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Revista Canavieiros - Maio de 2007

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Mecanização: O futuroda agricultura

Conselho Editorial

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A décima primeira edição da RevistaCanavieiros fala sobre a nova ten-

dência do setor: a mecanização – nocaso, a do plantio. A reportagem de capatraz o desenvolvimento destatecnologia, usada há mais de 10 anos,mas que só agora tem tomado grandesproporções. Especialistas falam sobreas vantagens desse método e da buscapor soluções para os problemas que ain-da existem.

O entrevistado deste mês foi o ex-mi-nistro da agricultura, RobertoRodrigues. Ele falou sobre o futuro dopequeno produtor e da importância docooperativismo. Segundo ele, sem ascooperativas as pequenas proprieda-des de cana já teriam desaparecido.Rodrigues falou ainda sobre obiodiesel e as previsões para os pre-ços da próxima safra. Em seu artigo“Turbulências à vista”, o presidente daCanaoeste, Manoel Carlos de Azeve-do Ortolan faz previsões não muito oti-mistas para o setor. Apesar da euforiamundial ao redor do setorsucroalcooleiro, Manoel Ortolan acre-dita que o produtor deve estar prepa-rado para uma safra com preços bai-xos.

As editorias do sistema Copercana,Canaoeste e Cocred abordam os prin-cipais destaques do mês, como a pa-lestra sobre Reserva Florestal Legal or-ganizada pela Canaoeste no dia 10 demaio. Apresentada pelo advogado eprofessor de Direito Ambiental, Antô-nio Fernando Pinheiro Pedro, o semi-nário reuniu mais de 200 pessoas, en-tre elas, políticos e autoridades da re-gião. Ainda nas páginas da Canaoeste,a participação do seu presidente noevento “O álcool é nosso” que acon-teceu me Ribeirão Preto e contou com

Editorial

Revista Canavieiros - Maio de 2007

a participação de autoridades e lide-ranças ligadas a cadeia produtiva decana, açúcar e álcool. O gerente daUNAME - Unidade de grãos daCopercana, Augusto César Strini Pai-xão, fala sobre os investimentos feitospela Copercana na comercialização decalcário para seus cooperados e sobreo fechamento da safra 2005/2006 deamendoim. Nas páginas da Cocred oleitor conhece o novo cartão de crédi-to SICOOB MASTERCARD, uma for-ma fácil, segura e prática de pagar ascontas.

O destaque deste mês fica para aAgrishow Ribeirão Preto – 2007. A ma-téria mostra o balanço e a repercussãodo maior evento de Agronegócios doBrasil na cidade e região, além dos prin-cipais assuntos tratados e os encontrospolíticas que aconteceram durante a fei-ra. No Antes da Porteira, conhecemos aVista Alegre Fazenda Hotel, uma propri-edade da região que resolveu abrir suasportas para o turismo rural. Uma ativi-dade que, além de complementar a ren-da da família, ajuda a conscientizar osvisitantes sobre a importância de pre-servar a natureza.

Na página sobre Culturas de Rotação, opesquisador do IAC, Amadeu Regitanoapresenta uma variedade de girassolindicada na reforma de canaviais. O ar-tigo jurídico desta edição fala sobre asalterações nas regras para o corte deárvores isoladas. Como de costume, aCanavieiros ainda traz dicas de portu-guês, indicações de livros, classifica-dos e a agenda completa de eventos dosetor. Além de prognósticos climáticos;informações de combate às LagartasDesfolhadoras e muito mais.

Boa Leitura!

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IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASOUTRASOUTRASOUTRASOUTRASDESTDESTDESTDESTDESTAAAAAQUESQUESQUESQUESQUES

Antes da PorteiraAntes da PorteiraAntes da PorteiraAntes da PorteiraAntes da Porteira

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotícias

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCocredCocredCocredCocredCocred

CanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoeste

Simplicidade e naturalidade é atração noturismo rural

Cocred oferece nova opção de Cartãode Crédito para o cooperado

Canaoeste promove palestra sobrereserva legal

O avanço do plantiomecanizado

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NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaMaio: Início de mais uma safra decalcário

INFORMAÇÕESSETORIAIS

LEGISLAÇÃO

CULTURAS DEROTAÇÃO

INFORMAÇÕESTÉCNICAS

PRAGAS E DOENÇAS

AGENDE-SE

CULTURA

REPERCUTIU

CLASSIFICADOS

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CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EQUIPE DE JORNALISMO:Carla Rossini – MTb 39.788

Cristiane Barão – MTb 31.814

PROJETO GRÁFICO EDIAGRAMAÇÃO:

Rafael Mermejo

FOTOS:Carla Rossini

Marcelo Massensini

COLABORAÇÃO:Marcelo Massensini

Carla Rodrigues

COMERCIAL E PUBLICIDADE:Daniella Felício

[email protected]

DEPARTAMENTO DE MARKETINGE COMUNICAÇÃO:

Carla Rodrigues, Carla Rossini, DaniellaFelicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata,

Marcelo Massensini, Maria Fernanda Pinotti,Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva.

IMPRESSÃO:São Francisco Gráfica e Editora

TIRAGEM:6.700 exemplares

A Revista Canavieiros é distribuídagratuitamente aos cooperados, associados

e fornecedores do Sistema Copercana,Canaoeste e Cocred. As matérias assina-das são de responsabilidade dos autores.

A reprodução parcial desta revista éautorizada, desde que citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311

Ponto de VistaPonto de VistaPonto de VistaPonto de VistaPonto de Vista

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Presidente da Canaoeste,fala sobre preços menoresaos produtores de cananesta safra.

Manoel Ortolan

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Presidente do ConselhoSuperior do Agronegócioda Fiesp.

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

Roberto Rodrigues

A expansão da cana paranovas fronteiras e a falta demão-de-obra deram impulso àmecanização do plantio.

Cooperados produzem cana-de-açúcar e agregamvalor as suas propriedades através do turismo rural

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Roberto RodriguesPresidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp

Entrevista

Um novo modelo de produção

Essa é a proposta do ex-mi-nistro Roberto Rodrigues:

aproveitar o momento de expansãodo setor para implantar um novomodelo, que, entre outras coisas,assegure a participação do produ-tor independente de cana. "O mo-delo hoje existente é concentra-dor", diz. Esse modelo também pre-vê a utilização das áreas imprópri-as para mecanização para outras

Cristiane Barão

culturas que agreguem valor ao pro-dutor e ao trabalhador, favorecen-do também a utilização da mão-de-obra dispensada na cana. "Com issovocê mata três coelhos com umacajadada só: tende a eliminar o cor-te manual, cria uma atividade queagrega renda ao agricultor e ao tra-balhador e ainda reduz a concen-tração da cana na monocultura",afirma.

Presidente do Conselho Superi-or do Agronegócio da Fiesp e Co-ordenador do Centro de Agrone-gócio da Fundação Getúlio Vargas,Rodrigues concedeu entrevista àCanavieiros antes de sua palestraaos professores do programa"Agronegócio na Escola', desen-volvido pela ABAG-RP, no últimodia 17, em Ribeirão Preto. Leia osprincipais trechos a seguir.

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Entrevista

Canavieiros: O senhor acha queo pequeno produtor de cana vai terespaço no processo de expansão dosetor?

Roberto Rodrigues: Esse é um temaimportante. O governador Serra criouuma comissão estadual para discutirtoda a temática da agroenergia no Es-tado de São Paulo. Lógico que há umaprevalência de assuntos de interessemais coletivo, do tipo queimar cana,não queimar cana, cortar com máqui-na, não cortar com máquina, concen-tração da monocultura, essas coisasque todo mundo fala sem entender di-reito, mas que são os temas mais re-correntes. Mas eu fiz questão de colo-car a temática do modelo de produção.Eu tenho dito o seguinte: o modelo hojeexistente é concentrador. Se nãofossem as cooperativas e as as-sociações de produtores de cana,o pequeno produtor de cana játeria desaparecido. Mas a idéia é

aproveitar omomentode expan-são do setorpara desenharum modelodiferente, emque o sonhodo BarbosaLima Sobrinho(idealizadordo Estatuto

da La-

voura Canavieira), quando fez o mo-delo de produção lá nos anos quaren-ta, seja preservado: que uma boa par-cela da cana seja produzida por produ-tores independentes. Então, essa é aexpectativa que nós temos em relaçãoao futuro quanto ao modelo a ser de-senhado. E eu estou propondo a mes-ma coisa no nível federal, para que nãoseja uma decisão, digamos, apenas re-gional. É um modelo nacional.

Canavieiros: Seria uma interven-ção do governo?

Rodrigues: Não. Seria uma propos-ta de financiamento sobre determina-das condições. Olha, para ter um pro-jeto dessa natureza, você tem de tertantos por cento de cana de terceiros,

você tem que ter produção de alimen-tos, algumas pré-condições para quemquiser financiamento. Quem quiser fa-zer com recurso próprio, faça com re-curso próprio. O governo não vai fazernenhuma intervenção no setor, já pas-sou essa fase. Mas é criar uma expec-tativa positiva nesse modelo novo.

Canavieiros: O senhor poderiadetalhar esse novo modelo?

Rodrigues: É um mo-delo que tenha umpercentual da produçãode cana atribuída aodono da indústria e ooutro distribuído entreos produtores indepen-dentes. O que emperraesse processo é o pre-ço da cana. No passa-do, quando havia o Ins-tituto de Açúcar e Ál-cool, era o governo queimpunha o preço decima para baixo. Hoje,não. Felizmente, com aextinção do IAA,usineiros e fornecedo-res se articularam namontagem de um mode-

lo institucional chamado Consecana,que discute os valores do açúcar, queacabam remunerando a cana de manei-ra indireta. A minha proposta é queesse modelo Consecana seja aperfei-çoado e que o produtor venda não acana, mas venda o açúcar ou o etanolque está dentro da cana numa parceriacom o produtor industrial. Então, va-mos usar um exemplo hipotético: su-ponhamos que a cana represente 70%do preço do açúcar, do custo do açú-car. Desconta-se a remuneração do pro-dutor de açúcar e, do preço pelo qualele vendeu aquele açúcar, 70% vêm dacana. É uma coisa direta, mais objeti-va, uma relação mais clara. O produtorde cana seria sócio não do empreendi-mento, mas do resultado do empreen-

dimento. Isso permite que haja umarepartição de riscos de tal formaque, se o preço subir muito, o donoda usina deixa de ganhar, mas seos preços caírem muito, ele deixade perder, porque tem umcompartilhamento dos resultados.Esse é o modelo que eu estou ten-

tando conversar com as pessoas.

Canavieiros: Qual é a recepti-vidade dessa proposta?

Rodrigues: Ainda é muito cedo.Outra coisa que eu penso ser impor-tante - e que é uma discussão tambémrecorrente - é o corte de cana, quei-mado ou cru, manual ou mecanizado.Esse tema tem duas correntes: uma,que considera o corte manual um tra-balho muito bruto, muito pesado, eque tem de ser abolido e outra, queconsidera que a mecanização radicalvai produzir um desemprego muitoviolento. As duas correntes têm ra-zão. Qual é o caminho? É montar umprograma para a redução do corte ma-nual. O Estado de São Paulo tem hoje4 milhões de hectares cultivados comcana. Na reunião da comissão (Espe-cial de Bioenergia), alguém disse queestá perto de 10% a área com inclina-ção superior a 12% e que inibe a me-canização. Isso representa 400 mil hec-tares de terra nas regiões mais desen-volvidas do Estado, dotadas de infra-estrutura, energia, benefícios sociais.O Estado poderia montar um progra-ma de substituição de cultura nessasáreas com seringueiras, frutas ou ma-

“Se não fossem ascooperativas e as associações,o pequeno produtor de cana já

teria desaparecido”

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Entrevista

deira, que permitem a agregação devalor, treinando a mão-de-obra parasair do corte da cana e ir cuidar dafruticultura, sangrar seringueira, tra-balhar na indústria de madeira. E comoas cooperativas de fornecedores decana já estão instaladas em todas asregiões produtoras, já há um meca-nismo de agregação de valor. Não é oprodutor sozinho que vai fazer com-pota, geléia, suco ou doce. A idéia éum programa que seja pró-ativo paraestimular a mudança de atividade ru-ral nas áreas impróprias para a meca-nização do corte. Com isso você matatrês coelhos com uma cajadada só:tende a eliminar o corte manual, criauma atividade que agrega renda aoagricultor e ao trabalhador e ainda re-duz a concentração da cana namonocultura. São coisas dessa natu-reza que eu espero que essa comis-são de São Paulo produza.

Canavieiros: O senhor acha quea produção de biodiesel na região éviável?

Rodrigues: Aqui na região,Jaboticabal e Sertãozinho são os mai-ores produtores de amendoim do paíse são municípios canavieiros. Eu te-nho discutido muito a idéia do clusterde agroenergia, que é o seguinte: vocêproduz o etanol para vender, na áreade renovação de cana você pode pro-duzir soja ou ameondoim, que são ole-aginosas, e você faz biodiesel naestressafra na própria unidade indus-trial para a “máquina” da região. Vocêpode trabalhar com biodiesel noscaminhões, colhedoras, nos trato-res da “máquina” produtora deetanol da região. E ainda sobra ofarelo de soja, que você pode enri-quecer com resíduos da fermenta-ção, o que dá um componente protéicomuito mais elevado do que o farelonormal, descomoditizando, portanto,o farelo e agregando valor a ele. Vocêtem uma soma de fatores muito posi-tivo neste cluster e, ainda por cima,

pode fazer energia elé-trica com o bagaço. E senós usarmos essa idéiada árvore em áreas im-próprias para a mecani-zação do corte, vamoster na frente, quando atecnologia avançar, aprodução de etanol decelulose também. Etudo isso ainda podeser financiado comCDM (Mecanismo deDesenvolvimento Lim-po, da sigla em inglês).Essa cadeia produtivade agroenergia nessaregião cria um clusterinvejável, como umacondição ambiental ex-traordinária.

Canavieiros: Noano passado o preçoda cana foi razoável enesse ano tende a sermenor. Dá para imaginar qual seráo cenário daqui para frente?

Rodrigues: Eu não gosto de fazerprevisão. Em geral, a gente erra. O queexiste neste momento, circunstanci-almente, é uma redução nos preçosinternacionais do açúcar. Eu acho queé circunstancial porque os preços es-tavam muito altos nos anos anterio-res, mas acho que vamos começar umprocesso de redução desses preços.Então, é uma questão transitória ne-gativa.

Canavieiros: A certificação seriauma forma de aumentar a remune-ração da cana?

Rodrigues: A certificação de pro-priedades pode levar a um upgradetambém na remuneração, mas tem que

“A minha proposta é queesse modelo Consecana seja

aperfeiçoado”

ter mercado para isso. Hoje você temum mercado para açúcar - orgânico,certificado - mas não tem um merca-do para a cana, do produtor de cana.Ele (produtor) também teria de teruma forma de participação na remu-neração adicional. Se encontrarmosesse mecanismo, sem dúvida, essacertificação de propriedades é umpasso positivo. O que pode haver,num modelo, é que as vendas certifi-cadas sob critérios de normatizaçãointernacional, possam obter um dife-

rencial de natureza fiscal oucreditícia. Então, você dá uma ren-da ao produtor que, se não for pos-sível no preço do produto, que oseja por meio da redução de tribu-tos. Mas esse é um assunto que

tem uma negociação ampla com o te-souro estadual, nacional. Não é umacoisa fácil, mas é um tema relevanteporque o mundo inteiro olha acertificação dos produtos agrícolaem geral com bastante interesse.

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Ponto de Vista

Turbulências à vistaTurbulências à vistaApesar da euforia criada pe-

las oportunidades vislum-bradas ao setor sucroalcooleiro bra-sileiro, os produtores de cana devemse preparar para uma safra com pre-ços menores para a matéria-prima.As razões são simples. Uma delas éque a expansão do setor está emcurso e, dessa forma, pode criardesajustes temporários para os elosda cadeia. A produção de cana se-gue em crescimento e em ritmo pró-prio, diferente do da área industrial.Assim, com maior oferta, o preço ten-de a ficar mais baixo. É a lei do mer-cado.

Por outro lado, a alta na deman-da forçou para cima os preços demáquinas, implementos e os custosde mão-de-obra. Esses itens, soma-dos à elevação dos insumos, espe-cialmente de fertilizantes, e à valori-zação da moeda brasileira frente aodólar, provocarão aumento nos cus-tos de produção da cana. Além dis-so, por conta de fatores climáticos,poderá haver redução nos índices deprodutividade, que podem não ter

tanto impacto na produção total dopaís, mas têm um peso impor-

tante no acerto da safra e narenda para os pequenos e mé-dios fornecedores.

Por esses motivos, a remu-neração da cana terá um cená-

rio diferenciado neste ano.Em maio do ano pas-

sado o valor doquilo de ATR

por toneladade cana foifixado emR$ 0,3830.Ao longodo ano,esse preçosofreu leve

queda, fe-

chando a safra em R$ 0,3430. Assim,a tonelada da cana, considerando145 kg de ATR, foi comercializada aR$ 49,73. Ou seja, no ano passado,na abertura da safra o preço da canaestava em patamares mais elevadose a média do período foi satisfatória.Foi um bom ano, o que permitiu queos fornecedores investissem emtecnologia e também na expansão desuas lavouras com a compra ou ar-rendamento de terras.

Já esta safra começa com preçosem níveis mais baixos para o produ-tor independente. O quilo da ATRdo mês de março fechou em R$0,3089 e é possível que encerre opróximo mês na faixa dos R$ 0,30. Atendência é que o preço siga em levedeclínio e reaja nos meses finais dasafra. A não ser que ocorram fatosrelevantes, como o aumento emquantidades elevadas nas exporta-ções de álcool ou então de açúcar, acana deve fechar a safra com um pre-ço entre 20 e 25% mais baixo do quena passada. É uma previsão bemrealista.

Essa disfunção na oferta e nospreços já eram esperados, segundoespecialistas, pelas condições emque a expansão do setor ocorre: emgrandes proporções e em um curtoespaço de tempo. No entanto, nãose esperava que eles ocorressem jánesta safra. Para atravessar esseperíodo de turbulência é necessárioque o produtor fique atento ao com-portamento dos preços da cana an-tes de planejar investimentos, con-trair despesas ou financiamentos.

Esses desequilíbrios são os efei-tos do processo de expansão e de-vem ser administrados e superados.Apesar deles, os horizontes nuncaforam tão positivos. Crescer não étão fácil como se pensa.

Manoel Carlos de Azevedo Ortolanpresidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)

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Eliminação da queima da palhade cana-de-açúcar desejos,desejos,desejos,desejos,desejos,compromissos e obrigaçõescompromissos e obrigaçõescompromissos e obrigaçõescompromissos e obrigaçõescompromissos e obrigações

0909090909Revista Canavieiros - Maio de 2007

*Cléber Moraes

Artigo

Eliminação da queima da palhade cana-de-açúcar desejos,desejos,desejos,desejos,desejos,compromissos e obrigaçõescompromissos e obrigaçõescompromissos e obrigaçõescompromissos e obrigaçõescompromissos e obrigações

É muito comum ouvirmos e fa-larmos na Cadeia da Cana-de-

açúcar ou Cadeia do Setor Sucroal-cooleiro. Quando usamos este termoestamos nos referindo a todos aquelesque participam dela, isto é:

· Produtores de insumos, máqui-nas e caminhões e seus funcionários;

· Produtores de cana, arrendatá-rios, parceiros agrícolas e seus funcio-nários;

· Prestadores de Serviços Agrí-colas;

· Proprietários de Usinas e Des-tilarias, todos seus funcionários, pro-dutores de insumos e serviços indus-triais;

· Todos os consumidores;· E não poderia deixar de ser, os

Governos Municipais, Estaduais e oFederal.

Quando algum componente da ca-deia pede mudanças, todos os compo-nentes da cadeia são afetados. Apenaspara abstrairmos, se o consumidor exigirum produto de qualidade muito superiora atual, fará com que as indústrias exijammais qualidade na cana-de-açúcar e façainvestimentos no parque industrial. Osfornecedores de cana, por sua vez, exigi-rão mais qualidade de seus fornecedoresde insumos e equipamentos. Tudo isto

implicará em custos maiores e lá no finalo custo do produto deve aumentar. Masse o consumidor exige, ele demonstraráisso pagando mais por um produto demelhor qualidade.

O Governo do Estado de São Pau-lo tem dado sinais de que deseja ace-lerar o processo de eliminação dasqueimadas no Estado de São Paulo. Aprincípio, quem não conhece aestruturação do setor, imagina que osprincipais afetados no processo serãoos industriais do setor, mas não serãoos usineiros que pagarão a conta eexplico: ao longo dos últimos 15 anos,para aumentar a eficiência dos siste-mas de colheita de cana e baixar oscustos, a colheita da cana própria e defornecedores independentes na mai-oria das unidades industriais do Esta-do de São Paulo é realizada pelas pró-prias usinas, colhendo inclusive acana de fornecedores. Boa parte des-ta cana é colhida sem queima e commáquina e as máquinas são das usi-nas e destilarias. Muitas delas conse-guiriam colher toda ou boa parte desua cana própria com máquinas, masrestaria toda a cana de fornecedores.Assim o Governo mira os usineiros eacerta 12.927 produtores de cana-de-açúcar que, em sua grande maioria, são

pequenos produtores. Paraagravar a situação, não háprodução de colhedoras su-ficientes para colher a canaque hoje é colhida manual-mente e com queima no Esta-do de São Paulo.

Olhando sob essaótica parece difícil àsolução do problema,mas há saídas. E é aíque vamos usar oconceito de cadeia produtiva discuti-do acima. A aceleração da eliminaçãodas queimadas provocará um aumentona procura por máquina, deixará na la-voura toneladas de matéria verde quesecará e ficará extremamente suscetí-vel a incêndios, aumentará os custospara os produtores de cana, exigirá maiscrédito para financiar as colhedoras, exi-girá mais fábricas de máquinascolhedoras, enfim provocará uma sériede modificações na cadeia e tudo issoexigirá do Governo do Estado de SãoPaulo mais compromisso e ações, deque forma?

· Aumento do Volume de Créditopara Aumento da Produção deColhedoras;

· Aumento do Volume de Créditopara Financiamento de Colhedoras;

· Melhoria dos Preços Pagos paraa Energia de Biomassa;

· Aumento do Volume de Créditopara Co-geração de Energia deBiomassa da Palha de Cana-de-açúcar;

· Fomento na modificação do Sis-tema de Pagamento de Cana, oCONSECANA, para pagamento pelapalha e bagaço produzido.

Quem exige tem que fazer sua par-te. Mãos à obra Governador José Ser-ra, contamos com seu trabalho.

*Cleber MoraesConsultor CANAOESTE

M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda

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Maio: Início de mais umasafra de calcário

NotíciasCopercana

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Em 1978, a Copercana iniciouuma nova prestação de ser-

viços aos seus cooperados: a distri-buição de calcário e outros correti-vos de solo nas regiões de suaabrangência. Na época, a cooperati-va contava com apenas dois cami-nhões aplicadores e uma pácarregadeira e, comercializou 10 miltoneladas no ano.

O crescimento deu-se ano a ano,e em 2006 a cooperativa já contavacom uma estrutura de dez caminhões

Augusto César Strini Paixão (Gerente da UNAME - Unidade de Grãos da Copercana)

aplicadores, três caminhões bascu-lantes, duas carretas basculantes equatro pás carregadeiras. Com issoatingiu a comercialização de 160 miltoneladas de calcário e gesso.

Este crescimento significativonão se deu apenas pelo aumento deáreas de cana nas regiões, mas pelafacilidade, segurança e qualidadeque a Copercana oferece aos usuári-os. Durante 29 anos, foram feitos in-vestimentos na renovação da frota e

de novas tecno-logias para aten-der as necessida-des dos produto-res de um serviçode grande impor-tância que é a cor-reção do solo.

Para o ano de2007, a Copercanajá investiu R$ 1milhão em novoscaminhões, tudopara aumentar afrota e atender aoscooperados cadavez melhor. Tam-bém foram adqui-

ridos dois equipamentos aplicadorescom capacidade para trabalhar naagricultura deprecisão, ouseja, através desatélite e ummapa de fertilida-de e exigênciasnutricionais, issopossibili tará aaplicação de dife-rentes dosagensem uma mesmaárea.

Com isso aCopercana estápreparada para o

crescimento de 20% na prestação deserviços de aplicação de corretivose chegando a comercialização de 200mil toneladas até o final deste ano.

A Copercana tem orgulho de sera única cooperativa do Brasil quepresta esse serviço com muita efici-ência e qualidade aos seus coopera-dos. Para aqueles que ainda não co-nhecem esse serviço, a Copercanaestá a disposição para atender atra-vés do telefone (16) 3946-4200(Mauro ou Marcos), ou ainda com oAgrônomo mais próximo de você.

Investimento em novos caminhõespara atender aos cooperados

Calcário: Copercana vai comercializar200 mil toneladas em 2007

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NotíciasCopercana

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Amendoim – fechamentoda safra 2005/2006Na safra de amendoim 2005/2006,

a Copercana recebeu 900 milsacas de 25 quilos do grão. Desde asafra 2004/2005, a cooperativa deixoude comercializar o amendoim em cascae, iniciou o processo de debulha e ven-da com o intuito de agregar valor aoproduto. Como as quantidades recebi-das aumentavam muito de um ano parao outro, a cooperativa não tinha maiscondições de fazer a compra do pro-duto em casca como antigamente. Oprodutor vendia sem uma determina-ção de período o que ocasionava riscode variação de preços ora ao próprioprodutor ora a Copercana.

Na safra 2004/2005, a cooperativapassou a comercializar o amendoim deuma maneira muito parecida com o Sis-tema Consecana (sistema que remunera

o produtor de cana-de-açúcar). ACopercana recebeu todos os grãos pro-duzidos pelos cooperados e, no final dasafra (colheita), foi efetuado um adianta-mento igual a 70/80% do preço de mer-cado, e os 20/30% restantes ficaram su-jeitos ao preço de mercado. Assim, acada quatro meses é feito um levanta-mento e efetuado o reajuste ao produtor.

Como exemplo, cito a safra 2005/2006, onde finalizamos em 30/05/2006 eem 10/06/2006 efetuamos o adiantamen-to de R$ 12,00/saca. Em novembro, efe-tuamos outro adiantamento de R$ 3,00,e o fechamento em 30/04/2007 com maisR$ 3,00/saca, perfazendo o total de R$19,00/saca da variedade IAC 886 e R$22,00/saca o Super Tatu. Estes preçospoderiam ser melhores, porém nos me-ses de maio, junho e julho de 2006, ain-

da vendía-mos amendo-im com pre-ços menorespelos refle-xos da safra2004/2005que foi muitoruim.

De agosto para cá os preços melho-raram e permanecem até hoje. Na médiaficou no fechamento acima citado.

No mês de maio, a safra de amen-doim 2006/2007 está sendo encerradae a perspectiva de recebimento deveser de 1,4 milhões de sacas (dentro doesperado), e os preços provavelmentebem melhores que em 2006.

Augusto César Strini Paixão

Big Bags de 500 Kg no galpão da Uname

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

NotíciasCanaoeste

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Canaoeste promovepalestra sobre reserva legalCristiane Barão

ACanaoeste (Associação dosPlantadores de Cana do Oes-

te do Estado de São Paulo) promoveuno último dia 10 em seu auditório, umapalestra com o tema "Reserva FlorestalLegal: seus aspectos legais, políticos eeconômicos", proferida pelo advoga-do Antonio Fernando Pinheiro Pedro,professor de Direito Ambiental, consul-tor do Banco Mundial e integrante decomissões técnicas e conselhos.

O evento reuniu cerca de 200 pes-soas, entre cooperados, advogados deassociações e representantes de usi-nas de 49 municípios. Compuseram amesa diretora, o presidente daCanaoeste, Manoel Ortolan, o vice-pre-feito de Sertãozinho, Nério Costa, opresidente da Orplana, Ismael Perina, eo advogado da Canaoeste, JulianoBortoloti.

De acordo com o presidente daCanaoeste, a questão da reserva legaldesperta o interesse do setor agrícolae traz também muitas preocupações. "ACanaoeste foi pioneira na realização de

Evento reuniu mais de 200 pessoas de 49 municípios

ciclos de palestras sobre a questãoambiental e oferece todo o suporte aoprodutor para o cumprimento das nor-mas legais. Assim, temos o dever deorientar o fornecedor de cana sobrecomo proceder nessas questões. Essapalestra teve esse intuito."

A reserva legal foi instituída peloCódigo Florestal, em 1965, e refere-seao percentual de cada propriedade ru-ral que deve ser recoberto por floresta

natural, além dasáreas de preserva-ção permanente(APPs), que mar-geiam rios e lagos.O código estabele-ceu que cada pro-priedade terá de ter20% de sua áreacomo reserva legal.Para as áreas de flo-resta da AmazôniaLegal, foi fixado o li-mite mínimo de 50%.

No entanto, es-ses percentuais fo-ram alterados pelaMedida Provisória2166/65, de 2001:

Dr. Juliano Bortoloti, advogado da Canaoeste; Nério Costa, vice-prefeito de Sertãozinho; Manoel Ortolan, presidenteda Canaoeste; Dr. Antonio Fernando Pinheiro Pedro, palestrante e Ismael Perina, presidente da Orplana.

80% para as áreas de floresta, 35% paraas áreas de cerrado, e 20% para todasas propriedades rurais mesmo sem flo-resta nativa onde, pelo código, não ha-via imposição de reserva legal. Basea-da nessa MP, o governo de São Pauloeditou decreto, em junho do ano pas-sado, estabelecendo os 20% de reser-va nas propriedades, além das áreas deAPPs. Tanto a MP como o decretopaulista são objetos de ações deinconstitucionalidade na justiça.

De acordo com o palestrante, es-sas medidas são autoritárias, o produ-tor precisa se articular com as associa-ções para uma ação conjunta contra alegislação, conforme entrevista que eleconcedeu após a palestra e cujos pon-tos principais seguem:

INCONGRUÊNCIAS DALEGISLAÇÃO

“O conceito de reserva legal queestá sendo discutido hoje não tem ab-solutamente nada a ver com a reservalegal estabelecida pelo código flores-tal, que vigorou até 2001. Então, nóstemos hoje uma sociedade agrícola ba-seada no plantation, ou seja, baseadana monocultura de extensão que já con-ta com pelo menos três séculos nessaO evento reuniu mais de 200 pessoas da região de abrangência da Canaoeste

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

região e que foi surpreendida pela mo-dificação de um instituto ocorrido háseis anos.”

AÇÕES CONTRA A MP“A saída é a vontade política do

setor produtivo de se articular com osmunicípios e contar com o Estado para

derrubar essa Me-dida Provisória.Essa MP é artifici-al, ela não se apli-ca à realidade. Naverdade, o queestá se pretenden-do é alterar a reali-dade por meio depapel. Os produto-res precisam se or-ganizar politica-mente e se articu-lar com as asso-ciações para ofere-cerem uma defesajudicial eficaz, ouseja, é necessáriouma ação conjun-

ta para fazer ver a inconstitucionalidadedo Código Florestal hoje.

A IMPORTÂNCIA DAMECANIZAÇÃO

“Já há um estudo da Secretaria deEstado do Meio Ambiente demonstran-do que hoje há recuperação de matas

ciliares e de remanescentes florestaispelo simples fato da mecanização daagricultura. A mecanização leva a umaracionalização do uso do solo. O au-mento da produtividade leva a uma ra-cionalização da mecanização e isso porsi só já faz com que existam mais áreaspreservadas. Na verdade, o segredoestá na tecnologia, que, aliás, é o gran-de segredo do mundo inteiro.”

SAÍDAS PARA A DISCUSSÃO“A grande saída seria estabelecer

reservas legais em condomínios, namedida de cada propriedade privada.Esse condomínio deveria se desenvol-ver como uma unidade de conserva-ção única, numa bacia especifica depreservação, destinando-se as demaisbacias para a produção. Ao contráriodo que se estabelece na lei, o interesseé não transformar o território paulistanum tabuleiro de xadrez, com quadra-dos escuros e claros. Pelo contrário, écriar uma grande unidade escura depreservação, permitindo o aumento daprodução nas demais áreas.”

NotíciasCanaoeste

Dr. AntonioFernando Pinheiro

Pedro, advogado,professor de Direito

Ambiental,consultor do BancoMundial e integran-

te de comissõestécnicas e conselhos

CIRCULAR Nº. 03/07DATA: 30 de abril de 2007

Aseguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entreguedurante o mês de ABRIL de 2007. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL é de R$ 0,3217.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir:

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nasinformações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:

Média do mês de abril = 0,3217

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"O Álcool é nosso"

O presidente da Canaoeste,Manoel Ortolan, foi um dos

expositores do debate "O álcool é nos-so", realizado no último dia 18, em Ri-beirão Preto, e promovido pelo jornal ACidade, EPTV e pela FEA-RP (Faculda-de de Economia, Administração e Con-tabilidade) da USP de Ribeirão Preto. Oevento reuniu mais de 300 pessoas.

Ortolan participou da mesa"Potencialidades do Setor Alcooleiro",ao lado do presidente da UNICA - Uniãoda Indústria de Cana-de-açúcar, Eduar-do Pereira de Carvalho, do secretárioadjunto da Secretaria Estadual de De-senvolvimento, Carlos Pacheco e dogerente de Álcool e Oxigenados daPetrobrás, Luthero Winter Moreira. Amesa foi mediada pelo professor daFEA-RP, Rudinei Toneto.

Em sua participação, o presidente daCanaoeste falou da confiança dos pro-dutores no cenário de biocombustíveis,em especial ao etanol, mas reivindicouuma melhor remuneração para os pro-dutores canavieiros. "O preço da canaestava num bom patamar em 2006, masos valores despencaram e talvez este anochegaremos ao ponto de não remuneraros custos de produção", disse Ortolan.

Manoel Ortolan também lembrouque o avanço tecnológico sinaliza apossibilidade de produção de etanol apartir do bagaço o que agrega maisvalor à cana. "Hoje a remuneração ébaseada no teor de açúcar, mas ossubprodutos como o bagaço já tem umsignificativo valor comercial", finalizou.

O presidente da Unica ressaltouque o fim da era do petróleo voltou osholofotes para o etanol brasileiro. Eleaproveitou também para alfinetar a im-prensa pelas críticas às condições detrabalho oferecidas aos trabalhadoresrurais canavieiros. "Estamos sendo ata-cados por problemas isolados no cam-

NotíciasCanaoeste

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Evento reuniu em Ribeirão Preto, autoridades e lideranças ligadas à cadeia produtiva do etanol

po. Mas acho que as pessoas se es-quecem da importância social que essaindústria movimenta, já que ela é res-ponsável por milhares de empregos di-retos e representa 3% da riqueza naci-onal." O presidente da Unica terminouseu discurso chamando a atenção daslideranças envolvidas com o setorsucroalcooleiro: "vamos viver os pró-ximos dois anos com muita dificuldadeporque nem sempre conseguimos con-ciliar a demanda com a oferta, mas te-mos que estar conscientes que o in-vestimento agora é garantia de um bomfuturo amanhã", garantiu Eduardo.

Luthero Winter Moreira falou so-bre as pesquisas da Petrobrás paraprodução de biocombustíveis e de umaudacioso projeto de exportação, queenvolve a construção do alcoolduto apartir de Goiás, até o Porto de São Se-bastião, em São Paulo. "O alcooldutovai diminuir o custo do frete e permitir

que tenhamos maior competitividade",afirmou.

Carlos Pacheco falou principalmen-te sobre os cenários para investimentosno setor de biocombustíveis. "Acreditoem cenários excelentes para esse setora curto, médio e longo prazos", afirmou.Ele falou sobre os aspectos ambientaisque envolvem o setor e pediu soluçõesa médio prazo para que elas não venhamcausar problemas num futuro que eleacredita ser muito promissor. "Temosque encontrar soluções para as ques-tões ambientais que envolvem as quei-madas, APPs e Reserva Florestal Legalpara que isso não retarde o crescimen-to", disse Carlos Pacheco.

No período da tarde, o debate foireiniciado com o vice-governador, queexpôs os objetivos da Comissão Espe-cial de Bioenergia, instalada em abril, eque terá como objetivo de orientar o

Eduardo Pereira de Carvalho (Presidente da Unica); Carlos Pacheco (Secretário Adjunto da Secreta-ria Estadual de Desenvolvimento); Rudinei Toneto (professor da FEA-RP); Luthero Winter Moreira

(Gerencia de Álcool e Oxigenados da Petrobrás) e Manoel Ortolan (Presidente da Canaoeste).

Carla Rossini // Cristiane Barão

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NotíciasCanaoeste

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crescimento do setor em São Paulo. Se-gundo ele, um dos pontos a serem estu-dados é a antecipação das datas previs-tas na legislação que definiu ocronograma para a eliminação das quei-madas. Ele citou o protocolo que o go-verno pretende elaborar com o setorprodutivo para o fim das queimadas."Você não pode fazer (fim da queima)nem com uma atitude radical demais, mastambém não pode manter o que a lei diz.Hoje a demanda (de etanol) é maior equem compra, quer saber como é pro-duzido", disse em entrevista coletiva.

O ambientalista Paulo NogueiraNeto afirmou que o mundo está entran-do numa era de mudanças climáticas eque isso para a agricultura é muito gra-ve. No entanto, ele acredita que aindaé possível evitar catástrofes. "Temosde retirar carbono da atmosfera", dis-se. Segundo ele, as lavouras de canasão positivas para o meio ambienteporque não lançam carbono novo noplaneta. "O carbono lançado nas quei-

madas é absorvido no próximo ciclo dacana", disse. Ele também assegurou queo avanço da cana não terá nenhum im-pacto sobre a Floresta Amazônica, jáque os períodos de seca, necessáriospara o corte da cana, são curtos.

Nogueira Neto também afirmou quehoje há mais área de floresta do que hádécadas. "Hoje não se faz mais agricul-tura na enxada. Há a mecanização", dis-se. Segundo ele, a cana vai ocupar áre-as onde a mecanização é possível e, as-sim, não haverá redução nas áreas ver-des. "Aqui na região de Ribeirão Preto,é comum, quando estamos na estrada,vermos matas recentes", disse.

O pesquisador da Unicamp, Isaíasde Carvalho Pacheco, ressaltou que oConsecana, que serve de parâmetropara o pagamento da cana, é o melhorprograma desenvolvido em São Paulopara o setor. Segundo ele, apesar doavanço da mecanização, o número deempregos no setor se mantém, graças

ao aumento da produção. Em 2002, porexemplo, eram 765 mil empregos dire-tos no setor. Em 2005, esse número pas-sou para 982 mil.

O debate foi encerrado com a parti-cipação do senador Aloisio Mercadante(PT-SP) e dos deputados federais daregião, Duarte Nogueira (PSDB-SP) eAntonio Palocci (PT-SP). Mercadantedefendeu a uniformização nas alíquotasde ICMS, que hoje variam de 12 a 31%,a melhoria dos marcos regulatórios e ofim das queimadas. Palocci ressaltouque o processo de expansão do etanolé a maior oportunidade na história daregião, mas que o Brasil precisa se pre-parar, regular o seu mercado. Já No-gueira apontou a necessidade de umplanejamento estratégico, com esto-ques reguladores, certificação, estabi-lidade nos contratos e investimento eminfra-estrutura. Segundo ele, é precisogarantir a permanência dos pequenose médios produtores, que hoje produ-zem 25% da matéria-prima.

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Cocred oferece novaopção de Cartão deCrédito para o cooperado

NotíciasCocred

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A Cocred oferece ao coopera-do o novo cartão de crédito

SICOOB - MASTERCARD. Um car-tão com uma série de vantagens quedão mais segurança, praticidade e aexclusividade que só os clientes daCocred têm. Além de ser aceito emtodos os estabelecimentos que pos-suem a bandeira MASTERCARD,mais de 1 milhão de lojas em todo omundo, o cartão SICOOB não temanuidade e conta uma das menorestaxas de juros do mercado.

Enquanto as outras operadorascobram taxas de juros que variam en-tre 10 e 12%, o cartão SICOOB -MASTERCARD, da Cocred, tem umataxa de apenas 5% ao mês. Assim, seo usuário precisar, ele pode parcelarou pagar o valor mínimo das faturaspor uma das menores taxas do merca-do. O cooperado também não paganada pelo cartão e ainda pode solici-tar cartões adicionais para seus de-pendentes, que também serão isentosde anuidades.

Para facilitar ainda mais a vida docliente, o cartão SICOOB é um cartãomúltiplo, ou seja, pode ser usadocomo cartão de débito ou de crédito.O cartão de débito é aquele em que ovalor é debitado automaticamente daconta-corrente do usuário, na hora dacompra. Já com o cartão de crédito, ocliente só paga a despesa no dia dovencimento da fatura, podendo ter umprazo de até 40 dias, a partir do dia dacompra, para pagar. Ele ainda tem aopção de parcelar às compras diretona loja, dependendo das normas decada estabelecimento.

Para completar, o cooperado quepossuir o cartão terá à sua disposi-ção um site exclusivo que oferece

Marcelo Massensini

Vantagens, segurança e praticidade com o cartão SICOOB

consulta de limites, registro decompras realizadas e transa-ções de débito, emis-são de segunda via defaturas, entre váriosoutros serviços. Ocartão ainda pode serutilizado para saquesem toda a redeconveniada Banco 24horas.

Uma outra conve-niência de se ter umcartão de crédito, alémde permitir ao usuário adiar o paga-mento de suas compras, é que ele di-minui a necessidade de andar com di-nheiro na carteira. Uma segurança amais para quem vive constantementesob o perigo de assaltos, uma realida-de que a cada dia está mais perto detodo brasileiro, não só os que vivemem grandes centros, mas também osque moram em lugares que até poucotempo atrás eram considerados segu-ros.

Depois de relutar por muito tem-po, há dois anos, o agricultor MarcoAurélio de Castro Novaes resolveu fa-zer um cartão de créditoda Cocred e abandonarde vez o talão de che-ques. Segundo ele, foium negócio vantajoso."Fiz várias viagensusando só o cartão. Émais fácil e seguro, nãopreciso levar dinheiro enão corro risco de terconstrangimentos comcheques", explica o agri-cultor que também se dizsatisfeito com o atendi-mento diferenciado querecebeu pela operadora

do cartão. "Uma vez fiz uma com-pra alta e me ligaram do banco per-guntando se fui eu mesmo que com-prei, para ter certeza que não era nin-guém usando o meu cartão. Gosteimuito dessa atitude", termina.

Pesquisas revelam que a troca fei-ta por Novaes é uma tendência mun-dial. Existem hoje aproximadamente380 milhões de cartões em todo omundo e esse número não pára decrescer. A Credicard divulgou umapesquisa que mostra o cartão de cré-dito como o segundo meio mais usa-do pelo brasileiro para pagar contas.O dinheiro ainda ocupa o primeiro lu-

Cocred oferece novaopção de Cartão deCrédito para o cooperado

Marco Aurélio deCastro Novaes

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NotíciasCocred

gar, sendo usado em 39% das transações, seguido de per-to pelo cartão de crédito, com 29%, deixando para trás ocheque, com 18%. "É bem melhor. Concentro todos osmeus gastos só no cartão, facilita muito. É uma comodida-de que eu nunca tive com o cheque", conta o agricultor. Apesquisa também revela que nos estados da região Cen-tro-Oeste, o cartão de crédito é mais utilizado que o di-nheiro, representando 32% e 29% respectivamente.

Por outro lado, há quem não troque o velho talão pornada. O comerciante e produtor rural, Antenor Pintonusa cheques há mais de dez anos e diz que não pretendeaderir à mudança. "Não é por medo, é por hábito. Eununca usei, então não gosto de usar. Quando precisouso cheque ou dinheiro mesmo", explica. Mas Antenorreconhece o perigo de andar com dinheiro no bolso."Quando tenho que viajar eu levo só dinheiro mesmo.Apesar de nunca ter sido assaltado, eu sei que é perigo-so", conclui Pinton.

PARA QUEM AINDA TEM DÚVIDASSOBRE O ASSUNTO, AÍ VAI UM MINI-

DICIONÁRIO SOBRE CARTÕES:

FATURAÉ o demonstrativo das transações ocorridas no

período. Informa o valor a ser pago, limite de cré-dito, o vencimento, etc. Pode ser paga na rede ban-cária, mesmo após o vencimento (os encargos vêmcobrados no mês seguinte).

LIMITE DE CRÉDITOO portador tem um limite de crédito, que deter-

mina o valor máximo que ele pode comprar no car-tão. O limite é atribuído com base na renda com-provada pelo cliente no momento da contratação docartão, mas pode ser revisto e atualizado a qualquermomento.

CARTÃO ADICIONALÉ o cartão vinculado a uma conta de um titular,

responsável por um cartão principal. O crédito apro-vado é do titular, enquanto o adicional é apenas umusuário do cartão. A responsabilidade contratual ejurídica pela utilização do cartão é sempre do titu-lar.

AFILIADA/CREDENCIADAÉ o termo que identifica a empresa, ou estabele-

cimento, que aceita determinado cartão de crédito.

ANUIDADE (O CARTÃO SICOOB -MASTERCARD NÃO COBRA ANUIDADE)

É o valor cobrado anualmente do portador docartão pela administradora para a manutenção dosserviços.

Para saber mais, procure a sua agência Cocred epeça o seu Cartão SICOOB – MASTERCARD.

Antenor Pinton

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BalanceteCooperativa de Crédito dos Plantadores de Canade SertãozinhoBALANCETE MENSAL MARÇO/2007 valores em Reais

NotíciasCocred

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O avanço do pla

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Reportagem de Capa

O avanço do pla

A expansão da cana para no-vas fronteiras e a falta de

mão-de-obra deram impulso à mecani-zação do plantio. Utilizado há pelomenos dez anos por algumas usinas, oplantio mecanizado veio para ficar, naopinião de Luís Antonio FerreiraBellini, coordenador do Grupo deMotomecanização, que reúne gerentesde mecanização agrícola das principaisunidades sucroalcooleiras do país.

“Costumo dizer que o plantio me-

canizado é a coqueluche do momen-to. É um processo sem volta, a nãoser que ocorram mudanças na legis-lação trabalhista, ambiental e na ofer-ta de mão-de-obra, o que é poucoprovável”, afirma. Segundo ele, oavanço da mecanização do plantioserá mais rápido do que ocorreu nacolheita.

O Grupo São Martinho, por exem-plo, que irá atingir 80% de colheitamecanizada nesta safra, começou a ex-perimentar o plantio mecanizado ain-da na primeira metade da década de90. A partir de 1997, essa prática ga-nhou um novo impulso e passou acrescer a cada safra. Hoje, opercentual chega a 40% e a meta échegar a 100% nas áreas passíveis demecanização, ou seja, perto de 85%da área total de plantio do grupo.

De acordo com o grupo, o plantiomecanizado tem duas vantagens sig-nificativas em relação ao plantio ma-nual: a principal delas é o custo infe-rior e a segunda, é que permite asoperações de plantio em áreas comdeficiência ou ausência de mão-de-obra.

De acordo com o coordenador doGrupo de Motomecanização, numacomparação entre os dois processosde plantio, o mecanizado apresentarendimento maior, além de demandarapenas em torno de 30% da mão-de-obra necessária no sistema conven-cional. No entanto, ele diz que o de-

Cristiane Barão

safio é reduzir o índice de perda, hojeentre 10% e 15%, e que ainda encare-ce o processo.

“O plantio mecanizado passa ase tornar inviável (economicamente)no momento em que se considera amaior necessidade de aplicação demudas de cana nos sulcos para com-pensar as perdas provocadas ao lon-go da colheita, enchimento dos trans-bordos, basculamento nasplantadoras e aplicação no sulco”,afirma. As colhedoras, segundo ele,

ainda são responsáveis por mais de70% das perdas.

O professor da Esalq, Tomaz Cae-tano Ripoli, um dos autores do livroPlantio de cana-de-açúcar: Estadoda Arte também acredita que a subs-tituição do plantio manual pelo meca-nizado se dará de forma acelerada eaponta outros fatores, além da faltade mão-de-obra e da rápida expansãodo setor: busca pelo aumento do de-sempenho operacional do plantio epela competitividade, já que o custo

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Reportagem de Capa

por hectare no plantio mecanizado émenor do que no semi-mecanizado.

Segundo o professor, para a análi-se das perdas deve haver uma distin-ção entre perdas de colheita e aumen-to de falhas de plantio. “São situaçõesdistintas. As máquinas existentes nomercado, se ainda não são as ideaissobre o ponto de vista de ‘índice deperdas’, em verdade estão dando me-lhor contribuição do que os seus pró-prios usuários que, a meu juízo, são osmaiores responsáveis por tais ‘índices

de perdas’”, disse.

Ripoli destaca que acolhedora é apenas parte deum conjunto de variáveisque leva a maior ou menorperda de matéria-prima du-rante a colheita. “Falta desistematização do terreno,inadequada formatação detalhões, espaçamento deplantio não compatível coma bitola das colhedoras,plantio tecnicamente nãoatendendo o mínimo exigidopelas máquinas no que dizrespeito à profundidade deplantio, a falta de parale-lismo entre fileiras; operado-res despreparados ou maltreinados entre outros as-pectos são os maiores res-ponsáveis pelo atual índicede perdas encontradas nacolheita mecani-zada”, aler-ta.

Segundo Ripoli, é um erroaumentar em demasia a tone-lagem de mudas por hectarea fim de minimizar a questãodas perdas. “Partir de 10-12t/ha aplicados no sistemasemi-mecanizado para 18-20t/ha quando se adota o me-canizado a fim de tentar sa-nar a deficiências das

Fonte: Santal

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Plantio Mecanizado: “coqueluche do momento”

máquinas é pura maluquice!”, disse.

O livro, que teve a primeira ediçãoesgotada e logo ganhará uma segun-da, traz os resultados de um ensaio pa-dronizado e comparativo entre cincodiferentes plantadoras. “Os fabrican-tes têm demonstrado profundo interes-se em efetuar as modificações e evolu-ções tecnológicas necessárias paratorná-las mais eficientes”, apontaRipoli. De acordo com ele, as máqui-nas têm mais virtudes do que proble-mas.

BUSCA DE SOLUÇÕES

Para reduzir os índices de danosàs gemas durante o processo de co-lheita, a Santal, que lançou suaplantadora de cana picada em 2004,desenvolveu um kit de Colheita deMudas. “Com o Kit, a colhedora estáapta para o corte de mudas com exce-lente aproveitamento de gemas paraplantio, com menor impacto nas ge-mas e colmos da planta”, explica opresidente da Santal, Arnaldo AdamsRibeiro Pinto.

Segundo a Santal, para o plantiode 20 hectares/dia, o sistema conven-cional requer 161 trabalhadores, en-quanto que o mecanizado, 36. Alémda questão da mão-de-obra, há tam-bém a frente de equipamentos neces-sários, conforme o quadro a seguir.

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Reportagem de Capa

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Reportagem de Capa

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Destaque

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Balanço Agrishow 2007Balanço Agrishow 2007Marcelo Massensini

Entre os dias 30 de abril e 05 demaio, Ribeirão Preto recebeu

a 14ª edição da Agrishow - RibeirãoPreto. Considerada a maior feira deagronegócios da América Latina e umadas maiores do mundo, a Agrishow2007 superou as expectativas dosorganizadores e bateu recordes devendas e de público, atraindo mais de140 mil visitantes com faturamento deR$ 710 milhões.

Para o presidente do sistemaAgrishow, Sérgio Magalhães, a feira éconsiderada o início do período derecuperação do agronegócio brasilei-ro. "O campo ainda enfrenta gravesproblemas, especialmente a questão dadívida rural, mas é vigoroso e dinâmi-co. É só ter melhores condições que oânimo dos agricultores se fortalece",explica. Segundo ele, esse ânimo já sefez presente no evento deste ano, masainda pode e deve aumentar. "Crescermais de 40% de um ano para o outromostra extrema vitalidade doagribusiness brasileiro. Por outro lado,o resultado da Agrishow Ribeirão Pre-to poderia ter sido melhor, conside-rando os preços positivos dos grãos,como soja e milho, além das culturasperenes - laranja e café", completa.

De acordo com o balanço oficial dafeira, as negociações com empresas doexterior contabilizaram US$ 4,2 milhões."São negócios que começam naAgrishow e vão se repetir nos próxi-

Recordes de vendas e de público, encontros políticos e discussões sobre o futuro da agricultura

mos anos", afirma Maga-lhães. Segundo ele, essenúmero representa a re-cuperação da atividadeagrícola e pressupõeperspectivas positivaspara as próximas ediçõesda Agrishow. "Estamosvendo o retorno do oti-mismo na atividade, queno ano passado foimarcada por baixos in-vestimentos, por partedo agricultor", termina.

O otimismo dosorganizadores também écompartilhado pelos expositores. Se-gundo o Diretor da DMB - Máquinase Implementos Agrícolas, AlbertoBorges, a Agrishow se tornou um pon-to de encontro para todas as empre-sas do setor agrícola e a melhor horapara fazer negócios. "Em uma semanade Agrishow nós costumamos vendero equivalente a um mês e meio de ven-das normais", explica e completa.

"Muitos esperam a Agrishow para fa-zerem suas compras".

A Agrishow é uma realização daAbimaq (Associação Brasileira da In-dústria de Máquinas e Equipamentos),Abag (Associação Brasileira deAgribusiness), Anda (AssociaçãoNacional para Difusão de Adubos) eSRB (Sociedade Rural Brasileira).

O Futuro dos Biocombustíveis

Miguel Dabdoub

Na quarta-feira, dia 02 de maio, ocoordenador do projeto Biodiesel Bra-sil da USP Ribeirão Preto, apresentou,no stand do Banco do Brasil a pales-tra: “O mercado mundial de etanol –Tendências, perspectivas, inovações,tecnologias e instalação de usinas”.

No seminário ele discutiu a históriarecente do setor sucroalcooleiro, expli-cando os motivos do fracasso do pró-alcool vinte anos atrás e as razões dosucesso do setor nos dias de hoje. Paraele, entre outros motivos, o etanol sóganhou a proporção atual graças aoavanço da tecnologia, tanto em rela-ção às usinas, quanto no que diz res-peito à evolução dos motores movidosa álcool, os flex-fuel.

Ele mostrou, ainda, gráficos com as

estatísticas do setor, bem como as ex-pectativas de venda para os próximosanos. “Para atender a demanda interna,o país precisa construir 100 novas usi-nas”, explica o pesquisador. A palestraainda tratou sobre as tendências mun-diais, as novas maneiras de produzircombustíveis limpos e das perspectivaspara os mercados interno e externo.

Demonstração de campona Agrishow 2007

Recorde de público:140 mil visitantes

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Destaque

Canaoeste na AgrishowTambém no dia 02 de maio, o enge-

nheiro agrônomo da Canaoeste, Mar-celo de Felício, participou de um painelsobre o tema: Plantio direto e rotaçãode culturas na reforma de cana crua –10 anos de prática (Tema apresentadopelo agrônomo, em um artigo na 9ª edi-ção da Revista Canavieiros). Tambémparticiparam da discussão, DenizartBolonhazei da APTA Ribeirão Preto e oGerente Agrícola da CFM Cana, EmílioBettoni.

No debate, o agrônomo daCanaoeste expôs suas experiênciassobre o plantio da soja direto napalhada, após a colheita da cana. De

acordo com Felício “a palha, resíduoda cultura anterior, que antes deveriaser retirada rapidamente para o prepa-ro do solo, hoje está com as honras dacasa e recebendo homenagens”.

Ainda segundo o agrônomo, os be-nefícios desse tipo de plantio são mui-tos e vão desde a redução no risco deerosão até a diminuição de plantas da-ninhas. Dois fatores que contribuemmuito para a produtividade da lavoura.“Essa técnica é uma fórmula eficientepara conseguir altas produtividades,conciliando os interesses econômicoscom o trabalho da natureza”, finaliza.

Encontros políticos marcaram a feira

Marcelo de Felício

Todos os anos, a Agrishow reú-ne vários políticos ligados ao setorsucroalcooleiro. E em 2007 não po-deria ter sido diferente. No dia 02maio, o secretário da Agricultura eAbastecimento do Estado de SãoPaulo, João Sampaio, se reuniu comsecretários de agricultura de outros11 estados para discutir o futuro doagronegócio no país. Estavam pre-sentes os secretários de Alagoas,Amapá, Ceará, Goiás, Espírito San-to, Mato Grosso, Minas Gerais, Riode Janeiro, Rondônia, Sergipe eTocantis.

O encontro deu continuidadeaos trabalhos iniciados no mês de mar-ço, na reunião que aconteceu em BeloHorizonte – MG. Após o encontro, ossecretários visitaram o Museu da Cana,onde conheceram o histórico da cana-

de-açucar no país, e puderam ver vari-edades de cana desenvolvidas por pes-quisas do IAC.

Já na quinta-feira dia 03 de maio, afeira recebeu a

visita do mi-nistro da

Agricultura e Abastecimento,Reinhold Stephanes. Na coletiva deimprensa, o ministro prometeu um Pla-no de Aceleração do Crescimento(PAC) específico para o setor agríco-la. “Vai sair uma espécie de PAC comquestões estruturantes para a agricul-tura. Só não posso afirmar se nós va-mos apresentá-lo em conjunto com oPlano de Safra, em junho, ou se va-mos demorar um pouco mais”, disse.

Stephanes comentou ainda so-bre o relatório do Painel Intergover-namental de Mudanças Climáticas(IPCC), da Organização das NaçõesUnidas (ONU), que apontou o

etanol como a melhor opção entre oscombustíveis renováveis. “A conseqü-ência do relatório a ONU é boa, masJapão e União Européia ainda não de-cidiram se vão usar o etanol. Na horaque a decisão for tomada por esses pa-íses, as coisas vão efetivamente andar”,completou o ministro.

Reinold Stephanes(Ministro daAgricultura)

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Simplicidade e naturalidadeé atração no turismo rural

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Antes da Porteira

Acordar com o cantar dos pas-sarinhos, tirar leite das va-

cas, entrar no galinheiro e dar de co-mer às galinhas, subir em árvores,praticar atividades esportivas...ouainda conhecer o processo produti-vo de uma fazenda: essas são apenasalgumas das atrações que o turismorural proporciona.

Há 20 anos, o turismo rural surgiuno Brasil como uma atividade comple-mentar aos moradores do campo. Atu-almente, cerca de cinco mil fazendasem 16 estados brasileiros já abriramsuas porteiras para hospedar ou sim-plesmente receber visitantes da cida-de. Na região de Ribeirão Preto, a ativi-

Carla Rossini

Cooperados produzem cana-de-açúcar e agregam valor as suas propriedades através do turismo rural

dade vem crescendoconsideravelmente.Na ATURP – Associ-ação de Turismo Ru-ral de Ribeirão Pretoe Região são cadas-tradas 15 proprieda-des. Uma delas é oVista Alegre FazendaHotel, localizado noVale do Rio da Onça,na bacia do Rio MogiGuaçu, próximo aSertãozinho. O Hotelsurgiu como conse-qüência da crise vivi-da pelo álcool e pela cana-de-açúcarno final da década de 90. A crise incen-tivou a proprietária da fazenda, EvaMaria Guidi Pinotti a investir numa fon-te de renda alternativa.

Professora de Educação Física,Eva conta que sempre quis abordarmatemática, português, geografia ebiologia nas aulas de educação físi-ca. Foi assim que surgiu a idéia detrabalhar com escolas, levando as cri-anças para a fazenda. “A propostainicial era essa. Os alunos viam na prá-tica aquilo que aprendiam na sala de

aula. A fazenda possui 18 alqueiresde reserva florestal e biológica o quepossibilita fazermos um trabalho beminteressante”, disse Eva.

A professora de geografia LuziaGomides da Silva Ferreira, levou umgrupo de alunos de 3ª e 4ª séries doensino fundamental para visitação àfazenda e ficou muito satisfeita com oresultado do trabalho. “Achei fantás-tico a maneira como a monitora abor-dou biologia e geografia na mata. Osalunos se interessaram e isso é muitoimportante, é um complemento do tra-balho que realizamos nas escolas”,afirmou.

O trabalho com as crianças incen-tivou a visitação dos pais e a movi-mentação na fazenda começou a ga-nhar importância lucrativa. “Hoje re-cebemos grupos religiosos, empresa-riais, fazemos eventos como aniver-sários e até casamentos”, orgulha-seEva.

A ESTRUTURA PARA OTURISMO RURAL

A fazenda da família Guidi possui132 alqueires que são diversificados

Maria Tereza, Samuel e Eva: proprietários do Vista Alegre Fazenda Hotel

Atividades recreativas atraem ascrianças e os pais

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Antes da Porteira

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entre várias atividades. A renda prin-cipal vem da cana que ocupa 50alqueires. Eles também conservam asreservas florestal e biológica, possu-em áreas de pastagem e três alqueiressão reservados para o turismo rural.Eva conta que para agradar o turistafez poucas modificações na estruturada fazenda, procurou conservar as an-tiguidades e aproveitar a beleza natu-ral do local. Além das atividades derecreação como gincanas, cavalgadas,piscina, lago, tirolesa, arvorismo, tri-lhas e escalada, os visitantes tambémconhecem o dia-a-dia do homem docampo. “Eles querem ver como se tirao leite da vaca, ajudam na horta, en-tram no galinheiro e pedem aos fun-cionários que contem histórias vivi-das no local”, afirma Eva.

As casas da antiga colônia foramadaptadas e viraram alojamentos. Acaixa d’água de 12 metros virou uma

parede de escala-da e dela sai umatirolesa de cemmetros de compri-mento. A mão-de-obra é quase que totalmente femininae praticada pelas moradoras da fazen-da. “Convidei o pessoal que moraaqui para trabalhar no hotel e vemdando muito certo. Os homens traba-lham na roça e as esposas trabalhamno hotel, cuidam da alimentação e dahorta”, explica.

Na hora do almoço comidas típi-cas resgatam os costumes rurais.“Polenta com frango caipira, todomundo gosta. Penso que cada um denós tem um pezinho na roça e procu-ro resgatar isso nos visitantes”, com-pleta Eva.

Quando questionada se a ativida-de é rentável, Eva responde sem dú-

vidas: “é rentávelsim e vem cres-cendo a cadaano”. Ela compa-ra a rentabilidadeda cana e do tu-rismo e afirma quea segunda opçãorende mais, porémo trabalho é do-brado. “Isso aquié para quem gos-ta e não tem pre-guiça de traba-lhar. Temos difi-culdade para en-contrar mão-de-obra especializa-

da porque é um trabalho desgastantee novo ainda, mas apaixonante e com-pensatório”, disse.

Eva que é presidente da ATURP,acredita no setor e na atividade na re-gião. “A procura pelo turismo rural nanossa região cresce muito. Todos osdias recebo ligações de pessoas quequerem visitar a fazenda. É o resulta-do de muita dedicação e amor ao nos-so negócio”, finaliza Eva.

Mega tirolesa

Arvorismo

As crianças se surpreendem com o aprendizado na mata

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CHUVAS DE ABRILe Prognósticos Climáticos

Informações setoriais

No quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTEdurante o mês de abril de 2007.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 16 a 18 de abril de 2007

Com exceção de Barretos, Franca e Usina da Pedra, em todos os outros locais e média das observações de chuvas queocorreram em abril “ficaram” aquém das respectivas normais históricas.

O mapa (1) acima mostra que, emmeados de abril deste ano e em quase

toda área canavieira do Estado de SãoPaulo (exceção do extremo Nordeste e

estreita faixa Leste do Estado), o índicede Água Disponível no Solo encontrava-

se próximo do nível crítico.

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Informações setoriais

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de abril de 2006.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de abril de 2007.

Os mapas 1 e 3 mostram que não houve variação do Índice de Água Disponível no Solo entre meados e final de abrilde 2007. Comparando-se os mapas 2 (final de abril de 2006) e 3 (final de abril de 2007), observa-se que, ao final destemês, o nível de Água Disponível no Solo em toda região canavieira do Estado de São Paulo, encontrava-se igualmenterestritivo que no mês de abril do ano passado, apenas com mudanças nas regiões com melhor disponibilidade hídrica,localizados próximos a Ourinhos (em abril de 2006) e extremo Nordeste e faixa Leste do Estado (em abril de 2007).

Como subsídios aos planejamen-tos de atividades futuras, aCANAOESTE resume o prognósti-co climático de consenso entreINMET-Instituto Nacional deMeteorologia e INPE-Instituto Na-cional de Pesquisas Espaciais paraos meses de maio a julho.

- Para todo os Estados da Re-gião Centro Sul, estes prognósticosapontam que:

- A temperatura deverá “ficar”próxima a acima das normais climá-ticas:

- As chuvas previstas para osmeses de maio a julho poderão sesituar entre próximas a abaixo dasrespectivas médias históricas.Exemplificando, pelas médias histó-ricas pelo Centro Apta - IAC - Ri-beirão Preto, são de 55mm em maio,30mm em junho e 20mm em julho.

- Entretanto, pela SOMARMeteorologia, com a qual aCANAOESTE mantém convênio, assomas das chuvas em junho e julhopoderão ser cerca de 10 a 20mm aci-ma das médias históricas da Gran-de Região Ribeirão Preto.

Com a moagem no início, aCANAOESTE recomenda cuidadosem colheita e no tráfego de máqui-nas e caminhões. Como o solo já seencontra seco, a CANAOESTE lem-bra que cultivos mecânicos enérgi-cos ou profundos são desnecessá-rios, desde que não tenha havidopisoteios em entre-linhas.

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Corte de árvores isoladasMais uma vez é autorizado pela Secretaria Estadualdo Meio Ambiente, mas com novas regras

Revista Canavieiros - Maio de 2007

Foi publicada no dia 13.04.2007,no Diário Oficial do Estado, Se-

ção I, a Resolução nº 18, de 11.4.2007,que disciplina sobre os procedimen-tos para obtenção da autorização desupressão de exemplares arbóreos na-tivos isolados, situados nas proprie-dades rurais paulistas, bem como nazona urbana.

Este é um atendimento por parteda Secretaria do Meio Ambiente a umasolicitação dos proprietários ruraisque ficaram impossibilitados de supri-mirem árvores isoladas de sua proprie-dade, impedindo, inclusive, a mecani-zação de tais áreas, ante a falta de nor-ma que autorizasse tal prática, desde arevogação da Portaria DEPRN nº 44/95, em 19 de agosto de 2006, pela Por-taria DEPRN nº 30, de 18.08.2006.

A nova resolução estipula a forma eo procedimento a ser adotado para aobtenção da "autorização de supressãode exemplares arbóreos nativos isola-dos, vivos ou mortos, situados fora deÁreas de Preservação Permanente e Re-serva Legal, assim definidas pelos arti-gos 2º e 16 do Código Florestal ou forade Parques, Reservas e Estações Eco-lógicas assim definidas por ato do Po-der Público, quando indispensável parao desenvolvimento de atividades, obrasou empreendimentos, será emitida peloDepartamento Estadual de Proteção dosRecursos Naturais -DEPRN, por inter-médio de suas Equipes Técnicas, apósa realização de análise técnica e medi-ante assinatura de Termo de Compro-misso de Recuperação Ambiental quecontemple plantio compensatório".

De acordo com a referida resolução,são "exemplares arbóreos nativos isola-dos: aqueles situados fora de fisionomiasvegetais nativas, sejam florestais ousavânicas, cujas copas ou partes aéreasnão estejam em contato entre si, desta-cando-se da paisagem como indivíduosisolados" (art. 2º, inciso I).

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

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Legislação

Para obtenção da autorização, de-verá o interessado observar um proce-dimento de licenciamento instruído con-forme Portaria DEPRN nº 51/2005, como levantamento detalhado de todas asárvores isoladas existentes na proprie-dade e, ainda, com as seguintes infor-mações: identificação da espécie con-templando o nome científico e popular;Se se trata de espécie arbórea ameaçadade extinção ou objeto de especial pro-teção; Altura do fuste (tronco); Diâme-tro na altura do peito - DAP; Quantida-de; Volume; Fotos das árvores solicita-das para corte, aerofotos ou imagensde satélite com indicação das árvorespropostas para supressão; Indicaçãodas coordenadas geográficas de cadaárvore, determinadas por aparelho GPS.;Planta com a localização dos exempla-res arbóreos; e, Projeto de plantio comindicação na planta das áreas que se-rão recompostas e coordenadas geo-gráficas. A Resolução nº. 18/2007, esti-pula, em seu corpo, o "prazo máximo de90 dias para apreciação final da solicita-ção, a partir do recebimento do pedido,prazo esse que poderá ser prorrogávelsomente pela Coordenadoria da CPRN,após decisão motivada da Diretoria Geraldo DEPRN".

Disciplina, também, que para cadaárvore isolada deverá ser efetuada areposição de acordo com o númerode exemplares cujo corte for autoriza-do, na proporção de: 25 mudas porexemplar a ser suprimido, quando ototal de árvores for inferior ou igual a500; 30 mudas por exemplar a ser su-primido, quando o total de árvores forsuperior a 500 e inferior ou igual a1000; e, 40 mudas porexemplar a ser suprimido,quando o total de árvoresfor superior a 1000, deter-minando, ainda, que a re-posição deverá ser reali-zada nas "Áreas de Pre-servação Permanente dapropriedade, priori-zando-

se o plantio ao re-dor de nascentese nas margens doscursos d´água ou,se arborizadasaquelas, em ou-tras áreas a seremindicadas peloDEPRN".

A resolução,porém, cria umlimitador paraemissão das auto-rizações, ao deter-minar em seu arti-go 4º que: "A autorização para supres-são de exemplares arbóreos nativos iso-lados em áreas rurais será concedidapara o máximo de 15 exemplares por hec-tare, considerada a área média do imó-vel a ser ocupado por atividade, obraou empreendimento, calculada pela asoma dos pedidos de supressão reali-zados no período de três anos, apenasexcedendo este limite em caso de se efe-tuar a "compensação na proporção de50:1 (cinqüenta por um), quando a su-pressão for comprovadamente essen-cial para o desenvolvimento da ativida-de agropecuária, desde que aprovadoo projeto de plantio pelo DEPRN".

Estas são, em suma, as exigênciasatuais para obtenção da autorizaçãopara corte de árvores isoladas, motivopelo qual, para obter mais informaçõesa respeito, o Departamento Jurídico daCANAOESTE encontra-se à inteiradisposição dos seus associados, in-clusive na prestação gratuita destesserviços.

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Culturas de Rotação

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Girassóis que apontampara o lucroGirassóis que apontampara o lucroMarcelo Massensini

Para muitos, o girassol é ape-nas uma bela flor, ideal para

complementar a decoração da casa.Mas, para quem é do ramo agrícola, aplanta é muito mais do que isso: éuma maneira, muito rentável, de com-plementar a renda. As possibilidadessão muitas, do uso do óleo e da se-mente para alimentação humana eanimal até a produção de biodiesel.

Uma aplicação muito indicadapara o girassol é o uso como culturade rotação para a cana-de-açucar,neste caso a variedade recomenda-da é a IAC-Iarama. Pesquisada des-de 1990, esta variedade tem portebaixo e ciclo curto, possui sementeescura com cerca de 42% de óleo erendimento médio de grãos de 2.000kg/ha, rentabilidade maior do que amaioria das outras plantas do tipo.

A utilização do IAC-Iarama é ex-clusiva para a produção de óleo.Apesar da quantidade média de óleoem outras variedades de girassol serpraticamente a mesma, segundo opesquisador Amadeu Regitano Neto,essa variedade se destaca por pro-duzir a mesma quan-tia, em um espaço detempo mais curto."A produção doIAC-Iarama demorade 85 a 95 dias, en-tre a plantação e acolheita", explica.

Esse curto perío-do viabiliza a colhei-ta sem atrapalhar apreparação do solopara o plantio dacana, transforman-do-se num comple-mento à renda dapropriedade. Ganhoque o agricultor nãoteria com outras cul-

turas usadas para a re-novação de canaviais."O produtor colhe acana e ainda tem avantagem de ganhardinheiro com o óleode girassol. Mais atédo que ganharia coma soja", esclareceRegitano. "Por teremciclos mais longos,estas culturas podemapresentar problemas,já que precisam serplantadas em outubropara liberar o solo nofinal de fevereiro", completa.

Um outro ponto a se destacar sãoos benefícios gerados na proprieda-de, que vão desde controle de ervasdaninhas e reciclagem dos nutrien-tes, até um enriquecimento significa-tivo no solo. Melhorias que, conse-qüentemente, aumentam a produçãoda cultura seguinte. Isso porque asraízes do girassol soltam substânci-as que são tóxicas para as ervas da-ninhas, mas que não prejudicam ou-tras culturas, como a cana. Mas, se-

gundo o pesquisador, é preciso tercuidado com o herbicida usado nacultura anterior ao girassol, pois otempo pode não ser suficiente paracausar a degradação, permanecendoresíduos tóxicos. Além disso, de acor-do com Amadeu Regitano, o produ-tor deve "controlar o pH do solo,porque o girassol não é tolerante asolos ácidos".

O girassol é uma das quatro mai-ores culturas oleaginosas comestí-veis do mundo e os produtos deriva-

dos desta plantasão muitos: biodie-sel, óleo para con-sumo humano e me-dicinal, mel, silageme forragem para ali-mentação animal,grãos para pássa-ros, tortas paracompor rações emgeral e adubo ver-de. Mas, entre es-sas opções, obiodiesel de giras-sol é a mais viável,pois atende às nor-mas européias dequalidade, o queabre caminho paraas exportações.

Amadeu RegitanoPesquisador Científico - IAC

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Informações Técnicas

Práticas corretivas(Calagem, Gessagem e Fosfatagem)

Antonio Leandro PagottoAgrônomo Canaoeste - Viradouro

O planejamento das atividadesde implantação e manutenção

do canavial é de fundamental impor-tância para se obter altas produtivida-des e retorno econômico. Através deuma análise criteriosa dos fatores deprodução e aplicação destes como: va-riedades, insumos, máquinas eimplementos, tipos e preparo do solo,época de plantio e colheita (cana cruae queimada) e controle de pragas sãotecnologias aplicadas ao ambiente deprodução procurando atingir o máximopotencial de produção.

Considerando a correção física, quí-mica (nutrição e adubação) e biológicado solo dentro deste contexto, pode sedizer que a cultura terá um incrementode produtividade proporcional ao ajus-te de todos esses fatores. A implanta-ção da cultura inicia-se fazendo umaanalise química do solo, para correção eadubação, baseada em análise de solo eda compactação, para se definir quaisoperações mecânicas a serem adotadasno preparo da área a ser explorada.

ÉPOCAS E LOCAIS PARA SERETIRAR AMOSTRAS DE SOLO

Em cana planta, deve-se coletar asamostras de solo três meses antes doplantio ou da reforma e em cana-soqua(soqueira) deve-se coletar as amostraslogo após a colheita, a um palmo dasoqueira (20 a 25cm).

As amostras devem ser compostaspor cerca de 15 sub-amostras e retira-das de 0 a 20 e 20 a 40cm ou de 0 a 25 a25 a 50cm de profundidade, realizadaspor pessoas habilitadas e treinadas,pois, amostragens mal conduzidas re-fletirão em todo o resultado.Método de amostragem:

COLETA DE AMOSTRA A 20 CMDA SOQUEIRA

Em função do resultado da análisee do potencial produtivo serão adotadasas práticas de correção e adubação commacro e micro nutrientes.

MANEJO FÍSICO

Faz-se necessário umaavaliação da compactação doterreno, verificando a existên-cia de camadas adensadas,que, se presentes, prejudica-rão o desenvolvimento do sis-tema radicular. O uso de gra-des para destruição desoqueiras e aração comaivécas, tem se mostrado maiseficiente, promovendo uma in-versão do solo e eliminaçãoda camada compactada. Nassoqueiras, a correção deve serfeita com incorporação nocultivo e adubação.

MANEJO QUÍMICO

De acordo com o resultado da aná-lise da área, determina-se a quantidadee tipo de corretivos a serem usados.

BENEFÍCIOS:

- Fornece cálcio e magnésio- Aumenta a eficiência da adubação.- Aumenta o desenvolvimento do

sistema radicular.- Diminui a necessidade de nitrogê-

nio na cana planta.- Maior resistência a seca e maior

absorção de água e nutrientes.- Maior longevidade das soqueiras.

CALAGEM

Correção do cálcio e magnésio nacamada superficial do solo, aumentan-do o Ph e diminuindo o Alumínio.

Área com aplicação de Calcário

Calcário e Gesso no depósitoda Uname - Sertãozinho

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Informações Técnicas

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O gesso é reco-mendado de acor-do com o resultadoda análise de solorealizada na pro-fundidade de 20 a40cm, como condi-cionador de sub-superfície do solo,melhorando a dis-tribuição e o de-senvolvimento dasraízes no subsolo(como mostra a ta-bela ao lado), diminuindo a saturaçãopor alumínio e aumentando os teoresde cálcio e enxofre. Para fornecimentode enxofre usa-se 1000 kg de gesso/hectare.

BENEFÍCIOS DO GESSOFornecimento de cálcio em profun-

didade diminuindo o alumínio.Maior formação de raízes profundas.Fornecimento de enxofre.

GESSAGEM

FOSFATAGEM

É uma prática corretiva com oobjetivo de elevar o teor de fósforo,potencializando a adubação fosfa-tada de plantio para promover a mai-or exploração do solo pelo sistema

radicular e devido à relação nitro-gênio-fósforo, a prática da fosfa-tagem proporciona maior desempe-nho da adubação nitrogenada emsoqueiras. Deve ser adotada quan-do o fósforo da análise for menorque 10mg/dm³.

DOSAGENS100 a 150 kg/ P2O5/hectare.

BENEFÍCIOS DA FOSFATAGEMMaiores volumes de fósforo em

contato com o solo.Maior área de solo explorada pelas

raízes.Melhor absorção de água e nutri-

entes.Melhor convívio com pragas do

solo.

CONCLUSÃO:

Como parte dos produtores nãousam todas as práticas corretivas eestão com produção baixa na canaplanta e soqueira, um dos fatores quepodem melhorar o resultado é a cor-reção de fósforo (P), cálcio (Ca),magnésio (Mg) e enxofre (S), simul-taneamente.

Os associados podem procurar oDepartamento Técnico da Canaoestepara esclarecerem dúvidas.

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Pragas e Doenças

Pragas da cana-de-açúcarGustavo de Almeida Nogueira - Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste

As pragas que ocorrem nas áre-as cultivadas com cana-de-

açúcar, apresentam importância em fun-ção dos danos que podem causar aoscolmos, perfilhos, folhas e sistemaradicular, desde a implantação do ca-navial até a reforma.

Várias pragas podem afetar a cul-tura da cana-de-açúcar, algumas demaior importância atualmente, consi-deradas pragas chaves, outras consi-deradas como pragas importantes, poissua ocorrência está restrita a algumasregiões, mas sempre provocando pre-juízos a cultura. Outras pragas poten-ciais ou secundárias (sem importânciaeconômica), como: pães-de-galinha oucorós, lagarta-elasmo e lagartasdesfolhadoras de várias espécies, po-dem ocorrer, mas não há ainda estu-dos específicos que quantifiquem osdanos que podem provocar à cultura.Em alguma situações, caso sejam en-

contradas altas populações destaspragas, nos levam a crer que provo-cam danos a cultura.

LAGARTAS DESFOLHADORAS:Estas lagartas são encontradas em

todas as regiões produtoras de cana-de-açúcar do Brasil, provocando a destrui-ção das folhas, onde os prejuízos sãovariáveis, pois dependem da idade docanavial e da intensidade de infestação .

Existem cinco espécies de lagartasque podem causar a desfolha em cana-de-açúcar e, normalmente, não é reco-mendado o controle de nenhuma delas,pois quando o agricultor detecta ainfestação, as lagartas já se apresentamem último estádio larval, e estão prestesa se transformar em pupas ou crisálidas,quando param de se alimentar, tendo,portanto, já realizado o seu maior dano.Qualquer medida de controle nesta fase,não é recomendado, pois pode provo-

car até um desequilíbrio biológico e re-presenta um desperdício, visto que osadultos originados destas crisálidas mi-grarão para outras áreas, não infestandoos canaviais próximos. O controle reali-zado pelos parasitóides e predadores na-turais é muito elevado; e, como anterior-mente citado, o maior dano já foi realiza-do. Diante destes acontecimentos, deve-se considerar o fato da cana não sofrerperdas significativas quando submetidaa uma única desfolha, no decorrer do seuciclo, em condições normais de desen-volvimento. De qualquer maneira é pos-sível adotar o controle químico em situa-ções específicas como: altas infestaçõesem canaviais recém brotados onde é per-cebido o ataque logo no início (lagartaspequenas), viveiros de mudas de cana,variedades novas, onde é de extrema im-portância o rápido desenvolvimento domaterial; situações de seca que compro-metam ainda mais o desenvolvimento docanavial também deverão ser avaliadas.

Pragas da cana-de-açúcar

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Revista Canavieiros - Maio de 2007

Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-seJunho Junho Junho Junho Junho de de de de de 20072007200720072007

AGRONEGÓCIOS COPERCANAData: 20 a 22 de junho de 2007Local: Clube de Campo Vale do Sol - Sertãozinho - SPTemática: O Agronegócios Copercana é um evento

voltado, exclusivamente, aos cooperados do sistemaCopercana, Canaoeste e Cocred que visa facilitar seusnegócios com bons preços, prazos e juros acessíveis naaquisição de insumos e equipamentos.

Mais Informações: (16) 3946 3311 - Roberta/LetíciaSite: www.agronegocioscopercana.com

ETHANOL SUMMIT 2007Data: 04 a 05 de junho de 2007Local: World Trade Center - São Paulo - SPTemática: O São Paulo Ethanol Summit é uma iniciati-

va da ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar)que visa criar uma oportunidade de reunir pessoas querepresentam diferentes proposições como forma de en-frentar a crise de energia no nosso planeta. O eventoestá sendo organizado em torno de um tema central: "No-vas Fronteiras do Etanol - Os Desafios da Energia noSéculo 21".

Mais Informações: (11) 5087-310

1° CONGRESSO INTERNACIONAL DEAGROENERGIA E BIOCOMBUSTÍVEIS

Data: 11 a 15 de junho de 2007Local: Rio Poty Hotel – Teresina – PITemática: A programação do evento consta de pales-

tras, conferências, mesas-redondas, painéis, apresentaçõesde trabalhos científicos, rodadas de negócios e feira, sendodivulgadas as políticas existentes na área de agroenergia ebiocombustíveis e as novas tecnologias e inovações no setor.

Revista Canavieiros - Maio de 2007 3535353535

Serão apresentados no evento, projetos de pesquisa etecnologias que vem incrementando o mercado de energiasrenováveis.

Mais Informações: (86) 3223-9444

III SEMINÁRIO SOBRE ROTASTECNOLÓGICAS DA BIOTECNOLOGIA

Data: 20 a 22 de junho de 2007Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto - Ri-

beirão Preto - SPTemática: Realizado pela FIPASE - Fundação Institu-

to Pólo Avançado de Saúde de Ribeirão Preto com apoiodo CNPq, está alinhado com a Estratégia Nacional daBiotecnologia e irá proporcionar discussões e interaçõesentre diferentes atores, como empresários, empreende-dores, pesquisadores, e investidores, a fim de impulsio-nar o surgimento de novos projetos e a identificação derotas tecnológicas com potencial de sucesso no Brasil.

Mais Informações: (16) 2101-9307

CURSO DE ANÁLISE DE MERCADO FÍ-SICO E FUTURO DE MILHO

Data: 20 de junho de 2007Local: Auditório CMA - São Paulo - SPTemática: O encontro tem como objetivo reavaliar os

novos parâmetros de formação de preço e tendências nacomercialização brasileira e mundial, combinando as açõesjunto com operações de mercado futuro. Destina-se aprodutores, operadores, traders, corretores e qualquerprofissional que esteja envolvido na administração rurale na comercialização das principais commoditiesagropecuárias . O curso será ministrado por dois profis-sionais com larga experiência no setor e formadores deopinião tanto no mercado físico quando nos futuros.

Mais Informações: (51) 3224-7039

6º CONGRESSO BRASILEIRO DEAGRIBUSINESS

Data: 28 a 29 de junho de 2007Local: Hotel Transamérica - São Paulo - SPTemática: O congresso é realizado pela Associação

Brasileira de Agribusiness (ABAG), com patrocínio daAbimaq, Anfavea, Banco do Brasil e apoio do Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Abag de Ri-beirão Preto.

Mais Informações: (11) 5181-2905

Agronegócios Copercana 2006

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Revista Canavieiros - Maio de 20073636363636

Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção de maneiraEsta coluna tem a intenção de maneiraEsta coluna tem a intenção de maneiraEsta coluna tem a intenção de maneiraEsta coluna tem a intenção de maneiradidática, esclarecer algumas dúvidas adidática, esclarecer algumas dúvidas adidática, esclarecer algumas dúvidas adidática, esclarecer algumas dúvidas adidática, esclarecer algumas dúvidas arespeito do portuguêsrespeito do portuguêsrespeito do portuguêsrespeito do portuguêsrespeito do português

O controle biológico de pragas é cada vezmais estudado e utilizado no mundo e no

nosso país. Várias culturas de importância eco-nômica utilizam essa tática na regulaçãopopulacional de pragas. Pensando nessa práti-ca, foram idealizados o livro e o curso com omesmo título, realizado durante a 5ª Semana deCiências Agrárias e Veterinárias do Centro Uni-versitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto, SP.

Escrito de forma clara e objetiva, este livro re-úne o conhecimento de 57 autores renomadosde diferentes instituições, que contribuírampara a elaboração de 23 capítulos relaciona-dos à utilização de parasitóides, predadores eentomopatógenos. Os quatro primeiros capí-tulos abordam os conhecimentos básicos so-bre o controle biológico de pragas e dão umavisão geral dos programas existentes no país.Os 11 capítulos seguintes avaliam os progra-mas em prática no Brasil e o programa de con-trole do ácaro verde da mandioca na África -que pode ser utilizado em nosso país , discor-rendo sobre o modo de utilização dos agentesde controle biológico, as vantagens e desvan-tagens da táticas, os cuidados a serem toma-dos, etc. E os 8 capítulos finais abordam ou-tras práticas de controle e suas relações com ocontrole biológico de pragas, a experiência deempresas na comercialização e utilização deTrichogramma e Metarhizium anisopliae, a cri-ação de agentes de controle biológico "in vitro"e as perspectivas do controle biológico noBrasil, incluindo uma relação extensa de inimi-gos naturais de lepidóperos-praga que nãoocorrem em território nacional.

Essa obra tem por objetivo facilitar o entendi-mento e a aplicação de controle biológico depragas na prática, não deixando de abordar asinformações básicas e aplicadas de cada pro-grama desenvolvido e eu uso no país.

Os interessados em conhecer as sugestões deleitura da Revista Canavieiros podem procurara Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,nº 1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016.

BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”

Advogadae Prof.ª de Português e Inglês

Mestra—USP/RP,Especialista em Língua

Portuguesa, Consultora dePortuguês, MBA em Direito e

Gestão Educacional,Escreveu a Gramática

Português Sem Segredos(Ed. Madras)

com Miriam M. Grisolia

RENATA CARONE SBORGIA

Controle biológico de pragas - Na prática

"Os grandes navegadores devem sua reputação aostemporais e tempestades"

Epiceno

"A fé, mesmo quando é profunda, nunca é completa"Jean Paul Sartre

"Não devemos que alguém saia da nossa presença semse sentir melhor e mais feliz"

Madre Teresa de Calcutá

PARA VOCÊ PENSAR:

1) É preciso que ele “HAJA” com atenção, a fim de que não “AJA” outrodescuido.

Escrito dessa forma haverá vários descuidos, principalmente, com o nossoPortuguês...

Vamos evitá-los???Prezados amigos leitores precisamos de muita atenção para AGIRMOS e não

confundirmos a diferença entre os 2 verbos.HAJA - do verbo HAVER - (significa existir)AJA - do verbo Agir

O correto : É preciso que ele AJA (verbo agir) com atenção, a fim de que nãoHAJA (verbo Haver; significa “exista”) outro descuido.

Dica: A terminação “AJE”, no Português, é sempre com J. Ex.: ultraje, traje, laje...

2) Sabe aquela velha história: “...foi a azeitona da empada que experimentou e“pegou” o estômago...”

Pedro está com muita “ÂNCIA” ...passa mal no escritório com fortes dores nabarriga...

O Português é solidário... “passa mal” também!!!Famosa “azeitona da empada”, famoso o erro da palavra acima “ÂNCIA”.

Dica Preciosa: a terminação de palavras escritas com “ÂNCIA”, normalmen-te, é com C.

Ex.: constância, discordância, mendicância, vigilância, estância...MAS a palavra ÂNSIA (anseio, aflição, náusea..) é com S, por favor!!!

3) O “DESTINTO” cidadão foi eleito para o cargo de chefia.Está muito feliz!!!!Felicidade efêmera... “sem luminosidade”... assim não tomará posse...A dica é:DESTINTO: significa sem tinta, sem cor...DISTINTO (com os 2 i na palavra): significa diferente, inconfundível,ilustre... É da mesma família de “DISTINÇÃO” e “DIS-

TINGUIR”.

O correto é: O DISTINTO cidadão foi eleito parao cargo de chefia.

Agora, parabéns!!!

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Repercutiu

Revista Canavieiros - Maio de 2007

“O PAC atual já avança emuma série de questões importan-tes, como obras para o escoamen-to da produção agrícola na regiãocentro-oeste, um dos principaisfatores limitantes para o desen-volvimento agrícola da região”.

Reinold Stephanes, ministro da agri-cultura, em visita a Agrishow RibeirãoPreto no dia 3 de maio. Ele prometeuque a região vai receber uma parte doPAC (Programa de Aceleração do Cres-cimento) destinado à agricultura.

“Algumas pesquisas têm in-dicado que em termos de emis-sões de carbono, na média, oetanol americano produzido domilho pode ser até pior que o pe-tróleo”.

Stephan Singer, chefe da unidadede políticas energéticas da ONG WWF(Fundo Mundial para a Natureza). Se-gundo ele, o etanol proveniente do mi-lho (produzido nos EUA) é claramentemais nocivo ao meio ambiente do queo feito da cana (produzido no Brasil).

“Querem diminuir aque-cimento, querem melhorarqualidade do ar? Usem com-bustível renovável, o Brasilpode ser parceiro. Queremdiminuir aquecimento? Táaqui, mamona... Não vai fal-

tar motivação para adotar outra política energética.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 15 de maio, durante aprimeira coletiva de imprensa do segundo mandato.

“Os Estados Unidos, por sua vez, deveriamsuspender as barreiras tarifárias e os subsídi-os que afetam a exportação do etanol”.

O presidente cubano Fidel Castro, em artigo divul-gado no dia 1º de maio, onde defendeu uma “revoluçãoenergética” nas Américas.

Foto: WWF/Brian Thomson.

Foto

: Ag.

Bra

sil

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: Ag.

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