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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL E FORÇA DE PREENSÃO MANUAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA MARÍLIA RODRIGUES DA SILVA NATAL - RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL E FORÇA DE PREENSÃO

MANUAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

MARÍLIA RODRIGUES DA SILVA

NATAL - RN 2017

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EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL E FORÇA DE PREENSÃO MANUAL DE

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

MARÍLIA RODRIGUES DA SILVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física

NATAL/RN

2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Sistema de Bibliotecas – SISBI

Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede

Silva, Marília Rodrigues da.

Efeito do treinamento funcional na composição corporal e força de preensão manual de pessoas com deficiência / Marília Rodrigues da Silva.

- 2017.

55f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Educação

Física.Natal, RN, 2017.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas.

1. Composição corporal - Dissertação. 2. Força - Dissertação. 3.

Deficiência física- Dissertação. I. Dantas, Paulo Moreira Silva. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 612:531.2

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EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL E FORÇA DE PREENSÃO MANUAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Presidente da Banca: Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas

BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Breno G. de Araújo Tinôco Cabral (UFRN) Prof. Drª. Maria Aparecida Dias (UFRN) Profª. Drª. Maria Irany Knackfuss (UERN)

DEDICATÓRIA

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Com amor dedico este trabalho:

Aos meus pais, meu irmão, meu noivo e a toda a minha

família, que com muito carinho e apoio, não mediram

esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha

vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que todos os dias da minha vida me deu forças para nunca desistir e me

mostrou um caminho profissional que me transformou como pessoa e profissional, dando

outro sentido a minha vida!

Ao meus pais, que sempre me orientaram para a educação e para a vida, me

fazendo chegar a caminho nunca imaginados, mas sempre sonhados, me dando todo o

suporte que precisei para alcançar os meu objetivos. Sem vocês, nada disso seria

possível!

A minha família, que sempre me empurrou para cima, me dando auxílio para

sempre ir mais longe. Em especial a Tia Zélia, que sempre foi a minha inspiração

profissional, que me fez digitar uma dissertação com apena 15 anos, o que fez nascer em

mim o meu sonho de chegar a um mestrado!

Ao meu noivo, Bibi, que me aguentou nos dias estressantes, suportou todas as

minhas ausências e sempre me deu os conselhos certos nas horas certas.

Aos meus amigos de docência, em especial, Vera Bruch, Jason Azevedo, Edeilson

Matias, Diane Sena, Rafaela Kaline, Kaline Dantas, Nino Aboarrage e Emanuel Carlos,

por todas as contribuições, pela amizade e por todos os momentos de construção

coletiva, sou feliz por fazer parte dessa equipe.

As minhas amigas, parceiras, confidentes, companheiras e lindas, Larissa Rocha e

Thaisys Blanc, por todos os momentos de apoio, mesmo quando eu tentava disfarçar

estar tudo bem, vocês me entendiam e me deram absolutamente tudo que precisei,

principalmente boas risadas. Vocês são fundamentais para a minha vida!

A minha amiga Fabiana Tenório, por tudo que me ensinou durante o seu mestrado,

pelas oportunidades de ficar coletando até tão tarde, que cotidianamente éramos

“expulsas” do departamento, quanto aprendizado! Tudo que vivi na sua pós-graduação,

pude transferir para a minha! E fez uma diferença tamanha...

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Ao meu orientador, professor e amigo, Dr. Paulo Dantas, pela compreensão,

conselhos e por todos os ensinamentos desde a graduação que contribuíram para a

minha formação, enquanto profissional, docente e ser humano. Muito obrigada, por

sempre acreditar, apostar em mim e me mostrar o caminho para as melhores

oportunidades, você é meu maior referencial na Educação Física!

A família AFISA, pela amizade, carinho e suporte, sempre que precisei! Espero que

possamos continuar trilhando esse caminho de sucesso! Mas devo um agradecimento

mais que especial a alguns que estiveram mais próximo e pude contar em alguns

momentos de dúvidas e necessidade de suporte acadêmico: Juliany Araújo, Jason

Azevedo, Rafaella Catherine, Radamés Medeiros, Tatiane Lima, Eduardo Santana e Ana

Camila Campelo.

A professora Cida Dias, sempre a admirei tanto e sonhei em trabalhar junto, esse

dia chegou! Obrigada pela visão mais pedagógica, mais holística e mais sensível neste

trabalho tão quantitativo.

Ao professor Breno Cabral, que mesmo distante, sempre esteve presente, e nos

momentos que pude acompanhar suas falas, agradeço por tantos aprendizados! E que

me fez pensar em outra perspectivas para a minha atuação profissional e acadêmica.

Super agradeço aos meus voluntários, sempre tão dispostos e com sede de

melhorar sua saúde através do exercício físico! Vocês foram anjos que Deus permitiu

entrar em minha vida para me fortalecer e em um momento de dúvida, ratificar que o meu

trabalho é a minha missão de vida!

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“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.” (Confúcio)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 14

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 16

2.1 Geral ...................................................................................................... 16

2.2 Específicos ............................................................................................ 16

3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 17

3.1 Deficiência Física, atividade física e saúde ........................................... 17

3.2 Treinamento Funcional .......................................................................... 19

3.3 Treinamento Funcional para Pessoas com Deficiência ......................... 23

4. MATERIAS E METODOS ............................................................................. 26

4.1 Caracterização da pesquisa .................................................................. 26

4.2 Amostra ................................................................................................. 26

4.3 Critérios de inclusão e exclusão ............................................................ 26

4.4 Intervenção ............................................................................................ 26

4.5 Instrumentos e procedimentos .............................................................. 27

4.6 Análise Estatística ................................................................................. 30

5. RESULTADOS ............................................................................................. 31

6. DISCUSSÃO ................................................................................................ 33

7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 43

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 44

APÊNDICES ..................................................................................................... 48

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

TCLE – Termo de Consentimento e Livre Esclarecido CNS – Conselho Nacional de Saúde CEP – Comitê de Ética em Pesquisa MT – Massa Total MM – Massa Magra MG – Massa Gorda %G – Percentual de Gordura. Din. D – Dinammometria mão direita Din. E – Dinamometria mão equerda

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição Corporal pré e pós intervenção individual por sujeito ....................... 31

Tabela 2 - Dinamometria pré e pós intervenção individual por sujeito. .................................. 32

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RESUMO

EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL E FORÇA DE PREENSÃO MANUAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Autor: MARÍLIA RODRIGUES DA SILVA

Orientador: Prof. Dr. PAULO MOREIRA SILVA DANTAS

Entre os indivíduos com deficiência física, alterações bioquímicas e metabólicas indesejáveis se estabelecem com a inatividade física, resultando em redução da massa muscular e acúmulo excessivo de tecido adiposo corporal, e conseqüente diminuição da força. O presente estudo teve como objetivo avaliar a composição corporal e a preensão palmar de pessoas com deficiência física praticantes de treinamento funcional. Foram avaliados 8 sujeitos com deficiência física, de ambos os sexos, com idade entre 16 e 59 anos, todos foram submetidos a 12 semanas de intervenção através da metodologia do treinamento funcional. Foram avaliados os componente da composição corporal: para massa total, massa magra, massa gorda, %G e força de membros superiores direito e esquerdo pré e pós intervenção, estas medidas foram realizadas no DEXA e para avaliação de força de membro superior, o dinamômetro de preensão manual. Utilizou-se a estatística descritiva com valores individualizados tanto para força como composição corporal. Para as inferências quanto possíveis modificações entre o pré-teste e pós-teste utilizamos o delta de mudança através da seguinte equação: Δ=((Pós/Pré)-1). O principal achado do estudo em tela, aponta para uma melhora da força de membros superiores e da composição corporal de todos os avaliados, exceto para um sujeito na dinamometria da mão direita e um para dinamometria da mão esquerda. Com base nos resultados encontrados podemos concluir que para o grupo estudado a prática do treinamento funcional pode constituir uma estratégia eficaz para melhora e/ou manutenção da força e da composição corporal de indivíduos com deficiência física. PALAVRAS-CHAVE:composição corporal, força, deficiência física.

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ABSTRACT

EFFECT OF FUNCTIONAL TRAINING IN BODY COMPOSITION AND MANUAL HOLDING FOR PERSONS WITH DISABILITIES

Author: MARÍLIA RODRIGUES DA SILVA

Supervisor: Prof. Dr. PAULO MOREIRA SILVA DANTAS

Among individuals with physical disabilities, undesirable biochemical and metabolic changes are established with physical inactivity, resulting in reduction of muscle mass and excessive accumulation of body adipose tissue, and consequent decrease in strength. The present study aimed to evaluate the body composition and hand grip of people with physical disabilities practicing functional training. Eight subjects with physical disabilities, of both sexes, aged between 16 and 59 years, all were submitted to 12 weeks of intervention through the functional training methodology. Body composition components were evaluated: for total mass, lean mass, fat mass,% G and strength of right and left upper limbs before and after intervention, These measures were performed in the DEXA and for evaluation of upper limb force, the manual grip dynamometer. Descriptive statistics were used with individualized values for both strength and body composition. For the inferences regarding possible modifications between the pre-test and the post-test we use the change delta by the following equation: Δ = ((Post / Pre) -1). The main finding of the study, points to an improvement of upper limbs strength and body composition of all evaluated, except for one subject in the right hand dynamometry and one for left hand dynamometry. Based on the results we can conclude that for the group studied the practice of functional training can be an effective strategy to improve and / or maintain the strength and body composition of individuals with physical disabilities.

KEY- WORDS: body composition, strength, physical disability.

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1. INTRODUÇÃO

A adesão a um programa de exercício físico é de suma importância para a

saúde geral da população. As pessoas com deficiência também devem usufruir dos

benefícios destas práticas, pois o acesso a saúde é um direito de todos, desde que

tomada as devidas precauções para atender as suas necessidades. Com foco na

promoção da saúde, os exercícios físicos tem importante papel na manutenção e/ou

melhora dos componentes da aptidão física relacionada a saude, entre elas, a

composição corporal e força muscular.

Tendo em vista um campo de pesquisa recente, visando contribuir para a

fundamentação teórica e esclarecimentos acerca do treinamento funcional, nasce a

necessidade de investigar este protocolo de treino para a população com deficiência,

possibilitando uma contribuição para a área de pesquisa da atividade física adaptada

na perspectiva da promoção da saúde.

Ressalte-se ainda o fortalecimento de um programa de atividade física regular

oferecido às pessoas com deficiência, como meio de manutenção da saúde e da

qualidade de vida e ratificar a importância de novas iniciativas nesse sentido, para

que cada vez mais a comunidade acadêmica envolva-se com a atividade física para

pessoas com deficiência e o esporte paralímpico.

Diante do aumento do número de pessoas com deficiência no Brasil, de

acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010),

existem mais de 45 milhões de pessoas com deficiência no País, o que representa

um quarto da população, a atenção integral a saúde desta população, assegurada

pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, assume uma nova relevância.A

oportunidade da prática de exercício físico para pessoas com deficiênciaé de

extrema eficácia para a promoção da qualidade de vida das mesmas, pois diversos

estudos têm evidenciado a importância da prática regular de atividades físicas como

meio de prevenir doenças associadas ao sedentarismo (HEATH; FENTEM, 1997).

Entre os indivíduos com deficiência física, alterações bioquímicas e

metabólicas indesejáveis se estabelecem com a inatividade física, resultando em

redução da massa muscular e acúmulo excessivo de tecido adiposo corporal,

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situação verificada através de parâmetros antropométricos(GHORAYEB; BARROS,

1999; SPUNGEN et al., 2003).

A ausência de exercícios físicos gerada pela imobilização dos membros

inferiores conduz a mudanças na composição corporal, tais como: redução do

conteúdo de mineral ósseo, da massa muscular esquelética e da água corporal

concomitantemente com o aumento da gordura corporal. Essas mudanças na

composição corporal de indivíduos com deficiência física geralmente são associadas

com o desequilíbrio da taxa metabólica que somados ao estado sedentário podem

aumentar o risco de doenças cardiovasculares, quando comparados com indivíduos

aptos fisicamente (KOCINA, 1997; FRONTERA et al., 2001; BUCHHOLZ et al., 2003;

MAGGIONI et al., 2003; SPUNGEN et al., 2003).

A manutenção da força muscular é de extrema importância para os indivíduos

com deficiência física durante a propulsão da cadeira e a realização de atividades de

vida diária, como deitar e levantar da cama, entrar e sair do carro, ir a banheiro,

trocar de roupa, dentre outros(GIACOMINI, 2007).

A força de preensão manual tem-se caracterizado como mecanismo acessível

na avaliação de força. Algumas das Atividades da Vida Diária para serem realizadas

com boa funcionalidade dependem direta ou indiretamente da força de preensão

manual (REIS,2003).

A força muscular e a composição corporal são considerados importantes

componentes da aptidão física relacionada a saúde, e entre as diversas

possibilidades de treinamento para desenvolvimento destes componentes destaca-

se, o treinamento funcional.

Os exercícios funcionaisvisam melhorar a capacidade funcional, ou seja, a

habilidade de realizar as atividades da vida diária com eficiência, autonomia e

independência (CAMPOS; NETO, 2004).

Diante do exposto, autores vêm destacando a importância de avaliar a força e

composição corporal de pessoas com deficiência física, intervindo no protocolo de

tratamento, com o intuito de melhorar a qualidade de vida desta população.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar a composição corporal e a força de preensão manual de pessoas com

deficiência física praticantes de treinamento funcional.

2.2 Específicos

Verificar a composição corporal de pessoas com deficiência física;

Medir a força de preensão manual de pessoas com deficiência física;

Descrever o efeito dose-resposta do treinamento funcional na composição

corporal e força de preensão manual.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Deficiência Física, atividade física e saúde

Algumas décadas atrás parecia impossível a reabilitação das pessoas com

lesão medular grave, traumatismos com amputações dos membros superiores e

inferiores, que na maioria das vezes levavam o indivíduo ao quadro de invalidez

permanente. Após a segunda guerra mundial, centros de reabilitação foram

construídos, para atender ao grande número de pessoas com deficiências provindas

da guerra(VITAL et al., 2002).

As características físicas de um indivíduo podem ser modificadas em função

de múltiplos fatores, dentre eles: hábitos cotidianos, hábitos alimentares e quantidade

de atividade física; condições socioeconômicas e culturais da família, lesão ou

trauma físico ou estado de desnutrição(SANTOS; GUIMARÃES, 2002; SILVA et al.,

1999).

É de conhecimento que pessoas com deficiência física apresentam alterações

metabólicas e físicas que repercutem diretamente em sua composição corporal.

Cada tipo de deficiência apresenta modificações fisiológicas que dependerá do grau

e tempo que a deficiência foi instalada(QUINTANA; NEIVA, 2008), por exemplo,

temos as pessoas com lesão medular crônica, as quais apresentam mais

susceptibilidade a terem aterosclerose que indivíduos sem deficiência física, devido à

redução brusca de massa muscular, aumento de massa gorda em regiões

acometidas pela lesão, redução da liberação de adrenalina, relacionando-se a picos

de glicemia e de insulina mais duradouros e descompensados, podendo

desencadear a resistênciaà insulina. Estes fatores se mostram mais críticos quanto

mais alta for o nível e o tempo da lesão(ELDER et al., 2004).

A avaliação e análise da composição corporal, assim como o exercício, são

fatores primordiais para mudar ou prevenir este quadro descompensado que a

limitação física pode acarretar, pois existe uma estreita relação entre saúde e

composição corporal, na qual estudos têm demonstrado haver uma associação de

algumas medidas antropométricas humanas com risco de doenças metabólicas

(SANTOS; GUIMARÃES, 2002). Os desequilíbrios e déficits musculares também

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podem estar presentes nas pessoas com deficiência, o que levam ao desgaste

prematuro das articulações podendo ser previamente identificados(SILVA;

ANDRADE, 2002).

O esporte possibilita às pessoas com deficiência demonstrar sua capacidade,

competência e superação frente as exigências físicas, psicológicas e disciplinares do

esporte de alto rendimento(PETTENGILL, 2001).

A prática esportiva pode facilitar o desenvolvimento, a manutenção e o

aprimoramento das capacidades motoras remanescentes, promover atividades de

lazer, facilitar a interdependência funcional, além de reduzir as condições

secundárias à deficiências e, principalmente, melhorar a qualidade de vida.

Tanto para desempenho quanto para promoção do lazer e saúde, o exercício

físico necessita de avaliação física. Esta, além de proporcionar um direcionamento

para a prescrição da atividade física em pessoas com deficiência, contribuirá para o

conhecimento de suas capacidades físicas, amenizando o seu auto preconceito e a

visão estigmatizante e limitante pautada em valores, crenças e expectativas sociais

que traduzem a pessoa com deficiência como um incapaz, frágil e

vulnerável(SOARES; MOREIRA; MONTEIRO, 2008).

O equilíbrio dos parâmetros de força muscular nas articulações é de grande

relevância, tanto no aspecto clínico como para o desempenho atlético. Desta forma,

uma avaliação precisa da função muscular tem sido de fundamental interesse clínico,

principalmente quando o objetivo é prevenir lesões através da identificação precoce

de deficiência contralateral de um grupo muscular, ou de desequilíbrio entre

músculos antagonistas de uma articulação(SILVA; ANDRADE, 2002).

Os resultados da prática de exercícios físicos às pessoas com deficiência,

independentemente do objetivo, seja para competição ou para lazer, sempre

apontam para uma melhora na qualidade de vida, na capacidade funcional e nos

fatores biopsicossociais para as pessoas que praticam.

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3.2 Treinamento Funcional

O treinamento funcional se tornou um dos métodos mais utilizados de

treinamento para a melhora da saúde, da estética e do desempenho esportivo, e

ainda podemos utilizar a prática em um programa de prevenção e/ou tratamento de

lesões, reduzindo dores musculares, melhorando o equilíbrio, e aumentando a

potência muscular.

Segundo Monteiro e Evangelista (2010), este treinamento tem como princípio

preparar o organismo de maneira íntegra, segura e eficiente através do centro

corporal, chamado por core, que tem como significado “núcleo”, compreendendo o

grupo muscular dos transversos espinhais – rotadores, interespinhais,

intertransversais, semiespinhais e multífido que abrangem a coluna lombar. Na

região do abdômen, tem-se o reto-abdominal, oblíquo externo, obliquo interno e o

transverso do abdômen. No quadril encontram-se os glúteos – máximo e médio,

iliopsoas e isquiotibiais(EVANGELISTA; MONTEIRO, 2010).

O treinamento funcional está embasado na melhoria dos aspectos

neurológicos que afetam a capacidade funcional do corpo humano, utilizando

exercícios que desafiem os diferentes componentes do sistema nervoso e que,

assim, estimulam a sua adaptação. Isto resulta em uma melhoria das principais

qualidades físicas, tanto no dia a dia quantos nos gestos esportivos (CAMPOS,

2004).

O treinamento é baseado em uma prescrição coerente e segura de exercícios

que permitam a estimulação do corpo humano de um modo capaz de melhorar todas

as qualidades do sistema musculoesquelético, como força, velocidade, equilíbrio,

coordenação, flexibilidade, lateralidade, resistência cardio e neuromuscular e

também motivação através da manutenção do centro de gravidade do corpo

(CAMPOS, 2004).

São movimentos integrados, em vários planos, que envolvem aceleração

articular, estabilização e desaceleração articular, força e efeiciência neuromuscular.

É solicitado que o praticante utilize seu domínio corporal para executar os

movimentos.

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O treinamento funcional envolve movimentos que são específícos – em termo

de mecânica, coordenação e/ou sistema energético – para as Atividades de Vida

Diária do indivíduo (PLISK, 2002).

Segundo D’Elia (2005), o objetivo do treinamento funcional é resgatar através

de um treinamento a capacidade funcional do indivíduo, independente do seu nível

de condicionamento e das atividades que ele desenvolve, através do uso de

exercícios que se relacionam com a atividade específica e que ele possa transferir os

seus ganhos de forma efetiva para o seu cotidiano.

Atualmente, podemos destacar no Brasil, entre as diversas abordagens

metodológicas aplicadas, três linhas do treinamento funcional: uma voltada para a

especificidade do esporte (BOYLE, 2003), outra que utiliza o core como centro do

treinamento (D’ELIA, 2005), e a abordagem que usa exercícios interligados com foco

na melhora da capacidade funcional(EVANGELISTA; MONTEIRO, 2010).

Tomando como foco de estudo a abordagem metodológica desenvolvida por

D’elia (2005), na qual o core é o centro do treinamento para melhora da capacidade

funcional, algumas características devem ser observadas:

Transferência de Treinamento

O grau de similaridade entre os exercícios utilizados sejam próximos aos

movimentos utilizados no cotidiano, pois, uma vez que estes se aproximam se

aproxima a facilidade de permuta dos resultados obtidos para a atividade em

questão.

Estabilização

Capaz de estimular o sistema proprioceptivo e a capacidade de reação do

indivíduo, neste tipo de treinamento mais musculaturas estabilizadoras são

recrutadas para realização do exercício através do equilíbrio.

Desenvolvimento dos padrões primários

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Os movimentos de puxar, empurrar, agachar, avançar, abaixar, girar e levantar

são considerados essesciais, pois o cérebro acessa essas ações de forma fácil e

consegue adequa-las a necessidade do movimento.

Desenvolvimentos dos fundamentos de movimentos básicos

São movimentos básicos no treinamento funcional, as habilidades

locomotoras, as habilidades não locomotoras e de estabilidade, habilidades de

manipulação e consciência de movimento, uma vez que os mesmos podem ser

empregados em qualquer modalidade esportiva e atividade do cotidiano.

Desenvolvimento da consciência corporal

Tornar-se consciente do seu corpo para perceber e domina-lo de maneira

eficiente na execução de movimentos variados utilizados no cotidiano.

Desenvolvimentos da habilidades biomotoras fundamentais

Habilidades como força, resistência e flexibilidade no treinamento funcional

são recrutadas em interação, não devendo uma sobressair a outra.

Aprimoramento da postura

A postura influencia diretamente na capacidade de realizar um movimento e

na qualidade de execução deste, para isso são trabalhadas atividades tanto na

postura estática quanto na postura dinâmica.

É um treinar diferente que respeita a individualidade biológica, facilitando a

seleção dos conteúdos, meios, organização e métodos com execuções seguras,

assim gerando um excelente condicionamento físico, pelo fato dos movimentos

exigirem muito dos indivíduos. Ressaltando que, o treinamento depende dos

objetivos do cliente e da sua capacidade de produzir movimento, permitindo realizar

ações motoras que mais se assemelham das atividades executadas no dia a dia de

cada pessoa.

Para que esse treinamento seja eficiente, a cadeia cinética funcional de

movimento deve ser treinada na busca de melhorar todos os componentes

necessários para um desempenho ótimo da função desejada.

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Segundo a metodologia proposta por D’Elia (2013) relata sobre os pilares que

precisam ser seguidos para a periodização correta, que consistem na preparação de

movimento, no qual se encontra o aquecimento cíclico, ativação do core, do glúteo

(com exceção dos cadeirantes) e da cintura escapular. Após isso pode ser feito o

preparo muscular, consistindo em realizar movimentos sobre cadeias que

puxam/empurram, no plano vertical/horizontal, dominância de joelho (agachamento)

e quadril (levantamento terra). Na sequência o treinamento do core com

flexão/extensão de tronco, rotação, potência de abdome, trabalho de agilidade e

velocidade, prevenção de lesão, DSE (desenvolvimento dos sistemas energéticos) e

regeneração.

Um dos pontos positivos que o funcional nos proporciona, são exercícios

motivacionais e desafiadores, além de poucos implementos que precisamos para

realizar um treino. De certa forma, isso exige um maior cuidado com o aluno em

alinhá-lo corretamente durante a atividade proposta, pois as máquinas na

musculação fornecem mais apoios e guiam os movimentos, devido as inúmeras

roldanas que podem conter. Mas sem controle corporal não há como se exercitar

corretamente. Consideramos o peso do corpo uma ótima ferramenta de trabalho para

melhorar a capacidade funcional do indivíduo, porém para um resultado efetivo é

indispensável a dedicação do aluno (MONTEIRO; CARNEIRO, 2010).

Devemos ter sempre o cuidado na prescrição dos treinos, colocando de forma

inicial todo o controle do tronco, sendo que é mais seguro realizar exercícios mais

simples para o complexo. Com o decorrer do treinamento inteligente deve-se passar

confiança para o aluno e como resultado ele irá se soltar mais, confiar no

profissional, criar independência e autoestima. Desafiar o aluno no seu plano de

treinamento gera um crescimento muito gratificante por parte de ambos (D’ELIA,

2008).

No caso dessas pessoas incapacitadas de caminhar, é necessário ter

inteligência na prescrição dos exercícios, pelo fato que eles passaram por muitas

dificuldades e é muito fácil desmotivá-los. Por isso que, os exercícios que possuem

alguma finalidade no seu dia a dia, ou seja, abrir a geladeira, pegar objeto que caiu

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no chão, transferir-se da cama para a cadeira, se locomover pela casa sem ajuda,

são ações que os tornam independentes e que utilizam uma técnica muito suave

para explorar o condicionamento físico, deixando-os com mobilidade, força e uma

excelente qualidade de vida para maior controle e segurança diante da lesão

traumática (D’ELIA, 2008).

Outra questão que devemos enfatizar são as adaptações que o treinamento

funcional pode promover nas pessoas, além de proporcionar um significativo controle

corporal e inteligência corporal, aprendemos a usar as “molas” do nosso corpo para o

mecanismo de proteção/defesa, com isso há a possibilidade de afastar outras lesões

que vinham a ocorrer pela pouca mobilidade.

3.3 Treinamento Funcional para Pessoas com Deficiência

Cada deficiência possui características que exigem uma atenção especial do

treinador para atingir os objetivos. Com essa população devemos realizar atividades

primeiramente mais simples para então progredir e não frustrar os indivíduos, devido

muitas de suas funções estarem comprometidas. Com o tempo eles serão capazes

de realizar um treinamento funcional adaptado com competência, seguindo os pilares

básicos do treinamento funcional (D’ELIA, 2013).

É visto de forma positiva impor metas para as pessoas com deficiência no seu

treinamento, pois quando submetido em situações desafiadoras que o treinamento

funcional propõe, ele será estimulado a cumprir a tarefa para obter um resultado.

Uma solução que o método de D’Elia (2013) propõe, seria que na etapa de

preparação de movimento, especificamente no treinamento neuromuscular, propor

atividades com gestos, sons, cores ou toques, em que o aluno deve realizar alguma

ação motora pré-estabelecida em determinado toque corporal feito, cor

falada/encostada, ou um som realizado. Assim o exercício possui um objetivo inicial

que precisa ser cumprido, ou seja, o indivíduo se exercita de uma forma dinâmica e

criativa.

Essas atividades tem o intuito de desenvolver diferentes capacidades físicas,

para tornar as pessoas com deficiência mais ágeis, espertos e acima de tudo

saudáveis. É uma forma diferente de conquistá-los, pelo fato que eles possuem uma

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personalidade forte, com características especiais, precisam de mais atenção e não

compreendem tão facilmente as situações. Por isso que com o treinamento funcional

não há monotonia e sim há a possibilidade de treinar de uma forma diferente,

incluindo os alunos com deficiência.

Segundo D’Elia (2013), há a necessidade de seguir o princípio da

individualidade biológica, ou seja, o treinador precisa conhecer o aluno e as

especificidades da sua deficiência para a prescrição do exercício. O segredo para

D’Elia (2013), está na forma diferenciada de treinar, pelo fato do treinamento

funcional ser um método de trabalho dinâmico, que mescla diferentes movimentos

em um único exercício. O foco não está em trabalhar músculos isolados e sim em

trabalhar nas cadeias cinéticas de forma global.

O objetivo do treinamento funcional para pessoas com deficiência física visa

melhorar as capacidades funcionais, contando com exercícios específicos que

estimulam controle corporal, coordenação, agilidade, equilíbrio estático/dinâmico,

entre outros. O método a ser utilizado baseia-se em recuperar a estabilidade no

tronco com uma série de exercícios para o abdome, região lombar e quadris, pois

exercícios que demandam o centro do corpo irão devolver a pessoa com deficiência

sua estabilidade.

O fato é que exercícios resistidos fornecem benefícios físicos e psíquicos aos

sujeitos submetidos a qualquer treinamento, e a constante melhora no desempenho

muscular, no sistema cardiovascular, no tecido conjuntivo e ósseo é evidente, além

de influenciar a função. Mas para isso acontecer deve-se ter organização juntamente

com a assiduidade nos treinos. Com isso, a sensação de bem-estar e independência

do paciente se aproxima, tornando-o mais móvel e funcional (BORTOLLOTI;

TSUKAMOTO, 2011).

Neste sentido, ao ser proposto uma sequência de exercícios funcionais com

elásticos, especialmente destinado aos membros superiores e tronco, visa aumentar

a independência do indivíduo com lesão medular. É de suma importância sempre

enfatizar como meio principal o controle do tronco, pois os resultados satisfatórios

Page 25: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

25

aparecem quando se possui um bom controle corporal sobre as situações do dia a

dia (MADEIRA; DIEHL, 2014).

As consequências da aplicação do treinamento funcional, para fornecer

independência ao indivíduo com deficiência física, tem se mostrado eficiente. Os

exercícios funcionais promovem resultados satisfatórios, independência, confiança e

liberdade para os indivíduos. O treinamento sistemático promove inclusão deste

público, além de torná-los mais saudáveis.

Page 26: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

26

4. MATERIAS E METODOS

4.1 Caracterização da pesquisa

O presente estudo caracteriza-se como descritivo de caráter exploratório. A

metodologia aplicada fez parte de um projeto aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pelo

protocolo 45188715.3.0000.5537.

4.2 Amostra

Foram avaliados 8 sujeitos com deficiência física, sendo eles: Indivíduo 1:

Mulher, 56 anos, com seqüela de poliomielite afetando as duas pernas e braço

direito, com perfil triparésico; Indivíduo 2: Homem, 34 anos, lesão medular C6-T1,

com perfil tetraparésico; Indivíduo 3: Homem, 48 anos, com seqüela de poliomielite

afetando os membros inferiores, com perfil paraparésico; Indivíduo 4: Homem, 48

anos, lesão medular T8 incompleta, com perfil de paraplégico; Indivíduo 5: Mulher, 52

anos, com seqüela de poliomielite afetando perna direita, com perfil monoparésico;

Indivíduo 6: Mulher, 51 anos, lesão medular T1-T2, com perfil paraplégico; Indivíduo

7: Mulher, 36 anos, Lesão medular T6-T10, com perfil paraplégico; Indivíduo 8:

Homem, 16 anos, com Hemimeliafibular congênita.

4.3 Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos no estudo, indivíduos com deficiência física com laudo médico

atestando a deficiência e a aptidão física e que assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Sendo excluídos aqueles que atingiram mais de

25% de faltas no período de intervenção.

4.4 Intervenção

Todos foram submetidos a 12 semanas de intervenção através da metodologia

do treinamento funcional. O objetivo do treinamento funcional para pessoas com

deficiência visa melhoras as capacidades funcionais, contando com

exercíciosespecíficos que estimulem o controle corporal, coordenação, agilidade,

equilíbrio estático/dinâmico, força, resistência e flexibilidade. O método baseia-se em

recuperar a estabilidade de tronco, com uma série de exercícios para tronco, lombar

e quadril, pois estes demandam uso da força do core, que devolverá sua

Page 27: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

27

estabilidade.Para D’Elia (2008), seguindo os pilares do treinamento funcional de

forma progressiva, todos os indivíduos obtém respostas satisfatórias em relação ao

treino. Estes pilares (preparação do movimento, agilidade, preparo muscular, core,

potência, Desenvolvimento de sistemas energéticos - DSE, regeneração e prevenção

de lesão) nos deram o suporte para a periodização do treino e o mesmo foi

individualizado para a necessidade funcional de cada sujeito.

O treino for organizado seguindo a seguinte periodização:

Pilares 1ª a 4ª

Semana

5ª a 8ª

Semana

9ª a 12ª

Semana

Preparação do movimento X X X

Preparo Muscular X X X

DSE X X

Treinamento do Core X X X

Prevenção de Lesão X X

Regeneração X X X

4.5 Instrumentos e procedimentos

Foram definidas as medianas para massa total, massa magra, massa gorda,

%G e força de membros superiores direito e esquerdo pré e pós intervenção.Para

avaliação da composição corporal foi utilizado o método indireto de Absortometria

Radiológica de Dupla Energia (DEXA), o procedimento consiste na utilização de raios

X como fonte de energia radiante pela emissão de fótons.

Para a coleta das informações, o avaliado deve posicionar-se em decúbito

dorsal sobre a superfície do próprio aparelho, onde o braço do scanner desliza sobre

o seu corpo, a uma distância de 80 cm e de maneira retilínea, realizando-se o

rastreamento a partir da cabeça até os pés. O detector capta as informações

associadas à atenuação dos feixes de fótons, após a passagem pelo corpo do

avaliado, e as envia para análise em microcomputador por meio de software

Page 28: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

28

específico. A principal vantagem dessa técnica refere-se ao fato de ser possível

analisar a composição de todo o corpo e por segmentos (membros inferiores e

superiores, tronco e cabeça) e oferecer, desse modo, informações sobre a

distribuição anatômica dos diferentes compartimentos do peso corporal.

A avaliação do teste dura em torno de 30 minutos e deve-se levar em conta a

estatura, o peso do avaliado e a espessura transversa do corpo do avaliado. A

superfície de apoio dos equipamentos apresenta dimensões próximas de 190 x 60

cm.

Para avaliação de pessoas com deficiência física, necessitamos avaliar

anteriormente a amplitude de movimento (ADM) de membros inferiores e quadril,

além de observar a presença de espasmos, devendo realizar um breve alongamento

para que haja diminuição destes. Aquelas pessoas que não tem controle voluntário

da musculatura de membros inferiores e não consegue manter as pernas estendidas

e com os pés voltados para cima, utilizamos uma faixa para mantê-las na posição

correta.

Há a necessidade de 2 avaliadores, visando diminuir os riscos de acidente nos

momentos das transferências daqueles que usam cadeiras de rodas como forma de

locomoção, além da necessidade de auxilio para que o avaliado seja colocado na

posição correta na maca.

A mudança de posição sentado-deitado-sentado, pode gerar vertigem e

diminuição da pressão arterial, indica-se realizar as mudanças de posição de forma

mais lenta, mantendo o avaliado pelo máximo de tempo possível na mesma posição

para depois passar para a próxima posição.

Para avaliação do indivíduo 5 e 8, que deambulam normalmante o

poicionamento no equipamento se deu com os mesmos procedimentos de indivíduos

sem deficiência, uma vez que, estes não dependiam de auxilio para assumir e

manter a posição solicitada.

Quando avaliado o indivíduo 3, pelo mesmo utilizar muletas e tutores

extensores de membros inferiores, necessitamos auxilia-lo para sentar no

Page 29: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

29

equipamento para nesta posição retirarmos os tutores. Após a retirada, o individuo

recebeu auxilio para deitar e por não existir ação voluntária dos músculos dos

membros inferiores, as pernas foram posicionadas e fixadas com uso de uma faixa

pelos avaliadores. Foi conferida a posição do corpo como um todo e adequada a

posição correta, quando houve necessidade.

Para aqueles indivíduos que usam cadeira de rodas, 1, 2, 4, 6 e 7, houve a

necessidade da avaliação de ADM e da presença de espasmos, adotando o

procedimentos anteriormente citado nos casos necessários. Como os indivíduos

desta amostra eram pessoas sedentárias, não existia eficiência nas transferências,

todos necessitaram de ajuda para transferir-se da cadeira para o DEXA, nesta

situação, a presença de dois avaliadores é imprescindível, pois um segura as pernas

do avaliado e o outro segura o tronco, realizando a transferência.

Dependendo do controle de tronco que o indivíduo apresenta, mudar da

posição sentado para deitado pode ser feita de forma autônoma ou com auxílio,

quando houver essa necessidade, segure firmemente a mão do avaliado, enquanto o

segundo avaliador apoia as costas do sujeito, até que o mesmo assuma a posição

deitada. Após deitar o avaliado, é necessário verificar o posicionamento corporal,

como entre os nossos avaliados nenhum tinha um bom controle de tronco, houve a

necessidade de (re)posicionarmos o corpo da forma que o protocolo de avaliação

pede, além de manter a pernas na posição correta através da fixação com faixa.

Aqueles que apresentam ADM reduzida no joelho e não conseguem estendê-

lo por completo, colocamos um apoio abaixo do joelho para um melhor

posicionamento e evitando assim que a pernas fiquem soltas, havendo a

possibilidade de delocar-se lateralmente.

Para avaliação de força de membro superior foi utilizado o dinamômetro de

preensão manual. Para o posicionamento dos sujeitos, adotou‐se o sugerido pela

Sociedade Americana de Terapia da Mão (ASHT): os sujeitos permaneceram

sentados com a coluna ereta e mantiveram o ângulo de flexão do joelho em

90 graus. O ombro foi posicionado em adução e rotação neutra, o cotovelo foi

flexionado a 90 graus, com antebraço em meia pronação e punho neutro, com

Page 30: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

30

possibilidade de movimentá‐lo até 30 graus de extensão. O braço manteve‐se

suspenso no ar com o membro posicionado no dinamômetro e o instrumento foi

sustentado pelo avaliador.

Aquele sujeitos que tinham em sua cadeira de rodas o apoio para braço, o

mesmo foi retirado para execução do teste, afim de evitar o apoio do cotovelo.

4.6 Análise Estatística

Utilizou-se a estatística descritiva com valores individualizados tanto para força

como composição corporal. Para as inferências quanto possíveis modificações entre

o pré-teste e pós-teste utilizamos o delta de mudança através da seguinte equação:

Δ=((Pós/Pré)-1). Sendo que se o resultado for um valor positivo houve aumento no

componente e no caso de valores negatives, houve diminuição.

Page 31: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

31

5. RESULTADOS

Na Tabela 1, observamos os dados referentes a composição corporal pré e

pós intervenção individual por sujeito avaliado, e seus respectivos Δ. Nesta tabela

concentramos as informações dos componentes da composição corporal e suas

mudanças após 12 semanas de intervenção.

MT Pré

MT Pós

Δ MM Pré

MM Pós

Δ MG Pré

MG Pós

Δ %G Pré

%G pós

Δ

1 73,3 73,3 0,00 30,8 30,8 0,00 41 40,9 0,00 55,9 55,9 0,00

2 71,4 72,2 0,01 43 44 0,02 25,6 25,5 0,00 35,8 35,3 -

0,01

3 53,1 54,2 0,02 24,6 25 0,02 27 27,4 0,01 50,5 50,6 0,00

4 72,6 70,2 -

0,03 45,4 43,7

-0,04

23,9 24,1 0,01 34,2 34,3 0,00

5 42,5 42,7 0,00 30,1 29,4 -

0,02 10,9 11,7 0,07 25,7 27,5 0,07

6 72,3 70,2 -

0,03 35,4 32,4

-0,08

35 35,7 0,02 48,3 50,9 0,05

7 54,4 52,7 -

0,03 28,9 28,9 0,00 23,7 22

-0,07

43,5 41,7 -

0,04

8 68 66,8 -

0,02 46,3 47,7 0,03 20 17,1

-0,15

29,3 25,6 -

0,13

Tabela 1 - Composição Corporal pré e pós intervenção individual por sujeito Legenda: MT – Massa Total / MM – Massa Magra / MG – Massa Gorda / %G – Percentual de Gordura.

Na tabela 2, observamos os dados da dinamometria de mão direita, mão

esquerda e seus respectivos Δ, através dessa primeira observação, podemos

verificar aqueles que tiveram melhoras ou não, após 12 semanas de treinamento.

Os Δ indicam a mudança que ocorreu, sendo que para força se o delta for

positivo significa melhora e para composição corporal, para os componentes massa

total, massa gorda e percentual de gordura para que apresente mehora seu valor

Page 32: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

32

deve ser negativo, enquanto que para massa magra, os valores positivos indicam

melhora.

Din. D Pré Din. D Pós Δ Din. E Pré Din. E Pós Δ

1 11 11,6 0,05 18,3 17,6 -0,04

2 0,8 2 1,50 s/r s/r s/r

3 38,6 35 -0,09 20,3 18 -0,11

4 42 46,3 0,10 33,2 35 0,05

5 19 20,3 0,07 20,4 22,3 0,09

6 30,3 32,6 0,08 28 29 0,04

7 31 31,6 0,02 28 30 0,07

8 35 37,7 0,08 40 42 0,05

Tabela 2 - Dinamometriapré e pós intervenção individual por sujeito. Legenda: Din. D – Dinammometria mão direita / Din. E – Dinamometria mão esquerda

Page 33: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

33

6. DISCUSSÃO

O presente estudo teve como objetivo avaliar a composição corporal e a força

de preensão manual de pessoas com deficiência física praticantes de treinamento

funcional. O principal achado do estudo em tela, aponta para uma melhora da força

de membros superiores e da composição corporal de todos os avaliados, exceto para

um sujeito na dinamometria da mão direita e um para dinamometria da mão

esquerda.

Podemos observar que clinicamente, os resultados foram positivos,

principalmente pelo fato de que estamos estudando uma população que já sofre os

efeitos deletérios da deficiência física, portanto os programas de exercícios físicos

devem ter por objetivo melhora e/ou manutenção dos componentes da aptidão física

relacionada a saúde, para que possamos garantir uma melhor qualidade de vida,

promoção da saúde e independência funcional.

Devido a grande importância do músculo do antebraço para a propulsão da

cadeira de rodas, o uso da preensão manual (handgrip) tem sido adotado por alguns

pesquisadores como forma de medida de força muscular em indivíduos com

deficiência (CARDOSO et al, 2012).

A força de preensão manual teve aumento em ambos os membros. A

intervenção do treinamento funcional contava com exercícios que exigiam a mão em

posição fechada, de preferência com sobrecarga, o que contribui para o aumento da

força de preensão manual.

Observamos no nosso estudo que a média de força da mão direita é maior

que a da mão esquerda, o que é confirmado pelos achados de Gorla, Araújo e

Carminato (2005) que realizaram um estudo com o objetivo de avaliar as

capacidades motora de seis atletas com Poliomielite praticantes de basquete de

cadeira de rodas com idade média de 27,3 anos e um tempo médio de treino de 2,08

anos. Os resultados mostraram em média uma assimetria da mão direita em

comparação com a mão esquerda para a força de preensão manual (53,33Kgf Mão

Direita e 46,5Kgf Mão Esquerda). O mesmo autor também salienta que essas

Page 34: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

34

capacidades são de fundamental importância para a manutenção da aptidão física,

seja ela relacionada á saúde ou para o desempenho.

O indivíduo 1, mulher, 56 anos, com seqüela de poliomielite afetando as duas

pernas e braço direito, com perfil triparésico. Este avaliado foi o que apresentou

maiores resultados em todos os componentes da composição corporal e Δ nulo, em

todo os componentes. Quanto menor a mobilidade, menor o gasto energético e como

a mesma apresenta funcionalidade totalmente preservada em apenas um membro

superior, esta afirmação é verdadeira para o avaliado.

Em algumas situações, como a do avaliado 1, ocorre perda da massa magra

corporal, enquanto a massa adiposa é preservada ou mesmo

aumentada(STENHOLM et al., 2008).

O mesmo apresentou média de força maior no pós teste para mão direita. Este

membro superior é o afetado pela poliomielite, o que resulta em diminuição de força

em virtude da diminuição da atividade das células motoras atingidas pelo vírus. Já no

membro superior esquerdo, houve uma diminuição de força Este foi o único sujeito

que apresentou diminuição da força em um membro mais funcional, pode-se atribuir

a fadiga pré-teste, pois a mesma havia realizado atividades de vida diária e laboral

por tempo superior ao de costume.

O Indivíduo 2, Homem, 34 anos, lesão medular C6-T1 incompleta, com perfil

tetraparésico; apresentou um Δ %G -0,01, o que significa melhora, mas o seu

percentual encontra-se acima do considerado normal, uma vez que temos como

referência os dados da publicação de Chumlea et al. (2002) para a faixa etária do

presente estudo, assim, no citado estudo, para os homens, o intervalo para o

percentual de gordura corporal foi de 21,8% a 25,4% e, para as mulheres, 31,0% a

38,0%.

Como este indivíduo apresenta uma lesão alta, a nível cervival, podemos

observar, assim como no indivíduo 1, que a imobilidade e perda de massa magra tem

como conseqüência a preservação da gordura ou mesmo o seu aumento.

Page 35: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

35

Este foi o que obteve maior ganho de força, a lesão do mesmo compromete

também membros superiores, uma vez que a inervação destas musculaturas fica

comprometida após lesão, o mesmo tem a mão esquerda mais comprometida quanto

a força que a mão esquerda, não qual o Tetê não obteve resultado. Estudos tais

como os de Furmaniuk e colaboradores (2010); Morgulec-Adamowicz e

colaboradores (2011) Tabecki e colaboradores (2009) investigaram as manifestações

da força nos atletas de rugby em cadeira de rodas, esporte que conta com atletas

com perfil motor similiar ao nosso avaliado.

Os resultados encontrados nos referidos estudos sinalizam melhoras no ganho

de força dos membros superiores(TABĘCKI; KOSMOL; MASTALERZ, 2009),

proporcionando efeito positivo na resistência corporal dos deficientes, além de

aumentar a capacidade funcional dos atletas com tetraplegia

incompleta(FURMANIUK; CYWIŃSKA-WASILEWSKA; KACZMAREK, 2010). Silva e

Andrade (2002) destacam que a perda da força muscular influencia negativamente a

estabilidade articular e o desempenho atlético e nas funções de atividades de vida

diária.

O Indivíduo 3, homem, 48 anos, com seqüela de poliomielite afetando os

membros inferiores, com perfil paraparésico, apresentou ganho em todo o

componentes, mantendo todos os Δ, este avaliado sofreu uma lesão no ombro, o que

o limitou para algumas atividades, entre elas, o pilar de preparação do movimento,

que envolve atividades aeróbias para aquecimento, a proposta para o mesmo era a

caminhada, como o sujeito utiliza muletas para se locomover, esta atividade teve seu

tempo diminuído e em algumas sessões foi excluída. Ele apresenta %G muito acima

do desejável e em sua maior parte depositada na área central do corpo.

Corroborando com o nossos achados, Santos e colaboradores (2005),

observaram que atletas paraolímpicos brasileiros da equipe de basquetebol

apresentam predominância de gordura na parte central do corpo (59,7%) sendo forte

fator de risco para doenças cardiovasculares.

Quanto ao quesito força mucular, o avaliado 3 presentou perda de força em

ambos os membros, como o mesmo não tem comprometimento de membros

Page 36: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

36

superiores atribuímos essa diminuição em virtude de uma lesão de ombro causada

por uma queda durante o período de intervenção, o que limitou os exercícios com

foco no ganho de força. Os achados de Gorla, Araújo e Carminato (2005) discordam

deste nosso achado, tendo avaliado sujeito com perfil funcional similar ao nosso

indivíduo, foi observado que apesar de haver assimetria na força, a média de força

para membros superiores daqueles que tem comprometimento motor apenas de

membros superiores, é apresentada em cerca de 53 kgf para mão direita e 46 kgf

para mão esquerda.

O indivíduo 4, homem, 48 anos, lesão medular T8, com perfil de paraplégico;

apesar de apresentar melhora na Massa Total, teve perda de massa magra e ganho

de massa gorda, o que resultou em não haver diferença em seu percentual de

gordura.

Confrontando com os nossos achados, os resultados encontrados por Gorla

(2007), realizado com 22 indivíduos do sexo masculino mostra que o percentual de

GC dos indivíduos variou de acordo com o nível da lesão, mostrando que lesados

medulares (LM) acima da T7 apresentavam menores quantidades de GC (19,27 ±

8,43) em comparação com LM abaixo de T7 (23,44 ± 7,38). Nos nossos resultados

podemos observar que o indivíduo de lesão mais alta (C6-T1), indivíduo 2,

apresentou maior %G, que o indivíduo 4, ambos com lesão medular.

Similar ao indivíduo 3, o indivíduo 4, apresentou assimetria de força, porém

com média abaixo dos achados em estudos como o de Gorla, Araújo e Carminato

(2005), ressalte-se que os indivíduos do nosso estudo eram todos sedentários antes

do início da intervenção, havendo apenas passado pelo período de reabilitação e

nunca aderido a um programa de exercício físico, diferente das populações com

deficiência normalmente pesquisadas, atletas com deficiência.

No caso do indivíduo 5, mulher, 52 anos, com seqüela de poliomielite afetando

perna direita, com perfil monoparésico; este indivíduo apresenta como principal

característica a flacidez muscular, com sensibilidade preservada. Entretanto, no

tocante a composição corporal a literatura é escassa, dificultando a interpretação dos

dados coletados. Tomamos como base, os achados de Chumlea et al. (2002), o

Page 37: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

37

avaliado encontra-se abaixo da média do %G para a sua idade, o que é positivo, pois

níveis mais baixos de gordura corporal contribuem para uma melhor qualidade de

vida e diminui os riscos para doenças cardiovasculaes.

O avaliado apresentou ganho de força em ambos os membros superiores,

apresentando um Δ 0,07 kgf para a mão direita e 0,09kgf para mão esquerda, a

mesma apresenta comprometimento motor apenas nas musculaturas da perna

esquerda, o que não a limita em nada para as atividades realizadas com os membros

superiores. Entretanto temos um fator a ser levado em consideração, com o avançar

da idade e pós período da menopausa, a mulher tem uma perda de massa muscular

e consequentemente de força, o que denominamos sarcopenia.

A perda da massa muscular é associada, evidentemente, a um decréscimo na

força voluntária, com um declínio de 10-15% por década, que geralmente se torna

aparente somente a partir dos 50 a 60 anos de idade (BOOTH, 1994).

Um segundo fator que deve ser associado aos indivíduos 3 e 5, é a

possibilidade de novo acometimento através da Síndrome Pós-Pólio, ambos não

apresentam sintomas desta manifestação, mas deve-se observar, pois esta nova

“doença velha”, leva a maior comprometimento motor e funcional.

Sobre o indivíduo 6, mulher, 51 anos, lesão medular XXX, com perfil

paraplégico; temos algumas observações a serem feitas antes de analisarmos suas

modificações ao longo de 12 semanas de treinamento. O avaliado apresenta

diabetes, hipertensão, síndrome do pânico e depressão, o que a torna dependente

de uma série de medicações diárias, o que influencia na sua motivação para treinar e

muitas vezes influencia diretamente no desenvolvimento dos componentes da

aptidão física relacionados a saúde, como os em questão no estudo em tela. A

mesma apresentou maior número de faltas, porém não ultrapassou os 25%

preestabelecidos para inclusão no estudo. A mesma também apresenta maior tempo

de lesão no grupo, 30 anos, o que nos faz refletir sobre os efeitos deletérios da lesão

medular. Além desses efeitos, ainda temos que levar em consideração os efeitos do

avançar da idade e da saúde da mulher citado anteriormente no indivíduo 5.

Page 38: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

38

Podemos observar; além de comorbidades anteriormente citadas, observamos

valores acima do aceitável na massa total, massa gorda e %G, e o comportamento

negativo dos Δ, pois a mesma apresentou perda de massa magra e aumento de

massa gorda, o que teve como conseqüência eu aumento no percentual de gordura.

Gorgatti e colaboradores (2005), descrevem em seu trabalho que lesados

medulares, apresentam maiores concentrações de gordura corporal nos membros

inferiores e na região do tronco abaixo do seu nível de lesão.

Apesar de ambas apresentarem fatores fisiológicos negativos, podemos

observar um delta de mudança positivo, sendo para o indivíduo 5, Δ 0,07 para a mão

direita e Δ 0,09 para mão esquerda, já para o indivíduo 6, Δ 0,08 para mão esquerda

e Δ 0,04 para mão direita.

Indivíduo 7, mulher, 36 anos, Lesão medular T6-T10 completa, com perfil

paraplégico; sem doenças secundárias e com bom controle e consciência corporal,

seus resultados apontam Δ positivos, com diminuição da massa total, manutenção da

massa magra, diminuição da massa gorda e diminuição do %G. Mesmo

apresentando resultado positivo, podemos observar um %G indesejável. Entretanto,

a nossa intervenção teve 12 semanas que repercutiram positivamente na

composição corporal deste avaliado.

Assim, a participação em programas de treinamento físico pode resultar em

inúmeras modificações dos componentes corporais, promovendo aumento da massa

muscular e redução de tecido adiposo, além de importantes modificações nos

parâmetros da composição corporal, sobretudo na gordura corporal e na massa

magra, tornando um importante fator na regulação e na manutenção da massa

corporal (HORTA, 2009).

Apresentou melhora em seu ganho de força, mas com maior Δ para o membro

não preferido, associa-se a este resultado o maior uso deste membro como apoio

para transferências. Indivíduo jovem, sem complicações em virtude da lesão medular

e apresentando força de preensão manual acima da média para a sua faixa etária.

Page 39: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

39

Os achados de Amaral (2015) apontam uma média da força de preensão manual de

36kg, sendo maior entre homens (44,8kg) do que entre mulheres (29kg).

Sobre o indivíduo 8, homem, 16 anos, com Hemimelia fibular congênita, o

mesmo obteve os melhores resultados quanto a composição corporal, como seu

comprometimento motor se restringe a perna direita, o mesmo não apresentou

limitação em realizar nenhum exercício físico. Apresentando Δ de mudança positivo

em todos os componentes, diminuição da massa total, ganho de massa magra e

diminuição de massa gorda, e conseqüente diminuição do %G.

Cooper et al (1994), cita que a prática regularmente em programas de

atividade física, proporciona maiores índices de massa magra e menores

quantidades de gordura, sendo estes fatos, diretamente relacionadas com o estímulo

do esforço a qual são submetidos ao exercício ou até mesmo, as alterações em

resposta do treinamento.

A deficiência do avaliado, apresenta má formação com ausência parcial ou

total da fíbula, no caso do avaliado, apenas em um dos membros, o direito. Esta má

formação congênita gerou ainda a assimetria de membros inferiores, gerando uma

diferença de 6,3cm entre eles, deformidade do pé e tornozelo, ausência de 3 raios

metatársicos e desvio postura.

O mesmo é um jovem ativo fisicamente e após o período de intervenção e

realizado teste de detecção de talento foi encaminhado para a prática esportiva,

como seu comprometimento é apenas em um dos membros inferiores, podemos

compara-lo com a média de força de preensão manual de jovens da sua faixa etária.

O mesmo apresentou média de força acima da média, o que confronta com os

achados de Tibana (2013) que encontrou uma média de 27,4 kgf. O Δ para mão

direita e esquerda demonstra a mudança positiva no nosso sujeito avaliado.

Neste estudo, pôde-se observar que o período de 12 semanas de treinamento

regular de treinamento funcional, foi suficiente para promover ganho de força

muscular de membros superiores para os sujeitos treinados.

Page 40: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

40

Similarmente a este estudo, Nunciato (avaliou a força muscular em um

indivíduolesado medular nível T11-T12, através do teste de 1RM, e realizou um

protocolo de treinamento de força e treinamento funcional durante oito semanas,

verificando que houve aumento da força muscular dos membros superiores no

paciente, proporcionando discreta melhora na qualidade das transferências bem

como nas suas atividades funcionais, traduzindo esse ganho em melhora na

independência funcional do lesado medular.

O comprometimento funcional de pessoas com deficiência física é muito

variável e depende das características da deficiência, tempo de lesão e idade do

sujeito. Entre os avaliados, podemos perceber que aqueles com menor capacidade

funcional, apresentavam maior comprometimento motor em virtude da deficiência

(indivíduo C6- T1 e individuo poliomielite triparésico) ou idade mais avançada do

grupo (56 anos). Também Riberto (2004) relatou em seu estudo que entre os

pacientes lesados medulares com maior comprometimento motor foi possível

observar valores mais baixos de independência funcional.

Observou-se ainda, que nas lesões crônicas (30 anos) e na idade mais

avançada do grupo (56 anos), o treinamento funcional trouxe resultados satisfatórios,

refletindo esse ganho de força muscular em melhoras no bem estar físico e

psicológico dos indivíduos.

Os oito indivíduos avaliados além de apresentarem melhora na força, ainda

podemos observar a melhora nos componentes da composição corporal. Neste

componente, diferente da força, o Δ para indicar melhora deve ser observado valore

negativos.

Poucos estudos tiveram como objetivo analisar a composição corporal de

pessoas com deficiência física, um trabalho publicado por Keil e colaboradores

(2014) verificou valores de (26,6 ± 6,5) na porcentagem de Gordura através do

método DEXA em uma amostra de 12 atletas de basquete em cadeira de rodas do

sexo masculino.

Page 41: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

41

Observando a Tabela 2 é possível afirmar que, dos 8 Sujeitos, 6 apresentaram

níveis de gordura corporal acima dos referenciais normais. As referências de

percentual de gordura para pessoas com deficiência física, vem sendo alvo de

estudos, porém ainda não existem parâmetros para esta população. Por isso foram

utilizados parâmetros de referência estabelecidos para populações sem deficiência.

Embora alguns estudos (GORGATTI; BOHME, 2005; KOCINA, 1997), afirmem

sobre a tendência para maior acúmulo de gordura por parte dos lesados medulares,

no presente estudo, este grupo apresentou concentrações de gordura corporal

semelhantes aos demais

Segundo valores estimativos para gordura corporal, o nível recomendado para

homens é de 15% e para mulheres 25%, enquanto a quantidade de gordura de 25%

ou mais para homens e 32% ou mais para mulheres são considerados como

obesidade (HEYWARD; STOLARCZYK, 1996).

Com os resultados da DEXA dos avaliados, podemos verificar o

comportamento da quantidade de gordura corporal e seu efeito na qualidade de vida

e no treinamento, podemos observar nos avaliados deste estudo uma discreta

diminuição no percentual de gordura, o que é positivo para melhora da saúde e da

independência funcional.

Um dos indivíduos, lesão medular T5-T6, apresentou o pior resultado quanto a

composição corporal, comparando seus resultados pré e pós intervenção, obtendo

um aumento de 2% em seu percentual de gordura, o que significa ganho de 3kg de

massa magra e perda de 1kg de massa gorda, podemos observar individualmente e

levar em consideração fatos que podem ter contribuído para este resultado, o sujeito

é portador de depressão e síndrome do pânico, o que acarreta mudanças de humos

e de comportamento de seu apetite, além da influência em sua participação e

motivação para os treinamentos, o que pode ter influenciado negativamente, mas, ao

mesmo tempo contribuído para o tratamento destas enfermidades.

Segundo Veeger et al. (1991) os sujeitos com lesão medular tem um

metabolismo basal cerca de 10 a 30% menor que o de uma pessoa “normal” da

Page 42: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

42

mesma faixa etária. Os autores atribuem essa diferença à atrofia muscular por

denervação, que reduz as necessidades de energia em relação às pessoas

“normais”. Essa diminuição do gasto energético explica o fato de ambos os grupos

estarem acima do padrão de referência anteriormente citado.

Estudo feito por Gorla et al.(2007) com o objetivo determinar o percentual de

gordura de lesados medulares praticantes de basquete em cadeira de rodas,

observaram que os sujeitos apresentaram percentual de gordura acima dos níveis

normais, o que vem a corroborar com os achados desse estudo.

Indivíduos com deficiência física, sedentários, tendem a apresentar sobrepeso,

o que aumenta o risco de doenças comparados aqueles que são ativos fisicamente,

portanto a participação em programas de atividades físicas pode contribuir para

mudanças nos componentes corporais, resultando e aumento da massa magra e

diminuição do tecido adiposo.

Sendo assim, a prática de atividade física ocasiona a redução significativa do

peso e gordura corporal, elevação ou manutenção da massa corporal magra. Muitas

vezes, esse aumento de massa corporal magra pode representar elevação do peso

corporal total sem que haja aumento excessivo de gordura corporal (HORTA, 2009).

Page 43: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

43

7. CONCLUSÃO

Com base nos resultados encontrados podemos concluir que para o grupo

estudado a prática do treinamento funcional pode constituir uma estratégia eficaz

para melhora e/ou manutenção da força e da composição corporal de indivíduos com

deficiência física.

Embora no componente composição corporal alguns tenham apresentado

resultados não desejáveis, devemos analisar cada item e associar com os resultados

da força, que é outro indicador de saúde.

A avaliação da composição corporal e força são importantes para que

possamos diagnosticar casos que necessitam de intervenção e com o intuito de

fortalecer o conhecimento sobre aptidão física relacionada a saúde, o que nos da

subsídio para a periodização do treino para a saúde e para o desempenho.

Por fim, recomenda-se que o estudo com a população com deficiência seja

dado continuidade, através do uso de outro protocolos de treino e com pessoas

sedentárias, fisicamente ativas e paratletas, a fim de que tenhamos um melhor

entendimento do efeito do exercício físico nesta população, com foco na saúde e no

rendimento esportivo.

Page 44: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

44

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Page 48: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

48

APÊNDICES

Page 49: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

49

FICHA DE AVALIAÇÃO

NOME:_______________________________________________________ DEFICIÊNCIA:_________________________________ TEMPO DE LESÃO:____________ MEDICAMENTOS: _____________________________ TELEFONE:_______________ DATA DE NASC:_____________________IDADE:_____ SEXO: M ( ) F( ) DATA DA AVALIAÇÃO:________________

ANTROPOMETRIA

PESO: P. BRAÇO RELAXADO: C. CINTURA:

ESTATURA: P. BRA. CONT: C. QUADRIL:

ATC: P. ANTEBRAÇO: P. COXA:

P. CABEÇA: P. PUNHO: P. COXA MEDIAL:

P. PESCOÇO: P. PEITO: P. PERNA:

P. TORNOZELO

DIÂMETROS

D. BIACROMIAL D. FEMURAL:

D. BIILIOCRISTAL D. UMERAL:

D. PEITORAL TRANSVERSO:

D. PEITORAL AP:

COMPRIMENTOS ÓSSEOS

ACRÔMIO-RADIAL: TROCANTER:

RÁDIO – ESTILÓIDE: TROCANTER-TIBIAL LATERAL:

MÉDIOESTILÓIDE TIBIAL LATERAL:

ÍLIOESPINHAL PÉ:

TIBIAL MEDIAL SPHYRON TIBIAL:

COMPOSIÇÃO CORPORAL

DOBRA TRICIPITAL

DOBRA SUBESCAP

DOBRA SUPRAIL DOBRA ABDOM DOBRA PERNA MEDIAL

BÍCEPS SUPRA ESPINHAL PERNA PANTURRILHA PANTURRILHA

Page 50: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

50

EQUILIBRIO

PRIMEIRA CONDIÇÃO:( ) ESTÁTICO SENTADO ( ) RECUPERAÇÃO

TENTATIVAS OBSERVAÇÕES

1

2

3

SEGUNDA CONDIÇÃO:( ) ESTÁTICO SENTADO ( ) RECUPERAÇÃO

TENTATIVAS OBSERVAÇÕES

1

2

3

DINAMOMETRIA

PREENSÃO PALMAR

ESCAPULAR

DIGIT RATIO

2D 4D

DIREITO: DIREITO:

ESQUERDO: ESQUERDO:

Page 51: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

51

DOMINÂNCIA DE MEMBROS

OUTRAS INFORMAÇÕES

**ANEXAR RESULTADO DO DXA**

Page 52: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

52

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa “Núcleo Interdisciplinar de Esporte

e Lazer para Pessoas com Deficiência (NIPED): Perfil da aptidão física de pessoas atendidas

pelo projeto.” que tem como pesquisador responsável Leonardo Dantas Rebouças da

Silva.Esta pesquisa pretende avaliar o perfil morfológico e fisiológico de pessoas com

deficiência atendidas no NIPED. O motivo que nos leva a fazer este estudo é a sua proposta

de interferir diretamente na qualidade de vida de pessoas com deficiência através de

avaliações físicas contribuindo diretamente para a melhor prescrição de atividades físicas,

possibilitando ainda a produção de dados que serão transformados em informações para

comunidade posteriormente.

Esta pesquisa pretende verificar o efeito do treinamento functional na composição

corporal e força de preensão manual de pessoa com deficiência física.

Caso você decida participar, você receberá uma avaliação fisica da equipe de

profissionais da saúde vinculados ao NIPED, como Educadores físicos, fisioterapeutas e

nutricionistas, e receberá orientações direcionadas para a pratica de atividade física

adequada a sua especificidade.

As metodologias utilizadas nesse projeto já são reconhecidas e documentadas na

literatura, acreditando-se, pois, não haver riscos aos participantes deste estudo. Entretanto,

caso haja algum problema decorrente dos processos de avaliação você receberá os

atendimentos pré-hospitalares no local, bem como em casos graves, será acionada uma

unidade de emergência (SAMU) e os indivíduos serão indenizados pelos pesquisadores. Os

responsáveis por essa assitência são a pesquiadoraauxiliary Marília Rodrigues da Silva e o

pesquisador responsável Leonardo Dantas Rebouças da Silva.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas procurando os

pesquisadores através dos telefones: Marília Rodrigues da Silva (84) 98846-8251 ou

Leonardo Dantas Rebouças da Silva, (84) 8889-7161.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Page 53: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

53

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas

em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que

possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em

local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido

pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador auxiliar Marilia Rodrigues da Silva.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados

serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que

ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da

pesquisa “Núcleo Interdisciplinar de Esporte e Lazer para Pessoas com Deficiência (NIPED):

Perfil da aptidão física de pessoas atendidas pelo projeto, e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que

nenhum dado possa me identificar.

Natal, ( / / ).

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo “Núcleo Interdisciplinar de Esporte e Lazer para

Pessoas com Deficiência (NIPED): Perfil da aptidão física de pessoas atendidas pelo projeto,

declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos

Page 54: EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO …

54

metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse

estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido

estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano. Natal (

/ / ).

Assinatura do pesquisador responsável

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