Educação no Brasil Republica

download Educação no Brasil Republica

of 12

Transcript of Educação no Brasil Republica

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    1/12

    O IDEARIO REPUBLICANO E A PROPAGAO DA ESCOLA PBLICA ENTRE1889-1894

    Jorge Uilo! Cl"r#

    I!$ro%&'(o)

    O presente estudo visa analisar a difuso do iderio republicano e a

    propagao da escola pblica entre o perodo de 1889 a 1894. A diviso da

    Repblica e orde cronol!gica te coo intuito facilitar o trabal"o de #ue

    estuda a $ist!ria. %ntre as dificuldades #ue a ci&ncia "ist!rica apresenta' ua das

    aiores ( )ustaente a deterinao dos perodos de seu desenvolviento' pois

    no d para di*er +a partir desse oento interropeos o estudo da ,onar#uia ecoeaos o da Repblica-' ) #ue e diferentes oentos os fatos "ist!ricos se

    interpenetra no ( por #ue a Repblica ten"a sido proclaada e 1889' #ue a

    vida econ/ica e social se transforou a partir da' ao contrrio' ela seguiu da

    esa fora' udando soente o regie poltico.

    0epois desse esclareciento' podeos di*er #ue' o ,oviento Republicano

    teve seu incio e pleno andaento do p(rio' ou se)a' a partir de 1823. 0urante

    esse perodo' uitas das udanas eigidas pelos republicanos ) vin"a sendoproovidas pelos diferentes gabinetes inisteriais do ip(rio. %ra a vel"a

    ,onar#uia buscando a)ustar sua poltica co intuito de peranecer ais tepo no

    poder.

    O 5overno perial institudo co a ndepend&ncia do 6rasil 718 pretendia

    anter intocvel o latifndio escravista e preservar os privil(gios da elite rural'

    por( co o passar dos anos' essa estrutura ontada no pilar social e econ/ico

    se torna incapa* de acopan"ar a evoluo pelo #ual passava o 6rasil' aisnotadaente a partir de 1823' #uando evolue os eios de transportes co o

    surgiento da rede ferroviria e a navegao a vapor. :o Oeste ;aulista as

    fa*endas de caf( ad#uirira carter de epresa' co os proprietrios ecani*ando

    a produo e nas regi

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    2/12

    As atividades industriais coeara a ad#uirir iport=ncia nasd(cadas finais do s(culo >>' especialente no eio Rio de ?aneiro e @o;aulo. % 188' por eeplo' ua prieira associao de indstrias seforou no Rio de ?aneiro. %bora sua eist&ncia ten"a sido ef&era'indicava a constituio de u grupo social co interesses especficos. %@o ;aulo e e outras cidades' ineras sociedades operrias' de nature*a

    variada' surgira a partir de 18891893' sugerindo a forao da classetrabal"adora urbana co interesses pr!prios' distintos da#ueles dostrabal"adores rurais. 70e 0ecca. 1991BC.

    ;odese perceber nas d(cadas finais do p(rio' o apareciento ebrionrio

    de ua burguesia industrial e de u operariado urbanoindustrial' #ue tentava dividir

    espao co o setor agrrio.

    :a poltica' percebiase a inade#uao do regie perial a essa nova

    realidade' devido' principalente a crise econ/ica #ue atinge o 6rasil e 1822'

    pois se a burguesia industrial era adepta do desenvolviento e do progresso' o setor

    agrrio pretendia conservar seus privil(gios. %sse tipo de entalidade contribuiu

    para #ue os ideais republicanos se fi*esse cada ve* ais presente' o #ue

    acentuou o +antagoniso entre os tradicionais sen"ores de terra #ue governava o

    pas coo se governasse suas fa*endas e os representantes de novos interesses-

    7DO@EA' 1924B 2.

    :a edida e #ue o republicaniso avanava gan"ando espao na

    sociedade' surgira institui

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    3/12

    0os ;oderes' e Representao :acional.

    Art. 13. Os ;oderes ;olticos recon"ecidos pela Donstituio do p(riodo 6ra*il so #uatroB o ;oder Iegislativo' o ;oder ,oderador' o ;oder%ecutivo' e o ;oder ?udicial.

    Art. 11. Os Representantes da :ao 6ra*ileira so o perador' e aAssebl(a 5eral

    DA;EGIO .

    0o ;oder ,oderador.

    Art. 98. O ;oder ,oderador ( a c"ave de toda a organi*ao ;oltica'e ( delegado privativaente ao perador' coo D"efe @upreo da:ao' e seu ;rieiro Representante' para #ue incessanteente velesobre a anuteno da ndepend&ncia' e#uilbrio' e "aronia dos ais

    ;oderes ;olticos. ,;%RA0OR Do 5uarda.

    ?oo @everiano ,aciel da Dosta.

    Darta de Iei' pela #ual LO@@A ,A5%@EA0% ,;%RAI ,anda cuprir'e guardar inteiraente a Donstituio ;oltica do p(rio do 6ra*il' #ueLO@@A ,A5%@EA0% ,;%RAI ?urou' annuindo Ms Representa

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    4/12

    192B12' nas regi

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    5/12

    be' antes contnuos obstculos a seu prograa pelas s adinistra

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    6/12

    proprietrios de terra' os +coron(is e suas regi

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    7/12

    fortalecida' a burguesia passa a reivindicar pelo direito de participao no pleito

    eleitoral. A instruo do povo foi ua estrat(gia utili*ada por essa burguesia no

    soente no sentido de alfabeti*ar a grande assa' as tab( de garantir a sua

    participao no pleito eleitoral' co ob)etivo de udar as ordens da coisa.

    @egundo LA:I0A ;ALA

    A #uesto do analfabetiso no 6rasil eerge co a refora eleitoral de188' 7Iei @araiva' #ue derruba a barreira da renda' as estabelece aproibio do voto do analfabeto' crit(rios antidos pela prieira Donstituiorepublicana. %la se fortalece co ua aior circulao de id(ias ligadas aoliberaliso e se nutre tab( de sentientos patri!ticos . A divulgao dosndices de analfabetiso e diferentes pases do undo na virada do s(culorevelava a iport=ncia #ue a #uesto vin"a ad#uirindo nos pases centrais e'certaente' tocou os brios nacionais. %ntre os pases considerados' o 6rasilocupava a pior posio' divulgandose internacionalente os dados

    oferecidos pelo censo de 1893' #ue indicava a eist&ncia de 8C' 1V deiletrados' considerandose a populao total. ...P 7;ALA' 89' nK ')ulS1993.

    ;ara retirar o 6rasil do atraso educacional e proover o seu desenvolviento

    e progresso industrial' os liberais republicanos adotara a ideologia positivista

    forali*ada por Augusto Dote 7129818C2 e #ue no soente tin"a coo ob)etivo

    difundir o con"eciento cientfico e defender ua orientao episteol!gica' as

    tab( de apresentar ua aneira de pensar' reali*ar as transfora

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    8/12

    O con"eciento das leis da sociedade peritir aos cidados vereos liites das reforas possveis' ao passo #ue os governos sero capa*esde usar o con"eciento social cientifico coo base para reforas paulatinase efetivas #ue auentaro ais ainda o consenso. 76OEEO,OR%' 1988B91.

    A organi*ao cientifica da sociedade teria coo prop!sito a busca da

    estabilidade' a eliinao do conflito entre os vrios grupos sociais' e busca do

    consenso' coo fora de alcanar u novo pataar de evoluo' as para isso'

    seria necessrio #ue as classes subalternas se conforasse co a sua situao

    de subisso #ue ela se encontra e aceitasse de aneira resignada sua condio

    de siples eleento de produo' cabendo aos capitalistas a capacidade de investir

    e assegurar e suas os a concentrao das ri#ue*as. Assi' os positivistas

    eplicava as condi

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    9/12

    escolas t(cnicas e de artes e o ensino superior. Fuanto ao ensino de segundo grau'

    ou ensino (dio' tentavase fa*&lo no proped&utico para o ensino superior.

    6uscavase tab( incentivar o ensino de ci&ncias e substituio ao

    ensino literrio presente na grade curricular das escolas' entretanto' se tratava ais

    de acr(scio do #ue de substituio e tab(' por#ue as foras #ue defendia o

    ensino "uanista clssico ipedira' resultando da o estabeleciento de ua

    grade curricular enciclop(dica.

    %ntre 1889 a 19C vrias reforas ocorrera co o ob)etivo de el"or

    estruturar o ensino pririo e secundrio' entre esses encontrava o da Iei 88 de

    189 #ue reforulou a nstruo do %nsino ;ririo e @ecundrio 7antendo a

    esa estrutura do p(rio. O controle da nstruo do ensino pririo e

    secundrio encontravase subordinada ao Donsel"o @uperior do 0iretor 5eral da

    nstruo ;blica e das D=aras ,unicipais' #ue' por sua ve*' encontravase

    subordinada ao ;residente do %stado atrav(s do @ecretrio do nterior. A Refora

    da nstruo ;blica envolveu os tr&s graus de ensinoB ;ririo 7;reliinar e

    Dopleentarista @ecundrio 7dado no 5insio e o @uperior 7nas Qaculdades.

    % 1893' foi a ve* do Dol(gio :ora Daetano de Dapos e @o ;aulo'

    atrav(s do 0ecreto %stadual n.2. Daetano de Dapos ao assuir a direo da

    %scola :oral de @o ;aulo' reforula o seu plano de ensino. @egundo DlarY

    733

    ;reocupandose prieiraente co a construo de u grandioso edifciopara a %scola :oral e escolas aneas. %ssas escolas fora criadas pelo 0r.Daetano de Dapos e era dirigidas por duas notveis professoras 0ona,aria 5uil"erina Ioureiro de Andrade' #ue "avia peranecido #uatro anosnos %stados Gnidos estudando (todos de ensino' ,iss ,rcia 6roZn'educadora norteaericana' vinda do Dol(gio Aericano de @o ;aulo.%ssas duas professoras' con)ugando os seus tuos valores intelectuais e abagage de con"ecientos #ue tra*ia' coeara a aplicar os (todos de

    ensino renovado e eficiente nessas escolas' destinadas a capo deabstrao e eperientao de novas t(cnicas de prticas de ensino para osestudantes noralistas e para professores #ue dese)asse' constituindoessas escolas u centro de irradiao de ensino renovado' pois uito dosalunos dessas duas educadoras tivera grande influ&ncia na renovao do%nsino ;blico ;aulista e' posteriorente' noutros estados.

    G dos ob)etivos da %scola :oral era forar professores odernos dentro

    das novas t(cnicas de ensino' toando coo base nos princpios pedag!gicos

    cientficos' confore predoinava nos %stados Gnidos' onde id(ias de $orace ,ann

    e de outros educadores estava presentes. A %scola :oral Daetano de Dapos

    9

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    10/12

    troue coo novidade a iplantao da %scola Anea' onde os alunos podia

    eercitar a sua pratica.

    % 1894' o governo paulista atrav(s do 0ecreto %stadual nK 48' de U de

    setebro de 1894 criava o 5rupo %scolar. [ iplantao dessa odalidade de

    escola alterou o curso de "ist!ria do ensino pblico pririo no pas' atrav(s de

    seus pro)etos de organi*ao curricular e adinistrativa' apresentava u ensino

    seriado onde os alunos era distribudos "oogeneaente sob a orientao de u

    s! professor' cu)o (todo seguido era o intuitivo.

    :o 6rasil os grupos escolares fora criados co o prop!sito de reunir as

    escolas isoladas #ue fora agrupadas levando e considerao a proiidade

    entre elas. Os grupos escolares fora responsveis por u novo odelo de

    organi*ao escolar no incio da Repblica' a #ual reunia as principais

    caractersticas da escola graduada eistente na %uropa e nos %stados Gnidos'

    sendo criados co o ob)etivo de iplantar a educao popular.

    @egundo @aviani 7334' os grupos escolares constitura u fen/eno

    tipicaente urbano' ) #ue no eio rural ainda predoinou as escolas isoladas. O

    grupo escolar foi ua escola eficiente para a seleo e a forao das elites.

    Po,&l"'(o r"ileir". &r"!" e r&r"l /180-19223

    Ano ;opulao Eotal ;opulao Grbana ;opulao Rural182 9.9J3.428 11'1V 88'9V1893 14.JJJ.91C 1'4V 82.UV

    QontesB 0ados referentes ao perodo de 182 a 193B Iopes' 192U. 0ados tab(etrados do Denso 0eogrfico do 65%' 199U.

    0entro desse #uadro estatstico ( possvel ter ua breve noo de #ue a

    populao urbana ainda era pe#uena e proporo coparando co as locali*ada

    na regio rural. 0e odo #ue o nero de escolas criadas at( ento atendia a

    deanda. Ap!s 193' novos grupos escolares fora iplantados' inclusive eoutros estados brasileirosB no Rio de ?aneiro e 1892' no ;ar e 1899' no ;aran

    e 193J' e ,inas 5erais e 193U' no Rio 5rande do :orte e no %sprito @anto

    e 1938' no ,ato 5rosso e 1913' e @anta Datarina e e @ergipe e 1911' na

    ;araba e 191U' no ;iau' e 193. Apesar da apliao do nero de grupos

    escolares pelo 6rasil' ela no acopan"ou na esa proporcionalidade o auento

    populacional. % 1914' por eeplo' para #ue a autoridade governaental pudesse

    atender a reivindicao populacional por escolas duplicara os turnos' redu*indo a)ornada da escolaridade de #uatro anos para dois anos' peritindo assi a

    10

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    11/12

    apliao de ofertas de vagas na escola pblica se' no entanto' auentar os

    recursos financeiros e a rede fsica eistente' pre)udicando a #ualidade de ensino

    #ue ) se encontrava defasada' ua ve* #ue se redu*iu o tepo de estudo de 4

    anos para dois. %sta situao perdurou ao longo de todo s(culo >> e adentra o

    s(culo >>' #uando ainda assunto relacionado a universali*ao do ensino'

    #ualidade continua constando na pauta de discusso educacional.

    REER5NCIA BIBLIOGR6ICA

    A:A@ 0O ,;TRO 0O 6RA@I' L. . 18U8'6%IIO' ?os( ,aria. Histria da Repblica.@o ;auloB Dia. %ditora :acional. 192.DO,E%. A. Curso de Filosofia Positiva. 1\ e \ Ii

  • 7/25/2019 Educao no Brasil Republica

    12/12

    @ALA:' 0." nova lei da educa%&o.6D5. ra:etria 6i#ites e Perspectivas.@o;auloB %ditora Autores Associados. 1998.

    @ALA:' 0. AI,%0A' ?ane @oares de' @OGHA' Rosa Qtia de' LAI0%,AR:'Lera Eere*a. ; le$ado Educacional do s8culo