Economia Engenheiro BNDES 2011 Aula 00

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CURSO ON-LINE – ECONOMIA PARA ENGENHEIRO DO BNDES PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula Demonstrativa Caros (as) Estudantes, É com muita satisfação que apresento a vocês o curso completo de Economia (micro, macroeconomia, formação econômica do Brasil e Sistema Financeiro Nacional) voltado à preparação para o concurso de Engenheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. Inicio esta aula demonstrativa fazendo uma pequena apresentação de quem vos escreve. Sou analista do BACEN. Leciono em cursos preparatórios para concursos desde 2005, já tendo dado aulas em diversos cursos preparatórios presenciais e, em especial, neste único Ponto dos Concursos. Dentre alguns cursos já oferecidos, destaco os de Economia, Finanças, Análise de Projetos e matérias afins, para concursos como Receita Federal, BACEN, CVM, SUSEP, PREVIC, CGU, Tesouro Nacional, Polícia Federal, MPOG e mais alguns outros. O curso será composto por toda a teoria presente no conteúdo programático, sendo ainda composto, em cada uma das aulas, de questões propostas e comentadas, baseadas em provas anteriores elaboradas para a BNDES tanto pela própria CESGRANRIO quanto por outras bancas, além é claro de questões propostas em concursos que cobraram senão a mesma disciplina, pontos do conteúdo programático afins ao nosso estudo. Do mesmo modo do que foi descrito na aula demonstrativa de Análise de Empreendimentos, destaco a vocês que por meio de uma análise cuidadosa do edital, pode-se verificar pela leitura do item 2.1 que a atribuição do cargo de Engenheiro, para fins deste concurso, associa-se ao desenvolvimento de tarefas de natureza técnico-administrativas, relacionadas ao negócio da Instituição, dando suporte às atividades da Unidade, elaborando relatórios e outras demandas, com pareceres conclusivos. Para que possa ficar mais claro para vocês, até mesmo

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Aula Demonstrativa

Caros (as) Estudantes,

É com muita satisfação que apresento a vocês o curso completo de Economia

(micro, macroeconomia, formação econômica do Brasil e Sistema Financeiro

Nacional) voltado à preparação para o concurso de Engenheiro do Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.

Inicio esta aula demonstrativa fazendo uma pequena apresentação de

quem vos escreve. Sou analista do BACEN. Leciono em cursos preparatórios

para concursos desde 2005, já tendo dado aulas em diversos cursos

preparatórios presenciais e, em especial, neste único Ponto dos Concursos.

Dentre alguns cursos já oferecidos, destaco os de Economia, Finanças, Análise

de Projetos e matérias afins, para concursos como Receita Federal, BACEN,

CVM, SUSEP, PREVIC, CGU, Tesouro Nacional, Polícia Federal, MPOG e mais

alguns outros.

O curso será composto por toda a teoria presente no conteúdo programático,

sendo ainda composto, em cada uma das aulas, de questões propostas e

comentadas, baseadas em provas anteriores elaboradas para a BNDES tanto pela

própria CESGRANRIO quanto por outras bancas, além é claro de questões

propostas em concursos que cobraram senão a mesma disciplina, pontos do

conteúdo programático afins ao nosso estudo.

Do mesmo modo do que foi descrito na aula demonstrativa de Análise de

Empreendimentos, destaco a vocês que por meio de uma análise cuidadosa do

edital, pode-se verificar pela leitura do item 2.1 que a atribuição do cargo de

Engenheiro, para fins deste concurso, associa-se ao desenvolvimento de tarefas de

natureza técnico-administrativas, relacionadas ao negócio da Instituição, dando

suporte às atividades da Unidade, elaborando relatórios e outras demandas, com

pareceres conclusivos. Para que possa ficar mais claro para vocês, até mesmo

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porque entendo que nada melhor do que conhecermos aonde vamos “pisar”, e com

o que vamos trabalhar, fica claro que a atribuição principal do cargo está relacionada

à verificação de todos os pontos (exceto os de natureza jurídica), pertinentes à

análise de viabilidade de projetos de investimento, de tal modo que seja possível ao

BNDES verificar a aderência dos planos de FINANCIAMENTO solicitados pelas

diversas empresas (micro, pequenas, médias e grandes empresas) demandantes de

recursos financeiros para a realização de investimentos. Os financiamentos são

concedidos por meio de uma análise minuciosa dos chamados Planos de Negócios

apresentados pelas empresas, os quais procuram demonstrar a relevância do

negócio a ser financiado pelo BNDES. A disciplina de economia se insere neste

contexto como forma de garantir ao analista a capacidade de realizar uma avaliação

crítica do ambiente econômico, tão relevante nas decisões tomadas por empresas

quanto ao futuro dos seus negócios.

Feitos os comentários iniciais, destacamos que o curso está estruturado da

seguinte forma, tanto em termos da quantidade de aulas quanto relativamente aos

pontos do conteúdo programático a serem abordados em cada uma das aulas.

Aula e Data Conteúdo programático

Aula Demonstrativa Microeconomia: Conceitos introdutórios -

oferta e demanda.

Aula 1 – dia 10/02/2011

Microeconomia: Oferta e Demanda;

Elasticidades; Equilíbrio de Mercado; Teoria

do Consumidor.

Aula 2 – dia 17/02/2011

Microeconomia: teoria da firma; economias

e deseconomias de escala; oferta em

mercados competitivos; monopólio e

concorrência monopolística; oligopólio;

externalidades; categorias de bens:

privados, públicos; comuns e naturais.

Aula 3 – dia 24/02/2011 Macroeconomia: contabilidade nacional;

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produto e renda; componentes básicos do

produto nacional.

Aula 4 – dia 03/03/2011

Macroeconomia: determinação da renda,

balanço de pagamentos e regimes cambiais.

Mecanismos de Financiamento

Internacional. Desenvolvimento econômico.

Aula 5 – dia 10/03/2011 Formação Econômica do Brasil

Aula 6 – dia 16/03/2011 Sistema Financeiro Nacional – parte 1

Aula 7 – dia 23/03/2011 Sistema Financeiro Nacional – parte 2

Ressalto a vocês que poderemos fazer algumas alterações meramente no

que concerne aos pontos do conteúdo programático a serem abordados em cada

uma das aulas, com o objetivo de torná-los mais dinâmicos e didáticos.

Adicionalmente, informo que na parte da matéria referente à microeconomia faremos

a apresentação de algumas fórmulas básicas de matemática, necessárias para o

desenvolvimento e resposta de algumas questões que porventura possam ser

cobradas em prova.

Feitas as considerações iniciais, entendo que podemos passar à

apresentação de alguns conceitos que sempre se fazem presentes em provas

elaboradas pela CESGRANRIO, especialmente nos concursos para cargos do

BNDES.

Sejam todos muito bem vindos ao curso, destacando desde já que vocês

podem contar comigo para todo e qualquer esclarecimento a respeito da aula, do

curso, ou mesmo de qualquer outro ponto pertinente ao concurso em que eu possa

ajudá-los. Para isso, segue o meu e-mail do Ponto:

[email protected].

Grande abraço a todos vocês,

Mariotti

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1. Fundamentos de Microeconomia: Escassez, eficiência produtiva e alocativa, curva de possibilidade de produção, custos de oportunidade.

De acordo com Vasconsellos (2002, pág. 21), a economia pode ser definida

como a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar

recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-

los entre as várias pessoas e grupos da sociedade com o objetivo de satisfazer as

necessidades humanas.

Conforme verifica-se pela própria interpretação da definição da economia, a

sociedade encontra-se na responsabilidade de decidir como utilizar os recursos

produtivos escassos. Esta questão é abordada porque os indivíduos possuem

necessidades ilimitadas, renovadas pelo crescimento populacional e pelo desejo de

melhoria dos padrões de vida.

A escassez é a variável que traz o contexto de todo o estudo econômico. Se

não existisse a escassez, não haveria a necessidade de se estudar fenômenos

econômicos como a inflação, que é a subida de preços ocasionada pelo excesso de

procura por bens e serviços por parte dos consumidores frente a oferta realizada

pelas empresas.

A disponibilidade de bens limitados na economia está também relacionada

aos chamados fatores de produção econômicos, que são aqueles representados

pela mão-de-obra dos trabalhadores, pela terra (espaço para a produção) e pelo

capital, que é o recurso utilizado para a realização de investimentos.

1.1 A Eficiência Produtiva

A eficiência produtiva refere-se à mobilização dos fatores de produção

presentes em uma economia, independentemente do seu estágio de

desenvolvimento e de seus padrões culturais - seja uma tribo indígena da região

amazônica que ainda não tenha entrado em contato com a civilização, seja uma

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moderna nação industrializada. No estudo econômico, entende-se que todos os

países dispõem dos mesmos recursos produtivos, mesmo que em estágios

diferenciados de desenvolvimento.

A busca por eficiência produtiva é devido à escassez dos recursos, no

sentido de que o suprimento de todos eles é finito ou limitado. Além disso, o

conceito econômico de escassez tem a ver com as ilimitáveis necessidades

sociais. Estas superam a dotação de recursos: os agentes buscam sempre

ampliar seus níveis de satisfação, através de maior suprimento e de maior

variedade de bens e serviços. Mais ainda: buscam produtos de qualidade cada

vez mais apurada e de desempenho cada vez mais avançado. Ao mesmo tempo,

procuram aprimorar os recursos e empregá-los de tal forma que se minimizem as

taxas ocorrentes de ociosidade (que é a má utilização dos recursos) e o

desemprego (mão-de-obra não empregada), maximizando assim os retornos com

a produção de bens e serviços

Em resumo podemos dizer que a busca pela eficiência produtiva pressupõe

as seguintes condições:

i. A utilização de todos os recursos disponíveis, no sentido de que não se

observe a indesejável ocorrência de quaisquer formas de subemprego ou de

desemprego. Esta condição acaba por implicar na ausência de capacidade

ociosa. Segundo a linha dos economistas clássicos é conceitualmente

chamado de pleno-emprego dos recursos produtivos;

ii. A existência de mobilização e a combinação dos recursos disponíveis sob

padrões ótimos de desempenho e de organização do processo produtivo, de

forma que não seja observado o subaproveitamento do potencial máximo

disponível de recursos escassos.

De forma conceitual, a eficiência produtiva é alcançada quando, além de

estarem plenamente empregados e não ociosos, os recursos escassos estão

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operando no limite máximo de seus potenciais. Assim, somente se considera que

uma economia está operando na plenitude de sua eficiência produtiva quando as

possibilidades de produção são mobilizadas em seus níveis mais elevados.

Uma vez alcançado este limite não é possível aumentar a produção pela

utilização de recursos que tenham permanecido ociosos (posto que se encontram

plenamente empregados) nem pela reorganização do modo pelo qual os recursos

estão sendo utilizados (uma vez que o sistema está operando nos limites mais

avançados da capacitação técnica conhecida).

1.2 Eficácia Alocativa

A eficácia alocativa também está relacionada à escassez de recursos e às

ilimitáveis necessidades sociais. Dado o conflito entre a escassa disponibilidade

de meios e a multiplicidade crescente de necessidades a atender, não basta que

os recursos estejam empregados segundo padrões de máxima eficiência

produtiva: este é um requisito necessário, mas não suficiente. Além dele, coloca-

se a questão da eficácia alocativa, que diz respeito à escolha dos bens e serviços

finais, de consumo e de capital, que a economia produzirá.

Considerando que são escassos os recursos e ilimitáveis as necessidades

manifestadas pela sociedade, é conceitualmente impossível produzir todos os bens

e serviços requeridos para satisfazer a todas as necessidades sociais efetivamente

existentes e a todos os desejos individuais. A escassez implica escolhas, sendo que

as escolhas implicam em custos de oportunidade - expressão que, neste caso,

tem relação com os desejos e as necessidades que deixam de ser atendidos sempre

que outros são priorizados.

Atuando como agente econômico o governo reduz o poder aquisitivo da

sociedade, por meio da imposição de tributos. Com a receita tributária, investe em

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infra-estrutura econômica e social e na produção de bens e serviços públicos1 e

semi-públicos2. De forma conceitual, considera-se que o resultado da ação produtiva

preenche as condições da eficácia alocativa quando:

1. O processo de alocação dos recursos tende a uma escala de prioridades que

satisfaça às exigências mínimas requeridas pelos diferentes grupos sociais.

Assim, por serem escassos os recursos, certamente não será possível

atender à totalidade dos desejos manifestados por todos os grupos sociais;

2. Uma vez satisfeitas as requisições mínimas vitais da sociedade, os recursos

ainda disponíveis são destinados à produção de um dado conjunto de

produtos, cuja diversificação seja suficientemente ampla, abrangendo as

demais exigências manifestadas pela sociedade.

Em resumo, pode-se dizer que a eficiência produtiva e alocativa devem

funcionar em conjunto, de forma a que sejam atingidos os objetivos de otimização na

produção de bens e serviços a partir da escassez dos insumos produtivos. De outra

forma, esta produção deve primar pela eficácia alocativa, de forma a atender os

desejos e necessidades da sociedade.

1.3 A Curva de Possibilidade de Produção

Uma boa forma de representação da alocação escassa dos bens e serviços

produzidos na economia pode ser expressa pela chamada Curva de Possibilidade

de Produção. A CPP mostra as alternativas de produção feitas pela sociedade,

considerando a plena utilização dos recursos produtivos (pleno emprego dos

recursos).

1 São exemplos de bens públicos a justiça e a segurança nacional. 2 São exemplos de bens semi-públicos a saúde e a educação.

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Conforme afirma Vasconsellos (2002, pág. 28), trata-se de um conceito

eminentemente teórico, que permite ilustrar como a limitação de recursos leva à

necessidade da sociedade fazer opções ou escolhas entre as alternativas de

produção.

Um exemplo teórico quase sempre utilizado para a ilustração da CPP refere-

se à escolha de produção entre bens de consumo (alimentos) e a produção de bens

de capital (canhões de guerra).

Analisemos as seguintes alternativas de produção:

Tabela 1

Considerando os dados da tabela acima, chegamos a formatação da Curva de

Possibilidades de Produção.

Alternativas de Produção Canhões (milhares)

Alimentos (toneladas)

A 25 0 B 20 30 C 15 45 D 10 60 E 0 70

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Gráfico 1 – Curva de Possibilidade de Produção

A CPP representa as diferentes escolhas produtivas que um país pode fazer

considerando os recursos escassos existentes. De acordo com a análise da curva,

verifica-se que a sociedade deverá escolher, em determinado momento do tempo,

um dos pontos representados pelas letras .A, .B, .C, .D, .E.

Conforme se pode perceber, no ponto “A” a sociedade decide alocar todos os

seus recursos na produção de canhões. De forma inversa, no ponto “.E”, a economia

destina seus recursos somente à produção de alimentos.

Com base na análise minuciosa da CPP, verifica-se a existência de pontos

localizados fora da linha de fronteira. No ponto “.F” a sociedade está subutilizando

os seus recursos produtivos, desconsiderando assim o preceito econômico de

eficiência produtiva e eficácia alocativa.

O ponto “G”, diferentemente dos demais pontos localizados sobre a linha de

fronteira da CPP, representa um ponto intangível de ser obtido pela sociedade

através do processo produto, isto devido à escassez de recursos disponíveis para

Alimentos

Canhões 0 10 15 20 25

.D

.C

.B

.A

.E

F

.G70 60

45

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tal. Assim, mesmo que a sociedade seja eficiente em termos alocativos e produtivos,

esta não poderá beneficiar-se de tal produção.

1.4 O custo de oportunidade associado à produção

Para entendermos o conceito de custo de oportunidade, podemos

inicialmente raciocinar em termos pessoais. Imaginemos qual é o custo de

oportunidade de você estar, neste momento, estudando economia para um

determinado concurso. Sem precisar ter a mente muito fértil, pode-se imaginar que

você poderia estar em casa relaxando com a família, tomando uma cerveja ou

mesmo fazendo nada, não é verdade? Assim, pode-se concluir que o custo de

oportunidade de você estar estudando é representado pelo o que deixa de fazer ao

optar em estudar para passar no concurso. Tendo sido compreendido este conceito,

pode-se verificar como este se aplica no contexto da análise da Curva de

Possibilidade de Produção - CPP.

As opções realizadas pela sociedade quanto à alocação dos recursos

escassos, dentro do processo produtivo na economia, implica em que esta deixe de

ter a oportunidade de produzir outros bens. É a própria escolha de deixar de produzir

canhões em benefício da produção de alimentos. Destaca-se que as considerações

quanto ao conceito de custo de oportunidade só são feitas quando a economia está

trabalhando com o pleno-emprego dos recursos produtivos, ou seja, em todos os

pontos constantes na linha representativa da CPP.

O conceito de custo de oportunidade é muito aplicado dentro do mundo das

finanças empresariais. O aporte de recursos financeiros em projetos de

investimentos por empresas públicas e privadas implica com que estas deixem de

auferir juros com a aplicação dos seus recursos no mercado financeiro.

A nossa análise do custo de oportunidade não se estende, neste momento, à

consideração do custo de oportunidade como sendo o custo do dinheiro, mas tão

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somente como sendo o custo imposto à sociedade por conta de esta deixar de

produzir determinados bens ou serviços em benefício de outros.

Realizadas as considerações iniciais quanto à origem da economia,

adentramos agora na análise dos conceitos iniciais da microeconomia que estão

presentes em praticamente todos os concursos, a relação existente entre

consumidores e produtores, comumente conhecida como teoria elementar de

funcionamento do mercado.

2. Teoria de equilíbrio do mercado

A teoria elementar de funcionamento do mercado procura demonstrar como

consumidores e produtores interagem com o objetivo de atingir o maior bem-estar

possível, considerando a série de variáveis envolvidas no processo decisório. A

escassez de recursos leva ao fenômeno da precificação de tudo o que é produzido,

especialmente porque sem este estímulo, os chamados ofertantes de produtos não

teriam interesse em produzir.

Não obstante, a mesma precificação gera resultados diretos sobre o consumo

de bens e serviços, tornando-os menos desejados a todo o momento em que os

preços tendem a subir.

Iniciamos com o próximo tópico a abordagem dos conceitos pertinentes às

funções demanda e oferta, verificando como variações nos preços e demais

variáveis tendem a impactar o chamado equilíbrio de mercado, representado pelo

ponto em que consumidores e produtores chegam a um “consenso” teórico quanto

aos preços e quantidades negociadas.

2.1 Curva de Demanda – Função Demanda

A demanda, ou também chamada de procura, pode ser definida como as

várias quantidades de um determinado bem ou serviço que os consumidores

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estão dispostos e aptos a adquirir, em função dos vários níveis de preços

possíveis, em determinado período de tempo. Ou seja, a demanda é a correlação

entre as diversas quantidades procuradas de um bem, com os diversos níveis de

preços apresentados.

A demanda é dependente de uma série de variáveis, dentre as quais o

preço do bem X (PX), a renda dos consumidores (R), o preço dos outros bens

(PY), assim como os gostos dos consumidores (G).

DX = f (PX, R, PY, G), sendo a demanda dada em função dos parâmetros

anteriores.

A Lei da Demanda3 diz que há uma correlação inversa entre preços e

quantidades demandadas, coeteris paribus (expressão latina que significa tudo o

mais constante, como a renda do consumidor, os preços de outros bens e as

preferências dos consumidores). Quanto maior for o preço, menor será a

quantidade demandada do bem que o consumidor estará disposto a adquirir e

vice-versa.

Perceba o gráfico que se segue:

Sendo assim, corroboramos a informação de que existe uma relação

inversa entre o preço e quantidade demandada, o que nos leva a interpretar,

3 Não se trata de uma lei em sentido explícito, mas sim se uma máxima da economia.

P

Q

10

5

20 40

A

B

Quanto maior o preço, menor a quantidade demandada (coeteris paribus).

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conforme o gráfico acima, que a curva apresenta uma declividade (inclinação)

negativa.

A curva de demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto

de três fatores: o efeito substituição, o efeito renda e a utilidade marginal do

produto:

Efeito substituição: se um bem X possui um substituto Y, ou seja, outro bem

similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, coeteris

paribus, o consumidor passa a adquirir o bem substituto Y, reduzindo assim a

demanda pelo bem X. Exemplo: se o preço do fósforo subir demasiadamente, os

consumidores passam a consumir isqueiro, reduzindo a demanda por fósforo;

Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, tudo o mais constante

(renda do consumidor e preços de outros bens constantes), o consumidor perde

poder aquisitivo e a demanda pelo produto cai;

Utilidade Marginal: quanto maior a quantidade de um produto que o

consumidor pode adquirir, menor será a utilidade ou satisfação adicional (marginal)

com cada unidade adicional consumida, o que o levará a reduzir a quantidade

demandada do bem. Exemplo: o primeiro copo de água, para quem está com muita

sede, proporciona uma certa satisfação (utilidade); o segundo copo proporcionará

uma satisfação adicional, mas com uma utilidade marginal inferior ao primeiro copo e

assim sucessivamente. Pense se isso não é verdadeiro?!

2.2 Considerações quanto às variações de preços e impactos na demanda pelos bens

Até o presente momento dissemos que elevações nos níveis de preços

tendem a diminuir a quantidade demandada. A questão é que existem exceções a

esta regra. São os chamados bens de Veblen e bens de Giffen.

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2.2.1 Bens de Veblen

Os bens de Veblen são bens de consumo de alto valor agregado, muitas

vezes associado à idéia de ostentação, tais como jóias, automóveis de luxo e obras

de arte.

Para estes consumidores, como o padrão de ostentação é o preço, quanto

mais alto for este, maior será a procura pelo bem.

A constatação do economista Thorstein Veblen fica muito bem ilustrada

através de uma citação retirada de sua obra mais famosa, a teoria da classe ociosa:

“A base sobre o qual a boa reputação em qualquer comunidade industrial altamente organizada finalmente repousa é a força pecuniária, e os meios de demonstrar força pecuniária e, mercê disso, obter ou conservar o bom nome, são o ócio conspícuo (notável) e um consumo conspícuo de bens”. Parênteses nosso.

Pode-se dizer que a curva de demanda de Veblen apresenta inclinação

positiva, ou seja, quanto maior o preço, maior a quantidade demandada.

2.2.2 Bens de Giffen

Os bens de Giffen são produtos de baixo valor, mas que representam muito

do consumo e, conseqüentemente, do orçamento das famílias de mais baixa

renda. Sua interpretação é a de que caso ocorra uma elevação nos preços destes

bens, haverá um aumento na quantidade demandada.

A interpretação para tal situação é a de que como ocorreu um aumento no

preço do bem, sobrará menos renda disponível. Considerando que estes bens ainda

são mais baratos que os demais bens, o consumidor demandará maior quantidade

do próprio bem4.

4 A descoberta devida a Robert Giffen foi realizada quando da análise feita pelo economista em uma pequena comunidade

rural da Inglaterra. A comunidade tinha como seu alimento principal a batata, hoje vulgarmente chamada de batata inglesa.

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2.3 Curva de Demanda: Deslocamento da curva e ao longo da curva - distinção entre demanda e quantidade demandada

Embora tais termos tendam a serem utilizados como sinônimos, estes

possuem interpretações diferentes. Por demanda entendemos toda a escala ou

curva que relaciona os diferentes preços e quantidades dos bens transacionados

na economia. Por quantidade demandada devemos entender um ponto da curva

que relaciona o preço e a quantidade demandada de um determinado bem.

No gráfico a seguir, a curva de demanda esta indicada pela letra D, sendo

que a quantidade demandada Q0 é relacionada ao preço P0. Caso o preço

aumentasse para P1, haveria uma diminuição na quantidade demandada e não na

demanda. Ou seja, as alterações da quantidade demandada ocorrem ao longo da

mesma curva de demanda.

No gráfico abaixo a curva da demanda inicial está indicada por D0. Caso

ocorresse um aumento na renda dos consumidores, coeteris paribus, a

demanda irá se deslocar para a direita D1, indicando que o consumidor estaria

disposto a adquirir maiores quantidades de bens e serviços.

P

Q

P0

Q0 Q1

D

P1

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Verificamos que movimentos da quantidade demandada ocorrem ao longo da mesma curva de demanda (D0), devido somente a mudanças no preço

do bem. Quando a curva de demanda se desloca (devido a variações da renda ou de outras variáveis, que não o preço do bem), temos um deslocamento da demanda (e não da quantidade demandada).

2.4 Curva de Oferta - Função de Oferta

Pode-se conceituar a curva de oferta como as várias quantidades de bens

e serviços que produtores estão dispostos a oferecer no mercado aos mais

variados níveis de preços. Ao contrário da função demanda, a função oferta

representa a correlação positiva (direta) entre quantidade ofertada e nível de

preços.

P

Q

10

5

20 40

O0

P

Q

P0

Q1 Q0

D0

P1

D1

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2.4.1 Distinção entre oferta e quantidade ofertada

A oferta representa o total de bens e serviços oferecidos por determinada

empresa. Esta mesma oferta é dependente de uma série de variáveis, tais como

o preço do bem a ser vendido (PX), preço dos insumos (produtos utilizados na

produção) (PINS), a tecnologia empregada no processo produtivo (T), bem como o

preço dos demais bens (PY).

Podemos demonstrar a função oferta da seguinte maneira:

OX = f (PX, PINS., T, PY), sendo a oferta dada em função dos parâmetros

anteriores.

Assim como ocorre na análise da demanda, as variações na quantidade

ofertada são derivadas tão somente de alterações no preço do produto, conforme

exposto pelo mesmo gráfico acima.

Já as variações na oferta de bens e serviços são devidas a outros fatores

que não a mudança de preços. Um bom exemplo pode ser derivado, por exemplo,

da descoberta de nova bacia exploratória de petróleo em águas profundas

brasileiras. Neste caso ocorrerá o deslocamento da curva de oferta para baixo e

para direita, de acordo com o gráfico seguinte.

P

Q

10

5

20 40

O0

O1

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2.5 Equilíbrio entre demanda e oferta – o mercado de concorrência perfeita

Obs.: Nesta parte da análise trataremos as curvas de oferta e demanda como se

fossem retas, ok? Faremos isto pelo fato de estarmos utilizando uma

aproximação, o que torna mais fácil a análise da dinâmica entre preços e

quantidades na relação existente entre a demanda e a oferta de bens e serviços.

Outra questão a ser considerada a partir de agora é a que se refere à

definição do mercado no qual ocorrem as trocas entre consumidores e

produtores. Para fins de análise, estas se realizarão dentro do chamado mercado

de concorrência perfeita5, mercado que melhor representa as negociações

existentes entre consumidores e produtores.

2.6 Determinação do Preço de Equilíbrio de Mercado

A interação entre a demanda e a oferta por bens e serviços determina o

preço e a quantidade de equilíbrio no mercado.

As negociações entre consumidores e produtores funcionam da seguinte

maneira: quando ocorre um excesso de oferta de bens frente à demanda, existe

uma tendência natural a que ocorra uma sobra de produtos no mercado. Esta

sobra tende a puxar os preços dos produtos para baixo.

De forma inversa, quando ocorre um excesso de demanda frente a uma

mesma oferta existe a tendência de que os preços negociados dos produtos

subam. É o que chamaríamos de escassez de bens.

5 Elucidaremos de forma mais precisa o mercado de concorrência perfeita dentro da aula que abordará as estruturas dos

mercados de bens. Outra consideração é a de que o mercado de concorrência perfeita é uma abstração teórica, ou seja, este é

pouco factível, existindo na economia apenas aproximações deste tipo de mercado, como por exemplo o mercado de produtos

hortifrutigranjeiros.

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Em algumas questões de concurso a definição das curvas de demanda e

de oferta é feita a partir de uma formatação matemática. Como a maior parte das

vezes consideramos as curvas de oferta e de demanda como sendo retas, a sua

formatação é propriamente a equação de uma reta (todos se lembram como é a

formatação matemática de uma reta?). Senão vejamos:

Demanda = QD = 120 – 4PX

Sendo:

QD = quantidade demandada e PX o preço do bem X;

Oferta = Qo = -20 + 3PX

Sendo:

Qo = quantidade ofertada e PX o preço do bem X.

No equilíbrio, como a oferta deve ser igual à demanda, temos os seguintes

níveis de preço e quantidades:

QD = 120 – 4PX = Qo = -20 + 3PX;

P

Q PEQUIL.

O

D

QEQUILEquilíbrio entre a oferta e a demanda por bens.

Excesso de oferta

Excesso de demanda

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20

120 – 4PX = -20 + 3PX

-7 PX = -140

PX = 20

Substituindo PX = 20 em qualquer uma das duas equações, temos a

quantidade de equilíbrio exatamente igual a 40.

Passemos agora à análise e resolução de algumas questões de concursos,

inclusive da própria CESGRANRIO, que já cobraram os pontos destacados por nós

nesta aula demonstrativa.

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Questões Propostas:

1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as curvas da demanda e da oferta no mercado de maçãs.

Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o

preço da pêra aumentar e nenhum outro determinante da demanda e da oferta de

maçãs se alterar, pode-se afirmar que

a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB.

b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD.

c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para posições

como AB e CD.

d) o preço da maçã tenderá a diminuir.

e) não haverá alteração no mercado de maçãs.

2 – (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP – ESAF/2010) Considere que as curvas de oferta e de demanda por um determinado bem possam ser representadas pelas seguintes equações:

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QS = 4p – 3 Qd = 9 – p2

Onde QS = quantidade ofertada do bem, p = preço do bem e Qd = quantidade demandada do bem. Considerando essas informações, o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado para esse bem são, respectivamente, a) 2 e 2 b) 5 e 5 c) 2 e 5 d) 4 e 5 e) 2 e 4

3 - (FISCAL DE RENDAS/SÃO PAULO – FCC/2006) Considere a seguinte curva de possibilidade de produção para uma determinada economia fictícia, onde Y e X são os únicos bens produzidos na economia.

É correto afirmar:

a) somente o ponto A representa o pleno emprego dos fatores produtivos, pois é o

ponto mais alto da curva.

b) os pontos A e B, no curto prazo, representam maiores potenciais de crescimento

econômico, em relação ao ponto D.

D

A

B

C

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c) os pontos A, B e D, representam combinações de produção de Y e X em que

todos os recursos produtivos estão sendo utilizados.

d) a economia pode atingir o ponto C se houver um aumento na disponibilidade de

seus recursos produtivos e/ou por meio de inovações tecnológicas.

e) só é possível atingir os pontos A e B, a partir do ponto D, se houver um aumento

da disponibilidade de recursos produtivos na economia.

4 - (EPPGG/MPOG – ESAF/2001) “O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela procura. Colocando em um único gráfico as curvas de oferta e procura de um bem ou serviço qualquer, a intersecção das curvas é o ponto de equilíbrio E, ao qual correspondem o preço p0 e a quantidade q0. Este ponto é único: a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente a quantidade que os produtores querem vender. Ou seja, não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Existe coincidência de desejos.”

(Trecho extraído do livro “Economia: micro e macro” de Marco Antonio

Sandoval de Vasconcellos, São Paulo. Atlas, 2.000 p. 66)

Dadas a função de demanda (D = 20 – 2p) e a função de oferta (S = 12 + 2p),

pede-se:

1) determinar o preço de equilíbrio (p0);

2) determinar a respectiva quantidade de equilíbrio (q0);

3) identificar se existe excesso de oferta ou de demanda, se o preço for $ 3 e

4) definir a magnitude desse excesso (q).

Indique a opção correta.

a) 1) p0 = $ 2; 2) q0 = 16 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 4 un.

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b) 1) p0 = $ 2; 2) q0 = 16 un.; 3) excesso de demanda e 4) q = 4 un.

c) 1) p0 = $ 4; 2) q0 = 12 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 8 un.

d) 1) p0 = $ 4; 2) q0 = 12 un.; 3) excesso de demanda e 4) q = 8 un.

e) 1) p0 = $ 6; 2) q0 = 10 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 6 un.

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Gabarito Comentado:

1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2008) O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as curvas da demanda e da oferta no mercado de maçãs.

Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o

preço da pêra aumentar e nenhum outro determinante da demanda e da oferta de

maçãs se alterar, pode-se afirmar que

a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB.

b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD.

c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para posições

como AB e CD.

d) o preço da maçã tenderá a diminuir.

e) não haverá alteração no mercado de maçãs.

Comentários:

Sendo maçãs e pêras bens substitutos, quando ocorrer o aumento do preço de um

dos produtos sem que ocorra qualquer outra alteração nos determinantes da

demanda ou da oferta do outro produto, a tendência natural é a substituição do

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produto que teve o seu preço elevado pelo outro produto que mantém o mesmo

preço. Essa substituição é representada pelo aumento da demanda por maças, que

no gráfico acima é demonstrando pelo deslocamento da curva de demanda para a

curva AB.

Gabarito: letra “a”.

2 – (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP – ESAF/2010) Considere que as curvas de oferta e de demanda por um determinado bem possam ser representadas pelas seguintes equações:

QS = 4p – 3 Qd = 9 – p2

Onde QS = quantidade ofertada do bem, p = preço do bem e Qd = quantidade demandada do bem. Considerando essas informações, o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado para esse bem são, respectivamente, a) 2 e 2 b) 5 e 5 c) 2 e 5 d) 4 e 5 e) 2 e 4

Comentários:

Essa questão é resolvida meramente pela igualdade entre a oferta e a demanda.

Acontece apenas que ao realizar a igualdade, será encontrado uma equação dos

segundo grau, de tal modo que você terá que se lembrar da famosa fórmula de

baskara, ok?

124934 22 −+⇒−=− pppp

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cab .42 −=Δ

64)12.(1442 =−−=Δ x

abx

22,1Δ±−

=

21 =p

62 −=p

Partindo do pressuposto de que o preço do bem ou serviço vendido não pode ser

negativo, pode-se concluir que o preço de equilíbrio é igual a 2. para se obter a

quantidade de equilíbrio, basta substituir o preço de equilíbrio em qualquer das duas

equações.

Vejamos:

QS = 4p – 3 QS = 4x2 – 3 = 5

Gabarito: letra “c”.

3 - (FISCAL DE RENDAS/SÃO PAULO – FCC/2006) Considere a seguinte curva de possibilidade de produção para uma determinada economia fictícia, onde Y e X são os únicos bens produzidos na economia.

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É correto afirmar:

a) somente o ponto A representa o pleno emprego dos fatores produtivos, pois é o

ponto mais alto da curva.

b) os pontos A e B, no curto prazo, representam maiores potenciais de crescimento

econômico, em relação ao ponto D.

c) os pontos A, B e D, representam combinações de produção de Y e X em que

todos os recursos produtivos estão sendo utilizados.

d) a economia pode atingir o ponto C se houver um aumento na disponibilidade de

seus recursos produtivos e/ou por meio de inovações tecnológicas.

e) só é possível atingir os pontos A e B, a partir do ponto D, se houver um aumento

da disponibilidade de recursos produtivos na economia.

Comentários:

O aumento dos recursos produtivos aumenta a capacidade de produção de uma

economia, permitindo a esta atingir o ponto C na CPP em epígrafe.

Gabarito: letra “d”.

D

A

B

C

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4 - (EPPGG/MPOG – ESAF/2001) “O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela procura. Colocando em um único gráfico as curvas de oferta e procura de um bem ou serviço qualquer, a intersecção das curvas é o ponto de equilíbrio E, ao qual correspondem o preço p0 e a quantidade q0. Este ponto é único: a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente a quantidade que os produtores querem vender. Ou seja, não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Existe coincidência de desejos.”

(Trecho extraído do livro “Economia: micro e macro” de Marco Antonio

Sandoval de Vasconcellos, São Paulo. Atlas, 2.000 p. 66)

Dadas a função de demanda (D = 20 – 2p) e a função de oferta (S = 12 + 2p),

pede-se:

1) determinar o preço de equilíbrio (p0);

2) determinar a respectiva quantidade de equilíbrio (q0);

3) identificar se existe excesso de oferta ou de demanda, se o preço for $ 3 e

4) definir a magnitude desse excesso (q).

Indique a opção correta.

a) 1) p0 = $ 2; 2) q0 = 16 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 4 un.

b) 1) p0 = $ 2; 2) q0 = 16 un.; 3) excesso de demanda e 4) q = 4 un.

c) 1) p0 = $ 4; 2) q0 = 12 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 8 un.

d) 1) p0 = $ 4; 2) q0 = 12 un.; 3) excesso de demanda e 4) q = 8 un.

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e) 1) p0 = $ 6; 2) q0 = 10 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 6 un.

Comentários:

No equilíbrio aprendemos que a oferta se iguala à demanda. Sendo assim, temos:

Oferta = Demanda

20 – 2p = 12 + 2p

p = 2

Quantidade = 16

Sendo o preço igual a 3, a oferta será igual a 18 e a demanda igual a 14. Dessa

maneira verifica-se que o excesso de oferta será igual a 4.

Gabarito: letra “a”.

Observações Finais:

Os pontos abordados nesta aula demonstrativa representam apenas a

introdução aos conceitos microeconômicos presentes em provas de concursos

elaboradas especialmente pela CESGRANRIO. Aprofundaremos o nosso estudo a

partir da aula 1, momento no qual apresentaremos conceitos matemáticos de forma

pormenorizada e que poderão ser facilmente fixados por vocês para a resolução das

questões propostas pela Banca.

As questões presentes nesta aula demonstrativa foram utilizadas meramente

como forma de fixação do conteúdo apresentado. Não obstante, no decorrer do

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curso, apresentaremos a vocês questões “quentíssimas”, cobradas nos mais

diversos concursos recentemente realizados.

Esperando encontrá-los em nossa primeira aula, deixo aqui o meu abraço e o

desejo de bons estudos a todos vocês.

Mariotti