Educação Ambiental

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Educação Ambiental SENAI DR BA®

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Educação Ambiental

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Educação Ambiental

Salvador 2010

Meio Ambiente

Copyright 2010 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados

Assessoria de Desenvolvimento / Educação

Elaboração: Arlinda Coelho

Edisiene de Souza Correia

Revisão Técnica: Lucas Boccanera

Revisão Pedagógica: Gumercindo Santos Pereira Filho

Normalização: Sueli Madalena Costa Negri

Catalogação na Fonte: (NDI – Núcleo de Documentação e Informação)

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SENAI- DR BA. Educação ambiental. Salvador, 2010. 78 p., il. (Rev.01)

1. Meio Ambiente – Educação. 2. Educação Ambiental I. Título

CDD 375.008 3

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APRESENTAÇÃO

Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade e produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação profissional e superior, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos. Essas atividades, com conteúdos tecnológicos, são direcionadas para indústrias nos diversos segmentos, através de programas de educação profissional, consultorias e informação tecnológica, para profissionais da área industrial ou para pessoas que desejam profissionalizar-se visando inserir-se no mercado de trabalho.

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta. Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional, e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que possibilita, de forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do conteúdo apresentado no módulo.

Meio Ambiente

SUMÁRIO

1 Educação ambiental ....................................6

1.1 Podemos agora ver algumas definições de educação ambiental .......................................8

1.2 Vamos tentar entender um pouco mais sobre o holismo? ............................................9

1.3 De quem é a culpa? ...............................12

2 Política nacional de educação ambiental..14

2.1 Algumas ações empreendidas no Brasil 15

3 Resgate histórico.......................................17

4 Sustentabilidade........................................20

4.1 Mas, o que é mesmo a agenda 21?.......20

5 Que tal ver agora como é que anda a situação ambiental no Brasil? ......................24

5.1 Saneamento básico................................24

6 Princípios de ecologia ...............................31

6.1 Vamos descrever o processo de fotossíntese? ................................................32

6.2 Vamos ver alguns exemplos desses ciclos?...........................................................34

7 Gestão ambiental...................................... 39

7.1 Mudanças de atitude ............................. 39

7.2 Ações para proteção do meio ambiente 43

8 Sistema de gestão ambiental - sga .......... 46

9 Impactos ambientais decorrentes de atividades do homem................................... 48

10 Poluição atmosférica .............................. 50

11 Poluição das águas ................................ 54

12 Poluição do solo...................................... 57

13 Poluição térmica ..................................... 58

14 Poluição sonora ...................................... 59

15 Poluição por radiotividade ...................... 60

16 Tratamento e disposição final de rejeitos64

17 Emissões gasosas.................................. 66

18 Resíduos sólidos .................................... 67

18.1 Disposição final de resíduos sólidos ... 70

Referências.................................................. 77

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Introdução 1

1. Educação ambiental

Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade.

É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto.

A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. (EINSTEN).

Olá, eu sou o FEA - Facilitador de

Educação Ambiental e a partir de agora, vou estar com você durante todo o tempo nesta atividade,

em alguns momentos passando informações gerais sobre meio ambiente, em outros orientando você a relacioná-las com dados que você mesmo deve levantar sobre o tratamento das questões ambientais no local em que você vive, possibilitando assim, o conhecimento da sua própria realidade e a comparação desta, com outros ambientes.

Mas, o que considero mais importante nesta atividade, é levar você a refletir sobre como a questão ambiental

impacta na qualidade de vida de todas as espécies.

Ao iniciarmos este trabalho de Educação Ambiental, não podemos deixar de lado uma pergunta fundamental: O que é Educação?

A princípio parece ser uma pergunta simples - todos nós passamos por um período formal de educação escolar, nossos pais ou famílias, esforçaram-se para nos garantir uma boa “educação”, resultado de diversos tipos de interações sociais (igreja, trabalho, círculo de amigos etc).

Então, antes de definirmos a palavra EDUCAÇÃO, analisaremos uma situação ocorrida no século XVIII, durante a colonização dos Estados Unidos da América.

Vamos lá...

O governo do Estado da Virgínia informou aos representantes de seis nações indígenas, que eles dariam bolsas de estudo para educar, em suas escolas, os jovens índios das tribos. A esta oferta o representante dos índios respondeu:

Apreciamos enormemente o tipo de educação que é dada nesses colégios e nos damos conta de que o cuidado de nossos jovens, durante sua permanência entre vocês, será custoso. Estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração. Por outro lado, aqueles que são sábios, reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e sendo assim, os

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senhores não ficarão ofendidos, ao saber que a vossa educação não é a mesma que a nossa

Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda vossa ciência. Mas, quando voltavam para nós, eles eram péssimos corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, além do que, falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores, ou como conselheiros.

Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão, oferecemos aosnobres senhores da Virgínia que nos enviem alguns de seus jovens que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles, homens. (FRANKLIN).

Questão para Reflexão

Do ponto de vista do representante dos índios, o que você pode concluir sobre o conceito e a importância da educação na qualidade de vida de um povo?

“Quando nos relacionamos com a sociedade que nos cerca e com a natureza, damos VALOR a esta interação, aos seres e aos objetos que participam desta interação.” (GARCIA, 1981; SAVIANNI, 1983).

Assim, cada indivíduo tem seus próprios valores, originados da interação deste, com a sua própria realidade. Um valor está associado, portanto, a significados que conferimos às coisas, ou às situações que fora de um contexto bem definido e localizado, podem não representar muito.

O indivíduo, interagindo com uma certa realidade, passa a querer manipulá-la ou modificá-la, de acordo com os seus valores. Este desejo de modificação é

orientado por OBJETIVOS, os quais ao serem alcançados, resultam em uma realidade diferente da inicial.

O homem não é um ser neutro - perante uma determinada situação, ele reage de acordo com sua escala de valores. A realidade é modificada quando ela não se encaixa na escala de valores do ser humano. Outros, no entanto, não querem modificações, pois têm a realidade adequada a seus valores. Geralmente estas pessoas, estão obtendo algum benefício na manutenção de uma certa realidade.

Que tal ver na escala de valores do ser humano a tual, qual é a prioridade: O "lucro" e o "desenvolvimento a qualquer preço", ou o “respeito à natureza”?

Conforme o que observamos na nossa interação diária com a realidade, o "lucro" e o "desenvolvimento a qualquer preço" são os valores atuais da nossa sociedade. Desta forma, a realidade de uma natureza harmônica e equilibrada é modificada com o objetivo de se obter

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lucro, desenvolvimento e expansão de mercado. Como resultado deste processo, obtemos uma nova realidade.

1.1. Podemos agora ver algumas definições de educação ambiental?

Em 1970, a Comissão de Educação da IUCN – International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources, reunida em Paris, destaca a formação de valores, a aquisição de atitudes, a elaboração de um código de comportamento, aptidões e atitudes para apreciar as inter-relações entre o homem, sua cultura e seu meio biofísico. Segundo Schimieder (1977), apud Nunes (1993), a IUCN conceitua a Educação Ambiental como sendo:

Um processo que consiste em reconhecer valores e explicar conceitos, com o objetivo de fomentar as aptidões e atitudes necessárias para compreender e apreciar as inter-relações entre o homem, sua cultura e seu meio biofísico. A Educação Ambiental aprofunda, também, a prática da tomada de decisões, e na própria elaboração de um código de comportamento, com respeito às questões relacionadas com a qualidade do meio ambiente.

A Educação Ambiental assim entendida é um processo longo e contínuo de aprendizagem, de uma filosofia de trabalho participativo que envolve a todos.

O Congresso de Moscou, em 1987, observadas as dificuldades e os avanços dos dez anos de Tbilisi, ao projetar a Educação Ambiental para os anos 90 a definiu como:

Um processo em que indivíduos e coletividades adquirem consciência de seu meio e adquirem os conhecimentos, os valores, as competências, a experiência e também a vontade capaz de fazê-los atuar individual e coletivamente, para resolver os

problemas atuais e futuros do meio ambiente. (UNESCO-PNUMA, 1988).

Podemos ainda definir a Educação Ambiental como sendo um processo de interação com a realidade, baseada em valores de respeito ao meio ambiente. Não é uma nova educação - é sabido de várias culturas e sociedades que direcionavam seus objetivos de desenvolvimento considerando os valores ambientais.

Assim sendo, o trabalho de um educador ambiental está diretamente ligado aos processos de valorização do indivíduo. O educador ambiental deve compreender a realidade dos indivíduos, conhecer seus valores e seus objetivos. Neste processo, deve-se equilibrar valores de respeito ao meio ambiente para que a nova realidade modificada pelo indivíduo, tenha no "equilíbrio da natureza", um novo benefício.

Na busca por uma nova visão de mundo que evitasse os erros e as dificuldades da visão tecnicista, vários pesquisadores de diversas áreas, em todo o mundo, lançaram uma nova maneira de entender o modo com que a natureza e as sociedades funcionam: o Holismo.

1.2. Vamos tentar entender um pouco mais sobre o holismo?

Por muito tempo, o mundo, a terra e mesmo toda a nossa galáxia, foram vistas como peças de uma máquina complexa, ou seja, cada peça estudada separadamente, podia dar uma pequena “visão do todo” da máquina.

Foi a partir dos estudos de Einstein, na sua teoria da relatividade e das descobertas da mecânica quântica, que esta crença caiu por terra. Os físicos tiveram que admitir para si mesmos e para o mundo, que as leis utilizadas para

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estudar os fenômenos naturais da terra, não seguiam os princípios de máquinas (mecanicistas), até então, glorificados pela ciência.

Esta inquietação do mundo científico, o desenvolvimento de pesquisas no campo da biologia/ecologia e a publicação de célebres livros como "Dieta para um pequeno planeta", "Gaia" e "Ponto de Mutação", levaram ao público em geral, a proposta de uma nova maneira de se olhar para o mundo: o holismo.

O holismo (do grego holos = totalidade), refere-se ao modo de perceber um objeto, ou um fenômeno, como um todo integrado, em vez de resumi-lo à mera soma de suas partes.

Desta forma, a natureza passou a ser vista como um todo, harmônico e indissociado, do qual o ser humano faz parte, se relaciona e está subordinado.

Vamos dar um exemplo para que você possa visualizar melhor o que é efetivamente ver de forma holística...

Exemplo: Uma rede de inter-relações chamada Ecossistema:

O termo Ecossistema foi proposto em 1935 pelo ecologista britânico A. G. Tansley, e significa a interação entre os seres vivos e os fatores físicos que caracterizam o lugar onde esses seres habitam, de tal forma, que ocorra um fluxo de energia e de materiais entre os seres vivos e não vivos.

Um ecossistema tem, geralmente como fonte de energia, a luz solar. A energia da luz é captada pelas plantas e acumulada na forma de moléculas orgânicas, no processo chamado fotossíntese.

Desenvolve-se assim, toda uma cadeia alimentar, constituída por animais herbívoros (gafanhotos, vacas, cabras etc), que se alimentando da matéria orgânica produzida pelos vegetais, dela constroem o próprio corpo e utiliza a energia obtida neste alimento, para suas atividades de locomoção, reprodução etc. A cadeia se fecha com os microorganismos - chamados genericamente de decompositores - que consomem organismos mortos e outros dejetos orgânicos, como fonte de matéria e energia.

Vale salientar que Capra (A Teia da Vida, 1997) defende a utilização do termo “Teia“ em substituição a “cadeia”, por considerar que este termo simplifica muito o processo que efetivamente acontece na natureza. Capra coloca ainda que o homem tem uma tendência de linearizar as suas atividades, o que efetivamente não acontece na natureza, justificando os problemas de desequilíbrio ambiental existentes, como conseqüência do descompasso que existe entre as atividades antrópicas (do homem no meio ambiente) e a dinâmica dos ecossistemas naturais.

Questão para Reflexão

Considere uma cidade como um exemplo de ecossistema, você pode tentar responder quais as inter-relações que ocorrem, as principais fontes de energia, o que este ecossistema produz e quem é o consumidor?

Uma teoria que derivou da visão holística do mundo, foi a Teoria da Complexidade, a qual entende o mundo como uma REDE de fatos complexos e interligados, não somente no aspecto físico, químico e biológico, como também com relação aos fatores e relações humanas.

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Algumas questões que se tornaram pressupostos desta teoria:

a) Nossos olhares sobre o mundo sempre estão na dependência de como nos colocamos, como nos relacionamos e como construímos este mundo.

b) O pensamento científico ocidental, desenvolveu-se sob uma estrutura que só funciona na base da fragmentação, a partir de metodologias que promovem "recortes da realidade". Hoje, exige-se a busca da visão do todo, tendo em vista a superação da crise de percepção de que padecemos.

c) Não há "a" verdade, mas sim diferentes modos de se ver o mundo, os quais tendem a ser complementares. Assim, pode-se dizer que a REALIDADE está em permanente processo de construção e mudança.

d) Todo objeto depende da relação que com ele estabelece o observador. Sem esta convicção, deixa-se de exercer o novo pensamento científico, para pretender fazer valer imposições doutrinárias.

e) A realidade parece compor-se de processos enredados; logo, não há distinção entre a História Natural e Sociologia, se concebermos o mundo sob a visão de redes de interação.

f) A ciência (tecnicismo) separou e desqualificou tudo o que se refere ao ético, ao estético e ao espiritual. Logo, não se espera muito daquilo que é a essência das dinâmicas da vida - a solidariedade, a harmonia e a transcendência.

g) A vida é uma aventura, cujos caminhos resultam das opções que se vão tomando no próprio caminho.

Exercício - Conforme situação exposta no item 1.3, segue abaixo algumas atividades propostas:

• Propomos que vocês examinem seus conhecimentos e valores, objetivando a tomada de decisão, em um dado conflito em que estes não estão pessoalmente envolvidos.

• O conflito abrange problemas sociais e dificuldades institucionais, encontradas freqüentemente em situações relacionadas com a poluição ambiental.

• Os participantes devem decidir "DE QUEM É A CULPA", tendo assim, a partir do processo de tomada de decisão, a oportunidade de verificar as prioridades, dentro das suas próprias convicções e valores.

1.3. "De quem é a culpa”?

O Sr. Oils é dono de uma pequena refinaria de óleos, em uma cidade. A operação da refinaria produz uma considerável quantidade de poluição do ar, pela emissão de dióxido de enxofre. Mesmo sabendo que o dióxido de enxofre corrói metais, mata plantas e causa doenças respiratórias, o Sr. Oils não tem tomado nenhuma atitude para controlar as emissões de dióxido de enxofre.

A atitude adotada pelo Sr. Oils é de adiar constantemente o investimento em equipamentos de controle da poluição, para assim, economizar os recursos e poder levar a sua família em férias, para uma estância chamada "Estância Água Limpa", onde costuma ir todos os anos. Quando finalmente, este, juntamente com toda a família, chega no local, verificam que não podem nadar, pescar ou esquiar, devido à poluição no lago.

Apuração dos fatos da situação abordada acima:

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• O Sr. Resort, dono da Estância, é questionado pois mesmo diante daquela situação, ele continuava a cobrar pelo que seria uma opção de lazer. Este por sua vez, afirma que apesar de muitos dos seus serviços e atividades não estarem mais sendo oferecidos devido à poluição do lago, tinha que continuar cobrando a mesma diária dos seus hóspedes, pois as suas despesas aumentaram muito e ele precisava se manter.

• Sr. Resort ainda justifica as condições da Estância, dizendo que se recusava a limpar o lago, apesar de ter os recursos para isso, porque o responsável pela poluição deste, não era ele e sim uma grande fábrica de papel que fazia os seus despejos no Rio Verde, 80 Km à montante (acima) do lago.

• O Sr. Paper, dono da fábrica de papel, quando questionado sobre a sua responsabilidade na situação, justifica que ele não instalou equipamentos de controle de poluição porque o representante local do órgão ambiental, não exigiu que ele fizesse esse controle e que, portanto, mesmo que sua fábrica de papel estivesse poluindo o Rio Verde, ele não estaria violando nenhuma lei. Afirma também, que não havia provas que a poluição que ocorria no lago era provocada pela sua fábrica de papel.

• O Sr. Epa, o superintendente da agência ambiental local, diz que já deu ordem oficial para o Sr. Paper, dono da fábrica de papel, para instalar equipamentos de controle de poluição, evitando assim, a poluição do Rio Verde. Entretanto, o Sr. Epa explica estar sem condições de reforçar a sua ordem porque o Juiz local, não lhe dava o poder para fazer o que era necessário.

• O Sr. Judge declara que a fábrica de papel sustenta a economia local, porque é a maior empregadora de mão-de-obra da região. Ele afirma que se forçar o fechamento da fábrica, para que sejam realizados os investimentos necessários para a instalação dos sistemas de controle da poluição, a economia local será seriamente prejudicada. Ele também menciona que o Sr. Democracy é acionista da fábrica de papel e que sua campanha para reeleição é amplamente financiada pelo seu grande amigo, Sr. Paper.

• Questão para Reflexão

Analise cada posição assumida pelos envolvidos no conflito, levantando os valores positivos e negativos e registrando-os num modelo de quadro:

Você deve ter sentido dificuldades

ENVOLVIDOS VALORES POSITIVOS VALORES NEGATIVOS

Sr. Oils

Sr. Resort

Sr. Paper

Sr. Epa

Sr. Judge

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nesta tarefa, pois quando analisamos o conflito apresentado, podemos verificar que as questões ambientais têm uma complexidade inerente envolvendo: situações sociais, financeiras, legais, etc. e que não são fáceis de serem avaliadas.

Mas como podemos então, fazer esta avaliação, a partir de uma visão HOLÍSTICA, considerando todos estes aspectos complexos?

Estaremos torcendo por você...

Auto-avaliação

Questão

Problemática: Há uma contaminação da água de um rio gerada

pelo garimpo de ouro, devido à utilização de metais pesados (Mercúrio (Hg), Cádmio (Cd), Níquel (Ni), Chumbo (Pb)) no processo de lavagem e separação do material garimpado.

• Quais os pontos que você sinalizaria em relação a problemática citada acima?

• Quais são os pontos a serem desenvolvidos?

• Faça o mapa de rede (hipotético) da situação ambiental do garimpo e indique onde deveriam ser desenvolvidas ações de educação ambiental. Você acha que os garimpeiros poderiam constituir o principal público-alvo para estas ações?

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Política nacional de educação ambiental 2

2. Política nacional de educação ambiental

A PRÓXIMA ETAPA deste módulo é discutir com você a Política Nacional de Educação Ambiental.

Para começar, consideramos importante conhecer um pouco sobre a Educação ambiental e seus Antecedentes Históricos...

Isto será importante para que possamos entender o processo evolutivo desta questão, ao longo tempo, tanto no contexto mundial, como de Brasil.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, a Educação Ambiental deve ser um processo contínuo, no qual os indivíduos e comunidades tomem consciência das questões relativas ao meio ambiente, adquirindo conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação e que os tornem aptos a agir, individualmente e/ou coletivamente, tendo como princípio básico, o respeito a todas as espécies de vida.

Desta forma, a Educação Ambiental deve ser o primeiro passo a ser dado, quando se deseja mobilizar pessoas para ações relacionadas com a proteção do meio ambiente. O caminho percorrido, na avaliação da necessidade da construção dessa mentalidade ambiental,

pode ser percebido através de um levantamento dos antecedentes históricos.

Os acontecimentos mundiais a seguir...

• Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em Estocolmo (junho/72), onde foi concebida a resolução noº. 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise ambiental do mundo.

• Conferência de Tbilisi, (antiga URSS), 1977, onde foram estabelecidos os objetivos, princípios orientadores e estratégias para o desenvolvimento da Educação Ambiental.

• Congresso Internacional em Educação e Formação Ambiental em Moscou, (agosto/87), onde se discutiu as ações empreendidas e as dificuldades encontradas pelas Nações, no campo da educação ambiental.

• Neste Congresso também foram reforçados conceitos consagrados em Tbilisi, como o de que a Educação ambiental deveria preocupar-se com a promoção da consciência; transmissão de informações; resgate de valores; desenvolvimento de hábitos e habilidades; estabelecimento de critérios, padrões, orientações para a resolução de problemas e para subsidiar processos de tomada de decisões. Desta forma, fica evidente a associação do processo de educação ambiental ao

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de modificações comportamentais, tanto no campo cognitivo como no afetivo.

• Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, Tailândia (março/90), na qual foi aprovada a Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem.

• Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro (Junho/92), na qual foram lançados vários documentos, onde o Brasil é signatário, destacando-se:

− Agenda 21 que no Capítulo 36 – Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento apresenta uma série de recomendações para promover a educação ambiental em todos os níveis de uma população: reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável, aumento da consciência pública e promoção do treinamento, englobando todas as formas de educação, tanto formal como a não formal, incluindo a Educação Básica e a Educação ambiental.

− Carta Brasileira para a Educação Ambiental, a qual recomenda um compromisso real do poder público federal, estadual e municipal, no cumprimento e complementação da legislação e das políticas de educação ambiental que consistem no ensino multi, inter e transdisciplinar, em todos os níveis, contando com a participação das comunidades envolvidas diretamente com a problemática em questão.

* Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente e Sociedade: Educação e

Conscientização Pública para a Sustentabilidade – Realizada em Tessalônica, Grécia, 1997, teve como objetivos: destacar o papel crítico da educação e da conscientização para alcançar a sustentabilidade; considerar a contribuição da educação ambiental; mobilizar ações internacionais e locais; fornecer elementos para o desenvolvimento posterior do programa de trabalho da CDS – Comissão Intergovernamental do Desenvolvimento Sustentável.

Vamos ver agora:

2.4. Algumas ações empreendidas no Brasil

Antes disso, é importante ressaltar que as questões relativas a Educação Ambiental no Brasil, só se tornaram oficiais com a criação da Secretaria Especial

do Meio Ambiente – SEMA, pelo Decreto Federal 73.030/73. O decreto inclui como parte de suas atribuições:

Promover intensamente, através de programas em escala nacional, o esclarecimento e a educação do povo brasileiro, no que se refere ao uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente.

Auto-avaliação

Questão

Qual a estratégia que você adotaria para promover a educação ambiental na sua escola? Como você avaliaria os resultados deste trabalho?

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Resgate histórico 3

3. Resgate histórico

Vamos neste momento, fazer um resgate histórico de como o meio ambiente tem sido tratado pelo homem, ao longo dos anos, para que você possa entender o processo evolutivo dos problemas que afetam o meio ambiente...

A era de integração do homem com a natureza, constitui mais de 99% da história da humanidade. Os primeiros homens adaptaram-se ao meio, sem afetar a auto-regulação dos sistemas, sem destruir as selvas e as plantas, nem tão pouco, exterminar as espécies animais. Nesta fase, a dieta alimentar era feita à base do que a natureza oferecia, garantindo apenas a subsistência destes.

Ficou surpreso?

Pois é, essa fase, denominada pelos historiadores como pré-história, é apresentada como uma época desarticulada do processo de desenvolvimento da humanidade. Contudo, foi nesta fase que o homem alcançou uma maior integração com os ecossistemas.

Vamos agora continuar o nosso resgate histórico, no túnel do tempo, alcançando a Idade Média ficando, no entanto, restritos ao ocidente cristão...

Segundo a tradição cristã, a natureza não surgiu espontaneamente, tendo sido uma obra criada por um Deus. Neste caso, como o criador é um ser

supremo, ele não faz parte do mundo, ou seja, não reside na natureza.

Coube a Francis Bacon (1561 – 1626), propagar, como objetivo maior das ciências naturais e experimentais, as aspirações de poder sobre a natureza. Por volta do século XVI, época de Descartes (1596 – 1650) e Galileu (1564 – 1641), esta concepção de domínio generalizou-se e, desde então, as aplicações técnicas das ciências naturais transformaram a superfície da Terra numa velocidade crescente.

A influência da matemática e da física, na observação do mundo, levou pensadores a considerar a natureza sob aspectos quantitativos: “medir o que se

pode medir e tornar mensurável o que

não o é”. Esse modo de visualizar o mundo é chamado, até hoje de Cartesianismo (com relação ao físico Descartes) ou Tecnicismo (relacionando o ênfase na visão técnica), ou mesmo como Mecanicismo (relacionando a visão mecânica do mundo).

Com a popularidade do Cartesianismo, toma corpo a idéia de que o universo é um grande aparelho mecânico e levanta-se a questão relativa ao lugar do homem neste aparelho. A partir do século XVII, o homem também é representado como uma máquina. O filósofo holandês Geulinex (1625-1669) o comparou com um relógio com ponteiros sincrônicos em dois mostradores, que representam corpo e espírito.

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Neste mesmo século, Thomas Hobber (1588-1679) já desenhara em sua obra principal, O Leviatã, a imagem de um homem que funcionava mecanicamente e que deixava dirigir-se por uma influência quase mecânica.

Como esta revolução científica conseguiu escapar, se defender ou se relacionar (bem) com a teocracia, ou seja, a visão de um Deus como criador de todas as coisas?

Segundo Guevara (1998), a revolução científica do século XVI e XVII “levantou a bandeira da razão, da liberdade de pensamento, da ordem e do progresso, e terminou fragmentando o conhecimento e desvinculando o profano do sagrado, a matéria da mente, a natureza do ser humano e o intelecto do coração”.

Neste ponto, o relacionamento do homem com Deus começa a sofrer uma modificação. Na Idade Média, por ser obra da criação de Deus, o homem situava-se dentro da natureza.

Colocando a ênfase na ciência, e acreditando poder medir e controlar a natureza, ou seja, a obra divina, o homem começou a assumir uma posição fora da natureza – uma posição de ele mesmo como quase divino.

O ser humano abandona a "menoridade" e eleva-se, como dono da natureza, o seu dominador. A natureza torna-se objeto da ciência e da manipulação. Esta visão de mundo pode ser denominada como cientificismo.

Sugestão de Atividade: Você já percebeu como nossas vidas são dependentes de tecnologias (equipamentos/máquinas)? Os filmes de ficção gostam muito de abordar esse

tema. Pense sobre isto e tente identificar um filme que apresente essa problemática. Como exemplo podemos citar, Mundo Moderno de Charles Chaplin.

Com a descoberta da América e a circunavegação de Magalhães1, a Terra tornou-se integralmente disponível marcando o início da globalização. O conhecimento científico e as tecnologias dele decorrentes, sob os princípios da visão mecanicista da natureza, possibilitaram uma enorme expansão da capacidade produtiva, a ponto de marcar a história e receber o nome de Revolução Industrial.

Esta Revolução, por sua vez, foi marcada por uma produção acentuada (em série), aliada a crescentes padrões de consumo que legitimaram o conceito de inesgotabilidade dos recursos naturais.

De volta ao túnel do tempo para o século XX...

Podemos dizer que, as teorias da relatividade de Einstein e da mecânica quântica derrubaram por terra os conceitos da natureza como uma máquina, demonstrando através do estudo do mundo subatômico, que os princípios da mecânica clássica de Newton e Descartes, não poderiam ser aplicados para definir todos os princípios da natureza.

Essa nova visão de mundo, apontada pelos cientistas da idade contemporânea, somada aos problemas sócio-ambientais que emergiram, especialmente em meados do século XX,

1 Fernão de Magalhães realizou uma volta ao mundo, navegando, saindo da Europa passando pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico em 1509.

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configura uma crise ambiental sem precedentes na história da humanidade. O homem se deparou com dois aspectos contrastantes no seu próprio desenvolvimento:

• Criação de um padrão de subsistência incompatível com os recursos naturais disponíveis;

• Incapacidade de reverter estes padrões, mesmo frente as conseqüências que estes trouxeram para o meio ambiente.

Uma das frases mais conhecidas

de Einstein reflete esse dilema: “Me recuso a fazer ciência em um mundo onde Deus joga dados”.

Apenas nos últimos anos, os cidadãos e líderes de muitos países, começaram a despertar uma consciência global, no que se refere às conseqüências do crescimento desmensurado e desordenado das atividades industriais, agrícolas, minerais e extrativas, para o meio ambiente e da ameaça que isto representa à segurança, à produtividade econômica, à saúde e à qualidade de vida, tanto para as gerações atuais como para as futuras.

O processo acelerado de globalização no mundo aumentou ainda mais os desafios a serem enfrentados no gerenciamento das questões relativas ao meio ambiente. Problemas ambientais de algumas nações passaram a repercutir em

outras nações, podendo comprometer a qualidade de vida de todos os habitantes da Terra.

Constatou-se que os fatores ambientais são interdependentes a nível mundial, ou seja, um distúrbio no solo, água, ar e nos seres vivos, em um determinado lugar, pode afetar um outro local, de maneira complexa e inesperada.

Podemos citar algumas situações de interdependência global dos fatores ambientais, como o desmatamento de florestas na Índia e no Nepal que teve como conseqüência enchentes catastróficas em Bangladesh; a emissão de produtos químicos industriais que destrói a camada de ozônio (O3) protetora da terra e o uso de combustíveis fósseis que contribui para as mudanças climáticas no globo terrestre.

Também foi observado neste final de milênio que a degradação ambiental pode contribuir para a geração de problemas políticos e econômicos de um país, influindo de maneira decisiva, na qualidade de vida do seu povo, podendo também ultrapassar fronteiras, afetando outros países.

Esse panorama de “crise” e “interdependência” global, fez surgir à necessidade de ações preventivas e corretivas conjuntas, no sentido de garantir a sobrevivência, não só em um determinado local, mas em toda a Terra.

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Sustentabilidade 4

4. Sustentabilidade

E de que forma você pensa que poderíamos consolidar estas ações, no sentido de unir todas as nações da terra em um esforço comum de sustentabilidade?

O mundo tem realizado várias Conferências Internacionais sobre Meio Ambiente na tentativa de facilitar o diálogo global sobre as questões ambientais. Entre elas podemos citar a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou simplesmente Rio 92.

Esta conferência também ficou conhecida como ECO 92, no entanto este termo foi criado erroneamente pela imprensa, pois a Conferência foi sobre Meio Ambiente e não Ecologia. Como resultado deste grande evento realizado no Rio de Janeiro em 1992, tivemos um documento muito importante chamado de Agenda 21.

4.5. Mas, o que é mesmo a agenda 21?

Esta agenda propõe temas e diretrizes para o estabelecimento de ações mundiais seguindo as premissas do

Desenvolvimento Sustentável. Podemos compará-la a uma “agenda de compromissos” global, onde todas as nações se comprometeram a seguir certas recomendações de cuidado com o planeta Terra.

Você pode imaginar uma agenda com essa responsabilidade global? Internacionalmente, a agenda 21 tem um grande peso nas decisões relacionadas ao meio ambiente.

Outra curiosidade, por que 21? Se você não sabe, lá vai...

A agenda tem esse número devido ao compromisso de efetivar as ações ambientais de maneira a assegurar um futuro mais sustentável no século 21. A Agenda 21 foi assinada por 179 Chefes de Estado e é formada por um documento de 40 capítulos. Cada um dos capítulos aborda um tema específico relacionado ao meio ambiente como, por exemplo, urbanização, energia, aquecimento global, pobreza, etc.

Mas, nós temos mais uma questão para você... Se a Agenda 21 foi concebida de forma global, como esse documento pode se adaptar a diferentes nações?

Inevitavelmente, até pela envergadura da proposta, os temas na Agenda 21 são abordados de forma genérica, sendo que cada nação deve adaptá-los à sua realidade, criando a sua própria agenda. O Brasil só começou a elaborar a sua agenda a partir de 1997, quando foi criada a Comissão de

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Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21, ligada diretamente à Casa Civil da Presidência da República.

Uma das recomendações da Agenda 21 é que cada país, estado, cidade, comunidade tenha sua própria Agenda 21, garantido assim, a participação dos cidadãos na discussão, planejamento e definição de ações para a solução de problemas, possíveis de serem resolvidos em nível local.

É interessante neste momento, comentar alguns pontos contemplados na Agenda 21 que inclusive nortearam a definição dos tópicos a serem abordados neste módulo de educação ambiental.

Vamos lá...

Devido ao fato do comércio e a indústria, desempenharem um papel crucial no desenvolvimento econômico e social de um país, a Agenda 21 apresenta as seguintes diretrizes que devem ser adotadas por estes setores visando um desenvolvimento sustentável: Desenvolver tecnologias que contemplem produção mais limpa, minimização de resíduos e redução de impactos sobre o meio ambiente em todas as fases dos processos produtivos.

Na questão do ensino/educação, a Agenda 21 contempla no capítulo 36 - Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento, de forma resumida, que o principal objetivo da Agenda com relação à educação é desenvolver a conscientização ambiental em todos os setores da sociedade e no mundo todo, atendendo a declaração e as recomendações da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental (1977).

Este documento também reconhece que, para isto ocorra é

necessário que haja acesso à educação ambiental, desde a idade escolar primária até a idade adulta, em todos os grupos da população.

É preciso também que haja integração de conceitos relativos ao meio ambiente, desenvolvimento, demografia, em todos os programas de ensino, com análise dos principais problemas ambientais existentes no contexto local e mundial.

Com isto, o documento pretende estimular uma ampla consciência pública, como ponto indispensável no ensino, para promover e reforçar atitudes e valores compatíveis com o desenvolvimento sustentável.

Neste momento, vamos tentar traçar um panorama da situação ambiental, primeiro a nível mundial e depois ao nível de Brasil, resultado do processo de desenvolvimento acelerado que estamos vivendo.

• As perspectivas para os próximos anos não são animadoras, se os níveis de degradação ambiental mundial, acompanharem os índices de crescimento populacional.

• A produção de alimentos não é distribuída de maneira a suprir a demanda da população mundial; a erosão do solo está destruindo as

Meio Ambiente

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plantações na maioria das regiões agrícolas mais importantes do mundo. A irrigação realizada de forma inadequada vem afetando negativamente a qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

• Desde a Segunda Guerra Mundial, grandes esforços têm sido destinados internacionalmente, buscando o desenvolvimento econômico. No entanto, as diferenças entre a qualidade de vida das pessoas que residem nos países em desenvolvimento e as que residem nos países industrializados, vêm crescendo assustadoramente.

• Com relação à biodiversidade, verificamos que à medida que florestas tropicais e habitats biologicamente ricos são destruídos sob as pressões do crescimento populacional e das atividades econômicas, os índices de extinção de espécies de plantas e animais, tornam-se mais acentuados.

• Os recursos oceânicos e costeiros

têm sido ameaçados pela pesca predatória, pela poluição causada por derramamentos de petróleo e

despejos de esgotos municipais e industriais assim como também, pela ocupação de áreas como pântanos, estuários, recifes, etc. A conseqüência disso tudo, é a extinção de espécies.

• As reservas de lençóis de água potável estão sendo destruídas, devido a grande demanda de água na agricultura, nos municípios, indústrias e aos problemas de poluição decorrente da disposição inadequada de esgotos, resíduos sólidos, produtos agrícolas, etc.

• O aumento da demanda por mercadorias de origem mineral tem causado sérios danos ambientais, incluindo poluição do ar e da água, bem como a degradação do solo provocada pela atividade de mineração.

• Desde a Segunda Guerra Mundial, o consumo mundial de energia quadruplicou. A poluição causada pelo crescente uso dos combustíveis fósseis está ameaçando a qualidade do ar, a saúde, a vegetação e a estabilidade do clima. O futuro da energia nuclear como alternativa para substituição dos combustíveis fósseis, também não está assegurado devido às sérias questões de segurança, disposição do lixo tóxico gerado e alto custo desta tecnologia.

• A produção industrial e o desflorestamento contribuem para a poluição do ar, e dão origem aos problemas globais relacionados com chuva ácida, efeito estufa, buraco na camada de ozônio, etc.

• A acentuada degradação dos recursos hídricos é a maior ameaça neste final e início de século. É preciso buscar meios para proteção das águas.

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Que tal ver agora como é que anda a situação ambiental no Brasil?

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5. Que tal ver agora como é que anda a situação ambiental no Brasil?

5.1 Saneamento básico

Com relação ao Saneamento Básico, o Brasil está entre os países com maiores índices de mortalidade infantil na América Latina, tendo como uma das causas a carência de sistemas adequados de tratamento de água e esgoto, coleta e disposição de lixo, somando-se ainda, a deficiência de programas de educação ambiental que proporcionem ao povo a consciência crítica dessa situação, de maneira que este quadro possa ser revertido, obtendo-se condições de melhoria de qualidade de vida.

Atualmente as doenças de veiculação hídrica, são responsáveis pela maioria dos casos de internações hospitalares e muitas vezes são causas de mortes. A dengue e a cólera, doenças endêmicas, características de países subdesenvolvidos, têm aumentado o índice de ocorrência de forma considerável, revertendo uma situação que tinha sido estabilizada há décadas atrás.

Há perspectivas pessimistas, ainda no que se refere, ao aumento de casos de doenças de chagas, esquistossomose, febre amarela e diarréias.

Numa visão mais ampla que as questões de saneamento básico, podemos dizer também que a situação ambiental no Brasil é caracterizada por:

1. Utilização indiscriminada de adubos químicos e agrotóxicos, provocando com isso, sérios problemas de poluição e degradação dos solos.

2. Desmatamento de áreas, provocando desequilíbrios ecológicos e mecanização concentrada com extensas monoculturas, o que determina o empobrecimento do solo e da biodiversidade.

3. Irrigação com manejo inadequado, com conseqüente salinização dos solos.

4. Impactos das atividades de garimpeiros, como por exemplo, a poluição de corpos d'água, devido ao caráter tóxico apresentado pelo mercúrio (Hg), o qual é utilizado para separação do ouro (Au).

5. Incorporação de tecnologias ultrapassadas, prejudiciais ao meio ambiente.

6. Falta de planejamento do uso e ocupação do solo, a exemplo de pólos industriais instalados em áreas impróprias e sem os devidos cuidados para evitar contaminações de lençóis freáticos e outros impactos ao meio ambiente, de maneira geral.

7. Impactos ambientais com o uso de energia nuclear: riscos de vazamento, disposição inadequada dos resíduos, etc.

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Questão para Reflexão

Tente olhar o seu ambiente: local de trabalho, casa, bairro, cidade, estado, país e liste os principais problemas ambientais, dando sugestões de soluções.

Bem, acreditamos que você deve estar apreensivo e se questionando a respeito de como

controlar, ou até mesmo, reverter toda esta situação. Pois bem, a solução é o Desenvolvimento Sustentável. Mas, o que é isto mesmo? O Desenvolvimento Sustentável é definido pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, no relatório "Nosso Futuro Comum", documento publicado pelas Nações Unidas, em 1987, como:

"Modelo de desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades".

O modelo de Desenvolvimento Sustentável consiste essencialmente, em adotarmos novas formas de caminhar em busca do desenvolvimento do planeta, assumindo uma postura de responsabilidade ética para com o meio ambiente. Isto envolve a adoção de programas que visem reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos gerados, a partir de nossas atividades, assim como também, a

utilização de tecnologias adequadas para tratar e/ou dispor estes resíduos.

Este modelo contempla também, questões como satisfação das necessidades essenciais de emprego, alimentação, moradia, educação, saúde, segurança e saneamento básico que definem o nível de qualidade de vida de um povo.

A adoção deste modelo exige um envolvimento de toda a sociedade, num processo de reeducação para uma mudança de mentalidade, levando as pessoas a considerarem sempre as melhores formas de utilizar os recursos que a natureza oferece, na perspectiva da igualdade social.

O conceito de Desenvolvimento Sustentável, no entanto, já evoluiu para o conceito de Sociedade Sustentável, com três grandes bases de apoio:

Este é o grande desafio, harmonizar nossas ações de forma a manter o “tripé”. Cabe a atual geração, modificar seus conceitos e valores relativos ao meio ambiente para em conseqüência, modificar seus padrões de produção e consumo.

Não se concebe o crescimento econômico às custas da degradação ambiental e da exclusão de milhares de seres humanos.

Diante da atual crise que o mundo enfrenta, este parece ser o caminho para que continuemos atendendo às necessidades de conforto, de alimento e

Meio Ambiente

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de modernização do homem, sem que os recursos naturais sejam de alguma forma sacrificados.

Podemos concluir esta discussão sobre Desenvolvimento Sustentável com a seguinte citação:

O conceito de Desenvolvimento Sustentável nos convida a administrar nosso presente, tendo em vista o futuro dos outros, através de uma arbitragem entre o desejável altruísta e o possível egoísta. (SALLIER, 1990).

Bem, estamos a todo momento nesta atividade, falando de meio ambiente, sem realmente termos nos preocupado em definí-lo. É importante dizer que todos parecem saber, de forma intuitiva do que se trata. Mas será que não seria bom conhecer algumas definições oficiais?

Vamos lá...

“A soma das condições externas e influências que afetam a vida, o desenvolvimento e em última análise, a sobrevivência de um organismo”. (THE WORLD BANK,1978).

"O conjunto de todos os fatores físicos, químicos, biológicos e sócio-econômicos que atuam sobre um indivíduo, uma população ou uma comunidade”. (INTERIM MEKONG COMMITTEE, 1982).

"Meio ambiente - o conjunto de condições, leis, influências e interações de

ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. (BRASIL, 1987).

Sintetizando

Vimos que a degradação ambiental pode contribuir para a geração de problemas políticos e econômicos de um país, influindo de maneira decisiva, na qualidade de vida do seu povo, podendo também ultrapassar fronteiras, afetando outros países.

As perspectivas que são apontadas para os próximos anos, não serão animadoras, se os níveis de degradação ambiental mundial, acompanharem os índices de crescimento populacional.

Temos problemas de desigualdades sociais, poluição de água, ar, solo, extinção de várias espécies de animais e plantas, desmatamento, todos eles impactando diretamente na qualidade de vida na Terra.

A única forma de contornar esta situação é adotarmos um modelo de desenvolvimento sustentável, ou seja, que atenda as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A adoção deste modelo, no entanto, exige um envolvimento de toda a sociedade, num processo de reeducação para uma mudança de mentalidade, levando as pessoas a considerar sempre as melhores alternativas de utilizar os recursos que a natureza oferece.

Desta forma, verificamos a necessidade de uma ação corretiva, conjunta e urgente, no sentido de preservar a sobrevivência, no meio ambiente, ou seja, no lugar em que vivemos.

Auto-avaliação

Questão

Abaixo encontram-se algumas afirmações que representam o resultado

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da pesquisa feita com o povo brasileiro "O que o brasileiro Pensa Sobre o Meio Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade", realizada pelo Museu de Astronomia-MAST (CNPq) com apoio do MMA (Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal - Jan/fev 1997) - 2000 entrevistas.

(1) O governo deveria tornar obrigatório nas escolas o ensino de como usar e preservar o meio ambiente.

(2) A maioria da população brasileira acredita que a natureza é sagrada e não deve sofrer interferência.

(3) Poucos s conseguem enxergar as cidades, favelas, homens e mulheres como parte integrante do meio ambiente.

(4) O meio ambiente ocupa o 7º lugar nas preocupações das pessoas mais educadas e com renda mais alta. Entre as pessoas de menor renda, esta preocupação cai para 11º lugar.

(5) De maneira geral, os s vêm tomando consciência dos problemas ambientais como efeito estufa, o desmatamento e a contaminação dos recursos hídricos.

(6) A proteção do meio ambiente no Brasil é um assunto exclusivo do governo.

(7) A proteção do meio ambiente no Brasil deve ser feita em cooperação com outros países e autoridades internacionais.

(8) Se continuarmos com os atuais níveis de consumo, as reservas de petróleo, água se esgotarão em poucos anos.

(9) O Brasil tem uma natureza tão rica que não precisa controlar a

exploração de recursos como acontece nos outros países.

(10) Cresce a responsabilidade da esfera municipal na solução dos problemas do meio ambiente.

(11) O governo deve aumentar a fiscalização, o Congresso deve votar leis mais rigorosas e deve-se reduzir impostos de quem faz investimentos visando a preservação ambiental.

• A idéia agora é, tentar relacionar as afirmações acima com as listadas a seguir, de maneira que possamos verificar de que forma a evolução cultural do está relacionada com o tratamento das questões ambientais, no que se refere principalmente ao respeito às leis, a natureza e ao próximo.

( ) Tendência a descentralização

e valorização de ações locais

( ) Concepção naturalista do meio ambiente

( ) Tendência a incorporar a política de globalização

( ) Pressão sobre as empresas para melhorar a performance ambiental

( ) Exercício da cidadania

( ) A educação ambiental vista como a chave para a mudança comportamental em relação ao meio ambiente.

( ) Racionalização dos recursos naturais

( ) Forte influência religiosa

( ) Tendência ao desperdício

Meio Ambiente

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( ) Crescimento do nível de informação

( ) Omissão e transferência de responsabilidade

Gestão e tecnologias ambientais

Com nossas desculpas a John Lennon.

Imagine que não haja natureza,

Apenas tocos de árvores.

Apenas máscaras de gás

Para as criaturas respirarem.

Imagine todo mundo,

Sufocando no ar.

Você pode me achar intransigente,

Mas eu não estou sozinho!

Espero que algum dia você se junte a mim

Para mudarmos a Atmosfera!

Grupo de Ozônio da Polônia

Meio Ambiente

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Princípios de ecologia 6

6. Princípios de ecologia

A partir de agora vamos conhecer o nosso meio ambiente, o lugar em que vivemos para que possamos assim, entender as forças que interagem e mantêm o equilíbrio da natureza, garantindo desta forma, a sobrevivência de todas as espécies.

Quando fazemos isto, estamos na verdade, estudando uma ciência denominada ECOLOGIA. A palavra Ecologia deriva do grego, em que:

Oikos = Casa Logos = Estudo

A Ecologia, no sentido literal, é a ciência que estuda os organismos em "sua casa" isto é, em seu meio ambiente. Ernest Haeckel (1834-1919) médico e biólogo alemão, baseado no pensamento darwinista (a origem das espécies), concebeu o termo Ecologia em 1869 para designar "O estudo das relações dos seres entre si e com o ambiente em que estes convivem".

O conceito original vem evoluindo sempre no sentido de designar a Ecologia, como uma ciência ou área específica do conhecimento humano, que trata do estudo das relações dos organismos uns com os outros e com todos os demais fatores naturais e sociais que compreendem seu ambiente.

Quando desejamos estudar numa determinada área, as espécies que ali vivem e a forma como elas interagem com o ambiente, dizemos que estamos aprendendo como um Ecossistema funciona.

Um ecossistema não tem dimensões definidas, uma pequena poça d’água, um lago, uma floresta ou todo planeta são ecossistemas.

Quando nos referimos apenas ao local onde uma espécie vive, dizemos que este é o seu Habitat. Se considerarmos, no entanto, o conjunto das características ambientais que definem o papel desta espécie, no seu habitat, denominamos de Nicho Ecológico.

Nos Ecossistemas há sempre uma troca de energia e matéria entre os seres vivos que neles habitam e o ambiente físico que os compõem. Os Ecossistemas são constituí-dos de elementos Bióticos (referentes aos seres vivos que habitam no Ecossistema) e Abióticos (referentes aos minerais, energia e a todos os elementos que não possuem vida).

Cada espécie tem uma característica própria, no que se refere à

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forma pela qual se alimenta. As plantas têm a capacidade de produzir seu próprio alimento, utilizando a luz do sol, sendo chamadas de Produtores ou Fotossintetizantes. Por possuírem esta auto capacidade, são também chamadas Seres Autótrofos.

A denominação Fotossinte-tizadores provém do nome da síntese que promove a produção do alimento das plantas: a Fotossíntese.

Reação de Fotossíntese:

6 CO2 + 6 H2O + Luz + Clorofila →→→→ C6H12O6 + 6 O2 (glicose)

6.6. Vamos descrever o processo de fotossíntese?

Pela ação da luz solar (que atua como um catalisador desta reação), o dióxido de carbono ou CO2 (presente no ar ou na água) e a Água (presente nas plantas), reagem com a clorofila, o pigmento verde dos vegetais. Os produtos desta reação são:

* A glicose (açúcar) que serve de alimento para a planta ou para outros seres que dela se alimenta.

* O oxigênio que vai para a atmosfera possibilitando a respiração de outros seres vivos.

Na Fotossíntese pode-se perceber nitidamente a interação e a troca de energia que o ser vivo (elemento biótico), mantém com o gás carbônico, oxigênio, luz, água, sais minerais (elementos abióticos).

Como dissemos anteriormente, cada espécie tem a sua forma de se alimentar, no entanto algumas não conseguem produzir o seu próprio alimento, necessitando de outros seres para se alimentarem, são os chamados Seres Consumidores ou Heterótrofos.

Veja os exemplos a seguir:

Um beija flor se alimenta do néctar das flores.

Um gavião se alimenta de uma cobra

Os Seres Decompositores também têm um papel importante na natureza, promovendo a decomposição de animais e plantas. Esta decomposição é também chamada Biodegradação, por ser efetuada por organismos vivos.

Meio Ambiente

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Nesta degradação, as substâncias orgânicas (aquelas que possuem Carbono (C) na sua composição), são transformadas em substâncias mais simples que são posteriormente absorvidas pelo solo, servindo de nutriente para as plantas.

Legiões de microorganismos presentes no solo, nos oceanos e nos pântanos, etc, trabalham incessantemente para reciclar a matéria em decomposição, transformando-a em material nutriente.

A preferência alimentar de cada espécie faz com que existam as Cadeias Alimentares, ou seja, seqüências biológicas responsáveis pela transformação de alimento em energia. Como uma espécie pode utilizar como alimento uma ou mais das outras espécies, estas cadeias podem se entrelaçar, formando as teias alimentares.

Questão para Reflexão

Tente representar uma teia, cadeia alimentar e fazer o que está sendo proposto na figura a seguir.

A natureza segue assim, uma dinâmica, como se estivesse eternamente "pensando" em tudo, não deixando nenhum ser "desamparado". Existe uma razão para tudo, de forma que haverá

sempre reposição de todos os elementos vitais para os processos da vida, desde que não haja interferência no equilíbrio da "Sábia Mãe Natureza".

Mas, você sabe como ocorre esta reposição? Pois é através dos Ciclos, que funcionam como reservatórios de nutrientes básicos para a vida das espécies.

6.7. Vamos ver alguns exemplos desses ciclos?

• Ciclo da Água

A água é uma das substâncias mais abundantes na natureza e também o recurso mais ameaçado do planeta. Possui na sua composição os elementos Hidrogênio e Oxigênio (H2O). A água é reposta na natureza, através do seu ciclo também denominado de Ciclo Hidrológico, descrito a seguir:

A água evapora dos mares, oceanos, lagos, rios e plantas pela ação da luz solar. O vapor é condensado, ou seja, transforma-se em líquido e volta a Terra em forma de chuva. Estas águas podem sofrer escoamento superficial no solo, infiltração, escoamento subterrâneo ou evaporação, quando retornam de novo para a atmosfera.

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• Ciclo do Carbono

O carbono, embora exista na forma disponível de gás carbônico (CO2), na atmosfera, está presente em muito maior quantidade nos oceanos, na forma de carbonatos. Assim, os oceanos constituem o seu maior reservatório.

O carbono é retirado do ar através do processo de fotossíntese realizado pelas plantas e algas que também são responsáveis pela restituição da concentração do gás carbônico no ar, através do processo de respiração.

Com a morte os seres vivos são decompostos por microorganismos que ao respirarem também liberam gás carbônico para a atmosfera.

• Ciclo do Nitrogênio

O Nitrogênio (N) é um dos elementos mais importantes para a

constituição das células e, portanto, dos seres vivos. Esse participa das moléculas das proteínas e outros com-postos orgânicos essenciais à vida.

Vamos descrever o seu ciclo? O ar constantemente recebe nitrogênio devido à ação de bactérias denominadas desni-trificantes, que transformam os nitratos em nitrogênio gasoso (N2).

Do ar, o nitrogênio pode ser retirado pela ação de algumas bactérias e algas capazes de fixá-lo novamente, formando matéria orgânica nitrogenada e passando esta ao solo e à água.

Também no ar, a ação de descargas elétricas (raios), pode provocar a combinação do nitrogênio com o oxigênio e água, formando nitratos que se precipitam sobre o solo e a água.

Do solo e da água, o elemento é retirado pelos vegetais fotossintetizantes, sendo utilizado na formação de compostos orgânicos. A restituição ao solo e a água ocorre através de decomposição.

Vale salientar que parte do nitrogênio retirado do solo pelas plantas é transferida para as cidades, na forma de produtos vegetais e depois para as águas, através da decomposição de resíduos e de esgotos domésticos e industriais.

Estes são apenas três exemplos de “ciclos biogeoquímicos”, é importante saber que todas as substâncias que compõem os ecossistemas realizam também seus ciclos.

De acordo com o que foi estudado até agora, podemos pensar que como existem os ciclos e as teias alimentares, todos os recursos naturais estão assegurados e nunca irão acabar, pois

Meio Ambiente

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estarão eternamente sendo repostos na natureza.

Na verdade, isto até que pode continuar a acontecer, se estes ciclos não sofrerem perturbações e a natureza puder seguir a sua dinâmica sem ser "incomodada".

Mas, olhe ao seu redor e reflita sobre o que realmente está acontecendo...

Acho que você vai concordar que a situação exige um repensar na forma como andamos fazendo as coisas.

O desenvolvimento e o progresso tecnológico fizeram com que o homem incorporasse a figura de “criador” todo poderoso e infelizmente descuidando no uso racional dos recursos naturais, proporcionando a ilusão de que estes recursos, se esgotados um dia, possam ser substituídos por inovações tecnológicas.

Infeliz engano...

O problema é que alguns elementos da natureza para serem formados, podem levar centenas ou milhares de anos e, além disso, muitos destes elementos desafiam a inteligência humana para serem produzidos artificialmente.

Alguns ciclos, tais como aqueles que envolvem o Carbono, Nitrogênio ou Oxigênio, suportam mais as perturbações, devido à existência dos grandes reservatórios atmosféricos, ou oceânicos

destes elementos na natureza. Devido a isto, tais elementos podem ser considerados como parte dos Recursos Renováveis da Natureza.

Porém, outros ciclos que envolvem elementos tais como: o Fósforo (F) ou Ferro (Fe) que se encontram em reservatórios relativamente inativos e imóveis da crosta terrestre, podem ser mais facilmente afetados por perturbações locais.

Tais elementos, por serem mais difíceis de serem reciclados, fazem parte dos Recursos não Renováveis da Natureza. O Petróleo, por exemplo, sob determinadas condições geoclimáticas, levou milhares de anos para se formar nas camadas mais profundas da terra e por isso, é considerado um Recurso não Renovável da Natureza.

Ainda que se tratando dos Recursos Naturais Renováveis, existem limites definidos para a capacidade de ajuste, ou renovação destes Recursos Naturais, mesmo quando envolve reservatórios tão imensos quanto o da atmosfera.

Vale ressaltar também que os termos Recurso Natural Renovável/ Não Renovável são de extrema importância

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nas discussões em Educação Ambiental, pois a aplicação dos seus conceitos vai depender principalmente da visão do indivíduo que faz esta análise e do contexto em que este recurso está inserido.

As perguntas a seguir, podem ilustrar melhor o que queremos dizer:

• De onde se está olhando? (contexto) • Por que se está olhando? (contexto) • Como se tem trabalhado o

olhar?(indivíduo) • Com o que se está comprometido em

olhar? (indivíduo)

Para melhor entendimento sobre esta questão dos Recursos Naturais, vamos ver como você classificaria o recurso floresta? Renovável, ou não renovável?

Se hipoteticamente, considerarmos um contexto em que se discute um projeto para a construção de uma hidrovia na região Amazônica, podemos ter vários pontos de vistas, a depender de quem olha o "recurso" floresta amazônica, a exemplo de:

• um recurso econômico a ser utilizado, portanto renovável;

• um recurso natural a ser preservado, portanto, não renovável, enquanto ecossistema;

• um recurso natural de onde emergem questões sociais de extrativismo, portanto, renovável;

• um recurso natural de onde emergem questões culturais de cunho indígena, portanto, um recurso natural não renovável;

• uma questão política estratégica para o Brasil, portanto, renovável quanto

aos recursos minerais que possam ser extraídos de seu subsolo; etc.

Sintetizando

Vimos que a Ecologia é o estudo das relações entre os seres e entre estes e o ambiente onde vivem e que desde quando, não haja interferência no equilíbrio da "Sábia Mãe Natureza" esta segue, uma dinâmica, como se estivesse eternamente "pensando" em tudo, não deixando nenhum ser "desamparado".

Desta forma, existe uma razão para tudo, de forma que haverá sempre reposição de todos os elementos vitais aos processos da vida, que pode ocorrer muito lentamente, como acontece com os recursos não renováveis (petróleo), ou mais rapidamente, no caso dos recursos renováveis (ciclos da água, carbono, nitrogênio etc).

Auto-avaliação

1º Questão

Levante os fatores que podem interferir sobre o processo de Fotossíntese e os impactos que estes podem causar para o meio ambiente.

2ª Questão

De acordo com o seu ponto de vista, qual a importância que tem na natureza, os ciclos formados pelas várias espécies de seres produtores, consumidores, decompositores e os ciclos da água, nitrogênio, carbono e outros?

A partir do momento, que o homem começa a se dar conta destas relações, ele também começa a perceber que suas ações, por mínimas

Meio Ambiente

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que sejam, podem interferir no equilíbrio dos ciclos da natureza, responsáveis pela reposição de todos os elementos essenciais à vida, podendo causar desta forma, impactos ambientais.

Este nível de consciência é fundamental para cada um começar a pensar globalmente e agir localmente.

É preciso usar com cautela todos os nossos recursos naturais, evitando "perturbar" os ciclos que existem na natureza. Desta forma, a natureza, com sua imensa sabedoria, continuará provendo tudo aquilo que o homem precisa para a sua sobrevivência.

Meio Ambiente

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Gestão ambiental 7

7. Gestao ambiental

Já vimos alguns dos principais pontos relacionados com os problemas ambientais que o progresso nos traz, é necessário também discutirmos um

pouco sobre como vem evoluindo o gerenciamento das questões ambientais como um todo, e quais os fatores que estão influenciando no processo de mudança comportamental do empresariado e das pessoas, em geral, norteando as ações na área de meio ambiente.

Achamos importante neste

momento, você entender como ocorreu o

processo evolutivo do impacto do

desenvolvimento sobre o meio ambiente.

7.8. Mudança de atitudes

Vamos começar avaliando o processo de mudança de atitudes das empresas em relação ao tratamento das questões ambientais...

O meio ambiente foi considerado, durante muitos anos, (até as décadas de 60 e 70) como um aspecto de última ordem, ou de menor importância para o setor produtivo, tanto no campo econômico, como no técnico.

No decorrer dos anos, em relação ao campo econômico, o meio ambiente deixou de ser tratado como uma externalidade, ou seja, os custos ambientais passaram a ser computados na determinação do custo total do produto.

Já no que se refere ao campo técnico, as medidas adotadas que sempre foram de controle da poluição (final de tubo2), no melhor dos casos, para adequar as emissões aos padrões exigidos, passaram a assumir um caráter mais preventivo, deslocando-se para a linha de produção e atingindo agora o nível estratégico.

O crescimento da consciência ambiental, em nível mundial, tem provo-cado claras mudanças nos meios utilizados pela indústria para reduzir os seus impactos. Estas mudanças têm acompanhado a evolução das demandas ambientais e estão refletidas, na forma como estas são explicitadas pela legislação e nas medidas que agências ambientais governamentais têm adotado.

Historicamente, a regulamentação ambiental tem corrido em função da ocorrência de grandes acidentes. A crise do “smog” Londrino de 1952 provocou o Ato do Ar Limpo (Clean Air Act) de 1956, no Reino Unido. O acidente de Sevesso,

2 Tratamento da poluição no final do processo produtivo, ou seja, não controla a poluição na fonte geradora.

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na Itália, desencadeou a publicação da diretriz 82/501/EEC sobre Riscos de Acidentes Industriais por parte da Comunidade Européia.

Porém, nos anos 70 começaram a surgir atitudes pró-ativas, referentes ao controle da poluição baseado em princípios ambientais.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, OECD, popularizou em 1975, o princípio do “Poluidor Pagador”. Este princípio estabelece que, os custos ambientais relacionados com qualquer produto ou serviço, devem ser incluídos nos custos de produção e que os produtores devem pagar por qualquer dano ambiental, ou custos relativos a sua prevenção, provocados pelos seus produtos. A Companhia Ball & Bell, adotou este princípio em 1995.

Ainda na década de 70, devido à crise energética que se sucedeu nesta época, foi desenvolvida uma ferramenta chamada Inventário de Ciclo de Vida (LCI) que quantifica o uso de energia, recursos e emissões para o meio ambiente, associadas a um produto, durante todo o seu ciclo de vida, ou seja, do “berço ao túmulo”, desde a obtenção da matéria-prima até o seu descarte, ao final de sua vida útil para o consumidor.

Podemos perceber que, de maneira geral, a ótica que prevalecia nos anos 70, era de aceitação do inevitável lançamento de poluentes no meio ambiente, estabelecendo-se apenas medidas para o seu controle, procurando-se transferir os custos ambientais para os produtores, para que estes tomassem as medidas cabíveis para minimizar o seu impacto. Tratava-se de uma visão, na qual a relação com o meio ambiente só fazia agregar custos ao processo produtivo.

No ano de 1985, a Associação dos Produtores Químicos Canadenses, preocupada com a imagem negativa deste segmento, diante da comunidade em geral, devido principalmente aos grandes acidentes ambientais ocorridos nesta década, lançou o programa “Responsible Care”, ou “Atuação Responsável”.

Este programa tem sido adotado em vários países do mundo e trata-se de um sistema gerencial destinado a promover a melhoria contínua das condições de saúde, segurança e meio ambiente nas indústrias químicas.

Nos anos 90, a partir do Tratado de Maastricht, a Comunidade Européia, adotou o “Princípio da Precaução”, o qual estabelece que a possibilidade de um impacto ser causado por determinados processos ou produtos deve ser considerada como um fato, mesmo não existindo informações suficientes que o comprovem.

Este princípio também determina que ações sejam tomadas, mesmo antes de existirem provas científicas de causa-efeito. O ônus da prova passa da vítima para o empreendedor (O'RIORDAN, 1995) e neste sentido, o cuidado com a gestão do processo de produção passa a ganhar nova importância.

Também na década de 90, o princípio do “Desenvolvimento Sustentável” ganha espaço em nível mundial, a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, RIO 92. Inicialmente definido pela Comissão Brundtland (1983), este princípio estabelece que o desenvolvimento atual não deve comprometer a capacidade de gerações futuras de também atenderem as suas necessidades.

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Continuando o nosso resgate histórico com relação ao tratamento das questões ambientais, podemos analisar agora, como isto ocorreu na legislação ambiental...

A Legislação Ambiental tem sido aplicada em função da evolução das demandas ambientais, principalmente, através de três mecanismos:

Estabelecimento de padrões de lançamento nos limites do processo industrial;

Fixação de valores máximos atingíveis nos corpos receptores (padrões ambientais);

Exigências de utilização dos melhores meios praticáveis (tecnologias).

Podemos dizer que os dois primeiros mecanismos oferecem uma maior facilidade de aplicação e têm sido os mais aplicados no Brasil. Quanto à utilização das melhores tecnologias disponíveis, estas vêm sendo exigidas desde do século passado, sendo que só passaram a ser realmente utilizadas a partir dos últimos anos.

A Legislação Ambiental britânica de 1990, por exemplo, exige a utilização das “melhores tecnologias disponíveis que não demandem custos excessivos” (BATNEEC, Best Available Techniques not Entailing Excessive Costs) para prevenir ou, caso isto não seja possível, minimizar o lançamento de substâncias prescritas e tornar inofensivas, tanto estas substâncias, como quaisquer outras que possam provocar danos ao meio receptor.

Um outro aspecto a ser observado na legislação britânica recente e que demonstra um processo evolutivo, diz respeito a ampliação do conceito utilizado de tecnologia. O termo “technique”

atualmente abrange não apenas a tecnologia propriamente dita, mas também os aspectos gerenciais e operacionais a ela relacionados.

Desta forma, aspectos tais como capacitação dos operadores, rotinas de supervisão/manutenção e até mesmo o layout dos prédios, são também considerados numa avaliação tecnológica.

Ainda de acordo com esta legislação, no caso de uma determinada substância poder ser descartada em mais de um corpo receptor, o empreendedor deverá provar que está propondo a melhor opção ambiental praticável (BPEO, Best Practicable Environmental Option).

Estas medidas fazem parte do denominado: Controle de Poluição Integrado (IPC, Integrated Pollution Control). Esta legislação tem servido de base para uma legislação semelhante, no nível da União Européia, denominada de Prevenção e Controle Integrado da Poluição (IPPC, Integrated Pollution Prevention and Control).

Como podemos observar a discussão do controle da poluição começa a sair da simples definição de padrões de lançamento para envolver aspectos tecnológicos, gerenciais e econômicos que influenciam o processo de tomada de decisão dentro das indústrias, demonstrando-se assim, uma preocupação em proteger o meio ambiente de uma forma integrada.

Esta visão integrada do problema ambiental pode ser percebida através das várias iniciativas empresariais adotadas na década de 90:

• Intensificação da adoção voluntária de Selos Verdes para os produtos, atestando que estes são ambientalmente saudáveis;

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• Auditoria Ambiental (AA) avaliação sistemática, documentada e periódica do desempenho ambiental de uma organização. A publicação do guia para auditoria ambiental foi feita pela ICC – International Chamber of Commerce – UK em 1991;

• Implantação de Environmental Management System – EMAS, regulamentação de Gestão e Auditoria Ambiental que exige que as informações sejam verificáveis e disponíveis ao público (1993-União Européia);

• Implantação de Sistema de Gestão Ambiental (SGA), inicialmente baseado na norma britânica BS-7750 (1994), em seguida baseado na norma internacional ISO-14001 (1996), ambas, no entanto, com o objetivo de atestar a implementação de ações para a melhoria do desempenho ambiental das empresas;

• Ainda nesta linha, podemos verificar o crescimento do uso de instrumentos econômicos para o controle da poluição. Entre estes citamos:

• Inserção nos custos de produção a partir da cobrança de multas pela emissão de poluentes, ou cobrança de taxas pelo uso de equipamentos para o descarte final de resíduos.

• Oferta de subsídios e/ou incentivos fiscais na adoção de formas mais limpas de produção.

• Autorizações negociáveis de emissão (TEP’s-Tradeable Emission Permits).

As TEP’s representam uma forma

nova de encarar os problemas ambientais. A idéia baseia-se na criação de um mercado de quotas ambientais, sujeito a normas pré-definidas. Isto oferece aos empreendedores uma maior liberdade para achar soluções de menor custo e menor impacto ambiental.

De acordo com este instrumento, empresas poluidoras podem se articular para definir o elenco de medidas que cada uma deverá tomar para atender aos padrões ambientais fixados pelos organismos reguladores. De outro lado, nenhum impacto adicional é gerado porque os níveis gerais de emissões são controlados. (TURNER, 1995).

Agora que já temos uma idéia do processo evolutivo do tratamento das questões ambientais, vamos conhecer um pouco mais, sobre as AÇÕES PARA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE que as empresas têm empreendido, de maneira a responder às preocupações mundiais, com relação às conseqüências do desenvolvimento industrial para o meio ambiente.

Vamos ver algumas dessas ações?

7.9. Ações para proteção do meio ambiente

• Programa de Atuação Responsável

Conforme já vimos, a CCPA - Associação de Produtores Químicos Canadenses, tomou a iniciativa de desenvolver um programa denominado de "Responsible Care", ou seja, Atuação Responsável, definido como conjunto de normas destinadas a promover a melhoria contínua das condições de segurança e de proteção à saúde e ao meio ambiente nas indústrias.

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O processo de adoção desse programa é voluntário e derruba o paradigma do cumprimento da lei somente por obrigatoriedade, para dar lugar a uma consciência ética ambiental, por parte das indústrias. Atualmente, o programa de Atuação Responsável é adotado por vários países no mundo, em diferentes estágios de desenvolvimento e de acordo com cada cultura.

• Programa de Prevenção de Poluição

Este é um programa amplo que

envolve as melhores práticas gerenciais com objetivo de reduzir ou eliminar, a geração de resíduos através do controle na fonte, ou seja, na linha de processo. Este programa pode abranger o uso correto de recursos (energia e água), reaproveitamento de materiais que entram no sistema, alterações de matérias-prima, de tecnologia e de procedimentos operacionais.

Programa de Minimização de Resíduos

Este programa pode ser descrito como um subprograma da Prevenção de Poluição, pois foca especificamente a minimização de resíduos. Pode ser aplicado em qualquer tipo de empresa, sendo preciso para que isto ocorra, estudar o processo, a termodinâmica e cinética das reações envolvidas (no caso

de processo industrial); identificar as principais fontes geradoras de resíduos, tipos de equipamentos utilizados, etc.

Para que este programa seja implantado em uma empresa, é preciso antes de tudo, fazer uma auditoria de resíduos, a fim de verificar onde estão os resíduos e para onde estes estão indo.

Desta forma, podem ser propostas medidas que envolvam modificações/ substituições no processo, e/ou substituição de tecnologia. Na definição da medida a ser adotada deve-se considerar a mais ambientalmente correta, viável economicamente.

Vale ressaltar, no entanto, que muitas vezes grande parte dos resíduos pode ser eliminada apenas com mudanças nos procedimentos de operação.

• Produção Limpa

Produção Limpa significa a aplicação de uma estratégia ambiental preventiva e integrada a processos, produtos e serviços, visando aumentar a eficiência e reduzir riscos para a humanidade e o meio ambiente. A produção Limpa traz benefícios econômicos para as empresas, ao mesmo tempo em que, reduz a geração de resíduos e causa menos danos ao meio ambiente.

Podemos dizer que o controle da poluição industrial evoluiu muito no mundo, na última década e hoje é praticamente impossível se implantar na Europa, ou nos EEUU, uma nova indústria que não utilize tecnologias consideradas ambientalmente corretas (Tecnologias Limpas), ou seja, que não gerem resíduos ou impactos ao meio ambiente, tendo como resultado uma Produção Industrial mais Limpa.

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Normalmente, de acordo com a visão dos empresários, este processo pode sofrer alguns atenuantes, pois, na busca de tecnologias limpas de produção, ou seja, menos poluentes ao meio ambiente, a questão econômica funciona como um fator limitante do processo, existindo situações em que o investimento em uma tecnologia limpa pode ser mais alto do que o tratamento dos resíduos gerados.

Desta forma, a empresa às vezes, ainda nos dias atuais, pode preferir tratar o resíduo, o que representa apenas uma solução paliativa, ao invés de evitar produzi-lo.

Vale ressaltar que esta visão representa um equívoco, pois já existem experiências no mundo inteiro e em especial no Brasil, onde os resultados de trabalhos desenvolvidos pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas - CNTL do SENAI-RS, nos Estados de Santa Catarina, Bahia e Rio Grande do Sul, demonstram que cerca de 70% dos resíduos das empresas podem ser eliminados, apenas com modificações nas rotinas de trabalho, o que representa muitas vezes investimento zero, ou de retorno garantido em conseqüência da redução de custos com tratamento e/ou disposição destes resíduos.

Com o objetivo de evitar atitudes equivocadas de empresários, o governo vem oferecendo algumas linhas de financiamento às empresas, para estimular o investimento em novas tecnologias e a modernização dos processos produtivos visando à proteção ambiental.

Além disso, a Confederação Nacional das Indústrias - CNI, vem envidando esforços também, no sentido de estimular as empresas brasileiras a absorverem e implementarem uma

metodologia de Técnicas de Produção mais Limpa, visando reduzir os impactos ambientais decorrentes dos seus processos produtivos.

Podemos citar ainda que um outro fato que vem influenciando as empresas a investirem na melhoria da performance ambiental, é que alguns organismos financiadores atualmente só liberam empréstimos, se as empresas demonstrarem que não agridem o meio ambiente.

• Certificações Ambientais e os Selos Ecológicos

O momento atual está sendo

marcado também, pelos instrumentos voluntários que atestam a qualidade ambiental de produtos, ou seja, que os mesmos foram obtidos a partir de processos industriais não poluidores e que não possuem características tóxicas ao meio ambiente.

A procura pelas certificações ambientais voluntárias responde à existência de barreiras não tarifárias, à aceitação de produtos ambientalmente inadequados e à atitude de militância dos consumidores chamados de "Verdes", dispostos a pagar mais pelos Ecoprodutos.

Vejamos agora alguns exemplos de Selos Ecológicos utilizados no mundo:

• Green Seal - Sistema privado, nos Estados Unidos, de avaliação ambiental de produtos que considera o conceito "do berço ao túmulo", ou seja, todo o ciclo de vida do produto.

• Green Cross - Sistema privado americano, no qual o produtor faz a avaliação ambiental dos produtos e embalagens.

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• Eco Mark - Sistema japonês não oficial de certificação de produtos e serviços.

• Blue Angel - Sistema alemão de certificação de produtos com mais de 15 anos de experiência.

• Environmental Choice - Sistema oficial canadense para certificação de produtos.

• White Swann - Sistema voluntário de certificação dos países nórdicos, por categorias de produtos.

• Eco Label - Selo ecológico europeu, o qual garante o mínimo de impacto

ambiental em todo o ciclo de vida do produto.

• Questão para Reflexão

Faça uma lista de produtos de supermercados que tenham alguma declaração de ambientalmente correto. Analise o custo destes produtos em relação aos outros produtos que não têm qualquer declaração. O que você pode concluir?

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Sistema de Gestão Ambiental – SGA 8

8. Sistema de Gestão Ambiental – SGA

Atualmente, uma “forte onda ecológica” está mobilizando as empresas, levando-as a uma nova corrida em busca da certificação de seu Sistema de Gestão Ambiental - SGA, com o objetivo de demonstrar que seus processos, produtos e serviços estão em conformidade com normas ambientais internacionalmente aceitas.

A série ISO 14000, da Organização Internacional de Padronização, é uma resposta a esta demanda e consiste num conjunto de normas técnicas que orienta como implantar um SGA numa empresa, de maneira a melhorar a sua performance ambiental e obter um certificado ambiental para comprovar isto.

O importante neste momento, é fazer um grande esforço com o intuito de transformar esta “forte onda ecológica”, referida anteriormente, em uma oportunidade real e permanente de melhoria da qualidade de vida em nosso planeta.

Bem, fizemos um bom estudo das principais iniciativas empresariais, visando a proteção do meio ambiente e com certeza, você deve estar se perguntando se isto é suficiente para que todas as empresas tomem consciência da importância do meio ambiente nas nossas vidas e realmente assumam esta questão como prioridade.

Infelizmente não podemos contar só com isto, pelo menos por agora, pois as atitudes voluntárias, são muito válidas, mas precisamos também nos assegurar que teremos instrumentos legais disponíveis para serem aplicados, de maneira a garantir a qualidade ambiental.

É interessante, portanto, saber um pouco a respeito de como as questões ambientais são tratadas, a nível legal. Para isso, precisamos ver alguns aspectos da LEGISLAÇÃO AMBIENTAL.

Sintetizando

Fizemos um bom estudo das principais iniciativas adotadas pelas empresas, visando à proteção do meio ambiente: Prevenção de Poluição, Minimização de Resíduos, Produção Limpa.

Todas estas alternativas correspondem programas que visam reduzir/eliminar a geração de resíduos, através do uso de tecnologias limpas, ou seja, ambientalmente mais corretas; de melhores práticas operacionais; alterações de matérias-prima; reaproveitamento de materiais; uso racional dos recursos água e energia.

Vimos que o Programa de Atuação Responsável é um sistema de gestão destinado a promover a melhoria contínua das condições de segurança e de proteção à saúde e ao meio ambiente nas indústrias, tendo sido lançado pelo Canadá na década de 80.

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A Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental baseia-se na norma internacional ISO 14001, tendo como objetivo a melhoria do desempenho ambiental das empresas, podendo ser certificável por organismos credenciados.

Pudemos ver que estas iniciativas, apesar de serem voluntárias e, portanto, muito válidas, não são suficientes, pois não são ainda adotadas por todas as empresas. Desta forma, para que seja uma prática comum, em função da tomada de consciência da importância do meio ambiente nas nossas vidas e para que as empresas realmente assumam esta questão como prioridade, é preciso que tenhamos instrumentos legais, disponíveis para serem aplicados, de maneira a garantir a qualidade ambiental.

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Impactos ambientais decorrentes de atividades do homem 9

9. Impactos ambientais decorrentes de atividades do homem

IMAGINANDO que você já tenha agora, noções básicas sob o funcionamento do nosso meio ambiente e que, portanto, sabe o quanto é importante conservá-

lo, pois desta forma, estaremos preservando nossas vidas, seria interessante discutir um pouco sobre alguns aspectos relacionados com “a grande ameaça ao meio ambiente”.

[...] o medo ecológico é um medo planetário. “A Terra ameaçada”, A Terra com a corda no pescoço”, “A Terra em perigo de morte”, A natureza na U.T.I”, “Nós só temos um planeta”, dizem as manchetes dos jornais, as capas de revistas, os programas de televisão, construindo a ecologia-espetáculo que, incrédulos ou persuadidos, habituamo-nos agora a contemplar. (ALPHANDÉRY; BITOUN; DUPONT).

Vamos iniciar a nossa discussão?

O homem, na busca pelo progresso, adquiriu uma série de bens de consumo que tornaram a sua vida mais “confortável”, isso, no entanto, causou uma série de impactos ambientais decorrentes das suas atividades.

Pois bem, a “grande ameaça ao meio ambiente”, na qual nos referimos antes, esta relacionada com os “Restos do Progresso”, ou simplesmente com a

POLUIÇÃO do nosso meio ambiente provocada pelo homem.

Mas, vamos ver o que definimos como Poluição?

Na Lei Federal 6938 de 31/08/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, poluição é definida como “a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a Biota (Conjunto de seres vivos de um ecossistema); afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”.

Quando a poluição resulta em prejuízos à saúde do homem, e de outros seres vivos, dizemos que há Contaminação. Vários são os efeitos causados por substâncias tóxicas, responsáveis por contaminação, a exemplo das mutações, determinadas por mudanças no material genético, podendo gerar câncer, defeitos de nascença, abortos espontâneos, etc.

Você já refletiu sobre o impacto que esta tão indesejada Poluição causa ao meio ambiente?

Infelizmente, a poluição pode impactar os meios mais variados possíveis, tais como: o ar, a água, o solo, podendo ser de natureza química,

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térmica, acústica, eletromagnética, visual, etc.

No que se refere ao ar, temos que as principais fontes de poluentes são os veículos automotores, as chaminés de indústrias, e a queima de resíduos sólidos e de florestas.

Para avaliar a qualidade do ar de uma determinada região, devemos fazer um monitoramento, ou seja, um acompanhamento dos níveis de poluentes emitidos. A depender dos valores de concentrações encontrados, algumas medidas emergenciais são adotadas, como a não utilização de automóveis (a exemplo do que acontece na cidade de São Paulo) e até mesmo, a parada de uma planta industrial identificada como fonte poluidora.

9.10. Poluição atmosférica

Vejamos agora, alguns dos principais danos causados pela poluição atmosférica, no que se refere a:

1. Saúde - responsável por doenças respiratórias, irritação sensorial, prejuízo à visibilidade;

2. Materiais - provocando abrasão, deposição e corrosão de estruturas metálicas, monumentos;

3. Vegetação - redução de penetração de luz e a absorção de poluentes pelos estômatos das plantas que é onde ocorre a troca Oxigênio (O2

)/Gás carbônico (CO2);

4. Economia - prejuízos ao turismo, pois ninguém quer passar as férias num local poluído.

Os problemas de poluição atmosférica podem ainda se agravar a depender de fatores meteorológicos, os quais dificultam a dispersão de poluentes no ar. A Inversão Térmica é um deles.

O que acontece em condições meteorológicos normais é que o ar quente, decorrente do calor armazenado dentro das cidades, o qual é composto de alguns poluentes, tende a subir deixando um espaço vazio que deverá ser ocupado pelo ar frio, verificando-se desta forma, uma dispersão dos poluentes, melhorando naturalmente as condições ambientais.

Quando, no entanto, ocorre um resfriamento das camadas superiores da atmosfera, ou seja, uma inversão térmica, o ar quente fica retido na Terra, juntamente com os poluentes que não são dispersos, causando uma série de problemas respiratórios e outros atribuídos à poluição atmosférica.

Existem também alguns problemas associados à poluição atmosférica e que são considerados globais, pois ultrapassam fronteiras, podendo atingir toda humanidade...

• Chuva Ácida

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A Chuva Ácida é um deles. Nos anos recentes, as emissões resultantes das queimas de combustíveis fósseis provenientes de plantas de energia elétrica, automóveis, fábricas de aço e outras fontes, têm adicionado larga quantidade de óxidos de enxofre (SOX) e óxidos de nitrogênio (NOX), na atmosfera.

Estes óxidos combinam-se com o vapor d'água, gerando ácidos sulfúricos e nítricos respectivamente, que retornam para a Terra, sob a forma de orvalho, chuvisco, neblina, granizo, neve e chuva, atribuindo o caráter ácido aos meios atingidos por estes. A chuva é considerada ácida, quando seu pH é inferior a 5,3.

E quais são as conseqüências disso?

* Nos corpos d'águas, algumas espécies são extremamente sensíveis às mudanças com relação ao pH (caráter ácido ou básico), podendo até morrer;

* A vegetação pode secar, ou adquirir o aspecto amarelado;

* A capacidade de deterioração de materiais de construção é acelerada. Os monumentos gregos sofreram mais deterioração nos últimos 50 anos que ao longo de 2000 anos;

* O aumento da dissolução de materiais tóxicos, podendo contaminar águas utilizadas para abastecimento público.

O mais agravante da Chuva Ácida é que esta pode afetar um determinado local que não possui necessariamente uma fonte emissora, pois poluentes podem ser carreados de um local a outro, centenas ou milhares de quilômetros de distância, pela ação dos ventos.

Assim sendo, passa a ser responsabilidade de todos empreender medidas que reduzam as emissões destes poluentes, na natureza.

• Efeito Estufa

O Efeito Estufa é outro problema. A energia proveniente do sol aquece a Terra que por sua vez, sendo refletida. Uma parte desta energia refletida, escapa para o espaço, mas outra parte, é aprisionada por gases, reproduzindo um ambiente semelhante ao de uma estufa.

Esta situação torna-se mais grave ainda, à medida que aumentam os níveis dos gases conhecidos como Gases Estufa, na atmosfera. O dióxido de carbono (CO2), é o principal deles, sendo gerado a partir da queima do petróleo e seus derivados, de carvão, da destruição e queima de florestas, da respiração dos seres vivos.

Outros gases também contribuem para o efeito estufa: os óxidos nitrosos

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resultantes das queimas de derivados de petróleo (diesel, gasolina); o metano resultante da atividade agropecuária e os próprios CFCs (Cloro, Flúor, Carbono) oriundos de aerossóis, refrigerantes e solventes.

E quais são as conseqüências do Efeito Estufa?

A mudança climática afeta diretamente a agricultura, podendo ter também efeitos desastrosos nos ecossistemas e nas áreas costeiras, devido ao fato do aquecimento da Terra provocar o degelo das calotas polares e o gelo das altas montanhas, tendo como conseqüência inundações de regiões costeiras.

• Buraco na Camada de Ozônio

O oxigênio (O2) não é somente um importante elemento que nós respiramos, mas ele também na forma de O3, age como um escudo a 20-50 km acima da Terra que filtra cerca de 99 % dos raios ultravioletas, protegendo-a contra os problemas associados a estes raios, como o câncer de pele, queimaduras, danos às espécies aquáticas, vegetais, etc.

Agora, o mundo está alarmado por um grande buraco na camada de ozônio na Antártida, atribuindo-se isso aos CFCs, compostos de Cloro, Flúor e Carbono, presentes em latas de aerossóis, refrigeradores, aparelhos de ar condicionado, espumas, etc. Estes,

quando lançados no ar, reagem com o ozônio destruindo as suas moléculas.

Algumas iniciativas para proteger a integridade dos sistemas ambientais globais, estão sendo adotadas como a substituição de gases CFCs, por outros considerados como de menor potencial para afetar a camada de ozônio, os chamados HFCs, compostos de Hidrogênio, Flúor e Carbono.

Questão para Reflexão

Vamos fazer a nossa parte para melhorar o nosso meio ambiente? Comece relacionando algumas maneiras de tornar a sua residência mais correta, do ponto de vista ambiental, evitando o desperdício e a geração de resíduos. Daí em diante, vai ficar fácil você ampliar suas ações para preservar o meio ambiente. Lembre-se: só deve ter discurso, quem tem a prática.

9.11. Poluição das águas

É outro problema que temos que procurar evitar e você pode imaginar por que?

“Nada na terra é mais suave e complacente do que a água, porém, nada é mais forte. Quando ela se defronta com uma muralha de pedra a suavidade supera a dureza; o poder da água prevalece”. (TAO 78).

Antes de falarmos sobre a poluição das águas, é importante lembrar que a água é um

recurso escasso. Vamos ver o porque desta afirmação?

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Para começar vamos supor que todo o volume de água do mundo fosse 100 litros e analisar esta proposição com a ajuda da figura a seguir.

Que conclusão você pode tirar?

Acho que podemos constatar, que não temos tanta água assim, e a situação pode se complicar bastante se considerarmos que infelizmente uma boa parte desta água está contaminada.

“Vista de longe, a Terra é pura água. Mas não é água pura. Esta é rara e cada mais cara”. (ARNT).

Vamos então, estudar um pouco mais sobre as formas de interação do

homem com a água e desenvolver a consciência da necessidade de proteção deste recurso.

A água é um dos elementos da natureza de maior uso nas nossas vidas. Esta se faz necessária no abastecimento público, na indústria, na irrigação, recreação e na preservação de fauna e flora, etc.

Devido aos seus múltiplos usos, a água pode ser facilmente poluída. Suas principais fontes de poluição são os esgotos, os resíduos sólidos, tanto domésticos como industriais, os agrotóxicos e os fertilizantes.

600 ml

água subterrânea

97,41l oceanos

2,59 l água doce

1976 ml gelo

7ml – lagos (1 colher sopa) 5ml – solo (1 colher sobremesa) 1ml – atmosfera (16 gotas) 0,5ml – seres vivos (8 gotas) 0,5ml – rios (8 gotas)

100 litros Todo vol. de água no mundo

14ml (2 colheres sopa)

água de superfície

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Quando ocorre poluição das águas, podemos ter como conseqüência alterações no aspecto estético; no nível de oxigênio dissolvido na água, necessário para manutenção da vida das espécies; na qualidade de água que pode passar a ter características tóxicas ao homem e aos outros animais e vegetais.

Podemos avaliar a qualidade de uma água, através da análise de uma amostra representativa, tomando como referência alguns parâmetros, os quais devem ser quantificados e comparados com Padrões de Qualidade, que são os limites permissíveis de determinados poluentes na água, que não causam danos ao meio ambiente e que são estabelecidos pela legislação ambiental.

Como exemplo desses parâmetros temos:

• pH (potencial Hidrogeniônico) - Determina o caráter ácido ou básico do meio, fator importante para sobrevivência das espécies.

• DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) - Mede a quantidade de matéria orgânica no meio (poluição) que pode ser degradada através da ação de bactérias (biodegradável).

• DQO (Demanda Química de Oxigênio) - Mede a quantidade de matéria orgânica biodegradável e não biodegradável que pode ser degradada através de um agente oxidante químico.

• OD (Oxigênio Dissolvido) - Este elemento é de importância vital para os seres aquáticos aeróbios. As reduções nas concentrações de oxigênio nos corpos de água são provocadas principalmente por despejos de origem orgânica.

• Turbidez - A turbidez de uma água é devida à presença de matéria em suspensão, que dificulta a penetração da luz solar na água, prejudicando o

processo de fotossíntese, essencial para a vida das espécies.

• Coliformes - Estas bactérias, por estarem sempre presentes nas fezes de animais de sangue quente (homem e mamíferos em geral), funcionam como indicadores da presença de esgotos sanitários no meio, e da possível presença de seres patogênicos (causadores de doenças ao homem).

• Metais Pesados - Metais que apresentam características tóxicas e de difícil biodegradação e com grande potencial de bioacumulação (capacidade de acúmulo de concentrações de poluentes nas cadeias alimentares, aumentando o risco de serem absorvidos pelo homem em dosagens extremamente tóxicas). Exemplos: Alumínio (Al), Arsênio (As), Cádmio (Cd), Crômio (Cr), Ferro (Fé), Cobalto (Co), Cobre (Cu), Chumbo (Pb), Mercúrio (Hg), Níquel (Ni), Zinco (Zn).

Devido à importância que a água tem em nossas vidas, precisamos ter certeza de que ela é de boa qualidade. Para tal, precisamos muitas vezes realizar um Tratamento de Água de forma adequada, aos fins para os quais esta se destina.

O procedimento comum em uma estação de tratamento de água para fins de abastecimento público, consiste num Peneiramento ou Gradeamento para remover os materiais flutuantes e entulhos suspensos, seguido de Remoção de Areia para evitar danos a equipamentos e assoreamento, ou seja, diminuição da profundidade do leito de corpos receptores.

Logo após, temos uma Coagulação, onde primeiramente ocorre uma mistura da água com produtos químicos, para que os sólidos finamente divididos e em suspensão, possam

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aglomerar-se, (Floculação) formando flocos maiores, os quais, posteriormente numa etapa de Decantação, irão depositar-se mais facilmente, por ação da gravidade, para serem assim, removidos do meio.

O tratamento pode, caso verifique-se ainda a presença de material suspenso, incluir uma etapa de Filtração. A Adição de Flúor é necessária para prevenir a cárie dentária (apesar de que esta etapa vem sendo excluída, pois as pastas de dentes já contêm flúor).

No final do tratamento, é feita uma Desinfecção, normalmente com compostos a base de cloro, de maneira a eliminar microorganismos que possam estar presentes, causadores de doenças como cólera, febre tifóide, hepatite, diarréias, etc.

9.12. Poluição do solo

Este tipo de poluição é causado principalmente pela deposição no solo, de forma inadequada, de resíduos sólidos (lixo) de vários tipos como: doméstico, industrial e agrícola, tendo como conseqüência a destruição dos organismos do solo, a contaminação de alimentos, das águas subterrâneas e superficiais, usadas para abastecimento público.

9.13. Poluição térmica

De fato, a mudança de temperatura que ocorre nos corpos d'água normalmente, é causada por despejos industriais. A elevação da temperatura da água reduz a concentração de oxigênio dissolvido no meio, dificultando a vida de determinadas espécies, causando até a morte destas.

9.14. Poluição sonora

Podemos dizer que esta causa alguns efeitos, principalmente ao homem, como: problemas auditivos, irritação geral, perturbação na comunicação, stress.

É interessante colocar que a poluição sonora é controlada nas indústrias, através de legislação específica do Ministério do Trabalho - Portaria 3214/78 e suas NRs (Normas Regulamentadoras), relativas ao ruído, devido aos problemas de doenças ocupacionais atribuídos a esta, como a surdez gradativa.

Existem restrições também com relação ao ruído em áreas residenciais e próximas a hospitais.

9.15. Poluição por radioatividade

A energia nuclear apresenta uma série de riscos de contaminação do meio ambiente que podem comprometer a qualidade de vida por muitas gerações. Além disso, ainda não se encontrou uma alternativa segura para a disposição dos rejeitos radioativos, provenientes de usinas nucleares que causam inúmeras conseqüências para o homem como: o câncer generalizado, defeitos de nascença, leucemia, etc.

Bem, como vimos a Poluição tem sido uma conseqüência direta das nossas

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atividades, causando uma série de prejuízos para o meio ambiente. Sendo assim, devemos tomar todas as medidas necessárias para evitar a poluição, modificando nossos padrões de produção e consumo.

Vale salientar, que algumas vezes a poluição também pode ocorrer de forma acidental e drástica, provocando muitas doenças, mortes, assim como também, perdas financeiras e impactos ao meio ambiente, de maneira geral.

Podemos lembrar aqui, alguns dos GRANDES ACIDENTES AMBIENTAIS que ocorreram no mundo e que serviram de alerta para a humanidade dos perigos de catástrofes ambientais:

• Vazamento em uma Usina Nuclear situada em Chernobyl, na União Soviética (1986);

• Vazamento numa fábrica de inseticida em Bhopal, na Índia (1984);

• Vazamento de dioxina, produto altamente tóxico, resultante de processo de combustão incompleto, em Seveso na Itália (1976);

• Contaminação por mercúrio na Baía de Minamata no Japão.

• Vazamento de petróleo do petroleiro Exxon-Valdez no Alasca.

Questão para Reflexão

• Será que a natureza por si só, terá condições de absorver toda esta poluição gerada por nós?

• Será que o progresso, da forma como temos tem realmente melhorado a sua qualidade de vida?

• A solução para o problema seria então abrir mão das “vantagens” trazidas pelo progresso?

Sintetizando

Vimos que o homem no seu processo evolutivo adquiriu uma série de bens que tornaram a vida mais confortável, mas que, infelizmente, isso gerou o que podemos considerar como “Restos do Progresso”, ou simplesmente POLUIÇÃO que se constitui atualmente, numa “grande ameaça ao meio ambiente”.

Discutimos os problemas associados à poluição atmosférica e que são considerados globais, pois ultrapassam fronteiras podendo atingir a toda humanidade:feito estufa, provocado pela concentração de gases na atmosfera, com superaquecimento da Terra, conseqüente degelo das calotas polares e enchentes em vários locais;

Chuva ácida, devido às emissões de chaminés de indústrias, descarga de automóveis, provocando edificações de corpos d’água e comprometimento da vida de todas as espécies; Buraco na camada de ozônio, provocado pela emissão de CFCs – compostos de Cloro, Flúor e Carbono, através de aerossóis, permitindo a passagem de raios ultravioletas pela atmosfera, tendo como conseqüência queimaduras, câncer de pele.

Com relação à poluição das águas, os principais parâmetros utilizados para controle de qualidade de água apresentados foram: pH, turbidez, coliformes, OD (Oxigênio Dissolvido), DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio), metais pesados.Vimos também que é necessário realizar o tratamento de água para abastecimento público, para evitar a transmissão de doenças através da água.Verificamos que a água tem uma capacidade de auto-tratamento denominada de autodepuração, e que ocorre um fenômeno de eutrofização na água, ou seja um crescimento exagerado de algas, provocado pelo excesso de nutrientes e que tem como conseqüência a

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redução de oxigênio no meio, seguida de morte das espécies vivas.

Quanto aos outros tipos de poluição vimos que: a térmica é provocada por descarga de indústrias, que aumenta a temperatura da água, reduzindo a concentração de oxigênio e provocando a morte de peixes; a poluição sonora é controlada pelas indústrias, devido a problemas de saúde ocupacional dos empregados; a poluição por radioatividade é devida a radiações que causam câncer, mutações nas pessoas etc.Pudemos observar ainda que poluição pode ocorrer, através de acidentes ambientais que normalmente atingem grandes proporções, com sérias conseqüências para o meio ambiente.

Auto-avaliação

1º Questão

Analise os impactos ambientais relacionados abaixo, bem como as possíveis soluções apresentadas para os mesmos.

• Selecione a(s) soluções que você considerar mais importante(s) para minimizar estes impactos.

• Coloque o(s) número(s) correspondente(s) a cada impacto, ao lado da(s) solução(ões) selecionada(s).

Para cada solução apresentada,

liste 03 ações que podem ser tomadas para alcançar a meta desejada.

Impactos ambientais:

(1) Contaminação das águas

(2) Consumo exagerado de energia

(3) Extinção de espécies: plantas e animais

(4) Degradação da terra: erosão do solo, desertificação, salinização, etc.

(5) Poluição atmosférica por deposição ácida, destruição da camada de ozônio, acúmulo de gases estufa.

(6) Pobreza, desigualdades sociais, doenças.

Soluções:

A) Reduzir o crescimento populacional. ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ações :

B) Melhoria da qualidade de vida: saúde, segurança, saneamento básico (água e esgoto). ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ações:

C) Praticar a agricultura sustentável. ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ações:

D) Proteger as florestas e outros habitats. ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ações:

E) Utilizar a energia de modo sustentável. ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ações:

F) Utilizar água de modo sustentável. ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ações:

G) Gerenciar o lixo. ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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Tratamento e disposição final de rejeitos

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10. Tratamento e disposição final de rejeitos

De uma coisa estamos certos, temos o dever de prevenir a poluição resultante das atividades e processos produtivos que normalmente têm como conseqüência a geração de resíduos.

A necessidade de participar em mercados cada vez mais competitivos e a crescente demanda pela melhoria da qualidade ambiental, tem levado a indústria no mundo inteiro, a desenvolver novos enfoques, tanto no campo tecnológico, como no operacional e gerencial, visando minimizar o impacto ambiental provocado por atividades industriais.

Desta forma, a ênfase no tratamento de rejeitos tem cedido lugar à minimização de resíduos, que por sua vez, passaram a ser vistos como perda econômica e à busca por tecnologias ambientalmente corretas (tecnologias limpas). No entanto, este processo é lento e neste momento, não podemos desconsiderar a importância de utilizar as tecnologias de TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE REJEITOS, conhecidas como “Tecnologias de Fim de Tubo”.

Estes rejeitos podem ser de 3 tipos: Efluentes Líquidos, Resíduos Sólidos e Emissões Gasosas.

Os Efluentes Líquidos também conhecidos como Esgotos, podem ser de origem doméstica ou industrial.

O Esgoto Doméstico é aquele proveniente de residências, restaurantes, escritórios etc, possuindo características essencialmente orgânicas e, portanto, mais facilmente biodegradáveis, ou seja, tratável através da decomposição por microorganismos.

O Esgoto Industrial possui além de compostos orgânicos, outras substâncias com características normalmente mais tóxicas, sendo mais difíceis de serem tratados biologicamente.

O destino de um efluente líquido é em geral, um corpo d'água e para que isso aconteça, é preciso tratá-lo de maneira que, a composição e as concentrações dos elementos poluidores que fazem parte da sua composição se enquadrem nos Padrões de Lançamento de Efluentes Líquidos, que são limites de concentração de poluentes presentes nos efluentes estabelecidos pela legislação, de maneira que o despejo não venha a poluir o ambiente.

Os processos normalmente empregados no tratamento dos esgotos são Biológicos, ou seja, realizados por ação de microorganismos. O mais comum de todos, é o chamado Lodo Ativado. O efluente líquido passa primeiramente por

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um Gradeamento para remoção de sólidos grosseiros, em seguida é homogeneizado num Tanque de Equalização. O tratamento biológico ocorre em um Tanque de Aeração (TA), onde estão presente o esgoto bruto, contendo a matéria orgânica e microorganismos, em constante aeração, formando uma suspensão.

Após um tempo de contato, determinado de maneira que se verifique a remoção da matéria orgânica pelos microorganismos que se alimentam desta, a suspensão é transferida para um outro tanque chamado de Decantador Secundário, para que fique em repouso, favorecendo a separação dos microorganismos do meio, por ação da gravidade.

Parte desses microorganismos, também conhecida como Biomassa ou Lodo Ativado, é enviada de volta ao tanque de aeração para manter a população de microorganismos, necessária ao processo.

Outra parte, no entanto, considerada como excesso, é adensada num Espessador. O sobrenadante retorna ao TA e o concentrado é tratado através de um processo de Digestão, semelhante ao que se sucedeu com o

esgoto bruto, sendo que estarão presentes apenas os microorganismos e oxigênio, sem ser mais adicionado esgoto contendo matéria orgânica, que é o alimento dos microorganismos.

Desta forma, na ausência de alimento, inicia-se uma etapa de “Canibalismo”, ou seja, um microorganismo começa a se alimentar do outro, provocando a redução destes no meio.

O lodo é assim mineralizado e posteriormente, por conter uma grande quantidade de água, pode ser seco num Leito de Secagem, com a ajuda do calor solar, podendo ser finalmente disposto no Solo, num Aterro, ou ser Incinerado.

O líquido sobrenadante do decantador secundário é o Efluente Tratado, o qual pode passar ainda por uma Desinfecção para eliminar microorganismos que ainda estejam presentes, antes de ser lançado num Rio, no Oceano, ou no Solo.

Questão para Reflexão

Verifique como o esgoto da sua cidade é tratado (doméstico e industrial) e analise as condições de saúde da população. O que você pode concluir?

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Emissões gasosas 11

11. Emissões gasosas

Vamos agora, conversar um pouco sobre as EMISSÕES GASOSAS?

A atmosfera, assim como os corpos d’água, têm uma capacidade de promover naturalmente a dispersão dos gases oriundos de processos industriais, ou de outras atividades humanas, recuperando desta forma, suas características originais, possibilitando condições de vida para as espécies que fazem parte da fauna e flora. No entanto, esse processo é muito lento e sua eficiência fica limitada pela concentração destes poluentes no meio.

Desta forma, um controle da poluição atmosférica é necessário, de maneira a não comprometer o processo natural de tratamento, evitando que haja concentração desses poluentes na atmosfera, o que causaria danos às plantas, deposição de partículas em edifícios, redução de visibilidade e outros problemas relacionados com a saúde como os respiratórios.

Podemos citar aqui, alguns equipamentos que são utilizados para controle de emissões atmosféricas:

• Ciclones - O ar poluído é injetado no cone cilíndrico do ciclone, fora da linha do equipamento. Através da ação centrífuga, as partículas mais pesadas migram para as paredes do cilindro, das quais se desprendem posteriormente, depositando-se no fundo do cone. A eficiência de remoção de partículas é de 80%.

• Precipitadores Eletrostáticos - São utilizadas placas eletricamente carregadas, que atraem as partículas presentes no ar. Periodicamente, as placas são agitadas ou lavadas, para remover as partículas que foram retiradas. A eficiência de remoção é de 98%.

• Filtros de Manga - Os gases contendo impurezas são aspirados através de vácuo para dentro de sacos filtrantes que retém estas impurezas. Remove-se mais de 98% das partículas.

• Lavadores de Gases - São muito utilizados para remover gases Dióxido de enxofre (SO2), Dióxido de nitrogênio (NO2), metais e material particulado. No caso da corrente gasosa conter SO2 e NO2, estes reagem com água, produzindo ácido sulfúrico ou ácido nítrico que podem ser reaproveitados posteriormente. A eficiência de remoção é mais de 90%.

• Filtros de Descarga - Estes filtros são utilizados na saída da descarga de veículos, para eliminar material particulado ou fuligem.

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Resíduos sólidos 12

12. Resíduos sólidos

Continuando os nossos estudos sobre os rejeitos resultantes das atividades do homem na sociedade, vamos discutir um pouco sobre os RESÍDUOS SÓLIDOS.

Resíduos Sólidos: conforme a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”.

Ficam incluídos também nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.

De acordo com Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 05/93, os Resíduos Sólidos podem ser classificados como:

GRUPO A - resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; restos alimentares e resíduos advindos de área de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria.

Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

GRUPO B - resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

Drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;

Resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não-utilizados); e,

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Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO C - rejeitos radioativos.

Enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05. (Comissão Nacional de Energia Nuclear).

GRUPO D - resíduos comuns.

São todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente.

No quadro a seguir você vai encontrar algumas considerações com relação a tratamento e disposição dos resíduos sólidos.

Questões para Reflexão

Verifique qual o destino dado aos vários tipos de resíduos sólidos na sua cidade. O que você pode concluir quanto a situação analisada?

Bem, como já vimos, devemos evitar a geração de resíduos, mas se assim mesmo estes são gerados, devemos tratá-los e dispô-los de forma adequada, para evitar poluição do solo e da água.

Um método muito empregado para o Tratamento do Resíduo Comum é a Compostagem que consiste na transformação dos resíduos orgânicos

GRUPOS DE RESÍDUOS CONSIDERAÇÕES

GRUPO A - apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos.

Devem ser acondicionados em sacos plásticos com simbologia de substância infectante, não podendo ser dispostos sem tratamento prévio (esterilização a vapor ou incineração). No caso de não houver tratamento devem ser dispostos em valas especiais nos aterros.

GRUPO B - apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas.

Devem ser submetidos a tratamento/disposição final específica, de acordo com características de tratabilidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade, segundo exigência do órgão ambiental competente.

GRUPO C – rejeitos radioativos Obedecem às exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEM.

GRUPO D – resíduos comuns

GRUPO D – resíduos comuns

Outra página: Devem ser coletados pelo órgão municipal de limpeza urbana para receberem tratamento e disposição final semelhante aos determinados para resíduos domiciliares, desde que resguardadas as condições de proteção ao meio ambiente à saúde pública.

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(alimentos), por ação dos microorganismos, em uma matéria estável que possa ser aplicada no solo, podendo funcionar como fertilizante. Este processo ocorre normalmente em uma Usina de Compostagem.

Vamos ver como isso acontece?

O lixo é transportado para a entrada do processo através de caçambas, sendo disposto na chamada Fossa de Recepção. Inicialmente ocorre uma Triagem, ou seja, separação dos resíduos inorgânicos como garrafas, plásticos, papelão, material cortante, metais, etc, podendo ser feita manualmente, por operários, ou mecanicamente, utilizando-se ímãs.

Parte deste material é Reciclado e outra parte é considerada Rejeito, devendo ser dado a este um Destino Final.

Uma etapa de Trituração é necessária para que os resíduos tenham uma uniformidade no tamanho das partículas, aumentando a sua superfície de contato, devendo ser misturadas, de forma a promover uma homogeneização do meio. Nesta etapa, encerra-se o Tratamento Físico.

O Tratamento Biológico é aplicado através do processo de Digestão, onde a matéria orgânica é primeiramente decomposta por ação dos microorganismos, havendo posteriormente um de crescimento da população de microorganismos.

Após a digestão, o resíduo agora denominado Composto, é transferido para o Pátio de Maturação, onde é disposto em forma de montes, os quais são revolvidos periodicamente, promovendo uma aeração de maneira que o tratamento se complete e o composto obtenha

características de Adubo, podendo ter aplicação na agricultura.

No caso do Tratamento dos Resíduos - Grupo B com características químicas, conhecidos como Sólidos Industriais, estes freqüentemente são constituídos por materiais líquidos ou semi-sólidos, sendo resultantes de operações de filtragem, decantação e destilação.

Devido a grande quantidade de água destes resíduos, torna-se necessário proceder a Secagem e Desidratação para que, se dispostos no solo, não o contaminem e se tratados através de queima no processo de Incineração, não possuam uma grande quantidade de água, o que acarretaria num consumo maior de combustível e no aumento do custo do tratamento.

12.16. Disposição final de resíduos sólidos

Com relação à disposição final de resíduos sólidos, esta pode ocorrer em:

• Lixões, lixeiras ou vazadouros, caracterizados pela simples descarga do resíduo, a céu aberto, sem qualquer tratamento prévio. Este é o destino da grande maioria do lixo gerado nas cidades brasileiras.

• Aterros Sanitários, sistemas empregados para a disposição final dos resíduos sólidos comuns sobre a terra, os quais são espalhados e compactados numa série de células e diariamente cobertos com terra, para não resultar em nenhum risco ou dano ao meio ambiente.

• Aterros Industriais, utilizados para disposição dos resíduos, classificados como inertes ou não inertes, provenientes do processo industrial, os quais devem ser previamente armazenados em containers ou

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bombonas. Os resíduos considerados perigosos, só podem ser estocados em caráter temporário, devendo ser incinerados, sempre que possível.

Os aterros devem ter os seguintes Sistemas de Controle:

1. Cobertura dos Resíduos com terra para evitar o mau cheiro e proliferação de vetores.

2. Sistema de Drenagem do Líquido conhecido como Chorume, resultante da decomposição dos resíduos, ou de outros tipos de interações que ocorram com os mesmos. Este líquido deve ser tratado adequadamente numa estação de tratamento de esgoto, devido ao caráter tóxico que o mesmo apresenta.

3. Sistema de Drenagem de Água Superficial para evitar o acúmulo de água na superfície do aterro e sua percolação no solo.

4. Sistema de Drenagem dos Gases que emanam dos resíduos para evitar inclusive, explosões.

5. Sistema de Impermeabilização do Solo com argila para dificultar a penetração de poluentes no lençol freático, comprometendo a qualidade das águas.

6. Sistema de Impermeabilização do Solo com manta de PVC de alta densidade para evitar a contaminação do mesmo, podendo atingir o lençol

freático, comprometendo a qualidade das águas.

Vale salientar nesta discussão, que a questão do gerenciamento dos resíduos sólidos, abrange não somente o tratamento e a sua disposição, mas também o estabelecimento de programas de Minimização de Resíduos Sólidos que visam o aproveitamento de matérias contidas no lixo, envolvendo uma série de processos que permitem separar, recuperar e transformar os componentes dos resíduos sólidos.

Assim, se encontrarmos uma forma de praticar os Três Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar estaremos criando uma maneira bastante atraente de resolver um problema ambiental e ainda até conseguir uma fonte de renda adicional. De qualquer forma, para a proteção do meio ambiente, o melhor mesmo é não gerar resíduos, imitando a natureza.

Você deve ter percebido que o resíduo sólido, mais conhecido como lixo é um grande problema a ser administrada em todas as cidades do mundo. A sua disposição inadequada pode gerar passivos ambientais, ou seja, impactos negativos para o meio ambiente que podem ser irreversíveis.

Atente também que as alternativas tecnológicas aqui apresentadas nem sempre são adequadas à nossa realidade. Desta forma, o importante mesmo é não gerar resíduos para não ter que tratá-los.

Atividade

A seguir encontram-se algumas sugestões do que deve ser feito para Reduzir, Reutilizar e Reciclar resíduos. Reflita sobre os três "Rs" e assinale com um X o que você tem tentado fazer para evitar a geração de resíduos.

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( ) Evitar empacotamentos desnecessários, utilizando sua própria sacola de compras;

( ) Não comprar embalagens/produtos descartáveis, havendo alternativas de embalagens retornável (refrigerantes, bebidas) ou recicláveis;

( ) Comprar sempre produtos duráveis, resistentes e alimentos frescos, não embalados;

( ) Planejar bem suas compras para não haver desperdício;

( ) Assinar jornais e revistas em conjunto com outras pessoas;

( ) Escrever em papel reciclado;

( ) Evitar utilizar copos descartáveis, mas se o fizer, separar o seu, para não ter que utilizar um novo, cada vez que for beber algo;

( ) Separar sacolas, sacos de papel, papel de embrulho que podem ser reutilizados;

( ) Utilizar o verso dos papéis para rascunho, ou para imprimir minutas de documentos;

( ) Doar roupas, móveis, apare-lhos domésticos, brinquedos etc, que possam ser reaproveitados por outros;

( ) Evite comprar brinquedos, calculadoras, aparelhos eletrônicos movidos a pilhas. As pilhas possuem metais pesados (Mercúrio (Hg), Cádmio (Cd), Níquel (Ni), Chumbo (Pb) que podem causar uma série de efeitos adversos à saúde;

( ) Não jogar no lixo aparelhos quebrados, pois estes podem ser vendidos ao ferro velho ou desmontados, reaproveitando as peças;

( ) Reutilizar sacos de supermercado para novas compras, ou para colocar lixo;

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( ) Guardar caixas de papelão ou plástico, pois estas podem servir para guardar objetos, ou para empacotar coisas;

( ) Reutilizar garrafas vazias e containers de plástico, desde quando, não tenham sido armazenados neles anteriormente, produtos químicos;

( ) Fazer compostagem doméstica com seus restos de jardim e de cozinha;

( ) Separar materiais recicláveis (papel, vidros, metais e plásticos) para:

• entregá-los aos programas de coleta seletiva que estão sendo implantados em várias cidades;

• doá-los a um catador profissional, zelador ou faxineiro de seu prédio;

• vendê-los a comerciantes de sucata. A seguir encontram-se algumas

sugestões de atitudes que devemos tomar para exercer a nossa cidadania. Vamos verificar como você está indo?

( ) Exigir de políticos e autoridades medidas de incentivo à redução, reutilização e reciclagem de lixo;

( ) Incentivar escolas, clubes e outras instituições a implantarem

programas de reciclagem de lixo e/ou participarem de programas já existentes;

( ) Considerar sempre que possível propostas integradas para solucionar o problema do lixo comunitário, que devem ter como princípio, a participação e a educação do cidadão;

( ) Utilizar os recipientes disponíveis para coleta seletiva, de forma adequada:

Vamos ver agora como você está indo...

Se você assinalou conscientemente:

• menos do que 50% das alternativas - Precisa realmente dar uma guinada e participar mais exercendo a sua cidadania.

• entre 50% a 70% das alternativas - Parabéns, você está num processo pró-ativo muito bom.

• entre acima de 70% das alternativas - Parabéns duplamente, você está efetivamente fazendo a sua parte e esperamos que esteja servindo de exemplo para outros.

• Questão para Reflexão

Que tal agora você elaborar um Plano Ambiental Pessoal, visando reduzir, reciclar e reutilizar resíduos, que possa efetivamente ser colocado em prática, fazendo assim a sua parte para minimizar a geração de resíduos?

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Sintetizando

Vimos que a ênfase no tratamento e disposição de despejos (tecnologias de fim de tubo), tem cedido lugar para a minimização de resíduos, através do controle na fonte e de utilização de alternativas tecnológicas mais ambientalmente corretas. No entanto, ainda não podemos desconsiderar as tecnologias de fim de tubo, ou seja, tratamento e disposição dos rejeitos gerados nos processos produtivos.

No tratamento de efluentes líquidos utilizando o processo de lodo ativado, a matéria orgânica é removida pela ação de microorganismos, através de aeração, gerando um lodo que é digerido e desmineralizado, podendo ser utilizado como fertilizante no solo.

Em relação às emissões atmosféricas, os equipamentos utilizados para controle de poluição são: ciclones (80% de remoção de partículas), precipitadores eletrostáticos (98% de remoção), filtros manga (98% de remoção), lavadores de gases (90 % de remoção), filtros de descarga (automóveis).

Quanto aos resíduos sólidos, precisamos evitar a sua geração, mas se assim mesmo estes são gerados, devemos tratá-los para evitar poluição do solo e da água. No método da compostagem, os resíduos são tratados através da ação de microorganismos que os transformam em uma matéria estável que pode ser aplicada no solo.

Os aterros sanitários e industriais são construídos com a finalidade de evitar poluição do solo e da água, devendo para tal, ter os seguintes sistemas de controle:

cobertura de resíduos, sistema de drenagem do chorume (líquido resultante da decomposição de resíduo sólido), e de águas superficiais, impermeabilização do solo com argila e camada de PVC de alta densidade para evitar contaminação do lençol freático.

Auto-avaliação

1ª Questão

Tente identificar na figura abaixo, as etapas do tratamento de esgoto através do Lodo Ativado. Provavelmente isto lhe ajudará a visualizar melhor este processo.

2ª Questão

Vamos tentar completar o fluxograma a seguir, com as etapas da Compostagem? Dica: Observe no texto as palavras em negrito.

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3ª Questão

Tente agora identificar na figura a seguir, os sistemas de controle que existem em um aterro e relacionar as vantagens de se fazer a disposição de resíduos em aterros sanitários e industriais.

Mensagem final

Atualmente, nossa tarefa principal é erguer o indivíduo espiritualmente, respeitando seu mundo interior e dando-lhe apoio moral. Procuramos fazer com que todo o potencial intelectual da sociedade e todas as forças da cultura ajam para moldar em ser social ativo, espiritualmente rico, justo e consciencioso. O indivíduo precisa sentir e saber que necessitamos de sua contribuição, que sua dignidade não está sendo prejudicada, que está sendo tratado com confiança e respeito. Quando enxerga isto tudo, é capaz de realizar muito mais. (GORBACHEV, Mikhail).

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Meio Ambiente

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Glossário

Glossário

Abrasão – desgaste produzido pelo atrito, ato ou processo de desgaste por fricção ou os efeitos resultantes deste fenômeno;

Ação corretiva – ação que corrige, que modifica para melhor, ato de endireitar, corrigir, compensar;

Ações Empreendidas no Brasil – Ações executadas no Brasil

Adensada – condensar, acumular. O adensamento do lodo é o aumento da concentração de sólidos do lodo de estações de tratamento de esgotos nos tanques de sedimentação e digestão. Geralmente a redução do teor excessivo de umidade dos lodos não digeridos, com diminuição do seu volume, é efetuada em tanques especiais (adensadores), através de uma agitação conveniente, sem que haja adição de reagentes químicos, ocorrendo então uma liberação de parte da água, em conseqüência da floculação pela aglomeração dos sólidos.

Aeração - Oxigenação da água com a ajuda do ar.

Agenda 21 – Surgida na Rio 92, ou seja, Conferência de Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992. A Agenda 21 é um Protocolo com lista de compromissos e ações a fim de alcançar o Desenvolvimento Sustentável.

Agrotóxicos – Substância química utilizada em lavouras a fim de evitar e combater fungos, insetos etc, sendo geralmente artificiais e muitas vezes prejudiciais ao homem e animais.

Atitudes pró-ativas – Atitudes em prol do meio ambiente que vão além do que é exigido na Legislação Ambiental vigente.

Biodiversidade – Total de genes, espécies e ecossistemas de uma região. A biodiversidade genética refere-se à variação dos genes dentro das espécies, cobrindo diferentes populações da mesma espécie ou a variação genética dentro de uma população. A diversidade de espécies refere-se à variedade de espécies existentes dentro de uma região. A diversidade de ecossistemas refere-se à variedade de ecossistemas de uma dada região. A diversidade cultural humana também pode ser considerada parte da biodiversidade, pois alguns atributos das culturas humanas representam soluções aos problemas de sobrevivência em determinados ambientes.

Buraco na Camada de Ozônio – Problema ambiental devido a poluição atmosférica, principalmente por CFC (Clorofluorcarbono), afetando o escudo ou camada de ozônio. Parte da atmosfera superior, situada entre 20km e 35km de altitude, na camada estratosférica, com elevada concentração de ozônio e que absorve grandes proporções da radiação solar na faixa do ultravioleta, evitando que a mesma alcance a Terra em quantidades consideradas perigosas. Ozonosfera.

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Catalisador – Substância ou ação que modifica a velocidade (geralmente acelera) de uma reação.

Chuva ácida - A queima de carvão, de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água, resultando em chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações.

Cognitivo – Relativa a cognição ou ao conhecimento.

Combustíveis Fósseis - Combustíveis derivados do Petróleo e são resultante da decomposição da matéria orgânica

Complacente – Que tem, ou em há complacência.

Contexto mundial - Abordagem do todo, totalidade.

Crescimento – Ato ou efeito de crescer.

Degradação Ambiental – Deterioração, desgaste, estrago do meio ambiente.

Degradação dos solos – Deterioração, desgaste, estrago dos solos ocasionando uma diminuição de sua qualidade.

Deposição – Substância que se deposita sobre uma superfície formando uma camada.

Desarticulada – Desordenada.

Descartes – René Descartes(1596-1626) matemático e filosofo francês

Desenvolvimento sustentável - Equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".

Desflorestamento - Retiradas de árvores ou de toda vegetação de uma floresta, podendo causar sua destruição.

Desmensurado – Que não se pode medir.

Diretrizes - Conjuntos de instruções para se tratar e levar a termo um plano e/ou ação.

Dispersão – Ato ou efeito de dispersa-se.

Doença de veiculação hídrica – Todas as doenças que podem ser transmitidas pela água.

Doenças endêmicas – Doenças que existe constantemente em determinado lugar e que ataca numero maior ou menor de indivíduos.

Ecoprodutos – São bens de consumo elaborados sem agredir o meio ambiente e a saúde dos seres vivos, a parti do uso de matérias-primas naturais renováveis e ou naturais não renováveis mas reaproveitáveis, recicladas ou que impactem o mínimo possível durante seu processo de fabricação e pós uso.

Ecossistemas – Ecossistema é o conjunto formado pela parte inanimada do ambiente (solo, água, atmosfera) e pelos seres vivos que ali habitam, onde há uma

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troca de energia e matéria pelos constituintes do mesmo.

Efeito estufa – Refere-se ao processo físico pelo o qual a presença de gases atmosférico (vapor d’água, dióxido de carbono, metano, oxido nitroso e ozônio) faz com a terra mantenha uma temperatura de equilíbrio muito maior a do que teria caso estes gases não estivessem presentes.

Elemento crítico – Elemento diferenciador.

Emissões gasosas – Qualquer substância na forma gasosa lançada na atmosfera.

Empreendedores – Empresários.

Empreendidas – Realizadas.

Enredados – Que formam redes.

Espessador – Elemento que espessa ou adensa.

Estômatos – Pequenina abertura da epiderme foliar e caulinar, que se abre, internamente, nuns sistemas de canais aeríferos, que permite a trocas gasosas necessárias a vida das plantas.

Estuários – Tipo de desembocadura do rio no mar, caracterizada por uma abertura larga.

Ético – Pertencente ou relativo a ética.

Extrativismo – Qualidade de extrativo.

Fauna – Conjuntos dos animais próprios de uma região

Fertilizantes – Substância utilizada para torna mais produtiva uma determinada cultura.

Flora – Conjunto dos vegetais próprios de uma região.

Francis Bacon – Filosofo(1561-1626) Inglês.

Galileu – Cientista Italiano, nascido em 1564 e morto 1642.

Hemoderivados - Elementos derivados do sangue (plasma, plaquetas, hemácias etc.) e utilizados isoladamente, através de transfusão, para tratamento de diversas doenças.

Impactar – mudança brusca.

Interdisciplinar – Interseção entre duas ou mais disciplinas que edificam o conhecimento conjuntamente.

ISO 14001 – International Organization for Standardization, conhecida mundialmente pela sigla ISO, reuni normas técnicas e padroniza medidas e especificações para Gestão da Qualidade Ambiental.

Lençóis – Água acumulada entre as rochas de determinado subsolo.

Linearizar – Tornar linear.

Mecânica Quântica – Ramo da Física que estuda o movimento das partículas atômicas e subatômicas.

Mercúrio – Elemento químico de numero atômico 80, liquido prateado e denso.

Monoculturas – Cultura exclusiva de um produto agrícola.

Multidisciplinar – Diversas disciplinas cooperam com um determinado projeto, mas cada disciplina trata um aspecto do objeto com sua própria metodologia.

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Ouro – Elemento químico de número atômico 79, utilizado em ligas preciosas.

Ozônio – Gás azul, muito oxidante e reativo. Sua camada filtra a radiação UV vindos do sol.

Percolação – Movimento descendente de penetração da água, no solo ou na rocha.

Permissíveis – Aquilo que é permitido.

pH – potencial de hidrogênio que indica caráter ácido, básico ou neutro.

Poluentes – Que polui, poluidor.

Portaria – Documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de determinadas leis ou regulamentos.

Predatória – Que extermina com violência.

Pressupostos – Circunstâncias ou fatos considerados como antecedentes necessários de outros.

Preventivas – Que Previnem.

Recifes – Rochedo ou série de rochedos situados próximos a costa marinha.

Recortes da realidade – divisão do conhecimento em determinadas partes que são tratas individualmente.

Resolução – Decisão, Deliberação.

Salinização dos solos – Processo de acumulação de sais de varias naturezas em alguns tipos de solos.

Saneamento Básico – Conjuntos de técnicas relacionadas a limpeza urbana e aos serviços de água e esgoto.

Sobrenadante – Camada que fica flutuando.

Subatômico – Diz-se de partículas menores que o átomo.

Subsidiar – Contribuir com dados, informações, elementos para auxiliar, ajudar.

Sustentabilidade – Ver desenvolvimento sustentável.

Tecnicismo – É uma abordagem de ensino fundamentada no behaviorista Frederic Skinner (1904-1990). Surge como uma “maquina de ensinar” nos anos 50, onde o aluno manipula sozinho os instrumentos de ensino e o professor é um instrutor. A crítica sofrida é o partidarismo à neutralidade da educação e ao fato desta abordagem exacerbar a utilização de técnicas que priorizam os dados quantitativos em detrimento dos qualitativos. Nela a avaliação é baseada na aprendizagem mecânica e por recepção

Teocracia – Forma de governo em que a autoridade emana de um Deus e que é exercida por seus representantes na terra.

Transdiciplinar – Através de diversas disciplinas obter uma única metodologia a fim de construir um novo conhecimento (baseia-se na multi e interdisciplinaridade).

Vetores – “Agentes transmissores de doenças”