Edição 185

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FERNANDO BRAGA Leiloeiro Público ANO XV - Nº 185 - DEZEMBRO DE 2012 - RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA O Olhar Atual de Amelia Toledo Página 26 O efeito Cintra Página 24 Benetido Calixto Página 31 Museu particular põe à venda suas obras! Página 8 www.areliquia.com.br / jornalareliquia.blogspot.com / facebook.com “A Relíquia” / twitter.com/areliquia INFORMATIVO DOS ANTIQUÁRIOS, LEILOEIROS, GALERISTAS E COLECIONADORES Alfredo Volpi Alfredo Volpi 14 Anos O museu Jacquemart-André, em Paris, apresenta Canaletto-Guardi, os dois mes- tres de Veneza , a primeira mostra reali- zada na França dedicada exclusivamente ao estilo "veduta", um gênero pictórico que cresce e conhece a sua idade de ouro em Veneza, no século XVIII. Ele inclui uma sé- rie de grandes mestres, onde Canaletto e Guardi são os mais conhecidos. Páginas 18, 19, 20, 21 e 22. LEILÕES DE DEZEMBRO RIO DE JANEIRO SÃO PAULO • CAPADÓCIA • GODOFREDO FRANÇA • RESID. COPACABANA • RESIDENCIAL TIJUCA • RIO ANTIGO • ROBERTO HADDAD • PENNA ARTES • ANDRE CENCIN • BEGAN LEILÕES • CASA 8 • LEILÃO DO BIXIGA Canaletto Guardi Canaletto Guardi CANALETTO - Praça de São Marcos, 1723 - ost 141,5 x 204,5 cm FRANCESCO GUARDI - Praça de São Marcos, 1785 - ost 35 x 45 cm Fachada - Têmpera sobre tela, 103 x 68 cm - 1975 A alcunha "pintor das bandeirinhas", pela qual Alfredo Volpi é conhecido, longe de injustiçar seu ta- lento, define uma das ca- racterísticas mais impor- tantes de sua obra: a in- fluência das imagens de sua infância passada no subúr- bio paulistano. Leia na Pá- gina 32.

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Edição 185 do jornal A Relíquia

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FERNANDO BRAGA Leiloeiro Público

ANO XV - Nº 185 - DEZEMBRO DE 2012 - RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

O Olhar Atual de Amelia ToledoPágina 26

O efeito CintraPágina 24

Benetido CalixtoPágina 31

Museu particular põe à venda suas obras! Página 8

www.areliquia.com.br / jornalareliquia.blogspot.com / facebook.com “A Relíquia” / twitter.com/areliquia

INFORMATIVO DOS ANTIQUÁRIOS, LEILOEIROS, GALERISTAS E COLECIONADORES

Alfredo VolpiAlfredo Volpi

14An

os

O museu Jacquemart-André, em Paris,apresenta Canaletto-Guardi, os dois mes-tres de Veneza, a primeira mostra reali-zada na França dedicada exclusivamenteao estilo "veduta", um gênero pictórico que

cresce e conhece a sua idade de ouro emVeneza, no século XVIII. Ele inclui uma sé-rie de grandes mestres, onde Canaletto eGuardi são os mais conhecidos. Páginas18, 19, 20, 21 e 22.

LEILÕES DE DEZEMBRO

RIO DE JANEIRO

SÃO PAULO

• CAPADÓCIA• GODOFREDO FRANÇA• RESID. COPACABANA• RESIDENCIAL TIJUCA• RIO ANTIGO• ROBERTO HADDAD• PENNA ARTES

• ANDRE CENCIN• BEGAN LEILÕES• CASA 8• LEILÃO DO BIXIGA

Canaletto – GuardiCanaletto – Guardi

CANALETTO - Praça de São Marcos, 1723 - ost 141,5 x 204,5 cm FRANCESCO GUARDI - Praça de São Marcos, 1785 - ost 35 x 45 cm

Fachada - Têmpera sobre tela,103 x 68 cm - 1975

A alcunha "pintor dasbandeirinhas", pela qualAlfredo Volpi é conhecido,longe de injustiçar seu ta-lento, define uma das ca-racterísticas mais impor-tantes de sua obra: a in-fluência das imagens de suainfância passada no subúr-bio paulistano. Leia na Pá-gina 32.

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A RELÍQUIA2 - Dezembro de 2012 A RELÍQUIA

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Page 3: Edição 185

Dezembro de 2012 - 33A RELÍQUIA

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Page 4: Edição 185

A RELÍQUIACirculação Nacional

Publicação mensal da Sabor do Saber EditoraFUNDADORES

Litiere C. OliveiraLuiz Carlos Marinho

EDITORLitiere C. Oliveira - Reg.Prof. MTb 15109

e-mail: [email protected]

RIO DE JANEIROPublicidade:

Rua Siquira Campos, 143 - Sl 73 - Copacabana - RJTel.: 21 2265-9945

Redação / Arquivo / DistribuiçãoRua Esteves Júnior 9, casa 01

Laranjeiras - CEP 22231.160 - Rio de JaneiroTel.: 21 2265-0188 / Tel / Fax: 2265-9945

Cel.: 9613-2737 / 8899-0188e-mail: [email protected]

SÃO PAULORepresentante: Juliano Alves

Tel: (11) 5666-6240 / 995981145 / 97389-3445e-mail: [email protected]

PORTO ALEGRERepresentante: Elisa Moog

Tel: 51 2112-8038 / 9955-9962

DIAGRAMAÇÃOFelipe A. Oliveira

CONSELHO EDITORIALItamar Musse, Fernando Braga, Luis Octávio Louro Gomes,

Manuel Machado, Paulo Roberto S. Silva e Francisco P. Cunha,Ricardo Kimaid, Roberto Haddad, Rudinel Vicente do Couto,

Hebert Gomes, Pedro Arruda e Virgínia Arruda

COLABORADORESJoão Ubaldo Ribeiro ( ABL), Ferreira Gullar, Ledo Ivo (ABL),

Paulo Coelho (ABL), Antônio C. Austregésilo de Athayde,Rosângela de Araujo Ainbinder, Ana Beatriz Gomes, Tatiana

Maria Dourado, Rachel Brenner, Luiz Marinho, Paulo Scherer

Tiragem desta edição: 15.000 exemplares

Os conceitos e opiniões emitidas em colunas e matérias assinadas, são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores.

Variados tipos de porcelana e cristal, joias, prataria, tapetes, objetos Art-Noveau e Art-Déco, entre outros, em exposição nas barracas montadas

There is a wide variety of porcelain, crystal, jewellery, silverware and carpets, amongstother objects of interest. These are displayed and sold at stalls around the market tower.

FEIRAS DE ARTE E ANTIGUIDADESART AND ANTIQUES FAIRS

RIO DE JANEIROSÁBADO - SATURDAY• Shopping Cassino Atlântico -Av. Atlântica, 4240 - Copacabana- Antique fair in air conditionedsurroundings with a tea-shop andlive music• Feira do Troca - Pça XV, emfrente às Barcas (Bric-à-brac ondetambém se pode encontrar anti-guidades). DOMINGO - SUNDAY• Praça Santos Dumont (em fren-te ao Jóquei) - Jardim Botânico• Feira de Antiguidades de Pe-trópolis - Praça Visconde de Mauá

BRASÍLIATodo último final de semana decada mês - Shopping Gilberto Sa-lomão

SÃO PAULOSÁBADO - SATURDAY• Feira de Antiguidades da Pra-ça Benedito Calixto - Pinheiros • Exposição de Antiguidades deSantos - Galeria 5ª Avenida, PçaIndependênciaDOMINGO - SUNDAY• Feira de Antiguidades doMASP - Vão Livre do Museu deArte de São Paulo - Av. Paulista• Feira de Antiguidades do Bi-xiga - Praça Dom Orione - Bixiga• Feira de Antiguidades doMuBE (Museu Brasileiro daEscultura) - Av. Europa, 218 -Jardins• Mercado de Antiguidades deSantos - Piso superior do Merca-do Municipal. Praça IguatemiMartins, s/n°, Vila Nova, San-tos/SP.

BELO HORIZONTE• Feira de Antiguidades Tom JobimSábados, 10 às 17h - Av. Bernar-do Monteiro - Santa Efigênia

PORTO ALEGRE• Feira do Caminho dos Anti-quários - Pça. Daltro Filho - Sá-bados, 10 às 16h• Brique da Redenção - Domin-gos, 9 às 18h - Av. José Bonifá-cio sn. - Bom Fim• Feira do 5ª Avenida -Av.Mostardeiro, 120 - Todos sábadosdas 10h às 18h

SÃO LUÍS• Feira de Antiguidades de SãoLuís - Todo último sábado domes no Tropical Shopping.Av.Colares Moreira, 440 - Renas-cença 2

COMPROOBRAS DE:

LEOPOLDO GOTUZZOÂNGELO GUIDOLIBINDO FERRÁS

PEDRO WEINGARTNERADO MALAGOLI

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4 - Dezembro de 2012 A RELÍQUIA

LLeeiillããoo ddee JJaanneeiirroo ddee 2013PPrreesseenncciiaall ee oonn-lliinnee

Porcelanas, pratarias, imagens, marfins, quadros, lustres,móveis, bronzes, tapetes, relógios, opalinas, faqueiros,

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25Estamos recebendo peças para o leilão no início de

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Page 5: Edição 185

Dezembro de 2012 - 55A RELÍQUIA

Page 6: Edição 185

A RELÍQUIA66 - Dezembro de 2012

Grande Leilão Residencial do Museu Particular de

Reginaldo e Beth BertholinoEXPOSIÇÃO

Dias 7 a 10 de Dezembro de 2012,Sexta, Sábado, Domingo e Segunda-feira das 14h às 21h.

LEILÃODias 11 e 12 de Dezembro de 2012,

Terça e Quarta-feira, às 20h30.Leilão Presencial e Online (Simultâneo)

LOCAL DA EXPOSIÇÃO E LEILÃORua Sargento Gilberto Marcondes Machado, 352

Morumbi - São Paulo / SPCatálogo completo em nosso site:

www.leilaodeantiguidade.com.br

TELEFONES(11) 3257-0200 / Fax: (11) 3258-5518

Celular: (11) 98295-1546 / Nextel: 55*32*1648leilã[email protected]

RealizaçãoBegan Leilões

Leiloeiro OficialLuiz Claudio Bez

Organização e CoordenaçãoLeslie Diniz

Cômoda papeleira em jacarandá. Séc XVIIIA. LHOTE (1885-1962) - Le Toit raye

O.S.T - 41 x 33 cm

Ermida, oratório de parede - Med 2,10 X 1,85m. Mestre Aleijadinho com pinturas internas do

Mestre Ataíde

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A RELÍQUIA Dezembro de 2012 - 77

REGINALDO BERTHOLINO, nascido em São Carlos - SP, em 23 de Junho Formado perito contador, veio para São Paulo em Julho de 1950, para

continuar os estudos de economista.

"Em meados de 1960 comprei uma fazenda na cidade de Santa Rita doPassa Quatro - SP, que tinha uma bonita sede colonial, mas cuja decoraçãonão correspondia a parte arquitetônica.

Comecei a procurar moveis que correspondessem e conheci na Rua BarataRibeiro em SP, o antiquário Luiz Bento, pessoa modesta mas muito entendedor,principalmente de arte sacra e coisas do período Brasil Colônia.

Fui então convidado a comprar em sociedade um grande acervo numapequena cidade de Minas Gerais, quase Bahia.

Lá chegando fiquei extasiado com as peças que estavam a venda, cada umacom sua historia, origem e valor histórico. Não pude comprar todas, mas fiqueide pronto apaixonado pela arte imaginaria e passei a estudar em livros sobre oassunto e não parei mais de comprar.

Já conhecido no mercado de arte, era procurado diariamente por pessoasdo ramo de arte com peças em mãos ou indicações, que demandavam viagens,paciência e prazer, pois muitas vezes viajava e não trazia nada, pois asreferencias não conferiam com as informações ou meus desejos.

Casei-me com Elizabeth Barreto,(Beth), formada em artes, alem de muitoconceituada e conhecida também neste ramo. Beth tinha paixão por pinturamoderna e Rene Lalique, mas começou a gostar de arte sacra , bem como eupassei a gostar de arte moderna. Beth se formou em museologia, fez pósgraduação e doutorado e juntos fizemos uma seleção da seleção das obras jáexistentes, e ao mesmo tempo sempre adquirindo pecas para engrandecernossa coleção. Passei de curioso a colecionador e já se vão mais de 50 anos.

Agora com outro projeto de vida, colocamos à venda esse precioso acervo,para dar lugar a um futuro museu que terá um cunho totalmente social.

Garanto aos compradores que cada peça, cada fragmento, cada imagem,tem muito de dedicação, trabalho, perseverança e amor!!!

E, desde já os felicito".Reginaldo Bertholino.

São José - Mestre Aleijadinho

Peanha - MestreAleijjadinho

Santa ÚrsulaMestre Aleijadinho

Mestre oliveiraSantana MestraBrasil, séc XVIII

Nossa Senhorada ConceiçãoMed 95 cm.

Minas, séc XVIII

Caldeirinha de prata de lei, repuxada e cinzelada;corpo liso, base campânular sem marcas

aparentes ; 36 cm de altura com alça levantada.,base 14,5 cm de diâmetro 1470 gr,Brasil, século

XVII. Antiga coleção de Sandra Penna - BeloHorizonte - Minas Gerais

Esmoleira, bilheteira ou salvade pé alto, de prata de lei

repuxada e cinzelada; salva deformato circular ; plano

cinzelado contendo grandemonograma NSP entrelaçadoda Ordem de Nossa Senhora

dos Prazeres, basecampanular, sem marcas

aparentes, 30 cm de diâmetroe 17 cm de altura; 1175 g.

Brasil, séc. XVII.Antiga coleção de SandraPenna - Belo Horizonte -

Minas Gerais

Santos óleos; Bandeja oval de prata cinzelada e repuxada comquatro pés, borda perolada, no plano três frascos cilíndricos tambémde prata com tampa de encaixe, fixos marcados no corpo : "B" debatismo, "C" de crisma e "I" de extrema-unção, respectivamente,

17,5 x 32,5 cm a bandeja e 10 cm cada frasco. Sem marcasaparentes, 720 g. Brasil, séc. XVIII. Um dos frascos está solto

Santos óleos; caixa cilíndrica deprata repuxada e cinzelada, comtampa encimada por cruz,contendo suporte com 3 frascos devidro com as tampas marcadas :"B" de batismo, "C" de crisma e"U" de extrema-unção,respectivamente; 6 cm de diâmetroe 10 cm de altura. No corpo marca10 dinheiros e punção do prateironão identificada, 170 g, Brasil, séc. XIX

Lampadário Sabaráem prata- Med 1,30m. Brasil, séc XVIII

Page 8: Edição 185

A RELÍQUIA88 - Dezembro de 2012

Museu particular põe à venda suas obras!Museu particular põe à venda suas obras!

S ob a realização da Began Antiguidadese comando do leiloeiro e antiquárioLuiz Claudio Bez, e organização e coor-denação da marchand Leslie Diniz, es-tará acontecendo, nos próximos dias 11

e 12 de dezembro, um Grande Leilão Resi-dencial do Museu de Reginaldo e BethBertholino.

O leilão contará com grande acervo de ar-te sacra, móveis, tapetes, pratas, cristais, por-celanas, imagens e livros de arte. Destaquespara 4 obras do mestre Aleijadinho; santos epratas dos séculos XVII, XVIII e XIX (euro-peus e brasileiros); lampadário Sabará; cô-moda papeleira em jacarandá, Séc. XVIII;quadro do grande expoente da pintura in-ternacional A. Lhote, dentre outros.

Reginaldo é um colecionador muito co-nhecido no mercado há mais de 50 anos.Sua mansão no Morumbi: "Museu Reginal-do Bertholino", abrirá suas portas para opúblico este mês, dando oportunidade paraque este possa apreciar e adquirir a grandecoleção de obras de artes deste notável cole-cionador, garimpadas ao longo de sua vida.

Conforme relato do próprio: ... "Agoracom outro projeto de vida, colocamos àvenda esse precioso acervo, para dar lugar aum futuro museu que terá um cunho total-mente social."

Isto significa que, após o leilão, a mansãose tornará o "Museu Scarlett O´Hara", pro-tagonista do clássico "E o Vento Levou", pe-lo fato de que Beth Barreto sempre foi fã ar-dorosa e colecionadora de peças e vestuá-rios do filme e de Vivien Leigh. A man-são também é uma réplica perfeita de "Tara".

Nem precisamos lembrar que este eventopromete ser um acontecimento único!!!

São José - Mestre Aleijadinho

Peanha- Mestre Aleijjadinho

Santa Úrsula - Mestre AleijadinhoA. LHOTE (1885-1962)- Le Toit raye

O.S.T - 41 x 33 cm

Ermida, oratório de parede - Med 2,10 X 1,85 m.Mestre Aleijadinho com pinturas internas do

Mestre Ataíde

Santos óleos; Bandeja oval de prata cinzelada erepuxada com quatro pés, borda perolada, no

plano três frascos cilíndricos também de prata comtampa de encaixe, fixos marcados no corpo : "B"

de batismo, "C" de crisma e "I" de extrema-unção,respectivamente, 17,5 x 32,5 cm a bandeja e 10cm cada frasco. Sem marcas aparentes, 720 g.

Brasil, séc. XVIII. Um dos frascos está solto

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Dezembro de 2012 - 99A RELÍQUIA

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1100 - Dezembro de 2012 A RELÍQUIA

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RICARDO KIMAID

Se olharmos para a agenda de realizações ocor-ridas esse ano, privilegiando as artes plásticas,com exceção da exposição Impressionismo: Pa-ris e a modernidade, Obras-Primas do Acervodo Museu d'Orsay de Paris, França no CCBB,

com a maravilhosa coleção de obras impressionistasainda em andamento, constataremos que as abor-dagens das demais foram voltadas especificamentepara o que chamam de arte contemporânea.

Aliás, não tão somente esse ano, mas também osúltimos cinco anos ou mais, as principais feiras eas bienais, entre os demais eventos de maior im-portância, não reservam o menor espaço para a ar-te moderna ou a arte acadêmica, para contemplar opúblico mais exigente, culturalmente falando, mos-trando acervos ou coleções importantes, quer sejamparticulares, de centros culturais ou de museus.

Negar às novas gerações, o conhecimento sobre aarte precedente a sua época, é torná-la invisível aosolhos dos leigos. Faz parecer um procedimento dediscriminação cruel com a arte e artista que movi-mentaram durante décadas nosso mercado domésti-co de arte, uma vez que nos países europeus aindase preservam tradições.

Quando acenam com eventos pinçando obras deartistas consagrados pelo seu histórico no secularcenário das artes plásticas, se o fizessem mais repeti-damente, poder-se-ia fazer melhor avaliação compa-rativa sobre a real preferência do público apreciador.

A maior prova disso está nas intermináveis filasque diariamente invadem os espaços onde ocorre amostra dos modernistas do fim do século XIX e iní-cio do século XX no CCBB. Grande parte desses vi-

sitantes é jovem, e nota-se que por parte deles háum manifesto de grande interesse em conhecer ohistórico sobre os artistas impressionistas: sua obrae sua vida.

Nota-se que, existindo troca entre a obra de artee o espectador, atinge-se o aspecto crucial que aca-ba por definir o verdadeiro sentido do que seja ar-te em toda sua magnitude. Por que tão pouco seinveste nessa alternativa?

Eventos dessa envergadura deveriam estar sendoexibido no Museu Nacional de Belas Artes, e repeti-damente.

À bem da verdade, nossos museus vivem asmoscas, não sei se por falta de verbas, ou desprepa-ro em suas administrações. O fato é que seus diri-gentes deveriam relacionar-se com os demais mu-seus mundo a fora, trocando seus acervos tempora-riamente com exposições diversas, o que, com certe-za, dariam maior vitalidade às suas agendas de rea-lizações culturais.

Contribuindo para esse descaso, não temos umaimprensa devidamente preparada para pinçar nasagendas de exposições, o que seria de melhor rele-vância para apresentar ao público. Ficamos então,ao sabor da mídia, que, sem sair dos seus assen-tos, não postam realizações que não venham subli-nhadas pelas grifes eleitas por suas veiculações.

Por vezes me aventuro em comparecer a algu-mas dessas feiras para ver se encontro algo de reale novo que justifique a presença de quem apreciarealmente artes plásticas, e saio com a triste consta-tação que não existe mais espaço para piorar o quejá é ruim demais.

Fico imaginando a dificuldade que as colunas daimprensa dedicadas às artes plásticas têm em fazermatérias sobre alguns ícones da pintura brasileira.

Nomes como Visconti, Belmiro de Almeida, Castag-neto, Fachinetti, Panceti, Guignard, entre tantos ou-tros artistas que construíram para a verdadeira aca-demia de arte. A falta de preparo de seus editorescolide com a realidade dos fatos, e, com isso, estãocondenando nossos ícones da pintura brasileira aoesquecimento, e lentamente apagando-os da memó-ria cultural do país.

Lamentável!!!Aos leitores desta revista, ensejo de boas festas, e

um feliz ano novo que se aproxima; mais humano,menos virtual. Saúde e Paz para todos.

Ricardo [email protected]

www.rembrandt.com.brtel. 21 2273-3398

Invisibilidade

ArtRio abre inscrições para a edição 2013As inscrições para a terceira edição da ArtRio,

que acontecerá de 5 a 8 de setembro no PíerMauá, já estão abertas e vão até o dia 10 de janei-ro de 2013.

Os galeristas interessados devem acessar o siteda instituição (www.artrio.art.br/application2013/),preencher o formulário online e só depois enviar omaterial necessário pelo correio. Os formulários sóserão avaliados mediante a confirmação do paga-mento da taxa de inscrição, via cartão de crédito.As inscrição serão aceitas, impreterivelmente, até odia 10 de janeiro de 2013. Entre os dias 10 e 20 dejaneiro de 2013, os formulários de inscrição serãoavaliados pelo Comitê de Seleção da ArtRio. A listacom as galerias aprovadas será divulgada no dia30 de janeiro de 2013, através do portal www.ar-trio.art.br. Dúvidas são respondidas através do e-mail [email protected].

A segunda edição da ArtRio - Feira Internacio-

nal de Arte Moderna e Contemporânea - aconte-ceu de 12 a 16 de setembro no Píer Mauá. Oevento reuniu em cinco armazéns e um anexo doPíer o acervo de mais de uma centena de gale-rias nacionais e estrangeiras, com trabalhos queabrangem desde a arte moderna até novíssimasobras de arte contemporânea - muitas delas in-éditas. Foram aproximadamente 18 mil m² deárea de feira, com 6.900m² voltados para a arteinternacional. O portal www.artrio.art.br contacom circuitos artísticos indicados por personali-dades, entrevistas exclusivas e agenda de even-tos de arte. A webradio "Artrio Sonora" tambémestá no ar dentro do portal, com programação fo-cada em arte sonora.

Vários eventos paralelos de arte acontecem pelacidade simultaneamente à feira. A ArtRio já é re-conhecida pelo mercado internacional como umadas grandes feiras de arte do mundo.

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A RELÍQUIA Dezembro de 2012 - 1111

Paulo Roberto de Souza e Silva e Francisco Eduardo de Oliveira Pereira da Cunha

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Page 12: Edição 185

A RELÍQUIA1122 - Dezembro de 2012

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Page 13: Edição 185

Dezembro de 2012 - 1133A RELÍQUIA

Virgínia e Pedro Arruda, imbuidos do melhorespírito natalino, desejam aos seus amigos e clientes,

um Natal alegre e feliz prenunciando um 2013frutuoso e pleno de boas realizações.

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Page 14: Edição 185

A RELÍQUIA1144 - Dezembro de 2012

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Page 15: Edição 185

Dezembro de 2012 - 1155A RELÍQUIA

Page 16: Edição 185

1166 - Dezembro de 2012 A RELÍQUIA

Leilão Residencial CopacabanaObras de arte e coleções

Tels: (21) 9615-3466 / 8890-0930 / [email protected] / [email protected]

Organização:Carla Alencar

EXPOSIÇÃODias 1 e 2 de dezembro de 2012

sábado e domingo, das 14 às 21 horas

LEILÃODias 3, 4 e 5 de dezembro de 2012

segunda, terça e quarta-feira às 20 horasEndereço: Rua Domingos Ferreira, 100 - 12º andar (cobertura)

Copacabana (entre as ruas Figueiredo Magalhães e Santa Clara)

Milton daCosta - “Jovemna janela”tempera sobrepapel, med.16 x 12 cm

GOA N. S. da Con-ceição - imagem emmarfim med. 18 cm

A. Gaudez - escul-tura de bronze commarfim med. 33 cm

A. Poteiro - Revoada de pássaros o.s.t. med. 50 x 40 cm

Vicente Leite - Paisagem doParaná - o.s.m. 1937medindo 33 x 33 cm

Grande bandeja em pratainglesa medindo 80 x 48 cm

Baixela em prata portuguesa comcontraste P. Coroa constando de 5 peças

Leilão Presencial e on lineTodas as peças com foto e descrição no site:

www.antonioferreira.lel.br

Destaques

Kaminagai ●● Levino Fanzeres ●● Walter Seder ●● Fenrnando P ●● J. Timoteo●● Henrique Cavalleiro ●● Pratas européias ●● Arte sacra

Carla Alencar e sua equipe desejam aos seus clientes eamigos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo

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Dezembro de 2012 - 1177A RELÍQUIA

Quadros furtadosLista de obras:

Alfredo Volpi - Elementos deFachada e Bandeirinhas

1960 - 134 x 84 cmTempera sobre tela

Alfredo Volpi - Bandeirinhas estruturadas com mastros 33,5 x 68 cm - Década de 60 - Tempera sobre tela

Assinado no verso - Projeto Nº2236

Alfredo Volpi - O Manequim - natureza morta - Déc. 50Tempera sobre papel colado sobre papelão

23,3 x 31,8 cm - Assinado no canto inferior direito

Alfredo Volpi - Sacada brancaelementos de fachada - Dec.50

Tempera sobre tela - 73 x 54 cm

Alfredo Volpi - Fachada em azul evermelho - (Fachadas) - 59,5 x38,3 cm - Tempera sobre telaAssinado no verso - Início da

Década de 60 - Projeto Nº2297

Alfredo Volpi - Bandeirinha - Finalda década 1950 - Tempera sobretela - 92 x 65 cm - assinado no

verso - Projeto Nº 1002

Ivan Serpa - Sem Título - 98 x 130 cmc.1957 - Óleo sobre tela

Alfredo Volpi - Pintura nº 2 - (Concretos) Tempera sobre tela - 72,8 x 116 cmAssinado no verso - Projeto nº 2276

Alfredo Volpi - Sereia - 28 x 53 cm - versoTempera sobre cartão colado em madeira

Informações sobre as obras: ligar para(11) 99293-3138 e (21) 8899-0188

Gratifica-se informações concretas.

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1188 - Dezembro de 2012 A REL

Canaletto – GuardiCanaletto – GuardiOs dois mestres de Veneza

Cerca de 50obras dedicadasa Veneza foramreunidas nomuseu Jacque-mart-André, emParis. Apesardo título, a ex-posição não

apresenta apenas trabalhosde Giovanni Canal (Canalet-to) e Francesco Guardi mas,também, de outros artistascomo Gaspar van Wittel,Luca Carlevarijs, BernardoBellotto e Michele Mari-eschi. Bozena Anna Ko-walczyk, especialista empinturas italiana do séculoXVIII, reconhecida interna-cionalmente, é a curadorageral desta mostra que sófoi possível graças ao apoiodos principais museus euro-peus e americanos.

Essa é a primeira mostrarealizada na França dedica-da exclusivamente ao estilo"veduta". Nas artes plásticaschama-se "veduta" (plural,vedute; do italiano, "vista")a gravura, pintura ou dese-nho rico em detalhes eusualmente em grande esca-

CANALETTO - O Campo Santi Giovanni e Paolo, 1738-1739 - ost 46,4 x 78cm. Acervo da coleção real britânica emprestada pela Rainha Elizabeth II

FRANCESCO GUARDI - O Campo Santi Giovanni e Paolo, 1765 ost 73 x 121 cm. Acervo Museu do Louvre - Paris

CANALETTO - Praça de São Marcos, 1740 - ost 45 x 76 cm. Veneza recebia numerososviajantes que promoveram o desenvolvimento do gênero da veduta. Museu Jacquemart-André

la que apresenta a perspecti-va de uma paisagem urba-na ou de outros panoramas.A "veduta", que poderia sertraduzido como "vista" de-talhada do local, é um gê-nero pictórico que cresce econhece a sua idade de ou-

ro em Veneza, no séculoXVIII. Ele inclui uma sériede grandes mestres, ondeCanaletto e Guardi são osmais conhecidos.

Desde da exposição dePierre Rosenberg, em 1971,que se concentrou na pintu-

ra veneziana do século XVI-II, nada havia sido feito so-bre o tema. Nesta mostra, oprocedimento foi confrontaro mesmo motivo - a Praçade São Marcos, por exemplo- pintado por diferentes ar-tistas, a fim de mostrar co-

mo Canaletto reage às pro-postas de Gaspar van Wit-tel, como Bernardo Bellottoou Michele Marieschi afir-mam suas diferenças, e a in-dependência ainda maior deFrancesco Guardi. Muitosdestes artistas também pin-taram vistas fantásticas eimaginárias de Veneza, aosquais foi dedicada uma sa-la inteira na mostra.

A "veduta" é relativamen-te desconhecida para o pú-blico francês (e talvez paranós, brasileiros), e às vezesé visto como um gênero umpouco repetitivo. No entan-to, foi importante para mar-car as diferenças de estilo esensibilidade, e mostra, porexemplo, como cada perso-nagem é utilizado de formadiferente pelo instrumentoóptico, la camera obscura.

A câmara escura é uminstrumento óptico que per-mitia a passagem dos raiossolares por uma lente e re-fletia a imagem que se que-ria pintar, como base desuas obras. Canaletto pas-sou a usar a câmara escuraem 1730.

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LÍQUIA Dezembro de 2012 - 1199

LUCA CARLEVARIJS - A Praça São Marcos, 1726 - ost 45 x 91 cm (acima e detalhe no friso). Museu Nacional do Castelo de Fontainebleau

Mais temos que esperar até1962, para a publicação docatálogo raisonné de Cana-letto por William GeorgeConstable, trabalho capitalque permitiu se colocar umpouco de ordem nas atri-buições, para uma melhorcompreensão dos Mestres.Desde então, estudos sub-seqüentes têm se multipli-cado sob a égide dos prin-cipais especialistas comoStefan Kozakiewicz, TerisioPignatti e Alessandro Bet-tagno. A última grande ex-posição desse gênero, "Ve-nise: Canaletto et ses ri-vaux" (Veneza: Canaletto eseus rivais), foi realizadaem Londres e Washington

em 2010-2011.Novas pesquisas preci-

sam ser realizadas, aindahoje, para estabelecer a cro-nologia das obras, acervoshistóricos, e especialmenteas atribuições. Avanços napesquisa estão de acordocom o interesse público edos grandes colecionadores,cujo número aumentou deforma constante desdemeados do século XX. Em2001 um Guardi atingiu opreço recorde de 25 mi-lhões de libras.

A fama de Veneza paraos viajantes do século XVI-II era indissociável do"Grand Tour" que levavaaos caminhos da Europa

jovens oriundos da aristo-cracia ou burguesia afortu-nada. Durante dois anosou um pouco mais, estes,em sua maioria britânicosiam conhecer o mundo etestar seu caráter. Veneza,da mesma forma que Flo-rença, Roma ou Nápolis,era uma das etapas obriga-tórias deste rito de passa-gem para a idade adulta.O fluxo dessa clientela de"grandes turistas" que co-lecionavam obras de artecomo troféus de seu péri-plo contribuiu para impul-sionar um gênero pectóri-co à parte: "a veduta".

Continua na página seguinte

Conseguiu assim maisprecisão no desenho, maisluminosidade e um contras-te mais brilhante entre ascores. Foi nessa época queiniciou os famosos capricci,composições formadas porelementos arquitetônicos re-conhecíveis sobre um fundoimaginário.

Canaletto interveio forte-mente na composição, rea-justando proporções paradar uma visão racional, in-telectual e geométrica dolugar. Procurou o efeito deluz em todos os detalhes,enquanto Marieschi poucotransformava a imagem ob-tida na câmara escura; asdistorções que vemos emsuas pinturas são aquelasproduzidas pela câmeragrande angular que eleusou, porque havia váriosobjetivos. O mesmo valepara Guardi: em sua visãodo Campo Santi Giovanni ePaolo (ao lado), adota oponto de vista ardente deCanaletto; mas não corrigeas distorções; de repente, osedifícios estão em movi-mento no ar. É que Guardique não tenta passar a im-pressão de estabilidade dacidade e a perenidade dasua história de permanên-cia, mas, ao contrário, asensação da passagem dotempo. É também mais es-pontâneo, mais rápido epressionado pela necessida-de de produzir.

Vistas de VenezaOs pintores da "veduta"

criaram uma imagem deVeneza, que se espalhoupor toda a Europa, e con-tinuou durante os séculosseguintes. As obras, os ar-tistas viajantes, bem comoas ideias. A partir do sécu-lo XVIII, o teórico AntonioMaria Zanetti, em corres-pondência com os grandescolecionadores - incluindoo francês Mariette, que

compreendeu a importân-cia da pintura de vistas deVeneza -, desempenhadoum papel importante nadifusão do gênero. No sé-culo XIX, é através dos ol-hos de Canalleto ou Guar-di que os escritores e pin-tores vêem Veneza. É o ca-so de Théophile Gautierem sua "Voyage en Italie",de William Turner eWhistler.

O problema é que umnúmero considerável deobras de vedutistes dife-rentes, como Belloto, Ma-rieschi ou o próprio Guar-di - , foram originalmentevendidos e listados comosendo de Canaletto, por sereste muito mais famosoque os outros. Somente nofinal do século XIX a per-sonalidade de Guardiemerge claramente. É naFrança, favorecido pelo im-pressionismo, que o seutrabalho passa a ser con-siderado. Os grandes cole-cionadores, como CalousteGulbenkian ou Nissim deCamondo, compram suaspinturas em leilões de Lon-dres. Na virada do séculoXX aparecem os trabalhospioneiros de Adrien Mou-reau (1894) e GustaveUzanne (1907) sobre Cana-letto, e de George Simon-son sobre Guardi (1904).

CANALETTO - Regata no Grande Canal, 1732 ost 149,8 x 218,4 cm. Museu Bowes - Inglaterra

GUARDI - O Doge parte do Lido à bordo do Bucintoro, nodia da Ascensão, 1775-80 ost 66 x 101 cm. Museu Louvre

Page 20: Edição 185

A RELÍQUIA2200 - Dezembro de 2012

Continuação da página anterior

Foi em Veneza, no decorrer do sé-culo XVIII que o "vedutismo" conhe-ceu sua expressão mais brilhante.Entretanto, foi nos Países Baixos eem Roma, dois séculos antes, que sefaz necessário conhecer suas origens.Apesar de suas perspectivas fanta-sistas, as paisagens panorâmicas deMaerten van Heemskerck (1494-1574)e de Hendrik van Cleef (1525-1589)são consideradas como as primeiras"vedutas" pois são claramente identi-ficáveis. Outros artistas dos PaísesBaixos vivendo na Itália contribuí-ram para desenvolver o gênero noséculo XVII.

Os precursoresApesar da beleza espetacular de suaspaisagens de áreas alagadas e o pito-

resco singular de seus inúmeros canais,Veneza não possuía nenhuma tradiçãovedutista antes da chegada de Gasparvan Wittel, conhecido como Gaspare

Vanvitelli (1652/1653-1736). Da tem-porada veneziana desses holandeses,nos anos 1695, nasceram uns quaren-ta quadros cuja realização se estendeu

por uns vinte anos. Gaspar van Witteltrabalhava a partir de desenhos degrande formato, realizados a partir danatureza, conservando a pintura umagrande frescura de toque e de cor.

A influência deste primeiro grandemestre da "veduta" italiana sobre os ar-tistas venezianos é mal dimensionada.Parece que ela se exerceu diretamentesobre Luca Carlevarijs (1663-1730) quehavia conhecido seus primeiros suces-sos como pintor "da arquitetura e daperspectiva". Ele conservou esta temá-tica apreciada pela clientela local, pro-duzindo vistas de veneza para os com-pradores estrangeiros cada vez maisnumerosos. A maior parte dessas obrasde arte se originaram antes de 1710, oque fez dele o primeiro vedutistaveneziano. >>>

GUARDI - Campo de Santa Maria del Giglio, 1770.(acima e detalhe no friso) ost 50 x 84 cm. Coleção particular

Canaletto e GuardiGiovanni Antonio Canal, conhecido como Ca-

naletto, nasceu e morreu em Veneza com 70 anos.Ficou famoso por retratar a atmosfera própriade Veneza sob o ângulo barroco, captando a visãode suas ruas e canais, envoltos em luzes e som-bras. Recebeu sua formação com o pai, o pintor ecenógrafo Bernardo Canal, e estudou com o pai-sagista Luca Carlevarijs. Mudou-se para Roma(1719) onde fez numerosos desenhos de ruínas emonumentos e diversos cenários para as óperasde Alexandre Scarlatti. Entrou em contato compintores como Gian Paolo Pannini, perito emperspectivas, e o flamengo Gaspar van Wittel,paisagista precursor de temas panorâmicos e vol-tou para Veneza onde passou a trabalhar pintan-do panoramas da cidade sob encomendas. De-monstrando um esplêndido tratamento das luzese sombras e de seu perfeito domínio da perspec-tiva, em um estilo mais objetivo do que o de seurival, o pintor italiano Francesco Guardi. Morouna Inglaterra (1746-1755), onde o cônsul inglêsem Veneza, Joseph Smith, apresentou o artista aimportantes clientes que desejavam paisagens deVeneza. Na Inglaterra pintou paisagens urbanas erurais, especialmente de Londres, Oxford e Wind-sor. De volta a Veneza (1763), ingressou na Aca-demia de Belas-Artes, da qual foi membro até suamorte e entre seus principais discípulos destacou-se seu sobrinho Bernardo Bellotto.

Francesco Lazzaro Guardi também nasceu e fa-leceu em Veneza. Foi um dos maiores paisagis-tas do período Rococó. Guardi nasceu em umafamília da nobreza menor originária de Trentino.Seu pai, Domenico (nascido en 1678), e seus ir-mãos Niccolò y Gian Antonio foram também pin-tores. Este último herdou a oficina familiar após amorte do pai em 1716, e atuou como professorde Niccolò e Francesco.

En 1735, Francesco passou a trabalhar na ofici-na de Michele Marieschi, onde permaneceu até1743. Suas primeiras obras confirmadas datam de1738 e foram feitas sob encomenda para uma pa-róquia de Vigo d'Anuania, no Trentino. A pri-meira obra assinada por Francesco é Santo ado-rando a eucaristia (cerca de 1739). Suas obras desseperíodo incluem representações figurativas e pai-sagens, incluindo suas primeiras "vedutas". Em15 de fevereiro de 1757, casou-se com Maria Ma-thea Pagani, filha do pintor Matteo Pagani. Em1763, por ocasião da eleição do doge Alvise IVMocenigo, pintou as Festas do doge, uma sériede doze telas. Por volta de 1778, realizou a obraSantíssima Trindade aparecendo aos santos Pedro ePaulo na igreja paroquial de Roncegno. Em 1782 ogoverno veneziano encomendou a Guardi seis te-las para celebrar a visita dos arquiduques russosà cidade, das quais só restam duas. Outras duastelas foram pedidas para comemorar a visita do

papa Pio VI. Em 12 de setembro do mesmo ano,foi admitido na Academia de Belas Artes deVeneza.

As primeiras "vedutas" de Francesco Guardiguardam nítida influência com as obras de Ca-naletto e Lucas Carlevarijs. Foi também influen-ciado por Alessandro Magnasco em telas comoMilagre de um Santo Dominicano num estilo quaseexpressionista. Com o passar do tempo, no en-tanto, o pintor se dirigiu rumo à criação de umestilo próprio. Fazendo largo uso do sfumato eda chamada pittura di tocco, estilo baseado empequenas e enérgicas pinceladas pontuais, o ar-tista criou um estilo de pintura mais solto, emcontraposição às pinturas sólidas e organizadasde Canaletto e Tiepolo. De fato, enquanto em Ca-naletto há uma concentração em representar me-ticulosamente a arquitetura veneziana, em Guardios edifícios parecem estar dissolvendo-se e afun-dando nos canais lodosos.

Ao contrário de Canaletto - que pintou a vidacotidina dos bairros e comunas venezianos, dan-do-lhes, algumas vezes, um aspecto épico - Guar-di não buscou retratar Veneza dessa forma; suaobra representa a dissipação da República de Ve-neza. O estilo de pintura mais solto inauguradopor Francesco Guardi seria também muito apre-ciado, séculos depois, pelos impressionistasfranceses.

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Nestes quadros de grande formato(eles são maiores dos que os de Gas-par van Wittel), os personagens sãoindividualizados. Algumas figuras, talcomo uma dama de rosa usando umamáscara negra, aparecem em váriascópias de suas composições.

Gaspar van Wittel e Carlevarijsabriram caminho para os grandes re-presentantes do gênero que foramCanaletto (1697-1768), seu sobrinhoBernardo Bellotto (1722-1780) e Fran-cesco Guardi (1712-1793). Estes gran-des nomes eclipsaram figuras maismodestas, como o sueco JohannRichter (1665-1745) ou Giovanni Bat-tista Limaroli (1687-1771), dos quaisalgumas telas tiveram a honra de se-rem atribuídas ao próprio Canaletto.

O gosto dos turistasSe Gaspar van Wittel contava com

alguns venezianos entre seus com-pradores (sabe-se que cinco de seusquadros se encontravam na casa dopatrício Giorgio Bergonzi em 1709),seus sucessores trabalharam princi-palmente para estrangeiros. Estesexerceram de fato uma influência so-bre a evolução da "veduta". Assim,para facilitar sua exportação, os qua-dros adotaram um formato mais re-duzido. Por outro lado, para agra-dar os compradores, alguns pontosde vista e certos assuntos iriam serprivilegiados. As festas, como a daAscensão, por exemplo, objeto deuma faustosa exibição naval sobre aBacia de São Marcos eram particu-larmente adotadas. A recepção aosembaixadores estrangeiros, igual-mente muito procurada, tornou-se aespecialidade de Carlevarijs. Enfim,Canaletto e os outros artistas desdeo fim dos anos 1720, aceitaram o fa-

to de que os ricos turistas compra-vam mais facilmente as paisagensbanhadas por uma luminosidadedourada de um verão eterno.

Os sombrios céus de tempestadee do inverno, mais ricos de efeitospictóricos, não favoreciam as ven-das. O gênio de Canaletto no âmbitoatmosférico foi uma das chaves deseu sucesso. Ele não hesitava tomarcomo modelo as composições deCarvevarijs, enriquecendo-as comefeitos novos de luz, como as nu-vens onde a sombra se projeta sobrea fachada do palácio dos doges. Estedetalhe não escapou a Alessandro

Marchesini, pintor veronês que, emjulho de 1725, aconselhava a um co-lecionador de Lucques de não se di-rigir a Carvevarijs, mas sim à Cana-letto, onde as obras eram equivalen-tes, mas "onde poder-se-ia ver bri-lhar o sol". Nesse clima de intensacompetição artística e financeira, ovelho Carvevarijs tentou se condu-zir à sua maneira, mas a doença pôsfim à sua carreira em 1728.

A Gravura teve um papel princi-pal na difusão comercial da "vedu-ta", fornecendo um recurso iconográ-fico precioso aos pintores que sem-pre buscavam modelos de novos

motivos. Carvevarijs tinha inaugura-do em 1703 sua série de "veduta"veneziana com a publicação de umacoletânea de 103 estampas entituladaLe Fabriche e Vedute di Venezia (Asconstruções e vistas de Veneza).Além de seu grande sucesso públi-co, este álbum exerceu uma influên-cia durável sobre os artistas que seinspiraram durante muitos anos.Sabe-se que a publicação em 1735 dacoletânea de gravuras ProspectusMagni Canalis Venetiarum (Perspecti-va do Grande Canal de Veneza) deAntonio Visentini inspirada nas vis-tas de Canaletto pertencente ao côn-sul britânico Joseph Smith, contri-buiu ainda mais para o crescimentode Canaletto no exterior como tam-bém para valorizar a coleção deSmith, que era um editor. Uma se-gunda edição seria publicada em1742, aumentada em mais vinte equatro pranchas. Alguns anos de-pois, Canaletto publicou uma cole-tânea de suas próprias águas-fortes.O exemplo foi seguido por MicheleMarieschi, que lançou em 1741 vintee duas gravuras de suas composi-ções com a finalidade de aumentarsua notoriedade.

O cônsul empresário Smith

O mercado florescente da "vedu-ta" fez verdadeiras fortunas, tal co-mo a do berlinense Sigismund Streit,instalado em Veneza como mar-chand em 1709. Ele encomendou aCanaletto algumas de suas obrasprimas desse período. Mas o gran-de sucesso desta área foi o legendá-ro cônsul Smith.

Continua na página seguinte

Fotos: reproduções

Dezembro de 2012 - 2211A RELÍQUIA

CANALETTO - A Bacia de São Mascos vista da Giudecca, 1722 (acima edetalhe no friso) ost 141 x 154 cm. Museu Nacional de Wales

CANALETTO - Grande Canal com Igreja S.Geremias e Palácio Labia, 1726 ost 46 x 78 cm

GUARDI - Grande Canal com Igreja S. Geremias ePalácio Labia, 1769, ost 71,5 x 120 cm. Pin. Munique

GUARDI- O Canal de Giudecca e Zattere, 1758ost 72 x 119 cm. Museu Thyssen-Bornemisza

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Verdadeira instituição veneziana,o colecionador e marchand JosephSmith (1682-1770) teve o mérito deeditar em fac-simile os "Quatro Li-vros de Arquitetura" de Andrea Pal-ladio. Este homem, descrito pela es-critora inglesa Lady Mary WortleyMontagu como "um indivíduo es-candaloso em todos os sentidos" (eleera também proxeneta na época), seinstalou em Veneza, no princípio doséculo XVIII, como um grande ne-gociante inglês. Contava entre suarica clientela ingleses que efetuavampasseios pelo Grande Canal, natural-mente ligando sua paixão pela arteveneziana àquela de Canaletto emparticular, seguindo seu aguçado fa-ro de comerciante. Parece que ele setornou o agente exclusivo do pintor,quando contribuiu para organizar afamosa viagem a Londres. Não hádúvida de que ele teve grande lucronesse negócio, o que não tira seusméritos na difusão da arte venezianana Europa. Os 350 quadros de suafabulosa coleção( ele possuía 54 Ca-nalettos) foram comprados pelo reiGeorge III da Inglaterra e subsistepela metade ainda hoje nas coleçõesreais inglesas.

Colecionadores e Mecenas

Graças a Smith, Canaletto contouentre seus clientes membros de ilus-tres famílias britânicas: Henry Ho-ward, 4º conde de Carlisle, JohnRussel, 4º duque de Beaford, CharlesSpencer, 3º duque de Malborough(24 telas para o primeiro, 22 para osegundo, talvez as encomendas maisimportantes de sua carreira). Quantoa Howard, apesar de possuir "so-mente" cinco grandes Canalettos, elehavia comprado pelo menos 15 Bel-loto e 18 Marieschi.

Veneza contava com um outromecenas excepcional na pessoa dogeneral Johann Matthias van derSchulemburg. Este homem intrépidohavia combatido os franceses sob asordens de Malborough e do príncipeEugène. Foi homenageado pela Se-reníssima República com uma está-tua em Corfou pela sua vitoriosa de-fesa da Ilha. Em sua velhice vene-ziana ele se ocupou em reunir umacoleção de pinturas que ele expediapara suas diversas propriedades naAlemanha. Habilmente, Michele Ma-rieschi conseguiu mudar o interessedo velho soldado por Canaletto. Ébem verdade que os preços destebrilhante e prolífico artista erammais acessíveis. Uma carta do mar-

2222 - Dezembro de 2012

Continuação da página anterior

A RELÍQUIA

GASPAR VAN WITTEL - O mole visto da Bacia de São Marcos, 1697 ost 98 x 174 cm. Museu do Prado

CANALETTO - Perspectiva com umpórtico, 1765, ost 131 x 93 cm

GUARDI - Capricho com umcampiello veneziano, 55,5 x 38 cm

MICHELE MARIESCHI - Le Grand Canal au Fondaco dei Turchi, 1736-38 ost 58 x 85,5 cm. Coleção particular

GUARDI - A Bacia de São Marcos com a Ilha Giorgio Maggiore e a Igreja daSaúde (detalhe) 1770-75 ost 52 x 85 cm. Coleção particular

chand de arte Zanetti a Lord Ho-ward descrevia Marieschi "tão capazcomo Canaletto ao qual se pagavatambém pelo seu nome e notorieda-de". Uma morte precoce abateu esteterrível concorrente com a idade detrinta e dois anos, em 1743.

As joias da coroa britânica

Exposição do Museu Jacquemart-André foi beneficiada por emprésti-mos excepcionais da Coroa da In-glaterra, que possui a maior coleçãode Canaletto do mundo. Ela veio di-

retamente do Cônsul Joseph Smith,filantropo e marchand do artista,que vendeu nada menos que 50 pin-turas, para não falar de desenhos egravuras, ao rei George III. Essasobras são muito raramente empres-tadas, e cedidas apenas quando en-volve estudo da obra do artista, queé o caso dessa mostra. Alguns sai-ram da coleções real britânica pelaprimeira vez. Outro importante em-préstimo que deve ser mencionado,é o quadro La place Saint Marc, verslest, do Museu Thyssen-Bornemiszade Madri Pág 17-17), que é prova-velmente uma das mais famosaspinturas de Canaletto. A exposiçãoCanaletto-Guardi, os dois mestres deVeneza pode ser visitada no museuJacquemart-André até o dia14 de ja-neiro de 2013, quando se encerra.

Page 23: Edição 185

Dezembro de 2012 - 2233A RELÍQUIA

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2244 - Dezembro de 2012 A RELÍQUIA

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Ú nica galerista carioca participante do comitêde seleção da ArtRio - Feira Internacionalde Arte Contemporânea, Juliana Cintra deuuma entrevista a um jornal de grande cir-culação, onde desancou as galerias de arte

do Rio de Janeiro. Disse, entre outras coisas, queas galerias do Rio não tinham nível para participarda feira. Afirmou que muita gente caiu de paraque-das no mercado de arte, chamou uma meia dúziade mentirosos e outros de semi-analfabetos.

No final das contas, o número de galerias do Riode Janeiro que participou do evento ficou igual aonúmero de galerias de São Paulo, o que demons-tra que o número de galerias sem nível do Rio, nãoé assim tão grande. O problema é que, com sua en-trevista, Juliana Cintra expôs diversos problemasdo mercado de arte que muita gente sabe que exis-te, mas não divulga. Problemas que vão desde pre-ços inflados, passando por informações erronias,chegando até procedência e autenticidade.

O comitê de seleção da ArtRio foi extinto no pri-meiro dia da feira, num bafafá não explicado. O

que ficou foi a certeza que galerias sem nível real-mente existem, não só no Rio, como também nosoutros estados e até no exterior, como provam algu-mas galerias estrangeiras presentes ao evento. Nu-ma delas, um conhecido colecionador brasileiro foirepreendido por jogar um copo descartável de cafénuma caixa, que ele pensava ser para lixo, mas naverdade era uma "obra de arte".

Mas, essa "falta de nível" não se resume apenas aobras de arte duvidosas ou superavaliadas. Faltam amuitos donos de galerias de arte competência, co-nhecimento e capacidade de catalogar, identificar eavaliar obras de arte, e, principalmente, oferecer aocomprador uma "expertise" segura. E são esses, jus-tamente esses, os mais incompetentes, que exibemuma pose característica do mercado, que é o "na-riz em pé". Olham para você com um ar de supe-rioridade tão grande, que você se sente um inseto.

Lá fora, as casas de leilões, galerias e museus seutilizam dos serviços de profissionais altamente es-pecializados. Um deles é especialista em arte mo-derna do século XX, o que já é muita coisa, outro

em pintura da Escola Veneziana, outro nos Impres-sionistas, e por aí vai, chegando ao requinte de exis-tir um especialista apenas para um determinadoartista. Ou seja, o cara estuda a vida toda para iden-tificar as obras de um único pintor.

Aqui no Brasil, com raras exceções, o marchandou galerista se arvora a emitir parecer sobre obrasde artistas desde a Missão Francesa, pintores viajan-tes, passando pelos modernistas e outros "istas" atéas obras de arte contemporâneas. Se existisse mes-mo alguém com essa capacidade, este sim, teria odireito de andar com o "nariz em pé". Mas não ex-iste. O que existe são práticas condenáveis, como porexemplo, depreciar as obras do concorrente, ou al-guém aqui desconhece o famoso parecer: "O quadronão é bom!"; ou então pior: "Não gostei!" Não gostoude que cara-pálida, do estilo, do tema, da paisagem,da técnica, das cores... ? Mas não, esse simples "Nãogostei" planta uma dúvida na mente do comprador eàs vezes condena sem apelação uma obra de arte.

Claro que aqui existem muitos leiloeiros e galeris-tas criteriosos, corretos e honestos, que se preocu-pam em estudar, avaliar e determinar a procedênciae a autenticidade das obras de arte antes de colocá-las no mercado. Mas não estamos falando dessesexcelentes profissionais.

Este artigo é sobre os outros, os galeristas "semnível" de "nariz em pé".

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A RELÍQUIA Dezembro de 2012 - 2255

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em sua diversidade de plataformas, substânciase experiências. O aproveitamento das diferen-tes matérias faz do trabalho de Amelia total-mente plural. Desde as suas Joias cinéticas,adornos de metal, pedras ou bronze que lidamcom o espaço formado pelo vazio, até O Mundode Espelhos, instalação que permite o reflexo doentorno e da própria obra em si mesma, a re-lação entre os materiais e seu encontro é o quesempre intrigou Amelia, pois elas provocamuma série de experiências para aqueles que osobservam.

"Meu trabalho tem tudo a ver com essa diversi-dade de materiais e a propriedade de cada sub-stância. É o comportamento das matérias, suastécnicas e propriedade que despertam o meu inte-resse". Para além do olhar, as obras penetráveisde Amelia também permitem a utilização do cor-po do espectador, que passa a participar da obraao passear pela mesma. O movimento dos corposfrente aos enormes tecidos de obras como Oceâ-nico ou Caderno de Terra fazem-nos enxergar dife-rentes pinturas. Nesse sentido, os penetráveis são"um leque de cores frias", que sugerem o espaçode abertura para o olhar do observador. As obraspúblicas de Amelia, como a Programação Cromática

no viaduto da Avenida 23 de maio, e o Parque dasCores do Escuro na Vila Maria, ambas em São Pau-lo, também têm a mesma proposição da apropria-ção da obra pelo espectador, além de trazer aoespaço público os materiais não convencionaisàquele lugar. "Obra pública é muito importante,porque fica", acrescenta Amelia, que considera aPaisagem subterrânea, obra na estação Arcoverdede metrô, no Rio de Janeiro, a sua obra públicamais completa.

Obras da série Horizontes, uma mescla depintura e escultura, também estarão presentesna exposição, que fica até 24 de janeiro de 2013.A investigação do espaço da paisagem no espa-ço pictórico fica evidente em obras como Fatiade Horizonte, formada por chapas que refletema paisagem produzindo um horizonte vertical esuspenso. A artista autodidata nasceu em umberço que misturava os dotes artísticos de suamãe e a produção científica de seu pai e foidesta escola que Amelia passou a admirar osmateriais e fazer deles obras de arte. Além dasconsagradas obras produzidas desde a décadade 70, a exposição apresentará duas obras inédi-tas da artista: "A exposição é um conjunto daobra e tem trabalhos novos que estou pensan-do agora e ainda não fiz. Quero que o espaçose torne uma coisa só".

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sas questões panópticas para a tridimensionalida-de, gerando arquiteturas impossíveis. Nesses traba-lhos, observa-se a influência da escultura unmonu-mental, ou seja, a escultura contemporânea que sefaz em oposição aos critérios tradicionais dessa ex-pressão milenar. Não há monumentalidade, não háafirmação de certezas pétreas. As obras de Rom-mulo refletem a perplexidade com a fragmentaçãodo entendimento de mundo deste século 21".

Assim, o objeto "Entre", ambíguo desde o título, éformado por três portas entreabertas de vidro e ma-deira laqueada nas cores verde e vermelha, dispos-tas paralelamente e deslocadas entre si por uma pe-quena distância. O vidro e a superfície laqueada dasportas são capazes de refletir todo o espaço e essasmesmas portas nas suas próprias superfícies. "Nestemomento, espaço e objeto se fundem e se sobrepõemnum mesmo local, gerando opacidades e indagações".

A peça central da exposição é a escultura/instala-ção "Estruturas Dissipativas/Balanço". Conforme otexto curatorial, esse trabalho "mistura as frontei-ras entre escultura, arquitetura e design de objetos,embaralhando espaço público e privado. A obra écomposta por fragmentos de paredes, gavetas, re-vestimentos diversos e objetos do cotidiano caseiro.O protagonista é um balanço, utilizado pelos visi-tantes para ampliar o entendimento do que propõe

essa máquina de entender o espaço complexo doséculo 21 e nossa vivência nele, cheia de percep-ções transitivas, momentâneas".

Rommulo Vieira Conceição é um artista visualque trabalha com diversos meios, como instalação,objetos, escultura, desenho e fotografia, explorando apercepção do espaço contemporâneo e as relaçõesdo homem contemporâneo no espaço. Nasceu em1968, em Salvador/Bahia, onde começou seus estu-dos em artes sob a orientação da artista Célia Prata,no atelier da artista. Desde 2000 reside em Porto Ale-gre/RS, onde teve orientação artística de Jailton Mo-reira, no Espaço Torreão; e onde desenvolveu seumestrado em poéticas visuais no Instituto de Artesda Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS. Desde 1998 vem realizando exposições in-dividuais e coletivas, além de residências artísticasno Brasil, na Argentina, na Austrália, no Japão e naFinlândia. Em 2006 participou do Rumos Itaú Cultu-ral com o trabalho Quarto-Cozinha (2005/2006) noqual sobrepôs um quarto e uma cozinha, ambos to-talmente operacionais. Em 2009 realizou uma exposi-ção individual em Ekenäs, na Finlândia, onde ini-ciou uma série de desenhos monocromáticos. Entreos anos 2009 e 2010 fez parte do grupo "Pessoal" en-volvendo dois artistas Chilenos e uma artista Ar-gentina. Ganhou alguns prêmios, dentre os quais Ru-mos Itaú Cultural (2006), FUNARTE (2009 e 2012);PIPA (2010, 2011) e foi indicado duas vezes ao Prê-mio Açorianos de Artes Plásticas (2010 e 2012).Atualmente, mora e trabalha em Porto Alegre, RioGrande do Sul e em Salvador, Bahia. É representadopela Galeria Casa Triângulo de São Paulo.

Rommulo Vieira Conceição - "Através, Cuidadosamente"Abertura: 06 de dezembro, às 19h

Período expositivo: 07 de dezembro a 29 de janeiro de 2013Local: Funarte São Paulo - Galeria Mario Schenberg

Campos Elíseos - Alameda Nothmann, 1058, tel. (11) 3662-5177. Seg. a dom., 10h/21h.

http://www.funarte.gov.br

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Jovem artista que demarcou forte presença em2011 na 8ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre) e em"Agora/Ágora", coletiva de elenco internacional on-de seu trabalho SuperCinema foi o núcleo da mos-tra, realizada pela curadora Angélica de Moraes pa-ra o Santander Cultural de Porto Alegre, RommuloVieira Conceição chega ao circuito expositivo deSão Paulo com um conjunto de peças que frisa comnitidez a qualidade e o frescor de sua produção,em sintonia criativa com as novas linguagens daescultura e da fotografia contemporâneas.

Rommulo foi selecionado no Edital Prêmio Fu-narte de Arte Contemporânea 2012 para realizar apresente exposição, denominada "Através, Cuida-dosamente". O título vem da série fotográfica inédi-ta "CarefullyThrough", iniciada em 2009 na Finlân-dia e concluída em 2011 na Argentina. A mostra écomposta ainda pela inédita escultura/instalação"Estruturas Dissipativas"e pelo objeto "Entre", de2011, que participou da 8ª Bienal do Mercosul.

A obra de Rommulo é tributária de uma amplavivência internacional. Desde 1998 ele realiza indivi-duais, coletivas e residências no Brasil, Argentina,Austrália, Japão e Finlândia. Participou de RumosVisuais Itaú Cultural (2006) e foi premiado pela Fu-narte (Fundação Nacional de Arte, órgão do MinC)em 2009. Nascido em Salvador (Bahia) e residindoatualmente em Porto Alegre (RS), faz dialogar emseus trabalhos as duas vertentes de sua formação: odoutorado em Geociências e o mestrado em Poéti-cas Visuais (Instituto de Artes), ambos pela Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul. É representa-do em São Paulo pela galeria Casa Triângulo

Reunindo arte e ciência, Rommulo investiga osfenômenos de percepção e codificação do espaçoem diversos meios: instalação, fotografia, objeto, es-cultura e desenho. Para sua exposição na Funar-te/SP, as curadoras Angélica de Moraes e BrunaFetter reuniram fotografias, objeto e escultura/insta-lação cujo eixo é a análise dos fenômenos de per-cepção ótica e semiótica do espaço. Ou seja, a in-vestigação do modo como o espaço pode ser perce-bido e representado, assim como a simbologia quegravita em torno dessa percepção, potencializando aleitura e escavando nela uma dimensão poética.

As fotografias investigam a noção de visão pa-nóptica, ou seja, aquele olhar totalizador que conse-gue abranger, de um único ponto de vista, toda acena a sua frente. As imagens de interiores obtidaspor Rommulo nos sóbrios espaços finlandeses e naatmosfera carregada de memória da Argentina nosprovocam a reunir e interpretar indícios da persona-lidade e da história dos habitantes (nunca represen-tados) daqueles espaços.

O objeto e a escultura/instalação, conforme o tex-to da curadoria, "promovem um rebatimento des-

São Paulo: Arte & EstiloRommulo Vieira Conceição faz

individual em São Paulo

Rommulo Vieira Conceição - “Entre”

Page 28: Edição 185

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Benedito CalixtoBenedito CalixtoDezembro de 2012 - 3311A RELÍQUIA

M uito conhecido como umdos ícones na pintura demarinhas, Benedito Calixtode Jesus também baseou seutrabalho na realização de

paisagens, pintura de gênero, retra-to, tendo reinventado sua obra napintura histórica e na pintura sacra.Pintor figurativo, passou pelo Acade-mismo, Realismo e Naturalismo. Em2013 completa-se 160 anos de seunascimento e alguns eventos estãoprevistos para comemorar a data.Nascido em Conceição de Itanhaém,litoral paulista, em outubro de 1853,o artista iniciou sua carreira no inte-rior, na cidade de Brotas, ainda au-todidata. Sua primeira exposiçãoaconteceu em 1881, na sede do jor-nal Correio Paulistano, em São Paulo.Uma de suas obras mais notórias,que perdura até os dias de hoje, foifeita nessa mesma época, no início desua carreira - a decoração do TeatroGuarani, em Santos.

Por esse trabalho, foi premiadocom a bolsa de estudos e a viagempara Paris, feita em 1883. Lá teve aoportunidade de estudar no ateliêRaffaelli e na Academia Julien, on-de foi aluno de Gustave Boulanger,Jules Lefebvre e Robert Fleury. Doisanos depois, retorna ao Brasil e fixa-se na cidade de Santos. Retrata es-plendidamente a cidade que esco-lheu para viver e pintar. Suas mari-nhas ganham grande notoriedadepela riqueza de detalhes. O então re-cente e grandioso Porto de Santos,principal porta de entrada do Bra-sil, obtém atenção especial deBenedito. Paralelamente, dedica-seao magistério.

Benedito Calixto desenvolveu oconjunto de sua obra no momento detransição entre os séculos XIX e XX.Cada tela sua é de suma importânciapara a documentação histórica da ico-nografia da cidade de Santos e seusarredores, como Itanhaém e São Vi-cente, que já despontavam como bal-neário preferido dos paulistas. Nastelas de Calixto as ruas da cidadeainda são repletas de casarios rema-nescentes da arquitetura colonial, ce-nários muitas vezes irreconhecíveisnos dias de hoje. Telas panorâmicasrevelam a natureza em toda sua plen-itude. Era comum o pintor se utilizarda fotografia para ajudar a manter afidelidade de suas telas mas, apesardesse comprometimento com o rea-

lismo, o aspecto emocional prosseguemantido, devido à forte relação afeti-va que existia entre Benedito e suacidade, suas praias, criando um pa-radoxo entre a modernização civiliza-dora da topografia e a força da na-tureza.

Um segundo momento importanteda carreira do artista é a pinturahistórica. Realiza inúmeros trabalhospor encomenda do Estado. Apaixo-nado pela história paulista, pesqui-sa e escreve sobre o passado e esseenvolvimento se reflete em seus qua-dros, que passam a contar, plastica-mente, uma parte dessa história. Pa-dre Anchieta, Martim Afonso e osíndios povoam seus pensamentos, eo pintor chega a realizar teatralmen-te reconstituições de cenas históri-cas para ter uma visão mais profun-da daquilo que deseja reproduzir emtela. Muito se comprova hoje em dia

com a simples observação dessas te-las, como o provincianismo e a vidapacata que se gozava em São Vicen-te, Santos e até mesmo em São Pau-lo, que na época já era a maior cida-de do país.

Como "abandonara" as rédeas cur-tas do academismo, na época em quevoltou de Paris sem completar seu ci-clo de estudos, Benedito Calixto nãorealizou muitas exposições nem ins-creveu seus trabalhos com insistêncianos salões de arte. Naqueles em quesua obra se fez presente, sempre te-ve seu trabalho reconhecido e foiagraciado com medalhas e títulos emhonra ao mérito. A maior parte dasexposições aconteceu depois de suamorte, em 1927. Antes disso, no anode 1924, o pintor recebeu do PapaPio IX a Comenda e a Cruz de SãoSilvestre, por serviços prestados àIgreja por meio da sua arte.

Arte Sacra Muitas igrejas do litoral paulista

e de municípios vizinhos foram de-coradas com telas pintadas por Be-nedito Calixto. A arte sacra foi umade suas paixões por ser tambémmuito ligado às questões religiosas.Dentre as obras que mais se desta-cam e valem a pena ser vistas deperto estão os murais das catedraisde Santos e Ribeirão Preto e a deco-ração das igrejas de Santa Cecília,Consolação e Santa Ifigênia, em SãoPaulo. As últimas obras do artistaforam 14 telas feitas na Matriz deSão João Batista, em Bocaina. Umacuriosidade sobre essa obra é queela deveria ter sido realizada na Ma-triz de Jaú, mas a insistência do vi-gário José Maria Alberto Soares, queestabeleceu longa e intensa corres-pondência com o pintor, trouxe otrabalho para sua cidade. Suas cartasrelatavam a limitação financeira daparóquia mas reiteravam o desejo deter telas do pintor em suas modestasinstalações. A eloqüência e tenacida-de das palavras do vigário promo-veram uma verdadeira comunhãoentre ele e o artista. Sensibilizado,Benedito Calixto resolveu atenderaos apelo do padre José Maria e emsetembro de 1923 dirigiu-se para Bo-caina a fim de realizar este, que se-ria seu último trabalho.

Pelas comemorações dos 150 anosde seu nascimento, a Fundação Be-nedito Calixto lançou em setembroúltimo, no Jockey Clube de São Pau-lo, o livro "Benedito Calixto - umpintor à beira mar", que reúne belasimagens de reproduções de telassuas e diversos ensaios para a com-preensão de sua obra. Criada paracatalogar e desenvolver pesquisas so-bre a vida do pintor, a fundação jáfez um levantamento de 700 obrasautênticas, entre pinturas e desenhos.A última descoberta foi na ocasiãodo lançamento do livro, uma famíliada cidade de Amparo que possui 11quadros de Calixto.

Benedito Calixto de Jesus é aponta-do como um dos maiores pintores oi-tocentistas do Brasil e o valor histó-rico de sua obra é considerado imen-surável. Talvez porque não visse asartes plásticas como uma linguagemautônoma, mas uma das inúmerasformas que existem de se contar umahistória, de se tecer uma narrativa si-tuada no contexto de uma época.

Proclamação da República (1893), óleo sobre tela.Acervo da Pinacoteca Municipal de São Paulo

Reprodução em cartão postal de uma tela de Benedito Calixto retratando oPorto de Santos com veleiros ancorados em frente ao trapiche em 1882

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3322 - Dezembro de 2012 A RELÍQUIA

Aalcunha "pintor das bandeirinhas", pela qualAlfredo Volpi é tão conhecido, longe de in-justiçar seu talento, define uma das caracte-rísticas mais importantes de sua obra: a in-fluência das imagens de sua infância passada

no subúrbio paulistano. As ruas enfeitadas nos diasde festa dos imigrantes foram representadas atravésda vida do pintor e englobadas por todas as suas fa-ses evolutivas. Segundo Lorenzo Mammí, "AlfredoVolpi foi um homem quase iletrado, mas um pintorde grande cultura visual. Num país caracterizado porexplosões artísticas de curta duração, produziu porquase setenta anos uma pintura de qualidade. Suaarte nunca deu saltos. Foi nessa digestão lenta, maisdo que na indigestão antropofágica, que veio à tonaum modelo convincente de arte moderna brasileira. Omodernismo de Volpi é um modernismo da memó-ria, afetivo e artesanal, de marcha lenta e voz mansa".

Nascido em Lucca, Itália, em1896, Volpi se trans-fere com os pais para São Paulo com um ano deidade e passa a viver em um dos muitos subúrbiosde população predominantemente imigrante dacidade. Trabalha, a princípio, como pintor de pare-des, mas aos 19 anos, autodidata, começa a dar mos-tras de seu talento executando afrescos nas paredesde várias residências.

Suas primeiras pinturas são simples e têm coresvibrantes. Segundo o livro A Pintura Brasileira, daAbril Cultural, "É o subúrbio paulistano, meio cidade,meio roça, que vive a cada instante na pintura do ar-tista". Porém, é somente perto dos 30 anos que Volpientra em contato com o ambiente das artes de SãoPaulo, participando da formação do Grupo Santa He-lena, em 1935; do grupo de fundadores do Sindicatodos Artistas Plásticos de São Paulo, no ano seguinte eem 1937 integra a Família Artística Paulista.

O Grupo Santa Helena se formou com a instala-ção gradual de ateliês de artistas no Palacete SantaHelena, na Praça da Sé, que se tornou ponto de en-contro para sessões de modelo vivo e discussões so-bre arte. Os "santelenistas" eram, em geral, imigrantesou descendentes de imigrantes de origem humilde eregistraram em suas obras a vida cotidiana da cidadee seus arredores. Dele participaram artistas comoFrancisco Rebolo, Bonadei, Clóvis Graciano, MarioZanini e Fulvio Pennacchi.

A Família Artística Paulista, liderada por RossiOsir e Waldemar da Costa, contou com a participa-ção de vários artistas, dentre os quais os membrosdo Grupo Santa Helena. Segundo Paulo Mendesde Almeida, a FAP "significou um poderoso estí-mulo à formação de uma consciência profissionalnos jovens artistas brasileiros, especialmente nosde São Paulo, e representou, sem dúvida, um im-portante passo na evolução da arte moderna nopaís". O grupo realizou três exposições: em 1937,no Hotel Esplanada, em 1939 no Automóvel Clube,ambas em São Paulo, e em 1940, no Palace Hoteldo Rio de Janeiro. Essas mostras, juntamente com oSalão de Maio, eram as principais exposições dearte moderna paulista na época. Entre seus inte-grantes mais ilustres estavam Anita Malfatti, Candi-

do Portinari, Carlos Scliar e Clóvis Graciano.Ao lado de alguns dos mais brilhantes artistas pau-

listanos de seu tempo, o talento de Volpi pôde se re-velar e acabou sendo reconhecido. O pintor partici-pou de numerosas exposições, coletivas e individu-ais e recebeu um Premio de Viagem ao Exterior noSalão Nacional de Belas Artes em 1950.

A oportunidade de sair do Brasil o leva à Itália,onde entra em contato com a arte renascentista, oque iria refletir-se em sua obra. Volpi jamais admi-tiu a influência de pintores ou movimentos sobre suaarte, mas alguns críticos apontam referências do pin-tor italiano Ernesto De Fiori em obras do fim da dé-cada de 30 e início da década de 40.

A partir da década de 50, passa a executar pinturasque gradativamente caminham para a abstração. Éconvidado a participar, em 1956 e 1957, das Exposi-ções Nacionais de Arte Concreta e mantém contatocom artistas e poetas do grupo concreto. SegundoOlívio Tavares de Araújo, "Do final da década de 40para frente, a realidade já não surge sequer como es-tímulo, mas apenas como um repositório de imagens,um repertório iconográfico do qual Volpi retira for-mas avulsas existentes - portas, janelas, telhados, ruas,pátios, barcos, gradis, linhas do mar ou do horizonte- como se fossem signos abstratos. (...) Daí em diante,começa a série de fachadas; e com elas se abre a por-ta à pura abstração geométrica". Ainda sobre o tema,Sônia Salzstein diz que "no princípio da década de1950, surgiram as primeiras pinturas de Volpi projeta-das num espaço plenamente bidimensional. Sabemosque desde a segunda metade da década de 40, mes-mo antes do advento pleno daquele espaço bidimen-

sional, Volpi vinha lidando com a noção de superfíciede uma posição quase solitária no meio de artebrasileira. O campo da representação se revelava re-duzido a um repertório de elementos constantes, cu-ja função narrativa o pintor pacientemente limava,até que no abrir da década de 1950 eles viessem àtona em um jogo de elementos formais móveis e per-mutáveis, embora nesse processo jamais se perdesse areferência afetiva do subúrbio e não houvesse dúvidade que ali se tratava de uma retratada memória fami-liar de fachadas e janelas".

Em 1953, na II Bienal de São Paulo, vem a consa-gração: o prêmio de melhor pintor brasileiro, divididocom Di Cavalcanti. Ainda assim, Volpi continua setransformando: a influência do movimento concretis-ta se faz sentir entre 55 e 57, sem, contudo, apagar asinfluências de sua origem. "Os retângulos da tela, emforma de xadrez, nada mais são do que uma recom-posição das bandeirinhas esticadas ao vento nos bair-ros paulistanos em dia de festa. O subúrbio permane-ce e renasce, mesmo sob formas abstratas". Em 1958recebe o Prêmio Guggenheim e é escolhido como omelhor pintor brasileiro pela crítica de arte do Riode Janeiro em 1962 e 1966.

As retrospectivas do Museu de Arte Moderna doRio, em 1957 e da VI Bienal de São Paulo, em 1961,além das participações na Bienal de Veneza, situaram-no como um dos pintores brasileiros vivos mais apre-ciados pelo público e pela crítica. Está presente noálbum de gravuras editado em 1971 sobre o GrupoSanta Helena. Em 1975, Olívio Tavares de Araújo rea-liza o documentário Alfredo Volpi. O pintor faleceuem São Paulo, em 1988, aos 92 anos de idade.

Alfredo VolpiAlfredo Volpi

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A RELÍQUIA Dezembro de 2012 - 3333

Informe da ABA - Associação Brasileira de AntiquáriosInforme da ABA - Associação Brasileira de Antiquários

Um dos programas obrigatóriosdos domingos para os cariocas, tu-ristas do exterior ou para os brasi-leiros vindos de outros estados é avisita da Feira de Antiguidades daGávea, que é montada, com qual-quer tempo, de 9 às 18 h, na PraçaSantos Dumont. Além de um pas-seio tranquilo, à sombra das árvo-res, numa praça atraente e que foirecentemente recuperada pela pre-feitura carioca, ali podem ser encon-trados pratarias, quadros, objetos decolecionismo e raros brinquedos mo-vidos a corda.

Muitos visitantes já procuram nafeira seus presentes de Natal exclusi-vos para parentes e amigos, comouma rara peça de cristal, objetos decolecionismo, quadros de pintoresfamosos, ou mesmo um broche, pul-seira ou um anel que nossas avósusavam no início do século 20.

Para os colecionadores, podem serencontrados na feira luminárias emáquinas de costura onde nossasmães e tias confeccionavam seusmodelos. Até casacos antigos decouro e fantasias podem ser achadaspor lá: são muitas as barracas quevendem roupas usadas exóticas, namaioria. Pulseiras de galalite, mul-ticoloridas, fazem a alegria dos visi-

tantes assim como selos, medalhasde bronze e prata, moedas antigas ecédulas dos mais longínquos e me-nos conhecidos países do mundo en-cantam por seu design.

Na feira existe ainda uma barra-ca especialidade em botões de fute-bol de mesa(botões), realizando, per-manentemente, animados campeona-tos reunindo apreciadores de todasas idades.

A Feira de Antiguidades da Gá-vea, administrada pela AssociaçãoBrasileira de Antiquários, tem nomesde projeção entre seus freqüentado-res assíduos, com destaque MaríliaPera, Mariana Ximenes, WagnerMoura, Leandra Leal, Olivier An-quier, Jayme Monjardim, Sonia Bra-ga, Débora Falabella, Zezé Motta,Déo Garcez, Marisa Monte, FlaviaAlessandra, Haroldo Costa, PauloBetti, Carla Camuratti e ainda PauloJosé, Ricardo e Suely Stambowski,Ovidio Cavalheiro, Ricardo CravoAlbin e também colunistas consagra-dos como Hlldegard Angel, AnnaMaria Ramalho, Joaquim Ferreirados Santos, Elizabeth Orsini e An-celmo Goes.

Segundo o presidente da Associa-ção Brasileira de Antiquários, Mar-cos Freitas, a feira tem seus visitan-

tes do tipo "fã-de-carteirinha", quechegam bem cedo para arrematar aspeças mais raras e valiosas Muitosestão à procura de desenhos e pin-turas que merecem moldura e vidroanti-reflexo. Garrafas do lendário re-frigerante Crush podem ser encon-tradas estão lá , assim como antigasfotos de família que remetem o pú-blico a um passado distante.

Uma boa parte de seus frequen-tadores visitantes prefere sair garim-pando curiosidades e uma boa partedo público gosta de contar que alijá conseguiu algumas peças fantás-ticas, verdadeiras pechinchas, comoa escultura de bronze de um touro,de fundição francesa, tão perfeito nodesenho de seus músculos que pa-rece estar respirando. Outros gabam-se de terem adquirido um buda dei-tado de lado, um deus africanosimbolizando a fertilidade ou umarara peça esculpida em madeira.

Em muitas barracas podem serencontradas muitas medalhas, algu-mas com mensagens religiosas ouefígies de Camões, Napoleão ou oex-presidente americano JohnKennedy.

Outras peças podem ser adquiri-das como raros presentes de Natal,como é o caso de uma faquinha de

madrepérola de Jerusalém e um ter-ço oriental antigo, conhecido comomasbaha (pronuncia-se masbarrá),em prata. Há várias barracas combrinquedos antigos, como caixinhasde música, bichinhos movidos a cor-da, casa de bonecas, carrinhos anti-qüíssimos e antigos livros infantis.Existem ainda, como sugestão depresentes personalizados, telefonesincríveis, alguns ainda um deles demanivela, do tempo em que se pe-dia à telefonista para fazer a ligação.As luminárias e os ventiladores emestilo retrô também fazem o maiorsucesso e as bijuterias antigas sãoum caso à parte: há broches, brin-cos, anéis, colares e pulseiras belíssi-mos, em todos os tipos de material,nos mais diversos preços.

Não é à toa que as figurinistas deteatro, cinema e TV vivem por lá àprocura de peças antigas para pro-duções de época, juntamente comchapéus, guarda-chuvas, polainas, bo-tas. Tem gente que corre atrás de ob-jetos exóticos para enfeitar vitrines oupara adornar suas residências com es-tatuetas, máquinas de escrever, rolosde esticar massa de pastel, e outrascuriosidades dos velhos tempos.

Luiz Carlos Lourenço

Feira da Gávea: as boas ideias de presentes exclusivos de Natal

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3344 - Dezembro de 2012 A RELÍQUIA

Feliz Natal e Próspero Ano Novo

FERNANDO BRAGALeiloeiro Público

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Dezembro de 2012 - 3355A RELÍQUIA

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Contatos: Christina Galdeano Dias Carneiro - 21-8766-2364 - [email protected]

Michelle Molon - 21- 9609-6038 / 8118-7878 - [email protected] Suzana Galdeano - 21- 7477-0660 - [email protected]

O Espaço Ernani de Arte e Cultura, conhecido como Palácio do Leilões,em Botafogo, receberá o Bazar do Palácio, evento beneficente

que contribuirá com a obra Pró-Criança Cardíaca, da Dra. Rosa Célia.

Data: dias 15 e 16 de dezembroHorário: das 13h às 19 horas

O evento, organizado por Christina Galdeano Dias Carneiro, Michelle Molon e Suzana Galdeano, contará com a lista deconvidados de Ana Paula Barbosa, a assessoria de imprensa da Image Comunicação e a presença de um fotógrafo para

registrar o evento. Cada marca contará com um espaço para exposição de suas peças,em um salão refrigerado, com musicaambiente, Buffet de salgados, doces e bebidas, fornecidos pelo Bazar, além do serviço de manobrista para os convidados. O

custo para participar do evento é de R$350,00 e 5% do valor total das vendas deverá ser doado para o Pró-Criança Cardíaca.