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Falou & disse Editorial Edgar sobe ao ringue Ex-prefeito desafia Paranhos e ironiza “inauguração de semáforo” contrapor a artilharia palaciana foi o Face- book, onde o ex-prefeito contabiliza 11 mil “soldados”, contra um batalhão de mais de 100 mil seguidores do oponente Paranhos na plataforma. Até o fechamento desta edição, o vídeo edgarista tinha 10 mil visualizações. “CABULOSAS” - No vídeo, Edgar disse que está sendo atacado diariamente por Paranhos. “Manipulam números e informa- ções, com mentiras cabulosas e objetivo de denegrir minha imagem”, diz o ex. Edgar contrapôs números recentes di- vulgados pelo Paço sobre o contrato do lixo e argumentou a respeito dos aditivos con- cedidos. Disse, sobre recente denúncia de pagamentos irregulares em seu governo no transporte escolar, que o levantamento foi feito por “gente que não conhece o interior do município”. E que irá solicitar as planilhas que emba- saram os números divulgados. “Parece que tudo que foi feito antes de janeiro deste ano nada vale. A cidade não existiu antes do Paranhos”, desabafa Edgar, desafiando o prefeito para um debate. Por fim, o desafiante disse que deixou R$ 109 milhões em caixa, e que tudo que a atual administração fez até agora foi “inaugurar um semáforo e construir uma lombada que precisa ser reformada no cemitério”. OUTRO LADO - Através do secretário de Comunicação, Ivan Zuchi, o Paço res- pondeu no tom de quem não pretende pole- mizar. “O prefeito está em Brasília, atrás de recursos. A proposta de debate do Edgar em torno do lixo está pelo menos um ano atra- sada. O debate deveria ter sido feito antes da licitação. Vamos aguardar manifestação do Ministério Público e da Justiça”, pontuou o jornalista. EM TEMPO: o vice do Tiago na disputa plebiscitária do ano 2000, mencionada no texto, era o jovem engenheiro agrônomo Agassiz Linhares Neto, hoje secretário da Agricultura do Paranhos. Transcorria o último ano do milênio, 2.000. Eleição para prefeito de Cascavel. De- zenas de outdoors pela cidade estampavam a foto de uma chapa eleitoralmente “matado- ra”: Edgar Bueno prefeito, Paranhos vice. As previsões se confirmaram e a dupla foi eleita para o mandato 2001/2004, em um pleito plebiscitário: havia apenas dois candi- datos, Edgar e Tiago de Amorin Novaes (in memoriam). A tarefa de fazer conviver dois leões em uma mesma jaula se anunciou desafiadora já no primeiro ano de governo. Edgar, cen- tralizador. Paranhos, agitado, ansioso, ávido. O prefeito viajava e passava o governo para o vice na fotografia, mas levava a caneta com ele. Secretários do “núcleo duro” do buenismo simplesmente ignoravam o prefeito interino. Edgar e Paranhos terminaram o governo rompidos em tamanha gravidade, que dis- putaram a Prefeitura como adversários em 2004. Ambos foram atropelados pelo “Furacão Lísias”, que fez mais votos que Edgar e Setores do Paço, não necessariamente o prefeito, temem enfrentar um Edgar fortalecido na insaciável busca de um quarto mandato em 2020? Certamente, sim. O ex-prefeito, de seu lado, vê corroer seu prestígio político toda vez que suspeições do mau uso da verba da educação surgem no noticiário? Também, sim. Juntando estes dois ingredientes, deduz-se que teremos ainda muitos vídeos impulsionados na rede. “Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos” (Friedrich Nietzsche) Cascavel, terça-feira, 31 de outubro de 2017 - Ano XXI - Nº 2114 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo Paranhos somados. Ali se consolidava uma longa inimizade. DESAFIO - Um novo round do duelo Edgar x Paranhos veio para as telas no último fim de semana. O ex-prefeito, alegando-se desprovido de espaço para se defender de ataques, segundo ele, urdidos no Paço, gra- vou um vídeo de sete minutos e meio. Edgar, pessoalmente, encarregou-se de difundir o conteúdo, enviando-o em grupos de WhatsApp e nos celulares de jornalistas e influenciadores de opinião da cidade. O principal canal eleito pelo ex para Edgar no vídeo: “nada ficará sem resposta” Agilidade, confiança e o atendimento que é daqui! WhatsApp Entrega atsApp Entrega atsApp Entreg 45 9951-3773 Wha Wha 5 5 9 9 TELE-ENTREGA W W 45 45 W W 4 4 4 4 TELE-ENTREG TELE-ENTREG GA GA 45 3223-0329

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Falou & disse

Editorial

Edgar sobe ao ringueEx-prefeito desafi a Paranhos e ironiza “inauguração de semáforo”

contrapor a artilharia palaciana foi o Face-book, onde o ex-prefeito contabiliza 11 mil “soldados”, contra um batalhão de mais de 100 mil seguidores do oponente Paranhos na plataforma.

Até o fechamento desta edição, o vídeo edgarista tinha 10 mil visualizações.

“CABULOSAS” - No vídeo, Edgar disse que está sendo atacado diariamente por Paranhos. “Manipulam números e informa-ções, com mentiras cabulosas e objetivo de denegrir minha imagem”, diz o ex.

Edgar contrapôs números recentes di-vulgados pelo Paço sobre o contrato do lixo e argumentou a respeito dos aditivos con-cedidos. Disse, sobre recente denúncia de pagamentos irregulares em seu governo no transporte escolar, que o levantamento foi feito por “gente que não conhece o interior do município”.

E que irá solicitar as planilhas que emba-saram os números divulgados. “Parece que tudo que foi feito antes de janeiro deste ano nada vale. A cidade não existiu antes do Paranhos”, desabafa Edgar, desafi ando o prefeito para um debate.

Por fi m, o desafi ante disse que deixou R$ 109 milhões em caixa, e que tudo que a atual administração fez até agora foi “inaugurar um semáforo e construir uma lombada que precisa ser reformada no cemitério”.

OUTRO LADO - Através do secretário de Comunicação, Ivan Zuchi, o Paço res-pondeu no tom de quem não pretende pole-mizar. “O prefeito está em Brasília, atrás de recursos. A proposta de debate do Edgar em torno do lixo está pelo menos um ano atra-sada. O debate deveria ter sido feito antes da licitação. Vamos aguardar manifestação do Ministério Público e da Justiça”, pontuou o jornalista.

EM TEMPO: o vice do Tiago na disputa plebiscitária do ano 2000, mencionada no texto, era o jovem engenheiro agrônomo Agassiz Linhares Neto, hoje secretário da Agricultura do Paranhos.

Transcorria o último ano do milênio, 2.000. Eleição para prefeito de Cascavel. De-zenas de outdoors pela cidade estampavam a foto de uma chapa eleitoralmente “matado-ra”: Edgar Bueno prefeito, Paranhos vice.

As previsões se confi rmaram e a dupla foi eleita para o mandato 2001/2004, em um pleito plebiscitário: havia apenas dois candi-datos, Edgar e Tiago de Amorin Novaes (in memoriam).

A tarefa de fazer conviver dois leões em uma mesma jaula se anunciou desafi adora já no primeiro ano de governo. Edgar, cen-tralizador. Paranhos, agitado, ansioso, ávido. O prefeito viajava e passava o governo para o vice na fotografia, mas levava a caneta com ele.

Secretários do “núcleo duro” do buenismo simplesmente ignoravam o prefeito interino. Edgar e Paranhos terminaram o governo rompidos em tamanha gravidade, que dis-putaram a Prefeitura como adversários em 2004.

Ambos foram atropelados pelo “Furacão Lísias”, que fez mais votos que Edgar e

Setores do Paço, não necessariamente o prefeito, temem enfrentar um Edgar

fortalecido na insaciável busca de um quarto mandato em 2020? Certamente, sim. O ex-prefeito, de seu lado, vê corroer seu prestígio político toda vez que suspeições

do mau uso da verba da educação surgem no noticiário?

Também, sim. Juntando estes dois ingredientes, deduz-se que

teremos ainda muitos vídeos impulsionados na rede.

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”

(Friedrich Nietzsche)

Cascavel, terça-feira, 31 de outubro de 2017 - Ano XXI - Nº 2114 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo

Paranhos somados. Ali se consolidava uma longa inimizade.

DESAFIO - Um novo round do duelo Edgar x Paranhos veio para as telas no último fi m de semana. O ex-prefeito, alegando-se desprovido de espaço para se defender de ataques, segundo ele, urdidos no Paço, gra-vou um vídeo de sete minutos e meio.

Edgar, pessoalmente, encarregou-se de difundir o conteúdo, enviando-o em grupos de WhatsApp e nos celulares de jornalistas e infl uenciadores de opinião da cidade.

O principal canal eleito pelo ex para

Edgar no vídeo: “nada fi cará sem resposta”

Agilidade, confiança e o atendimento

que é daqui!

WhatsApp EntregaatsApp EntregaatsApp Entreg

45 9951-3773

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Ele falou“O avião deveria seguir calmamente de Campinas para Cascavel. A chuva fe-

chou Cascavel e fui para Guarulhos. Novo avião, agora para Foz. Sou o primeiro a pedir o sanduiche e informado que já acabou. O motorista me aguarda em Foz. Barreiras da operação “Muralha” tornam o trecho de 1h40 em 3 horas. Palestra em Cascavel dura duas horas e saio de volta para Foz comendo o simpático lan-che após quase doze horas de jejum. É o mundo cheio de glamour que vivo”.

(Leandro Karnal, palestrante mais requisitado do país, relatando sua viagem a Cascavel, na última sexta-feira)

A rotina tem sido de trabalho duro para o executivo Edinho Gurgacz, da GTV. O reposicionamento da empresa em um dos mercados mais competitivos do planeta, tem exigido longas jornadas de trabalho.

A empresa fez um desenho em cruz no mapa de Cascavel. Está passando cabos de fi bra ótica dos fundos do bairro Neva até o alto do Jardim Canadá, ao norte. E da região da Univel até o ponto da 277 que sedia o Show Rural Coopavel.

Já foram implantados mais de 100 quilômetros de fi bra ótica, e outros

Cascavel fi bradaReposicionada no mercado, GTV joga pesado na internet

300 estão a caminho. A meta em uma primeira etapa são 500 quilômetros. É como esticar cabos de Cascavel a Curi-tiba.

O mundo vira muito rápido neste se-tor. Netfl ix e HBO acessado por strea-ming, para fi car em apenas dois exem-plos, dão uma noção do que é atuar no ramo de TV por assinatura.

Sem dizer da pirataria generalizada “made in Paraguai”, que muitos de nós usamos sem pudor, mesmo ostentando o adesivo de apoio a Lava Jato em nos-sos carros.

Assim sendo, a GTV migra para o se-tor de infraestrutura para internet. Com fi bra ótica de ponta a ponta, vai entre-gar o que todas as operadoras prome-tem, mas nem sempre entregam. “Se o cliente contratar 25 megas, vai receber 25 megas”, garante Edinho Gurgacz.

Sanderson é catarinense de Balneário Camboriu. Lá ele dá expediente construindo barcos e estátuas em fi bra de vidro.

Inicialmente, a empresa que o emprega se especializou em produzir orelhões. Como o celular baratinho ensurde-ceu os orelhões, a empresa migrou para o setor de estátuas e passou a atender um único grande cliente, a Havan.

A empresa já produziu 29 estátuas para o Luciano Hang. Este ano foram quatro: Cacoal (RO), Rio Branco (AC), Indaial (SC) e Cascavel.

Sanderson, o sogro e um colega fazem tudo: produzem a réplica da Estatua da Liberdade em Balneário e viajam à cidade destino para montar e instalar. Foi assim que os três estatueiros rodaram cinco dias espremidos em uma camionete de Santa Catarina até Rondonia. “Foi tenso”, diz o peão. Ele explica que são necessários 3 meses para produzir uma estátua. E que o transporte até Cacoal devo-rou 25 dias.

Sanderson não reclama do trabalho. Embora morando a 3 quilômetros de uma das praias mais badaladas do Brasil, faz mais de um ano que ele não põe o pé na areia. “O dono da Havan diz que fará 200 lojas até 2022. Para mim é ótimo. Se tem loja nova, tem estátua pra gente fazer”.

Em tempo: consultado, ontem, pelo Pitoco, Luciano Hang revelou o preço unitário da estátua: R$ 1 milhão.

Profi ssão, estatueiro!

Sanderson com a estátua em Cascavel: viajando o Brasil

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Uma perguntaPitoco – É bom negócio para Brasília pagar 20% a mais no pavimento rígido, com camada de concreto, como foi feito em trechos da 163?

Paulo Francisco Tripoloni – Sem dúvidas. O pavimento fl exível convencional, precisa ser reparado em 8 anos. O rígi-do dispensa até a pesagem de caminhões. Em uma década, a diferença de 20% está paga. Depois disso é só economia em manutenção.(Paulo é presidente da Sanches

Tripoloni, construtora que está duplicando a 163 entre

Cascavel e Capanema)

Eleições 2018No recente encontro regional

do PSD, em Cascavel, Ratinho Junior e o ministro Gilberto Kassab não conseguiram ater-rissar por falta de teto, porém enviaram mensagens de vídeo via Skype.

Ratinho, familiarizado com as novas mídias, disse que o mun-do mudou, “mas os políticos não mudaram”. Referia-se aos meda-lhões da política paranaense, que se revezam no poder há décadas.

O tom da prosa deixou clara a linha de comunicação do roedor na disputa ao governo do Estado, no próximo ano. É o discurso da nova geração contra a velha polí-tica.

Jogando para a plateia, com-posta de fi liados do PSD, Ratinho agiu como um ratão experiente no momento seguinte: “Quem ajuda a ganhar a eleição, vai ajudar a governar”. Aplausos!

Ainda no encontro do PSD, os

AgendaFaltam 11 dias para a abertura

da Expovel 2017. Entre os sho-ws confi rmados, estão Barreto e Campo Grande e João Neto e Frederico, no dia 10, Maiara e Maraisa (11), Zé Neto e Cristiano (12) e Gusttavo Lima (14). As apresentações acontecerão no Pa-vilhão da Indústria e Comércio e os ingressos já estão à venda.

O outubro Rosa também pode alertar para a prevenção do câncer em animais de estimação. Ações neste sentido foram realizadas durante todo o mês pelo médico veterinário Marcelo Morato, da Vida Pets.

prefeitos dos dois maiores colé-gios eleitorais do Oeste, Casca-vel e Foz do Iguaçu, declararam apoio a reeleição do deputado Evandro Roman.

Paranhos, em sua fala, deu mais uma fl echada no antecessor. “Para estadual, apoiarei o Lange e demais candidatos do grupo. Não irei lançar fi lho nem esposa na disputa. Política não se faz em família”, disse.

Claudio Dalledone, o ad-vogado de Alessandro Mene-ghel, anunciou que disputará o Senado pelo Patriotas, partido do capitão Bolsonaro.

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Aquele abraçoPara os assinantes Jorge Massayuki Tasaki, Edson Janke, Cesar Sonda, Jorge Alberto Sonda, Odejalma de Moura Cordeiro, Valde-ci Pereira Munhoz, Dilvo Grolli, Anderson Ricardo de Campos e Marcos Maiczuk.

PitocasO especialista em rede social,

Jefferson Lobo, analisou o de-sempenho do vídeo postado por Edgar Bueno.

Segundo ele, embora os núme-ros alcançados não sejam muito signifi cativos no universo de usu-ários do Facebook, o índice de conversão é elevado.

“Vídeos convertem entre 30 e 50%. O dele converteu 75,5%. Se ele investisse em um canal de vídeo, teria potencial para uma grande audiência a médio pra-zo”, analisa Lobo.

Chefete da Universidade Esta-dual de Ponta Grossa está sendo investigado pela compra de 210 litros de chope, cujo custo de R$ 1,8 mil foi espetado na conta do contribuinte.

Quando, em votação recente, os senadores devolveram o mandato a Aécio Neves, seguiram o con-selho do mestre Ganso sem Li-mite. “nunca sabemos de quem vamos precisar no dia de ama-nhã”.

A exemplo do que acontece em São Paulo, na Avenida Paulista, Paranhos vai fechar para veícu-los o Calçadão aos domingos. A ideia é abrir espaço para pedestre, ciclistas e apresentações culturais e esportivas.

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OPINIÃOOPINIÃO

A cena é de cinema: José Ro-berto Marinho, acompanha-do de um dos herdeiros dos Ci-vita (editora Abril, que publica a “Veja”), executivos da família Frias (Folha de São Paulo), do Es-tadão, os gaúchos da Zero Hora, chefões da Record, SBT e Band, entre outros barões da mídia, se reúnem em mesa reservada do Fasano, restaurante paulistano de luxo, local que cobra R$ 1,6 mil em uma porção de 50 gramas de caviar.

Marinho, interlocutor do grupo, abre a reunião dizendo: “Estamos aqui para decidir como vamos manipular a opinião pública bra-sileira esta semana, com quais argumentos e intenções”.

Uma pausa aqui. Se você acha crível o parágrafo acima, pare de ler agora, pois poderá se sentir ofendido pela opinião de “mais um manipulador de mentes alheias”.

Por distante que possamos via-jar com nossas teorias de conspi-ração, não é possível levar a sério que a mídia seja um uníssono, um cartel de bandidos, que desejam acabar com a nação.

Manipulação mesmo, é infor-mação que você recebe via rede

A Globo e o bobo Se apertar o botão vermelho, o Bonner some da tela

social na linha “passe sem dó essa mensagem, pois proibiram de di-vulgar na Globo”.

Há dois tipos de gente que re-plicam “informação” deste nível: o interessado direto no fake news, e os inocentes úteis, que se prestam ao serviço de desinformar.

O mais danoso é o primeiro tipo. Em regra é um sujeito que milita nos extremos. Ou na extrema es-querda delirante, ou da extrema direita xucra. Essas pessoas tem algo em comum, embora pareçam opostas: elas não suportam uma opinião destoante, e acham que os telejornais precisam replicar o discurso de ódio em que fanatica-mente eles, os xiitas da política, se embalam.

No delírio insano dos adeptos da teoria da conspiração, para legiti-mar seu discurso, é preciso eleger um inimigo da nação. E o inimigo da vez é a “mídia manipuladora”.

Antes de tudo, estas posturas insolentes atacam a liberdade de expressão, pilar das sociedades democráticas e expõe operários da caneta a violência. Em um segun-do plano, atacam a inteligência dos leitores, ouvintes, telespecta-dores.

Sim, por que ao acreditar na

existência de uma reunião regada de vinhos caros e caviar para ma-nipular a opinião pública, despre-zam a capacidade das pessoas de identifi car as supostas inverdades propagadas na imprensa.

Ou você acreditaria em qual-quer coisa que saísse da boca do Willian Bonner, seduzido pela voz grave e o charme dos cabe-los grisalhos dele? Ao desprezar a sua capacidade, prezado leitor,

de analisar o noticiário, o cons-pirador extremado se enxerga no espelho.

Mas não aprende nada com a imagem que vê. Continua acredi-tando que todos somos idiotas e manipuláveis, e somente ele, da esquerda delirante ou da direita tosca, consegue entender as entre-linhas nos lábios do Bonner.

Não por acaso, nos regimes de-fendidos pelos extremistas, a im-prensa livre é abolida. Foi assim na Alemanha Nazista, é assim em Cuba, Coreia do Norte e Venezue-la.

Nossa mídia erra sim, possivel-mente uma parte dela manipula também. Porém a censura e o ódio não são remédios para tais molés-tias. A sociedade pode assimilar os eventuais excessos da imprensa e punir os veículos com a queda na audiência.

Para tanto, se estamos incomo-dados com o Jornal Nacional, te-mos a disposição uma arma letal: um pedaço de plástico duro cheio de botões. Um deles é vermelho. É só apertar, que o Bonner desa-parece. O controle remoto é mais efi caz - e menos letal - que milhões de discursos delirantes dos toscos extremados.

Ou você acreditaria em qualquer coisa que saísse da boca do Willian Bonner,

seduzido pela voz grave e o charme dos cabelos

grisalhos dele?