiu foi desta forma.

Dedico esta vitória a você, esteja onde estiver. Obrigado por

proporcionar-me esta oportunidade ainda em vida, pois embora não esteja

mais comigo neste momento, sei que está orgulhoso de mim. Pai, eu amo

você!

À minha mãe Thereza,

Nem sei como me expressar com palavras para você, pois passamos

por vários problemas. Se hoje eu estou aqui, foi graças a você! Várias vezes

pensei em desistir, mas sempre me apoiou fazendo com que eu chegasse até

onde estou hoje. Sou muito grato a você por isso e por todos os outros

momentos em que esteve ao meu lado. Obrigado mãe, por tudo o que fez. Amo

você!

A minha irmã Simone e ao meu cunhado Valdir,

Por estarem me apoiando nos estudos, auxiliando-me nas dificuldades e

dividindo os bons e maus momentos de minha vida. Obrigado por tudo, amo

vocês!

A minha sobrinha Isabella (Belinha),

Por vir ao mundo em uma hora difícil, transformando este pesadelo em

um sonho, não só para mim, mas para nossa família. Amo você!

Page 6: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

5

Aos parceiros de monografia Pedro e Walter,

Por ter a felicidade de encontrar vocês e realizar esta pesquisa, pois

várias pessoas duvidaram que a mesma pudesse ser realizada. Hoje, vemos

que foi possível. Agradeço por ter vocês nesta caminhada de quatro anos e ter

a honra de realizar esta pesquisa, pois sonhávamos com isso e realizamos

com êxito, graças ao nosso empenho e dedicação.

Obrigado por terem entrado na minha vida como colegas de sala e

terem se transformado em grandes amigos.

Fábio Martin Cordeiro.

Ao meu Deus,

Por ter me amado e me aceitado como filho. Na ausência de um pai, foi

meu Pai, nas minhas dúvidas foi meu conselheiro, na minha franqueza foi

minha força. Sou grato a Deus, pois me deu a rica oportunidade de realizar

uma faculdade, sonho esse que parecia tão distante, mas que agora se tornou

realidade. Eu amo o Senhor.

Ao meu pai Pedro Veronezi,

Homem esse que sonhava com o melhor para seus filhos e, movido pelo

amor, suportou as adversidades de um câncer trabalhando, para que no futuro,

eu tivesse condições de realizar uma formação. Hoje, posso glorificar a Deus e

dizer-lhe com orgulho que tudo o que você fez valeu a pena. Eu amo você.

À minha mãe Devenil Cardoso Veronezi,

Mulher valorosa que não desperdiçou o que tinha sabendo administrar o

que ganhou. Soube criar e educar seus filhos, foi de grande importância nesta

minha conquista, sempre se preocupando com meu estudo, minha alimentação

e com meu retorno para casa. Eu amo você.

“O Senhor guarda os estrangeiros; ampara o órfão e a viúva, mas

transtorna o caminho dos ímpios”. (Sl. 146:9).

Page 7: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

6

Ao meu segundo pai Miguel Medina Garcia,

Na ausência de meu pai biológico correspondeu de maneira exemplar,

apoiando minha mãe em todas as situações, fazendo com que se tornasse

possível a realização desta minha conquista. Amo você.

Às minhas irmãs Ana Maria Veronezi e Juliana Maria Veronezi,

Por acreditar no meu potencial, incentivaram-me a estudar, através de

alguns “puxões de orelha”, diziam que eu necessitava de uma formação e me

convenceram a iniciar a faculdade. Graças a estes “puxões de orelha” estou

formado. Amo vocês.

À minha noiva Margareth Castilho,

Por fazer parte de minha vida. Em todos os momentos que passei,

desde o início você me apoiou, confiou em mim, acreditou que eu era capaz e

em alguns momentos que pensei em desistir você me convenceu do contrário,

fazendo com que eu continuasse. Eu amo você.

Aos meus parceiros de monografia Fábio e Walter,

Obrigado por ajudarem-me a realizar este sonho. Escolhemos um tema

um tanto polêmico por estarmos vivendo em uma época em que as pessoas

visam saúde e tratam nosso assunto como se fosse algo bizarro e distante da

nossa realidade, sem ao menos entenderem o mínimo necessário para criticar.

Apesar de todas as dificuldades, tenho uma boa notícia: vencemos, rapaziada!

“Para uma pessoa polêmica, nada melhor que um assunto polêmico”.

Um abraço de seu amigo Pedrão.

Pedro Luiz Veronezi.

A Deus,

Primeiramente agradeço a Deus, pois sem a sua ajuda não conseguiria

terminar este trabalho com tal êxito. Obrigado por nos abençoar a cada minuto

Page 8: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

7

de nossa vida, mostrando-nos do que somos capazes. Pedimos sua proteção e

no caminho de vitórias trilharemos.

À minha mãe Ana Cláudia,

Mulher de fibra e que sempre soube lidar com os problemas adversos,

sempre incentivou a concretização dos meus estudos, dividindo e ajudando nas

dificuldades. Agradeço a você e a Deus por ser seu filho. Amo você mãe!

A minha avó Elena de Castro,

Nem com todos os agradecimentos possíveis seria fácil descrever o

amor e carinho que sinto pela senhora. Sem a senhora, não seria possível o

término de meus estudos e a realização deste sonho.

A minha tia Marlene,

Agradeço por toda a atenção que dedicou a mim até hoje, sempre me

apoiando e me corrigindo em todas as minhas decisões, mostrando-me a

capacidade de alcançar o objetivo a ser conquistado. Obrigado por poder

contar com você em todos os momentos.

Aos meus parceiros de monografia Fábio e Pedro,

Obrigado por serem os melhores amigos em todos os momentos,

acreditarem que o mais difícil seria possível e ajudarem a realizar, não só o

meu sonho, mas o nosso e, apesar das dificuldades, buscamos, superamos e

realizamos o melhor.

Agradeço a Deus por ter colocado vocês em minha vida. Obrigado

amigos!

Page 9: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

8

A minha namorada Amanda Galvão,

Por ter me dado forças e me apoiado sempre que precisei,

acompanhado-me nos melhores e piores momentos com muito carinho e

compreensão. Agradeço por tudo. Amo você.

Walter César Paganin Júnior

Page 10: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

9

AGRADECIMENTOS

A Deus,

Aquele que nos concedeu a vida, dando-nos sabedoria e discernimento

para que fosse possível superar todos os obstáculos que surgiram no decorrer

deste trabalho. Incomparável é sua infinita bondade, compreendeu nossos

anseios encorajando-nos a atingirmos nosso objetivo.

“... Até aqui nos ajudou o Senhor” (I Sm. 7: 12b).

Ao professor orientador Wonder Passoni Higino,

Professor exemplo. Com amor e dedicação nos ensinou. Sua humildade

ao reconhecer seus erros, faz de você uma pessoa especial e diferenciada.

Honrou o investimento de seus alunos, aproveitando todo o tempo determinado

à aprendizagem, oferecendo-lhes ensino de boa qualidade.

Mais que um professor, um grande amigo. Sua compreensão e

aconselhamento nos momentos difíceis que passamos, fizeram com que a luz

no fim do túnel voltasse a brilhar. É bom saber que ainda existem pessoas

como você, dispostas a construir um futuro melhor.

Obrigado por acreditar em nosso potencial e nos orientar. Um forte

abraço de seus alunos.

Aos amigos,

Pelos bons e maus momentos que passamos, onde consolidamos

nossas amizades vivendo prazeres e desprazeres na longa jornada de quatro

anos em direção ao sucesso. Boa sorte a todos.

As meninas da biblioteca,

Pela atenção e dedicação em nos atender com carinho e competência,

pois sem suas colaborações, o êxito deste trabalho não seria o mesmo.

Obrigado.

Page 11: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

10

A nossa amiga Miriam,

Essa foi de extrema importância durante a pesquisa, ajudando-nos na

fase de treinamento físico dos animais. Sua responsabilidade em comprometer-

se no treinamento fez com que esse se realizasse. Obrigado.

Aos professores Flávio, Cristiano e Cecília,

Pela atenção e dedicação, incentivando-nos e nos mostrando que nossa

pesquisa era possível ser realizada.

No laboratório, ensinou-nos a trabalhar com animais e nos ajudou a

fazer a dissecação dos grupos musculares, algo que nunca tínhamos feito e,

com paciência, mostrou-nos que éramos capazes. Na confecção de lâminas e

laudo dos materiais coletados, sua experiência e influência na área

contribuíram para realização da pesquisa.

Obrigado, vocês foram pessoas fundamentais para realização desta

pesquisa.

A professora Jovira,

Que com paciência e dedicação nos auxiliou. Apesar das dificuldades e

contratempos, sempre nos motivou, demonstrando confiança e acreditando que

nosso estudo se realizaria.

Fábio, Pedro e Walter

Page 12: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

11

RESUMO

Os esteróides anabólicos androgênicos (EAAs) são compostos naturais e sintéticos, formados de testosterona e seus derivados. Esses melhoram o desempenho físico, promovendo aumento da síntese protéica, crescimento celular e força. No meio esportivo, os EAAs são administrados em doses elevadas e abusivas em busca de ganho de massa muscular e um corpo atlético em um curto intervalo de tempo, não levando em consideração os riscos à saúde. Uma droga injetável, exclusivamente veterinária, bem tolerada por humanos, que vem sendo muito utilizada por fisiculturistas e praticantes de musculação nas academias para ganho de massa e densidade muscular é o undecilenato de boldenona. Diante de tais fatos, o presente estudo teve por intuito avaliar os efeitos do esteróide anabolizante undecilenato de boldenona, sobre o crescimento muscular de ratos submetidos ao treinamento resistido de predominância anaeróbia. Foram utilizados vinte ratos Wistar machos separados em quatro grupos de cinco ratos cada. Esses foram subdivididos em: Sedentário (S) sedentário com esteróide anabolizante (SA), Treinado (T = saltos na água, suportando carga de 50% do peso corporal, com 4 séries de 10 repetições com 30 segundos de intervalo entre as séries, durante 5 vezes na semana) e treinado com esteróide anabolizante (TA). O período de realização da pesquisa foi de seis semanas, sendo a primeira semana de adaptação ao meio líquido e as demais semanas consecutivas de treinamento físico resistido. Foram administradas injeções intramusculares do EAA undecilenato de boldenona na dosagem dez vezes superior à recomendada pelo fabricante nos grupos (TA e SA). Após o período experimental, todos os grupos foram sacrificados tão logo receberem anestesia via intraperitonial e as amostras necessárias para análises laboratoriais foram coletadas, a fim de obter resultados conclusivos para pesquisa. Considerando os resultados obtidos, é possível perceber que a utilização do esteróide anabolizante pode promover hiperplasia muscular e oxidação lipídica em ratos, mesmo sem a intervenção do exercício físico resistido. Já o exercício físico resistido parece ter sido eficiente tanto na oxidação lipídica quanto em promover hipertrofia muscular, aumentando a espessura das fibras desses animais. A associação do esteróide anabolizante ao exercício físico resistido, mostrou-se como um potencializador no possível processo hiperplásico e na suposta oxidação lipídica nos animais submetidos a esse tratamento, uma vez que estes apresentaram acentuados números de núcleos e peso corporal estável durante as situações pré e pós período experimental.

Palavras chave: Esteróide Anabolizante. Undecilenato de Boldenona. Hipertrofia. Treinamento de Força.

Page 13: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

12

ABSTRACT

The androgenic anabolic steroids (EAAs) are natural and synthetic complexes, composed of testosterone and its derived forms. They improve the physical performance promoting proteic synthesis increase, cell growth and strength. In the sports environment, the EAAs are administered in high and abusive doses in order to obtain muscular mass and an athletic body in a short period of time, without taking health risks into consideration. An injecting drug, exclusively veterinary, well tolerated by humans, that have been used by physiculturists and weitgh trainer adepts at gyms for the sake of mass gain and muscular density is the Boldenone Undecilenate. Before such facts, the present study had the objective of evaluating the Boldenone Undecilenate anabolic steroid. Twenty Wistar male mice were used, separated into four groups, each containing five mice. They were subdivided into: Sedentary (S), Sedentary with anabolic steroid (SA), Trained (T = jumps into the water, standing a load of 50% of body weight, with four series of ten repetitions with an interval of thirty seconds between the series, five days a week and trained with anabolic steroid (TA). This research accomplishment period was six weeks, being the first week of adaptation to the environment and the remaining ones of resisted physical training. Intramuscular injections of Boldenone Undecilenate EAA were administered in a dose ten times higher than what is recommended by the manufacturer in the TA and SA groups. After the trial period all groups were sacrificed as soon as they received anesthetic via intraperitoneal and the samples for lab analysis were taken aiming for conclusive results for the research. Considering the results, it is possible to notice that the use of the anabolic steroid can cause muscular hyperplasia and lipidic oxidation in mice, even without resisted physical exercise intervention. However, the resisted physical exercise seems to have been efficient both in lipidic oxidation and in promoting muscular hypertrofy, thus enlarging the fibers thickness in these animals. The association of the anabolic steroid with resisted physical exercise proved to be an empowerment in the probable hyperplasic process and in the supposed lipidic oxidation in animals subjected to this treatment, once these show the presence of many nuclei and stable body weight before and after the trial period.

Key words: Anabolic steroid. Boldenone Undecilenate. Hypertrofy. Strength training.

Page 14: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

13

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de

luz.......................................................................................

45

Figura 2: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de

luz.......................................................................................

46

Figura 3: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de

luz.......................................................................................

46

Figura 4: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de

luz.......................................................................................

47

Figura 5: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de

luz.......................................................................................

47

Figura 6: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de

luz.......................................................................................

48

Figura 7: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo TA observada em microscopia

de luz.................................................................................

48

Figura 8: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo TA observada em microscopia

de luz.................................................................................

49

Figura 9: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo SA observada em microscopia

de luz.................................................................................

49

Figura 10: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo SA observada em microscopia

de luz.................................................................................

50

Figura 11 e 12: Comparativo entre secção transversal e secção

Page 15: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

14

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos

ratos do grupo S observada em microscopia de

luz.......................................................................................

50

Figura 13 e 14: Comparativo entre secção transversal e secção

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos

ratos do grupo SA observada em microscopia de

luz.......................................................................................

51

Figura 15 e 16: Comparativo entre secção transversal e secção

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos

ratos do grupo T observada em microscopia de

luz.......................................................................................

51

Figura 17 e 18: Comparativo entre secção transversal e secção

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos

ratos do grupo TA observada em microscopia de

luz.......................................................................................

52

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Comparação entre grupos e entre os momentos Pré e Pós do

período experimental, com relação ao peso dos animais

(n=20).........................................................................................

43

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

COI: Comitê Olímpico Internacional.

DHEA: Deidroepiandrosterona.

DHES: Deidroepiandrosterona Sulfatado.

DHT: Diidrotestosterona.

DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica.

Page 16: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

15

EAA: Esteróide Anabólico Androgênico.

EAAs: Esteróides Anabólicos Androgênicos.

FSH: Hormônio Folículo Estimulante.

HE: Hematoxilina Eosina.

HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana.

HTPA: Eixo Testicular Pituitário Hipotalâmico.

LH: Hormônio Luteizante.

PVC: Poli Cloreto de Vinila.

RM: Repetição Máxima.

S: Sedentário.

AS: Sedentário com Uso de Esteróide Anabolizante.

T: Treinado.

TA: Treinado com Uso de Esteróide Anabolizante.

Page 17: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

16

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................... 17

1 CONCEITOS PRELIMINARES........................................................ 19

1.1 Fisiologia Muscular.......................................................................... 19

1.2 Treinamento de Força...................................................................... 22

1.2.1 Treinamento de Força e Uso de Esteróides Anabólicos.................. 27

1.3 Esteróides Anabólicos...................................................................... 30

1.3.1 Undecilenato de Boldenona (Equifort)............................................. 34

1.3.1.1 Undecilenato de Boldenona e Exercício.......................................... 35

2 O EXPERIMENTO........................................................................... 36

2.1 Material e Métodos........................................................................... 36

2.1.1 Condições ambientais...................................................................... 36

2.1.2 Amostra experimental...................................................................... 37

2.1.3 Material............................................................................................. 38

2.1.4 Teste................................................................................................. 39

2.1.5 Procedimentos.................................................................................. 42

2.1.6 Análise estatística............................................................................. 42

2.2 RESULTADOS................................................................................. 43

2.3 DISCUSSÃO.................................................................................... 52

2.4 CONCLUSÃO................................................................................... 56

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 58

APÊNDICES................................................................................................... 63

ANÉXOS......................................................................................................... 65

Page 18: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

17

INTRODUÇÃO

Os esteróides anabólicos androgênicos (EAAs) são compostos naturais

e sintéticos formados de testosterona e seus derivados (CUNHA et al., 2006). A

testosterona é responsável por diversos efeitos no organismo, sendo alguns

deles o aumento da massa muscular e do peso corpóreo (FRIZON; MACEDO;

YONAMINE, 2005).

Os EAAs também melhoram o desempenho físico promovendo aumento

da síntese protéica, crescimento celular e força, reduzindo o tempo de

recuperação pós-treinamento físico (CAMARGO FILHO et al., 2006).

Sua indicação está associada a quadros terapêuticos de hipogonoidismo

e deficiência do metabolismo protéico (CUNHA et al., 2006). O uso abusivo e

em longo prazo destes fármacos pode causar diversos efeitos colaterais como:

problemas cardiovasculares (aumento da pressão sanguínea, arterosclerose e

infarto do miocárdio), anormalidades hepáticas (colestases e tumores),

aumento da secreção das glândulas sebáceas (acnes e dermatite seborréica),

alopécia e ginecomastia (FRIZON; MACEDO; YONAMINE, 2005).

A testosterona foi sintetizada pela primeira vez para fins terapêuticos e

experimentais em 1935 (CUNHA et al., 2004). Já seu uso abusivo, com

objetivo de aumentar o desempenho atlético, teve início nos anos de 1950,

acentuando-se nos anos de 1970 e se estendendo até os dias de hoje no

esporte competitivo. Em 1976, estas substâncias foram proibidas pelo Comitê

Olímpico Internacional (COI) na Olimpíada de Montreal, onde pela primeira vez,

foi realizado o controle de anabolizantes (FRIZON; MACEDO; YONAMINE,

2005).

No meio esportivo os EAAs são administrados em doses elevadas e

abusivas, através de livre iniciativa de adolescentes, jovens e adultos em busca

Page 19: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

18

de ganho de massa muscular e um corpo atlético em um curto intervalo de

tempo, não levando em consideração os riscos à saúde (FRIZON; MACEDO;

YONAMINE, 2005). Estas doses podem chegar a atingir de dez a duzentas

vezes mais que a dose recomendada e de maneira prolongada (MCARDLE;

KATCH; KATCH, 2003).

Atualmente são encontrados diversos tipos de EAAs, onde sua

formulação é obtida através da manipulação da molécula original da

testosterona, influenciando sua farmacocinética, biodisponibilidade e balanço

da atividade androgênica em prol do anabolismo (CUNHA et al., 2004). Dentre

tantas formulações que constituem os EAAs, podemos citar as de forma oral e

injetável (GUIMARÃES NETO, 1998).

A testosterona na forma oral é composta por 17 alfa derivados

(metandrostenolona, metiltestosterona e oxandrolona) (CUNHA et al., 2004) ; a

testosterona na forma injetável é a de via dermatológica, através de adesivos

transdérmicos e cremes corporais; as de via intramuscular profunda, que são

as de ésteres 17 beta-estratificada (cipionato de testosterona, propionato,

enantato e nandrolona); e as de modificações nos anéis A, B, ou C de sua

molécula (mesterolona, nortestosterona e estanozolol) (CUNHA et al., 2004).

Uma droga injetável que vem sendo muito utilizada por fisiculturistas e

praticantes de musculação nas academias em ciclos para ganho de massa e

densidade muscular é o undecilenato de boldenona, mais conhecido no Brasil

como Equifort (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005). Apesar de ser uma droga

exclusivamente veterinária, o undecilenato de boldenona é bem tolerado por

humanos, apresenta efeitos colaterais discretos, propriedades anabólicas

acentuadas, pouca atividade androgênica, hepatoxidade moderada e baixa

aromatização (QUEL, 2008).

De acordo com Cunha et al., (2006), alguns dados demonstram que o

uso de esteróide anabólico androgênico (EAA) está relacionado à melhora do

desempenho atlético devido ao aumento de massa muscular e resistência

durante o treinamento de alta intensidade. No entanto, os efeitos de tais

fármacos sobre o desempenho atlético permanecem controversos.

Diante disso, tem-se a seguinte pergunta-problema para o presente

estudo: o undecilenato de boldenona, quando associado ao exercício resistido,

proporciona melhoras histológicas à musculatura esquelética?

Page 20: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

19

Silva; Danielski; Czepielwski (2002), considera que o uso de EAA causa

hipertrofia das fibras tipo IIa, aumento mio nuclear e formação de novas fibras

musculares e aumento na expressão dos receptores androgênicos. A

testosterona age diretamente na expressão do gene da proteína contrátil em

animais, uma vez que essa causa aumento na largura das fibras musculares

devido à elevação no número de miofilamentos, miofibrilas e induz mudanças

na estrutura das isoformas da miosina de cadeia pesada (SILVA; DANIELSKI;

CZEPIELWSKI, 2002).

Cunha et al., (2006) dizem que o treinamento resistido através de saltos

em meio líquido é um método utilizado para estudo das respostas fisiológicas

frente ao exercício. Foss; Keteyian (2000), afirma que treinamento de força

promove adaptações como a hipertrofia muscular, onde nosso corpo passa por

mudanças fisiológicas como: aumento de miofibrilas de proteínas contráteis

(actina e miosina), densidade muscular, tecido conjuntivo e ligamentar e,

conseqüentemente, aumento da secção transversa das fibras existentes sem

alteração em seu número.

Diante de tais fatos, o presente estudo tem como objetivo avaliar o

possível efeito hipertrófico do esteróide anabolizante undecilenato de

boldenona junto ao exercício físico resistido, através de investigações nas

alterações histológicas nas fibras musculares dos músculos reto e intermédio

da coxa de quatro grupos de ratos. Dois desses grupos foram submetidos a

treinamento físico, um treinado (T) e outro treinado com uso de esteróide

anabolizante (TA), os outros dois grupos sem atividade física, sendo um

sedentário (S) e outro sedentário com uso de esteróide anabolizante (SA).

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Fisiologia muscular

Os músculos esqueléticos possuem ações voluntárias, suas funções são

gerar força para locomoção, respiração, sustentação postural e produção de

calor (POWERS; HOWLEY, 2005).

Page 21: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

20

O corpo humano é constituído por cerca de 660 músculos esqueléticos,

apresentando em sua composição química 75% de água, 20% de proteína e

5% de sais e outras substâncias como: fosfato de alta energia (uréia lactato),

minerais (cálcio, magnésio e fósforo), enzimas, íons de sódio, potássio, cloro,

aminoácidos, gorduras e carboidratos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Os músculos são organizados através de camadas de tecido conjuntivo

de revestimento, os quais são: epimísio, perimísio e endomísio.

Epimísio é a camada de tecido conjuntivo fibroso externo que reveste o

músculo como um todo. Esse se afunila em suas extremidades distal (inserção)

e proximal (origem), fundindo-se e se unindo aos tecidos intramusculares

formando os tendões (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Os tendões são tecidos fibrosos metabolicamente inativos, possuindo

capacidade de resistir a enormes tensões geradas pelos músculos. São fixados

aos ossos em sua cobertura externa denominada periósteo (FOSS;

KETEYIAN, 2000).

Conforme se aprofunda no músculo, encontra-se outra camada de tecido

conjuntivo chamada de perimísio. Esse envolve os feixes musculares

constituídos por até 150 fibras que são denominadas de fascículos musculares.

Aprofundando ainda mais é possível encontrar outra camada de tecido

conjuntivo, o endomísio, que reveste cada fibra individualmente separando-as

das vizinhas (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Debaixo do endomísio, circundando individualmente cada fibra muscular

existente, está o sarcolema, que é uma membrana fina é elástica que envolve o

conteúdo celular da fibra. No sarcolema localizam-se as células satélites, que

auxiliam no crescimento celular regenerativo frente às adaptações ao

treinamento físico pós-estresse muscular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

O sarcolema, por ser uma membrana, envolve todo o conteúdo celular.

Neste caso, este conteúdo celular é denominado sarcoplasma (citoplasma), o

qual contém proteínas celulares, enzimas, partículas de gorduras e de

glicogênio, núcleos, mitocôndrias, outras organelas especializadas e miofibrilas

(POWERS; HOWLEY, 2000).

As miofibrilas possuem proteínas contráteis de aspecto estriado. Os

filamentos espessos são formados pela proteína miosina e os filamentos finos

são compostos pela proteína actina (POWERS; HOWLEY, 2000).

Page 22: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

21

Na actina, localizam-se outras duas proteínas: a troponina e a

tropomiosina, ambas de grande importância no processo contrátil do músculo

(POWERS; HOWLEY, 2000).

A troponina e a tropomiosina trabalham em conjunto para regular a

ligação da actina com a miosina. Quando um músculo está em situação de

relaxamento, a tropomiosina bloqueia os sítios ativos da actina impedindo sua

ligação com a miosina (POWERS; HOWLEY, 2000).

O cálcio é responsável pela liberação dos sítios ativos da actina através

da troponina e, esse, é encontrado no retículo sarcoplasmático, no

sarcoplasma. O retículo sarcoplasmático, ao receber um impulso nervoso,

libera o cálcio que se liga a troponina causando uma mudança de posição da

tropomiosina, liberando os sítios ativos da actina, isso permite a ligação da

miosina com a actina resultando a contração muscular (POWERS; HOWLEY,

2000).

A contração muscular pode ser classificada em contração lenta e

contração rápida, de acordo com o tipo de fibra envolvida (BERNE et al., 2004).

As fibras musculares podem ser classificadas em duas categorias

gerais: fibras tipo I e fibras tipo II com suas subdivisões fibras tipo IIa, IIb e IIc.

(FOSS; KETEYIAN, 2000).

As fibras tipo I, de contração lenta, são também chamadas de fibras

vermelhas, tônicas, oxidativas lentas, ou aeróbias, (FOSS; KETEYIAN, 2000).

Essas contêm uma grande quantidade de mitocôndrias, são de alta atividade

enzimática oxidativa, apresentam grande número de capilares e altos níveis de

mioglobina, fatores esses, que fazem com que essa fibra possua grande

capacidade do metabolismo aeróbio de alta resistência à fadiga (POWERS;

HOWLEY, 2000).

As fibras tipo IIb, de contração rápida, também chamadas de fibras

brancas, fásicas, glicolíticas rápidas e anaeróbias, (FOSS; KETEYIAN, 2000),

possuem um pequeno número de mitocôndrias, capacidade limitada do

metabolismo aeróbio, sendo menos resistentes à fadiga quando comparadas

às fibras lentas e são ricas em enzimas glicolíticas, as quais lhes provêem uma

grande capacidade anaeróbia (POWERS; HOWLEY, 2000).

As fibras tipo IIa são fibras intermediárias, também conhecidas como

fibras glicolíticas oxidativas rápidas. Exibem alta velocidade de encurtamento e

Page 23: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

22

uma capacidade moderadamente bem desenvolvida para transferência de

energia das fontes tanto aeróbia quanto anaeróbias. Possuem características

bioquímicas e de fadiga encontradas entre as fibras tipo IIb e tipo I, por isso

são vistas como uma mistura das características de ambas (MCARDLE;

KATCH; KATCH, 2003).

Elas são extremamente adaptáveis, podendo se adaptar em fibras tipo I

através de treinamento de endurance, elevando sua capacidade oxidativa

(POWERS; HOWLEY, 2000).

Já as fibras tipo IIc, denominadas primitivas e indiferenciadas, são

predominantes nos músculos dos membros e do tronco dos fetos no início da

gestação. Por volta da trigésima sexta semana, existem numerosas fibras tipo

IIa e IIb e poucas do tipo IIc, o que permite supor que toda a diferenciação

maturacional que ocorre no útero se processa a expensas das fibras IIc.

Apesar de serem raras e indiferenciadas em pessoas adultas, essas podem

auxiliar na reinervação e na transformação das unidades motoras (MCARDLE;

KATCH; KATCH, 2003).

Sendo de menor especialização comparada aos outros tipos de fibras,

apresenta uma pequena significância para o desempenho muscular, onde

representa de 0 a 2% e não mais de 5% na composição total dos músculos

(FOSS; KETEYIAN, 2000).

1.2 Treinamento de Força

Para compreender este tópico é necessário esclarecer definições de

força máxima, força potência e força de resistência.

Força máxima pode ser definida como a máxima força que o músculo

gera durante o exercício em um movimento específico e em uma velocidade

específica (FLECK; KRAEMER, 2006). Foss; Keteyian (2000) referem-se à

força como a tensão que um grupo muscular exerce contra uma resistência em

um máximo esforço. Já Wilmore; Costill (2001) definem força como o vigor

máximo gerado pelo músculo ou grupo muscular.

Page 24: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

23

Força potência é o resultado da força máxima junto à velocidade na

execução de um movimento ou aplicação funcional da força e da velocidade

(WILMORE; COSTILL, 2001). É a capacidade que o grupo muscular envolvido

possui de acelerar na máxima velocidade suportando a fadiga (FLECK;

KRAEMER, 2006).

Força de resistência é a capacidade que o músculo tem de executar e

suportar ações de força submáxima repetidamente ou sustentar ações

musculares fixas durante um tempo prolongado (WILMORE; COSTILL, 2001).

A aptidão que um grupo muscular tem em realizar contrações

consecutivas contra uma carga oposta, ou até mesmo suportar uma contração

estática por um determinado período, é denominada por Foss; Keteyian (2000),

como endurance muscular (resistência muscular). Fleck; Kraemer (2006), por

sua vez, descrevem força de resistência ou resistência aeróbia como aumento

do consumo de oxigênio de pico associado às funções cardiovasculares na

intenção de suportar um desempenho.

Determina-se treinamento de força o exercício que faz com que a

musculatura envolvida mova ou tente mover contra uma resistência exercida

por algum tipo de força oposta (FLECK; KRAEMER, 2006). Para

desenvolvimento da força é necessário aumentar continuamente o estresse

muscular, aumentando periodicamente a quantidade de peso envolvido nos

exercícios de levantamento de pesos livres ou nos diversos tipos de aparelhos

com peso (POWERS; HOWLEY, 2005).

Treinar força visando alcançar os objetivos almejados deve levar em

consideração os tipos básicos de contração: isométrica, dinâmica e isocinética

(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

A contração isométrica é a ativação muscular sem qualquer alteração

perceptível no comprimento das fibras musculares, é a força gerada por um

músculo que tenta encurtar-se e não consegue devido a uma resistência

externa maior ou igual a sua capacidade de contração (MCARDLE; KATCH;

KATCH, 2003).

Apesar da falta de movimento articular de alongamento ou encurtamento

dos sarcômeros musculares, o treinamento isométrico proporciona grandes

ganhos de força se comparados aos métodos dinâmicos (WILMORE;

COSTILL, 2001).

Page 25: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

24

A contração dinâmica é a ação que os músculos realizam em tensão

constante, frente a uma resistência ou peso externo. Esses permanecem

inalterados tanto na fase concêntrica quanto na excêntrica, diferente da força

que varia durante a realização do exercício (FLECK; KRAEMER, 2006).

Para se obter contrações musculares dinâmicas é necessário que ocorra

movimento articular esquelético. Estas contrações são representadas de duas

formas: contração concêntrica e contração excêntrica (MCARDLE; KATCH;

KATCH, 2003).

Contração concêntrica é o processo de encurtamento muscular através

de uma contração, onde a tensão é aumentada à medida que ocorre o

movimento articular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003). O músculo encurta-

se com tensão variável ao deslocar uma carga constante (FOSS; KETEYIAN,

2000).

Contração excêntrica é o alongamento que o músculo realiza frente a

uma tensão aplicada por uma resistência externa. O peso é abaixado

lentamente contra a força da gravidade evitando que esse caia sobre a

superfície (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

A força excêntrica consiste em movimentos dinâmicos na fase negativa

durante a realização do exercício. A fibra muscular alonga-se, exercendo

tensão ativa, submetendo o músculo a um maior estímulo e proporcionando um

maior ganho de força. Neste tipo de treinamento a capacidade que o músculo

tem em resistir à força é aproximadamente trinta por cento maior que nas

ações concêntricas (WILMORE; COSTILL, 2001).

O treinamento excêntrico ou resistência negativa refere-se ao

alongamento do músculo de maneira controlada em uma ação muscular.

Consiste em cargas maiores que uma repetição máxima da fase concêntrica

(FLECK; KRAEMER, 2006).

A contração isocinética é a tensão desenvolvida pelo músculo ao

encurtar-se com velocidade constante. É a máxima velocidade em todos os

ângulos articulares durante toda amplitude de movimento (FOSS; KETEYIAN,

2000). O treinamento de força isocinética é realizado através de equipamentos

de alta tecnologia (micro processador e dinamômetro). Tal tecnologia permite

ao cientista especializado na área avaliar, testar e treinar os músculos com

maior eficiência (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Page 26: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

25

A ação realizada pelo músculo não possui uma carga específica a ser

alcançada, no entanto, a velocidade angular do movimento é constante e

controlada. O movimento inicia-se acelerando até alcançar a velocidade

programada. A força de reação reflete a força aplicada no equipamento durante

toda a amplitude de movimento do exercício até a desaceleração.

Teoricamente, os músculos exercem força máxima contínua durante toda

amplitude de movimento, exceto na aceleração e desaceleração (FLECK;

KRAEMER, 2006).

Frente ao treinamento de força o organismo sofre diversas adaptações

fisiológicas, sendo uma delas as adaptações neurais, responsáveis por grande

parte do aumento de força no início do treinamento onde ainda não ocorreu

aumento significativo na área transversa do músculo (MCARDLE; KATCH;

KATCH, 2003).

As adaptações neurais desempenham papel importante no

aprimoramento da força, aumentando a eficiência nos padrões de recrutamento

neural, aumentando ativação do sistema nervoso central, melhorando a

sincronização das unidades motoras, embotando os reflexos inibitórios neurais

e inibindo os órgãos tendinosos de Golgi (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Outra adaptação decorrente do treinamento de força, segundo Foss;

Keteyian (2000), é a hipertrofia muscular, em que o corpo passa por mudanças

fisiológicas, as quais podem ser descritas como aumento de miofibrilas de

proteínas contráteis (actina e miosina), da densidade muscular, do tecido

conjuntivo e ligamentar e conseqüentemente aumento da secção transversa

das fibras existentes, sem alteração em seu número.

A hipertrofia pode ser caracterizada de duas maneiras: hipertrofia

transitória, ocorrendo quando há um acúmulo de líquido derivado do plasma

sanguíneo, preenchendo os espaços intracelulares e intersticiais do músculo,

e, por ser transitório, seu efeito hipertrófico é de curta duração e em poucas

horas seu volume é desfeito; e hipertrofia crônica, que é ocasionada pelo

treinamento de força prolongado. Essa faz ocorrer alterações nas estruturas

musculares aumentando a quantidade de fibras e o diâmetro das fibras

musculares já existentes (WILMORE; COSTILL, 2001).

A hipertrofia muscular causada pelo treinamento de força é resultante do

aumento da síntese protéica. Essa pode perdurar por até quarenta e oito horas

Page 27: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

26

pós-exercício, onde a capacidade de sintetizar proteína se torna maior do que

na fase de execução (WILMORE; COSTILL, 2001).

Nem todas as fibras musculares possuem a mesma capacidade de

desenvolvimento, seu aumento está relacionado ao padrão de recrutamentos

de fibras, determinado pelo tipo de treinamento empregado (FLECK;

KRAEMER, 2006).

O treinamento de força promove hipertrofia nas fibras tipo I e II, no

entanto, as do tipo II tendem a hipertrofiar mais do que as do tipo I. O

treinamento de alta intensidade e baixo volume tende a hipertrofiar mais do que

o treinamento de alto volume e baixa intensidade, apesar de ambos poderem

hipertrofiar de forma seletiva as fibras tipo II e I respectivamente (FLECK;

KRAEMER, 2006).

Para se obter hipertrofia é necessário um programa de treinamento

superior a 8 semanas de duração. Períodos de tempo inferiores a esse podem

influenciar no resultado no que diz respeito às alterações do tamanho dos

músculos devido à ausência da elevação de proteínas contráteis nas fibras

musculares (FLECK; KRAEMER, 2006).

Estudo realizado com o treinamento de força mostrou que para se obter

um aumento significativo das fibras, foram necessárias 16 semanas de

atividades intensas e relativo volume de treinamento, assim, a musculatura

sofre um maior estresse ocorrendo micro lesões e, conseqüentemente,

hipertrofia (FLECK; KRAEMER, 2006).

A carga utilizada em um treinamento, visando proporcionar estímulos

suficientes para aumentar a força e conseqüentemente volume muscular, varia

de 60 a 80% da carga de uma repetição máxima (1RM) (MCARDLE; KATCH;

KATCH, 2003). Um RM é a carga mais pesada suportável por um indivíduo em

uma repetição completa em um determinado exercício, segundo Fleck;

Kraemer (2006),

Para aprimoramento da força, a realização do treinamento envolvendo o

mesmo grupo muscular, mostrou que 2 a 3 sessões semanais compostas de 3

a 12 RM é mais eficaz quando comparado ao treinamento envolvendo

repetições superiores a 10 RM durante 4 a 5 vezes na semana. O treinamento

contínuo, ao contrário do intervalado, pode influenciar negativamente na

recuperação muscular entre as sessões de treinamento, retardando o

Page 28: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

27

progresso nas adaptações neuromusculares e estruturais, assim como o

desenvolvimento de força (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

A hipertrofia também pode ser caracterizada pela hiperplasia, apesar de

que pesquisadores ainda não podem afirmar com certeza sua influência no

aumento muscular total em humanos, tendo visto que a maior parte da

hipertrofia produzida é decorrente do aumento da espessura das fibras e não

do número de fibras (WILMORE; COSTILL, 2001).

Hiperplasia muscular também é considerada um fator de adaptação

neural, ocorrendo através de divisão longitudinal da célula já existente e a partir

de células satélites. A divisão longitudinal é a capacidade de uma fibra

muscular hipertrofiada dividir-se em duas ou mais células filhas individuais.

Células satélites são células situadas entre a camada basal e a membrana

plasmática, essas são responsáveis pela regeneração muscular, fazendo surgir

novas fibras após o músculo sofrer algum tipo de estresse (MCARDLE;

KATCH; KATCH, 2003).

1.2.1 Treinamento de Força e Uso de Esteróides Anabólicos

De acordo com Estevão; Bagrichevsky (2004), fisiculturismo é

considerado uma modalidade competitiva da musculação, cujo objetivo, é obter

o máximo de volume muscular possível, com mínima porcentagem de gordura

corporal e máxima definição. Nesta prática, os fisiculturistas desejam que

ocorra máximo desenvolvimento da hipertrofia muscular e é aceitável entre

eles, que se extrapolem os limites fisiológicos humanos para consegui-la. Isso,

muitas vezes, é conseguido predominantemente, através do uso corrente de

esteróides anabolizantes androgênicos e de muitas horas gastas com intensos

exercícios resistidos em academias.

Segundo Foss; Keteyian (2000), treinamento de força é a capacidade do

indivíduo de exercer e impor uma tensão contra uma resistência controlada por

vontade própria e que depende, principalmente, de fatores mecânicos,

fisiológicos e psicológicos, para conseguir atingir uma determinada meta. É a

qualidade física que permite um músculo ou grupamento muscular produzir

Page 29: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

28

uma tensão máxima, através da sua contração muscular e vencer uma

resistência qualquer, na ação de empurrar, elevar e tracionar.

A hipertrofia muscular, que é uma adaptação muito conhecida

decorrente do treinamento de força, caracteriza-se principalmente pela maior

concentração de proteína contrátil encontrada no interior das fibras musculares,

motivo pelo qual um músculo com maior área transversa é mais forte que um

de área menor área transversa. O treinamento resistido com pesos pode

resultar em aumento na área transversa de uma fibra de vinte (20) a quarenta e

cinco por cento (45%), com possibilidade de atingir cinqüenta por cento (50%)

(FLECK; SIMÃO, 2008).

Segundo Guimarães Neto (1998), atletas de várias modalidades como,

nadadores, jogadores de futebol e atletas de outros esportes, usaram ou ainda

utilizam substâncias proibidas no meio esportivo, caracterizadas por suas

propriedades anabólicas, denominados esteróides. Dentre eles, os

levantadores olímpicos, basistas e culturistas são os que utilizam com mais

freqüência e quantidade, visando um maior desempenho em treinamentos e

desenvolvimento de massa muscular magra.

Guimarães Neto (1998), afirma ainda que mesmo os atletas sendo do

sexo masculino a intenção é administrar quantias extras de esteróides

anabólicos e beneficiar-se de suas propriedades anabólicas (agressividade

para suportar cargas mais altas, maior síntese protéica). Com isso, realizando

os chamados ciclos, que são períodos destinados à administração da droga,

que podem combinar várias drogas ao mesmo tempo, com ou sem intervalos

de uma série de administração e de tais anabólicos.

Segundo Brower (1993), costumam ser usados ciclos de 4 a 12

semanas, nos quais as doses e as quantidades de drogas diferentes vão

aumentando aos poucos para, depois de chegarem a um pico, serem retiradas

lentamente. Na fase de pico dessa pirâmide, chega-se a usar 5 a 6 tipos de

EAAs, incluindo preparações orais, parenterais e veterinárias, administradas

em doses 10 a 100 vezes maiores que as utilizadas em estudos médicos com

esses agentes (POPE; KATZ, 1988). Esta estimativa de dose é imprecisa pelo

fato de nem todos EAAs terem uma equivalência de dosagem, além de ser

comum o uso de drogas para uso veterinário e mesmo caseiras (POPE; KATZ,

Page 30: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

29

1994), o que ocorre pela necessidade de receita médica, inclusive no Brasil,

para se obter esses agentes oficialmente (SCIVOLETTO; MELEIRO, 1994).

O Comitê Olímpico Internacional define doping como sendo o uso de

substâncias fisiológicas em quantidades anormais, ou por métodos anormais,

com o intuito de obter ganho artificial e injusto de rendimento na competição

(AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1987). Mesmo ilícito,

entretanto, o uso de esteróides anabólicos androgênicos por atletas, se iniciou

na década de 70 e vem aumentando desde então. O início do emprego de

testes antidoping específicos, a partir dos Jogos Panamericanos de Caracas,

em 1983, ao invés de coibir o consumo, tem tornado os métodos empregados

para o seu uso cada vez mais sofisticados, possibilitando que por ocasião dos

testes de competição, o atleta não seja flagrado. Por essa razão, na última

década foram introduzidos os testes-surpresa, ou seja, sem aviso prévio,

durante a fase de treinamento mais intenso (fase em que supostamente ocorre

o uso de EAA). Desta maneira, muitos atletas, que inúmeras vezes haviam sido

testados negativamente, tiveram resultados positivos. Todavia, acredita-se que

muitos outros continuem se dopando sem serem apanhados (PEDRINELLI,

1993).

Entretanto, não se deve pensar que somente o efeito do fármaco irá

desenvolver hipertrofia e força em fibras musculares. A posição da literatura a

respeito dos efeitos anabólicos de esteróides na promoção de desenvolvimento

de força é relativa. Em estudo realizado por Crist; Stackpole; Peake (1983), não

se constataram alteração significativa à composição corporal onde fora

utilizado o cipionato de testosterona e decanoato de nandrolona em conjunto

com atividade de exercícios resistidos com pesos, sendo que muitos fatores

contribuem para o desenvolvimento de força, incluindo hereditariedade,

intensidade do treinamento, dieta e características psíquicas.

Porém, segundo Bhasin et al., (1996), em pesquisa realizada com

alguns indivíduos onde foram ministradas doses de testosterona associada ao

treinamento de força, observou-se um significativo ganho de massa isenta de

gordura.

Um esteróide anabólico muito utilizado nesse meio é o Decanoato de

Nandrolona por causar bons ganhos com relação à massa muscular. Isso pode

estar relacionado com a sua força moderada de ligação ao receptor

Page 31: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

30

androgênico, desenvolvendo um efeito notável de retenção de nitrogênio, que é

o fator mais importante no crescimento muscular e nos ganhos de massa

isenta de gordura, certamente relacionada também com a dose administrada

(BHASIN et al., 1996). Um estudo de Lewis et al., (1999), cita controvérsias

com relação ao ganho ou não de peso corpóreo. Relacionando resultados

encontrados em humanos com aqueles encontrados em modelos animais

Lewis et al., (1999) e Prezant et al., (1997), mostram que altas doses de

esteróides podem reduzir o ganho de peso em ratos significativamente, sendo

que este esteróide potencializa a atividade de RNA que, por sua vez aumenta a

síntese protéica podendo aumentar significativamente a massa muscular e

força. Da mesma forma, Tetsuro et al., (2001), relatam que a administração de

esteróides anabólicos em humanos potencializa a síntese protéica e causa

hipertrofia da musculatura esquelética, e estas adaptações são realçadas

quando os esteróides anabólicos são combinados com exercícios de

resistência.

1.3 Esteróides Anabólicos

Para entender este tópico é necessário esclarecer primeiramente o que

significa Esteróides, Anabólicos e Androgênicos.

Segundo Abrão (2003), anabólicos são todas as substâncias que de

alguma forma induzem o organismo no processo de construção, como síntese

protéica e crescimento muscular.

Esteróides são hormônios que apresentam em sua estrutura química um

núcleo esterol. Estes hormônios são considerados primordiais por

apresentarem funções reguladoras no organismo (ABRÃO, 2003).

Existem três categorias básicas de esteróides: andrógenos, estrógenos

e corticóides. Andrógenos são hormônios provenientes do colesterol tais como

a testosterona e seus metabólitos, diidrotestosterona e a androstenediona,

esses são responsáveis pela formação das características sexuais masculinas

(androgênicas) predominantes (pêlos no rosto e corpo, voz grossa, maior

Page 32: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

31

massa muscular e pele mais grossa). São produzidos em sua maioria nos

testículos e uma pequena parte nas glândulas adrenais (RIBEIRO, 2001).

Estrógenos são hormônios predominantes nas mulheres, responsáveis

pela formação dos caracteres sexuais femininos (pele mais fina, ausência de

pelo corporal, formação de seios, pouca massa muscular e maior acúmulo de

gordura). São produzidos em sua maioria pelos ovários e uma pequena parte

pelas glândulas adrenais (GUIMARÃES NETO, 1998).

Corticóides, produzidos por ambos os sexos pelas glândulas adrenais,

não possuem efeito anabólico e sim analgésico, antiinflamatório e catabólico,

portanto atletas que desejam aumentar massa muscular devem procurar evitá-

los (GUIMARÃES NETO, 1998).

É importante salientar que, assim como os corticóides, os andrógenos e

os estrógenos também são encontrados em ambos os sexos só que em

pequenas quantidades. (ABRÃO, 2003).

O homem possui quatro formas principais de andrógenos na circulação

sanguínea, a testosterona em maior quantidade atingindo nível dez vezes

maior que o diidrotestosterona (DHT), que apesar de ser em menor quantidade

é muito mais potente que a testosterona, androstenediona,

deidroepiandrosterona (DHEA) e seus derivados sulfatados (DHEAS) (CUNHA

et al., 2004).

A testosterona é o principal hormônio androgênico do sexo masculino

secretado pelas células intersticiais de Leydig nos testículos. Estas células são

acionadas pelo hormônio luteizante (LH) que é estimulado pelo hormônio

folículo estimulante (FSH), e esse, pelo hormônio de liberação das

gonadotrofinas atuante na hipófise anterior que, por fim, é controlada pelo

hipotálamo (SILVA et al., 2002).

Em pequenas quantidades diárias, a testosterona é lançada ao sangue

que se encarrega de transportá-la até os receptores-alvos a fim de cumprir

suas funções (CUNHA et al., 2004). No homem, a produção natural de

testosterona é cerca de 4 a 9 mg dia, enquanto na mulher é de 0,5mg dia, daí a

dificuldade em ganhar massa muscular (RIBEIRO, 2001).

A testosterona na sua forma natural após ser absorvida, 50% de sua

dose é metabolizada em dez minutos e os outros 50% restantes nos dez

minutos seguintes, não se detectando nenhum indício de testosterona no

Page 33: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

32

organismo ao findar da primeira hora. A partir daí, especialistas inventaram

meios de manipular as moléculas de testosterona acoplando ésteres

carbônicos transformando-as em substâncias sintéticas menos polares de

liberação controlada com o propósito de aumentar seu tempo de duração e

ação, o que hoje conhecemos como Esteróides Anabolizantes Androgênicos

(EAAs) (ABRÃO, 2003).

Cunha et al., (2004), referem-se aos EAAs como compostos formados a

partir da testosterona e seus derivados, que atuam sobre receptores

androgênicos produzindo efeitos tanto anabólicos quanto androgênicos, sendo

uns mais androgênicos que outros. Nenhum fármaco encontrado atualmente é

capaz de produzir unicamente efeitos anabólicos.

Os EAAs possuem em sua estrutura variações químicas classificadas

em 17-alfa-alquelados, 17-beta-ésteres e 1-metil esteróides, as quais exibem

peculiaridades distintas, mas com os mesmos propósitos (ABRÃO, 2003).

Dentre suas variações mais usadas dividimos os EAAs em duas classes:

Orais (17-alfa-alquelados) em forma de comprimidos e Injetáveis (17-beta-

ésteres)

Orais (17-alfa-alquelados) em forma de comprimidos quando ingeridos,

passam pelo estômago sendo absorvidos pelo intestino e metabolizados no

fígado, onde provocam grande sobrecarga devido à alcalinização de sua

molécula, causando grande hepatoxidade. Sua meia vida varia entre 4,5 a 9

horas dependendo do EAA. Dentre eles, podemos citar alguns dos mais

utilizados: fluoximesterone (halotestin), metandrostenolona (anabol),

oximetalona (hemogenin), stanozolol (winstrol), oxandrolona e

metiltestosterona (GUIMARÃES NETO, 1998).

Injetáveis (17-beta-ésteres) são menos nocivos que os orais e devem

ser injetados por via intramuscular profunda. Possuem solubilidade lipídica, o

que minimiza a contaminação por bactérias e retarda sua liberação na

circulação sanguínea prolongando sua ação, o que proporciona um maior

intervalo entre aplicações. A stanozolol é uma exceção, pois apresenta veículo

aquoso, sendo mais suscetível a bactérias. Sua absorção é rápida declinando

rapidamente após seus cristais serem dissolvidos (GUIMARÃES NETO, 1998).

Dentre os injetáveis podemos citar alguns de maior aceitação pelos

usuários: decanoato de nandrolona (deca-durabolin), (durateston) composto de

Page 34: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

33

4 sintéticos (propionato, fenilpropionato, isocaproato e decanoato de

testosterona), cipionato de testosterona (deposteron), mentelona (primabolan),

acetato de trembolone (parabolan) e undecilenato de boldenona (equifort),

droga exclusivamente veterinária (PERES; GUIMARAES NETO, 2005).

No tratamento médico os EAAs vêm sendo utilizados em diversas

condições patológicas relacionadas às deficiências androgênicas, balanço

nitrogenado negativo, hipogonoidismo, sarcopenia, micropênis neonatal,

puberdade e crescimento retardado ou exagerado, síndrome de Turner, câncer

de mama, osteoporose, doenças debilitantes crônicas, após grande cirurgia,

queimadura grave, paciente com HIV, doença pulmonar crônica, distrofia

muscular (SILVA et al., 2002).

De acordo com Ribeiro (2001), os esteróides anabólicos androgênicos

também promovem efeito placebo, psicológico, euforizante, anticatabólico,

diminui o cansaço e melhora a síntese protéica. Já Silva et al., (2002),

acrescentam o aumento da massa muscular, aumento da concentração de

hemoglobina e hematócrito, retenção de nitrogênio, aumento de deposição de

cálcio nos ossos e aumento da queima de gordura, motivos esses que levam

atletas a utilizar tais fármacos no intuito de melhorar o desempenho.

EAAs em doses terapêuticas causam poucos efeitos colaterais,

acontece que para outros fins o uso é feito em doses elevadas e abusivas

(RIBEIRO, 2001).

McArdle; Katch; Katch (2003) relata que o uso de esteróides

anabolizantes chega atingir dez a duzentas vezes mais que a dose

recomendada e de maneira prolongada, o que denominamos de ciclo.

Ciclo refere-se a qualquer período de tempo em que o indivíduo utiliza-

se de esteróides. Este período geralmente varia de quatro a dezoito semanas

onde são utilizados métodos variados de administração de droga. O método

pirâmide inicia-se com a utilização de doses pequenas aumentado

progressivamente até o ápice e depois reduz progressivamente. Stacking é a

utilização de vários esteróides anabolizantes ao mesmo tempo divididos de

acordo com sua toxidade. Ambos os métodos são utilizados por alguns

indivíduos de maneira conjunta (SILVA et al., 2002).

Page 35: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

34

Apesar de tantos pontos positivos, vale lembrar que esteróides

anabolizantes androgênicos podem causar diversos efeitos colaterais e,

dependendo da dose administrada, levar até a morte.

Peres; Guimarães Neto (2005) enumera alguns prováveis problemas

relacionados ao uso indevido de EAAs: calvície, acne, agressividade,

hipertrofia prostática, hipertensão arterial, limitação do crescimento,

hipercolesterolemia, ginecomastia, virilização em mulheres, impotência,

esterilidade, atrofia testicular, dores de cabeça, insônia, hepatoxidade,

problemas renais, problemas de tendões e ligamentos, mudanças no sistema

imunológico e câncer.

1.3.1 Undecilenato de Boldenona (Equifot)

Segundo a bula do Equifort (1996), o undecilenato de boldenona (17

beta hidróxi-androsta – 1,4 dien – 3 one 10 undecanoato) é uma droga

exclusivamente veterinária usada em eqüinos (ANEXO A). Pode ser

encontrada no Brasil com o nome comercial EQUIFOT (Laboratório Vetbrands)

na concentração de 50mg de undecilenato de boldenona por ml. Sua aplicação

é exclusivamente por via intramuscular na dosagem de 1 ml para cada 50 Kg

de peso em intervalos de duas a três semanas.

Equifot é recomendado no tratamento coadjuvante de patologias como:

distrofia muscular, osteoporose, anemia aplástica, caquexia, anorexia,

debilidades pós-cirúrgicas e excesso de treinamento (EQUIFORT, 1996).

Undecilenato de boldenona é uma droga bem tolerada por apresentar

efeitos colaterais discretos quando administrada na forma recomendada.

Apresenta como característica resposta terapêutica imediata e duradoura,

(EQUIFORT, 1996), por apresentar em sua estrutura um éster longo de 11

carbonos (QUEL, 2008), uma meia vida de 14 a 16 dias aproximadamente

(PERES; GUIMARÃES NETO, 2005), propriedades anabólicas acentuadas,

pouca atividade androgênica (por ter pouca afinidade com a enzima 5-alfa-

reductase), hepatoxidade moderada e baixa aromatização (por ter pouca

afinidade com a enzima aromatase) (QUEL, 2008).

Page 36: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

35

Mas, como todo esteróide anabolizante ocasiona efeitos colaterais, o

undecilenato de boldenona não é diferente. Se administrado de forma abusiva

pode ocasionar efeitos androgênicos tais como: aumento da oleosidade

cutânea (provocando acne), queda de cabelo (devido à conversão em DHT),

aumento da pressão arterial (devido à retenção de sódio ocasionando uma

retenção hídrica), média inibição ao Eixo Testicular Pituitário Hipotalâmico

(HTPA), hepatoxidade, agressividade e ginecomastia (QUEL, 2008).

Também devemos mencionar que undecilenato de boldenona possui

algumas características únicas como: aumento de apetite (ótimo para ciclos de

ganho de massa muscular), grande vascularização (por intermédio do aumento

da produção de glóbulos vermelhos do sangue) (QUEL, 2008), aumento de

força, densidade e volume muscular (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005).

Apesar de ser exclusivamente veterinário, o undecilenato de boldenona

vem sendo utilizado por fisiculturistas em ciclos de até 8 semanas envolvendo

dosagens referentes a 150mg até 300mg por semana em homens e 50mg a

100mg por semana em mulheres (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005).

O uso de undecilenato de boldenona é considerado doping, sendo

detectado facilmente em exames até mesmo depois de quarenta dias pós a

última aplicação. Portanto, sua venda só e permitida através de prescrição

obrigatória de um médico veterinário (EQUIFORT, 1996) (ANEXO A).

1.3.1.1 Undecilenato de Boldenona e Exercício.

O presente fármaco sintético é utilizado principalmente por atletas de

fisiculturismo, porém, jovens também se arriscam em busca da aquisição de

ganho de massa muscular, força física, além dos benefícios em relação a

densidade muscular, apesar dos efeitos reversíveis ou irreversíveis que

incluem, complicações hepáticas, endócrinas, cardiovasculares e prováveis

alterações de comportamento. Estudos são realizados freqüentemente em

animais na tentativa da inferência destes resultados em humanos. Nestes

estudos, são realizados exercícios de força para animais prolongando estas

adaptações aos humanos, devendo ser desta forma, caracterizados com

Page 37: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

36

excelência para efetivos estudos na área do desempenho, mostrando ainda

que os exercícios são um importante fator para adaptações fisiológicas durante

a realização do mesmo, modificando o peso corporal e demais modificações

morfológicas (HONGKUI et al., 2000).

Sendo o Undecilenato de Boldenona semelhante ao fármaco

Nandrolona, pode-se fazer uma relação entre as duas drogas devido à

escassez de estudos sobre a droga do presente estudo e ao grande número de

trabalhos realizados com a Nandrolona. Em seu estudo, Cunha et al., (2006),

observaram resultados negativos relacionados à hipertrofia com a associação

de exercício e nandrolona. No entanto, embora tal fármaco possa estimular a

síntese protéica e aumentar a retenção hídrica, o excesso de tal substância

pode inibir o crescimento corporal e ganho de peso (CARSON et al., 2002).

Em outro estudo, Zago e Guimarães (2004), verificaram hipertrofia não

só na musculatura esquelética como também na cardíaca, resultados esses

obtidos através de treinamentos semelhantes ao do presente estudo. Estudos

ainda relacionados ao uso de nandrolona, como o de Chaves et al., (2004),

cujas doses relacionadas à nandrolona foram supra farmacológicas, impediram

a adaptação induzida pelo exercício ao músculo cardíaco, já sendo de menor

adaptação ao exercício aeróbio. Já em estudo realizado por Villaça et al.,

(2005), apenas o uso de nandrolona foi suficiente para induzir bons resultados

em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) moderada a

grave, obtendo maior ganho de peso corporal, ganho de massa isenta de

gordura e força muscular.

2 O EXPERIMENTO

2.1 Material e Métodos

2.1.1 Condições Ambientais

Para que os animais não sofressem qualquer tipo de estresse, o Biotério

e o laboratório onde foi realizado o treinamento estão localizados num lugar

Page 38: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

37

afastado, longe de eventuais barulhos, no Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium (Curso Educação Física) Lins-SP.

O Biotério onde as amostras estavam alojadas possui janelas de vidro

para entrada de ar com tela protetora impedindo a entrada de pássaros e

insetos, os quais podiam estar contaminando de alguma forma os animais,

comprometendo a pesquisa. A sala tem capacidade de acomodar lateralmente

em prateleiras de alvenaria 60 gaiolas plásticas forradas de serragem com até

cinco animais cada.

O local não possui climatização, permanecendo assim em temperatura

ambiente ao abrigo da luz solar, mas sujeito a ciclo claro/escuro de 12 em 12h,

que se inicia as 6h, terminando as 18h.

Diariamente, no período da tarde, as gaiolas eram trocadas por outras

com serragem limpa e os animais alimentados com ração para animais de

laboratório com 23% de proteína (Manutenção MP – 77, Ração Probiotério

Moinho Primor S/A) e água de torneira, ambas servidas à vontade.

O laboratório apresenta condições favoráveis a treinamentos. Possui

mesas de granito, ventiladores, ar condicionado, pia, materiais específicos para

realizações de pesquisas e um tanque de vidro onde os animais realizaram o

treinamento.

2.1.2 Amostra Experimental

A amostra experimental foi composta por vinte ratos machos, da

linhagem Wistar (Rattus Novergicus), sedentários, aparentemente saudáveis,

com tempo de vida entre 60 e 90 dias, escolhidos aleatoriamente no Biotério.

Os animais foram divididos em quatro grupos; dois grupos submetidos a

treinamento físico, um treinado (T) e outro treinado com uso de esteróide

anabolizante (TA). Os outros dois grupos, sem atividade física, foram

denominados sedentários (S) e sedentários com uso de esteróide anabolizante

(SA). Cada grupo foi separado em caixas plásticas de 40x34x17cm sendo que

cada caixa alojou cinco animais marcados com caneta pincel na parte proximal

da cauda para identificação e controle (APÊNDICE A).

Page 39: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

38

2.1.3 Material

Na realização da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:

a. Álcool hidratado 70%;

b. Algodão;

c. Balança eletrônica (Filizola BP6);

d. Balde de 3 litros com tampa;

e. Bisturi;

f. Caneta Pincel;

g. Chuveiro elétrico;

h. Colete de vélcro com peso acoplado;

i. Cronômetro;

j. Éter;

k. Equifort (undecilenato de Boldenona 50mg);

l. Isopor;

m. Ketamin (cetamina 50mg);

n. Luva cirúrgica;

o. Luva de Raspa de Couro;

p. Navalha;

q. Papel toalha;

r. Pinça;

s. Recipientes plásticos;

t. Sabonete;

u. Secador elétrico;

v. Seringa e agulha de insulina;

w. Solução de formol;

x. Soro fisiológico;

y. Tanque de vidro;

z. Termômetro;

aa. Tesoura;

bb. Toalha de algodão;

cc. Tubo de PVC.

Page 40: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

39

2.1.4 Teste

Protocolo 1-Tricotomia

Os animais foram colocados, um por vez, em um balde com tampa junto

a um algodão encharcado com éter por aproximadamente 5 a 10 minutos até

adormecerem. Ao adormecerem, foi feita a raspagem dos pêlos de ambas as

coxas traseiras. A perna do animal foi posicionada entre o dedo indicador e

médio, com o polegar e o anelar foi puxada a perna para traz esticando o

couro. Desta forma, a pelagem foi molhada com água e sabonete e com a

outra mão munida de uma lâmina de barbear, raspou-se a pelagem no sentido

favorável aos pêlos.

Esse processo facilita na assepsia do local e melhora a visão muscular

no momento da aplicação do Esteróide Anabolizante.

Todo procedimento descrito foi realizado com as mãos protegidas com

luvas cirúrgicas.

Protocolo 2 - Administração do medicamento

Os animais dos Grupos TA e SA receberam injeções intramuscular nas

coxas traseiras de Undecilenato de Boldenona (Equifort / Purina / Virtibrands

1ml/50kg) (ANÉXO A) na dosagem referente a 1ml/5kg, dose esta dez vezes

maior que a recomendada pela bula do fabricante.

Segundo Peres; Guimarães Neto (2005), as regiões mais indicadas para

aplicação de injeções intramuscular em humanos são: deltóide, glúteo médio,

grande glúteo e músculo vasto lateral.

“Nas academias de fisiculturismo é comum uma pessoa que busca uma

maior força por meio da química, utilizar uma doze de 10 a 100 vezes superior

a recomendada” (POWERS; HOWLEY, 2005, p.85).

Page 41: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

40

Para facilitar a mensuração do medicamento e diminuir os riscos de

lesão muscular durante a incisão da agulha na aplicação, foi utilizada seringa

de insulina descartável, visto que essa possui agulha de pequeno tamanho e

de fina espessura.

As aplicações do esteróide anabólico ocorreram após o período de

treinamento, todas as segundas-feiras, durante seis semanas consecutivas.

Antes da aplicação, o animal foi colocado em um balde com tampa e

pesado em balança eletrônica (APÊNDICE A). Após a pesagem, tomando os

devidos cuidados, o animal foi seguro lateralmente em cima da mesa por um

auxiliar que usava luvas de couro prevenindo-o de eventuais mordidas.

Protegido com luvas cirúrgicas, o responsável pela aplicação tomou o cuidado

em sugar o líquido do recipiente, evitando assim o acúmulo de ar na seringa e

antes da aplicação foi feito assepsia do local com álcool 70%.

A administração do medicamento foi realizada no músculo vasto lateral,

introduzindo a agulha a 45° com o bisel voltado lateralmente no sentido das

fibras musculares. O líquido foi injetado vagarosamente até o final e a agulha

retirada rapidamente pressionando levemente o local com algodão umedecido

com álcool.

Protocolo 3 – Treinamento Físico

O treinamento físico foi realizado no Laboratório entre 17 e 19 h num

tanque de vidro, medindo 130x60x60cm com água entre 30 e 32°C, e

profundidade de 38 cm. Dentro do tanque foi colocado um tubo de PVC com

fundo perfurado de 25 cm de diâmetro por 60 cm de comprimento, onde os

animais dos grupos treinados (T) e dos treinados com uso de esteróide

anabolizante (TA) realizaram individualmente saltos verticais com peso

acoplado ao tórax através de colete (APÊNDICE A). Pelo fato do treinamento

ser realizado neste horário, o ciclo claro/escuro dos ratos foi modificado,

acontecendo entre 19h 30 min até 7h 30min ciclo escuro e das 7h 30min até

19h 30min ciclo claro.

Page 42: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

41

O programa de treinamento físico foi dividido em duas fases e teve

duração de seis semanas.

A primeira fase ocorreu na primeira semana onde os animais foram

submetidos à adaptação ao meio líquido num tanque com água durante cinco

minutos três dias da semana (segunda, quarta e sexta) (ROGATTO et al.,

2004).

A segunda fase teve inicio na segunda semana e durou até a sexta

semana, com o treinamento físico resistido onde os animais realizaram um total

de vinte e cinco sessões de saltos com sobrecarga de 50% do peso corpóreo

do animal no decorrer do programa (ROGATTO et al., 2004).

As sessões foram divididas em cinco dias da semana (segunda, terça,

quarta, quinta e sexta) durante cinco semanas. Cada sessão foi composta de

quatro séries de 10 saltos com intervalo de 30 segundos entre séries onde os

animais descansavam fora da água. Ao término de cada sessão, os animais

foram secados com toalhas absorventes de papel, toalha de algodão, secador

elétrico e levados ao Biotério (CUNHA et al., 2006).

Protocolo 4 – Análises Laboratoriais

Após quarenta e oito horas do último dia de treinamento, todos os

grupos foram sacrificados, após receberem anestesia via intraperitonial de

Cetamia (Ketamin 50mg) (APÊNDICE A) 1ml/Kg em valores equivalentes ao

peso dos animais (300gr a 500gr). Foi realizada uma tricotomia do membro

inferior na região proximal para a distal anterior, longitudinalmente para secção

do músculo reto e intermédio da coxa (MANOEL; MORIMOTO, 2002);

(CAMARGO FILHO at al., 2006).

Após a retirada do grupo muscular reto e intermédio da coxa

(APÊNDICE A), esse foi lavado em água destilada e fixado por imersão em

formol 5%, lavado em água corrente e desidratado em série crescente de

álcoois.

Os cortes foram feitos em 7 micrômetros, confeccionados em lâminas,

corados com Hematoxilina e Eosina (HE), evidenciando as fibras colágenas

Page 43: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

42

(Epimisio, Perimísio, Endomísio) e núcleos celulares que foram analisados e

fotografados em microscopia de luz.

2.1.5 Procedimentos

Para realização da pesquisa foram utilizados vinte animais machos da

raça Wistar divididos em quatro grupos de cinco animais. Dois destes grupos

foram submetidos à tricotomia das coxas traseiras, aplicação intramuscular de

Esteróides Anabolizantes e Treinamento Físico.

O treinamento resistido teve duração de seis semanas, sendo a primeira

semana de adaptação. O treinamento ocorreu em cinco dias semanais, com

descanso de dois dias. Foi realizado no meio líquido através de saltos com

peso acoplado ao tórax dos animais.

Ao término da sexta semana, os animais foram sacrificados e as

amostras necessárias para análises laboratoriais foram coletadas, a fim de

obter resultados conclusivos para pesquisa.

2.1.6 Análise Estatística

Para melhor visualização dos dados analisados estatisticamente, esses

foram apresentados em média e desvio padrão da média. Para a análise da

comparação entre grupos e entre os momentos pré e pós situação

experimental, foi adotado um método estatístico paramétrico, onde através de

uma análise de variância (ANOVA two way) de dois caminhos (GRUPO X

MOMENTO), pode-se determinar as possíveis diferenças entre grupos e entre

os momentos estudados através de um teste de Post hoc de Tukey. Para isso

adotou-se um nível de significância de p≤0,05.

Page 44: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

43

2.2 RESULTADOS

Na tabela 1 estão expressos os valores referentes ao peso dos animais

nos momentos pré e pós intervenção experimental. Estes estão dispostos em

média e desvio padrão da média. Através desta, pode-se verificar que os

grupos S, SA e T apresentaram pesos significantemente maiores após o

período experimental. Apenas o grupo TA não apresentou mudanças

significantes com relação a esta variável. Da mesma forma, os pesos dos

animais pertencentes aos grupos S, SA e T foram significantemente maiores

que o grupo TA no momento após o período experimental. Neste mesmo

momento, o valor médio do peso do grupo S apresentou-se significantemente

maior também, quando comparado ao grupo T.

Tabela 1: Comparação entre grupos e entre os momentos Pré e Pós do

período experimental, com relação ao peso dos animais (n=20)

Início Fim

TA 359,6 ± 36,5 358,8 ± 42,0

SA 361,6 ± 32,7 397,6 ± 45,4*#

T 362,4 ± 15,5 390,4 ± 22,9*#

S 355,2 ± 45,2 409,2 ± 45,4*#&

Fonte: Elaborada pelos autores.

* diferença significante com relação ao grupo TA na situação PÓS;

# diferença significante com relação a situação PRÉ;

& diferença significante com relação ao grupo T na situação PÓS. p≤0,05.

Após os dados coletados, foram analisadas as amostras para verificação

dos cortes morfológicos da estrutura anatômica, sendo observados através da

microscopia de luz.

Diante dos resultados da microscopia H/E, pode-se observar no grupo S

o corte do tecido muscular esquelético com sua arquitetura e morfologia celular

preservadas. Não houve sinais de alterações do endomísio e perimísio, nem a

formação de colágeno. Raras fibras apresentaram-se multinucleadas, sendo

Page 45: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

44

visto no máximo três núcleos por fibra em corte transversal às fibras. As fibras

musculares esqueléticas apresentaram em torno de 90 m de espessura em

média.

Com relação ao grupo experimental TA, este apresentou características

hipertróficas, verificadas através do corte histológico de tecido muscular

esquelético. O endomísio apresentou um espessamento separando as fibras

musculares entre si. Além disso, verificaram-se algumas fibras multinucleadas,

com cinco ou mais núcleos visualizados em corte transversal, e ainda, alguns

destes núcleos encontravam-se discretamente deslocados ao centro da fibra. O

perimísio apresentou-se um pouco mais denso, além de alguma proliferação de

tecido colágeno em algumas áreas. As fibras apresentaram em média, cerca

de 100 m de espessura, tendo em vista que este grupo foi induzido ao

exercício físico e a administração de EAA, notando-se algumas alterações que

não apareceram no grupo anterior.

O grupo experimental SA, através de corte histológico de tecido

muscular esquelético, pôde-se verificar que a arquitetura do tecido e a

morfologia celular se encontravam preservadas. Porém, o perimísio e o

endomísio se encontravam pouco espessados. Além disso, havia algumas

fibras multinucleadas, com três a cinco núcleos visualizados em corte

transversal das fibras, com alguns destes núcleos discretamente deslocados ao

centro da fibra. As fibras apresentavam em média cerca de 90 m de

espessura, muito semelhante ao grupo S.

Já o grupo experimental T, através de corte histológico de tecido

muscular esquelético, pôde-se observar através das fibras em corte

transversal, no máximo três núcleos periféricos. O perimísio e o endomísio

estavam moderadamente espessados, sendo que, em alguns pontos o

perimísio estava mais aderido às fibras musculares, que apresentaram

espessura de 100 m em média.

Notou-se que, nos quatro grupos, as modificações morfo-histológicas

foram apresentadas com estruturas, provando alterações nas suas

características.

Os grupos SA, T e TA apresentaram-se com perimísio e endomísio

espessados. No entanto, o grupo T apresentou estrutura muscular aumentada

Page 46: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

45

e com no máximo, três núcleos periféricos por fibra. Já o grupo TA, apesar de

também apresentar estrutura muscular aumentada, mostrou suas fibras

multinucleadas com cinco ou mais núcleos, porém, com alguns desses

discretamente deslocado ao centro da fibra, além de alguma proliferação de

tecido colágeno ao redor dos vasos sanguíneos. O grupo SA, apesar de sua

semelhança com ao grupo S, apresentou-se com maior espessamento de

perimísio e endomísio e menor espessamento dos mesmos quando comparado

aos demais grupos. Suas fibras mostraram-se multinucleadas com três a cinco

núcleos, onde alguns desses se encontravam discretamente deslocados ao

centro das fibras.

Além disso, ficou claro que nos grupos S e SA a espessura média das

fibras musculares foi de 90 m, enquanto que nos grupos T e TA a espessura

das fibras foi de 100 m.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 1. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição transversal com sua arquitetura e morfologia preservadas do grupo

S. Hematoxilina – Eosina 100x.

Page 47: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

46

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 2. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição transversal multinucleadas (setas), com discreto espessamento do

endomísio (círculo) do grupo S. Hematoxilina – Eosina 400x.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 3. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição longitudinal multinucleadas do grupo S. Hematoxilina – Eosina 400x.

Page 48: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

47

Fonte: Elaborada pelos autores.

Foto 4. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição transversal com espessamento do perimísio (setas pretas) e do

endomísio (setas amarelas) do grupo T. Hematoxilina – Eosina 100x.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 5. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição transversal com espessamento do perimísio (setas pretas) e

endomísio (setas amarelas); é possível notar a presença de um vaso

sangüíneo no perimísio (seta laranja), além da disposição dos núcleos em

continuidade das fibras (setas verdes) do grupo T. Hematoxilina – Eosina 200x.

Page 49: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

48

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 6. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição longitudinal multinucleadas de forma dispersa com espessamento

do perimísio (seta) do grupo T. Hematoxilina – Eosina 200x.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 7. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição longitudinal com espessamento do perimísio (setas pretas) e

considerável quantidade de núcleos (setas amarelas) do grupo TA.

Hematoxilina – Eosina 400x.

Page 50: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

49

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 8. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição transversal com espessamento do endomísio (setas azuis) e

formação de colágeno (setas verdes) em torno de um vaso sangüíneo (estrela)

do grupo TA. Hematoxilina – Eosina 400x.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 9. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição longitudinal com pouco espessamento do perimísio (setas pretas),

porém, com considerável quantidade de núcleos (setas amarelas) do grupo SA.

Hematoxilina – Eosina 100x.

Page 51: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

50

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 10. A microscopia de luz mostra áreas das fibras musculares em

disposição transversal com espessamento do endomísio (setas azuis) e

núcleos dispersos do grupo SA. Hematoxilina – Eosina 200x.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 11 e 12: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos

músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo S observada em

microscopia de luz.

11 12

Page 52: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

51

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 13 e 14: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos

músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo SA observada em

microscopia de luz.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 15 e 16: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos

músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo T observada em

microscopia de luz.

13

14

15

16

Page 53: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

52

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 17 e 18: Comparativo entre secção transversal e secção longitudinal dos

músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo TA observada em

microscopia de luz.

2.3 DISCUSSÃO

A maior parte dos estudos envolvendo animais como modelos

experimentais em atividades físicas associadas ao uso de esteróides

anabolizantes, baseiam-se em exercícios aeróbios de longa duração e baixa ou

moderada intensidade. Diante deste fato, o interesse em saber sobre os

possíveis efeitos de esforços mais intensos e intermitentes quando associados

a esteróides anabolizantes torna-se crescente, mesmo porque, a associação

destas drogas com o exercício ocorre principalmente em eventos atléticos onde

a exigência de força e potência é grande.

Portanto, alguns protocolos de exercício físico com características

anaeróbias de alta intensidade têm despertado maior interesse, tendo em vista

os benefícios que este tipo de atividade pode resultar (KRISTIANSEN et al.,

2000).

17

18

Page 54: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

53

Os protocolos de levantamento de peso para ratos em meio líquido são

variações do modelo proposto por Tamaki et al., (2000). Este vem sendo muito

utilizado como modelo de treinamento de alta intensidade, tendo visto que, com

uma única sessão do exercício resistido de alta intensidade levada até a

exaustão, é suficiente para desencadear aumento da síntese protéica.

(TAMAKI et al., 2000).

O presente estudo teve como objetivo verificar as alterações promovidas

pelo esteróide anabolizante junto ao treinamento físico resistido, através de

análises morfológicas e diferenciações do peso corporal dos animais.

Os animais do grupo T apresentaram menor ganho de peso quando

comparados aos dos grupos sedentários S e SA. Já o grupo TA não

apresentou peso significantemente maior comparado aos demais grupos (S;

SA e T). Os animais do grupo S apresentaram um aumento de peso quando

comparado aos demais (SA; T e TA) e para os animais do grupo SA, o ganho

de peso foi maior em relação aos grupos T e TA e menor em relação ao S. Isso

se deve ao fato do metabolismo lipídico sofrer interferências por intermédio da

atividade física (ROGATTO et al., 2004), onde há intensa utilização de lipídios

durante a fase de recuperação pós-exercício (YOSHIOKA et al., 2001), e um

aumento do metabolismo energético basal, gerando maior gasto calórico e

reduzindo gordura corporal (HUNTER et al., 1998). Outro fator que

provavelmente pode ter contribuído para o fato do grupo TA não ter aumentado

o peso corporal quando comparado aos demais grupos, foi a administração do

esteróide anabolizante, que acelera o metabolismo celular (CAMARGO FILHO

et al., 2006), aumentando a oxidação lipídica (GUZMAN et al., 1991).

O exercício físico resistido anaeróbio pode modificar a composição

corporal (RADAK et al., 1999), dependendo da intensidade, duração e

freqüência com que o exercício físico resistido é praticado. Este pode

desencadear o desenvolvimento de hipertrofia das fibras musculares (HUNTER

et al., 1998) por meio da ativação, proliferação e incorporação de células

satélites (TAMAKI et al., 2001), aumento da síntese de proteínas contráteis e

não contráteis e adição de novos sarcômeros em um arranjo paralelo,

aumentando a capacidade muscular de produção de força (PHILLIPS, 1999).

De acordo com Tamaki et al., (2001) e Joubert; Tobin (1989), o uso de

esteróides anabolizantes associado ao exercício físico, estimula a proliferação

Page 55: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

54

e a diferenciação de células satélites e aumenta o número de mionúcleos nas

fibras musculares já existentes. À medida que este processo se desenvolve, o

tamanho de cada fibra muscular aumenta, gerando hipertrofia.

Achados histológicos mostram que a administração de esteróides

anabolizantes, em dosagens superiores a terapêutica em ratos sedentários e

em ratos submetidos a treinamento físico, produz alterações musculares

relacionadas a aumento de perimísio e endomísio (CAMARGO FILHO et al.,

2006).

O presente estudo corrobora com as afirmações acima. Os resultados

encontrados nas estruturas dos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos

em corte transversal, através de observações nas lâminas confeccionadas e

coradas em HE, constataram nos animais dos grupos SA, T e TA alterações de

perimísio e endomísio, caracterizada por um aumento significativo na

espessura desses quando comparado ao grupo S. Já os grupos T e TA quando

comparados ao SA, apresentaram um aumento na espessura das fibras

musculares, sinalizando uma possível hipertrofia.

No que diz respeito ao número de núcleos existentes por fibras, um

maior número destes foram observados nos animais dos grupos SA e TA em

relação aos respectivos grupos S e T evidenciando uma possível hiperplasia.

Apesar de todos os grupos (SA, T e TA), exceto o grupo S, apresentarem

alterações de endomísio e perimísio, o fato dos grupos SA e TA apresentarem

aumento no número de núcleo leva a conclusão de que o esteróide

anabolizante pode promover hiperplasia muscular destes, uma vez que esta

droga pode aumentar a proliferação de células satélites e novos núcleos,

exercendo um papel fundamental no processo hiperplásico da fibra muscular,

como observado por Joubert; Tobin (1989) e Kadi et al., (1999) em seus

respectivos estudos. Nos grupos T e TA, a hipertrofia foi proveniente do

treinamento físico resistido através do aumento na área de secção transversa

das fibras musculares.

Apesar dos grupos treinados T e TA apresentarem respostas positivas

em relação à hipertrofia (no que diz respeito ao aumento de perimísio,

endomísio e da área de secção transversa das fibras) e dos grupos que

utilizaram anabolizante (SA e TA) apresentarem hiperplasia (relacionada ao

Page 56: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

55

aumento de núcleos), estes mesmos animais não demonstraram

aparentemente aspectos hipertróficos.

Uma das hipóteses que poderia explicar o presente resultado é a

inadequação do protocolo, onde o treinamento pode ter sido insuficiente como

estímulo desencadeante da resposta hipertrófica, tendo visto que para obter

hipertrofia em humanos são necessárias 16 semanas de treinamento, sendo

estas compostas de sessões de treinamento com período de intervalo entre

elas de 48 a 72 h quando treinado o mesmo músculo, a fim deste se regenerar

(FLECK; KRAEMER, 2006). No entanto, Tamaki et al., (2000) observaram em

ratos, que uma única sessão de exercício resistido intenso promove

adaptações musculares, deixando uma lacuna na adequação do protocolo, pois

se trata de espécies distintas.

Partindo do princípio da adaptação, que diz que para desenvolver

hipertrofia é necessário aumentar continuamente o estresse muscular

aumentando periodicamente a quantidade de peso envolvido nos exercícios

(POWERS; HOWLEY, 2005), o protocolo aplicado contradiz tais informações,

pois os animais dos grupos T e TA realizaram 6 semanas de treinamento sem

intervalo entre sessões com sobrecarga de 50% do peso corporal impostas de

forma contínua.

Além disso, outro fator que pode ter influenciado tanto nos animais dos

grupos treinados, com ou sem uso de esteróide anabolizante (T e TA), quanto

no sedentário com esteróide anabolizante (SA), foi a dieta normoprotéica

empregada, pois, no presente estudo, essa possuía composição química

balanceada, o que não condiz com a dieta hipercalórica e hiperprotéica

empregada junto ao uso de esteróide anabolizante associado ao treinamento

físico, com objetivo de aumento de força e consequentemente hipertrofia das

fibras (HAUPT; ROVERE, 1984). O estudo de Tonon et al., (2001), pode

demonstrar a veracidade de tais afirmações, onde a dieta hiperprotéica (35%

de proteína) foi eficaz em promover crescimento do músculo esquelético em

resposta ao treinamento anaeróbio, o que não se manifestou com a ingestão

da dieta normoprotéica (17% de proteína).

A pequena ação anabólica e androgênica sobre as fibras dos músculos

reto e intermédio da coxa dos animais dos grupos SA e TA, pode estar

relacionada com a diferença existente entre as espécies animais e também

Page 57: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

56

entre os diferentes grupos musculares da mesma espécie (ANTONIO;

WILSON; GEORGE, 1999), em função da predominância dos números de

receptores androgênicos presentes em determinadas regiões do corpo,

denominados tecido-alvo (CELOTTI; CESI, 1992), tendo visto que em ratos os

músculos relacionados à reprodução (músculo do bulbo, cavernoso e elevador

de ânus) são os mais responsivos a administração de EAA (RAND;

BREEDLOVE, 1992) e que o undecilenato de boldenona é um EAA exclusivo

para eqüinos (EQUIFORT, 1996). A inexistência de efeitos hipertrofiantes

significativos do EAA nos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos pode

ser decorrente da pequena responsividade destes músculos em relação à

quantidade existente de receptores androgênicos específicos ao EAA utilizado.

2.4 CONCLUSÃO

Considerando os resultados obtidos através do presente estudo,

chegamos à hipótese de que a utilização do esteróide anabolizante pode

promover hiperplasia muscular e oxidação lipídica em ratos mesmo sem a

intervenção do exercício físico resistido. Já o exercício físico resistido parece

ter sido eficiente tanto na oxidação lipídica quanto em promover hipertrofia

muscular, aumentando a espessura das fibras destes animais.

A associação do esteróide anabolizante ao exercício físico resistido,

mostrou-se como um potencializador no possível processo hiperplásico e na

suposta oxidação lipídica nos animais submetidos a esse tratamento, uma vez

que esses apresentaram acentuados números de núcleos e peso corporal

estável durante as situações pré e pós-período experimental.

Diante das possíveis inadequações ocorridas no presente estudo,

sugere-se um período de intervenção experimental superior ao utilizado nesse,

no que diz respeito ao treinamento e a administração do EAA, com sobrecarga

progressiva, chegando a atingir 80% do peso corporal dos animais.

Outra importante adequação a ser estabelecida é a composição da

ração, sugere-se a adoção de uma dieta hipercalórica e hiperprotéica, tendo

em vista que este tipo de ração contribui no crescimento do músculo

Page 58: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

57

esquelético dos ratos e, assim, consegue-se aproximar da associação feita nas

academias onde, além do treinamento resistido, associa-se uma dieta

hipercalórica e hiperprotéica e o EAA.

Page 59: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

58

REFERÊNCIAS

ABRÃO, F. S. Os Efeitos dos Esteróides Anabólicos em Homens Praticantes de Musculação. 2003. Monografia – Faculdade de Educação

Física, Faculdades Salesianas de Lins, Lins.

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position statement on the use and abuse of anabolic-androgenic steroids in sports. Med Sci Sports Exerc,

1987.

ANTONIO, J.; WILSON, J. D.; GEORGE, F. W. Effects of castration and androgen treatment on androgen-receptor levels in rat skeletal muscles. J Appl

Physiol, v. 87, n. 6, p. 2016 – 2019. 1999.

BERNE, R. M. et al. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda,

2004.

BHASIN, S. et. al. The Effects of Supraphysyologic Doses of Testosterone on Muscle Size and Strength in Normal Men. The New England Journal of Medicine, Massachusetts, 1996.

BROWER, K. J. Anabolic steroids. Psychiatry Clinic North Am, v.16, p. 97-103. 1993.

CAMARGO FILHO, J. C. S. et al. Efeitos do esteróide anabólico nandrolona sobre o músculo sóleo de ratos submetido a treinamento físico através de natação: estudo histológico, histoquímico e morfométrico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. São Paulo, v. 12, n. 5, Setembro/Outubro. 2006.

CARSON, J. A. et al. Steroid receptor concentration in aged rat hint limb muscle: effect of anabolic steroid administration. Journal of Applied Physiology. 2002.

CELOTTI, F.; CESI, P. N. Anabolic steroids: a review of their effects on the muscles, of their possible mechanisms of action and their use in athletics. J Steroid Biochem Mol Biol, v. 43, p. 469 – 477. 1992.

CHAVES, E. A. et al. Anabolizante Decanoato de Nandrolona Reduz a Cardioproteção Induzida Pelo Exercício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 10, n. 5 – Set/Out, 2004.

Page 60: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

59

CRIST, D. M.; STACKPOLE, P. J.; PEAKE, G. T. Effects of androgenic-anabolic steroids on neuromuscular power and body composition. Journal of Applied Physiologi. Issue v. 54, n. 2, p. 366-370, 1983.

CUNHA, T. S. et al. Esteróides anabólicos androgênicos e sua relação com a prática desportiva. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. São Paulo, v. 40, n. 2, Abril/Junho. 2004.

CUNHA, T. S. et al. A Administração de Nandrolona Não Promove Hipertrofia do Músculo Sóleo em Ratos. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. São Paulo, v. 50, n. 3, p. 532 – 40, Junho. 2006.

EQUIFORT: injetável. Responsável Técnico Dr. Maurício Del Bigio. Jacareí:

Divisão Vertbrands Saúde Animal, 1996. Bula de remédio.

ESTEVÃO, A.; BAGRICHEVSKY, M. Cultura da “Corpolatria” e Body-Building: notas para reflexão. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. v.3,

n.3, p.15-27, 2004.

FLECK, S. J.; KRAEMER, W, J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

FLECK, S.; SIMÃO, R. Força Princípios Metodológicos para o Treinamento –Hipertrofia Muscular. Phorte, São Paulo, 2008.

FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox, Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A, 2000.

FRIZON, F.; MACEDO, S. M. D.; YONAMINE, M. Uso de Esteróides Andrógenos Anabólicos por Praticantes de Atividades Físicas das Principias Academias de Erechim e Passo Fundo / RS. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. RS, v.26, n. 3, p. 227-232, 2005.

GUIMARÃES NETO, W. M. Musculação – Anabolismo Total: Treinamento,

nutrição, Esteróides Anabólicos Outros Ergogênicos. 2. ed. Guarulhos, SP: Phorte, 1998.

GUZMAN, M. et al. Treatment with anabolic steroids increases the activity of the mitochondrial outer carnitin palmitoyltronsferase in rat liver and fast-twitch muscle. Biochem Pharm, v. 4, p. 833 – 835. 1991.

Page 61: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

60

HAUPT, H. A.; ROVERE, G. D. Anabolic steroids: a review of the literature. Am J Sports Med, v. 12, p. 469 – 484. 1984.

HONGKUI, J. Effects of exercise training on cardiac function, gene expression, and apoptosis in rats. Am. Journal Physiology Heart. Circulatory Physiol. 279: H2994-H3002, 2000.

HUNTER, G. R. et al. A role for high intensity exercise on energy balance and weight control. Int J Obes Relat Metab Disod, v. 22, n. 6, p. 489 – 493. 1998.

JOUBERT, Y.; TOBIN, C. Satellite all proliferation and increase in the number of myonuclei induced by testosterone in the levator ani muscle of the adult female rat. Dev Biol, v. 131, n.2 p. 550 – 557. 1989.

KADI, F. et al. Effects of anabolic steroids on the cells of strengthtrained athletes. Med Sci Sports Exerc, v. 31, n. 11, p. 1528 – 1534. 1999.

KRISTIANSEN, S. et al. Glucose uptake is increased in treined vs. untrained muscle during heavy exercise. Journal of Applied, Bethesda, v. 89, n. 3, p. 1151 – 1158. 2000.

LEWIS, M. I. et al. Alterations in diaphragm contractility after nandrolone administration: an analysis of potential mechanisms. Journal of Applied Physiology. 99:985-992, 1999.

MANOEL, C.; MORIMOTO, M, M. Análise Morfo-Histológicas das Fibras Musculares de Ratos Jovens com Dosagem Programada de Creatina ao Exercício Físico. 2002. Curso de Educação Física - Faculdades Salesianas de Lins, Lins.

MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

PEDRINELLI, A. O doping no esporte - Boletim do Corpo Clínico do Hospital das Clínicas FMUSP 56: 3-5, 1993.

PERES, R. A. N.; GUIMARÃES NETO, W. M. Guerra Metabólica: Manual de Sobrevivência. Londrina: Midiograf, 2005.

Page 62: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

61

PHILLIPS, S. M. et al. Resistance training reduces o acute exercise-induced increase in muscle protein turnover. Am J Physiol, v. 276, p. 118 – 124. 1999.

POPE JR, H. G. & KATZ, D. L. Affective and psychotic symptoms associated with anabolic steroid us. Am J Psychiatry 145: 487-90, 1988.

______ Psychiatric and medical effects of anabolic-androgenic steroid use - A controlled study of 160 athletes. Arch Gen Psychiatry 51: 375-82, 1994.

POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. Barueri: Manole, 2000.

______ Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento

Físico e ao Desempenho. 5. ed. Barueri: Manole, 2005.

PREZANT, D. J. Short-and long term effects of testosterone on diaphragm in castred and normal males rats. Journal of AP Applied Physiology. 82: 134-143, 1997.

QUEL. Boldenona (Undecilenato de Boldenona). Disponível em:

http://www.mundoanabolico.com/showthread.php?t=14335. Acesso em: 27 agosto 2008.

RADAK, Z. et al. The effect of exercise training on oxidative damage of lipids proteins, and DNA in rat skeletal muscle: evidence for beneficial outcomes. Free Radic Biol Med, v. 27, n. 1-2, p. 69 – 74. 1999.

RAND, M. N.; BREEDLOVE, S. M. Androgen locally regulates rat bulbocavernosus and levator ani size. J Neurobiol, v. 23, n. 1, p. 17 – 30. 1992.

RIBEIRO, P. C. P. O uso indevido de substâncias: esteróides anabolizantes e energéticos. Adolescência Latinoamericana. Porto Alegre, v. 2, n. 2, mar. 2001.

ROGATTO, G. P. et al. Respostas metabólicas agudas de ratos Wistar ao exercício intermitente de saltos. Motriz, Rio Claro, v. 10, n. 2, p. 61 – 66, Maio / Agosto. 2004.

Page 63: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

62

SCIVOLETTO, S. & MELEIRO, A. M. A. S. _ Anabolizantes entre esportistas: uma prática sem riscos? - Rev. ABP-APAL 16: 136-42 1994.

SILVA, P. R. P.; DANIELLSKI, R.; CZEPIELEWSKI, M. A. Esteróides anabolizantes no esporte. Revista Brasileira Medicina do Esporte, Porto

Alegre, RS, v. 8, n. 6, p. 235 – 243, nov / dez. 2002. TAMAKI, T. et al. Limited myogenic response to a single bout of weight-lifting exercise in old rats. Am J Physiol Cell Physiol, v. 278, n. 6, p. 1143 – 1152. 2000. TAMAKI, T. et al. Anabolic steroids increase exercise tolerance. Am J Physiol Endocrinol Metab, v.280, n. 6, p. 973 – 981. 2001.

TETSURO, T. et al. Anabolic steroids increase exercise tolerance. American Journal Endocrinology Metabolism. 280: E973-E981, 2001.

TONON, C. R. et al. Teor Protéico da Dieta e Crescimento Muscular em Ratos Submetidos ao Treinamento Anaeróbio. Motriz, v. 7, n. 2, p. 69 – 74, Julho / Dezembro. 2001. VILLAÇA, D. S.; LERARIO, M. C.; CORSO, S. D.; NEDER, J. A. Novas terapias ergogênicas no tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 2005.

WILMORE, J. H.; COSTIL, D, L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2. ed.

São Paulo: Manole, 2001. YOSHIOKA, M. et al. Impact of hight-intensity exercise on energy expenditure, lipid oxidation and body fatness. Int J Obes Relat Metab Disod, v. 25, n. 3, p. 332 – 339. 2001. fiscal, rótulo e bula da droga veterinária.

ZAGO, A.; GUIMARÃES, A. Influência de esteróide anabólico (decanoato de nandrolona) sobre a musculatura esquelética (mm. reto-femoral) e cardíaca (ventrículo esquerdo) de ratos submetidos ao exercício físico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 10, n. 5 – Set/Out, 2004.

Page 64: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

63

APÊNDICES

Page 65: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

64

APÊNDICE A – Fotos do experimento

Fonte: elaborada pelos autores Fonte: elaborada pelos autores

Animais na gaiola Pesagem do animal

Fonte: elaborada pelos autores Fonte: elaborada pelos autores

Marcação do animal Acoplagem do peso no animal

Fonte: elaborada pelos autores Fonte: elaborada pelos autores

Administração de anestesia Retirada do material

Page 66: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

65

ANEXOS

Page 67: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

66

ANEXO A – Receituário, nota fiscal, rótulo e bula da droga veterinária.

Fonte: Cooperativa de Laticínios Campezina

Receituário com prescrição para eqüinos

Page 68: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

67

Fonte: Cooperativa de Laticínios Campezina

Nota fiscal de compra

Fonte: Laboratório Vetbrands

Rótulo da droga

Page 69: EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO … · 1 fÁbio martin cordeiro pedro luiz veronezi walter cÉsar paganin junior efeitos do esterÓide anabolizante undecilenato de

68

Fonte: Laboratório Vetbrands

Bula da droga veterinária