Editorial_Revista Ecoaventura_21

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A pesca esportiva é um segmento (de lazer, entretenimento e esporte) que deveria estar vinculado ao Ministério do Turismo ou da Pesca e Aquicultura? Nós, da Revista ECOAVENTURA, defendemos que as políticas públicas voltadas ao setor se- riam bem mais articuladas se fossem aplicadas pelo primeiro. Isso porque, quando o pescador parte em busca das espécies mais esportivas, de água doce ou salgada, empreende-se em viagens para lugares não muito explorados pelo Homem, e para isso, utiliza os serviços oferecidos por empresas que atuam na área de... turismo! Transporte terrestre, marítimo ou aéreo, hotelaria, agências de viagens e piloteiro compõem alguns poucos exemplos. Este último, tal como o guia turístico, leva o pescador-viajante a desvendar o roteiro — no caso, rios, lagoas ou oceano — à procura das mais emocionantes pescarias. Mesmo se o entusiasta da pesca não viajar para lugares remotos, a atividade prati- cada em um lago perto de sua casa ou em pesqueiros também está orientada no tripé “interpretação-conservação-sustentabilidade” — parâmetros respeitados em todas as atividades de ecoturismo. Aventurar-se com rafting, observar pássaros, escalar monta- nhas, mergulhar, fazer arvorismo, acampar, pescar etc. são atividades que se pautam no “turismo responsável”, capaz de proporcionar a contemplação de um ecossistema e de paisagens exuberantes, muitas vezes ainda em seu estado natural, e de inserir o praticante em contato afetuoso com a natureza. E é a partir dessa convivência íntima — porém momentânea — que nasce o respeito profundo pela conservação ambiental. Mas, para viajar em busca das espécies esportivas, é preciso ter peixe! — e é nesse quesito que o Ministério da Pesca e Aquicultura poderia cumprir papel de destaque ao avaliar as áreas de pesca e, mediante estudos criteriosos, destiná-las ao tipo de ativi- dade (comercial ou esportiva) que irá lhe proporcionar duradoura conservação. Regiões onde há rios “frágeis”, do ponto de vista do extrativismo, tendem a ser exploradas por períodos curtos, pois não suportam grande pressão de pesca. Já para a pesca esportiva, que estimula a devolução do peixe à água, haveria geração de renda para toda a po- pulação que vive a seu redor. Isso evitaria o que já aconteceu no Pantanal, afinal, anos de extrativismo indiscriminado já não permitem que a quantidade de peixes extraídos de seus rios sustente uma família de ribeirinhos. E pior: desestimulam a atividade que poderia lhes prover renda — a pesca esportiva. Em resumo: o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em conjunto com o do Meio Ambiente, deveria formular as políticas de manutenção dos recursos pesqueiros, tendo em vista as questões econômicas e ambientais. E o Minis- tério do Turismo, responsável pela pesca esportiva, cuida- ria para que essa atividade passasse a ter os investimentos em infraestrutura, publicidade e organização ainda inexis- tentes no País. editorial Diretoria Farid Curi, Roberto Véras e Wilson Feitosa Diretor de redação Wilson Feitosa [email protected] Editora Janaína Quitério (MTb nº 45041/SP) [email protected] DEPARTAMENTO DE JORNALISMO [email protected] Repórter Dani Costa (MTb nº 01518/ES) [email protected] Estagiários da redação Bárbara Blas e Gabriela Ferigato Tradutor David John Arte Gabriel Dezorzi e Tiago Stracci Fotografia Alexandre Tokitaka, Henrique Feitosa e Inácio Teixeira Correspondentes internacionais Fábio Barbosa e Voitek Kordecki Colaboraram nesta edição Antônio Augusto de Castro Jr., Flávio Freitas, Roberto Véras e Wilson Feitosa Consultores Alexandre Andrade e Eribert Marquez DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Salgado Filho [email protected] Marketing Pedro Reis [email protected] Distribuição e edições avulsas [email protected] Atendimento ao leitor [email protected] Assinaturas [email protected] A Revista ECOAVENTURA é uma publicação mensal da Editora ECOAVENTURA Ltda.. Distribuição com exclusividade para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, tel. (21) 2195-3200. Os anúncios e artigos assinados são de inteira responsabilidade dos anunciantes e de seus autores, respectivamente. A Revista ECOAVENTURA está autorizada a fazer alterações nos textos recebidos, conforme julgar necessário. Nenhum colaborador ou funcionário tem o direito de negociar permutas em nome da editora sem prévia autorização da diretoria. Editora ECOAVENTURA PABX: (11) 3334-4361 - Rua Anhaia, 1180 Bom Retiro - SP - CEP 01130-000 www.grupoea.com.br Assinaturas: (11) 3334-4361 Pesca ou turismo? Edição 21 — junho de 2011 Editorial 21.indd 4 25/07/2011 13:45:43

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Editorial publicado na Revista Ecoaventura 21, em junho de 2011.

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A pesca esportiva é um segmento (de lazer, entretenimento e esporte) que

deveria estar vinculado ao Ministério do Turismo ou da Pesca e Aquicultura? Nós, da

Revista ECOAVENTURA, defendemos que as políticas públicas voltadas ao setor se-

riam bem mais articuladas se fossem aplicadas pelo primeiro.

Isso porque, quando o pescador parte em busca das espécies mais esportivas, de

água doce ou salgada, empreende-se em viagens para lugares não muito explorados

pelo Homem, e para isso, utiliza os serviços oferecidos por empresas que atuam na área

de... turismo! Transporte terrestre, marítimo ou aéreo, hotelaria, agências de viagens e

piloteiro compõem alguns poucos exemplos. Este último, tal como o guia turístico, leva

o pescador-viajante a desvendar o roteiro — no caso, rios, lagoas ou oceano — à procura

das mais emocionantes pescarias.

Mesmo se o entusiasta da pesca não viajar para lugares remotos, a atividade prati-

cada em um lago perto de sua casa ou em pesqueiros também está orientada no tripé

“interpretação-conservação-sustentabilidade” — parâmetros respeitados em todas as

atividades de ecoturismo. Aventurar-se com rafting, observar pássaros, escalar monta-

nhas, mergulhar, fazer arvorismo, acampar, pescar etc. são atividades que se pautam

no “turismo responsável”, capaz de proporcionar a contemplação de um ecossistema

e de paisagens exuberantes, muitas vezes ainda em seu estado natural, e de inserir o

praticante em contato afetuoso com a natureza. E é a partir dessa convivência íntima

— porém momentânea — que nasce o respeito profundo pela conservação ambiental.

Mas, para viajar em busca das espécies esportivas, é preciso ter peixe! — e é nesse

quesito que o Ministério da Pesca e Aquicultura poderia cumprir papel de destaque ao

avaliar as áreas de pesca e, mediante estudos criteriosos, destiná-las ao tipo de ativi-

dade (comercial ou esportiva) que irá lhe proporcionar duradoura conservação. Regiões

onde há rios “frágeis”, do ponto de vista do extrativismo, tendem a ser exploradas por

períodos curtos, pois não suportam grande pressão de pesca. Já para a pesca esportiva,

que estimula a devolução do peixe à água, haveria geração de renda para toda a po-

pulação que vive a seu redor. Isso evitaria o que já aconteceu no Pantanal, afinal, anos

de extrativismo indiscriminado já não permitem que a quantidade de peixes extraídos

de seus rios sustente uma família de ribeirinhos. E pior: desestimulam a atividade que

poderia lhes prover renda — a pesca esportiva.

Em resumo: o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA),

em conjunto com o do Meio Ambiente, deveria formular

as políticas de manutenção dos recursos pesqueiros, tendo

em vista as questões econômicas e ambientais. E o Minis-

tério do Turismo, responsável pela pesca esportiva, cuida-

ria para que essa atividade passasse a ter os investimentos

em infraestrutura, publicidade e organização ainda inexis-

tentes no País.

editorial

DiretoriaFarid Curi, Roberto Véras e Wilson Feitosa

Diretor de redação Wilson Feitosa

[email protected]

EditoraJanaína Quitério

(MTb nº 45041/SP)[email protected]

DEPARTAMENTO DE [email protected]

RepórterDani Costa

(MTb nº 01518/ES)[email protected]

Estagiários da redaçãoBárbara Blas e Gabriela Ferigato

TradutorDavid John

ArteGabriel Dezorzi e Tiago Stracci

FotografiaAlexandre Tokitaka, Henrique Feitosa

e Inácio Teixeira

Correspondentes internacionaisFábio Barbosa

e Voitek Kordecki

Colaboraram nesta ediçãoAntônio Augusto de Castro Jr., Flávio Freitas,

Roberto Véras e Wilson Feitosa

ConsultoresAlexandre Andradee Eribert Marquez

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Pesca ou turismo?

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