EFEITO DOS QUEBRA-VENTOS DE ((JreiLlelJ I'I)~usllJ A. …g-m.pdf · Queiroz", da Universidade de...

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EFEITO DOS QUEBRA-VENTOS DE ((Jre"iLlelJ I'I)~usllJ A. CUNN. SOBRE A VELOCIDADE DO VENTO GISELDA DURIGAN '. .». i. -, ": ..•. ~ : ,. \..i Orientador: Prof. Dr. JOAO WAL TER SIMOES Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Engenharia Florestal. PIRACICABA Estado de São Paulo - Brasil Junho - 1986

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EFEITO DOS QUEBRA-VENTOS DE ((Jre"iLlelJ I'I)~usllJ A. CUNN.SOBRE A VELOCIDADE DO VENTO

GISELDA DURIGAN

'. .». i. -, ": ..•.~

: ,. \..i

Orientador: Prof. Dr. JOAO WAL TER SIMOES

Dissertação apresentada à EscolaSuperior de Agricultura "Luiz deQueiroz", da Universidade de SãoPaulo, para obtenção do título deMestre em Engenharia Florestal.

PIRACICABAEstado de São Paulo - Brasil

Junho - 1986

li

Dedico

.•.... ---

a meu pai, que me ensinou a terminar tudoque houvesse começado .

iii

AGRADECIMENTOS

Quero expressar o meu agradecimento a todas as pessoas que

colaboraram na execução.deste trabalho, especialmente:

- ao Prof , Dr. João Walter Simões, peLa orientação;

- ao Prof. Dr. José Carlos Orretto, pelas sugestões que dirigiram a pes-

quisa;

- ao Dr. Alceu de Arruda Veiga, peLas sugestões apresentadas;

- ao Prof. Paulo Yosh.íoKageyama,pelo estínulo a prosseguir por umnovocaminho;

-ã Sra. Dirce Alessi Pelegrino, pela compreensãode minhas falhas;

-vaos Eng<?s.AgrôOOImSPaulo Rol::ertode Guerra Carvallio e Otávio E. deSouza Dias, peLo apoí.o necessário aos traballus de campor

- aos Srs. Celso Fernandes, Herrnannde Morais Barros e Hélio Cândido deSouza Dias, proprietários das fazendas onde foram executados os traba-

lhos de caropor

- ã CAPES- Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,

pela bolsa concedida nos anos de 1980 e 1981;

- Ao PqCVI MarcoArrtôní.o de Oliveira Garrido, pelo apoio durante a ela-

boração do trabalho;

- ao Wick, Luzia, Francisco e Sr. Nelson, pela ajuda nas medições e anos

tragens de camoo:

- à Fazenda Canadá, que cedeu funcionários e laboratório para determina-

ção da umidade das amostras de solo;

- ao Departamento de Física e Meteorologia, que forneceu os anem:Srnetros

para estudo do vento;

- ã I..edaM. do A. Gurgel Garrido, pela ajuda nas análises estatísticas

dos resultados;

Iv'

- ao LuÍs, da biblioteca, sempredí.sposto a ajudar na busca de rraterial

bibliográfico;

- ã Marialice, pela oorreção das referências bibliográficas, e

- ã Magali, pela datilografia definitiva do traballio.

...:

RESL"MO ••

f.NDICE

v

. página

. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. vii

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. viii

!N'rR()[)UÇÃ.O. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • .' O 1

03'0304

SUMMARY •.••••...•l.

2. REVISÃO BIBLIOGAAFlCA •••••.•• 0 ••••

2.1. Definição de quebra-ventos.2.2.2.3.2.4.

2.5.

2.6.2.7.2.8.

I-listórico ................•.Caracterlsticas e ação do vento.Efei tos dos quebra-ventos ••••••••••••••••••••••••••••••••2.4.l.2.4.2.

2.4.3.2.4.4.

Efeitos diretos dos quebra-ventos •..••••••••••••••Efeitos indiretos dos quebra-ventos sobre o rnicro-

°15cl.íma••••.•••..•••••••.•••••••••••••.•••••••••••••Efei tos indiretos dos quebra-ventos sobre o solo .•Efeitos indiretos dos quebra-ventos sobre a cultu-

Usos dos quebra-ventos .••••••••••••••••••••••••••••••••••ra .............................................•..

2.5.l.2.5.2.2.5.3.2.5.4.2.5.5.

Proteção contra a erosão eólica •••••••••••••••••Redução da evapot.ranspí.raçâo•.••••••••.·•••••••••

0. '

Proteção contra doenças e danos mecanicos .••••••••Retenção e dLstribuição da neve ••••..•••••••••••••Proteção das pastagens e do gado ••••••••••••••••••

2.5.6. Out.ros usos •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••Ecnnanicidade ••.••••••••••••••••••Casos de aumento de produtividade •••••••••Estrutura dos quebra-ventos ••••••••••••••• ...'....2•8•1. AIUrra". • • • . • • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

2.8.2. Permeabilidade ••2.8.3.2.8~4.2.8.5.2.8.6.

. -Or.í.ent.açao••••••••••••.••••••••••••••••••Forma do p~rfil e número de linhas ••••••.Ext.ensao ••..•.•.•••••••..•.•••••••••.••••Dí.st.âncí.aentre Lí.nhas••••••••••••••••••••••••••••

07

0809

18

202323232424242525272929

30

313233

35

2.9.2.10.2.11.

Tip:::Gde quebra~ventos •••••••.•••••••••- .Especí.es•••••••••••••.••••••••••••••••••••••••••••••Grevillea robusta A. Cunn .•

3. MA'IERIAL E ~~r::oS.

3.l.

3.2.3.3.3.4.3.5.3.6.

Local,•••••••••••••••Pontos de medição .Caracterização dos quebra-ventos ••••••••••••••••••••••••••Medições de velocidade do vento ••••••••••••••••••••••••••.Medições de umidade do solo ••.••••••••••••••••••••••••••••

. ~ - d af-~1ec:lj.çc:esde produção e c e .

4. 'RESULTADOS E DISCUSSÃO ••••••••••••••••••

4.l.

4.2.4.3.4.4.4.5.4.6.

Caracterização dos quebra-ventos ••Velocidade do vento •••••••••••••••••••••••COI't'lf=>E3tiçoo rx>r luz ' .Umidade do solo ••

- -Prod.uçao de cafe...................... .Implantação e manejo dos quebra-ventos ••

5.00NCLUSCES ••••

6. LITERATURA CITADA••••

vi

página

353638

40404242434444

4646485Q515456

586Q

7. AP1!;rIDlCE;........••..•........•••.•••• ·....•........••..•••...••• 70

,vii

EFEI'ro DOS QUEBRA-VENTOS'D,E Grevillea r obu s t a A. CUNi.-J.

SOBREA VELOCIDADE,DO VENTO

GISELDA DURIGAN

Orientador: Prof. Dr. João Walter Simões

os quebra-ventos de Grevillea 'robusta A. Cunnvvêm sendo

utd.Lí.zados há algum tempo para proteger lavouras de café no Brasil, es-

pecialrrente no oorte do Paranâ,Para avaliar o comportarrento desta espécie cano quebra-

vento estudaram-se cinco barreiras de diferentes caracteristicas,no to-

cante aos efeitcs sobre a velocidade do vento e alguns aspectos relati-vos à umidade do solo e à produção de café em presença de quebra-ventos ,

Concluiu-se que há umefeito benéfico, mais intenso na faixa compreendj,

da entre 4 e 8H (múltiplos da altura da barreira), que compensa as per-

das decorrentes da corrpetição das árvores com a cultura na faixa mais

próxima à barreira. Emrelação à estrutura do quebra-vento, verificou-

se que a melhor proteção é obtida quando a poros idade é homogênea, como mínírro de espaços vazios entre 'as árvores. Umaúnica linha de árvores

de Grevillea robusta, espaçadas em 5mentre si, sem desrarna, forneceu a

melhor proteção.Para quebra-ventos em série, a distância máxima " entre

duas barreiras consecutivas não deve ultrapassar 200m.

viii

EFFECTSOF Grevillea robusta A. CUNN.

'WINDBREAKSONWINDVELOCITY

GISELDADURIGAN

.Adviser: Prof. Dr. João Walter si.II'lCes

Winàbreaksof Grevillea robusta A. Cunn. are being used

in Brazil to protect coffee tillage, specially in Parana state.In order to avaliate tbe perforrnance of this species . like

winàbreaks, it was studied five different barriers, and its effects

on wind velocity and sane aspects of soil rroisture and coffee produo-

tion.It was concluded that there is a very gcx:rleffect between

4 and 8H (rnultiples of barrier height). 'llüs effect overcorres lesses be -cause of competition close to the t.rees , rnakingwindbreak use compensatj,

ve.'lhe best protection was obtained with barriers of horroge-

neous perrneabí.Lí.ty, without "gaps" arrongthe trees. Only one rON of Gre-

villea robusta, Smspaced, without pruning, gives the best, protection

Whenwindbreaks are planted in series, the distance between consecuti ve

barriers could not exceed 200m.

1.

1- IN'ffi:X)UÇÃO

·"Undos grandes problema.stanto na nossa agricultura 00lID

da nossa economí.aé o baixo crescírrento da prcrlutividade agríoola; a pro-

dução eleva-se ... à custa de umacrescente apropriação de terras devolu-tas, da expansão da fronteira agrícola e da destruição, Em larga escala,

de recursos naturais renováveis e não renováveis - floresta, fauna e so-

los ... Esse crescimento horizontal traz urnasérie de problemas, pois re-quer a agregação de-novas terras à cultura, provocando a ex-pansãodas es-truturas de apoí.o - estradas, cauunicações, serviços de saúde, de educa-

ção, etc. - que redundamem investimentos pÚblicos quase sempre san re-

torno ou comretorno a longo prazo". (ANDRADE,1979)

Esse aumentoda prcdução baseado no alargamento das áreascultivadas tem limites. Temlimites sob o aspecto econôníco, quando o va-

lor da terra se toma alto demais,e sob o aspecto geográfico, can o es-

gotamento das áreas de solos cuja fertilidade permite utilização agríco-la ou pecuária.

Nas regiões sul e sudeste do país e Emparte do cerrtro-oes-

te, ambosos limites já foram atingidos. As terras cultiváveis estão to-

2

talrocnte ocupadas e o valor da terra é tão alto que impossibilita a ex-

pansão das propriedades, além de tornar anti-econôrnicas as culturas de

baixa produtividade.

Diante deste quadro e do aumentoconstante da demanda dealimentos, só resta umasaída: aumentar a produtividade agrícola. Toda

tentativa neste sentido é válida e toda técnica alternativa que possa

trazer aumentoda produção semexpansão da área deve ser incentivada e

divulgada.

SUrgemassim os quebra-ventos COI1D umaopção. utilizadosdesde o s~culo passado empaíses que se defrontaram coma questão da

queda de produtividade e da destruição dos recursos naturais há muito

tempo, os quebra-ventos têm se mostrado cano umatécnica excelente, me-lhorando as cond.íçóesambientais e trazendo aunento da produção por uni-

dade de área, além de muitas vezes me.lbo'rara qualidade do produto.

NoBrasil, o uso de quebra-ventos é recente e ten se res-tringido quase que exclusivamente â lavoura cafeeira de são Paulo e,pri!!cipa1mente, do norte do Paranâ,

Algumasespécies de árvores têm sido utilizadas, compr~

minância absoluta da Grevillea robusta A. Cunn., recorrendadapelo IBC

(Instituto Brasileiro do Café).

o objetivo desta pesquisa é analisar as características eo canportamento desta espécie cano quebra-vento, combase no estudo das

rrodificações que as barreiras de Grevillea provocamno fluxo do vento.

3

2- REVISÃO BIBLICX;AAFlCA

2.1. Definição de guebra,,;,ventos

No início do século, umquebra-vento era definido cano lTITI

simples objeto que serve de obstáculo aos ventos de superfície (BATES,

1911) • '..15.. medida que a utilização foi se estendendo e os efeitos se

tornaram mais claros, a definição foi Se modíficando e se confundí.ndocem

estes efeitos e cemos benef1cios esperados. Assim, GOI'ITh (19:561 define

quebra-ventos corro "artifícios destinados a deter ou, pelo menos, dimi-

nuir a ação erosiva dos ventos fortes sobre as terras de textura leve, as

culturas e, principa.1mente, os pcmares". lBARRA CS.d.l define-os cano"estruturas constrliÍdas comárvores e arbustos plantaébs de forma pezpen-

dicular aos ventos dcrninantes e que cumprema função de fazer diminuir a

velocidade do vento e evitar danos às plantas por efeito da erosão eôl.í.ca

e dessecação do solo".De urra maneira sucinta e clara o IBC (19.81). define cs que-

bra-ventos arbÓreos comobarreiras constã tuIdas de renques de árvores dis

postos emdireção parpendí.cul.ar aos ventos dominates.

.4

Os quebra-ventos a que se refere este trabalho podemser d~f.íní.dos sírnpl.esmerrtecomobarreiras arbôreas destinérlas a reduzir a velo-

cidade do vento e os danos que ele pode causar às cul.turas agrícolas.

2.2. Histórico

Emboraos trabalhos maí.s antigos localizados tenham sido es

critos nos EUA(CARD,1897, e BATES,1911), as referências históricas ao

início da utilização de barreiras arooreas indicam que países da Europa e

da Ásia foram os pioneiros nesta técnica, emboranão haja umconsenso so-

bre isto.

GJYOT(1963) afirna que os primeiros quebra-ventos foram

implantados na Escócia no séc. XVIII, para proteger as zonas litorâneas

de ventos violentos e, no séc.i XIX, na Inglaterra, para proteger e me-

lhorar culturas agrícolas e, a partir destes exemplos, a técnica espa-

lhou-se POr toda a Europa ainda no séc. XIX.

Por outro lado, KOMERLY(1974) afirna que "OS russos foramos prirreiros que, já emprincípios do séc. XIX, plantaram faixas de ~,bos-

que para a proteção contra o vento nas zonas de estepe e deserto da ÁsiaCentral, conseguindo comeles êxitos assombrosos".

A despeito da ampla utilização, a pesquí.sa, embora aburdan-

te, carecia de profundidàde. BATES,em 19]1, publicou nos EUAumtrabalho

tão abrangente sobre quebra-ventos que, airrla hoje, é bibliografia básica

sobre o assunto. Nessa êpoca, segundo o autor, os quebra-ventos erzm usa-

dos na França, para contenção de dunas, na Rússia, para proteger contra

os ventos secos e nos EUApara valorizar esteticamente as propriedades,

conter a erosão cólica e o emont.oamerrtode neve, e para proteger ponares

e pastagens.

No entanto, os quebra-ventos só foram implantados emesca-la nacional, comgrande repercussão, na URSS,nos EUAe na D.inanarca, que

são, hoje, os países rrai.s avançados na pesquí.sa sobre o assunto.

Para GUYOT (1963) estes países têm uma característica

5-

emcanum:possuíam vastas extensões de terras desprovidas de árvores. Anecessidade de quebra-ventos se fez sentir quando a agricultura avançou

sobre essas terras ou quill1doa umidadeera o fator limitante.

Na URSS,o fator que levou à implantação de quebra-ventosfoi a sucessão de catástrofes agrícolas que ocorreram entre 1885 e 1950,

nas regires de solos de altissirna fertilidade (chernozens) das estepes

meridionais. Alémdos ventos persistentes, a seca atingiu 20 vezes umamesmaregião neste per Icdo , Nabusca de solução para o problema, acaba-

ran por encontrar nos quebra-ventos a melhor opção.

Em 1931, a URSScriou umorganismo (Vnialmi) especialmente

para estudar os quebra-ventos (Guyar, 1963), enquanto os EUAdesenvolvi-

amsuas pesquisas sobre o assunto através do seu Departamentode Agricul

tura (VANDEUSEN,1978).

Até 1930, apesar das pesquisas existentes e da divulgação

de sua utilidade, os quebra-ventos não eram umatécnica cornnnent.eadota-

da pelos agricultores nos EUA.Foi então que, entre 1935 e 1942, durantea grande depressão dos anos 30, louve urnaexplosão na irrplantação de

barreiras arbÓreas, que veio a ser ummarco decisivo na história dos qu~

bra-ventos e dos próprios EUA.

A depressão econômicacoincidiu comos chamados "duststorms", que culminaramcan o "Dust Bowl", em 1934. Neste ano, toneladase toneladas de solo fértil foram levantadas pelo vento, forreando uma

imensa nuvemde poeira sobre as Grandes Planícies, que era visível aténa costa leste dos EUA.Eramtão comms nessa época as t.enpest.ades de pó

que a década de 30 passou a ser chamada"the dirty thirties" ( roTI'ER,

1976).

Movidopela opinião pÚblica e pela crise econêrnica, e ven-

do que a prcx:luçãoagrícola decaía cornoconseqüência da erosão do solo, o

presidente Franklin Roosevelt decidiu plantar quebra-ventos. Assim foiestabelecido umprograma de plantio denominado"Prairie States ForestryProject", dirigido pelo Serviço Florestal dos EUA(GRIFFITI-f,1976). Fo-

raw pl.antadas mais de 200 milhões de árvores e arbustos, em 30.000 pro-

6

priedades. Os quebra-ventos totalizavam 29.760Kmde extensão, desde o li-rnite cemo Canadáf. até o Texas.

Inicia.1nente denaninado "Shelterbelt Projeot;", o programa

atingiu umaárea de 160Rrnde largura por 1840Krnde excenséo, de norte a

sul dos EUA(POITER, 1976)..Hoje, meio século apôs esta implantação emmassa, os que-

bra-ventos estão sendo eliminados emalgurras propriedades. A eliminaçãotem sido justificada, segundoGRIFFITH(1976), pela ampliação da áreacultivada e, principalmente, pelos projetos de irrigação compivô cen-

tral. Cemcerteza, os "dirty thirties" não foram vividos por estes agri -cultores que hoje estão derrubando as árvores que protegem suas lavouras

dos danos causados pelo vento.NoBrasil, CAMAROO(1960) foi o prineiro a sugerir a utili-

zação de quebra-ventos, recomendandoque "os espigões planos, acima doscafezais, devemser deixados commata alta ou cultivados com Eucalyptus,

pinus ou outra essência cultivada de porte alto. Emcaso de ser neces-

sário cortar a mata do espigão, deve-se deixar sempreumrenque protetor,bemfechado, na margemda mata, acima do cafezal".

Noentanto, apenas a Partir de 1975, como estouro dos pre-ços do café após a geada, os agricultores brasileiros passaram a aprimo-

rar as técnicas de cultivo visando o aurrentoda produtividade. Nessa épo-

ca o Ia::: já recomendavaa proteção dos cafezais por quebra-ventos de Gre-villea robusta (BAQ:;IO,1983). A partir de entoo, a paisagemdo norte doParanâ se rnxlificou, cortada por linhas de árvores perpendiculares à dire

ção do vento.Por volta de 1980, comos preços do café embaíxa, alguns

agricultores arrancaram seus cafezais, substituindo-os pelo trigo e pela

soja e, emalgurras propriedades, até os quebra-ventos forem eliminados

por ocuparemespaço e dificultarem a rrecanização.

Hoje, como café ncvamenteemalta, emdecorrência da seca,os quebra-verrtos voltam a ser plantados, discutidos e recorrendados.

7

2.3. Características e ação do vento-

° vento pode ser definido simplesrrente cano massa de ar emrrovírrento•

Interferir no fluxo do vento através do uso de quebra-ven-

tos é fazer comque ~ssa massa de ar passe a ter características e rrovi-rrentação diferentes daquelas que apresenta emcampoaberto, e estas al-

terações podemser benéficas ou não, conformeas características do ven-to e da cultura a ser protegida.

SegundoCMETIO e CARAMORI (1981}, para compreensâoda at~ção do vento, é necessário conhecer as suas características, sendo asreais importantes:

a) QIantidade de novínento (mv)- é a energia associada ao

produto da massa de ar peLa velocidade desta massa. A

transferência desta energia para os obstáculos que seencontram diante do vento (plantas, animais, solo,etc.),resulta na ação rrecâní.cado vento, que compreendebere-

flcios roITOaurrento da polinização, ITOderaçãono fluxo

de co2, estímulo à quebra de gradiente de umidadee t€!!!peratura no perfil da cultura, ou efeitos deletérios p~ra a cultura, cano a quebra de galhoo, derrubada de f'Lo

res, acamarnentoe até arrancamento de plantas.'Alémdessa ação direta, a massa de ar emnovínento pode

propiciar o ataque de pragas e doenças e provocar a ero

são eólica, que é prejudicial à cultura pela reduçãoda fertilidade ao solo e tambémpeIos danos que as par-

tículas sólidas transportadas pelo vento podemprovocar

na superfície foliar.

b) Energia Lncerna-expressa pela t.ernr:eraturada massa dear. Terrperaturas adequadas podem estimular a evapo-

transpiração cuticular e estomática emníveis desejá-

veis para determinada cultura, regulando a fotosslntese

e a respiração. Maso vento pode ser frio demais, e pr~

8

judicar os processos fisiológicos da planta ou.excessiv~mente quente, provocandorápida perda de água por evapo-transpiraçao e outros distúrbios fisiolÕgicos igualmen-te prejudiciais.

c} Unidadeabsoluta - corresponde à quantidade de vapord Iágua contido por netro CÚbicode ar, que é maior quan-

to maior a temperatura da massa de ar. A umida::1eligei-rarrente alta beneficia a planta, dando condições paraas atividades rretabÓlicas, mas J.XXleser prejudicial

quando for muito baixa, provocandoevapotranspiração ex-oessiva e até seca tempJrária da planta, e também quandofor muito elevada, favoreoendo a ocorrência de doenças.

2.4. Efeitos dos cuebra-ventos!

Os quebra-ventos agemdiretarrente sobre o ambiente detrês rraneiras: sanbreando parcial e temporariamentea cultura, .absar-, .vendo água e nutrientes do solo e diminuindo a velocidade do vento.

Ein decorrência destas interferências, há urna rrodificação

no microclirra que, por sua vez, induz alterações nos processos fisiológi-

cos e nas características da cultura protegida. Os efeitos dos quebra-

ventos estão representados na figura 1.

9

-4H 16H 20H 24H. 29H

01 RECÃo 00 VENTO-140

ca:li:

lUli:

120 ~!D

12H

60

40

Figura 1. Diagrama sumário dos efeitos dos quebra-ventos sobre fatores

microclimátioos e outros (de Marshall, apud SIDOOWAY,1970).

2.4.1. Efeitos diretos dos ~ebra-ventos

A distância, em terrros de múltiplos da altura da barreira

(H), sobre a qual umquebra-vento é efetivo na redução da velocidade do

vento é umponto oontrovertido na pesquisa. Para BATES(1911), essa dí.s-

tância e 10H (dez vezes a altura da barreira). Para TRENK( 1914 ) e

STAP~ e LEHANE(1955), 20H.WEAVER e ~~S (1950) observam que o li-

mite do efeito é 20H, mas que este efeito só é considerável de 5 a 10He, às vezes, até 15 H.

Outros .autores lembramque há um efei to notável a sot.a

10

vento (1) e umefeito mais restrito a barlavento (2) , sendo que.a efetivi-

dade do quebra-vento será determinada pelo sornatóriode ambos. A FAO(1956) considera que há efeito até 3Ha barlavento e 10Ha sotavento. .BRa~ e HALL (1968) afirrnarnque o efeito se estende até 2 a 5H (a barla -

vento) e 15 a 20H (a sotavento) e OiROURKE (1976) refere-se respectivam~

te a 5He 10 a 30H.

Para avaliar a intensidade da proteção que a barreira ofe-

rece, todos os autores adotam a metodologia propost.a por mTES (1911), em

que os dados de velocidade do vento na área protegida são colocados em

porcentagem da velocidade do vento em campoaberto, tomada simultaneamen-

te. Para CAPORN (1962), esta velocidade Pode ser torrada a 20H, e o t.empo

de rredi.çãopara cada ponto Pode ser de 10 ou 15-,mínutos , SEGJn~ e GIGNJUX

(1974) recomendam30 minutos.

GUYar (1963) afirma que emurnasérie de quebra-ventos para-

Ie Ios há· uma.redução de 65%na velocidade do vento até 7,SEe de 53% até15H. McCALL et alii (1970) observaram que há umaredução de 70 a 75%até

3H, de 40 a 50%até 10He de 20 a 30%até 20H, e suqezemque as barreiras

sejam espaçadas de tal maneira que ofereçam redução de 50%na velocidade

do vento. ~ (1983) considera <XXnO zona protegida toda a área an que

a velocidade do vento é reduzida empelo menos 20%.No entanto, lia efetividade de lllTl quebra-vento depende nao

tanto da porcentagem de redução na velocidade do vento que pode fornecer,

mas de quão efetivo é na redução da velocidade abaixo do limite crítico

requerido para Lrrped.í.ra erosão do solo ou prevenir a inibição do cresci-

mento das plantas" (vroDRIJFF et alii, 1959). Partindo deste princípio,McCALL et alii (1970) estabeleceram a seguinte relação:

(1) vento procedemo ao quebra-vento.

(2) vento antecedendo ao quebra-vento.

II

velocidade do vento efeito

16 a 24 Krn/h.............................. erosão eólica- redução na po1inização- redução na atividade

dos insetos

24 a 32 Krn/h...•.............•...•........ danos mecânicos às plan-

tas.

. SegundoCl'1E:I'ID e CARAM)RI. (1981) a velocidade ào I vento

maí.s conveniente e útil para o estímulo das atividades fisiológicas, namaioria das plantas, está entre 1,4 e l,6rn/s {S,Oa 5,8Krn/hl.Este dadocoincide can o limite máximoda taxa fotossintética encontraào FOrDENE-KE (1931), de 1,6rrv's(5,8Krrv'h).Pesquisando o nabo (Brassica napus),Ul'ill~

WCRTH (1959) constatou que a velocidade do vento que traz crescimentoôt írro para esta ~ltura é de O,3rn/s (l,08Km/h).

A susce~ibilidade à erosão eólica varia de umpara outrotipo de solo, sendo que para solos arenosos tem início quandoo vento, a1,3Smdo nivel do solo, está a 22,4Krn.!h(S'Iü.EX::KELER, 1963). Para

\'KX)DRUFF et alii (1963), quandoa velocidade do vento atinge 22,SKm/h,

tem inicio a erosão eólica.

b) 'furbiThonanento---------

o turbilh::marrento, que é umefeito negativo, pode ocorrerquandoa barreira é muito canpacta, ou seja, de baixa penneabilidade

(~, s.d.; CAMARGO, 1965/66e BROWN e HALL, 1968).OJandoo quebra-vento é poucope:rneável, a maior part.e do

vento é desviada para o alto. Caro o vento que passa através da barreira

é pouco, é criada una força de sua;ão que provoca o turbilhonanento, fa-zendo comque a zona de eficácia seja reduzida, eml:::orao grau de prote-

çao seja elevado (GUYOT, 1963).A so'luçáo para evitar este efeito negativo é utilizar bar-

reiras relativamente permeáveis, .que agemreduzinào a velocidade de ven-

1'). ..

to e não bloqueando o seu fluxo.

o quebra-vento lança sobre a cultura a sua sanbra, e podese estabelecer umacompetição por luz emumafaixa próxima à barreira.

Para BATES (1911), umaúnica rua de árvores pode usar75%da luz que pcderí.a incidir sobre umafaixa de 15mde largura jtmto

às árvores e 25%nos prôxírros 15m.Canosolução para reduzir as perdas

decorrentes deste sombreamento,o autor sugere:

- plantar na área sanbreada culturas cujo valor não dependa da produção de grãos;

- usar Para quebra-vento espécies que forneçampouca sem-

bra;

- locar estradas nas áreas sombread.as.

A orientação do quebra-vento emrelação ao sol irá deter-minar a extensão e a intensidade do sombreamento.PATES (1911) conside-

rava a orientação norte-sul pior, já que o volune a a área sombreadossão maiores. FOrÉm,emtrabalhos ma.isrecentes, vários autores concor-damemafinnar que a melhor orientação é exatamente aquela (norte-sul)

(GUYar, 1963; BROWN e HALL,1968), pois o sombreamentoé temporário e

toda a área recebe insolação diariamente por algumtempo. Conorienta -

ção leste-oeste há una perda de área considerável devido ao sombrearren-to, que é permanente, e especialmente no inverno, quando a area sombreada é maior.

SegundoMcCALLet alii (1970), o quebra-vento competepor luz coma cultura até 1,5H. TImE (1972) considera o sanbreamentoproblanático até 459, ou seja, lHo

Alguns autores relatam caros de diminuição de prcdutdví.da

de decorrente do rombrearrento.Assim, RADKE e BURroHS (1970) coservaram

que a roja protegida por quebra-vento de milho não se desenvolve muitobemjunto às ruas de mino. Na :tndia,VORA et alii (1982) registraram

13·

queda de produtividade de 58,1%para o trigo e 14,9%para a mostarda

cultivados sob as .ârvores do quebra-vento. Diante disso os autores reco-

rrendamque não se cultive esta faixa de terra.

A absorção de água e nutrientes p2las árvores dos quebra-

ventos, estal:::elecerrlocan a cultura umacompetição radicular, é um pro-

blema real e vemsendo pesquí.sada há muito tenpo. Este Parece ser o pon-

to mais polêmico sobre a utilização dos quebra-ventos.Ainda IX) século passado, CARO(1897) constatava que "há

umefeito injurioso junto ao quebra-vento pela perda de umidadee ferti

lidade do solo causada pelas árvores".

BATES(1911) despreza a competição por nutrientes, afir-

mandoque, em temos de fertilidade do solo, o que é retirado pelas ár-

vores é devolvido pela queda de folhas. Em1944, o mesrroautor afinna

que as raizes dos quebra-ventos retiram umidadee nutrientes do solo

adjacente, além de sombrear a cultura, prejudicando o seu desenvolvimen

to.Os efeitos da absorção de água e nutrientes p2las árvores

da barreira variam tarnl::án coma espécie cultivada, sendo que a alfafa

é umadas culturas rrenosafetadas, por ter sistem3. radicular aburrlante

e profundo (BATES,1944).

rnEB e BIACK(1961), estud:mdo os efeitos de um ~bra-

vento de Pinus strobus sobre culturas de trigo e sorgo, observaranque arrbas as culturas apresentaram deficiência de nitrogênio e falta

de umidadeem umafaixa de 25mde largura junto da barreira. Conseqtlen-

tenente, houve queda na produção e, para o trig:>, atraso de 10 dias no

amadurecirrento.

A faixa Em que se estabelece a competição varia coma es-

pécie plantada ccmoquebra-vento, coma cultura e como clima. Os auto-

res divergem ligeiramente quanto à largura tolerável para esta faixa.

Para BATES(1911), esta largura pode estar entre 0,5 e 3H. Para WALKER

(1946) até'lH e para GURGELFILHO(1969) até O,5H.McCALLet alii

·14

(1970) afil:mamque há corrpet.í.çâoaté 1, 5H, por luz, umidadee nutrien-

tes.

A largura desta faixa corresporrle ao limite do alcance dasraizes do quebra-vento: WILLISet alii (1976) afirmamque a maior parte

das raizes, tanto dos arbustos comodas árvores, concentra-se nos 1,20 m

superficiais do solo. Emtermos de expansão lateral, têm sid0 encontra -

dos casos emque as raízes at.í.nqematé o dobro do limite da copa (IEY-

'lDN,1983).

Demodogeral, a solução proposta para o problema se ~esu-me a:

- escolher, para quebra-vento, espécies que não estendammuito suas raizes (que tenham raizes pivotantes) (PATES,

1911);

- plantar junto à barreira culturas que nao sejam

.. suscetíveis a falta de água (BATES,1911);muito

- não plantar na faixa junto aos quebra-ventos (WFAVERe

CLEMENTS,1950);

- Locar estradas junto aos quebra-ventos (O'ROURKE,1976) ;

- impedir a expansão lateral do sistema radicular das

vores da barreira.

~ar-

Dentro desta última recomendação, vários autores propoemalternativas. BATES(1911) propõe cultivo do solo adjacente, araçao pro-

funda anual e até o uso de dinamite antes da implantação dos quebra-ven-tos para estimular o aprofurrlamento das ra:l.zes. SegundoANDERSrn(1935),

não se deve usar "mulching" ou cobertura norta junto aos quebra-ventos

novos, pois isto irá estimular o crescimento de raizes superficiais eevitar o aprofundamentodas raizes, aurrentando a competição.' i'ode-se·usar, segundo o autor, apenas areia, barro ou pedra para evitar a perda

de umidade. S'lDECKELER(1963) recomendaa POdade raízes até 60-80cm de

profundidade, 3 a 6mde distância das árvores. GURGELFILHJ (1969) pro-

põe a subsolagemde umafaixa de 2, 5mjunto ao quebra-vento. 'tIGRE

(1972) sugere a abertura de valetas a 2mde distância das plantas culti

15

vadas.

2.4.2. Efeitos indiretos dos quebra-ventos sobre o microclima

o quebra-vento induz'uma serie de modificações no micro-

clima, todas elas deoorrentes da redução na velocidade do vento e, as

vezes, do sombreamento.

RffiENBERG(1976), estudando os efeitos do quebra-vento ~

bre o microclima, ooncluiu que não há alteração significativa no balan-

ço de radiação, exceto junto à barreira.

Em 1911, BATESjá assinalava que há umaumentoda amplit~de térmica diária, deoorrente da estagnação do ar. Segundoo autor, a

amplí.tude é rraior no ponto de maior eficácia do quebra-vento, não sendo

notada Emdias nubl.ados, e o pico da curva de temperatura coincide <Xll1

o pico da curva de produtividade.De umaforma ou de outra, estas constat.açôes viriam a ser

confirmadas e acrescidas de novas observações por outros autores poste-riorrrente. WEAVERe CLEMEl\lTS(1950) quantificam este efeito e 'afirmam

que a amplitude térmica diária é 9%maior na área protegida.

GUYOT(1963) observa que estes efeitos nEmsEmpresão be-nêf í.cos, podendohaver agravamento das geadas coma intensificação do

frio à noite e, por outro lado, há umaintensificação do calor duranteo dia. Para este autor, as moâí.fí.caçôes térmicas dependemdo clima e,

de modogeral, há urnaelevação da temperatura do ar nos climas úmidos

e umabaixamento em clirras secos ,

ROSENBERG(1966e 1976) registra o aumentoda temperatura

diurna e a redução da temperatura noturna na área protegida. McCALLet

alii (1970) verificam umaumentode até 9 a 109F (5 a 5,69C) e BIDWN

16 '

e ROSENBERG(1972) detectam U111. aurrento de 1,89C na terIlf€ratura diurna

da área protegida.Na lndia,. em 1982, VORAet ali i observaram urra diminuição

de 3, 49F (1, 99C) na temp;ratura do ar.

c) Umidadedo ar-------

o quebra-vento altera a distribuição da umidade do ar. Há

um aumento na capacidade de retenção de umidade, decorrente do aurrento

da temperatura do ar (BATES,1911).

A pressão de vapor é sempre maior na área protegida (R0-SENBERG,1966; MILLERet alii, 1973). Esse aurrento, segundo BIDWNe RO-

SENBERG(1972) é da ordem de 4, Ombar,Devido à redução da velocidade do vento, o tranop:::>rte de

vap:::>ré 'reduzido, a umidade absoluta é mais alta durante todo o temp:::>e

a umidade relativa é super íor , rresmodurante o dia, a despeito da eleva-

ção da temperatura do ar na área protegida (IDSENBERG,1976).

VORAet alii (1982) constataram um aumento de 5,8% na umi-dade relativa do ar sob a proteção por quebra-ventos na índia .

....,

Todos os autores consultados que estudara:n a evaporação e

a evapotranspiração, real e potencí.al , em áreas protegidas por quebra-ventos, são unânimes em afirrrar que há urra.redução nestas taxas em rela-ção ao campo aberto (BA.TES,1911; FlloJHEL,1928; WEAVERe a..EMElITS,1950;

WOODRUFFet alii, 1959; BOUCHETet alii, 1963; GUYOT,1963; BROWN e

HAIL, 1968; Mc CALLet alii, 1970; MILLERet alii, 1973; IDTIOMLEY ePARKER,1974; ORMAN,1976; ROSENBERG,1976 e HANSONe RAUZI,1977). Asmaneiras a que chegaram a esta conclusão e a intensidade da redução en -

contrada é que variam de um autor para outro.WEAVERe CLEMENTS(l950) afinnarn que, quando o efeito da prote-

ção é máximo, a evaporação pode ser reduzida em até 70% a urra.distância

de 1 a 2H, rras cem um vento de 24Krn/ha redução é de apenas 15 a .) :20%.

17

\mDRUFFet alii (1959), emumestudo se.rrelhante, oonstataram que há

redução na evapotranspiração entre 2,2 e 12H, comredução máximade 21

a 31%no ponto 2,2H à noite, no correçoda rranhâ e no fim da tarde, sendoque ao meío-dí.a a redução mâxírra foi de 20%em 8,6H.

McCALLet; alii (1970) observaram redução ematé 40% na

evaporação emáreas protegidas por quebra-ventos no Havaí. MILLER et

alii (1973) obtiveram redução de 20%na evapotranspiração real, Usando

quebra-ventos artificiais.

~~ e PARKER(1974) estabeleceram umarelação impor-

tante, que permite estimar a redução na evapotranspiração a partir da r~

dução na velocidade do vento. Segundoestes autores, comumaredução da

velocidade do vento a 25%a evapotranspiração é reduzida ã metade.

HANSON e RAUZI(1977) estudaram a evaporação e~ tanqueclasse A e verificaram que a taxa foi 14%inferior na área protegida.

FERBER (1958) afirma que a irrigação por aspersão pede se

tornar mais fácil e a superficie mais efetiva na presença de quebra-ven-

tos. O mesmoraciocinio é aplicado por GUYOT (1963), que afirma quequando a ve Ioc.ídadedo vento é baixa, a chuva cai verticalmente, fazencb

cx:m que a quantidade de chuva por unidade de área seja maior. No entanto I

esta é umavantagem discutível, já que fatalmente a área atingida pela

chuva será rrenor,

Umaampla revisão sobre precipitação e quebra-ventos foi

elaborada por Guyar (1963). O autor relata que, na URSS,que tan umcli

na tipicamente oontinental, os quebra-ventos ativam o ciclo interior da

água, ocasionando umaumento de 1 a 2%na precipitação, podendo ultrapa~

sar 5%na Europa Central. A horrogeneizaçãoda distribuição da neve con-tribui tarnl::ém para a entrada de água no ai.st.emae, coma diminuição do

cscoerrento superficial, há. urra elevação e rrelhora na alirrentação do len-çol freátioo. O autor ressalta airrla que umoutro aspecto importante em

relação à entrada de água no sí.st.emaé a deposição de orvalho. Em sua

revisão, observa que há umaumento na depoaí.çáo de orvalho, pois aumida

-18

de relativa é maior e a temperatura noturna é nencr na área protegida.

Steubing, apud GUYOT(1963), menciona um aumento de 200%na .deposição

de orvalho. Para ROSENBERG(1976), além do aumento na deposição há um

aumento na duração do orvalho na área protegida.As árvores dos quebra-ventos interferem ainda reduzindo

o escoarrento superficial (RADVANYI,'1978) e alterando o padrão de Irit.er

oeptação da precipitação (LEYTON,1983).

2.4.3. Efeitos indiretos dos SIuebra-ventos sobre o solo

A temperatura do solo nu nas áreas protegidas por quebra-

ventos é maior do que nas áreas desprotegidas, o que é mais' importante

ria primavera, segundo GUYOT(1963).Para ROSENBERG(1966) a curva de temperatura do solo aco~

panha a curva de temperatura do ar, sendo mais elevada durante o dia e

inferior durante a noite nas áreas protegidas, em relação ao campo abeE

tQ.BOI'IDl~II.EYe PARKER(1974) correlacionam o aumento da tem-

peratura do solo com um crescimento mais rápido das plantas e RADiTANYI(:l978)af.í.rrra que, na URSS,os quebra-ventos são utilizados para redu -

zir o congelamento em profundidade.

De maneira geral, os autores concordam que há um aurrerrto

da umidade do solo nas áreas protegidas POr quebra-ventos (BA.TES,1911;GUYOT,1963; PELTON,1976; RADVANYI,1978).

BATES(1911) ressalta que há um aurrerrto na área cerro umtodo, nas que Pode haver perda de umidade até uma distância de 5H a I.Ja:E.

tir da barreira.

19

Guyar (1963) deduz que, se há umaunent.o na entrada de

água no sistema e una redução na evapotranspiração real, autanaticamente

há umaumentona umidadedo solo. Em revisão sobre o assunto, "o autor

refere-se a aurrentos da ordernde 3%a 1,4Omde profundidade e de 3 a 11%

a 40cm.

o efeito sobre a umidadedo solo é variável conforrre as

condições climáticas. UJAHe ADEOYE(1984) observaram que durante a épJ-

ca das chuvas não houve influência, mas locp apôs as chuvas a depleçãoda umidadeda superfície do solo foi maí.s rápida na área desprotegida

emumacultura de painço.

SegundoFERBER(1958), o solo que é transportado: pelo

vento chega a ter lOa20 vezes mais humuse fosfato do que o solo que

fica, por ser este mais pesado. Assim, na medida em"queredUzemo trans-

porte deste solo, os quebra-ventos estão evitando a perda de fertilidade.

Zaev,apud GUYOT(1963)., constata que a 5mda barreira os

níveis de P205' N03e humussão inferiores ao campoat.erto, mas que a

70msão duas a três vezes superiores e o fH é rrais elevado.

Emrelação ao aproveitamento da adubação, SUchoivanov,

apud GUY0r(1963),aflrma que a eficácia do esterco aumenta Em 25% na

área protegida, empastagens.

GUYOT(1963) afirma que os quebra-ventos pedem reduzir a

salinidade dos solos emregiões costeiras. Para este autor, há urnarreIho

ra geral nas propriedades físicas e químicas do solo.

d) Erosão eólica

Comventos de cerca de 22Km/htem inicio o processo de erosão eô'l.í.ca (S'IOEO<ELER,1963; W(X)DRUFFet alii, 1963). Na medida Em que

são capazes de manter a velocidade do vento abaixo deste limite, os que-

bra-ventos estão impedindo o transporte de solo pelo vento.

O efeito dos quebra-ventos no controle da erosão eólica é

20

de tamanha Ircport.âncí.a que, Em 1976, nos EUA,foi realizado um s.irrpô-

sio, denaninado "Shelterbelts on the Great Plains", onde foi discutida a

utilização de barreiras arbÓreas principalmente oomesta finalidade; con

ter o transporte do solo pelo vento.GOWSMITH' <.1976>-,neste sirrpÓsio, relata os fatores que

contribuem Para a erosão eólica:

- ausência de umidade;- crescirrento Lnadequadodas plantas e pequeno aCÚInulo de

resíduosi'"

_o'má estrutura do solo i

terra nua na época do preparo do solo e operaçoes de

plantio inadequadas; e

~ 'pàstoreio excessivo.

De alguma forma os quebra-ventos podemamenizar todos es-

tes fatores e, conseqüeTIterrente, conter a erosão eólica.

LYLES(1976), buscando quantificar o efeito dos quebra-

ventos sobre a erosão eôl.í.ca verificou que a variação no potencial de

erosao eólica ("w:indpower'"'- é proporcional ao cubo da variação na velo-cidade do vento. Esta relação foi encontrada tambémpor HAGEN (1976),que

afirma ainda que a poros idade ideal de urnabarreira para controle· da, .erosão é de 40%.

2.4.4. Efeitos indiretos dos quebra-ventos sobre a cultura

ai ~r~d~.Q}.z. ~ !o!o.§.sln!~e_

o Guyar (1963) af í.rma que há estagnação do ar cem o uso dequebra-ventos, provocando im aCÚIrn.llode co2• Este aCÚIrn.llo, associado,

ao aurrerrto da umidade e da tern:p2ratura, faz comque os estânatos pennan~

çam abertos por mais tempo, intensificando a fotossIntese e, conseqüentq

nente , aurrentando tambémo consumode CO2

pela cultura.

21 .

SegundoBIDWNe ROSENBERG(1972), a variação na concentra-

ção de CO2é de Lppm(a rrenos) durante o dia e 3,5ppn (a rraí.s) durante a

noite na área protegida.

O aumentoda taxa de fotossÍI1tese nas culturas protegidaspor quebra-ventos é confirmado por MIlJERet alii (1973), EO'I"I'CI-lLEY

e PARKER(1974) e IDSENBERG(1976).

Pesquisando em condições de laboratório, cem plantas enva-

sadas e velocidade do vento controlada e constante de 24Km/h, FINNEL

(1928) constatou urra redução de 48,8%na produção de matéria seca em

Calendula.

RADKE(1976), estudando a soja, verificou que, sob

a proteção de quebra-ventos a cultura apresentou maior crescirrento,ffi3.ior

produção de matéria seca (30%)e maior índice de área foliar (de 3,8 pa-

ra 4,4).

Para o trigo de inverno, SKIIMORE(1976) observou que hou-

ve aumento no crescimento e na produção de ffi3.téria seca.

~~ (1983) confirma as observações anteriores, verifi -cando rreior cresc ím=rrtoEm altura, aumento na produção de matêrí.a seca

e na frutificação da cultura protegida, principabnente devido, segundo o

autor, à rrelhoria das condições hÍdricas.

. Diante da redução na velocidade do vento, há uma intensi-

ficação na atividade dos insetos polinizadores e, conseqüent.emerrte, a

polinização é facilitada. Este fato foi observado em panares de maças

por Cl'JID (1897) e emgirassol por GJME:S (1972).

Can a redução na velocidade do vento, os danos macâní.cos

22

e fisiológicos dele decorrentes sao reduzidos.FINNEL (1928) observou que umvento constante. de 24Km/h

causou os seguintes danos emplantas envasadas:

- destruição parcial da folllagem;

deformaçãodo fuste;

- redução na taxa de 'crescimento; e

- atraso na maturação.

o quebra-vento pode reduzir sensivelmente as quebras de

produçâo causadas pelo acamamentoda cultura quando.hâ ventos fortes. Es

te efeito é citado por EA'IES (1944) e FERBER (1958).

Segundoo IBC (1981), os. quebra-ventos reduzemos danos me

cânicos causados pelo vento à cultura do café, a:::mo:

- ferimentos e dilaceração da folhagem;

- quebra de flores e frutos;

- crestarnento pelo vento frio;

- abalo das mudas; e

- canela de vento.

Sob este asoecto os quebra-ventos podembeneficiar ou, âs. vezes, prejudicar a cultura.

Para GUYar (1963), as árvores da barreira podemservir de

abrigo para espécies animais e vegetais estranhas à cultura, que podem

ser inimigos naturais das pragas, ou inimigos da própria cultura.

McCALLet alii (1970) observamque, emborap::>ssamser be-

néficos por abrigar a' fauna silvestre útil ao controle biológico de pra~

gas, os quebra-ventos pcx1ernprovocar aunento na incidência de certos ti-

pos de doenças, pela elevação da temperatura e da umidade.

Sobre o café, especificamente, VIANA et alii (1978) afir-

ITBItI que os quebra-ventos exercem umaação benéfica, poí.s os feriIrentos

provocados pelo vento nos cafeeiros jovens dão acesso a agentes patogên~.·

23 .

cos (fungos e bactérias), provocando a "seca de ponteiros". O TI3C(1981),para a mesmacultura, rrenc.íona a redução na incidência de doenças decor-

rentes do vento, corro a "mancha aureolada".

2.5. Usos dos guebra~ventos

A finalidade comque os quebra-ventos sao implantados e

mantidos em uma certa região é mUito variável e está relacionada princi-

palmente como clima e, às vezes, comas atividades econôní.cas desta re-

gião.

A proteção de culturas alimentícias visando o aumento de

produtividade é a utilização mais canumdos quebra-ventos. O efeito atra

vés do qual se espera este aumento de produtividade é que é muito variá-vel.

2.5.1. Proteção contra a erosão éólica

g a utilização mais corramdos quebra-ventos nos · EUA

(TRENK,1914; BATES,1944; FERBER,1958; STOECKELER,1963; FA'IOi'J, 1971;

AASEet alii, 1976; GOIDSMITH,1976; e GRIFFITH,1976). A erosão eólica

é umproblema sério, nos EUA,especí.alrrerrte nas grandes planícies.· BA'IES

(1944) relata que emOklahornao vento chega a arrancar duas ou três ve-

zes as plântulas de algodão nos solos arenosos.

Tarrbémsão utilizadas barreiras arbôreas can esta final ida

de no Canadá (WALKER,1946), na Itália (GURGELFIllIO, 1969), em Angola

(G:MES, 1972), na AUstrália (O~, 1976), na URSS(RADVANYI,1978), na

Bulgária (DZHODZHOVe GEDRGIEV,1980).

2.5.2. Redução da evap?transpiração

:t: o uso mais conurndos quebra-ventos nas regiCes de clima

seco, CClTlO as estepes soviéticas, onde as culturas sofran pelo frio e ~

Ia falta de umidade (RADW\NYI,1978).

Comesta finalidade os quebra-ventos são empregados ainda

24

nos EUA(BATES,1944 e S'lDECI<EIER,19631, no Canadá (WALKER,1946} , Em

Angola (GQ~S, 1972} , na Austrália para proteger dos ventos quentes e se

cos no verão (ORMAN,1976), na Bulgária (DIMITroVe KUKtJIA.roV,'19771, e

nas savanas da Nigéria (UJAHe ADEOYE,1984).

2.5.3. Proteção a:mtra doenças e danos mecânicos

A proteção correra danos mecâní.cos, corro o acamarrento,

ralmente está associada a outras finalidades. ~ mencionada por

ge-BA.TES

(1911 e 1944), WALKER(1946) e FERBER(1958).

VIANAet alii (1978) referEm-se à utilização de quebra-

ventos para proteger o café dos danos provocados pelo vento e das 'doen-

ças deles decorrentes. Esta parece ser a principal finalidade da instala

ção de quebra-ventos nas lavouras de café no Brasil.

2.5.4. Retenção e distribuição da neve

Nos países onde a neve é comume abundante no inverno, os

quebra-ventos podemrrelhorar a sua distribuição, beneficiando as cul tu-

ras e evitando os danos que ,podemocorrer quando do derretinento desta

neve. Comesta finalidade as barreiras arbôroas são utilizadas no Cana-, '

dá (BATES,1944), nos EUA(BA.TES,1944 i FERBER,1958; FA'lDN,1971, AASE

et alii, 1976) e na URSS.( FAlJVANYI,·1978) •

.2.5.5. proteção das pastagens e do gaCb

, W\LKER(1946) coloca entre os usos rrais comuns de quebra-

ventos no Canadá a proteção ao gado.

Segundo FERBER(1958), as vacas leiteiras produzem mais e

conscmemmenos alirrento quando protegidas do vento.

Na Austrália, a proteção ao gado é rrencionada por BIDWNe HALL(1968) e emAngola por GCMES(1972). Nos EUA,DAVIS(1976) afirma.

que o gado protegido tem ganhado mais peso Emcondições cl.ímât.í.cas nor-

mais e perdido rrencs quando o clima é severo.

25

2.5.0. OUtros Usos

Associados aos anteriores, são mencionados com~or fre-

qüência outros usos para as barreiras arbÓreas, corro:

a) contenção de dunas eyentos salinos - principalrrente na Europa,e tam-

bémnos EUAe na URSS,muitas vezes este é o objetivo principal dos

quebra-ventos. Este uso é rrencionado por BATES(1911 e 1944), GURGEL

FIlliO (1969) e RADVA1'NI (1978)'.

b) Prot.eçâo de edifícios, especialrrente na zona rural - para esta finali-

dade BATES(1944) recanenda que os quebra-ventos sejam colccados a uma

distância de 2 a 3H, que é a que fornece a rrelhor proteção. FERBER

(l958) afirma que chega a haver umaredução no consumode lenha da or-demde 15%ou maí,s no inverno, além da redução na deposí.çâo de poe.Lra.

c) Paisagisrro - raramente cs quebra-ventos são plantados exclusi varrente

cem fins paisagísticos. No entanto, vários autores se referan a este

. benefício fornecido pelas barreiras arbÓreas (BATES,'1911; Mc CALL

et alii, 1970; O~, 1976; GJID~ITH, 1976 e VANDEUSEN,1978).

d) Abrigo para a fauna - comfinalidade de incentivar o controle biolÓgi-

co de pragas. Esta é umautilização secundária, sempre associada a al-

gumaoutra.

e) Produção de lenha e rrourões.

f) Apicultura.

2.6. Econamicidade

A grande indagação a respeito da utilização de quebra-

ventos continua sendo-a seguinte: "os quebra-ventos são econanicamente

vantajosos?"

A resposta para esta questão tem que ser sirrples e se resu-rre a estabelecer se os qanhos de prcrluti vidade superam as perdas decor-

rentes da canpetição e da perda de área.

Para BATES(1911), embora possam ser usados para rnelboria

26

da qualidade ambienta1, os quebra-ventos só devemser reccsrendaôos

quandoo valor da madeira e da proteção forem iguais ou sUPeriores ao va

lor da cultura que poderia estar sendo feita emseu lugar. Os ganhos e

perdas estão representa90s esquematicaffi2I1tena figura 2.

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I • •ALTURAS111

.•.",

Figura 2 - Ganhose perdas decorrentes do quebra-vento , em relação ãprodução nédia emcampoaberto (de BA.'IES, 1944).

~Na verdade, a rrelhoria da qualidade ambiental raramente e

l~rada pelo agricultor. O que oonta, realrrente, é o balanço econômí.co,

o que ele ganha ou deixa de ganhar emcapital no final da safra.

CAMARCD(1965/66) considera que, para que canpense utili -

zar québra-ventos, o aumentode produção decorrente da proteção deve sermaior que a perda decorrente da perda de área.

De rrodogeral os autores concordamque, na maioria dos ca-

sos, os beneficios fornecidos pelas barreiras POdemsuperar a perda de

espaço e o custo do investimento (FERBER,1958 e BOrIOMLEY e PARKER

1974).

27·

FERRElRAet alii (1976) oonsideram que can urna

de até 10% da área pelos quebra-ventos, pode haver um aurrento

15% na produção, além de reduzir os custos da cultura.

ocupaçao

de 10 a

2.7. Casos de aumentó de orodutividade

o quebra-vento exerce efeitos negativas sobre a cultura n~

quela faixa onde se estabelece a canpetição can a espécie cultivada. Aiocorre urnaqueda de produtividade que tem sido mencionada para justifi -

car a eliminação dos quebra-ventas em algurras propriedades ( FERBER,

1958; OOIDi3MITH,1976; DAVIS,1976 e VN.~DEUSEN',1978).A eliminação tem sido explicada ainda por outros rrot.í,vos,

baseados sempre no prejuízo à prcx:1utividade da área plantada, carro por

exemplo:

-- ocupação de espaço (FERJ3E:q, 1958; DAVIS,1976 e OOlDS-

MITH, 1976;

~ atraso do plantio pelo aCÚITUllode neve (FERBER,1958);

--- empecilho à irrigação com pivô central (DAVIS,

GOLDSMITH,1976 e ~ DEUSEN,1978).

1976;

No entanto, tudo indica que os efeitos benéficos superam

as perdas, tornando oorrpensador o uso de quebra-ventos. são inÚIreros os

casos de aumento deprcx:1utividade encontradas na literatura e alguns es-

tão relacionados a seguir:

Alfafa - Segundo Bl\TES(1944) a alfafa parece ser 2. cultura

que melhor responde aos quebra-ventos, chegando a apresentar até 60 a

70%.de amrento na produção, quando protegida do vento.

café - Embora não tenha sido localizado nenhum trabalho

de pesquisa, sobre a prcrluti vidade do café com o uso do quebra-ventos, ~

MARGO(1965/66) estima que as perdas decorrentes do vento nas faces mais

expostas chegam a atingir 30%.

Feijão - ROSENBERG(1966) menciona aurrento de 5,9% na pro-

dução de feijão irrigado, quando protegido por quebra-ventos.

28

Girassol - TI\A'I01ENKO(1950) obteve uma produção de giras-

sol 18%maior em áreas protegidas do vento na Rússia meridional.

Laranja - t': comumo uso de barreiras arbôrcas para prote-

ção de pomares, mas há poucos dados referentes a aumento de produtivida-de de frutíferas. Para-a laranja, na Cal.í.fôrriía, WEAVERe CIEMENTS(1950)

afirmam que há um aumento de 24%na produção ooma proteção oontra o ven

to.

Milho - Muitas vezes o milho é utilizado cano quebra-vento

para culturas de rrenor porte, mas, às vezes, o milho é a cultura pro~

gida. BATES(1911) relata que, comumvento de 80Krnjh,houve uma perda

de 2/3 do milho por acamamentoem áreas desprotegidas, enquanto que nas

áreas protegidas não houve nenhumaperda até 6H, 10%de perda de 6 a 8H

e 25%de 8 a l2H. O meSTIDautor, em 1944, observou um aumento de produ-

ção para o milho de 1800 li tros/ha em anos de seca e calor. Caluianu et

alii apud GUYOT(1963) obtiveram 14 a 34%a mais na produção de milho

na Rarênia e, na Bulgária, DThlITROVe KUKUIAIDV(1977) registraram 8 a

9%de aumento em uma faixa de 250m~m quebra-ventos .jovens (de pequena

altura) e 9 a 34%comquebra-ventos antigos (altos).

Pastagem - Segundo GUYOT(1963), é freqüente as pastagens

protegidas do vento produzirem 100%a mais que as não protegidas, nas,",

estepes secas do sul da Rússia.

Soja - Analisando a produtividade da soja protegida por

quebra-ventos de milho, RADKEe BURROWS(1970) verificaram um aurrento

de 12,7% e RADKE(1976) obteve 10%de aumento. Combrrreiras artificiais,

FRANKet alii (1974) obtiveram 8,5% a mais na produção de soja não ir-

rigada e 17,6%para a soja irrigada.

Trigo -, Trata-se, sem dúvida, da cultura que mais tem sido

beneficiada pelos quebra-ventos através do mundo. ~VEAVERe CLEMENTS\

(1950) afirmam que, na RÚSsia, em anos de seca, o trigo da estepe produ-

ziu de 135 a 540Kga mais por hectare. T"AA'ICHEN'KO(1950) verificou au-

rrentos de 41%para o trigo de inverno e 21%para o trigo de primavera,na

RÚSsia meridional. No Canadá, SI'APIEe LElIk'JE(1955) encontraram umapr~

· 29

dução 3,3%superior, oonsiderando toda a área utilizada. GUYOT (1963)·.-rrencí.ona11,1%a maí.sna produção de grãos e 12,6%a rreí.s de palha de

trigo, na Dinarra.rca, 23%a mais de grãos na Rorrênia e, emoutro caso

na Rcn~nia, 20 a 50%.Na Bulgária, DliUTIDVe KlJKUIAR)V(1977) obtive-

ram, para umafaixa de -250mde largura a partir do quebra-vento, aurren-

tos de 6 a 7%quando as árvores da .barreira eram jovens (baixas) e 18 a

21%comárvores mais antigas (altas). VORAet alii (1982) verificaram

na índia, urnaprodução 22,7%superior para o trigo protegido do vento.

outras culturas - Constataram-se casos de aurrentode pro-

dução emmuitas outras culturas, tais corro: algc:dão, aveia, batata, be-

terraba, centeio, cevada, rrostarda, nabo, painço e trerroço.

2.8. Estrutura elos ryuebra-ventos

Umquebra-vento será mais ou menoseficiente dependendo

do clirra do local e das características da barreira. Se, por um lado,o c.Lírnanão se POdemudar, por out.ro, a estrutura POdeser planejada

de forma a proporcionar a melhor proteção possível para o elerrento que

se quer proteger. Noprocesso de planej amentode umquebra-vento, cada

item determinante da estrutura da barreira deve ser analisado irrJividual

mente, para que se fossa obter a proteção mâxírna.

2.3.1. Altura

A altura é a característica mais importante a considerar,pois irá determinar a extensão da área protegida. Praticarrente todos

os autores consultados utilizam o valor da altura das árvores adultas

(H) corrounidade de medida de distância emrelação à barreira. Isto POE.que o efeito do quebra-vento está diretamente relacionado comeste pa.r~

metro. Se umquebra-vento é efetivo por umadistância de lOH, e ele tem

10mde altura, a faixa protegida será de 100m.Se o mesrroquebra-vento

tivesse 15mde altura, essa faixa seria de 150n, ou seja, 50%a mais de

proteção para umamesmaocupação de es~ço.

30.

~ perfeitamente compreensível, portanto, a recomendaçãode

GCNES(1972), dentre outros, de que a altura deve ser a máximapossível.

Umoutro aspecto im?Drtante emrelação à altura "é a homo-

geneidade, pois assim a faixa protegida e o grau de proteção serão tam-

bémhorrogêneos (SEREDINAe KARPACHEVSKII,1982 e WJCX)RUFFe ZINa:;, 1953).

A melhor maneira de se conseguir umabarreira de al tura

horrogêneae eficiente é através da escolha da espécie e do material gen~

tico.

2.8.2. PennealJilidade

Perrreabilidade, porosidade ou densidade são parârretros uti

lizados para avaliar umúnico aspecto relativo à estrutura da barreira :

a capacidade de conter o vento. Para a FAO(1956), a eficiência de um

quebra-vento depende de vários fatores, mas principalmente deste.

Emboraos pesquisadores de modogeral serefirarn a este ~

rârretro, e até o quantifiquem muitas vezes, são raros aqueles que forne-

cem umametodologia para detenniná-lo.

Bl\TES(1944) definia a densidade corro porcent.aqemde redu-

ção na velocidade do vento. No entanto, não há comofixar este parârm-

tro, pois dizer que .umabarreira fornece uma redução de 50% na velocida-de do vento não significa nada. Não se pode saber a que distância foi

obtido este valor ou qual a faixa que recebe esta proteção.Buscando padronizar as rredidas para poder compará-Ias e

reconhecê-Ias, vários autores chegaram a urra mesmadefinição e a perrrea-

bí.Lídade de uma barreira ao vento, ou porosidade, passou a ser a porceg

tagem de espaços vazios que esta barreira apresenta (RADKEe BURroHS

1970; BROWNe ffiSENBERG,1972; GCMES,1972 e SKIDHJRE,1976).Para determiná-Ia, RADKEe B1JRR)~vS(1970) fotografaram o

quebra-vento de umângulo de 909 e projetaram a imagan sobre uma grade

quadriculada, para facilitar a quantificação dos espaça; embranco.BffiWN

e ffiSENBEffi(1972) rrodificaram ligeirarrente a témica, cortando e pesan

do o papel, para evitar cálculos.

A porosidade ideal não é sempre a mesmae deve ser diferen

31

te se o que se quer proteger é, por exemplo, umahorta ou uma pastagem.De ummodogeral, os quebra-ventos têm evoluldo de mií.to densos, impenrl§:

áveis, para mais espaçados, permeáveis (SmIDWA.Y,1970).

<?Q\1ES(1972), embusca da porosidade ideal em terrros de

área protegida, encontrou 35 a 40%de porosidade, dado este obtido emtúnel aerodinâmico comanteparos.

Hoje, sabe-se que umabarreira rnrí,to densa proporciona ma-

ior proteção para umamenor distância e que ima barreira pouco densa prQ

porciona menor proteção para umamaior distância (SKIDMORE,1976 e

REDDY,1979). Alémdisso, há o problema da turbulência provocada por qu§.

bra-ventos. muito ccmpactos , que POdeanular o efeito da proteção jun:to

à barreira.Segundo IDTI'CMLEY e PARKER(1974), os quebra-ventos para

pastagem devem ser densos na base e perrreáveis (50%)no restante da alt~

ra e, para agricultura, a permeabilidade deve ser média e horrogênea em

tcrla a altura. Para controle da erosão, HAGEN(1976) reconenda 40% depermeabf.Lí.dade..

Alémde recomendar que os quebra-ventos nao sejam Imlito

corrpactos, os autores são unânirres em afirmar que a barreira não deve

apresentar f'al.has ou "buracos", e deve reter os ramos até o chão, pois o

vento se afuní.La pelas falhas e passa por elas comvelocidade aurrent.ada

(BA.TES,1944; FEREER,1958; GUYOI',1963; EA'lDN,1971; GJMES,1972 e

l3OI'TCMLEY e PARKER,.1974). Para café, no Brasil, o IBC (1981) af'Lrma

que o quebra-vento ideal deve ser moderadamentepenreável (50%), fome -

cendo uma redução de 50%na veIocf.dade do vento por uma faixa de 10 a15H, e, contrariando a regra, recanenda que a barreira seja aberta na

base (desrama até 2m) para evitar aCÚInulode ar frio emnoites de gea-

da, no caso eSPecifico desta cultura.

2.8.3. Orientação

Semdúvida, a orientação que fornece a melhor proteção é aquela

emque a barreira é dí.spesta perpendicularmente ao vento dcminante ( ~

KER,1946; COITIA,1956; BROWNe HALL,1968; GJMES,1972 e IBC, 1981).

32

A direção éb vento daninante pode ser determinada facilmente, segundo

DAVIS(1976), peIa sirrples observação das árvores, ou mesmoa partir da

vegetação herbácea (BRAUN-BIANOOEI',1950).t; imp:>rtante lembrar que nemsempre o vento dominante e o

vento rra.í.ssevero têm a mesmadireção e, neste caso, faz-se necessário

proteger arnbasas faces (FERBER,1958; ORMAN,1976 e RADVANYII 1978).

Alguns autores recomendamque o quebra-vento seja projetado

de forma a desviar o vento e naoreduzir a sua velocidade e, J.X)rtanto, d§.

ve estar colocado obliquamente ao vento (EA'IDN,1971), comum ângulo

de 459 do eixo do vento (SEGUINe GIGNOUX,1974).

Há urnacerta vantagem emdí.spor os quebra-ventos em rede.

RADVANYI(1978) af í.rma que umabarreira isolada protege até 10 a 12H, en-

quanto que dí.spostas em rede J.XX1em proteger até 30H.

2.0.4. Formado perfil e númerode linhas

Enquanto no ocidente os autores afirnam que o quebra-vento

teoricarrente ideal tem urnaúnica rua, deve ser ereto e cem linha de topo

flexível n'illDRUFFe z:mG (, 1953; roI'IDMLEYe PARKER,1974; VIANAet alii,

1978 e IEC, 1981), "os russos insistem sobre a preferência que eles dão

aos quebra-ventos complexos, ccmpostos de di versas faixas de árvores e ar-bustos de diferente~' alturas e pennitindo umacerta permeabí.Lí.dadeque de-

ve variar em função do clina, do solo, do declive, da força e regularida-

de dos ventos, levando em conta o problena do turbilhonarrento" *Na verdade, originalmente a tendência, em toéb o mundo, era

de usar barreiras multilineares, visando a exploração da madeira. O per-

fil recomendadoera aerodinâmico, comoo semi-circulo proposto J.X)r PATES

(1944) ou a secção triangular proposta FOr vrnDRUFFe ZINGG(1953).Lentamente, os quebra-ventos unilineares foram substituindo

OS outros. Esta mudança, nos EUA,ocorreu devido ao alto valor da terra,

aurrento dos 1mrx:>stos,melhoria nas oráticas culturais e nas variedades_ J-

cultivadas, irrigação e diminuição do uso de árvores como1erula nas fazen-das (HAVERBEKE,1977).

* Jean Radvanyi, D1formaçãopessoal.

33

Os russos se viram obrigados a manter a estrutura tra-

dicional, de quebra-ventes rnultilineares, por causa das severas con-

dições climáticas, emque umabarreira unilinear dificilmente con-.

teria a força do vento.Para a naioria dos autores, a largura ou nÚIrerode li-

nhas é Impor+ante na rredida Em que afeta a perneabilidade (GUYOT,

1963). Assim, umquebra-vento unilinear, desde que retenha os rarros

inferiores e seja uniformemente permeável, pode ter menor número de

árvores, ocupar menor área e exercer muitas das funções esperadas de

umquebra-vento multilinear (w:x:mRlFFet alii, 1963).

Quanto à forma do perfil, as formas retangulares, que

caneçame tenninam comlinhas abruptas, são rreThores que aquelas

Lncl.ínedas para o lado do vento (GUYaI' , 1963). Portanto, os arbus-

tos, se necessário, devemser plantados entre as linhas de árvores

(REDDY, 1979).Einborao perfil deva ser vertical, vârâos autores re-

comendamque a linha de topo deve ser f1exi vel, para não provocar

turbiThonarrento (B<YI'I'C:MLEYe PARKER,1974; VIANAet alii, 1978 e

IBC, 1981).

2.8.5. Extensão

O quebra-vento funciona comose fosse una barragem. As

sim, caro se fosse água, o vento tem a velocidade aurrentada nas ex-

tremidades da barreira, convergindo depois de passar por ela e fazen

do comque a área protegida seja triangular se o quebra-vento for

muito curto (BATES,1944; BIDWNe HALL,1968; roI'IOMIEY e PARKER,

1974). As figuras 3 e 4 ilustram bemos aspectos re1atives à exten-são da barreira.

.B ..:...

A

/ / I-, ,,

c

/ I / I t \ \VENTOS VARIANDO DE SO PARA SE

~ ÁREA CONTINUAMENTE PROTEGIDA

.34

Figura 3 - Área continuamente protegida emquebra-ventos de diferentesextensões (de B.A.TES,1944).

10 tO 215ALTURAS

~lOCIOAOE DO VENTO EM -r; DA VELOCI CAOE EM CAMPO A8ElitTO

CJ ATt &0 IT'l.ll70 • 80 c:zJ 100 • 110

[S'SS'l &O • 80 ~ 00 • 00 E::'··""'..1 110 • reor2ZJ 80 • 70 ~ 00 • 100

Figura 4 - Área protegida e grau de proteção fornecidos por umquebra-

vento de 19H de extensão, aberto na base (de Bi\'IES, 1944).

35

2.8.6. Distância entre linhas'

A dí.stâncía entre linhas I ou sej a, entre dois quebra-

ventos consecutivos, está relacionada can o grau de proteção que se dese

ja para a cultura e coraa altura das árvores que compõema barreira. Pa-

ra padronizar as rredídas, convencí.onou-sedeterminá-Ia emmúltiplos de

H (altura da barreira) .Para a mo (1956) essa distância não deve ser maí.or que

10H.OOITIA(1956) estabelece diferen-tes distâncias,' de acordo

cema velocidade do vento:

- vento de até 3m/s (lO/8Km/h) - D=H x 20+3

- vento de 3 a 6m/s (10,8 a 21,6Kmjh)- D=H x 30+3

- vento acirra de 6m/s (21,6Kmjh) - D=H x 40+3

sendo D a distância entre as barreiras e H a altura' das árvores.

lenUJrandoque não se deve proteger apenas umângulo, EO'I'I'qi

LEYe PARKER(1974) recorrendamque a distância entre as barreiras per-

pendiculares ao vento seja de 25 a 30He entre as barreiras paralelas de

50 a 60H.Para RADVAl.WI(1978), as faixas paralelas ao vento podem

, '

distar entre si até 1000 a 200Om.O IBC (1981) rea::>rrenda,para GreVillea robusta em lavou-

ra de café, no Brasil, que a distância entre barreiras consecutivas este

ja entre 10 a l5H.

2.9. Tipos de 0Uebra-ventos

vária:; "autores tentaram classificar as barreiras arbÓreas;

mas não conseguiram estabelecer umcritério fixo.GUYOl'(1963) os separa emvivos e inertes (art.í.ff.cí.aí.s)

Hc CALLet alii (1970) classificam os quebra-ventos de três maneiras:

Temporária; X Perrranentes, Plantados X ConstrllÍcbs e Densos X Perrreáveis.

.36

Quanto ao uso, GOWSMITH (1976) os separa em "field wirrl-

breaks", que são os quebra-ventos destinados a reduzir a erosão rolicaem áreas agrIcolas e "farmstead/feedlot wíndbreaks]", usados para prote-ger as edí.f.tcaçóés rurais e o gado.

No Brasil, o IOC (1981) separa os quebra-ventos em qua-tro t.ípos , conforrne a sua longevidade: arbÓreos, permanentes arbusti -

vce , teJTl!X)ráriose anuais.

2.10. Esrecies

A espécie ideal para quebra-vento, segundo GUYOT (1963),

deveria reunir as seguintes caracteristicas:

- ser p=renifólia;fechar rapidamente;

- possuir ísistana radicular tal que a rompetição seja li-mí.tadar e

- fornecer umrerobrimento reduzido do terreno.

Para C'.AMAR3O (1965/66) as á:rvores do quebra-vento devem

ser esguias, flexiveis, resistentes às quebras e Perenifólias.

Para proteger lavouras de café, no Brasil, o IBC(l981)procura espécies permeâveí.s, eretas, flexiveis, perení fôl.Las, bastante

resistentes ao vento, pouco sujeitas a pragas e doenças, que não neces-

sitem condução especial e cujos frutos não se confundamcemos do café.

A esrolha da melhor espécie é o primeiro passo para que aimplantação de umquebra-vento seja bem sucedida. Para ORMA.'J (1976) .nes"

ta etapa deve-se levar em conta os seguintes fatores:

- clima - pluviosidade e ocorrência de geadas;

- solo - aspecto e drenagem; e

- caracteristicas da á:rvore - altura, densidade, formato

da copa, caducifolia, toxicidade da folhagem, absorção

radicul~ e suscetiUilidade a Joenças.

O ideal seria encontrar a espécie roIn todas as caracteris

ticas desejadas, adaptada às condiçêes de cl.íma e solo do local. Can

37

este objetivo, muitos autores têm Lerrbradoa necessidade de buscar as

roalhores espêcí.es e procedências e desenvolver programas de rrelhora-

rrento genético de árvores para quebra-vento (m\VIS, 1976i S'l'llfu"1cx:::K

1977 e REDDY,1979).

Na URSS,-oZOLINe 'IDIDKI-fl'UN(1978) referem-se ao uso de

plantas de progênies de Ionqeví.dade oomprovadade Ulmuspumila var. ar-

borea, e de alguns hÍbridos cem.v.igor heterótico, pois lá o grande pro-

blema é o crescimento e a sobrevivência das árvores nas condições climá

ticas severas a que são subrretidas.

Nos ElA já existe una espêc.ie (Fraxinus pennsylvanica) se

lecionada para quebra-vento (CArDAH ,a break ... , 1980).Inúmeras espécies têm sido recorrendadas por diversos auto

res, para diferentes situações. As mais freqüenterrente recorrendadas, em

ordem decrescente de númerode citações, são as seguintes:

Pinus spp - solos arenososEucalv:.>tLlSspp - regiões tropicais, zonas áridas eC. ca.rmldulensis)Cupressus spp - formambarreiras .ímpermeâveí.s,

Grevillea rc:busta - freqlienterre..nte associada a lavouras de café.

Ulmus spp - para solos secos.

Casuarina spp - zaq-=lScosteiras.

Fraxynus sppZea mays (rní.Iho)- quebra-vento temporário.

Thuja spp - impermeável.

Popu1us spp - exige solas férteis.

Prosopis ju1iflora(a1garoba) - para clima semi-árido.

Mac1ura pomifera - EUA

Acacia spp - índia e Âfrica Tropical

Robinia pseudoacacia - URSSe BU1gária.

Juniperus spp

Caragana arborescens - para clima muito frio.

38,

2.11. Grevillea robusta

A Grevillea ro!?ust.a A. Cunn., ccrmmarrtedesignada "silk -

oak" (carvalho praceadol, é umaespécie arbôrea da família Proteaceae,

que chega a atingir 35mde altura (NATICNALACADDWOF SCIENCES,1980) e80emde DAP(BAG3IO,19?3).

Originária das áreas oosteiras subtropicais de New South

Wales e Queensland, esta. espécie australiana foi introduzida em são Pau-

lo no final do século passado (l3AGGIO,19831, estando bem acli.natada ao

Brasil (ÇORREA,1926t.

CUltivada com sucesso nas regiões tropicais da África e em

outras regiões de cl.ima quente através do rrn.mdo,encont.rarre-se árvores de

Grevillea desde o nível do mar até 2.300m de altitude (NATI~ ACADEHY

OFSCIENCES,1980)" em climas temperados e tropicais, passando pelo sub-tropical e semí.-árido. A espécie vegeta tanto em locais com 400 a 600mm

de precipitação anual, com seis meses secos (NATIONALACADEMYOF SCIEN-

CES, 1980), COIl'O em locais com até 3.000mn de chuva anual, cano a Costa

Rica (CORREA,1926). Segundo a NATIONALACADEMYOF SCIENCES(1980)" a

Grevillea robusta suporta temperatura de até -109C, resistindo, portanto,

às geadas.A espécie bP..m raizes pivotantes e se adapta bem a mlitos

tipos .de solo, desde arenosos, argilosos de fertilidade rrédia, e solos

ácidos. Prefere solos profundos e não tolera solos encharcados (NATIONAL

ACADEMYOF SCIENCES,19801.No norte do Paranâ esta espécie tem apresentado um bom

crescinento, com incremento rrédio anual de 1,7m P.1Il arenito e 2,Om em

terra roxa (BAGGIO,1983). Emsão Paulo, KOSCINSKI<'1938)obteve Incre -

roento em altura de 1, 75m/ano.·'

A folhagem da Grevillea é levemente decidua no inverno,

não perdendo nunca a totalidade de suas folhas.

Cemo sistema reproduti vo umtanto controvertido (de poli-

nização cruzada, segundo !vDHAIS,19.82; monóica, segurrlo w:::NGJr., 1974,

e hennafrodi ta, preferirrlo ou não excluindo a autofecurrlação, segundo

KOSClliSKI,19381, de qualquer mareira a Grevillea serrenteia abundante-

mente já aos cinco anos de idade, e apresenta regeneração natural mui-

39

to fácil, podendo se tomar praga. No entanto, umavez cortada, não apre

senta rebrota (NATIQ.'JALACADEMYOF SeIENCES,1980).

útil para marcenaria, apicu1tura,e lenha, a Grevi11ea éusada mais freqUentemente associada às lavouras de café, chá e cacau, co

mo sombreadora ou quebra-vento (CHILDe a.l1TH, 1960i WILLEY,1975; sonsBERe ZENTI1YER,1978 e BAGGIO,1983).

Nas regiões onde tem sido cultivada, têm sido detectadas

algumas pragas e doenças e outros prob1enas, a saber:

- saúva (Atta sexdens L.): ataca CG plantios em são Paulo, provocando a

Irorte de algumas árvores (MELlD,1959) i

- fa.lhas em pH inferior a 4,2 (CHILDe S1ITH, 1960), apresentando alta

ccncentração de Manganêsnas plantas IIDrtas;

- cochonilhas ( ())RREA,1926): Astero1ecaniurn pustu1ans, Icerya purchasi

e Monophlebius nivensi

- "dieback" decorrente da deficiência de Boro (SMITH,1960)i

- cancro do tronco (Botryosphaeria dothidea) entre 1. 300 e 1. 800mde al-

ti tude na Guatemala e gorrose e rrorte regressiva das árvores na Flórida

(SCHIEBERe ZEN'IMYER,1978) i

- redução no crescimento apÓs 20 anos em solos secos (NATIONALACADfl~

OF SCIENCES,1980) i

lagarta desfolhadora Georretrjdae (BAGGIO,1983).

° que se verifica é que, na prática, a Grevil1ea robustase aproxima bastante da espécie teórica idealizada OOIID quebra-vento.

Apresenta tom crescírrento , forma e poros idade oonvenientes, não é caduci

fó1ia e retém os rarros inferiores, além de se desenvolver bem em di ver-

sos tipos de solo e ser resistente à geada. Emrelação a pragas e doen-

ças, cabe ressaltar o problema da saúva, especialrrente em são Paulo e a

gOIIDsedo tronco*, que pode levar à morte as árvores de Grevi11ea.

* Alceu de Arruda Veiga, info:rmação pessoal.

40

3 - MATERIALE M.t'TIDoos

3.1. Local

Foram efetuadas nedições em três municípios do Vale do Pa-

ranapanerna, caracterizados na tabela 1.

O vento daninante no Vale do Paranapanernaé o vento sudes-

te, umvento frio que tem origem no poIo sul e que tem nos meses de maio

a outubro sua maior intensidade (CAMARGO,1965/661.Estes ventos, segundo a escala Beaufort de força do vento

(JEMISON,1934), são leves e raramente fogan das faixas 1 e 2, daquela

escala, can velocidade entre 1,6 e 11,2Krn/h. Apesar de leves, podempre-

judicar seriarrente as culturas agrícolas da região, principalmente

os cafezais (CAMARGOi 1965/66L. Esporadí.carrent;e, ocorrem vendavais, que

chegam a atingir lOOKmjh,no inÍcio da época das cnuvas , que podemacar-

retar grandes danos,

A rede de drenagem do Vale do Paranapanema é do t.ípo retag

gular, cem a maior p3.rte dos cursos d' água correndo no sentido norce-sul.,

41

Tabela 1. Caracterização dos locais de coleta de dados.

M U N r c I P I,OS

CambarãO?Rt cândido Mata (SPt Porecatu (PR)

Lati tude (Sul) 23902' 22945' 22945'Lonqí, tude (W de Green-

wich) 50906' 50923' 51923'

Solo (BRASIL,19711. TRe LR TRe

Clima (NIMER,1979) Tropical, Sub-quente, superíimí.do, com

subseca

precipitação média

anual (NIMER,19791 1250mm 1250nm 125Üf!lIJl

Ocorrência nédia degeadas (vezes/anol.

(NIMER,19791- 3-5 3-5 3-5

42

3.2. Pontos de Iv1edição

'rodas as rredí.çóes foram efetua,das emdiferentes distân-

cias do quebra-vento, contorne esquematizado na figura 5.

, f~, ,-4 -2 -1 O 1 2 4

,8 l6H

Figura 5 - Representação esquemática dos pontos de medição.

As_'di~tâncias foram esta5elecidas em termos de múltiplos

de H (altura da barreira), conforme reoorrendadopor BATES (1944)_. A al-

tura das árvores foi determinada cem umhipsômetro de Weise e transpor-

tada para a horizontal como auxIlio de uma trena.

3.3. Caracterização dos quebra-ventos

. li.s rcedíções foram efetuadas em cí.nco quebra-ventos dife-

rentes:

A- quebra-vento de 6 anos de idade, localizado no rmmicípio de Poreca-

tu (PR), com 10m de altura, duas linhas, distância de 6mdentro da

linha e 6mentre linhas, comdesrama até 2m;

B- em Porecatu (PR), CX)ITl 10m de altura e 6 anos de idade, umaúnica li-

nha, distância de 6mentre árvores, desrarna até 2m;

C- emPorecatu (PR), con 10m de altura, 6 anos de idade, uni linear , es-

paçanento de 5mentre árvores, desrama.até 2m;

D- no município de Cândido Mota (SP1, com5mde altura, e dois aros e

ne.ío de idade, unilinear, 5mentre árvores, sem desrama;

E- emCarnbará (PRl., CX)ITl 10m de altura e 10 anos, unilirear, 10m entre

árvores, desrama até 2m.

Os quebra-ventos utilizados são perpendiculares ao vento

daninante, formados por árvores de Grevillea robusta

43·

Para cada quebra-vento determinou-se o incremento médio

anual (altura/idade), a relação entre altura e diâmetro da CXJpa dasárvores (n-édia de 5 árvores L e a permeabí.Lí.dade,Este Último parârretro

foi suIrlividido em poros idade (ou penneabilidadeL das copas - oorres-

pondente ã porcentagem de poros existente IX> espaço visual ocupado pe-

las oopas das árvores - e poros idade da barreira - oorresporrlente à

penneabilidade total - que é a soma dos poros das copas mais as falhas

e os vãos existentes entre as árvores. Para detenninação da penneabili-

dade adotou-se a rretodologia de Bro~ e RasENBERG(1972).

3.4. Mlidiçães de velocidade do vento

As nedí.çôss de velocidade do vento foram efetuadas nos

quebra-ventos A, B, C e D. Utilizou-se o seguinte material: 2 anerrôrre-

tros Casella de carecas, m::mtadosem sup::>rtemóvel (esquemat.í.zedo na

figura 6-Al, e umcronânetro.

O .tempode roedí.çâoadotado foi de 30min. para cada ponto,

seguncb recarendação de SEGUrne GIGNOOX(1974t .Mediu-se sirrnlltanearrente a velocidade do vento na área

protegida e em campoaberto e estabeleceu-se a velocidade em cada pon-

to caro sendo a porcentagem da velocidade obtida no ponto em relação

à velocidade do vento, no mesrroespaço de terr:po, na ausência de prote-çao, contorne reconendado por BA.'IES(1911)..

----I

III*CA.PO

A81RTO

@

*• *-* * *~ I 4..o

'--------NíVEL DO SOLO

Figura 6 - Esquemade instalação dos àneIrêmetros no campo,

44

Os él.t'leffiÔrretrosforam instalaàos a umaaltura

dente a O,2H acima.do nível do solo.

A velocidade do vento em cempoaberto foi tanada a

a sOmde distância ào i.tlicio da barreira, contorne esquematizaào nagura 6 (B).

As nedições de velocidade do vento foram efetuadas no

de agosto, quando o Vale do Paranapanemaé mais atingido pelo vento.

período de medição a velocidade absoluta do vento variou entre 4,2

lO,4Kmjh, ficando, na média, em tomo de 7,6Km/h.

correspon-

16H,fi-

~mes

Noe

3.5. Medições de umidade do solo

Para estudo do efeito do quebra-vento sobre a umidade do

solo foi utilizado o quebra-vento D. Para a coleta das arrostras utiliza-

ram-se dois trados. As amostras foram colocadas em saquinhos plásticosdevidamente vedados e depof.s transferidas para latinhas de alumínio para

serem levadas ã estufa.Determinou-se a umidade do solo na camada superficial (0-

lOan) e em umacamadamais profunda (30-40anl.. Para canparação, tomaram -

se arrostras em campoaberto, a 16He a 20mde distância da extremidade

da barreira.

Tanaram-se três amostras para cada ponto, nas distâncias

O, 1, 2, 4, 8 e 16H, a sotavento.~As arrostragens foram efetl.'adas no rres de julho, onze

dias após urna.chuva de 26, 6rnrn,e a velocidade média do vento desde es-

ta chuva até a data da medição foi de 2, 78Km/h(txrnadano pos'to neteo-

rolÕgico mais prÓXilro- a cerca de SKm).

A umidade do solo foi calculada em temos de % do peso

seco (emestufa, a 1059C, durante 48 horasl .

3.6. MediÇÕ2Sde produção de café,

Para avaliação do efeito do quebra-vento a produção de ca-

45.

fê utilizou-se o quebra-vento E.

Foramcolet.adas amostras nos pontos O, 1, 2, 4, 8 e l6H,

a sotavento. Não foi possivel obter arrostras em campoaberto, visto que

a lavoura estudada era totalmente protegida por quebra-verrtos ,

Para cada ponto forem txmadas 5 a:rrostras, cada uma delascorresponôerrte ã produção de dois pés de café (umacoval. Mediranr-seaí.n

da a altura e o diâmetro dei copa dos cafeeiros, visando rorrelacionar o

estudo vegetativo OOill a produtividade e a proteção pelo quebra-vento.

As anostras de café foram secas ao ar durante vinte dias

apôs a colhe.lta e pesadas indi vidualrrente.

46.

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Caracterização dos quebra-ventos

Figura 2. - Caracterização dos quebra-ventos

QUEBRA.-

VENTO

lMA N9 DE

LINHAS

% POROSIDADE

DASOJPAS

C%l

POROS IDADE

DA BARREIR

RA (%)

ALTURA/

IARGURA

.DA o)PA(m/ano)DE

VÃCf3

A 1,67 2 28 10 35 2,74

B 1,67 1 41 26 56 2,20

C 1,67 1 33 20 46 2,13

D 2,00. 1 09. 20 27 1,89

E 1,00 1 50 19 61 1,79

47

Visto que os quebra-ventos que têm sido utilizados no Valedo Paranaparema são nonna.l.rrenteconstituidos de apenas umaou, no máximo,

duas linhas, não foi' possfve.l a oomparaçãoentre vários tipos quanto a es

te aspecto. O que se observou foi que, conforrre afirma GUYar (1963}, onÚIrerode linhas é importante na medida emque afeta a perrteebi.Lí.dade a

esta sim é que irá dete.rminar o padr~o de interferência da barreira no

fluxo do vento.

As árvores de Greviilea apresentam una porosidade média, h2.

rrogêneaem toda a oopa, de 23%. Quandose planta umquebra-vento de duas

linhas, a sobreposição das copas faz comque esta fOrosidade seja reduzi-

da a 10%. 1r: umaporosidade baixa, que resultaria emumquebra-vento fOuCOpermeâve.l se não houvessemfalhas na oarreira.

A condução da poros.í.dade ideal se faz através da escolha

do espaçamento entre as árvores dentro da linha, que resultará em um

maior ou menor entrelaçamen\i.Q·é:ht;~~"eo.pas, conforme seja mais estreito(' - ..,--" . .

ou mais largo este espaçamento.

Quebra-v~to~ multiÚneares são ,interessantes quando há in-

tenção de exploração ~ madeira. Não'é o caso dos quebra-ventos de Gre-

villea robusta no BraSil. .Aqui, eles são plantados coma finalidade de

proteger as lavouras e ,:~.ao.mesmocempo, melhorar a paisagem, não havendo,regra geral, Interesse ~ ~tilização econômica das árvores. Assim,' não

são encontrados quebra-v~~bDscommais "de uma linha, a não ser junto âs

estradas, onde não há perda de espaço,

Alémda relação como númerode linhas, há umoutro aspecto

a ser levado em conta em relação ã permeabilidade dos quebra-ventos: a

presença de "falhas" ou "vãos" na barreira, irrlesejável segundo diversos

autores (I?l\TES, 19'44; FERBER,1958; GUYar, 1963; Ei'\'.Irn, 1971; a::MES, 1972

e BOrI'CMLEY e PARIlliR,1974'-. Quarrloo espaçamento entre árvores é muitolargo, formam-sevãos entre as árvores. As barreiras de Grevillea se fe"':

cham (as copas se entrelaçam)' quando a altura atinge cerca de duas vezes

o espaçamento. Se o espaçamento for de 10m, OOITO é o caso do quebra-vento

E, isto só ocorrerá quando as árvores atingirem 20m de altura, o que di-

ficiIrrente aoontece coma Grevillea robusta ã plena luz (o que se tem ob-

servado é que, nestas condições, esta espécie dificilmente ultrapassa os

48

15mL Neste caso, sempre existirão falhas verticais na barreira, que pro-vocarão o afunilamento do vento.

A desrama, nonnalrrente praticada em quebra-ventos para " la-

vouras de café coma finalidade de reduzir os riscos de geada lIBC.,1981), tambémprovoca O' afunilamento do vento. Os quebra-ventos A,B, e Cforam desramados. Goro exceção de A, ccmpost;opor duas linhas, os outros

dois quebra-ventos desramados apresentaram aurrento da velocidade do ven-to no ponto OH (na linha das árvores), sendo que no quebr a-vent.oB a vel~

cidade reste ponto foi 4 % superior ã velocidade em campoaberto, tornandg

-o ineficaz na faixa contigua ã barreira.

4.2. Velocidade do vento

Na tabela 3 são apresentados os valores relativos da velo-

cidade do vento emdiferentes distâncias da barreira, dados em porcen-tagem da velocidade em campoaberto, tomada s.nml.taneerrence. Estes valo-

res estão representados na figura 7.Tabela 3 - Velocidade do vento r% em relação ao carepoaoer+o) emdiferen

tes distâncias da barreira.

DISTÂNCIADA BAnREIRA(Jllúltiplos

de altura m

QUE B R A - V E N TOS

A B C D

-4H 88,3

o

gÜ,5 96,7 65,487,5 93,1 48,751,U 104,Q 6a,O.43,3 81,6 48,428,2 69.,2 42,636,5 64 ,0 58,56U,2 68,2 87,393,9 85,7 95,8

85,0-lH 75,7

lH 67,12H 54,64H 37,88R 62,6

16H 84,4

.,

\ ---\ --. r-, I

\ I\. /". I'.' I .-""'. <:»::"

" /" I\ " /

\ \( .h, I \ h

./ . ",,'V

--

,49

1.6 H

---A

,-,-,-,8

----- C

"-"-"- O

Figura 7- Velocidade do vento (% em relação ao campoabar+o) emdifer~

tes distâncias da barreira, para quebra-ventos de diferentes

permeabiiidades: A=35%, B=56%, C=46% e 0=27%.

to

1.0

·4 -t -1. o .1 t: •

A :eig. 7 nost.ra que os quebra-ventos de GreVillea robusta

agemreduzindo a velocidade do vento a barlavento e a sotavento. Para

as quatro barreiras avaliadas (A, B, C e D) este efeito ultrapassouas faixas de 2H a barlavento e 16H a sotavento,' sendo que a intensidade

e o padrão de interferência sobre o fluxo do vento foram diferentes pa-

ra barreiras de diferentes permeabilidades.O quebra-vento A, com10%de porosí.dade das copas e o

quebra-vento B, com26%, confí.rmama observaçào de SKIIMORE(1976) e

REDDY(1979), de que umabarreira muito densa proporciona maior proteção

para umamenor distância e que umabarreira pouco densa proporciona me-

nor proteção para umamaior distância. Comumaredução na velocidade do

50

vento cerca de 30%super íor no ponto de máximaproteção, o quebra-vento

A, menospenneável, passa a ser rrenos efetivo que o quebra-vento B a

partir de l2H, sendo que eu 16Ho quebra-vento B fornece 10%a rrats de

proteção que o prirreiro.

O ponto de máximaproteção foi mais próximo da barreira(2H)para a barreira rraí.s compact.a (A) e roaí.sdistante (4H) para a bc3!:.

reira rraí.s permeável (B), consí.der'ando-se a porosí.dade das copas. Este

é umaspecto importante e deve ser analisado juntamente can a cCI11p2ti-ção, po.í.sumaboa proteção contra o vento junto às árvores pede ser anu

lada pelos efeitos negativos da canr:;etição. Na verdade, os efeitos bené

ficos dos quebra-ventes passam a ser detectávels a partir do porrto onde

cessa a oompetição das árvores coma cultura, ou seja, 2Hpara' quebra-

ventos de Grevillea robusta.Comparando-sea área protegida e a intensidade de prote-

ção oferecida pelas barreiras estudadas, verifica-se que os quebra-

ventos A.e D são os mais eficientes. são os rrenos permeáveis e, princi-palmente, os maí.shanogênees, can rrenor porcent.aqemde "vãos". O que-

bra-vento D apresenta duas vantagens emrelação ao A: tem umaw1ica li-

nha (menorcusto e rrenor perda de espaço) e oferece maior proteção nasfaixas mais distantes .Ia partir de 9H), onde os ganhos são reais, nao

sendo anulados pela oompetição.

Considerancb, segundo IEY'IDL~ (1983) que a área protegida

é aquela emque a velocidade do vento é reduzida 2I1l pelo menos 20%, te-rros que os quebra-ventes estudados protegem aproximadamenteas seguin-

tes faixas: A = l2,5Hi B = l3Hi C = 7,OHe D = l4,OH, dados estes obti-

dos a partir da extrapolação das curvas da fig. 7. Lembrandoque a dis-

tância entre as barreiras é função da faixa protegida, deduzirros que o

quebra-vento D, com27%de penneabilidade total, noo desrarnado, é o queprotege a maior área, podendo ser instalado comummaior intervalo en-tre barreiras, can implicações de ordemecorônuca,

4.3. Competiçãopor luz

As árvores canpetem por fatores ambientais can a cultura. O

51

grau e a extensão dos efeitoo da a:mpetição variam comas condições am-

bientais, coma es:?écie cultivada e comas caracteristicas do quebra-

vento, corno:espécie utilizada e orientação.

No que diz respeito à ccmpetição fOr luz, os quebra-ven -

tos de Grevillea mo têm causado perdas por dois motivos: primeiro, fOE

que a cultura protegida, o café, é tolerante à sonbra e tem sido culti-vado até rresmojunto às árvores do quebra-vento, comboa prcduçâo: e,segundo, porque dada a dí.reção do vento àorninante no Vale do Paranapane

ma (sudeste, cemumpequeno ângulo Efí\ relação ao leste), os quebra-ven-

tos têm sido implantadoo muito próximos da direção norte-sul que, segug

do dívcrsos autores (Guyar, 1963 e BRO\'JNe HALL,1968), é a que causa

menosproblemas de sombrearnento.

t; interessante observar que I além de ser perpendicular ao

vento dominante na região, a linha norte-sul coincide, na maioria das

vezes, comas curvas deri.ivel, devido às caracteristicas da rede de dr~

nagem. Desta forma, 00 quebra-ventos podemobedecer a melhor orientação

e, ao mesrroteIJP9,ser plantados emDivel , auxiliando no controle da era

são do solo e não interferindo na mecanização das :lavouras.

4.4. Umidadedo solo

A umidade do solo emdiferentes distâncias da barreira,txrnadana camadasuperf í.cí.a L do solo (O - 10cm)e emurnacamada ':mais

~rofunda (30 - 40an), está relacionada na Tabela 4. Detenninou-se aimí.dade real, emporcentagem do peso seco, e a águé:--J.spomvel, empor-

centagem da quantidade máximade água disponivel para o Latossol Roxo

em cada profundidade.

Para detenninação da quantidade de água disponível utili-

~u-se a seguinte fórmula:

(UR

- UPMP

)

AO = ----------------100

52

onde:

AD= água dí.sponlvel, em porcentagem da capacidade de água dí.sponfve.L

(CAD) para o Latosso1 Roxo... .UR = umidade da aLlostra:

Ucc = umidade do Latosso1 Roxo na capacidade de Campo (0,1 bar) .

UPMP= umidade do Latosso1 Roxo no Ponto de f1urcha Permanente (15, O bar)

Tabela 4 - Umidade real (em % do peso sem) e água dí.sponfvel, (em % da

CAD) a 0-10 e a 30-40am de profw1didade.

DIST. DA

Bl\RREIRA

U1IDADE REAL (%)

0-10em 30-40em

ÂGU'\. DISPOr.:J"!vEL (% CAD)

0-10em 30-40am

o 25,5 30,4 23,5 52,9

lH 26,5 32,4 33,7 72,5

2H 26,8 33,6 36,7 84,3

4H 27,4 35,2 42,9 100,0

8H 27,4 34,7 42,9 95,1

16H 26,4 34,1 32,7 89,2

CampoAberto 26,1 33,2 29,6 80,4

Os dados de água dí.sponfve.L estão representadcs graficarren.

te na figura 8.

53

dguo di spo nf v et(%CAOI 'Yo

20

CAMPO ABERTO

100 1'--I . -.- --....!REA PROTEGIDA

/ ---/: 30·40 CID -----

/

WT--TI'----------~Ç~A~M~~A~BE~R~TO~-----I

(II

60 II

110

70

~--_..::'ÁREA .~OTE"D.•.

: / OO-lOC. ~

1/

8 16 H disto doborrei ro

o 1 2 4

Figura 8 - Águadí.sponfvel no solo emdiferentes distâncias da barreira,

a 0-10 ~. 30-40cmde profundidade.

Os dados referentes à umidadedo solo (tab. 4 e figura 8)

mostramque pode haver concorrência por água junto às árvores. A redu-

çao no teor de umidadee muito pequena e atinge umafaixa muito estrei-

ta (de cerca de O ,5H) na camadasuperficial do solo, rras é mais intensa

e se estende até as proxímí dades de 2Hpara a camadade 30 a 40an de

profundidade.

Nota-se que o efeito do quebra-vento sobre a umidadesolo é mais visível nas camadasmais profundas, sendo que aí tanto

ganhos quanto as perdas são maiores, provave1rrente devido à maior

centração radicular nestas camadas.

A Fig. 8 mostra que a barreira age evitando as perdas

água do solo emumafaixa que ultrapassa 16H, sendo que este efeito

.xlo '

oscon-

de~e

mâxímo entre 4 e 8B.Confrontando-se as perdas e os ganhos em ternos de urni-

dade do solo verifica-se facilmente que os quebra-ventos arbÓreos sao

benéficos à cultura, especialmente àquelas mais suscetiveis à falta deumidade.

4.5. Produção de café

A produção de café emdiferentes distâncias do quebra-

vento está relacionada na tabela 5 e fie;. 9, sendo dada em tenros de

Kg. de ca:eé seco/cova.A altura e o diâmetro da copa dos cafeeiros amostrados,

comas respectivas produções, emKg/cova, são apresentados na tabela 6 •

Tabela 5. Prcx:luçãode café seco (Kg/cova), em diferentes distâncias do

quebra-vento .

DISTÂL~CIADA BARREI AMOSTRAS C.V.-RA (Mú1ti I 11 111 IV V X %xpIos de H)

O 1,38 0,92 1,31 0,65 2,50 1,35 0,71 52,3

1H 0,76 0,57 0,69 0,80 1,12 0,79 0,21 26,0

2H 0,44 0,66 0,55 1,18 1,25 0,82 0,37 45,7

4H 1,54 2,25 1,43 2,22 1,38 1,76 0,43 24,6

8H 1,46 0,93 1,18. ·1,75 2,88 1,64 0,76 46,2

16H 1,45 1,82 1,86 1,07 1,92 1,62 0,36 22,2

55

Tabela 6. Altura (rn) , diâmetro da copa (m) e prcdução de café seco (Kg/

cova) - dados rrédios para as diferentes distâncias do quebra-

vento.

CAFEEIRO:

DISTÂNCIADAl'WillEIRAC múltiplos de H)

o 11i 4H 8R 16H

AL'lliAA(m)

2H

2,40 2,50 2,402,52 2,372,37

DIÂME'IRODACOPA(m) 2,12 2,72 2,482,582,62 2,46

PRODUÇÃO

(Kg/cova) 1,35 0,79 0,82 1,76 1,64 1,62

PROO. DE CAFÉ( •.g I c 0'10)

1.'

1.'

1••

1.0

o••

o••

O••

O 1 t 110 DIST.DII 8ARIHIRA

Figura 9. Produção de café seco, em Kg/cova, em diferentes distâncias doquebra-vento.

56

A variação de produção de umcafeeiro para outro é muito

grande e não está correlacionada como volurre da copa. A curva de alt.~

ra nédia dos cafeeiros acanpanha a curva de produção rrédia, mas quando

se analisa indi vidualrrente as plantas, esta correlação deixa de exis-

tir.

Coma inexis~1cia dos dados de produção do cafeeiro sem

proteção contra o vento, não há corro avaliar os ganhos e perdas reais

decorrentes dos quebra-ventos. Para efeito de canparação, acbtou-se a

produção em 16H cornomédia.

Verifica-se que há umaqueda de produção até as prOX1ffil-dades de 4.H, provavelmente decorrente da competição radicular. A elev~

da produção no ponto O (sob as árvores da barreira) pode ser expl.Lcada

pela menor competição por água e luz neste ponto, já que as árvores

foram plantadas ao lado de umcarreador e as plantas amostradas rece-

biam luz solar em toda a altura até às lOhs. da manhã, além de sofre-

rem competição radicular comoutros cafeeiros apenas de umlado.l\..produçãomâxímaobservada ocorreu entre 4 e 8H, sendo

que em 4H foi 8,6% superior à produção em 16H, para o café seco.

Dos dados levantados depreende-se que a ação dos quebra-

ventos é intensa até 8H, mas que os beneficios são restritos nas áreasmais próximas da barreira, deví.do à competíção, Assim, a produção doscafeeiros é máximaentre 4 e 8H, co.inc.í.dí.ndocem o pico da curva de

umidade do solo e coma redução mâxíraada velocidade do vento para ~

bra-ventos permeáveis. No entanto, diante do alto coeficiente de vari~ção encontrado entre as amostras, seria necessária umaarroat.raqemmui-

to maior (víde apêndice, i tem 7.5.), para confirmação destas observa -

ÇX>es.

4.6. Implantação e manejo dos quebra-ventos

Diante do interesse emobter os efeitos dos quebra-ventos

no mais curto espaço de tempo, práticas destinadas a estimular o crescirrento das árvores podemser adoradas I corroabertura de covas grandes

fertilização nas covas quando as condições de fertilidade não forem

57

a~ruadas e utilização de mudasgrandes e bemformadas.

A desrama das árvores deve ser evitada e devemser txma-das outras rredí.dasvisando a obtenção de barreiras de penreabílidade ho-

nogênea e sem falhas, a saber: replantio das mudasmortas logo apÓs oplantio e combate pennanente ã formiga saúva (Atta sppl , que além de des-folhar totalmente as árvores, pode chegar a causar a rrorte de árvores a-

dultas através de ataques sucessivos.

58

5. cx:NCLUSÕES

Os quebra-ventos de Grevillea roousta dos t.í.pos A, B, C,

e D provocamredução na velocidade do vento em umafaixa cjueultrapassa

2H a barlavento e l6H a sotavento.

Os quebra-ventos densos, pouco porosos , são muito efici~tes na redução da velocidade do vento junto à barreira, mas a proteção

se estende por umadistância relativamente curta. Por outro lado, osquebra-ventos porosos fornecem menor redução na velocidade do vento jug

to ã barreira, mas protegem as culturas por umadistância bem maior,

canparativamente aos pr.írre Lros,

Considerando-se o grau de proteção e a extensão da área

protegida, verifica-se que o quebra-vento D, cem 27%· de perrreabilidade

e CXlITl a menor porcentagem de "vãos", foi o mais eficiente na proteçãocontra o vento.

As barreiras protegem a cultura reduzindo as

umidade do solo, sendo que este benef'Icí.o se faz sentir a2H e se estende além de l6H, sendo mâxírro entre 4 e 8H. Em

perdas

partirtennos

de

dede

umidadedo solo, os ganhos superam as perdas,

Sob o aspecto de proteção oontra o vento a desrama das

59

árvores da barreira é contra-indicada, pois provoca afunilamento do

vento, que passa peLa base das árvores CX)Il1 a velocidade aumentada. No

entanto, alguns autores recorrendamque, a despef.to deste afunilamento, a

desrama deve ser feita nas regiões emque as geadas sejam freqüentes.

Para proteger lavouras no Vale do Paranapanerna, osquebra-ventos de Grevillea robUsta IXX1em ser plantados CX)Il1 uma única

linha, árvores espaçadas em5mentre si, e a fu'stância entre duas bar-

reiras consecutivas deve ficar eu torno de 14H. Caro a altura mâxírna

que a Grevillea atinge emcampoaberto gira eu torno de 15M,esta distân

eia deve ser de, no máximo,200m,para que haja proteção efetiva.

óO

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7. APt1IDlCE

7.1. Análise Fisica do Latosso1 Roxo% de Umidade

lU

PROF. 00soro

0,1te.c. )

T E N SÃO (ba r)

0,3 1,0 3,0 6,015,0(PMP)

0-20an 33,1 28,1 23,330,5 26,5 25,5

60-80an 28,4 24,833,9 30,6 27,1 27,1

7.2. Dados de Velocidade Absoluta do vento

VEr.cx:::IDADE DO VEN'IO (Kny'hora) Área protegida/campo aberto

rD.IST. DA

BARREIRA A

QUE B R A - V E N TOSB C D

-4H 4,35/3,34

-2H 4,20/3,80 3,05/2,95 4,34/3,693,90/2,55

-lH 4,80/4,20 2,90/2,70

o 4,90/2,50 2,50/2,60

4,80/3,22lH 5,20/2,25 2,45/2,004,52/2,472H 4,25/1,20 2,60/).,80

4,45/1,684H 4,80/1,75 2,50/1,60

4,52/2,838H 4,90/2,95 2,20/.,1,50

4,62/3,9016H 4,90/4,60 2,10/1,80

3,90/1,90

3,50/2,10

3,20/1,552,70/1,15

3,25/1,90

3,55/3,10

3,60/3,45

4,12/3,12

7.3. DIMENSOES 00 CAPEEJRO

ALTôAA (m)

DIST. DA C A F E E I R O SBARRElAA ·1 11 111 IV V X s CV%

O 2,50. 2,30 2,30 2,20 2,70 2,40 0,20 8,3

lH 2,30 2,40 2,40 2,50 2,:28 2,37 0,10 4,1

2H 2,65 2,35 2,60 2,40 2,50 2,50 0,13 5,1

4H 2,10 2,50 2,40 2,80 2,80 2,52 0,29 11,7

8H 2,50 2,20 2,55 2,15 2,45 2,37 0,18 7,7

16H 2,60 1,90 2,60 2,30 2,60 2,40 0,31 12,8

DIÂMETro DA COPA (rn)

DIST. DA C A F E E I R O S

BARREIRA I 11 111 IV< V X s CV%

O 2;150 1,80 2,00 2,20 2,10 2,12 0,26 12,2

lH 2,70 2,60 2,30 2,70 2,80 2,62 0,19 7,3

2H 2,70 2,70 2,80 2,60 2,72 2,72 0,08 3,1

4H 2,20 2,70 2,40 3,00 2,60 2,58 0,30 11,8

8H 2,60 2,60 2,50 2,20 2,40 2,46 0,17 6,8

16H 2,40 2,30 2,70 2,50 2,50 2,48 0,15 5,9

·72

7 •4. lMIDl\ljEIX) SOU) - % 'DO PESO SEm

0-10anDISTÂNCIA DA A t-1 o S T "Rr A S

BARREIRA ·A B C X s C.V.%

OH 25,6 25,8 25,1 25,5 0,36 1,4

lH 26,3 26,6 26,7 26,5 0,21 O,Ô

2H 26,4 26,9 27,1 26,8 0,36 1,3

4H 27,2 27,7 27,2 27,4 0,29 1,1

8H 26,9 27,6 27,6 27,4 0,40 1,5

16H 26,5 26,4 26,4 26,4 0,06 0,2

Campo aberto 26,6 25,8 25,9 26,1 0,44 1,7

30-40anDISTÂN:IA DA

BARREIRA A B C X s c.v.s

o 30,2 29,9 31,1 30,4 0,62 2,1

lH 32,5 32,6 32,0 32,4 0,32 1,0

2H 33,3 33,8 33,7 33,6 0,26 0,8

4H 35,0 35,5 35,1 35,2 0,26 0~8"

8H 34,8 34,2 35,0 34,7 0,42 1,2

16H 34,3 33,9 34,0 34,1 0,21 0,6

Campo Aberto 33,2 33,0 33,4 33,2 0,20 0,6

73,.

7.5. ANÂLISE ESTATISTlCA [)CG RESJLTADOS

Teste de Kru.skal-WaIIis, para dados não pararnétricos (CAMPOS, 1979)

UMIDADE 00 soro. O a Iocmde prcftmdidade

DIST. DA

BARREIRAUR

o 25,5 23,5 b

26,5 33,7 a,b

26,8 36,7 a,b

27,4 42,4 a

27,4 42,9 a

26,4 32,7 a,b

26,1 29,6 a,b

lH

2H

4H

8H

16H

CaITIfXJ aberto

:UMIDADE 00 soro. 30 a 40 ou de profundidade

DIST. DA

BARREIAAUR UD

O 30,4 52,9 c

lH 32,4 52,9 b,c

2H 33,6 84,3 a,b,c

4H 35,2 100,0 a

8H 34,7 95,1 a,b

16H 34,1 89,2 a,b,c

'CEllTIFO aberto 33,2 80,4 a,b,c

74

As medí.dasseguidas peLa masmaletra não diferem 5igni-ficativamente entre si.

PRODUTIVIDADE005 CAFEEffies

Para a . prc:dutividade dos cafeeiros o teste de Kruskal

Wallis aponta diferença significativa entre as anostras, masnão é pos-sível detectar diferença entre as rrédias de prc:dutividade corresporrlen-tes a cada distância.

O alto coeficiente de variação (C'.V.) enoontrado é decor+

rente de anostragern insuficiente.~do a fónnula de cxx::riRAN (1965):

t2 s2 l-fn = ----~~-------

d2onde: n= n9 mínirro de amostras

t= valor de tabela (5tudent)2 ,A,S = varl.ancl.a

d = 0,1f=a

Na = n9 de arrostras tanadasN = n9 total de individucs ,

o númeromínimode arrostiras para cada distância seria de 76 ao nível de5%de prc:babilidade e, ao nível de 1%, 305 anostras.

CAMPOS, H. de, 1979Estatlstica E?q:erirrental nao pararrÉtrica, 3a. ed. ,Depto. de Mat:erráticae Estatística - ESALQ.Piracicaba. 343p.

COCHRAN', W.G., 1965. Técnicas de arrostragem. 2a. ed. Ed. Fun::1o de CUltu

ra. Rio de Janeiro. 555p.