Edição Especial Agosto 2011

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Projeto Revista Eletrônica em AÇÃO Fazendo uma boa ação, sempre! ‘‘Trate bem a terra. Ela não foi doada a você pelos seus pais. Ela foi emprestada pelos seus filhos.’’ FOME O GRANDE MAL DA HUMANIDADE 0 108201 100007 0 0 cortesia do editor Provérbio Africano CADERNO ESPECIAL Agosto 2011 Revista Eletrônica ‘‘Projeto em Ação’’ - Caderno Especial - Ano 1 - AGOSTO de 2011 CADERNO ESPECIAL AGOSTO DE 2011 www.revistaprojetoemacao.com.br

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Fome o grande mal da humanidade

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ProjetoRevista Eletrônica

em AÇÃOFazendo uma boa ação, sempre!

‘‘Trate bem a terra. Ela não foi doada a você pelos seus pais.Ela foi emprestada pelos seus filhos.’’

FOME O GRANDE MAL

DA HUMANIDADE

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cortesia do editor

Provérbio Africano

CADERNO ESPECIALAgosto 2011

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Este Caderno Especial é mais um produto daRevista Eletrônica “Projeto em Ação” Textos: Adaptados pela redaçãoImagens: Agências internacionais e para divulgaçãoEditorial: Vera FreitasArte Final: Mauricio Verissimo Sabino

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"A fome e o amor são os dois eixos do mundo. A humanidade gira toda

sobre o amor e a fome.”

(Anatole France)

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EDITORIALA dor da FOME

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2Caderno Especial AGOSTO de 2011

Vera FreitasEditora Executiva / Publicitária

“Revista Eletrônica Projeto em Ação”[email protected]

[email protected]

A DOR da fome é difícil de ser definida. Só quem a sentiu pode explicar como é.

A DOR da fome é a desesperança de que mais um dia se foi e outros dias virão, porém ainda não se conseguiu nenhum alimento para comer.

A DOR da fome é aquela que, enquanto uns jogam fora um pedaço de pão duro, outros procuram migalhas nas latas de lixo da cidade.

A DOR da fome é ver crianças implorando por um prato de comida; é também ver o desespero de seus pais, pois não sabem mais o que fazer para aplacar o choro dos pequenos.

A DOR da fome é aquela que por causa das tragédias ambientais, das guerras, da má administração dos governantes e das péssimas condições financeiras, milhares de pessoas não têm nada para comer.

Nessa primeira Edição Especial, vamos mostrar-lhe caro leitor, o que você está cansado de ver todos os dias nos jornais, nas revistas, nos programas de TV e na internet.

Vamos falar da fome na África onde, conforme relatório da Organização das Nações Unidas – ONU está acontecendo a mais severa crise alimentar dos últimos 20 anos, numa região chamada de Chifre da África, onde estão o Quênia, Etiópia, Somália e Djibuti.

Aproximadamente 29 mil crianças com menos de cinco anos de idade morreram de fome na Somália nos últimos três meses, segundo levantamento do governo dos Estados Unidos.

Mas e no Brasil? Onde e como estão nossos famintos? O que está se fazendo por eles?

Veja só caro leitor: Outro relatório da ONU aponta que o Brasil desperdiça 64% de tudo o que produz nas lavouras.

Os alimentos são jogados fora aos poucos, desde a colheita, ao longo de todo processo industrial, até os restos deixados nos pratos e jogados na lixeira pelo consumidor final.

Cerca de 20% dos alimentos comprados nos supermercados são jogados fora porque perdem a validade.

Por outro lado, no Brasil ainda existem 11,2 milhões de pessoas que passam pela privação de alimentos, a insegurança alimentar grave, apesar dos diversos programas que foram criados para aplacar este grande mal.

Ora, como um país que tem um número tão grande de famintos pode desperdiçar uma quantidade enorme de comida?

Por que o Brasil que passa fome é o mesmo que joga fora o alimento?

Será que está havendo a verdadeira conscientização do consumidor, para que ele aprenda a reaproveitar os alimentos?

Será que os diversos programas criados para combater a fome estão bem estruturados?

Será que nossos governantes não estão investindo muito em outras áreas e estão se esquecendo de aplicar em mais programas de combate à fome?

Portanto caro leitor, termino este editorial deixando estas perguntas para você refletir.

Quem sabe você encontre uma resposta para acabar com este flagelo da humanidade.

Pois a fome dói muito!

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Chifre da África também conhecido como Nordeste Africano ou como península Somali, é a descrição da região nordeste do O

continente africano que inclui a Somália, Etiópia o Djibouti e a Eritreia. Tem uma área de aproximadamente 2 milhões de km² e uma população de cerca de 90,2 milhões de pessoas (Etiópia: 75 mi, Somália: 10 mi, Eritreia: 4,5 mi, e Djibouti: 0,7 mi) Uma tragédia humana está se desenrolando no Chifre da África. Somalis vêm fugindo dos conflitos desde que o regime de Siad Barre tombou, em 1991. Mas fazia 20 anos que as agências humanitárias não anunciavam uma fome de grandes proporções, como f i ze ra m n o f i n a l d o m ê s passado, mais precisamente na terça feira 26 de Julho. Milhares de pessoas já podem ter morrido. O número de somalis que fogem de seu país, para o Quênia ou a Etiópia, vem crescendo a cada dia que passa. A Somália já é o maior desastre humanitário de todos os tempos. Portanto, o êxodo em curso neste momento reflete o fato de a crise atual ser muito m a i s i n f e r n a l a i n d a . A resistência de uma população acostumada com os dissabores e asperezas da vida vem caindo à medida que as chuvas não chegam, a tirania prevalece e a fuga de agricultores e comerciantes priva de alimentos grandes áreas do país. Essa crise em processo de expansão vem lembrar novamente que as consequências da falência do Estado vista na Somália - a pirataria, o terrorismo e a fome - não podem ser contidas apenas nesse país. E, pelo fato de esses problemas serem crônicos, eles não podem ser ignorados. A prioridade internacional precisa ser providenciar os meios para salvar vidas, mesmo que, para isso, as agências humanitárias sejam obrigadas a andar sobre um campo ético minado. Não é coincidência que a seca que afeta também o

Quênia e a Etiópia tenha provocado a fome generalizada apenas em partes da Somália. Os padrões climáticos provocam a seca, e esses padrões estão mais severos na África oriental, sem dúvida, em função das mudanças climáticas. A fome generalizada tende a ser fruto da ação do homem. As áreas mais fortemente afetadas são controladas por milícias islâmicas filiadas à Al Qaeda. A morte por fome ocorre nas regiões onde elas são ativas porque essas milícias isolaram e aterrorizaram a população e, até este mês,

p ro i b i ra m a p re s e n ça d e organizações humanitárias internacionais. Ao intervir agora, existe o perigo de que essas agências humanitárias proporcionem às milícias influência sobre a distribuição dos alimentos, desse modo reforçando o controle que elas exercem. Mas, se quisermos que a fome seja e s t a n c a d a , n ã o e x i s t e alternativa. S e existe um i m p e ra t i vo m o ra l p a ra a comunidade internacional, é aliviar o sofrimento imediato. I s s o n ã o d e v e , c o n t u d o , obscurecer a necessidade de serem encontradas maneiras mais eficazes de ajudar os

somalis a reconstruírem um Estado de alguma espécie. A história recente oferece algumas lições importantes: as intervenções de curto prazo frequentemente prolongam o sofrimento no prazo mais longo, se não forem acompanhadas p o r p e n s a m e n t o e s t r a t é g i c o . A Somália não tem sido exceção a essa regra; desde as operações militares fracassadas realizadas pela ONU durante a última fome até a invasão apoiada pelos EUA da Etiópia em 2006, que radicalizou as mesmas milícias que exercem o controle hoje. Enquanto apenas os sintomas da crise somali receberem atenção, os problemas do país continuarão a ser exportados ao mundo maior, de maneiras imprevistas.

UM POVO ESQUECIDO

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"Ainda há gente que não sabe, quando se levanta, de onde virá a próxima refeição e há crianças com fome que choram."

Nelson Mandela

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É PRECISO HAVER FOME DE POBRESPARA SE GOZAR BEM DA RIQUEZA

ra o ano de 2003 quando se falava muito em “Fome Zero”. Os críticos de plantão se arvoravam Edo direito de ‘profetizar’ que era uma atitude

oportunista, eleitoreira, infundada, dentre outros adjetivos que atribuíam à iniciativa do governo federal na época. Oito anos depois sabemos que a desnutrição de 50 milhões de brasileiros baixou para a metade. Acha pouco? Mas e se não houvesse a iniciativa do governo? Claro que ainda existe muita gente na miséria. Culpa de quem? Minha? Tua? Da Igreja? Do governo? Dos fazendeiros? Dos senhores de engenho? Dos senhores de escravos? Temos gente na miséria desde quando? A História do Brasil já não apresenta situações de exploração, de escravidão, desde há muitos anos. Então, quem ganha muito (sem roubar, é claro) e é consciente, pode até se mover a repartir um pouco com o menos afortunado (desde que este não seja um preguiçoso) e isso pode melhorar a situação no país. Há muito a fazer para que nossos semelhantes tenham, todos, uma vida mais digna. Tome por exemplo, só para começar a pensar, que 800 milhões de pessoas, no mundo, não têm alimentação suficiente; que 11 mil crianças morrem desnutridas a cada dia; que 1/3 das crianças dos países em desenvolvimento apresenta atraso no crescimento físico e intelectual por sentir FOME. Ah, não é problema seu? Então tente imaginar-se como pai ou mãe de família. Você tem 2 filhos com menos de 10 anos cada. Na periferia, famílias há que têm 5 filhos ou até 7 filhos nessa idade. O que é que vem sendo feito para diminuir essa calamidade? Campanhas contra o aborto para que mais “dádivas de Deus” nasçam nessas famílias em que o poder aquisitivo nem dá bem para sustentar pai, mãe e 1 filho? A fome não precisa ser um agravante para os problemas que nossos descendentes enfrentarão na idade adulta. Leis precisam ser votadas em defesa do ser humano, não em defesa de um maior número de eleitores! A situação, hoje, é irreversível. Todos que já nasceram têm o direito à vida, e vida com dignidade. Então quando ouvimos, ou vemos, a imprensa noticiar que Bill Gates, um dos homens mais ricos do mundo deu o pontapé inicial e assim pessoas abastadas estão

seguindo a iniciativa, e quando os bilionários resolverem doar metade ou 1/3 de sua fortuna para amenizar o drama da fome, poderíamos ter a solução. Solução essa difícil de acontecer porque o problema FOME tem um impedimento, a doença que se chama GANÂNCIA. Ela vem do coração e atinge o bolso do ser humano. Quando na Bíblia é relatado que um homem pediu a Jesus que intercedesse para que seu irmão repartisse os bens que o pai deixara, Jesus alertou para que “tenham cuidado com todo tipo de avareza.”

‘‘Leis precisam ser votadas em defesa do ser humano, não em defesa de um maior número de eleitores!’’

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"Hoje, setenta por cento da humanidade ainda morre de fome... e trinta por cento faz dieta.”

Luciano De Crescenzo

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A FOME É A PIOR DESGRAÇA DA HUMANIDADE

Resolver o problema da fome não depende só dos países em desenvolvimento

Em 1974, durante a Conferência Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas estabeleceram que “todo homem, mulher, criança, tem o direito inalienável de ser livre da fome e da desnutrição...”. Portanto, a comunidade internacional deveria ter como maior objetivo a segurança alimentar, isto é, “o acesso, sempre, por parte de todos, a alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”.E isso quer dizer:

1- acesso ao alimento: é condição necessária, mas ainda não suficiente; 2- sempre: e não só em certos momentos; 3- por parte de todos: não bastam que os dados estatísticos sejam satisfatórios. É necessário que todos possam ter essa segurança de acesso aos alimentos; 4- alimento para uma vida sadia e ativa: é importante que o alimento seja suficiente tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo.

Os dados que possuímos dizem que estamos ainda muito longe dessa situação de segurança alimentar para todos os habitantes do planeta.

Quais são as causas? A situação precisa ser enfrentada, pois uma pessoa faminta não é uma pessoa livre. Mas é preciso, em primeiro lugar, conhecer as causas que levam à fome. Muitos acham que as conhecem, mas não percebem que, quando falam delas, se limitam, muitas vezes, a repetir o que tantos já disseram e a apontar causas que não têm nada a ver com o verdadeiro problema. Por exemplo: A fome é causada porque o mundo não pode produzir alimentos suficientes. Não é verdade! A terra tem recursos suficientes para alimentar a humanidade inteira. A fome é devida ao fato de que somos “demais”. Também não é verdade! Há países muito populosos, como a China, onde todos os habitantes têm, todo dia, pelo menos uma quantidade mínima de alimentos e países muito pouco habitados, como a Bolívia, onde os pobres de verdade padecem de fome! No mundo há poucas terras cultiváveis! Também não é verdade. Por enquanto, há terras suficientes que, infelizmente, são cultivadas, muitas vezes, para fornecer alimentos aos países ricos!

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As verdadeiras causas

As monoculturas

Multinacionais

As causas da fome no mundo são várias, não podem ser reduzidas a uma só. Entre elas indicamos: : o produto nacional bruto (pib) de vários países depende, em muitos casos, de uma cultura só, como acontecia, alguns anos atrás, com o Brasil, cujo único produto de exportação era o café. Sem produções alternativas, a economia desses países depende muito do preço do produto, que é fixado em outros lugares, e das condições climáticas para garantir uma boa colheita. Diferentes condições de troca entre os vários países: alguns países, ex-colônias, estão precisando cada vez mais de produtos manufaturados e de alta tecnologia, que eles não produzem e cujo preço é fixado pelos países que exportam. Os preços das matérias-primas, quase sempre o único produto de exportação dos países pobres, são fixados, de novo, pelos países que importam. : são organizações em condições de realizar operações de caráter global, fugindo assim ao controle dos Estados nacionais ou de organizações

internacionais. Elas constituem uma rede de poder supranacional. Querem conquistar mercados, investindo capitais privados e deslocando a produção onde os custos de trabalho, energia e matéria-prima são mais baixos e os direitos dos trabalhadores, limitados. Controlam 40% do comércio mundial e até 90% do comércio mundial dos bens de primeira necessidade. : conforme a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a dívida está paralisando a possibilidade de países menos avançados de importar os alimentos dos quais precisam ou de dar à própria produção agrícola o necessário desenvolvimento. A dívida é contraída com os bancos particulares e com Institutos internacionais como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. Para poder pagar os juros, tenta-se incrementar as exportações. Em certos países, 40% do que se arrecada com as exportações são gastos somente para pagar os juros da dívida externa. A dívida, infelizmente, continua inalterada ou aumenta.

: o dinheiro necessário para providenciar alimento, água, educação, saúde e

Dívida externa

Conflitos armados

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habitação de maneira suficiente para todos, durante um ano, corresponde a quanto o mundo inteiro gasta em menos de um mês na compra de armas. Além disso, os conflitos armados presentes em muitos países em desenvolvimento causam graves perdas e destruições em seu sistema produtivo primário. : a luta contra a fome é, em primeiro lugar, luta contra a fome pela justiça social. As elites que estão no governo, controlando o acesso aos alimentos, mantêm e consolidam o próprio poder. Paradoxalmente, os que produzem alimento são os primeiros a sofrer por sua falta. Na maioria dos países, é muito mais fácil encontrar pessoas que passam fome em contextos rurais do que em contextos urbanos. : em 1945, através do reconhecimento do direito à autodeterminação dos povos, iniciou o processo de libertação dos países que até então eram colônias de outras nações. Mas, uma vez adquirida a independência, em muitos continuaram os conflitos internos que têm sua origem nos profundos desequilíbrios sociais herdados do colonialismo. Em muitos países, ao domínio colonial sucederam as ditaduras, apoiadas pela

Desigualdades sociais

Neo-colonialismo

cumplicidade das superpotências e por acordos de cooperação com a antiga potência colonial. Isso deu origem ao neocolonialismo e as trocas comerciais continuaram a favorecer as mesmas potências. Quando um país vive numa situação de miséria, podemos dizer que, praticamente, todas essas causas estão agindo ao mesmo tempo e estão na origem da fome de seus habitantes. Algumas delas dependem da situação do país, como o regime de monocultura, os conflitos armados e as desigualdades sociais. Elas serão eliminadas, quando e s e o m e s m o p a í s c o n s e g u i r u m v e r d a d e i r o desenvolvimento. Mas outras causas já não dependem do próprio país em desenvolvimento, e sim da situação em nível internacional. Refiro-me às condições desiguais de troca entre as várias nações, à presença das multinacionais, ao peso da dívida externa e ao neocolonialismo. Isso quer dizer que os países em desenvolvimento, não conseguirão sozinhos vencer a miséria e a fome, a não ser que mudanças verdadeira-mente importantes aconteçam no relacionamento entre essas nações e as mais industrializadas.

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TRA A FOME

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"Precisamos vencer a fome, a miséria e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém - é para salvar vidas.”

Luis Inácio Lula da Silva

Neste momento, milhares de pessoas estão passando fome no Brasil e no mundo. A fome é conseqüência da pobreza e também sua causadora. Para romper este círculo vicioso, é fundamental unir toda a sociedade. Só dessa forma será possível garantir a condição básica de direito à vida: viver sem fome.

AÇÕES:

Procurar informações sobre direitos e deveres dos cidadãos, para divulgá-los na comunidade e fiscalizar os órgãos competentes.Atuar como capacitador voluntário, p r o m o v e n d o o r i e n t a ç ã o profissional para os pequenos negócios do bairro. Elaborar e distribuir material orientando sobre o que é uma boa alimentação. Organizar e promover atividades de educação alimentar, visando o aproveitamento integral dos alimentos. A proveitar ao máximo os alimentos, cuidando de sua correta conservação, usando receitas alternativas e promovendo o não desperdício. Fazer um Mural da Cidadania em escolas e locais

públicos. Pesquisar e divulgar ofertas de trabalho, cursos de capacitação profissional e geração de renda e serviços à comunidade (saúde, documentos, previdência, bolsa-família, etc). Formar um grupo de mães de alunos que ensinem o melhor aproveitamento dos alimentos, para evitar desperdícios. Monitorar a merenda escolar e comunicar qualquer

irregularidade ao Conselho de Alimentação Escolar, ao Ministério Público ou ao Ministério da Educação pelo telefone gratuito 0800 61 6161. Buscar parcerias que a j u d e m a e n r i q u e ce r a alimentação oferecida por e s co l a s e o rg a n i z a çõ e s sociais. Fazer uma horta caseira e incentivar os vizinhos e as escolas do bairro a fazerem o mesmo. Sensibilizar supermercados, restaurantes e quitandas para o n ã o d e s p e r d í c i o ,

informando-os sobre locais para onde podem ser encaminhados os alimentos excedentes. Valorizar o desenvolvimento local, comprando e promovendo o uso de produtos do comércio solidário.

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O QUE ESTÁ SENDO FEITO PARA ERRADICAR A FOME

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Somália, ex-colônia italiana e britânica, voltou aos jornais. Mais especificamente os somalis, que Acorrespondem a 85% da população do país no

Chifre da África. As imagens que o mundo se acostumou a receber deste lugar, principalmente nos anos 90, são cenas da guerra civil, fome e miséria. A catástrofe, dizem especialistas, é resultado de conflitos com a Etiópia e dos “senhores da guerra” patrocinados pelos EUA. Quem não leu muito jornal, mas não deixou a pipoca do cinema de lado nos últimos anos, talvez tenha assistido à versão hollywoodiana em Falcão Negro em Perigo. Na tela e na vida real, 18 soldados norte-americanos morrem na frustrada operação e os Marines se retiram. Para o Estado esfacelado, as tropas da ONU deram tchau em 1995. Evidente que as operações da última década não eram altruístas. Tampouco a engenhosa ação preparada por marinhas de países como EUA, Alemanha, França, Grã Bretanha, Rússia e Coréia do Sul. Diante da crescente pirataria somali no Golfo de Áden, as nações estão dispostas a impedir que petroleiros dêem mais prejuízo no desvio de rota para fugir dos recentes seqüestros de navios e do superpetroleiro saudita com US$ 100 milhões em petróleo. Até a privada Blackwater, o exército mercenário que matou no Iraque, se ofereceu. É a lógica da globalização. Se é que há lógica no mundo que paga o pato de executivo que ganha os mesmos US$ 100 milhões do petroleiro nos cinco meses antes da atual crise econômica. A lógica? A Somália ficou renegada à prórpia sorte desde sempre, destruída. Como dizem, se um país, ainda mais uma terra de ninguém, não tem nada a oferecer, ele terá o pior destino possível: não será “nem” explorado. Esquecida, ironicamente, a Somália volta em 2011 pelas notícias de fome extrema. Um terço da população da Somália, 3,2 milhões de pessoas, necessitam de ajuda humanitária.

‘‘As imagens que o mundo se acostumou a receber deste lugar, principalmente nos anos 90, são cenas da guerra civil, fome e miséria.’’

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POBRE E DESESPERANÇADA SOMÁLIA

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CONSIENTIZAC

O Dia Mundial da Alimentação criado em 1981 é celebrado no dia 16 de outubro de cada ano para comemorar a criação em 1945 da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

“Um bilhão de pessoas vive com fome crônica e eu estou louco de raiva”. Esse é o lema da campanha mundial pela erradicação da fome lançada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). No Brasil, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e o Mutirão pela Superação da Miséria e da Fome assumiram, o compromisso com a ação. A ideia da campanha “1billionhungry” (um bilhão com fome) é coletar um milhão de assinaturas e entregá-las à Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 16 de outubro, dia mundial da alimentação. “Queremos sensibilizar a humanidade e recolher um milhão de assinaturas para a ONU colocar um dispositivo criminalizando a fome, como ocorreu em 2009 com a escravidão”, afirma padre Nelito Dornelas, secretário do Mutirão pela Superação da Miséria e da Fome. Os números são assustadores. Em todo o mundo, mais de um bilhão de pessoas vive com fome. Somente na Ásia e no Pacífico, segundo dados da FAO, são 642 milhões de famintos. As demais regiões também apresentam cifras preocupantes: na África Subsaariana, 265 milhões de pessoas passam fome; na América Latina e no Caribe, 53 milhões; no Oriente Médio e norte da África, 42 milhões. O problema não é apenas realidade de países pobres ou em desenvolvimento. De acordo com a FAO, pelo menos 15 milhões de famintos vivem em nações desenvolvidas.

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AO DO PLANETA A Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações Unidas (NU), é uma organização internacional cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento econômico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações, com o objetivo de deter guerras entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo. Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas missões. Existem atualmente 192 estados-membros, incluindo quase todos os estados soberanos do mundo. De seus escritórios em todo o mundo, a ONU e suas agências especializadas decidem sobre questões dessubstantivas e administrativas em reuniões regulares ao longo do ano.Organização das Nações Unidas

ONU

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A Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona e a PSIJUS – Associação para a Intervenção Juspsicológica, face à fome e à pobreza extrema que afetam um número crescente de cidadãs e cidadãos de Portugal, criaram a campanha ‘‘Um euro Lusófono contra a fome’’, noticia o site da Cáritas Portuguesa. A campanha baseia-se na ideia de arrecadar um euro do salário mensal de cada docente e de cada funcionário da Universidade Lusófona, sendo quase imperceptível no momento de saída da folha de pagamento do doador, e que será revertido a fundos assintencias que combatem

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