Educadores a questao_do_trabalho

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A QUESTÃO DO TRABALHO

NA PERSPECTIVA

ANTROPOLÓGICA E

SOCIOLÓGICA

Ivy Ramirez

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Trabalho

A palavra “trabalho” deriva do termo latino

tripalium, nome dado a um instrumento feito de

três paus aguçados, algumas vezes ainda

munidos de pontas de ferro, com o qual os

agricultores batiam nas espigas de milho e no

trigo para amassá-los e esfiapá-los. Um outro

registro comum em dicionários define o termo

como sendo um “instrumento de tortura”, pois, no

latim popular, tripalium está relacionado ao verbo

tripaliare, que significa “torturar”.

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Assim, uma forma de

definir o trabalho é

associá-lo à dureza, à

fadiga, e no repertório

simbólico, em

diversas

culturas, considerá-lo

como um castigo.

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O trabalho é uma

realização exclusiva do

ser humano, e é

determinado também

por sua criatividade.

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Na antiga Grécia, a

ênfase era dada à

razão, às reflexões,

havendo um desprezo

pelo trabalho;

cultuava-se o ócio dos

filósofos.

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Ao contrário do que ocorre nos tempos modernos, a instituição da escravidão na Antiguidade não foi uma forma de obtermão de obra barata nem instrumento de exploração para fins de lucro, mas sim a tentativa de excluir o labor das condições da vida humana.

Tudo o que os homens tinham em comum com as outras formas de vida animal era considerado inumano. Essa era também, por sinal, a razão da teoria grega, tão mal interpretada, acerca da natureza inumana do escravo.

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Aristóteles, que sustentou tão explicitamente a sua teoria para, depois, no leito de morte, alforriar seus escravos, talvez não fosse tão incoerente como tendem a pensar os modernos. Não negava que os escravos pudessem ser humanos; negava somente o emprego da palavra “homem” para designar membros da espécie humana totalmente sujeitos à necessidade. E a verdade é que o emprego da palavra “animal” no conceito de animal laborans, ao contrário do outro uso, muito discutível, da mesma palavra na expressão animal rationale, é inteiramente justificado. O animal laborans é, realmente, apenas uma das espécies animais que vivem na Terra – na melhor das hipóteses, a mais desenvolvida.

(Hannah Arendt, historiadora norte-americana de origem alemã)

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A justificativa da escravidão, dada por Aristóteles em sua obra Política, aponta a percepção de uma contradição que perpassa todas as dimensões da vida, apresentando o trabalho como sendo uma forma de desafio entre liberdade e necessidade.

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Na Idade Média, o

trabalho adquire uma

nova dimensão, sob a

forma de servidão, ou

seja, há uma relação

de fidelidade do servo

para com o senhor

feudal.

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Durante a Antiguidade grega, a preocupação

era reafirmar a liberdade do homem no âmbito

da necessidade, levando a uma visão que

considerava o trabalho indigno e servil.

São Tomás de Aquino considerou o trabalho

um bem, embora árduo.

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O Renascimento

adveio com o fim da

Idade Média, e o

trabalho foi

glorificado, adquirindo

uma nova

concepção, chegando

à dimensão técnico-

científica.

São Jerônimo escritor

Caravaggio (1571-1610)

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Vários autores passaram a definir o trabalho:

Calvino: segundo ele, o homem se salva através de uma moral rígida, da simplicidade do trabalho e da honestidade.

Adam Smith, David Ricardo: segundo eles, o trabalho deveria ser considerado sob uma forma geral, fosse ele agrícola ou industrial.

Karl Marx: elaborou a teoria da mais valia e identificou o trabalho não só como uma fonte de valor econômico, mas também de caráter social.

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Hegel: atribuiu ao trabalho uma importância capital, um processo pelo qual o homem toma consciência de si mesmo, e essa consciência se desenvolve quando o homem se encontra com os demais no processo de criação do mundo.

Tempos modernos, 1936

Charles Chaplin

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O trabalho é exploração ou

libertação?

Quem mais gerou polêmica acerca do tema foi Marx, que, ao analisar o modo de produção capitalista, encontrou na alienação do trabalho, relacionada à propriedade privada, um dos seus fundamentos. Fala sobre o fetichismo da mercadoria e o distanciamento do homem em relação ao que produz. As relações sociais ocorrem como relações materiais (entre coisas).

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A humanidade encontra-se hoje diante de uma crise, devido ao estabelecimento de uma contradição: a ameaça do desemprego estrutural e a redução da fadiga, do esforço e dos postos de trabalho, mediante o crescimento da automação, da robotização e da informatização. Tal situação merece uma busca pela forma adequada de ordenamento de vida, de trabalho e a apropriação dos seus resultados.

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No que se refere ao trabalho, é importante lembrarmos dos modelos implementados pelo fordismo (Henry Ford), toyotismo e inovações tayloristas (Taylor), introduzidos nas linhas de montagem, nas quais as esteiras e os sistemas automáticos impõem o ritmo da produção.

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O operário seria

confundido com a

própria máquina. O

trabalhador seria

reduzido a gestos

mecânicos, como no

filme Tempos

modernos, do cineasta

Charles Chaplin, o qual

contém uma crítica aos

métodos pensados por

Taylor e Ford.

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Ivy Ramirez

Assessora de Coordenação do Departamento de

Apoio Pedagógico do Colégio Objetivo de São

Paulo

Contato pelo telefone 0800 77 01342 (ramal 5886)

ou e-mail [email protected]