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    Catanduva, SP Volume 3 Nmero 2 p. 91-186 julho/dezembro 2009 Semestral

    ISSN 1982-1166

    EDITOR

    Faculdades Integradas Padre Albino

    CONSELHO EDITORIAL

    Editor ChefeVirtude Maria SolerFaculdades Integradas Padre Albino Catanduva SP.

    Editores

    Alessandra MazzoEscola de Enfermagem de Ribeiro Preto Universidadede So Paulo USP, Ribeiro Preto SP.Antonio Carlos de ArajoFaculdades Integradas D. Pedro II, So Jos do RioPreto-SPIlza dos Passos ZborowskiFaculdades Integradas Padre Albino Catanduva SP.Luciana Bernardo MiottoFaculdades Integradas Padre Albino Catanduva SP eVeris Faculdades, Campinas-SP.Maria Regina Loureno JaburFundao Faculdade de Medicina de So Jos do RioPreto FUNFARME.

    Bibliotecria e Assessora TcnicaMarisa Centurion Stuchi

    FUNDAO PADRE ALBINO

    Conselho de CuradoresPresidente: Antonio HrculesDiretoria AdministrativaPresidente: Geraldo Paiva de Oliveira

    Ncleo Gestor de EducaoAntonio Carlos de Arajo

    FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO

    Diretor Geral: Nelson JimenesVice Diretor: Jos Carlos Rodrigues AmaranteCoordenadora Pedaggica:Dulce Maria Silva Vendruscolo

    CURSO DE GRADUAO EM ENFERMAGEMCoordenadora de Graduao:Dircelene Jussara Sperandio

    A uma publ icao com

    periodicidade semestral, editada pelo Curso de

    Graduao em Enfermagem das Faculdades Integradas

    Padre Albino.Rua dos Estudantes, 225

    Parque IracemaCatanduva-SP - Brasil

    CEP. 15809-144Telefone (17)3311-3228 / 3311-3335

    E-mail: [email protected]

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    C966 CuidArte enfermagem / Faculdades Integradas Padre Albino, Curso de

    Graduao em Enfermagem. - - Vol. 3, n. 2 (jul./dez.2009) - . -- Catanduva :

    Faculdades Integradas Padre Albino, Curso de Enfermagem, 2007-

    v. : il. ; 27 cm

    Semestral.

    ISSN 1982-1166

    1. Enfermagem - peridico. I. Faculdades Integradas Padre Albino.

    Curso de Graduao em Enfermagem.

    CDD 610.73

    Anamaria Alves Napoleo Enfermeira UniversidadeFederal de So Carlos UFSCar SPCristina Arreguy-Sena Enfermeira - Universidade Federalde Juiz de Fora UFJF MGDircelene Jussara Sperandio Enfermeira FaculdadesIntegradas Padre Albino - FIPA, Catanduva SPDulce Maria Silva Vendruscolo Enfermeira FaculdadesIntegradas Padre Albino - FIPA, Catanduva SPHelena Megumi Sonobe Enfermeira - Escola de Enfermagem

    de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPIsabel Amlia Costa Mendes - Enfermeira Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPIsabel Cristina Belasco Bento Enfermeira FaculdadesIntegradas de Bebedouro FAFIBE - SPJane Cristina Anders Enfermeira Universidade Federal deSanta Catarina UFSC, Santa Catarina - SCJosimerci Ittavo Lamana Faria Enfermeira Faculdadede Medicina de So Jos do Rio Preto FAMERP SPLizete Diniz Ribas Casagrande Pedagoga e Sociloga Faculdade de Filosofia Cincias e Letras de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPLcia Marta Giunta da Silva Enfermeira SociedadeBeneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein So Paulo - SP

    Lucieli Dias Pedreschi Chaves Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPMagda Fabbri Isaac Silva Enfermeira Centro UniversitrioBaro de Mau, Ribeiro Preto Hospital das Clnicas daFaculdade de Medicina de Ribeiro Preto Universidade de SoPaulo HCFM-USP SPManoel Santos Psiclogo Faculdade de Filosofia Cincias eLetras de Ribeiro Preto Hospital das Clnicas da Faculdade deMedicina de Ribeiro Preto USP SPManzlio Cavazzani Jnior Bilogo -Faculdades IntegradasPadre Albino FIPA, Catanduva SPMrcia Bucchi Alencastre Enfermeira Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP - SP e Faculdade de Educao So Lus de Jaboticabal SP

    Os artigos publicados na so de inteira responsabilidade dos autores. permitida a reproduo parcial desde que citada a fonte Capa: Ato Comunicao

    Impresso deste peridico: Ramon Nobalbos Grfica e Editora Ltda. Incio de circulao: dezembro de 2007 / Circulation start: December 2007 Data de impresso: dezembro de 2009 / Printing date: December 2009

    C O N S E L H O C I E N T F I C OMaria Auxiliadora Trevizan - Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP SPMaria Cristina de Moura-Ferreira Faculdade de Medicinada Universidade Federal de Uberlndia FAMED - UFUMaria de Ftima Farinha Martins Furlan Enfermeira Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto FAMERP - SPMaria Helena Larcher Caliri - Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo

    USP - SPMaria Jos Bistafa Pereira - Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPMaria Luiza Nunes Mamede Rosa Farmacutica eBioqumica Faculdades Integradas Padre Albino FIPA,Catanduva SPMaria Tereza Cuamatzi Pea - Enfermeira Faculdad deEstdios Superiores Zaragoza da Universidad Nacional Autnomade Mxico MxicoMargarida Maria da Silva Vieira Enfermeira - UniversidadeCatlica Portuguesa Porto - PortugalMariza Almeida Silva Enfermeira Universidade Federalda Bahia UFBA, Salvador BA.Marli Villela Mamede - Enfermeira - Escola de Enfermagemde Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP - SPMary Elizabeth Santana Enfermeira Universidade Federal

    do Par - UFPA Belm do Par PAMyeko Hayashida - Enfermeira - Escola de Enfermagem deRibeiro Preto Universidade de So Paulo USP, Ribeiro Preto SPRosemary Aparecida Garcia Stuchi Enfermeira Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri,Diamantina MGSimone Perufo Opitz Enfermeira Universidade Federal doAcre - UFAC ACSinval Avelino dos Santos Enfermeiro - UniversidadePaulista UNIP, Ribeiro Preto SP e Faculdade de EducaoSo Lus de Jaboticabal SP

    Yolanda Dora Martinez vora Enfermeira - Escola deEnfermagem de Ribeiro Preto Universidade de So Paulo USP - SP

    NCLEO DE EDITORAO DE REVISTAS

    Componentes do Ncleo:Antonio Marcio PaschoalLuciana Bernardo MiottoMarino Cattalini (Coordenador)Marisa Centurion StuchiVirtude Maria Soler

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    ISSN 1982-1166

    SUMRIO / SUMMARY / CONTENIDO

    EDITORIAL

    A DIVULGAO CIENTFICA COMO ESTRATGIA PARA O MARKETING NA ENFERMAGEM

    Alessandra Mazzo, Jos Carlos Amado Martins

    ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES / ARTCULOS ORIGINALES

    DOCENTES EM ENFERMAGEM E A SNDROME DE BURNOUT: EDUCANDO PARA A SADE

    TEACHERS IN NURSING AND BURNOUT SYNDROME: EDUCATING FOR HEALTH

    DOCENTES DE ENFERMERA Y EL SNDROME DE ESTRS: EDUCACIN PARA LA SALUDSabrina Corral-Mulato, Sonia Maria Villela Bueno .................................................................................................... 99

    REPRESENTAES SOCIAIS DE GESTANTES HIPERTENSAS: ESTUDO REALIZADO EM AMBULATRIO DE

    PR-NATAL DE ALTO RISCO

    SOCIAL REPRESENTATIONS OF HYPERTENSIVE PREGNANT WOMEN: CONDUCTED IN AN OUTPATIENT PRENATAL

    HIGH RISK

    REPRESENTACIONES SOCIALES HIPERTENSOS MUJERES EMBARAZADAS: ESTUDIO CELEBRADA EN LA CLNICA DE

    PRENATAL DE ALTO RIESGO

    Luciana Gonalves da Cruz, Pamela Zagatto, Stefani Cristina Innocente Duarte, Denise Gonzalez Stellutti de Faria ..... 105

    IDEALIZAR O AMANH: VIVENDO ENTRE A ESPERANA E A DESESPERANA NUM TRANSPLANTE RENAL

    IDEALIZE TOMORROW: LIVING BETWEEN HOPE AND HOPELESSNESS IN RENAL TRANSPLANTATION

    IDEALIZAR MAANA: VIVIR ENTRE LA ESPERANZA Y LA DESESPERANZA EN TRASPLANTE RENAL

    Hernni Ferreira Cabral ........................................................................................................................................ 113

    INSTITUIES DE ENSINO SUPERIOR: FORMAO DE ENFERMEIROS FRENTE AO TABAGISMO

    COLLEGE INSTITUTION: NURSE GRADUATION FACE WITH TOBACCO ADDITION

    INSTITUCIONES DE ENSEANZA SUPERIOR: FORMACIN DE ENFERMEROS FRENTE AL TABAQUISMO

    Daiane Aparecida Marim, Neraci de Oliveira Mucci, Maristela Aparecida Magri Magagnini, Luciana Bernardo Miotto ... 120

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    LIDERANA NA ENFERMAGEM: APRENDIZADO NA GRADUAO

    LEADERSHIP IN NURSING: LEARNING IN GRADUATE

    LIDERAZGO EN ENFERMERA: LICENCIADO EN EL APRENDIZAJE

    Maria Regina Loureno Jabur, Mariana da Silva Dusso, Melina Cano de Haro .............................................................. 129

    AUTISMO: CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

    AUTISM AND NURSING STAFF`S KNOWLEDGEAUTISMO: CONOCIMIENTOS DEL PERSONAL DE ENFERMERA

    Sandra Cristina Nunes, Tain Zamboni Souza, Carina Tatiana Giunco ........................................................................ 134

    O PAPEL DO RESPONSVEL TCNICO DO ENSINO MDIO DE ENFERMAGEM

    THE TECHNICAL RESPONSIBLE FOR HIGH SCHOOL IN NURSINGS ROLE

    EL PAPEL DE LA ESCUELA TCNICA SUPERIOR DE ENFERMERA

    Juliana Fachim, Silene Fontana .............................................................................................................................. 142

    ACOLHIMENTO NO TRABALHO EM SADE DA FAMLIA: UM ESTUDO QUALITATIVOFAMILY HEALTH CARE USER EMBRACEMENT: A QUALITATIVE STUDY

    ACOGIMIENTO EN LA SALUD DE LA FAMILIA: UN ESTUDIO QUALITATIVO

    Leticia Silveira Cardoso, Marta Regina Cezar-Vaz, Valdecir Zavarese da Costa, Jorgana Fernanda de Souza Soares ....... 149

    ARTIGOS DE ATUALIZAO/ UPDATE ARTICLES / ARTCULOS DE ACTUALIZACIN

    CUIDADO ESPIRITUAL - REZAR COMO INTERVENO DE ENFERMAGEM

    SPIRITUAL CARE - PRAYER AS A NURSING INTERVENTION

    CUIDADO ESPIRITUAL - REZAR COMO INTERVENCIN DE ENFERMERASlvia Caldeira ...................................................................................................................................................... 157

    ARTIGOS DE REVISO / REVIEW ARTICLES / ARTCULOS DE REVISIN

    CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA: RESPEITO AOS PRINCPIOS DA VIDA

    PALLIATIVE CARE IN ONCOLOGY: PRINCIPLES FOR RESPECT OF LIFE

    CUIDADOS PALIATIVOS EN ONCOLOGA: PRINCIPIOS PARA EL RESPETO DE LA VIDA

    Landina Silene Pacheco, Leandro Martins, Virtude Maria Soler .............................................................................166

    PRINCIPAIS DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

    MOST RELEVANT NURSING DIAGNOSES IN INTENSIVE CARE UNIT

    PRINCIPALES DIAGNSTICO EN UNIDAD DE CUIDADOS DE ENFERMERA INTENSIVA

    Patrcia Rezende do Prado, Lucia Marinilza Beccaria, Lgia Mrcia Contrin ..............................................................176

    NORMAS PARA PUBLICAO / STANDARDS PUBLISHING / NORMAS DE PUBLICACIN

    PUBLICATION RULES .......................................................................................................................................... 184

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    Editorial

    A DIVULGAO CIENTFICA COMO ESTRATGIA PARAO MARKETING NA ENFERMAGEM

    Alessandra Mazzo*, Jos Carlos Amado Martins**

    No se sabe ao certo quando surgiu a primeira ideia relacionada ao marketing na histria humana. Todavia foi a

    partir do sculo XX, que essa atividade passou a ganhar fora e aceitao nas empresas, focando suas tarefas nas atividades

    dos clientes1. Na enfermagem, as recordaes em relao ao uso do marketing na profisso nos remetem a dicotmicas

    lembranas, vinculadas na maioria das vezes ao uso da imagem profissional com apelo sexual e atividades submissas. Poucas

    so as recordaes de campanhas voltadas valorizao do enfermeiro e propagao do seu objeto de trabalho, o que

    incorre junto a outros fatores na no valorizao da profisso pela sociedade, na baixa procura pelos cursos de graduao

    e em muitas dificuldades relacionadas distribuio de poder nas instituies.

    Visualizada por muitos como a profisso que sustentar o desenvolvimento da sade do mundo, urge a

    necessidade de enfermeiros e enfermagem utilizarem seu talento e disponibilidade como partes do marketing da

    profisso. Nesse sentido, conhecimentos, atitudes cientficas, ticas e humanas tornam-se importantes aliados a rede

    de relacionamentos, da qual, enfermeiros participam e potencializam-se em estratgias de reconhecimento e divulgao

    da profisso.

    Para revelar a enfermagem sociedade, nenhum esforo deve ser negligenciado. imprescindvel que sejam

    utilizados meios de comunicao de massa, reforadas atitudes positivas e individuais dos profissionais da rea, assim

    como necessrio destacar, que num mundo globalizado, competitivo e comunicante, como o dos dias atuais, o

    acesso a internet para a divulgao de produtos uma das ferramentas determinantes nas relaes comerciais.

    Acresce-se ainda, a necessidade na identificao de parceiros e o reconhecimento dos direitos pelo uso de recursos

    legais, em resposta a utilizao inapropriada da sua imagem.

    No entanto, para a divulgao da imagem da enfermagem, merece destaque como estratgias de marketing

    a divulgao dos conhecimentos cientficos, tecnolgicos e humanos, apreendidos e desencadeados ao longo do

    desenvolvimento histrico da profisso2.

    A divulgao dos resultados da pesquisa parte integrante do seu processo de desenvolvimento, alm de

    ser compromisso tico do pesquisador3. Ao longo dos ltimos anos temos visto um incremento substancial na produocientfica da enfermagem, o que pode ser evidenciado pelo seu aspecto cientfico, social e poltico, necessitando de

    uma anlise reflexiva quanto responsabilidade e contedos que vm sendo produzidos4.

    Um meio importante da veiculao cientfica em enfermagem tem sido realizado pelas revistas da rea, que

    possuem como maior veculo de sua disseminao a sua integrao a uma base de dados. Base de dados conjunto de

    registros dispostos de maneira uniforme e que possibilitam a produo de informao. Para integrarem uma base de

    dados as revistas so submetidas a um processo rigoroso de avaliao, onde so considerados padres de publicao,

    regionalidade dos autores, dados de citaes referentes aos autores, regularidade e pontualidade das publicaes,

    * Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto/ Centro Colaborador da OMS para Pesquisa emEnfermagem.** Professor Doutor da Unidade Cientfico Pedaggica de Enfermagem Mdico-Cirrgica da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Portugal.

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    DISCLOSURE AS A SCIENTIFIC APPROACH TO MARKETING IN NURSING

    Alessandra Mazzo*, Jos Carlos Amado Martins**

    No one knows for sure when the first idea related to marketing in human history. However it was from the twentieth century,this activity began to gain strength and acceptance in enterprises, focusing on their tasks in the activities of Customers1. In nursing,the recollections regarding the use of the marketing profession in the dichotomous us back memories, mostly linked to the use of

    professional image with sex appeal and submissive activities. Few memories of campaigns focused on the enhancement of nurses andspread of its work object, which incurs with other factors in no value of the profession by society, in the low demand for undergraduatecourses and many difficulties related to the distribution of power institutions

    Viewed by some as the profession that will support the development of world health, there is urgent need for nurses andnursing use their talent and willingness to share the marketing profession. In this sense, knowledge, attitudes, scientific, ethical andhuman become important allies in the network of relationships, which, nurses participate in and enhance strategies for recognitionand dissemination of the profession.

    To reveal the nursing society, no effort should be neglected. It is essential that they are used in mass media, which arereinforced positive attitudes and individual professionals, as it is necessary to emphasize that in a globalized, competitive andcommunicator, as of today, access to the internet dissemination of products is one of the tools in determining trade relations. Addingto this, the need to identify partners and the recognition of rights by the use of legal remedies in response to inappropriate use ofhis image.However, for spreading the image of nursing, as deserves marketing strategies to disseminate scientific knowledge, technological andhuman triggered and seized over historical development of profession2.

    The dissemination of research results is an integral part of their development process, Besides being an ethical commitmentof pesquisador3. Over the past few years have seen a substantial increase in nursing scientific production, which can be evidencedby its scientific aspect, social and political requiring of a reflective analysis regarding the content and responsibility that comeproduzidos being4.

    An important means of transmitt ing scientific information on health has been conducted by the magazines in the area, whichhave as their main vehicle for spreading its integration into a database. Database recordset is arranged in a uniform manner thatallows the production of information. To integrate a database of journals are subjected to a rigorous process of assessment, wherethey are considered publishing standards, regionality of the authors, citation data pertaining to the authors, regularity and punctualityof publications, editorial content, following conventions of editing, as well as geographic representation of the magazine andbibliographic information in English when dealing with databases international 5,6.

    The Journal of Nursing spent to integrate BDENF - Database of Nursing, which is composed of bibliographicreferences of scientific and technical literature in Brazilian nursing. This database was developed by the Library J. Baeta Vianna,Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sponsored by the Development Program of the School of Nursing / UFMG and theagreement made with the Latin American and Caribbean Center on Health Sciences Information - BIREME. Has your operation,maintenance and update coordinated by the School of Nursing and UFMG Cooperative Centers Network of Virtual Health Library (VHL)

    NURSING. Its composition is given by the journal articles most prestigious area of Nursing and documents such as theses, books, bookchapters, congress and conference proceedings, technical reports and scientific publications and governamentais5,6.

    contedo editorial, seguimento de convenes internacionais de edio, alm de representao geogrfica da revista e

    elementos bibliogrficos na lngua inglesa, ao tratar-se de bases de dados internacionais5,6.

    A Revista em enfermagem passar a integrar a BDENF Base de dados de Enfermagem, que

    composta por referncias bibliogrficas da literatura tcnico-cientfica brasileira em enfermagem. Essa base foi desenvolvida

    pela Biblioteca J. Baeta Vianna, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o patrocnio do Programa de

    Desenvolvimento da Escola de Enfermagem/UFMG e do convnio estabelecido junto ao Centro Latino-Americano e

    do Caribe de Informaes em Cincias da Sade BIREME. Tem sua operao, manuteno e atualizao coordenadapela Escola de Enfermagem da UFMG e Centros Cooperantes da Rede de Biblioteca Virtual de Sade (BVS) -

    ENFERMAGEM. Sua composio se d pelos artigos das revistas mais conceituadas da rea de Enfermagem e documentos

    como teses, livros, captulos de livros, anais de congressos ou conferncias, relatrios tcnicos-cientficos e publicaes

    governamentais5,6.

    Ao divulgar o conhecimento cientfico da profisso levando em conta os atuais cenrios mundiais, esse

    peridico torna-se um relevante instrumento, cumprindo seu papel na formao, capacitao, construo e reconstruo

    dinmica do conhecimento em enfermagem, na expectativa de formar um profissional envolto em valores ticos,

    polticos, culturais e espirituais.

    Como relevante estratgia de marketing cabe a ns enfermeiros e enfermagem o uso da criatividade, seriedade,qualidade e inovao da produo cientfica da enfermagem e congratulaes a CuidArte Enfermagem pela significativa

    contribuio a essa tarefa.

    96 Editoral2009 julho-dezembro; 3(2):95-97

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    To disseminate scientific knowledge of the profession, taking into account the current global scenario, this journal becomesa relevant instrument, playing its role in the formation, training, construction and reconstruction dynamics of nursing knowledge,hoping to form a professional wrapped in values ethical, political, cultural and spiritual.

    How relevant marketing strategy it is our nurses and nursing use of creativity, integrity, quality and innovation of scientificproduction of nursing and congratulations to the Journal CuidArte significant contribution to this task.

    DIVULGACIN CIENTFICA COMO UN ENFOQUE A LA COMERCIALIZACIN EN

    ENFERMERAAlessandra Mazzo*, Jos Carlos Amado Martins**

    Nadie sabe a ciencia cierta cuando la primera idea relacionada con la comercializacin en la historia humana. Sin embargo,fue en el siglo XX, esta actividad comenz a ganar fuerza y aceptacin en las empresas, centrndose en sus tareas en las actividadesde Customers1. En la enfermera, los recuerdos sobre el uso de los profesionales de marketing en Estados Unidos dicotmicosrecuerdos, sobre todo vinculados a la utilizacin de la imagen profesional con sex appeal y las actividades de sumisin. Pocosrecuerdos de las campaas se centraron en la mejora de las enfermeras y la difusin de su objeto de trabajo, lo que acarrea con otrosfactores en ningn valor de la profesin por la sociedad, en la baja demanda de cursos de pregrado y muchas dificultades relacionadascon la distribucin del poder instituciones.

    Visto por algunos como la profesin que apoyar el desarrollo de la salud en el mundo, existe la necesidad urgente deenfermeras y la enfermera utilizar su talento y voluntad de compartir la profesin de comercializacin. En este sentido, el conocimiento,las actitudes, cientficos, ticos y humanos se convierten en importantes aliados en la red de relaciones, enfermeras participar y

    mejorar las estrategias para el reconocimiento y la difusin de la profesin.Para mostrar la sociedad de la enfermera, sin ningn esfuerzo debe ser descuidado. Es esencial que se utilizan en losmedios de comunicacin, refuerzan las actitudes positivas y profesionales individuales, ya que es necesario hacer hincapi en que enun acceso globalizado, competitivo y comunicador, a partir de hoy, a la Internet difusin de los productos es una de las herramientasen la determinacin de las relaciones comerciales. Agregando a esto la necesidad de identificar a los socios y el reconocimiento de losderechos por el uso de los recursos legales en respuesta al uso inadecuado de su imagen.

    Sin embargo, para la difusin de la imagen de la enfermera, como merece estrategias de marketing para difundir losconocimientos cientficos, la tecnologa y el capital humano, y se apoderaron disparado a lo largo del desarrollo histrico de profession2.

    La difusin de los resultados de la investigacin es una parte integral de su proceso de desarrollo, adems de ser uncompromiso tico de pesquisador3. En los ltimos aos han visto un aumento sustancial de la produccin cientfica de enfermera, quepuede ser evidenciado por su aspecto cientfico, social y necesidades polticas de un anlisis reflexivo sobre la responsabilidad y loscontenidos que se han produzidos4.

    Un importante medio de transmisin de informacin cientfica sobre la salud ha llevado a cabo por las revistas de la zona,que tienen como principal vehculo para la difusin de su integracin en una base de datos. Registros de base de datos estorganizada de manera uniforme que permite la produccin de informacin. Para integrar una base de datos de revistas se sometena un riguroso proceso de evaluacin, donde se consideran las normas de publicacin, el origen de los autores, citas correspondientesa los autores, la regularidad y la puntualidad de las publicaciones, el contenido editorial de datos, a raz de la edicin de los conveniosinternacionales as como la representacin geogrfica de la revista y bibliogrfico de los elementos en Ingls, cuando se trata debases de datos internacionais5,6.

    La Revista de Enfermera pas a integrar BDENF - Base de datos de Enfermera, que se compone de lasreferencias bibliogrficas de la literatura cientfica y tcnica en enfermera brasilea. Esta base de datos fue desarrollada por laBiblioteca J. Baeta Vianna, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), patrocinado por el Programa de Desarrollo de la Escuela deEnfermera / UFMG y el acuerdo alcanzado con el Centro Latinoamericano y del Caribe de Informacin en Ciencias de la Salud -BIREME. Tiene su operacin, mantenimiento y actualizacin coordinado por la Escuela de Enfermera de la UFMG y la Cooperativa deCentros de la Red de Biblioteca Virtual en Salud (BVS) ENFERMERA. Su composicin est dada por los artculos de revistas zona msprestigiosa de Enfermera y documentos como tesis, libros, captulos de libros, actas de congresos o conferencias, informes tcnicosy publicaciones cientficas y governamentais5,6.

    Para difundir el conocimiento cientfico de la profesin, teniendo en cuenta el actual escenario global, esta revista seconvierte en un instrumento pertinente, jugando su papel en la dinmica de formacin, capacitacin, construccin y reconstruccin

    de los conocimientos de enfermera, con la esperanza de formar un profesional envuelto en valores tico, poltico, cultural y espiritual.Es pertinente la estrategia de marketing es nuestra enfermeras y el uso de enfermera de la creatividad, integridad, calidade innovacin de la produccin cientfica de la enfermera y felicitaciones a la contribucin Revista de Enfermera Cuidarte importantepara esta tarea.

    Referncias1. Moura GMSSM. Enfermagem e Marketing: uma introduo ao tema. Rev Gacha Enfermagem. 2003; 24(2):147-59.

    2. Gentil RC. O enfermeiro no faz marketing pessoal: a histria explica por qu? Rev Bras Enferm. 2009; 62(6):916-8.

    3. Martins JC. Investigao em enfermagem: alguns apontamentos sobre a dimenso tica. Pensar Enfermagem. 2008; 12 (2):62-6.

    4. Martini JG. O papel social da pesquisa em enfermagem. Rev Bras Enferm. 2009; 62(3):340-2.

    5. Marziale MHP, Mendes IAC. Dez anos contribuindo para a memria da cincia: Revista Latino-americana de Enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem.2003, 11(2):143-5.

    6. BVS. Literatura Cientfica e Tcnica: Biblioteca Virtual em Sade Enfermagem [pgina da Internet] 2009 [acesso 2009 Set 09]. Disponvel em: http://enfermagem.bvs.br.

    97Editorial 2009 julho-dezembro; 3(2):95-97

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    99Docentes em enfermagem e a sndrome de Burnout: educando para a sade 2009 julho-dezembro; 3(2):99-104

    *Mestre em Enfermagem e Doutoranda em Cincias pelo Programa de Ps-Graduao em Enfermagem Psiquitrica e Cincias Humanas, Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto,

    Universidade de So Paulo; subveno: CNPq. Contato: [email protected]** Livre-Docente do Departamento de Enfermagem Psiquitrica e Cincias Humanas, Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto, Universidade de So Paulo. Contato:[email protected]

    DOCENTES EM ENFERMAGEM E A SNDROME DE BURNOUT:EDUCANDO PARA A SADE

    TEACHERS IN NURSING AND BURNOUT SYNDROME:EDUCATING FOR HEALTH

    DOCENTES DE ENFERMERA Y EL SNDROME DE ESTRS:EDUCACIN PARA LA SALUD

    Sabrina Corral-Mulato*, Sonia Maria Villela Bueno**

    ResumoSabendo das intensas demandas sofridas pelos profissionais da sade, diante da mudana de paradigmas do ensino e das suasprticas, este estudo props identificar qual o conhecimento de um grupo de docentes de enfermagem de nvel superior sobre aSndrome de Burnout, seus sinais e sintomas e se ela pode ser aplicada na profisso. Em um segundo momento, objetivou-se orient-los com relao leitura de textos sobre o tema proposto. Foi realizado, inicialmente, um estudo descritivo, exploratrio, deabordagem qualitativa, mediatizado pela pesquisa-ao, tendo como sujeitos 13 professores de uma instituio de ensino superior dointerior paulista. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionrio com perguntas abertas e fechadas. A anlise domaterial foi feita com base na identificao dos eixos temticos e por categorizao. Posteriormente, foi apresentado aos sujeitosparticipantes um texto informativo sobre o tema proposto, com algumas questes para avaliar o conhecimento sobre a Sndrome. Amaioria dos participantes era composta de mulheres, casadas, com filhos, idade acima de 41 anos, que cumprem carga horria detrabalho de 40 horas semanais. Apesar da maioria afirmar conhecer a sndrome e saber que ela se aplica profisso, as diversasmanifestaes desta doena ainda so desconhecidas. Para tanto, propomos maiores informaes sobre a sndrome, tendo em vistasua identificao precoce, j que se trata de uma doena de deteco difcil, e quando diagnosticada de forma tardia, pode causarsrias complicaes na sade do profissional.

    Palavras-chave: Docente de enfermagem. Esgotamento profissional. Enfermagem. Ensino superior. Educao em enfermagem.

    AbstractDue the intense demands faced by the professional in health education in the face of changing paradigms of education and healthpractices, we propose investigate with the nursing teachers at a school-level, what is the knowledge that they have on the burnoutsyndrome, its signs and symptoms and its application within the profession in question. In a second step, we aimed to guide them inrelation to reading texts on the theme. This was a descriptive exploratory study of qualitative approach, with 13 teachers as

    subjects, for data collection questionnaire was used (identification and theme), while the material was analyzed by identifying themesand categorization. It was subsequently presented to the subjects Participants a informational text on the proposed topic, with somequestions to assess knowledge about the syndrome. Most participants were women, married, with children, age older than 41 years,which meet workload of 40 hours per week. While most knows the syndrome and knows that it applies to the profession, the variousmanifestations of this disease are still unknown to many. We propose further search on the subject, aiming to identify it early,because it is a difficult disease to detect, and when diagnosed late, can cause serious health complications in the professional.

    Keywords: Nursing faculty. Burnout professional. Nursing. Higher education. Education nursing.

    ResumenCon las intensas demandas sufridas por los profesionales de la educacin en salud, delante del cambio de paradigmas de la enseanzay de las prcticas de salud, proponemos levantar con los docentes de enfermera de una escuela de nivel superior el conocimiento queellos tienen sobre el Sndrome de Burnout, sus seales y sntomas en su vida personal y profesional. En una segunda fase, con el finde orientarlos en relacin con la lectura de textos sobre el tema. Fue realizado un estudio descriptivo exploratorio de abordajecualitativo, con 13 profesores; para la colecta de datos fue utilizado un cuestionario; el anlisis del material fue hecho por identificacin

    de los ejes temticos y categorizacin. Se present posteriormente a los sujetos participantes en un texto informativo sobre el temapropuesto, con algunas preguntas para evaluar el conocimiento sobre este sndrome. La mayora de los participantes eran mujeres,casadas, con nios, los mayores de 41 aos, que responden a la carga de trabajo de 40 horas a la semana. A pesar de la mayoraresponder conocer el sndrome y saber que ella se aplica a la profesin, las diversas manifestaciones son an desconocidas paramuchos. Proponemos mayores informaciones sobre el tema, objetivando a identificarla precozmente, visto que es una enfermedadde deteccin difcil, y cuando se diagnostica tan tarde, puede causar serias complicaciones en la salud en los profesionales.

    Palabras clave: Docente de enfermera. Agotamiento profesional. Enfermera. Enseanza superior. Educacin en enfermera.

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    100 Docentes em enfermagem e a sndrome de Burnout: educando para a sade

    INTRODUO

    Os tempos mudaram e o trabalho escolar/

    acadmico tambm. O processo ensino-aprendizagem no

    mais como tempos atrs. A escola ps-moderna passou

    por profundas transformaes. O professor, como

    consequncia, viu-se impulsionado a efetuar mudanas,

    passando a ser um coordenador e, portanto, umfacilitador do processo educativo1.

    As responsabilidades e as exigncias projetadas

    sobre os educadores vm aumentando,

    concomitantemente a essa rpida transformao do

    contexto social e do papel que eles exercem. O paradigma

    tradicional de educao vem sendo substitudo pelo

    paradigma voltado para a educao mais aberta, dialgica,

    horizontalizada e humanizada2,3.

    No se trata somente da necessidade urgentede mudar, mas tambm de transformar em direo a

    uma postura mais democrtica, crtico-reflexiva, tica e

    solidria3,4.

    Esta realidade pressupe um imenso desafio

    pessoal e coletivo em relao aos educadores que se

    propem a responder s novas expectativas do novo

    paradigma da educao, tendo em vista uma concepo

    educacional progressista e crtico-social3.

    Todavia, o professor resistente s mudanaspedaggicas tem maior possibilidade de ser questionado

    e de desenvolver sentimentos de mal-estar1.

    Tendo em vista estes pressupostos, Maslach e

    Leiter constataram que o desgaste fsico e emocional do

    trabalhador est aumentando e afirmam que o excesso

    de trabalho talvez seja a resposta mais bvia de

    desarmonia entre o indivduo e seu emprego5.

    Nas profisses em que a atividade despender

    cuidados ou ensinar, observa-se a instalao de uma

    intolerncia ao contato com os sujeitos que deveriam

    ser alvo de dedicao profissional. como se o trabalhador

    tivesse sido atingido por um estado de saturao

    emocional pelo qual no mais possvel suportar o

    encontro com a necessidade de outra pessoa. A partir

    deste momento, o prprio profissional quem est num

    estado que, muitas vezes, necessita cuidado6.

    Alm disso, a exposio aos riscos de carter

    psicossocial uma das principais causas de acidentes,

    enfermidades e absentesmo nos profissionais,

    principalmente os que se incluem nas profisses de ajuda

    ao prximo. Nesse contexto, a Sndrome de Burnout

    uma resposta ao estresse laboral crnico, muito

    frequente nesses profissionais e uma das principais

    patologias de origem psicossocial que os afetam, pois

    ocasiona uma importante taxa de absentesmo e de

    abandono da profisso. tambm uma das principaiscausas da deteriorao na qualidade dos cuidados que

    estes grupos oferecem7.

    No entanto, tanto na natureza do trabalho

    docente, quanto no contexto do exerccio de suas

    funes, existem elementos estressores que, se

    persistirem por longos perodos, podem levar ao

    desenvolvimento da Sndrome de Burnout8.

    Freudenberg, em seu artigo intitulado Staff

    burn-out, no ano de 1969, utilizou o termo burnoutpela primeira vez, no sentido que usado atualmente,

    com a inteno de alertar a comunidade cientfica para

    os problemas a que os profissionais da sade esto

    expostos, em funo do trabalho. Esta expresso surgiu

    como uma metfora para o sentimento de profissionais

    que trabalhavam diretamente com pacientes

    dependentes de substncias qumicas9.

    A Sndrome de Burnout uma doena gerada

    pela quebra de harmonia entre as esferas somtica,intelectual e emocional, podendo culminar em

    consequncias graves no mbito pessoal, familiar e

    profissional. Alm disso, tem incio insidioso, traioeiro,

    lento, progressivo, dificilmente detectado nesta fase,

    podendo causar sensao de mal-estar indefinido, fsico

    ou mental, resultante de excesso de trabalho10.

    Desta forma, a Sndrome de Burnout se

    caracteriza como um importante fator de risco para

    problemas de sade mental, podendo provocar um

    impacto significativo na vida familiar e no trabalho do

    indivduo afetado, sendo uma reao cumulativa a

    estressores ocupacionais contnuos11.

    Existem vrios fatores que, quando ocorrem

    simultaneamente, podem levar Sndrome de Burnout,

    podendo ser tanto do prprio indivduo, quanto do

    ambiente e da constituio gentica. Alm disso, outros

    fatores podem contribuir para uma maior incidncia, como

    o alto contingente de elementos imponderveis do

    trabalho, uma relativa identificao, bem como os laos

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    afetivos que, muitas vezes, se estabelecem entre o

    profissional e seu cliente6.

    Umas das caractersticas desta sndrome a perda

    do sentido da relao com o trabalho, de modo que

    tudo o que o indivduo realiza parece intil12.

    Os primeiros sinais do sofrimento mental so: a

    perda de energia e o cansao contnuo, exausto,desinteresse e apatia, entre outros13.

    Os principais sintomas apresentados so10:

    Fsicos (fadiga constante e progressiva,

    distrbios do sono e dores musculares, crises de sudorese

    e cefalia do tipo tensional ou enxaqueca, opresso

    precordial ou palpitaes, perturbaes gastrointestinais

    e diminuio da imunidade);

    Psquicos (d iminu io da memr ia

    evocativa e de fixao, dificuldade de concentrao,diminuio da capacidade de tomar dec ises,

    manifestaes paranoides, sentir-se injustiado,

    incompreendido, fixao de ideias e obsesso por

    determinados prob lemas, ideao fantas iosa,

    lentificao do pensamento e dificuldade de aprender

    fatos novos , d iminu io da espontane idade e

    criatividade em geral);

    Emocionais(desnimo, perda do entusiasmo

    e da alegria, ansiedade e depresso, impacincia, irritao,pessimismo, auto-depreciao e culpa);

    Comportamentais(tendncia ao isolamento,

    menor flexibilidade nos relacionamentos, dificuldade na

    aceitao de novas situaes, perda de interesse pelo

    trabalho e lazer, aumento do consumo de bebidas

    alcolicas, tabaco e drogas tranquilizantes, alm de forte

    tendncia para o absentesmo).

    As intervenes e os programas preventivos

    procuram destacar trs nveis:

    centrados na resposta do indivduo (ensinar

    ao trabalhador estratgias de enfrentamento adaptativas

    diante de situaes estressantes);

    centrados no contexto ocupacional (h

    necessidade de mudar a situao em que se desenvolvem

    as atividades, principalmente na organizao);

    centrados na interao do contexto

    ocupacional e do indivduo (combinam os dois nveis

    anteriores, entendendo o burnout como consequncia

    da relao do sujeito e o meio laboral)14.

    Em relao s aes direcionadas ao professor,

    importante trabalhar no sentido de alert-lo, por meio

    de palestras e oficinas, leitura de textos sobre os possveis

    fatores de estresse relacionados ao trabalho e a

    possibilidade de desenvolvimento desse tipo de estresse

    ocupacional de carter crnico. Alm disso, a formao

    de grupos de discusso para trabalhar as crenas que oprofissional tem sobre sua prtica, auxiliando no

    desenvolvimento de concepes mais realsticas e

    adequadas profisso. Tendo em vista que o mesmo s

    percebido como transtorno em sua fase final, quando

    sintomas psicossomticos j se encontram consolidados1.

    OBJETIVOS

    Identificar o conhecimento que os docentes de

    enfermagem tm da Sndrome de Burnout, seus sinais esintomas e a sua aplicao na rea de atuao. Desenvolver

    uma ao no sentido de orient-los a este respeito.

    METODOLOGIA

    A presente investigao teve carter descritivo,

    exploratrio, utilizando-se de uma abordagem qualitativa.

    Foi mediatizada pela metodologia da pesquisa-ao15

    diagnstica, segundo referenciais tericos e

    metodolgicos de Freire16

    , adaptado por Bueno17

    .Esta metodologia foi escolhida por levar em

    considerao o levantamento de problemas e,

    posteriormente, propor aes/intervenes educativas

    em conjunto (pesquisadores-pesquisandos). Ela possibilita

    melhor compreenso e interpretao dos dados,

    favorecendo a anlise de eixos temticos, com o intuito

    tambm, de elaborao e complementao de um

    programa educativo, objetivando a conscientizao dos

    sujeitos e a proposta educativa para a mudana e a

    transformao16,17.

    O estudo foi desenvolvido com docentes de um

    curso superior de enfermagem de uma universidade

    pblica do interior paulista. A amostra foi de 13 docentes,

    enfermeiros ou no, que aceitaram participar da pesquisa.

    Foram atendidos os preceitos ticos, com aprovao do

    Comit de tica em Pesquisa da EERP - USP (CEP), sob

    protocolo no 0834/2007, segundo as normas da

    Resoluo CNS 196/96, e sob assinatura do Termo de

    Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

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    Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida em

    duas etapas:

    1. Etapa: coleta de dados com a utilizao de

    um questionrio, contendo questes abertas e

    fechadas. Esta tcnica foi escolhida por possibilitar

    investigaes mais profundas e precisas18. O instrumento

    utilizado contou com questes de identificao pessoale sobre o conhecimento dos sinais e sintomas da

    Sndrome de Burnout.

    2. Etapa: aps a anlise das respostas obtidas,

    foi proposta aos participantes da pesquisa a leitura de

    um texto explicativo sobre a Sndrome de Burnout,

    elaborado pelos pesquisadores. Juntamente, foi

    entregue um questionrio de avaliao deste momento,

    contendo questes sobre o texto apresentado. Nesta

    etapa, dos 13 questionrios entregues, foram devolvidos5 respondidos.

    A coleta de dados da primeira etapa foi realizada

    durante o ms de novembro de 2007, e da segunda

    etapa durante o ms de junho de 2008. As duas etapas

    foram realizadas por meio de correspondncia entregue

    na casela do professor, alocado em seu departamento,

    na unidade pesquisada.

    Para tanto, foi deixado em um envelope fechado,

    um Questionrio e o TCLE. O material foi deixado poruma semana para ser respondido e, aps este perodo,

    foi recolhido do mesmo lugar onde foi deixado. Na

    segunda etapa, o procedimento foi o mesmo e o

    envelope entregue nas caselas continha o texto

    informativo sobre a Sndrome de Burnout e as questes.

    Para as questes sobre os indicadores da

    Sndrome de Burnout, foi utilizado o referencial de

    Frana10, que apresenta os sinais e sintomas mais comuns

    da sndrome.

    Para a anlise dos resultados, foi utilizado o

    levantamento do universo temtico16,17e a categorizao

    das respostas, visando descrio e interpretao da

    situao dos participantes da pesquisa, identificando suas

    necessidades, conhecimentos prvios e habilidades. A

    organizao desta anlise seguiu as seguintes fases:

    Levantamento dos temas geradores; Organizao do

    material da coleta de dados; Seleo e codificao de

    palavras e frases registradas/emitidas; Sntese de palavras

    e frases selecionadas; Ordem dos temas geradores: os

    temas geradores so organizados pedagogicamente, em

    sequncia lgica, para posterior planejamento e

    execuo das atividades educativas.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    De acordo com os dados scio-demogrficos, os

    participantes deste estudo formam um grupo compostopor 13 profissionais docentes em enfermagem, sendo 11

    (85%) mulheres, 12 (92%) com idade acima de 41 anos,

    11 (85%) casados, 9 (69%) de religio catlica.

    Do total de participantes, 12 (92%), possuem

    de 2 a 4 filhos, 8 (67%) deles tm filhos dependentes

    financeiramente dos pais e 8 (67%) tm filhos que

    estudam em escolas particulares.

    Quanto carga horria desenvolvida, todos os

    pesquisados trabalham 40 horas semanais. Todavia,relatam trabalhar alm disso, o que pode levar ao estresse

    e fadiga no cotidiano do servio.

    Os participantes tm o ttulo de doutor, sendo

    que 7 (54%) possuem tambm ps-graduao lato sensu;

    4 (31%) tm o cargo de livre-docncia e 3 (23%)

    possuem o cargo de titular.

    Quanto atuao docente dentro da

    universidade, foi identificado que todos trabalham, pelo

    menos, nos nveis de graduao e no mestrado, comaulas, orientaes, extenso e funes administrativas.

    Com relao rea do ensino em que atuam, desenvolvem

    a temtica Educao para a Sade, em diversas reas da

    Enfermagem.

    Quando perguntado aos docentes dobre o

    conhecimento da Sndrome de Burnout, a grande maioria

    afirmou conhec-la, 11 (85%); 1 respondeu no

    conhec-la e 1 no respondeu questo. Este resultado

    apesar de no ser o ideal, diferencia-se, substancialmente,

    do estudorealizado com professores de nvel mdio, pois

    estes no possuam qualquer conhecimento sobre a

    patologia em questo19.

    No entanto, na questo em que foram

    apresentados os sinais e sintomas mais comuns da

    sndrome10, 5 (38%) participantes assinalaram a maioria

    ou todos os sintomas; 4 (31%) participantes assinalaram

    alguns sintomas, em mdia, a metade deles. E ainda, 4

    (31%) deles no assinalaram nenhum ou apenas um

    sintoma como sendo manifestao do Burnout.

    102 Docentes em enfermagem e a sndrome de Burnout: educando para a sade2009 julho-dezembro; 3(2):99-104

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    Nesta questo pde-se perceber que boa parte

    dos participantes no conhece todas ou a maioria das

    possveis manifestaes da Sndrome de Burnout,

    carecendo de mais informaes para a deteco do

    problema. Foi observado tambm que alguns deles no

    conhecem o mnimo das vrias dimenses da sndrome

    em questo.Apesar de a legislao ter regulamentado a

    Sndrome de Burnout na Previdncia Social, esta ainda

    desconhecida pela maior parte dos profissionais. Mesmo

    aqueles que deveriam conhecer o suficiente para atuar

    na preveno, diagnstico e encaminhamento do

    paciente acometido, que muitas vezes tratado com

    depresso ou estresse, devido ao despreparo do

    profissional que o atende. Alm disso, a verdadeira causa

    do problema, frequentemente, no abordada, pois ostratamentos so direcionados apenas para o paciente e

    no para o ambiente de trabalho, que corresponde

    verdadeira causa da sndrome20.

    Nesse contexto, o conhecimento e a preveno

    do sofrimento mental caminham juntamente com outras

    transformaes mais profundas da sociedade6.

    Com relao falta de conhecimento e

    dificuldade na identificao da sndrome, est a pequena

    produo nacional sobre este tema, quando comparada internacional. Soma-se a isso, o fato de que a primeira

    publicao de um livro em portugus sobre o tema

    ocorreu somente em 1999, com a traduo da obra de

    Maslach e Leiter21.

    Quando perguntados se a Sndrome de Burnout

    se aplica sua rea de atuao, a maior parte dos

    profissionais pesquisados, 9 (69%), responderam

    positivamente, e alguns comentaram, inclusive, a ligao

    dessa com o estresse, com o excesso de trabalho e

    diretamente profisso docente. No entanto, 3 (23%)

    docentes no responderam e um deles referiu no saber.

    O trabalho docente estressante e cansativo.

    (P6); Acho que todos estes sintomas. ligado ao estresse

    profissional e sua caracterstica pela carga emocional. A

    rea da sade fortemente atingida. (P8); Acredito que

    sim. (P12); Parece que se d muito em professores. (P13).

    Aps a coleta, anlise de dados e discusso dos

    resultados, foi elaborado um texto informativo sobre a

    sndrome com algumas questes norteadoras, que foi

    novamente entregue aos 13 docentes pesquisados.

    Desses, foram obtidas cinco respostas.

    Quando questionados sobre a relao entre o

    texto e os prprios docentes, 3 (60%) deles

    responderam que sim, existe essa relao:

    ...Sim, s vezes o trabalho acumula-se pelo excesso de

    atividades. Tenho rejeitado (mas dou) aulas para graduao, porque sei

    que vo tomar muito tempo, e eu gosto de dar aulas (P5); ...Sim,

    principalmente relendo os sintomas fsicos descritos (P6); ...De certa forma

    alguns aspectos se relacionam, mas acho muito difci l algum, nos dias de

    hoje, ficar isento disso. Esses aspectos certamente acometem grande

    parte dos trabalhadores em geral, acredito (P8).

    Todavia, um dos sujeitos respondeu que no

    havia relao entre o texto apresentado e ele

    prprio (P7).

    Quando questionados sobre a sua opinio emrelao ao texto, a Sndrome de Burnout, o estresse, a

    instituio, o professor e ele prprio, alguns referiram

    apresentar alguns dos sintomas devido ao excesso de

    demanda que a universidade exige. Porm, salientaram

    o fato de que essas presses esto presentes em

    praticamente todas as profisses na atualidade:

    ...Estou sempre com a sensao de que no sou capaz de dar

    conta, pois as cobranas so cada vez maiores e mais frequentes (P5);

    ...Acho que estou apresentando muitos dos sintomas fsicos (dor muscular,fadiga, cefalia), psquicos (perda de memria, sentimento de injustia) e

    emocionais (desnimo). A instituio altamente competitiva, os

    relacionamentos difceis. Ser professor no relacionamento com o aluno

    timo; o problema maior a competio entre os pares (P6); ...Acho que

    alguns aspectos se relacionam, mas acho difcil uma profisso que no

    tenha (P8).

    Nesse sentido, atualmente, h profisses de risco

    e alto risco, sendo poucas as no susceptveis ocorrncia

    da sndrome20.

    O conhecimento incipiente dos profissionais da

    sade, tambm dificulta seu diagnstico e a possibilidade

    de interveno precoce21.

    O Burnout pode ser prevenido. Informaes

    sobre causas, consequncias e formas de preveno/

    interveno o primeiro recurso. Possibilitam ao

    profissional estar em alerta sobre o problema e a buscar

    ajuda quando necessrio. A informao se torna

    importante principalmente nos casos em que muitas

    pessoas, sem este conhecimento, podem culpar-se pela

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    situao em que se encontram, podendo, assim, ocorrer

    o agravamento do problema22.

    CONSIDERAES FINAIS

    Neste estudo foi possvel identificar que o

    conhecimento que os docentes de enfermagem tm

    da Sndrome de Burnout relativamente adequado paraa profisso, apesar de no ser o ideal. Todavia, o

    conhecimento de suas manifestaes e do seu impacto

    sobre os profissionais, ainda insuficiente, tendo em

    vista a grande importncia dos profissionais de

    enfermagem no auxlio deteco do problema, seja

    em campo de trabalho ou com relao a si e aos seus

    colegas de profisso.

    Diante da importncia que esta sndrome de

    estresse crnico apresenta no ambiente laboral, preciso

    reforar a informao, por meio de palestras, oficinas,

    cartilhas, discusses em grupo, entre outros meios, de

    modo que os docentes possam detectar a Sndrome de

    Burnout ou at mesmo iniciar uma interveno, antes

    que o mal-estar se sobreponha ao seu desenvolvimentopessoal e profissional.

    Alm disso , a proposta da leitura do texto

    como ao educativa foi avaliada positivamente pelos

    participantes da pesquisa, direcionando o trabalho

    de preveno para a consc ient i zao e o

    conhecimento da sndrome, como um importante

    aliado neste processo.

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    2008. p. 21-91.

    Recebido em: 02/09/2009

    Aceite em: 04/10/2009

    104 Docentes em enfermagem e a sndrome de Burnout: educando para a sade2009 julho-dezembro; 3(2):99-104

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    *Enfermeiras graduadas pelas Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA), Catanduva-SP.**Enfermeira Obsttrica. Mestre em Cincias da Sade. Docente do Curso de Graduao em Enfermagem das Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA), Catanduva-SP. Contato:[email protected]

    REPRESENTAES SOCIAIS DE GESTANTES HIPERTENSAS: ESTUDOREALIZADO EM AMBULATRIO DE PR-NATAL DE ALTO RISCO

    SOCIAL REPRESENTATIONS OF PREGNANCY IN HYPERTENSIVE

    CLINIC OF PRENATAL HIGH RISK

    REPRESENTACIONES SOCIALES HIPERTENSOS MUJERES EMBARAZADAS: ESTUDIOCELEBRADA EN LA CLNICA DE PRENATAL DE ALTO RIESGO

    Luciana Gonalves da Cruz*, Pamela Zagatto*, Stefani Cristina Innocente Duarte*, Denise Gonzalez Stellutti de Faria**

    ResumoDistrbios hipertensivos constituem uma das complicaes mdicas de maior relevncia durante o perodo gravdico-puerperal, porapresentarem alto risco de morbidade e mortalidade para o binmio me-filho, ocorrendo entre 10 a 20% das gestaes. Diantedessas consideraes, vrios fatores fazem com que o estudo da hipertenso arterial na gestao seja de extrema importncia. Oobjetivo geral deste estudo foi identificar as representaes sociais de mulheres grvidas com hipertenso arterial em um ambulatriode pr-natal de alto risco no noroeste paulista. Os objetivos especficos foram: descrever o perfil scio demogrfico e obsttrico dasgestantes; verificar o conhecimento das gestantes sobre a hipertenso arterial e como se sentiam ao vivenciarem a patologia.Mediante a anlise dos dados, conclui-se que havia conhecimento por parte das gestantes sobre a hipertenso, predominantementede senso comum,por se tratarde conhecimentos assimilados atravs do convvio com familiares e na comunidade onde habitavam einteragiam socialmente, e repassados de gerao a gerao. Contudo, foi notrio o interesse e expressada a necessidade deadquirirem conhecimentos cientficos acerca do tema e de outras questes relacionadas ao perodo gravdico-puerperal, especialmentesobre hipertenso arterial na gestao.

    Palavras-chave: Gestao de alto risco. Hipertenso. Eclampsia.

    AbstractHypertensive disorders are one of the most relevant medical complications during pregnancy and childbirth due to its high risk ofmorbidity and mortality for both mother and child, occurring between 10 and 20% of pregnancies. Given these considerations,several factors make the study of hypertension in pregnancy is extremely important. he aim of this study was to identify the socialrepresentations of pregnant women with hypertension in an outpatient prenatal high risk in the northwest region. The specific

    objectives were to describe the sociodemographic and obstetric profile of pregnant women to verify their knowledge of hypertensionand about how they felt when they experience the disease. Through data analysis, concluded that there was knowledge by pregnantwomen on hypertension, mainly common sense, because it is knowledge assimilated by living with family and community where theylived and interacted socially, and passed from generation to generation. However, it was obvious interest and expressed the needto acquire scientific knowledge on the subject and other issues related to pregnancy-puerperal period, especially on hypertension inpregnancy.

    Keywords: High risk pregnancy. Hypertension. Eclampsia.

    ResumenLos trastornos hipertensivos son una de las complicaciones mdicas ms relevantes durante el embarazo y el parto debido a su altoriesgo de morbilidad y mortalidad tanto para la madre y el nio, que se producen entre el 10 y el 20% de los embarazos. Teniendo encuenta estas consideraciones, hay varios factores que el estudio de la hipertensin en el embarazo es muy importante. El objetivo deeste estudio fue identificar las representaciones sociales de las mujeres embarazadas con hipertensin arterial en un pacienteexterno de alto riesgo prenatal en la regin noroeste. Los objetivos especficos fueron describir el perfil sociodemogrfico y obsttricode las mujeres embarazadas para comprobar su conocimiento de la hipertensin y sobre cmo se sintieron cuando la experiencia dela enfermedad.A travs de anlisis de datos, concluy que no era de conocimiento de las mujeres embarazadas sobre la hipertensin,sobre todo el sentido comn, porque es un conocimiento asimilado por vivir con la familia y la comunidad en que vivan y interactuaronsocialmente, y se pasa de generacin en generacin. Sin embargo, era evidente inters y expres la necesidad de adquirir conocimientoscientficos sobre el tema y las cuestiones relacionadas con el embarazo, perodo puerperal, especialmente sobre la hipertensin en elembarazo.

    Palabras clave: Embarazo del alto Riego. Hipertensin. Eclampsia.

    105Representaes sociais de gestantes hipertensas: estudo realizado em ambulatrio de pr-natal de alto risco 2009 julho-dezembro; 3(2):105-112

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    INTRODUO

    Os distrbios hipertensivos so complicaes

    mdicas de expressiva relevncia durante o perodo

    gravdico-puerperal, ocorrendo em 10 a 20% das

    gestaes. Nos pases em desenvolvimento, como no

    Brasil, a hipertenso arterial a causa de morte materna

    mais frequente1.O termo hipertenso arterial (HA) induzida pela

    gestao refere-se ao aumento da presso arterial (PA)

    manifestada apenas no perodo da gravidez2. Apesar da

    sua importncia em sade pblica, a etiologia da HA

    manifestada na gestao e que envolve a pr-eclampsia

    e a hipertenso gestacional, permanece ainda pouco

    conhecida. A combinao de fatores genticos,

    imunolgicos e ambientais; dentre estes a nutrio

    humana, determina um defeito na invaso trofoblsticadas arterolas espiraladas. Defeito que pode causar

    reduo na presso de perfuso uteroplacentria, com

    consequente isquemia/hipxia da placenta no decorrer

    da gestao3.

    Existem vrias classificaes descritas para os

    distrbios hipertensivos na gravidez4. Uma delas se refere

    classificao do Grupo de Trabalho em Hipertenso do

    Programa Nacional de Educao em Hipertenso Arterial

    do Ministrio da Sade dos Estados Unidos (NHBPEP)desenvolvida em 2000. Dentre os distrbios hipertensivos

    caractersticos na gestao, foram classificados: pr-

    eclampsia (PE), hipertenso crnica, hipertenso crnica

    com PE sobreposta e hipertenso gestacional4,5.

    Pr-eclampsia

    A pr-eclampsia na gravidez (DHEG) doena

    hipertensiva especfica, possvel de ocorrer, especialmente

    em primigestas e em mulheres que se encontram vivendo

    extremos de idade para a maternidade. A expresso

    toxemia gravdica, embora inadequada, ainda hoje tem

    sido utilizada como sinnimo de PE. Em geral, a PE

    manifesta-se aps a vigsima semana de gestao, exceto

    quando estiver presente o quadro mola hidatiforme,

    diagnosticada quando a gestante apresenta HA e

    proteinria significativa. Conforme recomendaes do

    NHBPEP5, na ausncia de proteinria, a doena, ainda

    assim ser altamente suspeita, caso haja persistncia de

    cefaleia, viso turva, dor abdominal ou alteraes

    laboratoriais como: plaquetopenia, cido rico, cujo

    resultado seja inferior a 6 mg/dL ou alterao das enzimas

    hepticas. Nesses casos, as mulheres devem ser

    manejadas e tratadas como possuidoras de PE,

    especialmente se estiverem apresentando plaquetopenia.

    A PE tem como principais fatores de risco para

    o seu desenvolvimento a primigestao, a hipertensocrnica, o diabete melito, a colagenase, pertencer a raa

    negra, alm da obesidade e as trombofilias4.

    Eclampsia

    A doena se ca racter iza como um quadro

    patolgico onde est presente a ocorrncia de

    convulses motoras generalizadas (tipo grande mal), em

    gestantes com PE. Porm, as convulses no so devidas

    doena neurolgica coincidente e podem ocorrer naspessoas com pr-eclampsia leve (PEL), durante o parto,

    cuja ocorrncia de at um tero dos casos, ocorrendo

    geralmente at 48 horas aps o nascimento do beb. A

    HA percebida antes da vigsima semana de gravidez ou

    que persista doze semanas aps o nascimento

    classificada como hipertenso arterial sistmica (HAS)

    crnica, no-especfica da gestao; essas pacientes em

    geral tm HAS essencial. O risco para o desenvolvimento

    de PE sobreposta estimado em 25%6

    .

    Pr-eclampsia sobreposta hipertenso crnica

    A PE sobreposta hipertenso crnica definida

    pelo agravamento dos nveis pressricos, surgimento ou

    agravamento da proteinria, trombocitopenia, ou

    alteraes nas enzimas hepticas4.

    Hipertenso gestacional e a fisiopatologia

    A hi pe rtenso gestac iona l de fi nida pe lo

    aumento da PA, presente aps a vigsima semana

    de gestao, mais frequentemente prxima poca

    do parto ou no puerprio imediato, porm, sem

    proteinria significativa. Em geral os nveis pressricos

    so leves e no inter ferem no desempenho

    gestacional. A PA normaliza-se em at doze semanas

    de puerpr io , mas pode surg i r em gestaes

    subsequentes . As pac ientes que permanecem

    hipertensas aps esse perodo so classificadas como

    portadoras de hipertenso crnica e as demais

    106 Representaes sociais de gestantes hipertensas: estudo realizado em ambulatrio de pr-natal de alto risco2009 julho-dezembro; 3(2):105-112

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    portadoras de hipertenso transitria. Entretanto,

    acredita-se que estas ltimas estejam propensas a

    desenvolver HAS essencial futuramente4.

    A PE entendida como um evento que

    envolve fatores que se sobrepe hipertenso, pois

    se caracteriza como uma sndrome, cujas alteraes

    acometem mltiplos sistemas e rgos, podendoocorrer mesmo na presena de quadro de hipertenso

    leve. A PE uma sndrome de causa(s)

    desconhecida(s) com manifestaes maternas e

    tambm fetais. A doena materna caracteriza-se por

    vaso espasmo, ativao endotelial e do sistema de

    coagulao, com alteraes no sistema de controle da

    PA e no volume intravascular5.

    Prognstico nas doenas hipertensivas - maternoimediato

    Na vigncia de DHEG, deve-se considerar o

    prognstico materno e perinatal, imediato e tardio,

    nas suas duas principais manifestaes: DHEG e

    hipertenso crnica7.

    Quanto ao prognstico materno imediato, a

    morte materna imed iata na DHEG ocor re,

    principalmente, na vigncia de eclampsia, onde so

    mais frequentes as complicaes decorrentes dahemorragia cerebral e insuficincia respiratria e do

    edema agudo pulmonar. Entre os elementos que

    denunciam maior gravidade na eclampsia, citam-se:

    recorrncia de crises convulsivas, a despeito da

    teraput i ca , prote inr ia acentuada, o l igr ia ,

    hipertermia, ictercia, coma cartico e insuficincia

    respiratria7.

    bitos maternos imediatos na PE leve so

    excepcionais e, quando ocorrem, relacionam-se com o

    seu desfecho em convulso. Na PE sobreposta e na

    Hipertenso crnica grave, os bitos maternos so menos

    frequentes e relacionados a crises hipertensivas agudas,

    sndrome HELLP - uma complicao obsttrica com risco

    de morte, considerada por muitos uma variao da pr-

    eclmpsia, e com descolamento prematuro da placenta

    (DPP) e suas complicaes. Pode haver restrio do

    crescimento uterino (RCIU) tambm denominado

    crescimento intrauterino retardado, conforme descrito

    na Tabela 17.

    Tabela 1 Eclampsia xParidade x Complicaes em gestantes

    Complicaes Multparas (%) Primparas (%)HELLP sndrome 17,2 8,9 RCIU 17,2 2,5Insuficincia renal 13,8 2,5Hemorragia ps-parto 17,2 13,4Edema pulmonar 13,8 3,2

    Sobre o prognstico materno tardio, em 1976 8

    houve uma controvertida questo relacionada eventual sequela hipertensiva quando a durao da

    DHEG supera trs a quatro semanas. Estudiosos

    compararam9 aps dez anos, os nveis tensionais de 406

    primigestas que desenvolveram DHEG e 409 gestantes

    cuja evoluo foi normal e verificaram a presena de

    15% de mulheres hipertensas no primeiro grupo e,

    apenas 6% entre as ltimas.

    Entretanto, estudos complementares devem

    ser desenvolvidos buscando complementar dados, poisno estudo acima referido, foi possvel admitir que o

    diagnstico de processos hipertensivos subclnicos

    prvios tenham sido desprezados entre as gestantes

    que desenvolveram PE7. Quanto ao prognstico

    perinatal ficou evidenciada a sobreposio dos fatores

    relativos eclampsia e a DHEG nos ndices de

    mortalidade perinatal imediata.

    O prognstico perinatal mediato, ou seja, no

    tardio da DHEG relaciona-se, particularmente, incidnciade prematuridade extrema entre os recm-nascidos de

    partos espontneos, ou de partos prematuros

    teraputicos, indicando a presena da gravidade materna

    e/ou comprometimento fetal intra-tero insolvel7.

    Porm, no prognstico tardio dos recm-nascidos

    no so referidas leses orgnicas tardias em conceptos

    de mes que desenvolveram PE e/ou eclampsia7.

    MATERIAL E MTODOS

    Representaes sociais so variveis

    independentes, estmulos explanatrios. Reagimos a um

    estmulo medida que, ao menos parcialmente, ns o

    objetivamos e o re-criamos, no momento de sua

    constituio. O senso comum est continuamente sendo

    criado e re-criado em nossas sociedades, especialmente

    onde o conhecimento cientfico e tecnolgico est

    popularizado10.

    O propsito deste estudo foi obter informaes

    acerca da HA no perodo gestacional, principalmente

    107Representaes sociais de gestantes hipertensas: estudo realizado em ambulatrio de pr-natal de alto risco 2009 julho-dezembro; 3(2):105-112

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    sobre as ocorrncias dela decorrentes, identificando

    tambm as representaes sociais das gestantes em

    relao a doena.

    A origem do conhecimento, ou de como so

    formados os conceitos e as ideias na mente de cada ser

    humano, e a correspondncia entre estes e a realidade,

    relaciona-se ao campo da investigao filosfica. Nosculo XX, a sociologia do conhecimento refez as mesmas

    perguntas, embora em um tom diferente, pois a

    preocupao no era como o indivduo conhecia, mas

    como o indivduo agia dentro do grupo, e como o prprio

    grupo podia processar o conhecimento. Paralelamente,

    na psicologia buscou-se saber qual era o processo psquico

    do conhecimento. Traando caminhos, a psicologia social,

    baseada no conceito de representaes sociais, buscou

    chegar a uma sntese e, consequentemente, a umasoluo, pois o conceito de representaes sociais

    clarificou muitos pontos que permaneciam ainda

    inexplicados. Desta forma, permite verificar como se

    formam os conhecimentos e, assim, possibilita ao homem

    programar melhor o processo de conhecimento10.

    Moscovici10 foi o primeiro pesquisador a

    introduzir o conceito de representaes sociais na

    psicologia social contempornea, h quase quarenta

    anos. Desde ento, a teoria tornou-se um dos enfoquespredominantes nessa rea, no s na Europa, mas

    tambm no mundo anglo-saxo.

    O trabalho de Moscovici11 difundiu-se

    amplamente na psicologia social, principalmente atravs

    de suas contribuies ao estudo das influncias das

    minorias e da psicologia das massas. O estudo das

    representaes sociais tornou-se, portanto, uma das

    vozes mais autorizadas e originais, utilizadas pela

    psicologia social na atualidade.

    Entende-se por representaes sociais,

    entidades quase tangveis, que circulam, se entrecruzam

    e se cristalizam continuamente, atravs de palavras,

    gestos ou reunies que ocorrem no mundo cotidiano

    das pessoas, portanto, impregnam a maioria das relaes

    estabelecidas, os objetos produzidos ou consumidos, alm

    da comunicao11.

    O referencial terico foi selecionado para o

    estudo visando que o mesmo suscite discusses e

    reflexes acerca de aspectos assistenciais de enfermagem

    no campo da sade da mulher, permitindo que novas

    perspectivas e estratgias se abram para o atendimento

    pessoa com HA na gestao. A finalidade oferecer

    contributo para a promoo de aes /intervenes de

    enfermagem pertinentes e mais humanizadas, voltadas

    ao universo feminino durante o perodo gestacional.

    importante identificar o grau de conhecimento e ossentimentos enfrentados pelas gestantes e tambm os

    que decorrem da hipertenso, pois mulheres melhor

    informadas podero sentir-se mais seguras, entender e

    aderir melhor ao tratamento proposto e s orientaes

    oferecidas pelos profissionais da rea da sade.

    OBJETIVOS

    O objetivo geral do estudo foi identificar as

    representaes sociais de gestantes atendidas em umambulatrio de pr-natal de alto risco no noroeste

    paulista, sobre a HA. Buscou-se, enquanto, objetivos

    especficos, descrever o perfil sociodemogrfico e

    obsttrico das gestantes; verificar o conhecimento das

    gestantes sobre a HA e, tambm averiguar como se

    sentiam ao vivenciar patologias decorrentes do quadro

    hipertensivo na gestao.

    TRAJETRIA METODOLGICATrata-se de um estudo descritivo, exploratrio e

    qualitativo. Foi utilizada a Teoria das Representaes Sociais,

    concebida como um saber que considera o senso comum

    e permite compreender a formao do pensamento

    social11. Tal abordagem foi utilizada por envolver o universo

    dos significados, motivos, aspiraes, crenas e atitudes,

    correspondendo a um aprofundamento maior entre as

    relaes e os fenmenos12.

    A pesquisa foi realizada em um Ambulatrio de

    Ginecologia e Obstetrcia de um Hospital Escola do interior

    paulista, pois oferece atendimento pr-natal a gestantes

    de alto risco. O perodo da coleta de dados ocorreu em

    maio de 2009.

    Foram includas no estudo, mulheres gestantes

    hipertensas com vivncias significativas sobre a

    problemtica, num trabalho de estudo com amostras

    intencionais. Dessa forma, foram sujeitos, gestantes que

    faziam acompanhamento pr-natal e tratamento para HA,

    totalizando dez mulheres.

    108 Representaes sociais de gestantes hipertensas: estudo realizado em ambulatrio de pr-natal de alto risco2009 julho-dezembro; 3(2):105-112

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    multigestas; destas, sete tiveram fi lhos, todos

    nascidos por parto cesariano, conforme demonstrado

    nas Tabelas 2 e 3.

    Tabela 2 - Distribuio numrica e percentual sobre as caractersticasscio-demogrficas de gestantes hipertensas atendidas em um ambulatriode ginecologia e obstetrcia num hospital do interior paulista em 2009

    Variveis N= 10 %Faixa etria (anos)15 1 1023 27 11 101032 a 38 7 70Situao ConjugalCom companheiro fixo 9 90Sem companheiro fixo 1 10ProcednciaCatanduva - SP 3 30Outros municpios da regio 7 70Escolaridade (anos de estudo)0 0 -1 4 anos 5 505 8 anos 4 409 11 anos 1 1012 ou mais 0 -

    Tabela 3- Distribuio numrica e percentual quanto s caractersticasobsttricas de gestantes hipertensas atendidas em um ambulatrio deginecologia e obstetrcia num hospital do interior paulista em 2009

    Variveis N= 10 %

    Nmero de gestaesPrimigesta 2 20Secundigesta 2 20Tercigesta 3 30Multigesta 3 30

    Tipo de partoVaginal 0 -Cesreo 7 100

    II Conhecimento das gestantes acerca da

    hipertenso arterial na gestao

    A ge sta o um fenmeno fi si ol g ico e,

    portanto, sua evoluo ocorre na maior parte dos casos

    sem intercorrncias. Apesar desse fato, h pequena

    parcela de gestantes que, por terem caractersticas

    especficas, ou por sofrerem algum agravo, apresenta

    maior probabilidade de evoluo desfavorvel, tanto para

    o feto como si mesma. Essa parcela constitui o grupo

    caracterizado como gestantes de alto risco.

    Esta viso do processo sade-doena, sob o

    enfoque de risco, fundamenta-se no fato de que nem

    todos os indivduos tm a mesma probabilidade de adoecer

    ou morrer, sendo tal probabilidade maior para uns do

    que para outros11.

    So apresentados nas descries abaixo os

    relatos obtidos das gestantes que representam aspectos

    relacionados ao conhecimento durante o perodo

    gravdico-puerperal.

    Foi utilizada a tcnica de entrevista, por meio

    de um instrumento estruturado, que permitiu que as

    questes fossem audiografadas, sendo as entrevistas

    transcritas posteriormente. Os sujeitos foram identificados

    por meio de nmeros correspondentes a ordem das

    entrevistas. Para manter a privacidade da entrevista, foi

    utilizado o consultrio de enfermagem de assistncia aoaleitamento materno, localizado no referido ambulatrio

    de atendimento pr-natal.

    Os dados coletados foram analisados conforme

    o referencial das representaes sociais envolvendo o

    universo da HA, segundo as interpretaes das

    gestantes, com base em suas experincias vividas e em

    suas identidades sociais.

    O estudo seguiu as normas preconizadas pela

    Resoluo no

    196/96, do Conselho Nacional de Sade,relativa pesquisa envolvendo seres humanos, sendo

    desenvolvido aps a avaliao e a aprovao do Comit

    de tica do hospital onde ocorreu a pesquisa, sob o

    parecer n 13/09, e as entrevistas realizadas aps a

    assinatura do Termo de Consentimento Livre e

    Esclarecido, pela populao do estudo.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    I Perfil sociodemogrficoDez gestantes concordaram em participar do

    estudo, sendo a faixa etria assim distribuda: apenas uma

    era adolescente, com 15 anos de idade (10%), uma

    delas tinha 23 anos (10%), outra, 27 anos (10%) e,

    sete (70%), cuja idade variou de 32 a 38 anos. Do total

    de gestantes, nove (90%) referiram morar com o

    companheiro. Quanto procedncia, trs gestantes

    (30%) residiam em Catanduva e sete (70%) em outros

    municpios prximos regio.

    As gestantes po ss uam, em geral, baixa

    escolaridade, sendo que apenas quatro (40%) haviam

    completado o ensino fundamental e uma (10%) o

    ensino mdio. Em relao situao ocupacional,

    cinco (50%) relataram trabalho desenvolvido no

    prprio lar, trs (30%) exerciam trabalho formal, uma

    (10%) se encontrava desempregada poca, e

    apenas uma (10%) relatou nunca haver trabalhado

    formalmente. Quanto ao nmero de gestaes, duas

    (20%) eram pr imiges tas e as demais (80%)

    109Representaes sociais de gestantes hipertensas: estudo realizado em ambulatrio de pr-natal de alto risco 2009 julho-dezembro; 3(2):105-112

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    Quando eu perdi minha primeira gestao, meu primeiro natimorto,

    foi onde a presso subiu (Gestante 1).

    Fiquei sabendo quando eu fiquei grvida do meu menino, do

    primeiro (Gestante 5).

    As experincias de gravidez, parto e puerprio

    so marcos importantes na trajetria de vida dos seres

    humanos, afetando profundamente, principalmente asmulheres, embora tambm, os homens, os bebs e suas

    famlias. Por ocasio do nascimento de uma criana, a

    famlia sofre um processo de adaptao, pois ocorrem

    mudanas irreversveis, tanto em nvel individual, quanto

    conjugal e familiar. Os ajustes emocionais, sociais e fsicos

    impostos pela gravidez causam nveis variados de estresse

    e ansiedade individual e familiar.

    Os relatos apresentados ilustram essas

    ocorrncias.Soube hoje aqui(Gestante 4).

    Ah e ele me internou para fazer o perfil e descobriu ontem a

    hipertenso(Gestante 8).

    III Significado da presso alta para a gestante

    Os aspectos emocionais, para algumas gestantes,

    muitas vezes so aspectos quase esquecidos, tanto por

    receio, quanto pelo desconhecimento ou falta de hbito

    para identific-los, porm, sempre presentes durante agestao, especialmente na gravidez de alto risco. Assim

    como, organicamente, esse processo fisiolgico

    representa um desafio para as condies maternas,

    tambm do ponto de vista emocional, surge como um

    desafio adaptativo. No montante de emoes vivenciadas

    pela mulher grvida, esto presentes fatores psquicos,

    preexistentes e/ou atuais e, entre os ltimos, so

    acrescidos os componentes da gravidez e os ambientais.

    Tais contedos manifestam-se, principalmente, atravs

    de sentimentos de ansiedade, um mecanismo emocional

    basal, capaz de se estender durante toda a gravidez, de

    forma crescente, e perdurar at o nascimento do beb13.

    No estudo, os sentimentos relatados, pelas

    mulheres considerados como os mais frequentes

    vivenciados durante o perodo gestacional, foram:

    tristeza, dor, medo, ansiedade e preocupao.

    Me d muita batedeira, bastante falta de ar, a boca bastante

    seca(Gestante 1).

    Me deixa triste fico preocupada(Gestante 2).

    Nem sei te explica(Gestante 5).

    Medo ah ah, a no sei eu fico com medo n (Gestante 9).

    As ge st an tes ent re vis tad as in for ma ram

    conhecer a HA neste perodo, enquanto uma doena,

    relacionando-os aos sinais e sintomas vividos, devido

    tambm s informaes repassadas, na sua maioria, por

    pessoas da famlia e/ou da comunidade, alm dosconhecimentos de senso comum adquiridos ao longo da

    vida.

    Ah risco n. Ah geralmente eu sei que estou com presso

    alta quando estou com dor de cabea, tonturas s(Gestante 7).

    ... uma desgraa porque tive minha me que sofreu derrame

    cerebral por causa da presso da minha me que era muito alta

    (Gestante 10).

    A ansiedade tem causas variadas e pode ser

    identificada em cada trimestre da gestao, numprocesso que se intercambia psicodinamicamente.

    Listam-se, entre os sentimentos e emoes vivenciados

    pela mulher durante a gravidez, sentimentos de

    ambivalncia, negao, regresso, introspeco e medo,

    dentre outros. Na gestao de alto risco, as dificuldades

    de adaptao emocional so maiores, especialmente

    pelo rtulo atribudo gravidez de alto risco, portanto

    diferente das demais, cons ideradas como sendo

    gestaes normais13

    .

    IV Mudanas no estilo de vida impostas pela

    hipertenso arterial

    importante e necessrio assegurar a

    assistncia pr-natal e humanizar o atendimento, nas

    aes que envolvem o cuidado gestante. Dedicar

    ateno especial a uma pequena parcela de mulheres

    grvidas hipertensas fundamental ante o fato de serem

    pessoas portadoras de doenas que se agravam com a

    gestao, ou que podem ser desencadeadas durante

    esse perodo13.

    Os relatos das gestantes ilustram as mudanas

    necessrias impostas no perodo, principalmente na

    presena de alteraes na sade.

    Mudou n, sempre tem que ficar controlando n, tanto no sal,

    tomando remdio diariamente, repouso(Gestante 1).

    No (Gestante 8).

    ... s vezes eu esqueo de tomar o remdio e a presso sobe,

    eu tomo remdio direitinho e ela d uma controlada.... (Gestante 10).

    110 Representaes sociais de gestantes hipertensas: estudo realizado em ambulatrio de pr-natal de alto risco2009 julho-dezembro; 3(2):105-112

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    V Co nh eci men to sobr e pr oble mas que a

    hipertenso arterial pode acarretar para o beb

    No estudo se observou que para algumas

    mulheres entrevistadas, inicialmente, o aspecto,

    relacionado aos prejuzos ao beb, no era identificado,

    pois demonstraram pelas respostas emitidas, no saber

    informar sobre as complicaes relacionadas ao beb.Porm, no decorrer da entrevista percebeu-se que elas

    temiam algo mais grave, inclusive a prpria morte ou a

    do beb.

    No, mas nem quero sabe(Gestante 9).

    Pode dar eclampsia e matar. Para o beb no sei(Gestante 1).

    Pode morrer, a me tambm corre o risco de morrer(Gestante 2).

    importante esclarecer as futuras mes tambm

    sobre a importncia da sade do beb. Mulheres

    pertencentes s classes menos favorecidas cultural eeconomicamente podem ser ou estar menos informadas

    e esclarecidas sobre as alteraes fisiolgicas e/ou

    patolgicas no beb durante o perodo da gravidez.

    At iv idades relacionadas ao processo sade/doena

    envolvendo atividades sanitrias e educativas direcionadas

    preveno, promoo, e o tratamento de doenas e

    agravos, precisam ser proporcionadas s gestantes,

    independente das condies socioeconmicas e

    culturais14

    .Os distrbios hipertensivos da gestao incidem

    em 7,5% das gestantes brasileiras, sendo uma das

    principais causas de morbidade materna e perinatal15. As

    alteraes placentrias so as responsveis pelo sofrimento

    do concepto, que poder apresentar CIR e morrer intra-

    tero. Nestes episdios os neonatos so de baixo peso.

    Os depoimentos das mes ilustram a falta de

    conhecimento especfico quanto as alteraes, doenas

    e problemas, tambm ao beb, durante a gestao.

    ... eu sei que d problemas nas crianas n, mas o tipo de

    problema eu no sei (Gestante 3).

    Sei que pode acontece um monte de coisa e deixa seqela

    nele(Gestante6).

    VI Conhecimentos quanto aos problemas que a

    hipertenso arterial pode acarretar gestante

    um direito da mulher receber informaes

    claras, objetivas e compreensveis acerca de sua sade/

    doena. Entretanto, tanto informaes, quanto tais

    direitos, nem sempre so assegurados, conforme

    evidenciado nos relatos abaixo descritos.

    No, ningum explicou(Gestante 1).

    Ento no. Assim eu ouvi falar que d infarto, mas aqui

    ningum me orientou (Gestante 3).

    Ah, sei que tem gente que no aguenta e morre(Gestante 4).

    Fica evidenciada a falta de informaes, deorientaes claras e abrangentes acerca do perodo

    gravdico-puerprio. Muitas vezes fragilizadas e carentes,

    as gestantes tem como consequncia, o surgimento de

    sentimentos de temor e medo, assim como de

    preocupao. Alguns relatos se referiam ao temor da

    morte, no apenas a sua, mas tambm a do beb.

    necessrio que o enfermeiro conhea as

    necessidades da populao de gestantes no perodo

    materno-infantil, pois respondem legalmente, noexerccio da profisso, pela assistncia, ensino, pesquisa

    e administrao de cuidados. As metas de preveno e

    promoo devem ser enfatizadas junto a essa populao,

    visando diminuir a incidncia de doenas e agravos no

    ciclo gravdico-puerperal, alm de atuar como agente

    multiplicador15.

    CONSIDERAES FINAIS

    Foram sujeitos do estudo, dez gestanteshipertensas, as quais permitiram evidenciar pouco

    conhecimento quanto a HA no perodo gravdico-

    puerperal. Os conhecimentos identif icados,

    predominantemente, de senso comum, haviam sido

    assimilados atravs do contato com familiares, ou obtidos

    do meio social habitado por elas e/ou repassados de

    gerao a gerao. No entanto, as gestantes

    demonstraram interesse e necessidade de adquirirem

    esclarecimentos sobre a gestao e as patologias

    concernentes esse perodo, bem como para a sade

    do beb.

    Nos relatos foi apreendido sentimentos de medo,

    ansiedade e temor por parte das gestantes, prejudicando-

    as durante essa vivncia to importante na vida da mulher e

    dos familiares. Alm de relevantes, necessrio o

    direcionamento de aes de sade, onde o reconhecimento,

    por parte dos profissionais de sade, quanto s subjetividades

    e os aspectos simblicos e culturais que envolvem a HA no

    perodo gestacional, sejam assegurados.

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    IDEALIZAR O AMANH: VIVENDO ENTRE A ESPERANA E A DESESPERANANUM TRANSPLANTE RENAL1

    IDEALIZE TOMORROW: LIVING BETWEEN HOPE AND HOPELESSNESS IN RENAL

    TRANSPLANTATION

    IDEALIZAR MAANA: VIVIR ENTRE LA ESPERANZA Y LA DESESPERANZA ENTRASPLANTE RENAL

    Hernni Ferreira Cabral*

    ResumoA esperana uma entidade dinmica, em que os doentes com Insuficincia Renal Crnica (IRC) em hemodilise se encontramposicionados entre plos opostos e vo se movendo entre a esperana e a desesperana de serem transplantados, havendoperodos em que se acredita que o transplante possvel e outros em que ele parece mais distante. Foi efetuada uma investigaoqualitativa de carter descritivo e indutivo, cujo objetivo foi compreender como vivencia a pessoa