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IBOVESPA (em pontos) 4/7 3/7 2/7 1º/7 30/6 53.168 53.171 53.028 53.874 54.055 Econom i co Brasil INDICADORES www.brasileconomico.com.br PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . SEGUNDA-FEIRA 7 DE JULHO DE 2014 . ANO 5 . Nº 1.215 . R$ 3,00 Felipão não tem alternativas para remontar o ataque com as mesmas características e o talento de Ney- mar. Na defesa, Dante ou Henrique podem substituir iago Silva. P11 Brasil pega Alemanha sem plano B Empresas de coaching de executivos recorrem à filosofia budista como técnica de liderança e gestão. P14 TREINAMENTO Ataque a futebol nos EUA é o pano de fundo para críticas ao avanço do número de imigrantes no país. P29 INFORME NY Sebrae-RJ abre programa de capacitação e sustentabilidade para hospedaria alternativa. P19 PLANO DE NEGÓCIOS Walmart briga para ser a maior da América Latina A estratégia da gigante americana passa pela consolidação da plataforma como um marketplace, a exemplo do que já há nos Estados Unidos, e da construção de mais centros de distribuição no país, além do reforço da marca. P12e13 E-COMMERCE O economista da Unicamp Fernando Nogueira Costa critica a comparação do Brasil aos emergentes. Para ele, o país deve ser comparado aos que já tem indústria madura, onde o desempenho da economia está em média em 2% ao ano. Vice- presidente da Caixa entre 2003 e 2007, ele defende o governo Dilma e considera miopia dizer que a economia pode ser conduzida seguindo apenas o tripé dos manuais. “É de uma pobreza intelectual tremenda. Perde- se a perspectiva histórica estratégica”. P4a7 Patricia Stavis

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IBOVESPA(em pontos)

4/73/72/71º/730/6

53.168 53.17153.028

53.874

54.055

EconomicoBrasilINDICADORES

www.brasileconomico.com.br

PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . SEGUNDA-FEIRA 7 DE JULHO DE 2014 . ANO 5 . Nº 1.215 . R$ 3,00

Felipão não tem alternativas para remontar o ataque com as mesmas características e o talento de Ney-mar. Na defesa, Dante ou Henrique podem substituir Th iago Silva. P11

Brasil pegaAlemanhasem plano B

Empresas de coaching de executivos recorrem à fi losofi a budista como técnica de liderança e gestão. P14

TREINAMENTO

Ataque a futebol nos EUA é o pano de fundo para críticas ao avanço do número de imigrantes no país. P29

INFORME NY

Sebrae-RJ abre programa de capacitação e sustentabilidade para hospedaria alternativa. P19

PLANO DE NEGÓCIOS

Walmart briga para ser a maior da América LatinaA estratégia da gigante americana passa pela consolidação da plataforma como um marketplace, a exemplo do que já há nos Estados Unidos, e da construção de mais centros de distribuição no país, além do reforço da marca. P12e13

E-COMMERCE

O economista da Unicamp Fernando Nogueira Costa critica a comparação do Brasil aos emergentes. Para ele, o país deve ser comparado aos que já tem indústria madura, onde o desempenho da economia está em média em 2% ao ano. Vice-presidente da Caixa entre 2003 e 2007, ele defende o governo Dilma e considera miopia dizer que a economia pode ser conduzida seguindo apenas o tripé dos manuais. “É de uma pobreza intelectual tremenda. Perde-se a perspectiva histórica estratégica”. P4a7

Patricia Stavis

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Deputado é oportador dasmás notícias

Velho temor Setorial LGBT do PT envia carta a Dilma

A apoio “estratégico” do PPS

População fica naexpectativa pelaeconomia em 2015

Brilho dos torneiosbrasileiros andabem apagado

Consideraçãoentre as pessoasestá em falta

Não há como seolvidarem osprejuízos causadosao impetrante,impedido deexercer suasatividades”

“E

vangélica da Assembleia de Deus, a ex-ministra Marina Silva, fundadora da Rede Sustentabilidade

e vice do presidenciável Eduardo Campos (PSB), sempre foi vista com ressalvas pelo movimento

LGBT. O motivo é ela se declarar, como gosta de dizer, “não favorável” ao casamento homoafetivo,

apesar de se apresentar como favorável aos “direitos civis” deste segmento da sociedade. Mas, com o

senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) como vice na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG), ela perdeu o posto de

maior preocupação destas entidades com relação aos principais candidatos das eleições presidenciais

deste ano. Apesar de se declarar favorável ao casamento gay, o tucano paulista votou pelo fim

da tramitação no Senado do projeto de lei que criminalizava a homofobia e a transfobia (PLC-122).

Policial militar da reserva,o deputado estadual MajorOlímpio (PDT) atualiza onúmero de PMs mortos a cadaevento que vai do candidato aoPalácio dos Bandeirantes PauloSkaf (PMDB), de quem é aliado.No mais recente, a conta jáhavia chegado a 64 neste ano.O alvo principal das críticas é ogovernador Geraldo Alckmin(PSDB), candidato à reeleição.

A Bovespa fechou com leve alta, na última sexta-feira, em dia vaziode dados econômicos e sem a referência das bolsas de Nova Yorkdevido ao feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos.

GilmarMendesMinistro do STF, ao derrubara decisão do CNMP quehavia afastado o senadorcassado Demóstenes Torresde seu cargo no MinistérioPúblico de Goiás

Os movimentos se recordam daexploração de temas morais pelacampanha presidencial de JoséSerra (PSDB-SP) em 2010. Aloysioé próximo ao ex-governador. Oporta-voz de boa parte dos ataquesfoi justamente Malafaia. A cartilhacontra a homofobia do Ministérioda Educação, um dos alvos.

O Setorial Nacional LGBT do PT fez uma carta à presidente Dilma Rousseff(PT) para manifestar preocupação com possíveis retrocessos. Na análiseque fez das ações públicas, destaca os avanços no governo Lula e fala emestagnação nas políticas sobre o tema na atual gestão. Cita como exemplo,inclusive, a falta de empenho do governo na aprovação da criminalizaçãoda homofobia e transfobia. Para eles, existe uma tensão com o quechamam de “fundamentalistas religiosos”, a quem o governo tem cedido.Um dos parlamentares mais influentes da bancada evangélica é odeputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder de seu partido na Câmara.

Líderes do PPS não fazem questão de esconder: o apoio do partido aopresidenciável Eduardo Campos (PSB) é mais por razões estratégicasdo que por convicção. A preocupação deles em garantir um segundoturno na eleição é muito maior do que a disposição para levar oex-governador de Pernambuco para a última fase da disputa. O PPS fezoposição durante todo o governo Dilma Rousseff, assim como o PSDB,do candidato Aécio Neves. O PSB estava no governo até o ano passado.

O medo de perder o empregose justifica pela lentidão daeconomia. Nos últimos meses, oque moveu o país foi a expectativae preparativos para a Copa doMundo. Quando o evento acabar,vamos todos cair na realidade,sem turistas para consumir.A população está na expectativadas mudanças que virãoem 2015, após as eleições.

Não há como os nossoscampeonatos acompanharem asligas internacionais em prestígio.Os torneios concentram craquesdo mundo inteiro, têm um fortemarketing para os times e,individualmente, para osjogadores. Sem uma estratégia,vamos nos contentar emver os brasileiros brilharemnos gramados do exterior.

Quando comparamos nossarealidade com a de países como oJapão, dá vontade de desistir doBrasil. Nem tudo é perfeito, mas oque se destaca é a civilidade, queestá em falta por aqui. Aliás, achoque isso nunca esteve perto desobrar. A agressividade e a falta depaciência com o próximo só piora.O individualismo toma conta donosso dia a dia.

Para justificar seu voto, nas redessociais, o ex-comunista Aloysioaté citou “os ensinamentos de Je-sus” e um trecho da Bíblia. Com adecisão, de dezembro do ano pas-sado, o assunto passou a ser trata-do na reforma do Código Penal, oque deve dificultar mais a suaaprovação. Apesar de contar coma simpatia de setores do governo,o projeto sofreu resistências atémesmo entre seus aliados, inclusi-ve do PT. Candidato ao governodo Rio, o senador petista Lindber-gh Farias foi contrário à proposta.Na época, ele se aproximava dopastor Silas Malafaia, um dosmaiores adversários da criminali-zação. O atual líder do governo noCongresso, José Pimentel (PT-CE), e a senadora Vanessa Grazzio-tin (PCdoB-AM) se abstiveram navotação. Batista, Walter Pinheiro(PT-BA) foi criticado por outrosevangélicos em razão de sua au-sência na votação.

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Divulgação

JoséCruz/AgSenado

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MOSAICO POLÍTICO

LuisTeixeiraSão Paulo, SP

AmadeuSilvaSão Paulo, SP

SauloPachecoRio de Janeiro, RJ

TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA

▲ Dólar comercial (R$ / US$) 2,2140 2,2160

▼ Euro (R$ / E) 3,0088 3,0098

JUROS META EFETIVA

■ Selic (ao ano) 11% 10,90%

BOLSAS VAR. % ÍNDICES

▲ Bovespa - São Paulo 0,31 54.055,00

■ Dow Jones - Nova York 0,00 17.068,26

▲ FTSE 100 - Londres 0,01 6.866,05

DOIS VICES PREOCUPAM GAYS

2 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Prazos para eleitores com deficiênciaHoje é o último dia para que eleitores com deficiência ou mobilidade

reduzida que tenham solicitado transferência para Seção Eleitoral

Especial comuniquem ao Juiz Eleitoral, por escrito, suas restrições

e necessidades, a fim de que a Justiça Eleitoral providencie os meios

e recursos destinados a facilitar o exercício do voto. O primeiro turno

das eleições acontece em 5 de outubro. Redação

GERALDOALCKMIN(PSDB)GovernadordeSãoPaulo

Fortenointerior, tucanomantêmboarelaçãocom prefeitos.Crisenasegurançaeproblemadeabastecimentodeáguapodemprejudicá-lo.

PAULOSKAF(PMDB)Ex-presidentedaFIESP

Candidatoganhoumusculatura comaliançaspartidárias edetém omaior tempodeTV.Pode tornar-seoplanoB doPTem SP.

PrimeiropetistanoSenadoporSP,buscaseuquartomandatoseguido.Naspesquisa,porém,aindaapareceatrásdotucanoJoséSerra.

EDUARDOSUPLICY(PT)Senador

Favoritonaspesquisas,o tucanoé conhecido doeleitorado.Foi senador,prefeito,ministroecandidatoa presidenteem2002eem 2010.

JOSÉSERRA(PSDB)Ex-governadordeSãoPaulo

Pai do programaMaisMédicos, tem apoiodeDilmae Lula, mastempoucotempo deTV.Contacomos25%devotos do PTem SP.

ALEXANDREPADILHA(PT)Ex-ministrodaSaúde

GILBERTOKASSAB(PSD)Ex-prefeitodeSãoPaulo

Oex-prefeitode SPencerrouomandatomalavaliado.Deve dividir oeleitorado conservadorcom JoséSerra, seupadrinhopolítico.

As disputas ao governo e ao Sena-do prometem ser acirradas nesteano em São Paulo. Com nomes depeso concorrendo aos dois car-gos, analistas preveem a reversãode favoritismos assim que campa-nha de rádio e TV começar, em 19de agosto. À frente das pesquisas,o candidato à reeleição ao gover-no, o tucano Geraldo Alckmin,tem 44% das intenções de voto,de acordo com o último levanta-mento do Datafolha. Logo em se-guida, vem o candidato PauloSkaf, ex-presidente da Fiesp, doPMDB, com 21%. Já o candidatodo PT, o ex-ministro da Saúde Ale-xandre Padilha, está com 5%.

Segundo especialistas, a posi-ção de liderança do governador de-ve ser estremecida quando o deba-te político eleitoral pegar fogo e háchance de segundo turno. Em2010, Alckmin conquistou o go-verno no primeiro turno, com50,3% dos votos válidos.

“Ao contrário do que apontamas pesquisas, creio que a disputapelo governo vai para o segundoturno. O governador tucano deveenfrentar uma desconstrução deimagem durante a campanha,quando seus opositores trouxe-rem à tona temas que lhe são ne-

vrálgicos, como a crise na segu-rança pública e o problema deabastecimento de água da regiãometropolitana”, afirma o cientis-ta político Aldo Fornazieri, profes-sor da Fundação Escola de Sociolo-gia e Política de São Paulo (Fesp-SP). Segundo ele, tanto Skaf quan-to Padilha tendem a crescer no de-correr da campanha. “Nos últi-mos cinco anos, Skaf se tornou ogaroto-propaganda da Fiesp, capi-talizando para si os projetos naárea de educação e qualificaçãoprofissional da entidade. Por ou-tro lado, todo candidato do PT de-tém um patamar histórico de vota-ção que gira em torno dos 25%,

graças ao eleitorado cativo da si-gla. O desafio dele é ampliar essamargem”, analisa.

Para o sociólogo Wagner Igle-sias, da Universidade de São Paulo(USP), os temas espinhosos po-dem tornar a eleição mais dura pa-ra Alckmin, embora o tucano te-nha a vantagem de estar no exercí-cio do cargo e de ter realizações pa-ra mostrar ao eleitorado.

“É a partir delas que buscaráconvencer as pessoas de que a for-ma como o Estado tem sido admi-nistrado é a ideal. Mas o atual go-vernador também terá de lidarcom as denúncias de corrupçãonas obras de metrô e trens e pode-rá ser cobrado por um maior dina-mismo econômico que São Paulopoderia ter tido nos últimos anose que, ao que parece, não teve, secomparado a outros estados. Aomesmo tempo, Alckmin tem a seufavor o perfil majoritariamenteconservador do eleitorado paulis-ta. As pesquisas mostram que amaioria aprova o modo como o PS-DB governa São Paulo há duas dé-cadas”, afirma.

Segundo Iglesias, porém, a lon-ga permanência do PSDB no gover-no pode se tornar um dos pontosfracos da candidatura tucana,além do maior tempo de TV con-quistado por Skaf com a ampla co-ligação que conseguiu fechar.“Mesmo sendo um eleitorado, em

sua maioria, conservador, os pau-listas podem querer algum tipo demudança, após tantos anos de ummesmo grupo político no coman-do. Talvez resida aí a preferênciaque uma parcela significativa ecrescente do eleitorado vem de-monstrando por Paulo Skaf”, dizIglesias, para quem o fato de Skafnão ser de esquerda pode agradarboa parte dos paulistas. Por outrolado, ainda é um nome desconhe-cido, apesar de ter sido candidatoao cargo há quatro anos.

O sociólogo da USP afirma quePadilha tem a vantagem de contarcom o apoio do ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e da presi-

denta Dilma Rousseff, mas conta-rá com menos tempo de TV que osadversários e terá que de lutar con-tra a histórica resistência que seto-res do eleitorado de São Paulo têmem relação ao PT.

Eleição ao Senado podedividir voto conservadorA disputa pelo Senado traz outroduelo de titãs. A última pesquisaDatafolha indica que José Serra(PSDB) está na frente, com 41%das intenções de voto, enquantoEduardo Suplicy (PT) tem 32%.No levantamento, não constava onome do ex-prefeito Gilberto Kas-sab (PSD). Para o cientista políticoAldo Fornazieri, as candidaturassimultâneas de Kassab e Serra fa-vorecem Suplicy porque ambos di-videm votos entre os eleitorescom perfil mais conservador.

“Kassab encerrou seu manda-to na Prefeitura de São Paulo malavaliado. A seu favor, ele tem co-mo característica a boa capacida-de de articulação. Mas creio que acandidatura dele não é competiti-va de verdade. Ele se candidatoumais para se manter em evidên-cia, cogitando talvez voltar à Pre-feitura em 2016”, diz.

Nos bastidores, comenta-seque Kassab pode desistir da dispu-ta por Serra. O tucano foi seu pa-drinho político e decidiu se lançarcandidato na reta final do prazo.

Patrycia Monteiro [email protected]

BRASIL

São Paulo

Com disputa acirrada, SãoPaulo deve ter segundo turno

Editor: Paulo Henrique de [email protected]

Desgaste de Alckmin ajuda Skaf. Suplicy pode ganhar espaço à reeleição com divisão de votos entre Kassab e Serra

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ELEIÇÕES 2014

Gilberto Kassab deverádisputar votos para oSenado na mesma faixade eleitorado de JoséSerra, que lidera aspesquisas. Isso poderáajudar a candidaturado petista EduardoSuplicy à reeleição

Temas espinhosos,como o escândalodo metrô, devemser exploradosnas campanhasdos adversários epodem tornara eleição mais durapara Alckmin em 2014

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 3

Page 4: Econom Brasil ico 54 - Blog Cidadania & Cultura...IBOVESPA (em pontos) 30/6 1º/7 2/7 3/7 4/7 53.168 53.171 53.028 53.874 EconomBrasil ico 54.055 INDICADORES PUBLISHER RAMIRO ALVES

Comoosr.vêaatualsituaçãodaeconomiabrasileira,combaixocrescimentoejuroempatamaraltode11%

Historicamente, a taxa de juronão é alta, se olharmos o juroreal, de cerca de 4,5%. Sobre aeconomia, de 2020 a 2022, quan-do o Brasil comemorar o bicente-nário (da independência), haverácondiçõesparaocrescimentosus-tentado em longo prazo e vamosentrar napróximadécada em óti-mas condições.Vivemosumafasedeinvestimentosque darãoresul-tado em longo prazo. É uma fasede maturação de investimentos.

Em infraestrutura?

Não, falo do marco histórico dopré-sal

Isso vai demorar um pouco paradar resultado...

Já em 2018, no máximo em2020, a Petrobras já produzirá 4milhões de barris/dia. Com osoutros produtores, chegará a 5,2milhões de barris/dia. O Brasilvai caminhar nesse investimen-to desde agora, na próxima déca-da e na década dos anos 30 desteséculo, e se tornará o sextomaior produtor de petróleo domundo. Qualquer pessoa que to-mar decisão econômica, seja pes-soa física ou jurídica, tem queolhar o longo prazo. Não pode fi-car olhando a campanha eleito-ral, o curto prazo, que não vai to-mar decisões para a frente. Esseé um período em que o mercadoenxerga com miopia, vê de per-to, mas não vê longe. O mercadoprecifica mal as ações da Petro-bras. Para os assalariados, quenão são especuladores profissio-nais, está na hora de comprar es-sas ações para ter resultado napróxima década, quando termi-nar o ciclo de vida profissional.Outro investimento fundamen-tal a maturar em 2018, em 2020,é Belo Monte, a terceira maior hi-drelétrica do mundo, que daráconforto ao crescimento susten-tado sem carência de energia. Etem as concessões em curso nalogística. Foi muito importante aCopa para ter um pacote deabrangência nacional, como a re-forma dos aeroportos. Foi umaoportunidade histórica muitamal compreendida por quemtem visão de curto prazo e politi-za excessivamente a economia.Nem politiza, partidariza no malsentido. Criaram um alarmismopara tirar proveito político.

A Copa deu gás às obras deinfraestrutura?

BRASIL

Foi muito importantea Copa para terum pacote só deabrangência nacional.Foi uma oportunidadehistórica e muito malcompreendida porquem tem visãode curto prazo”

ENTREVISTA

Ana Paula [email protected]

‘CRIAMALARMISMOPARA TIRARPROVEITOPOLÍTICO’Economista da Unicamp, Fernando NogueiraCosta é otimista com os rumos que o país tem to-mado e diz que o crescimento em torno de 2% énormal e comparável ao dos países maduros. Ex-professor no Doutorado da presidenta DilmaRousseff, ele defende uma visão de longo prazopara os projetos e investimentos em curso no Bra-sil, citando que o pré-sal deverá tornar o país osexto maior produtor mundial de petróleo. Ex-vi-ce-presidente da Caixa Econômica Federal e ex-diretor executivo da federação nacional das insti-tuições bancárias, a Febraban, Nogueira Costacritica as avaliações negativas do mercado — quequalifica de “alarmismo ilusório” de motivaçãoeleitoral. E chama os economistas-chefes dosbancos privados de “bobos da corte”: “Eles sãomais realistas que o próprio rei, vendem muitomais ideologia do que o silêncio. E chega nessaépoca, ficam fomentando o alarmismo”.

FERNANDO NOGUEIRA COSTA Doutor em Ciência Econômica e professor da Unicamp

4 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Cade aprova troca entre Vale e SamarcoO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a

transferência de reserva mineral para exploração de minério de ferro

da Vale para a Samarco Mineração, empresa que pertence aos

grupos Vale e BHP Billiton. A Samarco comercializa pelotas de

minério de ferro para exportação. Em contrapartida, a BHP e a BHP

Metais cederão os direitos de duas reservas à Vale . Reuters

Nãotenhoamenor dúvida.Refor-mar e construir estádios emesca-la nacional dá um sentido de uni-dade. O Maracanã não tinha umareforma como essa há 60 anos. OMineirão também não tinha hámuito tempo. No fim de semana,você ficava vendo futebol, omaior evento brasileiro, e admi-rando os outros países. O custo érelativamente muito baixo, aocontrário do alarmado. O BNDESfinanciou R$ 3,5 bilhões. Em ter-mos relativos, é muito pouco faceao benefício. E o BNDES finan-ciou R$ 8,5 bilhões em mobilida-de urbana. É positivo para sinali-zar uma nova fase, existe uma vi-sãodeestadistadapresidentaDil-ma.Oresultadonãoseránoman-dato dela, será a partir de 2018.

O sr. fala dos resultados dessesinvestimentos?

Sim, são decisões de longo prazo.Os economistas brasileiros e oshomensdenegóciosficarammui-to acostumados com essa visãodeconjuntura.Emtermoshistóri-cos, é um alarmismo falso por-que se você observar com isen-ção, a taxa de inflação está sobcontrole. Nos últimos quatroanos,ficoudentrodametaetotal-mente sob controle. E aí se faz umcarnaval político em torno disso.

Mas a inflação em 12 meses estáno teto da meta...

Na série temporal da inflação, seolharmosoquefoinopassado,es-tá sob controle e caiu muito abai-xoda média histórica. É umpata-mar muito baixo.

O sr. vê um exagero sobre aquestão do controle de preços?

Éóbvioqueéporcausadacampa-nhapolítica,centradaparaderru-barogoverno.Éumauniãodefor-ças para tentar vencer as elei-ções. Oproblema é o que, na eco-nomia, se chama de profecia au-torrealizável. Você contamina asexpectativasdiariamente.Os em-presários que não enxergaremcom isenção, que não virem nolongo prazo a oportunidade que éinvestir no país, acabam adiandoas decisões e o resultado, no cur-to prazo, fica ruim. Passamos porum período muito mais difícilpor causa dessas decisões parali-sadas, em vez de investir.

O pessimismo, que o sr. diz terfundo eleitoral, contaminou osempresários?

Sim, contaminou. As pessoasnãotêm coragemdefalar.Um as-pecto extremamente importantedo livro do Thomas Piketty (“Ocapital no século 21”) é que elemostra, em série históricas, que

os países capitalistas maduroscrescem muito pouco. O cresci-mento no mundo, historicamen-te, é muito baixo. Ter um cresci-mentodoPIBde2%aoanoéopa-drãonormal.Sóqueédesonestida-de intelectual, em muitos casos,comparar com China ou Índia.

Qual seria o nosso parâmetro decomparação?

Estamos muito mais próximos decapitalismos maduros, Europa eEstados Unidos, do que dos paí-sesemergentes. OBrasil já passoudesse patamar da indústria nas-cente. O Brasil foi o país que, até1980, mais cresceu no século 20.Pela taxa média, foi mais de 10%ao ano. Desde então, foram duasdécadasperdidas.Depois,teveal-gum período de taxas maioresapós de anos de recessão. Foi a7,5%em2010,mashouveumare-cessão em 2009. Em 2004, estavatendendo a 6% e o Banco Centralfreou e acabou crescendo 5,71%.Em 2003, tinha ocorrido a freadapara arrumação e foi de 1,5%. Ocrescimento da renda per capitano mundo foi menor que 2% aoano, segundo o Piketty. Isso comconcentração da riqueza. Ele dizquearendadocapitalcrescemui-to mais do que a renda das pes-soas, cerca de seis ou sete vezesmais. Porque o crescimento darenda do trabalho é muito baixo.

O sr. acha que essa é umaquestão esquecida na discussãoeconômica?

O debate no Brasil está há váriosanos extremamente pobre por-que essa coisa do tripé é uma bo-bagem. Qualquer manual de ma-croeconomia fala que há quatroinstrumentos de política econô-mica. Então, qualquer políticaeconômica de qualquer ideologiavai usar os quatro: política mone-tária,políticacambial,políticafis-cal e controle de capital. Não temmais o que fazer. Se você reduziro debate a isso, ter que subir maisum pouco os juros ou ter que bai-xar mais o câmbio, é de uma po-breza intelectual tremenda e queperde essa perspectiva histórica,que é estratégica.

O crescimento baixo de hoje nãotem nada de anormal?

É um padrão de crescimentoque vai se sustentar no longoprazo. Não voltaremos a ter as ta-xas dos anos 50, ou do milagreeconômico. Se forçar a econo-mia a ir nesse ritmo de maiorcrescimento, de 5%, 7% ao ano,provavelmente vai ter inflação.E aí vai frear. A opção, adotadanos outros países, é manter aeconomia estabilizada, sem in-flação, com taxa de desemprego

baixo. Por que crescer muito?Qual é a lógica de demanda, decrescimento, de rendas altas?Geralmente é porque se quer ta-xa de desemprego baixa.

E já estamos com essa taxabaixa.

As mudanças estruturais, que opaís está construindo com efeitosextremamente benéficos para aqualidade de vida, vãose consoli-dar na próxima década. E se fazesse alarmismo de curto prazo —se faz agora e vão fazer em 2018.Em toda época eleitoral, se fazum alarmismo ilusório.

Quais mudanças estruturais?

Adiversificaçãosetorial.Comain-dustrialização anterior, no pós-guerra,oBrasilsetornouumaeco-nomiaaltamentediversificadaen-treospaísesemergentes,comumaestrutura muito mais sofisticadadoqueagrandemaioriadessespaí-ses.EoBrasilestácaminhandopa-rasetornarumcapitalismomadu-ro. A grande mudança estruturalque vai pegar na próxima década enas seguintes é que o Brasil vai setornar uma economia de petróleo.Um produtor e exportador de pe-tróleo.Bemadministrado,issoten-de a resolver os problemas de ba-lançodepagamentos.Comalegis-lação já aprovada, vai se criar umfundosocialcomariquezasobera-na, com base nesse petróleo, e vaise dar uma oportunidade de me-lhorar a qualidade da educação eda saúde, não é só a quantidade. Aquantidade,jáestamosenfrentan-do. Isso tudo não se resolve em umgoverno, mas terá condição de seresolveralongoprazo.Ecomacon-tinuidadedosprogramasdefinan-ciamento,odéficithabitacionalde-veacabaraté2030.

Ou seja, é preciso enxergar nolongo prazo?

Falta essa visão de longo prazo nodebate. Ano eleitoral é um ano deoportunidade para se discutir opaís. O que tem que ser colocado,e a imprensa tem um papel chavenisso, é a visão de longo prazo.Vai aprovar quem vai cuidar ape-nas da estabilização ou quem vaiinvestir no longo prazo? Isso éuma decisão a ser tomada. Sequer baixar a inflação de 6% para3,5% ao ano, isso vai aumentar ataxa de desemprego. Nessa ondade demagogia política, a pessoanão é honesta intelectualmenteem falar isso, porque vai provo-car desemprego se baixar a infla-ção para 3,5%. No que a socieda-de vai se beneficiar disso? Vai be-neficiar quem tem emprego ga-rantido, quem tem renda, quemtem poder de compra. É o tipo decoisa que não se fala.

Ag.Vale

Não voltaremos a teras taxas da década dopós-guerra, dos anos50, ou do milagreeconômico. Se forçara economia a ir nesseritmo de crescimento,de 5%, 7% ao ano,provavelmente vai terinflação. E aí vai frear”

Para termos decomparação, estamosmais próximos decapitalismos maduros,Europa e EUA, do quedos países emergentes.O Brasil já passoudesse patamarda indústria nascente”

Patr

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MINERAÇÃO

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 5

Page 6: Econom Brasil ico 54 - Blog Cidadania & Cultura...IBOVESPA (em pontos) 30/6 1º/7 2/7 3/7 4/7 53.168 53.171 53.028 53.874 EconomBrasil ico 54.055 INDICADORES PUBLISHER RAMIRO ALVES

Como sair desse cenário deexpectativas de menosconsumo e investimento?

É o que chamei de profecia autor-realizável, a pessoa mente, men-te, acha que aquilo é verdade epassa a tomar decisão com baseem mentira.

Isso se reverte após a eleição?

Lembre-se da experiência daeleição de 2002. O que se diziaera que ou o José Serra se elegia,ou seria o caos. Esse era o refrãodurante todo o ano: “O Lula vaiser uma catástrofe, vai haver fu-ga de capital”. Sou testemunhaocular porque participei do go-verno desde janeiro de 2003.

Como vice-presidente da Caixa?

Exatamente. Eu lembro que, naFebraban (Federação Brasileirados Bancos), os banqueiroseram muito reticentes. Eu era re-presentante da Caixa na Febra-ban. Imediatamente depois dearrumada a casa, começamos aconceder crédito. Começamoscom o crédito consignado e oúnico banco que acompanhoufoi o BMG. Quando o Banco San-tos quebrou e os bancos priva-dos foram comprar a sua cartei-ra, viram que era um excelentenegócio. Tínhamos feito as refor-mas para fazer a retomada docrédito imobiliário, paralisadodesde 2004. A partir de 2005,deslanchou o crédito imobiliá-rio e quebramos todos os recor-des. Quando se assume um go-verno fora dessa pressão políti-ca, da eleição, e se faz políticaspúblicas acertadas, se colhe re-sultado. Ninguém achava possí-vel acabar com a miséria no Bra-sil. O país já está caminhando pa-ra isso. Mas não é fazer demago-gia e falar que isso se resolve emquatro anos. Nenhum problemasecular vai acabar em quatroanos, nem em oito ou dez. Estouotimista porque, na próxima dé-cada, boa parte dos problemasestará caminhando para ser solu-cionada.

A confiança foi retomada após aposse do então novo governo?

No segundo semestre de 2003, ocrédito direcionado — opera-ções do BNDES, crédito imobiliá-rio da Caixa e crédito agrícola doBanco do Brasil — cresceu maisque os recursos livres. Geral-mente, os bancos públicos fa-zem também o crédito de recur-sos livres , mas os bancos priva-dos têm mais peso. Quando ocrédito cresce, a economia co-meça a funcionar e, com a de-manda de crédito, os bancos pri-vados vão atrás. Então você con-

segue retomar a economia e au-menta a confiança.

O mercado reagenegativamente à reeleiçãode Dilma. Há algo que constituaum risco em um eventualsegundo mandato?

Isso é pura ideologia. Conheço osmeus colegas, a minha corpora-ção. Também convivi com ban-queiros durante quatro anos emeio na Febraban. Os economis-tas-chefe são os bobos da corte,são mais realistas que o própriorei, elesvendem muitomais ideo-logia do que o silêncio, eles sãoos mais ideólogos. E chega nessaépoca, eles ficam fomentando oalarmismo. É uma coisa pura-mente ideológica porque elesprotegem aescoladeles. Eles que-rem derrubar a Dilma porque aDilma não é da escola deles. Fuiprofessor da Dilma no Doutora-do da Unicamp. Claramente,eles estão derrubando uma esco-la de pensamento. O problema éque não é só ideologia. Os empre-gadores eamídiaficam muitoim-pressionados com as opiniões de-les e passa a ser uma profecia quese autorrealiza. Isso é o mais gra-ve: tomar decisões equivocadasbaseadas em ideologia.

Vai mudar algo se a Dilma forreeleita?

Acho que vai. É necessário reju-venescer os quadros de gover-no, dos ministérios.

O ministro Guido Mantegasairia da Fazenda?

É uma questão de geração. Atéos próprios ministros que estãono governo desde o início do go-verno Lula estão desgastadospessoalmente. Politicamente, éuma coisa que chamamos de fa-diga material. Faz parte da vidareconhecer que uma geraçãopassou e que tem que abrir espa-ço para uma nova geração. Temquadros novos que podem per-feitamente assumir. Por exem-plo, o Nelson Barbosa (ex-secre-tário-executivo do Ministérioda Fazenda). Tem experiência,passou por lá, é um quadro no-vo, supercompetente, pode as-sumir. O próprio Tombini (Ale-xandre Tombini, presidente doBanco Central) é um quadro no-vo e competente. Tem nomesdentro do PT, dos aliados, domundo acadêmico. Posso falarpor mim, posso me aposentarda Unicamp, mas já tem profes-sores que eu formei, uma outrageração muito competente,que está assumindo responsabi-lidades e que tem plenas condi-ções de trabalhar em governo.Dentro do próprio governo hou-

ve muita contratação de profis-sionais extremamente compe-tentes nesse período, no Ipea,no Banco Central, nos bancospúblicos, e que podem assu-mir. Acho que vai haver umatroca de gerações. Pelo que euconheço da Dilma e de pessoasque ela respeita, eu acho quevai haver. É natural, não vejocom espanto, está na hora.Qualquer pessoa sensata perce-be que está na hora de trocar. Oministro Guido Mantega já que-brou o recorde de permanênciano cargo e superou a do ex-mi-nistro Pedro Malan. É precisonovas ideias, novos discursos.Tem que entender que a Dilmatem essa visão de estadista, deque o ponto de chegada não vaiser em 2018, vai ser em 2022.Eu tomo isso como simbólico.O Brasil tem que estar no bicen-tenário como a quinta maioreconomia do mundo, produto-ra de petróleo, com recursos pa-ra investir em educação e emsaúde e aproveita ainda o bônusdemográfico até 2030 e que po-de esticar até 2040.

Haveria alguma mudança ouajuste na condução da políticade um eventual segundomandato?

Se espera e foi criado um certoconsenso de que os preços doscombustíveis vão subir mais.No cenário mundial, há algoque todo mundo sabe, mas ig-nora no debate: ainda estamosem uma conjuntura de crisemundial, a maior crise desde1929. E vai durar muitos anos acrise na Europa, e os EstadosUnidos vão levar tempo para re-tomar a economia. A China e aÍndia são outro caso, com mer-cados internos imensos. A Chi-na está fazendo uma coisa que aÍndia ainda não fez e que o Bra-sil fez até os anos 60, a urbaniza-ção. A população urbana ultra-passou a população rural naChina um ano ou dois anosatrás. No Brasil, isso ocorreuem 1970. É outro tipo de econo-mia. E a China tem 400 milhõesde consumidores, o maior mer-cado interno mundial. Não dápara comparar com outros paí-

BRASIL

Conheço os meuscolegas, a minhacorporação (..) Elesquerem derrubar aDilma porque a Dilmanão é da escola deles(...) Claramente, elesestão derrubando umaescola de pensamento”

ENTREVISTA

FERNANDO NOGUEIRA COSTADoutor em Ciência Econômica e professor da Unicamp

6 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Preço de curto prazo volta a aumentarO preço da energia no mercado de curto prazo voltou a subir na

semana passada, influenciado pela redução das afluências previstas

e dos níveis iniciais de armazenamento. Segundo a Câmara de

Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Preço de Liquidação

das Diferenças para esta semana será de R$ 547,79/MWh nas regiões

Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte, com alta de 49% . Redação

ses. Comparar o Brasil com oChile não tem o menor sentidotambém, é uma economia gran-de e outra pequena. E se pegareconomias grandes, como Esta-dos Unidos, Brasil, e pegar oporte que vai ser a China, daquia pouco os Estados Unidos vãoestar pequenos, porque nãocrescem. Esse tipo de debate éo que antigamente se chamavade abordagem estruturalista,de quais são as mudanças estru-turais importantes que vão darum crescimento sustentadocom decisões tomadas já no pre-

sente, mas com reflexo na próxi-ma década.

O sr. vê algum tema que a Dilmapossa mudar em um eventualsegundo mandato?

Ela e todo o governo que assu-mir vão tentar manter taxa dedesemprego baixa e a inflaçãosob controle. E ainda bem que ataxa de desemprego ainda estámuito baixa. O crescimento ha-bitacional está excelente em ter-mos históricos e esse vai semanter. Depois que passar essa

grita, basta ter uma retomadaexterna que o Brasil — o maiorprodutor e exportador de ali-mentos do mundo — vai daruma retomada na exportação. Etem muito fôlego ainda paraconsumo no Brasil, porque ain-da virá mais mobilidade social.Tem espaço para expandir larga-mente o mercado interno. Ou-tro equívoco no debate, tantoem economia quanto em políti-ca e sociedade, é ser extrema-mente voltado aos centros me-tropolitanos. As opiniões sãoemitidas de São Paulo e do Rio

de Janeiro. Já morei anos nasduas cidades, as frequento e ho-je moro em Campinas. Essa vi-são ultrapessimista de que aqualidade de vida está horroro-sa, dos engarrafamentos, é des-sas cidades. E vai melhorar por-que vai ter investimento em in-fraestrutura e metrô. Mas issonão é a vida que predomina noresto do país. Todas as capitaistêm um trânsito infernal, masas metrópoles não chegam à me-tade da economia brasileira. Hácríticas ao financiamento deveículos, mas somos um país

que é metade da América doSul. São 5,6 mil municípios,com um potencial de cresci-mento extraordinário no inte-rior. Há interiorização do desen-volvimento, regiões desenvolvi-das em São Paulo, em Minas.

A redução da desigualdade vaicontinuar?

Esse debate é equivocado. O li-vro do Piketty mostrou isso.Aconteceu algo extremamenteimportante, que foi a redução dadesigualdade da renda do traba-lho. Mas a desigualdade de rique-za, em nenhum país do mundo,seja capitalista ou socialista, seresolveu. O 1% dos mais ricos ca-da vez mais concentra riqueza.É preciso continuar com políti-cas públicas para diminuir a de-sigualdade de renda. Nos EUA ena China, a ênfase é de igualda-de de oportunidades, de o cida-dão ter condição de melhorar opadrão de vida através principal-mente de uma educação maciçade qualidade. Não vai significarque ele vai enriquecer e todomundo vai ficar igual. Na histó-ria humana, sempre tiveram ospoderosos e isso nunca dimi-nuiu. Quando diminuiu, houveduas guerras mundiais, umagrande depressão e uma hiperin-flação na Europa.

Para o nível de pobreza que oBrasil tinha, as políticas sociaisforam importantes?

Para aumentar a sociedade deconsumo, é importante dimi-nuir a desigualdade da renda edar mobilidade social. Outra coi-sa é discutir se isso vai dar justi-ça social em termos de igualda-de de propriedade, de riqueza.A sociedade vai mudando emqualidade à medida que vai con-quistando direitos civis, políti-cos, sociais. Eu acho que o sécu-lo 21 vai ser de conquista de di-reitos econômicos. Porque o ca-pital de origem trabalhista, dosfundos de pensão, está se tor-nando cada vez mais importan-te no mundo capitalista. Os par-tidos de origem trabalhista, cria-dos a partir de sindicatos, estãoficando cada vez mais importan-tes. A social-democracia euro-peia e nórdica deu as melhorescondições de vida do mundo porcausa de vários partidos socialis-tas e sociais-democratas de ori-gem trabalhista. Isso leva, emlongo prazo, a mudanças qualita-tivas, não é uma revolução súbi-ta, como foi a revolução na Rús-sa ou na China. É uma mudançaao longo do tempo, não sei seneste ou no próximo século. Ba-seado na experiência histórica,as conquistas dos direitos vão au-mentar cada vez mais.

Divulgação

Pelo que conheço daDilma e de pessoas queela respeita, acho quevai haver (troca naequipe econômica).É natural, não vejo comespanto, está na hora.É preciso de novasideias e discursos”

‘A CONFIANÇA NAECONOMIA RETORNARÁAPÓS AS ELEIÇÕES’

PatriciaStavis

ENERGIA ELÉTRICA

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 7

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Patrícia Bü[email protected]

A emenda constitucional conheci-do como PEC das Domésticas, queestende aos trabalhadores domés-ticos os mesmos direitos trabalhis-tas de outras categorias, como jor-nada de trabalho e pagamento dehoras extras, completou um ano eainda não foi regulamentada. Ain-da assim, a partir de 7 agosto, oempregador que não fizer registroformal do trabalhador na carteirade trabalho, com data de admis-são e remuneração, ficará sujeito amulta de ao menos R$ 294. A san-ç ão e s t á prev i s t a na L ei12.964/2014, esta já assinada pelapresidente Dilma Rousseff.

As regras são válidas para to-dos os trabalhadores domésticoscontratados por pessoa física ou fa-mília em um ambiente residen-cial, tais como domésticas, babá,cozinheira, motorista, caseiro, jar-dineiro, cuidadora, governanta emordomo, dentre outros.

Aprovada pelo Senado em ju-lho do ano passado, a PEC das Do-mésticas ainda aguarda votaçãona Câmara para ser regulamenta-da. Enquanto isso, profissionaisdo setor continuam sem poderdesfrutar de boa parte dos novosbenefícios, como o seguro-desem-prego, recolhimento obrigatóriodo Fundo de Garantia por Tempode Serviço (FGTS) e adicional no-turno para quem trabalha entre22h e 5h.

Sócia da área Trabalhista da Si-queira Castro Advogados, CláudiaBrum Mothé diz que são justamen-te os benefícios mais onerosos aosempregadores os que ainda depen-dem de regulamentação. Ela lem-bra que, quando a PEC foi aprova-da, houve muita polêmica porqueao mesmo tempo em que estendiadireitos aos trabalhadores domés-ticos, o que é uma conquista so-cial, também onerou uma catego-ria empregadora que mereceriaum tratamento diferenciado pornão visar lucro. “Talvez esse seja omotivo para a demora na regula-mentação dos pontos mais polêmi-cos. Quando a lei voltar para apro-vação, toda a discussão volta jun-to e isso talvez não seja bom emano de eleição”, diz a advogada.

Apesar disso, afirma Claudia,alguns pontos já estão valendo e,

por isso, a fiscalização e a multapoderão ser aplicadas. “A CLT(Consolidação das Leis do Traba-lho) já prevê que todo empregadortem um prazo de 24 horas para le-galizar o trabalhador, sob pena demulta. Agora, isso passa a valertambém para o empregador do-méstico. Ou seja,quem não se en-quadrar, vai ser multado”, diz ela.

A questão é como essa fiscaliza-ção será feita. O advogado traba-lhista Paulo Sergio João explicaque, assim como ocorre nas em-presas, a fiscalização fica a cargodos auditores fiscais do trabalho.“O problema é que entrar numa ca-sa não é praticável, pois o domicí-lio goza de privacidade, o que cha-mamos em lei de princípio consti-tucional da inviolabilidade do lar.Isso impede que o fiscal entre naresidência, a não ser que seja auto-rizado pelo proprietário. Ou seja,para cumprir a fiscalização, o audi-tor precisaria de um mandato judi-cial”, argumenta João.

Assim, complementa o advoga-do, na prática a multa só vai ocor-rer se houver denúncia por partedo trabalhador junto ao Ministé-rio Público do Trabalho, ou ao sin-

dicato da categoria. “A partir daí,o Ministério Público do Trabalhopoderá chamar o empregador pa-ra verificar a denúncia”. SegundoJoão, nesses casos, o empregadordenunciado deverá apresentar do-cumentos comprovando a regula-ridade da relação trabalhista como empregado doméstico.

De acordo com informações doMinistério do Trabalho e Emprego(MTE), a aplicação da multa de fa-to só se dará se houver denúncia eela for confirmada, uma vez queainda não está previsto como a fis-calização será realizada sem ferira Constituição.

Apesar disso, o diretor executi-vo da Confirp Consultoria Contá-bil, Richard Domingos, esperaum crescimento grande no núme-ro de pessoas buscando adequarseus funcionários domésticosnos próximos meses. Afinal, ficarfora da lei pode ocasionar umgrande risco trabalhista e finan-ceiro.

Domingos lembra que o valorda multa pode aumentar em pelomenos 100%, dependendo da gra-vidade da omissão. Por outro la-do, diz ele, se o tempo de serviçofor reconhecido voluntariamentepelo patrão, com a efetivação dasanotações pertinentes e o recolhi-mento das contribuições, haveráchance de diminuir o porcentualde elevação da multa.

BRASIL

São Paulo

Lei das domésticas prevêmulta a partir de 7 de agosto

A forma como afiscalização será feitaainda gera dúvida,já que o domicíliogoza do princípioconstitucional dainviolabilidade do lar,o que impede a entradados fiscais do trabalho

Empregador que não fizer o registro formal do trabalhador na carteira de trabalho, com data de admissão

e remuneração, ficará sujeito a punição de ao menos R$ 294. Formalização é a saída para evitar problemas

Fonte: Site do Senado

EMPREGADO DOMÉSTICO, DIREITOS UNIVERSAIS

JÁ ESTÁVALENDO

FALTAREGULAMENTAR

• Pagamento mensal de ao menos um salário minimo

• Registro em carteira com recolhimento do INSS

• Carga horária de 44 horas semanais

• Hora extra remunerada em 50% a mais quando ultrapassar 8 horas/dia

• Repouso remunerado de um dia por semana, de preferência aos domingos

• Férias remuneradas de 30 dias e adicional de um terço do salário

• 13º salário

• Adicional noturno para quem trabalha entre 22h e 5h

• FGTS

• Indenização de 40% do FGTS em caso de demissão sem justa causa

• Seguro desemprego

• Salário-família

• Auxílio creche para filhos de até cinco anos

Aprovada pelo Senadohá um ano, a PEC dasDomésticas ainda nãofoi regulamentada.Enquanto isso,profissionais do setorcontinuam sem poderdesfrutar de boa partedos novos benefícios

8 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Receita abre consulta a segundo loteA partir das 9h da manhã desta terça-feira, a Receita Federal abre

consulta ao segundo lote de restituição do IRPF de 2014, que

contempla 1.060.473 contribuintes, totalizando mais de R$ 1,6 bilhão.

O crédito será feito no dia 15 de julho e o valor, corrigido em 2,69%,

equivalente à taxa Selic referente aos meses de maio e junho.

O sétimo e último lote sai no dia 15 de dezembro. Redação

Segundo o estudo daLiberty Seguros, 94% dosentrevistados das seiscidades-sede da Copamanifestaram desejo deabandonar o veículo particular,caso haja conforto, rapidez esegurança no transportepúblico. Apenas 6% disseramnão abrir mão do carro ou damoto. Já 75% revelaram queoptariam por fazer compraspelo bairro onde moram,caso houvesse um comérciopróximo de casa.

Com relação ao local ondeas pessoas devem recebereducação para o trânsito, 37%dos cariocas afirmaram quea instrução deve vir de casa;19%, da autoescola; e apenas7%, das escolas. “Essainformação é preocupante poismostra que o morador do Rionegligencia o papel da escolana formação dos pedestres efuturos motoristas. Emcontrapartida, a autoescolasurpreendeu, pois muitasvezes os próprios instrutoresnão se percebem comodetentores desse importantepapel, atentando apenas paraque o aluno passe na provaprática”, afirmou o professorda UERJ Alexandre Rojas.

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O Rio de Janeiro é a cidade em quemais motoristas trocaram o carropelo transporte público nos últi-mos cinco anos. É o que aponta es-tudo financiado pela Liberty Segu-ros, que entrevistou mil pessoasem seis cidades-sede da Copa doMundo: São Paulo, Belo Horizon-te, Fortaleza, Salvador e Curitiba,além da capital fluminense. Curio-samente, o desejo de trabalhar decasa, o chamado home-office, foimais lembrado pelos cariocas quepelos paulistas (29% contra 17%)como uma alternativa de minimi-zar o desgaste no trânsito.

Segundo o levantamento, 37%dos moradores do Rio optarampor deixar o automóvel na gara-gem para se deslocar para o traba-lho, enquanto a média das cida-des corresponde a 26%. Na contra-mão, outros 43% responderamque deixaram de usar o transportepúblico para optar pelo carro,quando a média nacional é maior:

50%. Entre os entrevistados, 5%passaram a usar a moto.

De acordo com especialistasque participaram do debate sobremobilidade urbana promovido pe-la seguradora, os recém-implanta-dos corredores de ônibus BRT(Bus Rapid Transit) e os de BRS(Bus Rapid Service) são o principalmotivo para que o Rio lidere as es-tatísticas na adesão ao transportepúblico. Já o incentivo à comprade automóveis, como o Impostosobre Produtos Industrializados(IPI) reduzido, e a insatisfaçãocom a qualidade do serviço presta-do pelas concessionárias são os fa-tores que levaram a outra parcelade cariocas a recorrer aos carros.

“Se é para ficar espremido numtrem sem ar-condicionado ou empé num ônibus lotado, muitos op-tam por ir de carro para o trabalho.As pessoas preferem arcar com ocusto maior com o combustível aabrir mão do conforto”, diz a pro-fessora da Universidade Federal doRio deJaneiro Eva Vider,especialis-ta em Engenharia de Transportes.

“Outro dado importante é queos moradores da maioria das cida-des acreditam que é através do vo-to que se melhora a mobilidade ur-bana. Apenas em Curitiba os indi-cadores mostraram que as iniciati-vas individuais têm mais contri-buição para a mudança, com 69%das escolhas”, observa o profes-sor da Universidade do Estado doRio de Janeiro (Uerj) AlexandreRojas, especialista em Engenha-ria de Transportes. “Iniciativas in-dividuais e de coletivos, como acriação de um esquema de caronasolidária, podem contribuir paraos nossos problemas de locomo-ção. Não podemos contar apenascom o poder público”, critica o es-pecialista.

Segundo o estudo, os cariocaslideram ainda as estatísticas quan-to à preferência por horário flexí-vel no trabalho: 95% gostariamde ter essa possibilidade, para evi-tar horários de trânsito intenso, e29% disseram que, pela funçãoque exercem, seria possível traba-lhar de casa.

Paulo [email protected]

CARRO X ÔNIBUS

Cariocas deixam carroem casa para trabalhar

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Maioria admitetrocar meiode transporte

37%ÉopercentualdemoradoresdoRiodeJaneiroqueoptarampordeixaroautomóvelnagaragemparasedeslocarparaotrabalho.Amédianacionaléde26%.

29%Éaparceladecariocasquetêmodesejodetrabalharemcasa,paraevitarodesgastecomotrânsito.EmSãoPaulo,ohome-officefoi lembradoporapenas17%.

IMPOSTO DE RENDA

Conforto,rapidezesegurançasãorequisitosexigidospelosqueadmitemtrocarocarroportransportepúblico,dizoestudodaLiberty

Com a criação do BRT e do BRS, moradores do Rio passaram a usar mais o transporte coletivo

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 9

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Notificações em SP continuam a subirOs casos de dengue confirmados na capital paulista subiram para

13.679 neste ano, uma alta de 9,5% em relação à semana retrasada,

informou a Secretaria Municipal de Saúde. Não houve novos

registros de mortes — o total de óbitos pela doença no município

continua de dez pessoas. Segundo a Secretaria, o número de

notificações começou a desacelerar. ABr

O governo brasileiro irá aplicarmedidas de defesa comercialcontra seis países. A decisão in-clui a aplicação de direito anti-dumping definitivo à importa-ção de vidros para eletrodomés-ticos da linha fria e filtros cerâ-micos refratários. Para outrosdois produtos, porcelanato téc-nico e vidro plano, foi determi-nado o direito provisório. A me-dida, que entra em vigor a par-tir de sua publicação no DiárioOficial da União, foi tomada pe-lo Conselho de Ministros da Câ-mara de Comércio Exterior (Ca-mex) na última quinta-feira.

No caso das importaçõesbrasileiras de vidros para usoem eletrodomésticos da linhafria (utilizados na fabricaçãode suportes para prateleiras degeladeiras e freezers) bem co-mo dos filtros cerâmicos (utili-zados na filtragem de metais lí-quidos para fundição), o direi-to antidumping foi aplicadopor até cinco anos contra ex-portadores chineses.

O direito antidumping pro-visório foi aplicado por até seismeses às importações brasilei-ras de porcelanato técnico (uti-lizado como piso) origináriasda China e também às de vidroplano incolor produzido pelométodo de flotação, com espes-suras de 2 mm a 19 mm, origi-nárias da Arábia Saudita, daChina, do Egito, dos EmiradosÁrabes, dos Estados Unidos edo México. O produto tem am-pla utilização nas indústrias au-tomobilística, da construção ci-vil, no setor moveleiro e de de-coração, no transporte rodoviá-rio e nas indústrias de eletrodo-mésticos e de eletrônicos.

A Camex alterou ainda a Lis-ta Brasileira de Exceções à Tari-fa Externa Comum (Letec),que pode ser composta de até100 itens, fazendo a inclusãode mais seis produtos: óleo demamona hidrogenado, com au-mento do Imposto de Importa-ção de 10% para 20%; óleos mi-nerais brancos (óleos de vaseli-na ou de parafina), com eleva-ção da tarifa de 4% para 20%;

hidrogenocarbonato (bicarbona-to) de sódio, com elevação da alí-quota de 10% para 20%; ácido rici-noleico, com aumento do Impos-to de Importação de 2% para20%; centros de usinagem, comelevação de 14% para 20%; e redu-tores, multiplicadores, caixas detransmissão e variadores de veloci-dade, incluindo os conversores detorque, com acréscimo da tarifade 14% para 20%.

Segundo informou o Ministé-rio do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior, as altera-ções relativas ao óleo de mamonahidrogenado e ao ácido ricinolei-co relacionam-se a políticas demanutenção da renda do agricul-tor familiar produtor de mamonae de fortalecimento da cadeia pro-dutiva de mamona (empresas es-magadoras e demais empresas dosetor). Quanto às outras altera-ções no Imposto de Importação,elas visam ao fortalecimento decadeias produtivas e ao aumentoda competitividade da indústrianacional nos setores envolvidos.

Em contrapartida, a Camex re-tirou da lista outros seis produtos:pêssego, que terá a alíquota reduzi-da de 55% para 35%; cimento co-mum, que estava com imposto re-duzido a 0% e passa para 4%;pneus para bicicletas, que esta-vam com tarifa de 35% e retor-nam para 16%; papel para impres-são de papel-moeda, que passa de12% para 6%; porcelanato técni-co, que estava com Imposto de Im-portação de 35% e volta para 12%;instrumentos, aparelhos e mode-los, concebidos para demonstra-ção (por exemplo, no ensino e nasexposições), não suscetíveis de ou-tros usos, que estavam com 2% deImposto de Importação e passampara 16%.

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Pela primeira vez, um programavoltado para a substituição de ga-solina por etanol em frotas corpo-rativas de veículos no Brasil conse-guiu aprovação para emitir crédi-tos de carbono. Segundo a empre-sa que lidera o projeto, a Ecofro-tas, um lote inicial de 2.195 crédi-tos voluntários de carbono já foiemitido pela norte-americana Ve-rified Carbon Standard (VCS)—instituição sem fins lucrativos quetem o maior programa global de re-dução de emissões de gases estufano mercado voluntário.

Segundo a Ecofrotas, um se-gundo lote, de aproximadamente6 mil créditos, deverá ser lançadoem breve. A companhia é a maiorgestora de frotas corporativas dopaís, com cerca de 700 mil carros.

No Brasil, um país onde mais de60% dos carros podem rodar cometanol, a iniciativa da Ecofrotas podeoferecer a empresas uma opção parareduzir suas pegadas de carbono, ouumaformadegerarreceitaextracoma venda dos créditos — ainda que nomomentoessaúltimaalternativasejapouco provável de ocorrer, devidoaosbaixospreçosdocarbono.

“Foi um processo complexo,porque não existiam metodolo-gias aprovadas para receber pro-jetos que pudessem gerar crédi-tos a partir da troca de gasolinapor etanol”, afirma Gustavo So-mogyi, gerente de Inovação naEcofrotas.

“Nós tivemos que criar a meto-dologia e submetê-la para aprova-ção no VCS antes de poder ingres-sar com nosso projeto”, diz.

Projetos de geração de créditosde carbono a partir de troca decombustível são comuns no setorde energia, quando uma usina,

por exemplo, substitui um com-bustível fóssil como carvão porbiomassa ou outra fonte de ener-gia renovável.

Mas, fazer o mesmo com a tro-ca de derivados de petróleo porbiocombustíveis em veículos eraalgo mais polêmico. Há críticas deque alguns combustíveis renová-veis não teriam credenciais tãoverdes, por algumas vezes utiliza-rem muita energia em sua produ-ção ou por gerarem impactos nouso do solo devido ao aumento docultivo das matérias-primas.

A empresa brasileira à frentedo programa, auxiliada por suaparceira, a consultoria paulistaWayCarbon, incluiu dados de go-vernos como os dos Estados Uni-dos e da União Europeia para justi-ficar o programa. Uma análise de2010 da agência de proteção am-biental norte-americana, disseque a substituição da gasolina pe-lo etanol de cana-de-açúcar po-deria reduzir emissões de dióxidode carbono em 61%.Uma diretivada União Europeia diz que essatroca cortaria em 71% as emis-sões de CO2. Reuters

Mariana [email protected]

BRASIL

Brasília

Frota movidaa etanol geracréditos de CO2

Divulgação

Empresaquelideraoprojeto,aEcofrotas jávendeuumlote inicialde2.195créditosàamericanaVCS

Pela primeira vez, Brasil tem aprovado programa que emite cotas

de carbono pela troca de derivado do petróleo por biocombustíveis

Decisão atinge vidrospara eletrodomésticose filtros cerâmicos demetais para fundição

DENGUE

Direito antidumpingprovisório foi aplicadopor até seis mesesàs importaçõesoriginárias de China,Arábia Saudita, Egito,Emirados Árabes,México eEstados Unidos

Governo adotamedida antidumpingcontra seis países

Projetos de geraçãode créditos de carbonoa partir da trocade combustível sãocomuns em usinas,mas a substituição dederivados de petróleopor biocombustíveisera vista com ressalvas

10 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Acho que o Neymar, se tivesse que mandarum recado pra gente, diria: ‘Galera,

bola pra frente que eu quero estar lá no dia 13com vocês’. Ele é um garoto espetacular”

■ PODEASSINARCONTRATO.TREINAR,NÃOAFifa,atravésdeseuchefedoComitêDisciplinar,ClaudioSulser, liberououruguaioLuisSuárezpararealizarexameseassinarcontratosemcasodenegociaçãocomumnovoclube,masvetousuaparticipaçãoemtreinosduranteosquatromesesdesuspensão.NamiradoBarcelona,oatacanteestácadavezmaispertodedeixaroLiverpool. iG

JúlioCésarGoleiro do Brasil

■ ARGENTINA,OSUÁREZDAECONOMIAEmsuaúltimaedição,arevistabritânica“TheEconomist”publicouartigosobreacrisedadisputajudicialdaArgentinacomosfundos“abutre”nosEUA,comparandoareaçãodopaíscomamordidadouruguaioLuisSuárez.Paraarevista,ogovernodapresidenteCristinaKirchneradotouuma“atitudeadolescente”,similaràdo jogador.Redação

■ EMBUSCADERECORDESACopadoMundonoBrasilaindapodequebrardoisrecordes:odemaiornúmerodegolsemumasóediçãoeodepúblicoemCopascom32países.OrecordedegolsemumaúnicaCopafoiem1998,naFrança,quandoabolabalançouasredes171vezes.ACopade2014teve159golsatéagora.Paraqueamarcade1998sejasuperada,

seriaprecisoquemais13vezesfossemmarcadosatéaFinal.Considerandoapenasmundiaiscom32times,orecordedepúblicopertenceàCopade2006,naAlemanha,com3.359.439detorcedoresnosestádios.Setodasasentradasatéafinal foremvendidas,oMundialdoBrasilvaisuperarodaAlemanhaemmaisde72milpessoas.ABr

O Brasil enfrenta, amanhã, seu jo-go mais difícil e decisivo desta Co-pa do Mundo. O duelo contra a Ale-manha, às 17h, em Belo Horizon-te, é tudo ou nada. A seleção brasi-leira pegará uma das mais fortescandidatas ao título desfalcada deThiago Silva. O zagueiro, que for-ma, com David Luiz, o que vemsendo considerada a melhor dupla

de zagueiros do mundo, levou osegundo cartão amarelo contraa Colômbia e está suspenso.

M a s ,a ausên-

cia de Neymar— com uma fratura

na terceira vértebra lombar, apósreceber joelhada do colombianoZúñiga — coloca contornos aindamais dramáticos para as chancesde o Brasil chegar à Final no próxi-mo domingo, no Maracanã.

A Alemanha estará completa.Mas o Brasil não tem plano B parajogar sem Neymar. Seus substitu-tos podem ser tanto Willian quan-to Bernard. Outra opção seria Her-nanes, que mudaria mais ainda oesquema montado por Felipão,tornando o time menos ofensivo.Nenhum dos três, entretanto, temas características e o talento doatacante do Barcelona. E, na maio-ria dos jogos desta Copa, o Brasilem campo tem sido Neymar + 10.

Para o lugar de Thiago Silva,Luiz Felipe Scolari tem as op-

ções de Dante e Henrique. O pri-meiro conta com a vantagem deconhecer bem o futebol alemão,pois joga no Bayern de Muni-que, mesmo clube de Müller eMario Götze. Já Henrique foi co-mandado por Felipão quandoele treinava o Palmeiras, e jogoupor menos de dez minutos con-tra a Colômbia, substituindo jus-tamente Neymar.

O Brasil, cinco vezes campeão,e a Alemanha, com três títulos, ti-veram campanha irregular atéagora e não venceram todos os jo-gos. A seleção brasileria passou su-foco contra México e Chile; a Ale-manha, contra Gana e Argélia.Nas Oitavas, ambas se classifica-ram com gols de zagueiros: MatsHummels, Thiago Silva e DavidLuiz. Seus atacantes — entre elesMüller, que fez 4 gols e pode alcan-çar o colombiano James Rodrí-guez, líder na artilharia com 6gols — es-tão semmarcar

há dois jogos.OBrasil tem uma dúvida me-

nor no meio de campo. Luiz Gusta-vo cumpriu suspensão de dois car-tões amarelos contra a Colômbia edeveria voltar ao time titular. Po-rém, Paulinho, que o substituiu,teve um excelente desempenho.A outra substituição, com entradade Maicon na lateral direita, no lu-gar de Daniel Alves, foi perfeita: otime melhorou naquele lado, tan-to na defesa quanto no ataque. Se-

rá que Felipão vai mexer em timeque está ganhando?

Sem essas dúvidas, a Alema-nha vai para a Semifinal com umaforte zaga. Seus beques são altos etambém marcam gols. Foi assimcontra a França, quando Hum-mels fez 1x0 de cabeça, após belocruzamento de Kroos. O zagueirotambém já marcara na estreia con-tra Portugal, na vitória por 4x0.

No ataque, os alemães con-tam com Müller, que foi o ar-tilheiro da Copa de 2010,com 5 gols. Na armação,tem jogadores comoÖ z i l , G ö t z e eSchweinsteiger,que além de gran-des assistentes,também exi-gem aten-ção da

defe-sa brasilei-

ra, devido à suacapacidade de finaliza-

ção. A troca de passes entreos quatro alemães de frente se-

rá outro motivo de preocupaçãopara a defesa brasileira.

Mas, mesmo completa, a Ale-manha tem também suas fraque-zas. Nas partidas contra Gana eFrança, seus zagueiros não conse-guiram acompanhar a velocida-de dos atacantes, e esse é umponto que Fred, Hulk e o substi-tuto de Neymar poderão explo-rar. O histórico entre as duasseleções, porém, é favorávelao Brasil: em 21 partidas, ven-cemos 12, enquanto a Alema-nha, apenas 4.

DESTAQUES

E AGORA, FELIPÃO?

COPA DO MUNDO

Douglas [email protected]

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ReproduçãoCarlosBarria/Files/Reuters

DavidLuiz,zagueirodaseleçãobrasileira

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MatsHummels,

zagueirodaseleçãoalemã

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 11

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Temos que pensar

como uma empresa

de internet e não

de varejo.

A construção da

marca é um fator

importante para

o nosso crescimento,

pois somos uma das

empresas mais jovens

nesse segmento”

A gente pode olhar

os desafios de

infraestrutura só como

um problema ou

também como uma

oportunidade. Afinal,

só uma empresa com

o conhecimento do

Walmart pode fazer um

trabalho diferenciado

nessas condições

FlávioDias

Presidente do

Walmart.com no Brasil

Um ambiente colorido, colaborati-vo, descontraído e com um quê deGoogle foram algumas das heran-ças deixadas por Fernando Madei-ra — atual presidente e CEO doWalmart.com para Estados Uni-dos e América Latina — para a ope-ração brasileira. Uma dos quatropaíses escolhidos como prioritá-rios para a rede, o Brasil tem mos-trado bons resultados e já serve atéde exemplo para outros mercados.

“O clima de start-up é funda-mental para atrair os talentos certose para proporcionar um ambienteem que a criatividade e o trabalhoem equipe são valorizados”, afirmao presidente do Walmart.com noBrasil, Flávio Dias, antes de cami-nhar pela sede da empresa, que temskates disponíveis para osfuncionários,

l a n -chonetes com

quitutes como sorvete, eaté uma pista de golfe.

A descontração — vista até nasroupas dopresidente,quevaitraba-lhar de camiseta e tênis e gosta deconversar com os novatos —, ajudaa empresa a pensar grande. A me-ta, afirma Dias, é quintuplicar o fa-turamento em três anos e ser amaior empresa de e-commerce daAmérica Latina, passando a B2W.Para isso, a estratégia passa pelaconsolidação da plataforma comoum marketplace, a exemplo do quejáhá nos Estados Unidos,maiscen-tros de distribuição no país, alémdo reforço da marca por aqui.

Asparcerias são umatalho. Apósa chegada da Saraiva, mais umagrande empresa passa a integrar aplataforma da pontocom, a Po-lishop.“Elatrazparaonossomarke-tplace produtos exclusivos, que têmum apelo para a dona de casa. Comisso, passamos a servir um públicoqueatéentãonãoeraclientedoWal-mart.com. Há pouco tempo no ar, aPolishopjásetornouumdosprinci-paisparceirosjuntocomSaraivaeal-guns outros”, diz o presidente.

Segundo ele, há cerca de cemcontratos fechados, mas somente ametade dos parceiros já está com

produtos disponíveis na platafor-

ma. Com as integrações, a oferta doWalmart.com já soma mais de 250mil produtos, cinco vezes mais doque era oferecido no início de 2013.“A ideia é conseguir diversificar oportfólio, o que ajuda a aumentar afrequência de compra e a criar leal-dade do consumidor. Adiversifica-ção também traz o conceito de ex-clusividade, de o consumidor pas-sar a entender que pode encontraraqui produtos que ele não acha emnenhum outro lugar”, explica Dias.

Assim como na sede da empresaem Alphaville, São Paulo, que nãotem divisórias, a perspectiva livretambém é aplicada ao portfólio,que tem como meta agregar omaior número possível de produtosimportados à oferta Conhecida pe-los brasileiros em outros segmentoscomo câmeras filmadoras e apare-lhos de som, o Walmart.com trazpara o Brasil a linha de televisoresda japonesa JVC, ao mesmo tempoemquemarcaspróprias,quesãosu-cesso fora do país, como as fraldasParent’sChoice,passamaserofere-cidas aos clientes brasileiros.

Já para amenizar os problemaslogísticos do país, a estratégia daempresa é ter, até o final de 2015,cinco centros de distribuição (CDs)no Brasil, perto dos principais pó-los de demanda. “Teremos centrosregionais.Estamosnomeiodatran-

sição da construção da nossa ma-lha logística. Ao final do ano quevem, devemos ter cinco centros dedistribuição, concluindo a primei-ra fase da nossa expansão. Partedesseincremento seráfeitoporpar-ceiros logísticos,mas a ideia éassu-mir essa operação”, diz Dias.

Recentemente, a empresa inau-gurouemCajamar,SãoPaulo,opri-meiro centro próprio de distribui-ção, que passa agora pela finaliza-ção de sua automação. A empresatem ainda um CD em Minas Gerais,mas que é operado por um parcei-ro. “Com isso, ao final de 2015, va-mos ter condição de entregar de70% a 72% das encomendas em até48 horas, e 45% em até 24 horas”,ressalta o presidente.

“A gente pode olhar os desafiosde infraestrutura só como um pro-blema ou também como uma opor-tunidade. Afinal, só uma empresacom o conhecimento do Walmartpode fazer um trabalho diferencia-do nessas condições”, completa.

O terceiro pilar para manter ocrescimento é a consolidação damarca. “Temos que pensar comouma empresa de internet e não devarejo. A construção da marca éum fator importante para o nossocrescimento, pois somos uma dasempresas mais jovens nesse seg-mento”, destaca Dias. Nos primei-

Os planos do

Walmart.com

Gabriela [email protected]

EMPRESASEditora: Flavia [email protected]

Com uma sede

estilo Google,

empresa cobiça o

título de maior

e-commerce da AL.

Sua estratégia

combina o conceito

de marketplace e

novos centros de

distribuição no país

12 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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ros anos, o Walmart.com investiumuito no marketing online, comum forte trabalho nas redes sociais,em portais, buscadores gerais e depreço. Com a chegada de Madeira, aempresa passou a olhar mais para obranding. “A marca ajuda muito.Quando se pergunta às pessoas quecompram online qual é o principalmotivador da escolha, a confiança éa principal resposta”, diz Dias.

Apesar das diferenças, a relaçãocom o braço varejista do Walmart é“ótima”, afirma o presidente. “Te-mos um alinhamento muito grande,afinalsomospartedafamília.Maste-mos uma gestão autônoma, voltadapara o crescimento. O Brasil é ummercado importante para o Wal-mart e estar nos diferentes momen-tos de compra do brasileiro, seja viacelular,computadorouloja,éessen-cial”.Aoperaçãobrasileiraéconside-rada estratégica para o Walmart.com,junto comChina, Estados Uni-doseInglaterra,ejásetornouumter-mômetro do que vai acontecer coma América Latina. “As boas práticaslocais são replicadas no mundo. Aprópria ida do Fernando [Madeira] éuma prova de que conseguimos fei-tos importantes até para mercadosdesenvolvidos. Somos uma dastrês equipes, junto com Índia eEUA, que desenvolve produtos tec-nológicos”, finaliza Dias.

Apesardeafirmarcresceracimadamédia doe-commercebrasileiro,oWalmart.comvêaindamuitasoportunidadespor aqui.Noanopassado,asvendasonlinecresceram28%em relaçãoa2012, segundo oE-bit.

“A gente ainda tem umabase de compradores, emcomparação com o númerode internautas no Brasil,muito baixa”, explicaFlávio Dias, presidente doWalmart.com no Brasil.Segundo ele, os fatores queainda freiam essa expansãosão a qualidade e o preçoda banda larga no país.

As vendas por dispositivosmóveis podem ajudar nessecrescimento. No anopassado, o Walmart.com fezuma grande mudança nainterface e na usabilidade doportal, o que tornou a compramais simples. “De um diapara o outro, a gente triplicoua taxa de conversão nascompras tanto por celularescomo smartphones. Estamosconsideravelmente acimada média divulgada pelo E-bitde participação do mobilenas vendas online, de 4,8%”,destaca o executivo.

Depois de dois anos sem operarcom voos para o Chile, a Gol anun-ciou o retorno do destino à malhaaérea da companhia, com saídasdo aeroporto internacional de Gua-rulhos (SP). A ativação do trechofaz parte da estratégia de ampliar aoferta de voos internacionais. Osclientes poderão optar pelas clas-ses comfort ou econômica, em ae-ronaves Boeing 737-800. As passa-gens já podem ser adquiridas compreços a partir de U$ 244, saindode Santiago, e R$ 435, partindo deSão Paulo. Segundo Fábio Mader,diretor Comercial da Gol, o Chile éo segundo destino internacionalmais procurado pelos passageirosem São Paulo, com predominân-cia do público corporativo.

“Cerca de 70 empresas brasilei-ras atuam no Chile em setores co-mo energia, serviços, alimentos,construção civil, entre outros.Com a retomada dos voos, a em-presa volta a atender esse impor-tante mercado na América doSul”,explica Mader.

Segundo ele, pelo menos porenquanto os voos partirão somen-te de Guarulhos. “Sempre que ini-ciamos uma nova operação é pre-ciso passar por um período deacompanhamento. No momentonão há outros novos voos. Mas po-deremos operar outras rotas pon-tualmente”, diz ele.

AGoldeixoudevoar paraoChileporque, na época, os critérios decompetitividade, rentabilidade eprodutividade da malha aérea daempresa não eram atendidos nessarota. “Um exemplo é a malha aé-rea. Antigamente, o voo que saía deGuarulhos era o último do trilho.Se por algum motivo a aeronaveque operaria o voo sofresse atraso,a decolagem rumo ao Chile tam-bém era prejudicada. Outro motivofoi a necessidade de readequarmosnosso sistema de reservas, que erarealizado exclusivamente pelo sitedacompanhiaedependiadaveloci-dade da internet disponível. Apósmelhoriasemnossosprocessos,es-tamos retornando ao Chile com acerteza de que a operação será umsucesso”, completa.

SegundoaAssociaçãoInternacio-nal do Transporte Aéreo (Iata), omercado latino-americano vemcrescendo, impulsionado por vooscorporativos e de lazer. A demandana região cresceu 7,8% em maio,emrelação ao mesmo mês de2013.

Crescimentoacima damédia no País

Rota para Santiago haviasido descontinuada hádois anos por não serrentável na época

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DADOS DO WALMART

Mercado(E-bit)

R$ 28,8bilhõesMovimentação do comércio eletrônico em 2013, crescimento de 28% em relação ao ano anterior

20%é a previsão de crescimento para 2014

4,8% de todas as vendas online foram feitas por

dispositivos móveis em dezembro de 2013, quase o dobro das feitas

em janeiro daquele ano

4 8%

do ônico

e 28% ano

4 8%

400% Aumento do volume de vendas de produtos importados do Walmart.com Brasil em relação ao ano passado

250 milItens disponíveis na plataforma brasileira

US$ 470 bifoi o faturamento global do Walmart, em 2013

5 centrosde distribuição no país até o final de 2015

Aumento de 27% nas vendas globais do e-commerce, no primeiro trimestre de 2014

No Brasil, ao final de 2015, a meta é entregar 70% a 72% das encomendas em até

48 horase 45% em até

24 horas

Gol retoma voos para o Chile deolho no mercado corporativo

Segundo a AssociaçãoInternacional doTransporte Aéreo(Iata), a demandapor transporte aéreona América Latinacresceu 7,8% em maio,em relação aomesmo mês de 2013

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 13

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[A visita ao mosteirobudista] não é uma

experiência religiosae sim, filosófica. Temos

filósofos no corpoconsultivo da BMI.

Nossa metodologia éresultado de 15 anos de

pesquisa e consultoria”DanielMotta

Sócio da consultoria BMI

É uma brincadeiraséria. Numa fase

inicial, um desafio élançado e os

participantes têm deconstruir cenários

individualmenteusando as peças

da Lego”RosiAlves

Consultora associada daPlay in Company

Em vez de reuniões, chamadas te-lefônicas e trocas de e-mails, prá-tica de tai chi chuan e meditação,seguida de uma conversa comuma monja. A alteração drásticana rotina dos executivos que visi-tam o mosteiro budista de Zu Lai,em Cotia (SP) é parte de um traba-lho de coaching que — apesar deincorporar elementos estranhosao universo corporativo — tem ob-jetivos similares a tantos outros:ampliar o autoconhecimento e de-senvolver atributos como a lide-rança e a inteligência emocional.

Maspor que umacorporação re-servaria o precioso tempo de seusexecutivos para conversar com aabadessa de um mosteiro budista?“Não é uma experiência religiosa esim, filosófica”, argumenta DanielMotta, sócio e presidente da con-sultoriaBrazilian Management Ins-titute (BMI), que promove as visi-tasao Zu Lai como partedeum pro-cesso de coaching. É Motta quemfaz a intermediação das visitas aotemplo — apesar de sua formaçãoacadêmica estar concentrada nasáreas de economia e finanças, opresidente da BMI é um estudiosoentusiasta da filosofia. “Nossa me-todologia é resultado de 15 anos depesquisa e consultoria”, diz Motta,lembrando que o método foi temade artigo publicado na ‘HarvardBusiness Review’. “Temos filóso-fos no corpo consultivo da BMI”.Além de atuar no país, a consulto-ria tem operações nos Estados Uni-dos, no México e no Chile.

Num mercado repleto de ofer-tas de serviços de coaching, in-corporar elementos filosóficos elúdicos é uma forma de se diferen-ciar da concorrência. O contrasteem relação aos processos tradicio-nais de coaching é nítido paraquem conhece a Lego SeriousPlay, metodologia que usa os blo-cos plásticos coloridos da fabri-cante de brinquedos dinamarque-

sa para discutir questões como de-senvolvimento de carreiras, desa-fios corporativos e até fusões eaquisições de companhias.

Esboçada em meados dosanos 1990, quando os blocosconstrutivos da Lego perdiam es-paço na preferência dos jovenspara o videogame, a metodologianasceu da colaboração entre Ro-bert Rasmussen, diretor de Pes-quisa e Desenvolvimento da em-presa na época, e dois professo-res da área de negócios. Nos anos2000, o Lego Serious Play come-çou a ser utilizado comercialmen-te em larga escala, por meio de li-cenças. O modelo foi abandona-do em 2010, em favor de uma es-tratégia “aberta”, que utiliza faci-litadores certificados pela Lego.“É uma brincadeira séria. Numafase inicial, um desafio é lançadoe os participantes têm de cons-truir cenários individualmenteusando as peças da Lego. Depois,

devem compartilhar suas análi-ses através de metáforas e, por úl-timo, fazer uma reflexão em gru-po”, explica Rosi Alves, consulto-ra associada das empresas PlayIn Company e Lee Hecht Harri-son | DBM. A intenção é fazercom que 100% dos participantescontribuam para 100% do resul-tado final. Em processos tradicio-nais, 80% das ideias são aporta-das por apenas 20% dos partici-pantes, compara Rosi. No Brasil,a Lego Serious Play já foi usadapela fabricante de cosméticos Na-tura, a produtora de elevadoresOtis e a montadora de cami-nhões Scania. “Na Otis, as dinâ-micas foram voltadas para o enga-jamento da equipe no atendimen-to ao cliente”, conta Paquisa Ma-zzola, sócia da Play in Company,que em conjunto com Rosi minis-tra um curso baseado na Lego Se-rious Play no Centro Universitá-rio Belas Artes de São Paulo.

EMPRESAS

Rodrigo [email protected]

Coaching com temperooriental e dinamarquês

Mu

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Paquisa(àesq.)eRosi:blocosdãocaráter lúdicoàsatividades

Num mercado saturado, consultorias incorporam budismo e blocos da marca Lego às dinâmicas para executivos

No Brasil, ametodologia LegoSerious Play já foiusada pela fabricantede cosméticosNatura, a produtorade elevadores Otise a montadora decaminhões Scania

14 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

Page 15: Econom Brasil ico 54 - Blog Cidadania & Cultura...IBOVESPA (em pontos) 30/6 1º/7 2/7 3/7 4/7 53.168 53.171 53.028 53.874 EconomBrasil ico 54.055 INDICADORES PUBLISHER RAMIRO ALVES

Honda amplia recall nos Estados UnidosA Honda está ampliando para a Califórnia um recall regional

de veículos nos EUA por potenciais airbags explosivos feitos pela

Takata, após um motorista ter se ferido em um acidente no estado.

O movimento da Honda faz com que o recall regional, que inclui outras

seis montadoras, vá além dos estados do sul rumo aos estados mais

populosos do país e maiores mercados das montadoras. Reuters

AndrewHarrer/Bloomberg

A Volkswagen atualizará o Pas-sat, seu sedã mais vendido, comuma tecnologia de segurança ins-pirada em aviões de combate pa-ra atrair compradores de carrosde marcas de alto padrão.

Quando for à venda, no quartotrimestre, o modelo convencionalserá o primeiro carro disponívelda VW com um head-up display.O sistema — similar aos recursosusados em aviões como o F-16 —projeta informações como veloci-dade e instruções de navegaçãoem uma tela retrátil acima do vo-lante para manter o foco do moto-rista na via. Outras opções de se-gurança de alta tecnologia in-cluem funções que podem parar ocarro de forma autônoma se o mo-torista pegar no sono.

O Passat, que foi apresentadona quinta-feira em Potsdam, Ale-

manha, e é um dos quatro mode-los que mais produzem lucro pa-ra a Volkswagen.

A montadora alemã busca recu-perar sua liderança no mercado eu-ropeu de sedãs depois que as ven-das do Passat ficaram atrás das doSérie 3 da BMW no ano passado. Is-so significa atrair compradorescom uma tecnologia normalmen-te reservada para modelos de luxo.A VW pode bancar os recursos por-que o carro compartilha de compo-nentes importantes com modeloscomo os compactos Golf e AudiA3, o que diminui os custos.

Defender seu reduto tradicio-nal é fundamental para a fabri-cante, que busca por triplicar alucratividade de sua marca demesmo nome.

“O Passat introduz tecnologiase recursos no mercado médio que,

de outro modo, estão disponíveisapenas nos segmentos mais eleva-dos”, disse o CEO Martin Win-terkorn no lançamento. “O novoPassat dará um impulso poderosoà Volkswagen”, acrescentou ele.

As vendas do Passat na Europa,seu principal mercado, deverãoaumentar 65% no ano que vem,para 228 mil veículos, superandoo Série 3 e o Mercedes Classe C, daDaimler, em busca da liderançado segmento, segundo a IHS. Asvendas do Ford Mondeo, o concor-rente mais próximo no mercadopopular, deverão ser de menos dametade do nível do Passat.

A VW complementa a novatecnologia com um visual maiselegante para o novo Passat,que é menor que a versão ameri-cana. O carro é vendido a par-tir de ¤ 25.875 (US$ 35.200), pe-

lo menos ¤3.400 mais baratoque seus rivais da Mercedes-Benz e da BMW.

A VW, que planeja triplicarsua linha de SUVs, atualmenteoferece apenas o compacto Ti-guan, e o Touareg, de alto padrãono segmento. Até que os novosSUVs cheguem às redes de con-cessionárias, a VW precisa da oi-tava geração do Passat paraatrair compradores da BMW.

“A batalha da marca VW é efe-tivamente a de desenhar uma li-nha onde o segmento premiumtermina e o mercado de massa co-meça”, disse Mike Tyndall, ana-lista da Barclays Capital em Lon-dres. Com os novos recursos parao consumidor e a redução dos cus-tos de fabricação, o Passat podeprovocar uma melhora significati-va no lucro da VW. Bloomberg

Passat com tecnologia de avião

MONTADORA

WCTK ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A.CNPJ/MF nº 11.436.230/0001-14

Relatório daAdministração: ������������ ������� ���������� ������ � ������������� ���� ������ �� ��������� � �� ���� �� ������ ������� ��������� � ����� �� !� �� "#$#%$#"� &����'��#($)*$#+�����������BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/2013

ATIVO 2013 - R$ 2012 - R$Circulante 5.153.726,09 5.208.234,76Disponibilidades 4.920.726,09 5.150.961,63Caixas e Bancos #%,�-)*�(, ,�,+%�+"Aplicações de Liquidez Imediata +�-,#�)#,�%) .�#+#�)#,�%)Direitos Realizáveis 233.000,00 57.273,13Adiantamentos a Acionistas %""�)))�)) .)�)))�))Impostos a Recuperar - -�%-"�#"

Não Circulante 21.016.692,68 20.890.711,54Investimentos 9.875.272,25 19.699.664,14Particip. em Empresas Controladas #,�(-.�%-%�%. #,�*,,�**+�#+Imobilizado 1.141.420,43 1.191.047,401�'���� #�%+)�*-+�"- #�%+)�*-+�"-(-) Depreciação Acumulada 4,,�%."�,+5 4+,�*%*�,-5

Total do Ativo 26.170.418,77 26.098.946,30

PASSIVO 2013-R$ 2012-R$Circulante - 160.828,91Obrigações Fiscais - 8.945,18Impostos e Contribuições a Pagar - (�,+.�#(Outras Obrigações - 151.883,73Contas a Pagar - #)#�(("�-"Dividendos a Distribuir - .)�)))�))

Patrimônio Líquido 26.170.418,77 25.938.117,39Capital Social : Cap. Soc. Integralizado 6.525.293,00 6.525.293,00Reservas de Lucros 19.424.439,46 19.412.824,39Reserva Legal #.)�)#,�*# #"(�+)+�.+Reserva de Retenção de Lucros #,�%-+�+#,�(. #,�%-+�+#,�(.Lucros Acumulados 220.686,31 -Total do Passivo 26.170.418,77 26.098.946,30

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 31/12/20132013 -R$ 2012 -R$

Receita Operacional Bruta - -Deduções da Receita Bruta - -Receita Operacional Líquida - -Despesas Operacionais (40.114,44) 519.837,35Despesas Gerais e Administrativas 4#+,�,,+�*"5 4"+.�+.,�(*5Despesas Financeiras 4#�.(.�..5 4-�()5Receitas Financeiras ###�+*.�-+ (*.�").�)#Resultado de Investimentos peloMétodo de Equivalência Patrimonial "#)�*)(�## %�.)%�++.�,+Provisão para Impostos (38.192,29) (282.572,90)Contribuição Social 4#)�)"#�,%5 4(#�#-,�#%5Imposto de Renda 4%(�#*)�"-5 4%)#�","�-(5Resultado Líquido do Período 232.301,38 2.739.710,39

Atividades Operacionais 2013-R$ 2012-R$Resultado do Período 232.301,38 2.739.710,39Ajustesp/:ResultadodeEquiv.Patrimonial 4"#)�*)(�##5 4%�.)%�++.�,+5

Depreciação +,�*%*�,- +,�*%*�,-Resultado do período ajustado (28.679,76) 286.891,42Variações PatrimoniaisAumento de Impostos a Recuperar -�%-"�#" 4%.(�.-5Aum. de Adiantamentos Concedidos 4#("�)))�))5 4.)�)))�))5Diminuição de Contas a Pagar 4#)#�(("�-"5 4%)(�).#�-+5Diminuição de Empréstimos a Pagar - 4#�%(5Aumento Provisão para Impostos 4(�,+.�#(5 (�,+.�#(Diminuição de Dividendos a Distribuir 4.)�)))�))5 -Caixa Líq. Prov. das Ativ. Operacionais (365.235,54) 37.525,01Atividades de InvestimentoRecebim. de Lucros de Empr. Controladas #".�)))�)) +*.�)))�))Cx. Líq. Usado nasAtiv. de Investimento 135.000,00 465.000,00Variação Líq. de Caixa e Equiv. de Caixa (230.235,54) 502.525,01Caixa/Equiv. Caixa: Início do Período 5.150.961,63 4.648.436,62

Final do Período 4.920.726,09 5.150.961,63

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31/12/2013

EVENTOCapitalSocial

ReservaLegal

Res.deReten-çãodeLucros

LucrosAcu-mulados Total

Saldo em 31/12/2011 5.732.200,00 - - 6.913.698,73 12.645.898,73Aumento de Capital -,"�),"�)) - - - -,"�),"�))Ajuste de Exercícios Anteriores - - - ,�(),�+#.�%- ,�(),�+#.�%-Constituição de Reservas - #�+#,�)% #*�-%#�*,+�,( 4#*�-%"�##+�))5 -Resultado Líquido do Exercício - - - %�-",�-#)�", %�-",�-#)�",Prop. daAdmin. de Destinação do Lucro: Reserva Legal - #"*�,(.�.% - 4#"*�,(.�.%5 -

Res. de Retenção de Lucros - %�..%�-%+�(- 4%�..%�-%+�(-5 -Dividendos a Distribuir - - - 4.)�)))�))5 4.)�)))�))5

Saldo em 31/12/2012 6.525.293,00 138.404,54 19.274.419,85 - 25.938.117,39Resultado Líquido do Exercício - - - %"%�")#�"( %"%�")#�"(Proposta da Admin. de Destinação do Lucro: Reserva Legal - ##�*#.�)- - 4##�*#.�)-5 -Saldo em 31/12/2013 6.525.293,00 150.019,61 19.274.419,85 220.686,31 26.170.418,77

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PROCEDIDAS EM 31/12/2013

Camila Bandeira de Oliveira - Acionista e Diretora; Dewes Contabilidade Empresarial S/S Ltda.; 6��� ����� ��7�� ������ 8 �9�$9� ".�-(-

1. Contexto Operacional. A Sociedade tem como objetivo principal� ����������< ��������� �� ����� �������� � ����< �� �'��� �$� ������� � � ����������< �� ��� ��'���� ��'����� 2. Apresen-tação das Demonstrações Contábeis. As principais políticas con-tábeis aplicadas na preparação das demonstrações contábeis são asque seguem: a) Balanço Patrimonial. Foi elaborado e está apresen-tado em conformidade com a legislação societária (disposições conti-��� � 6�� ��� ����� �������� ���� 6�� ##�*"($)-� ���� 6�� ##�,+#$),5�pronunciamentos, orientações e interpretações emitidas pelo Comitêde Pronunciamentos Contábeis (CPC). Os Ativos e Passivos vencí-���� ��> "#$#%$#" ?��� ������!���� �� ��������� � � ��� ������'� ���� ���� �� < ���������� �5 Demonstração das Mutaçõesdo Patrimônio Líquido e Demonstração dos Fluxos de Caixa. Estrutu-����� �� �?������� �� �� &���� @���������� �� ������������� �����H��� �� ������������� �� �����H��� J� &���� 1���-������ �� ������������ ������ �� ���� 6�� ##�*"($)- � ������������ 6�� ##�,+#$),� 3. Principais Práticas Contábeis Adotadas.Foram adotadas as seguintes práticas contábeis na apresentaçãodas demonstrações contábeis: a) Receitas e Despesas. As receitase despesas são reconhecidas segundo o regime de competência.

Dados Referente à ParticipaçãoEl-Shadai Imp. Com. LtdaTotal - 2013 Total - 2012

Capital Social %))�)))�)) %))�)))�))Patrimônio Líquido %(�"(-�#,*�(* %+�+#+�##*�.)Resultado do exercício "�,-"�)()�"* +�",.�%(.�,*% de Participação .)N .)NValor Contábil do InvestimentoSaldo Inicial #%�%)-�).(�%. ,�,),�+#.�%-(-) Lucros Recebidos - -Saldo Antes da Equivalência #%�%)-�).(�%. ,�,),�+#.�%-Investimento atualizado #+�#,"�.,(�+" #%�%)-�).(�%.Saldo Final - Equiv. Patrimonial 1.986.540,18 2.297.642,985. Imobilizado: 2013/2012: 1�'���� #�#+#�+%)�+"Q #�#,#�)+-�+)� 6.Patrimônio Líquido. a) Capital social. O capital social está composto�� *�.%.�%," ����� T&� ��� ���� ����� ���������� � ��������domiciliados no País. Aos acionistas será distribuído, em cada exercí-��� � � ��� �� ������� ������'��� U����� �� %.N � ���� � U���ajustado nos termos da Legislação Societária.

b) Aplicações de Liquidez Imediata e TVM. Estão demonstrados aocusto de aplicação, acrescido dos rendimentos correspondentes atéa data do balanço, não excedendo o valor de mercado. c) Investimen-tos. Os investimentos relevantes em empresas coligadas são avalia-dos pelo método de equivalência patrimonial, tomando por base, opatrimônio líquido das coligadas levantados na mesma data-base. d)Imobilizado. Está demonstrado ao custo de aquisição, conforme nota.� ��������� ���� ���� ���� �� +N�4. Investimentos RelevantesDados Referente à Participação

JPM - Tecnologia Ltda.Total - 2013 Total - 2012

Capital Social #�)))�)))�)) #�)))�)))�))Patrimônio Líquido -�-("�##+�(" #)�%*"�(+"�*,Resultado do exercício 4%�"+.�-%(�(*5 #)(�.*.�-)% de Participação -"N -"NValor Contábil do InvestimentoSaldo Inicial -�+,%�*).�(, -�-.%�()%�,"(-) Lucros Recebidos 4#".�)))�))5 4+*.�)))�))5Saldo Antes da Equivalência -�".-�*).�(, -�%(-�()%�,"Investimento atualizado .�*(#�*-"�(" -�+,%�*).�(,Saldo Final - Equiv. Patrimonial (1.675.932,07) 204.802,96

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO

Para recuperar o terreno perdido, VW usa recursos do caça F-16 e aproxima o mercado de massa do setor de luxo

As vendas do Passat naEuropa, seu principalmercado, deverãoaumentar 65% no anoque vem, para 228 milveículos, superandoo Série 3 e o MercedesClasse C, segundoa consultoria IHS

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 15

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O governo italiano estuda umamedida para bloquear umaeventual venda ou fragmenta-çãodaunidadebrasileiradaTele-com Italia, segundo três pessoasfamiliarizadas com o assunto.

Autoridades italianas po-dem ampliar um decreto de“poder dourado” adotado emjunho, que dá ao governo po-der de veto em operações consi-deradas de interesse nacional,para incluir as companhias decomunicação italianas fora dopaís, disseram as pessoas quepediram anonimato, porque asdiscussões são confidenciais.

Se a Itália aprovar uma me-dida como essa, isso poderiaprovocar uma avaliação das re-guladoras europeias, disseuma das fontes. No mês passa-do, o governo ampliou seu po-der de veto para transaçõesque envolvem toda a rede de te-lecomunicações da Itália, alémdo acesso à rede de energia.

As ações da Telecom Italiacaíram até 4,1% em Milão e asda TIM Brasil, até 4,7% em SãoPaulo. A administração do pri-meiro-ministro Matteo Renziteme que a possível transaçãoenvolvendo a rede da TIM Bra-sil, a segunda maior operadorade telefonia celular do país, pre-judique um ativo internacionalestratégico, disseram as fontes.

A Telefónica SA da Espanhae a Oi SA estudam um possívelfatiamento de TIM Brasil, disse-ram fontes a par do assunto emmaio. O CEO da Telecom Italia,Marco Patuano, é a favor demanter e desenvolver o ativo. ATelefónica se tornará a maioracionista único da Telecom Ita-lia,quando umgrupodeinvesti-dores que possui 22,4% da ope-radora for dissolvido ainda nes-te ano. A Telefónica, que faz par-te do grupo Telco SpA, teriauma participação direta de cer-ca de 15%. Bloomberg

EMPRESAS▲

Autoridades da Itáliatemem que o possívelacordo envolvendoa rede da TIM Brasilprejudique umativo internacionalestratégico

Governo pode ampliardecreto que dá poderde veto para operaçõesde interesse nacional

Itália discutebloqueio àvenda da TIMno Brasil

16 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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CSA deve chegar ao equilíbrio este anoA ThyssenKrupp disse que mantém sua expectativa de lucro para seu

negócio Steel Americas, após uma notícia na imprensa afirmar que sua

unidade em dificuldades no Brasil, a Companhia Siderúrgica do Atlântico,

terá equilíbrio entre despesas e receitas neste ano. O boletim informativo

para investidores Platow havia noticiado mais cedo que a unidade no

Brasil deve atingir o equilíbrio neste ano, antes do esperado. Reuters

OGooglereverteunaquinta-fei-ra sua decisão de remover vá-rios links para notícias do jornalbritânico “The Guardian”, res-saltando as dificuldade enfren-tadas pelo motor de busca paraimplementar a regra europeiado “direito a ser esquecido”.

O “The Guardian” protes-tou contra a remoção de suashistórias que descreviam comoum árbitro de futebol mentiusobre a reversão de uma deci-são nos pênaltis. Não ficou cla-ro quem pediu ao Google pararemover as matérias.

Separadamente, o Googlenão restaurou links para um ar-tigo da BBC que descrevia comoo ex-presidente-executivo doMerrill Lynch, E. StanleyO’Neal, foi deposto depois queo banco acumulou bilhões dedólares em perdas.

Os incidentes sublinham aincerteza sobre a forma como oGoogle pretende aderir a umadecisão do tribunal europeuque deu a seus cidadãos o “di-reito ao esquecimento”, atra-vés do pedido de retirada delinks de artigos que aparecemem uma pesquisa por nome.

O Google, que já recebeumais de 70.000 solicitações,começou a atuar na remoçãonos últimos dias. A empresanotificou a BBC e o Guardian,que, por sua vez, divulgaramos movimentos.Os incidentessugerem que os pedidos de re-moção dos links podem de fa-to trazer os assuntos de voltaao centro das atenções, em vezde obscurecê-los.

O objetivo do Google é pro-teger a confiabilidade e eficá-cia de seu sistema de busca.Permanece incerto como acompanhia julga os pedidos,ou como pretende fazê-lo da-qui para frente.

“Seo propósito do julgamen-to é não permitir uma censurados editores pela porta de trás,então nós encorajamos o Goo-gle a ser transparente sobre oscritérios que está usando paratomar essas decisões, e como oseditores podem desafiá-los.”

O Google, que controlamais de 90% das buscas onlinena Europa, disse que a remo-ção era um processo em apren-dizagem. Reuters

RichPress/Bloomberg

Empresa destacou odesafio para implantara regra do “direito a seresquecido”

SIDERURGIA

Google desistede removerlinks do ‘TheGuardian’

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 17

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Vejo muitaoportunidade para queo Brasil se transformeem um dos polosmundiais de inovaçãoe tecnologia parao varejo, assimcomo já acontece nosegmento financeiro”

MarianoGomideFundador da VTEX

Em 2013, o comércio eletrônico re-gistrou um volume de vendas deR$ 28,8 bilhões no Brasil. No entor-no desses números expressivos, aoferta de softwares para o e-com-merce local começa a despontarcomo um dos mercados de grandeinteresse para companhias espe-cializadas e gigantes globais comoSAP e Oracle. Uma das pioneirasdo setor no país, a brasileira VTEXjá escolheu suas armas para fazerfrente a esse movimento. A com-panhia vai investir até R$ 25 mi-lhões em inovação e na melhoriade seu portfólio em 2014.

Para apoiaro plano, aVTEX aca-ba de receber um financiamentode R$ 7 milhões do Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES). Os recursos emquestão serão liberados por meiodo Programa para o Desenvolvi-mento da Indústria Nacional deSoftware e Serviços de Tecnologiada Informação (Prosoft). O mon-tante será aplicado no VTEX Lab,unidade de inovação da empresa,que conta com uma equipe de 120colaboradores. “O valor em si nãoé muito expressivo, mas essa ciframarca o início deuma relação dura-doura queesperamos ter como BN-DES. Contando apenas com o nos-so caixa, temos uma capacidade li-mitada para investir. Temosquees-tar sempre quatro passos à frentedo que o mercado demanda e essesrecursos são essenciais para que aempresa mantenha sua relevân-cia”, diz Mariano Gomide, funda-dor e coexecutivo-chefe da VTEX.

Levantamento recente da Asso-ciação Nacional de Pesquisa e De-senvolvimento das Empresas Ino-vadoras (Anpei) reforça o desafiodestacado por Gomide. Segundo oestudo, apenas 3,2% das peque-nas e médias empresas brasileirasinvestem em inovação. A falta definanciamento foi apontada por38,1% das companhias participan-tes como um dos principais entra-ves a esses investimentos.

Para Gomide, as nuances do va-rejo brasileiro abrem caminho pa-ra que os fornecedores locais detecnologia se destaquem na con-corrência com as multinacionais.“O senso de sobrevivência aqui émuito mais aguçado. Enquantoum varejista americano muda depreço uma vez por semana, o brasi-leiro alteratrêsvezes por dia. OBra-sil é um dos únicos a trabalhar comcompras parceladas e temos umdos mais avançados sistemas demerchandising do mundo”, afir-ma. “Esses e outros fatores estãoacelerando o desenvolvimento lo-caldetecnologias. Vejomuita opor-tunidade para que o Brasil seja umdos polos mundiais de inovação pa-ra o setor, assim como já aconteceno segmento financeiro.”

Nessa direção, uma das iniciati-vas que chamaram a atenção do

BNDES, diz Gomide, é o fato de aVTEX está dando seus primeirospassos para marcar território nomapa internacional de proprieda-de intelectual. A empresa já temuma patente registrada nos Esta-dos Unidos e outros três processosem andamento. Batizada de SmartCheck Out, a tecnologia patentea-da pela empresa permite a conclu-são de uma compra por meio deapenas um clique, e sem senha. Asolução já é adotada por parte dos720 clientes da VTEX, entre eles, aBrastemp e a L’Oréal. “As lojas queimplantaram tiveram um aumentomédio de 16% nas vendas. Para umsetor que sofre cada vez mais commargens apertadas, é um salto ex-pressivo. Vamos investir cada vezmais em soluções desse porte.”

A expansão internacional é ou-tro foco da VTEX . A estratégia te-ve início há dois anos. Hoje, a em-presa possui escritórios em cinco

países, especialmente na Améri-ca Latina. A mais recente investi-da foi a abertura de uma operaçãoem Portugal, para atender ao mer-cado luso-espanhol.

Com 65 clientes, a operação in-ternacional respondeu por 9% dareceita de R$ 32,3 milhões daVTEX em 2013. A expectativa paraeste ano é de uma receita de R$ 39milhões e a projeção é de que 22%deste montante virá do exterior.“Além do amadurecimento dessasoperações, estamos buscandoclientes em novos países e, se for-mos bem-sucedidos nessa estraté-gia, não descartamos a abertura denovos escritórios internacionais”,afirmaGomide. Segundo o executi-vo, o alvo desses possíveis investi-mentos serão países emergentes ecom mercados digitais semelhan-tes ao Brasil. Nessa relação, alémdos BRICs, Gomide incluiu paísescomo Croácia, Polônia e Turquia.

VTEX fortalece apostaem novas tecnologias

NÚMEROS

Moacir [email protected]

EMPRESAS

São Paulo

PatriciaStavis

MarianoGomide,daVTEX:estratégia incluio investimentoparaoregistrodepropriedade intelectualnomercadodosEstadosUnidos

Após receber um financiamento do BNDES, a companhia brasileira de softwares para o

comércio eletrônico planeja investir até R$ 25 milhões em sua área de inovação neste ano

R$28,8biFoiovolumedevendasdocomércioeletrôniconoBrasilem2013,segundoaeBit.Acifrarepresentouumsaltode28%nacomparaçãocom2012.

22%Éaprojeçãodaparticipaçãodasoperações internacionaisdaVTEXnareceitadacompanhiaem2014.Noanopassado,essaparticipaçãofoide9%.

18 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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OSebrae/RJ assinou com a Riotur uma

parceria que possibilitará conhecer melhor

a economia gerada pela oferta de leitos

pelos pequenos meios de hospedagem no estado.

Segundo a Riotur, hoje o Rio conta com 83

albergues, que totalizam 3.370 leitos e 667

unidades habitacionais. A parceria prevê a inclusão

dos albergues e hospedagens no estilo “cama e

café” integrados à Associação de Cama e Café e

Albergues do Estado do Rio de Janeiro (ACCARJ).

O trabalho faz parte do Projeto Gestão Turística e

Sustentável dos Meios de Hospedagem do

Sebrae/RJ que, em conjunto com a ACCARJ tem

um período de quatro anos para desenvolvimento

de ações de capacitação e de acesso a mercado

que visam fortalecer, de forma sustentável, a rede

de pequenos empresários do setor.

A associação tem hoje 38 empresas cadastradas,

muitas delas com mais de uma filial. Depois da

procura por hospedagem alternativa durante a

Copa por turistas estrangeiros — que chegou a 84

mil leitos no país, segundo dados do Ministério do

Turismo, sendo 22 mil somente no Rio — o objetivo

da parceria fechada entre as três entidades é a

oferta de acomodações deste tipo com

profissionais mais capacitados, que dominem

fundamentos de sustentabilidade como parte da

gestão profissional. Isso já para a Copa de 2016.

Vanessa Cohen, gestora do Projeto Gestão

Turística Sustentável dos Meios de Hospedagem do

Sebrae/RJ, diz que o foco no Rio é também

aumentar o número de leitos no estado que vai

sediar as Olimpíadas. “O projeto visa aumentar a

visibilidade dessas empresas. A capacitação tem

ligação não só com custos e ações de marca, mas

com a eficiência energética, a redução do consumo

de água e de resíduos”, diz.

■ Nosprimeirosquinzediasdefuncionamento,a lojaMosaicoBrasil,doSebrae/RJ,noParquedaBola,naLagoa, faturoucercadeR$168mil, commaisde1.100produtosvendidosparaturistasnacionaiseestrangeiros.

■ Até 2016,ofaturamentodaspequenasemédiaslojasvirtuaisdevechegaraR$13,7bilhões,segundoaAssociaçãoBrasileiradeComércioEletrônico(ABComm).Noanopassado,asPMEsdoe-commercefaturaramcercadeR$5bilhões.Para2014,aexpectativaéqueocomércioeletrôniconacionalfatureR$39bilhões,easPMEsrespondampor18%dototal.

■ Naonda dos food trucks, que nacidade de São Paulo contam comuma lei que permite a circulaçãode “estabelecimentos móveis”,variações sobre rodas jácomeçam a pipocar. Eaparecem os beer trucks. Amarca Santo Bier, franquia debar delivery de São José doRio Preto (SP), planeja abrir2.500 unidades até o final de2016, em carros Renault. Já aUniland, importadora decervejas especiais, criou seubeer truck usando como base umCitröen HY Van projetado após aSegunda Guerra Mundial.

AFevest,FeiradeModaÍntima,Praia,

FitnesseMatéria-Prima,emNova

Friburgo,esperareunircercadenove

milpessoasemsua24ªedição.O

eventoévoltadoparaempresáriosde

micro,pequenasegrandes

confecçõese indústriasdetodoo

Brasil,alémdecompradoresdevarejo

eatacado.Aexpectativaégerarmais

deR$47milhõesemnegócios.

Em São Paulo, a loja Bolos da

Cecília ganhou mercado

atendendo a clientes corporativos

e consumidores que

querem um bolo

típico da vovó

para o café.

O bom

resultado

de vendas

levou a

marca a

enveredar

pelo

franchising.

O plano da

empresa é abrir 15

franquias ainda neste ano.

Criada neste ano no interior de

São Paulo, a franquia da Sr. Sorvete

quer conquistar seu espaço.

Com duas unidades próprias,

em Cravinhos e Catanduva (SP),

e uma linha de 191 sabores, parte

para expansão com lojas próprias

e no formato express.

SOLUÇÕES & OPORTUNIDADES

Moda íntima reúnepequenas e médias

Coluna publicada às segundas-feiras

PLANO DE NEGÓ[email protected]

FotosDivulgação

CAMA,CAFÉ EGESTÃO

Bolo típico da vovóadere ao franchising

Sr. Sorvete planejacrescer além de SP

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 19

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Google lançaráno Brasil serviçode pagamentos

Léa De [email protected]

O Google prepara-se para ofere-cer no Brasil e na Europa soluçõesde pagamentos eletrônicos, comojá faz nos Estados Unidos. A infor-mação foi dada ao Brasil Econômi-co por Javier Rodriguez Zapatero,diretor geral do Google Espanha,Portugal e Turquia, durante o XIIIEncuentro Santander — AmericaLatina, realizada semana passadaem Madrid.

O executivo, no entanto, nãoquis dar detalhes da estratégia eprazos para o lançamento do novoserviço fora dos Estados Unidos.Mas ressaltou que o Google nãopretende entrar no mercado ban-cário: “As oportunidades estãoem mercados pouco regulados”,disse Zapatero.

No Brasil, o setor de pagamen-tos eletrônicos ganhou um marcoregulatório no final do ano passa-do, com a criação da figura jurídi-ca de instituidor de pagamentos edos arranjos de pagamentos — asregras estão em fase de implanta-ção e, para funcionar, as empre-sas precisam pedir autorização doBanco Central até novembro.

O Google já atua em pagamen-tos nos Estados Unidos desde2011. Um dos serviços oferecidospela empresa é o Google Wallet,um sistema de pagamento móvelque permite aos consumidores ar-mazenar cartões de crédito, débi-to e fidelização e efetuar pagamen-tos por meio de smartphone, ape-nas aproximando o aparelho deum sensor especial em terminaisde recebimento, equipados com atecnologia NFC ((Near Field Com-munication).

No Brasil, os pagamentos fei-tos por smartphone estão sendolançados com diversas parceriasenvolvendo operadoras de telefo-nia, bancos, administradoras decartão de crédito e débito e em-presas de soluções tecnológicas.Nenhum negócio, entretanto,tem conquistado grande partici-pação no mercado. O Santanderfoi um dos que lançou no Brasil re-centemente um produto que per-mite receber pagamento com car-tão pelo smartphone, chamadoConta Conecta. A expectativa, noentanto, é de que o serviço de pa-gamento por telefone móveis sejaoferecido por empresas não finan-ceiras, como a própria operadorade telefonia.

No encontro do Santander, rea-lizado na Universidade Complu-tense, em El Escorial, na zona me-tropolitana de Madri, o diretor ge-ral do Google na Espanha, Portu-gal e Turquia falou sobre inova-ção, tecnologias e oportunidadesde negócios e sobre as oportunida-des de negócios para a empresa,que já lançou óculos inteligentes,o Google Glass, e investe em car-ros sem motorista e em balões(Loom) para distribuir sinal de in-

ternet. Segundo o executivo, a re-volução digital afeta a todos cadavez mais e em breve as máquinas eas pessoas estarão cada vez maisconectadas.

“Hoje existem 7,2 bilhões depessoas e a maioria convive com ainternet como parte da vida coti-diana”, diz. “Os custos de produ-zir, armazenar e informar caemmuito rapidamente, e com isso asbarreiras de entrada começam atocar o chão”, afirmou.

Zapatero lembra que a concor-rência de conteúdo é gigantesca, eque hoje se produz mais informa-ção do que as pessoas consegueconsumir: “Toda a informação ge-rada pela humanidade até 2003 po-deria ser armazenada em 5 hexa-bytes; hoje em dia essa é a quanti-dade de informação gerada emseis horas”, afirma.

Para o executivo, o conceito“digital” como diferenciador vaisumir em quatro anos: “Tudo se-

rá digital. Tudo será online” O es-pecialista lembra que a internetestá se transformando em umgrande computador nas nuvens,que armazena e processa informa-ções. E que os smartphones, me-nos que telefones, são cada vezmais dispositivos para acessar es-sa internet nas nuvens — uma má-quina que aprende cada vezmais, escuta e fala em varias lín-guas e detecta matizes antes ini-magináveis. Nas projeções do

Editora: Eliane [email protected]

FINANÇAS

Madri, Espanha

Diretor geral da empresa na Espanha anuncia em evento do Santander que ferramenta já em

uso nos Estados Unidos também será oferecida na Europa, mas não concorre com bancos

Um serviço oferecidopelo Google nosEstados Unidos é aGoogle Wallet, sistemaque permite efetuarpagamentos por meiode smartphone com atecnologia NFC (NearField Communication)

20 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Calderón será o CFO para América Latina

Asmudançastecnológicasafetarão

maisosmercadosmenosregulados.Em15anosos

jovensnãovãoentenderoconceitodebanco

tradicional.Pensamossoluçõesqueaindanãoexistemnessemundo”

JavierRodriguesZapateroDiretor geral do Google na

Espanha, Portugal e Turquia

Rogério Calderón foi apontado como vice-presidente financeiro do

HSBC para a América Latina, segundo fonte com conhecimento do

assunto nesta sexta-feira. O executivo ocupava o posto de diretor de

Relações com Investidores e Finanças Internacionais do Itaú

Unibanco, teve a saída anunciada em fevereiro e, desde então, tem

atuado como membro do Comitê de Auditoria da instituição. Reuters

O novo marco regulatório dosmeios de pagamentos foidefinido no ano passado eainda encontra-se em processode implantação. A lei 12.865,que trata dos arranjos einstituições de pagamento, foipublicada em 9 de outubro de2013, e a regulamentação feitapelo Conselho MonetárioNacional (CMN) por meio dasresoluções 4.282 e 4.283 ecirculares 3.680/81/82 e 83de 4 de novembro.

O conjunto de regrasestabelece regulação mínimapara o setor a fim de mitigarriscos para o mercado financeiroe promover solidez na operaçãodos arranjos e instituições depagamento. A regulamentaçãoabrange vários ‘players’ e seuobjetivo principal, segundo oBanco Central, foi cercearo risco sistêmico com odesenvolvimento dos meios depagamento eletrônicos.

Os únicos elos da cadeianão afetados são os bancos,que já são submetidos àsregras do Sistema Brasileirode Pagamentos (SBP). Atéas bandeiras de cartões,empresas que apesar de nãoserem financeiras estão entreas mais organizadas dosistema, terão de cumprirmais exigências para obteremlicença para operar comoinstituição de pagamentojunto ao Banco Central.

As novas regras depagamento abriram para asempresas não financeirasoportunidades de concorreremcom os bancos no atendimentoa clientes não bancarizados.A legislação que colocou essasempresas não-financeiras soba fiscalização do BancoCentral (BC) exige, no entanto,investimentos para suaadaptação às novas regras — asempresas que faturam maisde R$ 500 milhões por anoprecisarão abrir uma conta noBC, manter um capital mínimo,enviar relatórios periódicose reforçar a governança aténovembro, se quiseremcontinuar no negócio. Emcompensação, as queconseguirem obter licença doBC depois dessa data poderãofuncionar quase como umbanco, abrindo contas correntese emitindo moeda eletrônica.

RodrigoCapote

Google, a internet, que tem ho-je 2,9 bilhões de usuários, terá5 milhões em 2016.

“As mudanças tecnológicasafetarão mais os mercados me-nos regulados. Em 15 anos os jo-vens não vão entender o concei-to de banco tradicional. Pensa-mos soluções que ainda nãoexistem nesse mundo”, diz Za-patero, lembrando que empre-sas como o Google “estão sem-pre empurrando os limites pa-ra frente, por isso incomodamreguladores, países e guardiãesda propriedade intelectual queessas empresas estão colocan-do em xeque”.

As mudanças estão cada vezmais rápidas, as grandes tendên-cias precisam ser monitoradas,mas as agências bancárias aindavão sobreviver por muito tempocomo principal meio de relacio-namento com clientes. A opiniãoé de Javier San Felix, diretor ge-ral da divisão de banco comercialdo Santander — a área cuida doatendimento a pessoas físicas epequenas e médias empresas, eresponde por 24% dos lucros glo-bais. O executivo falou no encer-ramento do XIII Encuentro San-tander — América Latina na sex-ta-feira em El Escorial, na Uni-versidade Complutense, que ficana periferia de Madri.

O Santander anunciou na sex-ta-feira o lançamento de dois pro-dutos globais para empresas quevão integrar as que tem negóciosnos países em que o Santanderatua. O Passport vai ser oferecidoa mais de 4 mil grupos empresa-riais clientes do banco o mundo— o produto será uma espécie deinterlocutor global, um gestor decontas em seu idioma e acesso aserviços de prospecção de merca-do. Além disso, o banco anuncioutambém a ferramenta SantanderTrade, que permite aos clientesdo banco em diferentes países en-trar em contato e fazer negóciosentre si. Em um primeiro momen-to os produtos e serviços estarãodisponíveis em oito dos 15 paísesonde o banco atua, inclusive noBrasil, informou o executivo.

“A historia do grupo semprefoi muito movida a inovações,com grandes investimentos emplataformas tecnológicas”, afir-mou Felix.

As tendências a que o executi-vo se refere são sociais (haverámais de 3 bilhões de pessoas nasclasses medias em 2050, segun-do prevê), econômicas (em2016, 60% do crescimento domundo virá dos países emergen-tes) e tecnológicas: “São elasque detonam a aceleração dasmudanças na indústria financei-ra atualmente”.

Segundo o diretor, o setor es-tá em um momento de profundatransformação, com aumentodo poder do cliente — sempre co-

nectados, mais informados ecom mais opções, aperto na re-gulamentação — com exigênciade mais capital e mais liquidez.

“O entorno ficou mais compe-titivo e os bancos não voltarão ater a mesma rentabilidade de an-tes da crise financeira interna-cional de 2008”, diz. Felix lem-bra que há novos players na pra-ça — start ups com propostas deprestação de serviços financei-ros diferentes — e entrantes emnegócios antes privativo dosbancos — como negócios detransferências de fundos, asses-soria financeira, cartões, e paga-mentos móveis. “A tecnologiade hoje permite facilmente a de-sintermediação. Alguns bancosse adaptam mas há ameaças co-mo a fragmentação da cadeia devalor e perda de controle da rela-ção com os clientes. Em compen-sação, os depositantes estão cor-rendo de volta para a segurançados bancos tradicionais”, afir-ma. Para ele, é importante queos novos entrantes sejam trata-dos com leis semelhantes às apli-cadas aos bancos: “Não deve ha-ver lacuna (assimetria) de regu-lação”. Léa De Luca

‘Agências sobreviverão,prevê Santander’

Divulgação

Banco diz que está monitorando mudanças nos meios de pagamento;na sexta-feira lançou na Espanha primeiros produtos de aplicação global

Div

ulg

ação

Novo marcoregulatório foidefinido em 2013

HSBC

JavierSanFelix:entornodosbancosficoumaiscompetitivo

A tecnologia de hojepermite facilmentea desintermediação.Alguns bancos seadaptam mas háameaças como afragmentação dacadeia de valore perda na relaçãocom os clientes

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 21

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Odólar precisaria subir 8,30% de hoje até o fim de dezembro

para encerrar o ano nos R$ 2,40 previstos pelos analistas

consultados pelo Banco Central para a elaboração do boletim

Focus. Depois de ter se desvalorizado 6,3% no primeiro semestre do

ano, o dólar faria o caminho de volta no segundo. Por que tanto

“pessimismo”? A arrancada do dólar vai acontecer antes ou depois

das eleições? Quais os efeitos possíveis da alta sobre o ânimo dos

eleitores? Qual o impacto inflacionário da depreciação cambial?

Os economistas têm respostas para todas essas questões e os

executivos que fecham operações de compra e venda de ativos já

sabem o que fazer quando chegar o momento da virada.

O Focus não gosta de promover al-terações substanciais em suas pro-jeções de taxa de câmbio. Aconte-ça o que acontecer no mercado àvista, as linhas gerais do cenáriode médio prazo se mantêm intac-tas. Quando muda a estimativa, aalteração é superficial e a nova cos-tuma permanecer estável por vá-rias semanas. O Focus iniciou2014 prevendo para dezembro ta-xa de câmbio de R$ 2,45. Na criseglobal de aversão a risco do iníciode fevereiro, a projeção avançou aR$ 2,50. Superada a crise, o prog-nóstico baixou a R$ 2,45 em maioe ficou nesse degrau por sete sema-nas. O atual, de R$ 2,40, dura qua-tro semanas.

Mais do que o fluxo cambial —o movimento efetivo de entrada esaída de dólares financeiros e co-merciais da economia — e a políti-ca de intervenção cambial do BC,quem dita o comportamento dodólar e as expectativas dos analis-tas é o mercado internacional. Orisco incorporado às carteiras for-madas por moedas e títulos de paí-ses emergentes sobe diante dapossibilidade de alterações na po-lítica monetária americana. Osfundos globais remanejam osseus portfólios desencadeandouma corrida de proteção mundoafora. Cresce a demanda por dó-lar para cobertura de endivida-mentos e para ampliação de renta-bilidade das posições mais especu-lativas. Em agosto de 2013 e feve-reiro deste ano ocorreram surtosdesse tipo, empurrando o dólarpara perto de R$ 2,43. No primei-ro caso, foi preciso que o juro de10 anos dos EUA avançasse para3%. No segundo, bastou que supe-rasse levemente 2,70% mas comexpectativa de arrancadas poste-riores que não se confirmaram.

O mercado acredita que um ter-ceiro surto deve ocorrer neste se-gundo semestre. Os primeiros si-nais já estão presentes: 1) O fluxode capitais especulativos, tanto oque tem um pouco mais de quali-dade, direcionado à compra de tí-tulos públicos federais, quanto ocarry trade já não é tão abundantequanto foi em março (superávit deUS$ 2,3 bilhões) e abril (US$ 2,78bilhões). Em maio, a balança cam-

bial contabilizou uma perda deUS$ 813 milhões e, em junho (atéo dia 27), de US$ 856 milhões. Noacumulado do ano, o saldo é positi-vo em US$ 3,17 bilhões, uma dimi-nuição de 64,4% em relação ao su-perávit de US$ 8,913 bilhões exibi-do no mesmo período de 2013.Não basta pagar o maior juro realdo mundo. 2) Na quinta-feira, a di-vulgação pelo governo americanode um relatório de emprego robus-to foi recebida como a confirma-ção dos cenários de que a econo-mia dos EUA se recupera de formasólida depois da retração sofridano primeiro trimestre. E os analis-tas reforçaram a sua crença de queo Federal Reserve irá em breve al-terar a sua comunicação e iniciara preparação dos mercados paraum aperto monetário efetivo noinício do segundo trimestre de2015. Se isso acontecer, a taxa de10 anos se antecipará ao movimen-to, voltando aos 3% ainda esteano. E o BC não conseguirá man-ter o dólar dentro de sua atual fai-xa de flutuação, com R$ 2,20 no pi-so e R$ 2,25 no teto.

Alguns analistas desenham pa-ra este segundo semestre do anoum quadro carregado de pressõesde alta do dólar. Elas virão de múl-tiplas frentes, na visão do diretor-executivo da NGO Câmbio, SidneiNehme. No seu entender, haveráuma queda expressiva nas capta-ções externas feitas por empresasbrasileiras. As emissões de bônus edívidas foram antecipadas nos pri-meiros seis meses do ano para seevitar contratempos políticos deri-vados das eleições. A janela deoportunidade estará menos abertapor causa da esperada elevaçãodos juros longos das “treasuries”.Nehme prevê não somente a dimi-nuição dos fluxos especulativosem direção ao Brasil, por causa docrescimento da aversão global aris-co, como uma saída desses capi-tais decorrente de incertezas do-mésticas. “Esses capitais são decurta permanência e não convi-vem bem com incertezas políticase problemas de natureza econômi-ca, como baixo crescimento, políti-ca fiscal comprometida e inflaçãoalta”, diz. E, além disso, são con-centradas nos últimos meses do

ano as remessas normais de capi-tal para pagamento de dividendose lucros. O economista sugere aogoverno reduzir mais um pouco,de 180 para 90 dias, o prazo dosempréstimos externos isentos doIOF de 6%. Poderia obter com issoum fôlego a mais caso os bancosencontrem dificuldades nas capta-ções de linhas destinadas a suprirde dólares o mercado interno.

Parte do mercado aposta que aterceira onda de aversão global arisco poderá ser deflagrada pertodas eleições de outubro. Será uma“minitempestade perfeita” paraos adeptos da candidatura AécioNeves. O seu impacto será maispsicológico do que efetivo do pon-to de vista macroeconômico. Asconsequências inflacionárias sãoincertas pois no atual ambiente deestagnação econômica não é nadafácil repassar para os preços acrés-cimos de custos impingidos pelocâmbio. E, se ocorrer, o impactoinflacionário da alta do dólar se da-rá no longo prazo. A visão do retor-no do câmbio a um patamar maisem conformidade com o atual ci-clo da economia não é “pessimis-ta”. Uma taxa “realista” é defendi-da não só pelos desenvolvimentis-tas que no início do governo Dil-ma Rousseff elaboraram as diretri-zes da Nova Matriz Econômicaquanto pelos que postulam a voltado tripé econômico clássico prati-

cado nos governos anteriores. Pa-ra estes, o pilar fundamental é ofiscal. Com as contas públicas emordem será possível uma taxa decâmbio de até R$ 3,00.

Na sexta-feira, o fechamentoantecipado dos mercados devidoao jogo do Brasil e o feriado ameri-cano de Independência secarambrutalmente a liquidez do câmbioe dos juros futuros. O dólar fechouem leve alta de 0,18%, cotado a R$2,2155, sem transparência porqueo giro de negócios não foi além deUS$ 200 milhões quando em diasnormais costuma movimentar en-tre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.Os juros caíram na BM&F. A taxapara janeiro de 2017 cedeu de11,44% para 11,43%.

Nesta semana de poucos indi-cadores domésticos relevantes,destaque absoluto para o IPCA dejunho, que será divulgado ama-nhã pelo IBGE. A expectativa ge-ral é de que se constatará uma que-da em relação ao 0,46% de maio.Resta saber para quanto. O pontonevrálgico é este porque, depen-dendo do número, o acumuladodos últimos 12 meses poderá ounão furar o teto de 6,5% da bandainflacionária. Se vier o 0,34% es-perado pelo Focus, o estouro ficaadiado para julho. Mas se a altafor de 0,39%, o IPCA irá acumu-lar 6,51% nos 12 meses termina-dos em junho.

A TERCEIRA ONDA DE AVERSÃO

O MERCADO COMO ELE É...

EditoriadeArte

LUIZSÉRGIOGUIMARÃ[email protected]

22 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Com pregões mais curtos e feria-dos por causa da Copa do Mundo,o volume de negociações na BM&FBovespa encolheu no mês de ju-nho. No segmento Bovespa, o volu-me de negócios no mês passadoatingiu R$ 120,4 bilhões, uma que-da de 10%, ante os R$ 113,8 bilhõesregistrados em maio. A média diá-ria ficou em R$ 6,33 bilhões, anteR$ 6,37 bilhões, segundo relatóriodivulgado pela BMF&Bovespa.

Foramrealizados 14.406.616 ne-gócios, ante 17.481.365 no mês an-terior. A média diária de negóciosatingiu 758.243, ante 832.446 emmaio. No período, as ações prefe-renciais da Petrobras foram respon-sáveis pelo maior giro financeiro,de R$ 10,6 bilhões, seguida de ItaúUnibanco PN, com R$ 6,2 bilhões;Vale PNA, com R$ 5,6 bilhões; Bra-desco PN, com R$ 4,9 bilhões; e Pe-trobras ON, com R$ 3,2 bilhões.

Os investidores estrangeiros li-deraram a movimentação finan-ceira no segmento Bovespa em ju-nho, com participação de50,69%, ante 50,32% em maio.Na segunda posição, ficaram os in-vestidores institucionais, que obti-veram participação de 30,13%, an-te 29,43%. As pessoas físicas movi-mentaram 13,13%, ante 15,22%.As instituições financeiras regis-traram 4,73% ante 4,21%; e as em-presas, com 1,28% ante 0,76% nomês anterior, segundo a Bolsa. Anegociação dos investidores es-trangeiros ficou em R$ 1,4 bilhão,

resultado de vendas no valor deR$ 60,3 bilhões e de compras deações de R$ 61,7 bilhões.

Na sexta-feira, a Bovespa en-cerrou com leve alta de 0,31%,aos 54.055 pontos. O giro financei-ro limitou-se a R$ 1,3 bilhão, emum pregão esvaziado em dadoseconômicos, sem a referência dasbolsas norte-americanas devidoao feriado do Dia da Independên-cia nos Estados Unidos, e pregãomais curto em dia de jogo do Bra-sil nas quartas de final da Copa doMundo contra a Colômbia.

O índice recuou na primeiraparte do pregão, após alta de 1,6%na véspera, mas trocou de sinal noinício da tarde. “Com a baixa liqui-

dez, qualquer movimento pode le-vantar ou derrubar os papéis”, dis-se o estrategista-chefe da SLWCorretora, Pedro Galdi. Para o ana-lista Fábio Gonçalves, da BanrisulCorretora, o apetite do investidoresteve enfraquecido hoje, tantono campo interno como no cam-po externo.

As ações do setor de energia fi-caram entre as maiores altas dopregão, puxadas por notíciasque beneficiaram Copel e Eletro-paulo. O Conselho de Adminis-tração da empresa paranaensede energia aprovou solicitar rea-juste tarifário da Copel Distribui-ção à Agência Nacional de Ener-gia Elétrica (Aneel), com a pers-

pectiva de aplicação de reajustemédio de 24,86%, retroativo a24 de junho.

No sentido oposto, SantanderBrasil teve a maior queda. O ItaúUnibanco fechou estável, apósanunciar a venda da carteira de se-guros de grandes riscos à Ace, porR$ 1,5 bilhão. No setor de educa-ção, a Kroton, que teve a fusãocom a Anhanguera Educacionalaprovada por acionistas na véspe-ra, teve leve alta. As ações daAnhanguera deixaram de ser ne-gociadas na Bovespa na sexta. AKroton disse que iniciará no se-gundo semestre o processo formalda venda de ativos determinadapelo CADE para a fusão.

Alessandra [email protected]

A XP Investimentos toca o sinoque abre o pregão da BM&FBoves-pa no evento de lançamento dalistagem de cotas de um novo fun-do de investimentos em açõesque terá gestão ativa, primeirodessa modalidade a ser negocia-do em bolsa. A diferença do fun-do, o FIA XP Top Dividendos, éque a composição da carteira, for-mada na maior parte por açõesde empresas que pratiquem polí-ticas de distribuição de dividen-

dos consideradas positivas, pode-rá ser alterada pelo gestor.

Segundo o gestor da XP Ges-tão, Rodrigo Furtado, a escolhapor este segmento levou em consi-deração o fato de o dividendo seruma boa opção de investimentopara quem quer gerar renda extrae uma boa estratégia para quem es-tá começando a investir em bolsa.

De acordo com a BM&FBoves-pa, atualmente existem 166 fun-dos, sendo dois de ações da famí-lia Fator Sinergia, que possui ges-tão fundamentalista e tem comoestratégia de investimento açõescom boa governança corporati-va. “O XP Top Dividendos será oprimeiro com estratégia ativa de

ações, com distribuição de divi-dendos a ser listado”, afirma aBM&FBovespa.

A carteira inicial do fundo seráformada pelas empresas BMF&Bovespa, Cetip, Itaú-Unibanco,BB Seguridade, Transmissão Pau-lista, Vale, Tegma, Metal Leve,Odontoprev, Kroton, TelefônicaBrasil, mas esse número poderámudar conforme o potencial decrescimento das empresas. “Co-mo é um fundo ativo estamossempre buscando a melhor op-ção. Por isso, estamos de olho nasempresas”, disse, lembrando ain-da que esse é um investimento delongo prazo e não deve haver mui-ta alteração da carteira. “Essa é

uma classe de ativo que vai se de-senvolver. É natural que se penseem novos fundos, não só por par-te da gente, como também de ou-tros players”, afirma.

A oferta pública atingiu R$ 112milhões, com cota mínima de R$1 mil. A partir de hoje, o fundo se-rá negociado no mercado secun-dário da Bolsa e o investimentomínimo é de R$ 100,00 por cota.Outro diferencial, é que 99% dosfundos existentes no mercadonão distribuem o dividendo dire-to para o cotista, eles aplicam osrecursos no fundo. No XP Top, odividendo será depositado naconta do cotista no 10º dia útil domês subsequente.

Em simulação da XP Gestão,um investimento de R$ 100 milrealizado em 10 anos em fundocom rendimento de 15% maisum dividendo de 6,5% ao ano pa-go diretamente ao cotista, versusum fundo com as mesmas pre-missas, mas que reinvista os divi-dendos no próprio fundo, ao fimdo período, o saldo do fundo daXP teria saldo de R$ 379 mil con-tra R$ 359 mil de um fundo tradi-cional. “Isso tem um enorme im-pacto no longo prazo pois quan-do o dividendo é depositado naconta do cliente ele não precisapagar o imposto de renda, de15%, que é isento do imposto”,diz Furtado. AT

FINANÇAS

São Paulo

Modalidade deinvestimento permite aogestor alterar composiçãoda carteira de ações

Bolsa encolhe 10% em junho

XP lista hoje na Bovespa fundo com gestão ativa

Movimentação de negócios no mês cai a R$ 120 bilhões; investidor estrangeiro mantém liderança, com 50,69%

Maiores destaquesAções que mais subiram eas que mais cairam no mês (%)

Eletropaulo PN

Energias BR ON

Anhanguera ON

BB Seguridade ON

Movimento negociadodo segmento Bovespa(R$ milhões)

Estrangeiros na pontaNão residentes são maioria na BM&Fbovespa (%)

O MOVIMENTO NA BOLSA

MOVIMENTAÇÃO MENSAL

MÉDIA DIÁRIA

Maio/2014

Maio/2014

Junho/2014

Junho/2014

6,33

133,83

6,37

120,42

50,32 50,69

0,76 1,28

4,21 4,73

15,22 13,33

29,43 30,13

Estrangeiros

Institucionais

Pessoasfísicas

Instituiçõesfinanceiras

Empresas

MAIORES ALTAS

MAIORES BAIXAS

Cielo ON

MMX Mineração ON

Gol PN

PDG Realt ON

Gerdau PN

Usiminas PNA

20,11%15,55%15,06%

13,82%

-5,81%-4,17%-3,93%

13,66%

-15,06%-8,73%

Os investidoresestrangeiros liderarama movimentaçãofinanceira nosegmento Bovespaem junho, comparticipação de50,69%, ante50,32% em maio

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 23

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Ação do BES sobe 8,2% com expectativaAs ações do Banco Espírito Santo (BES) dispararam 8,2% na bolsa

de Lisboa na sexta-feira, com a notícia da indicação do economista

Vítor Bento para o cargo de presidente-executivo do banco, nome

que seria de consenso entre acionistas e reguladores. O executivo

portugues preside atualmente uma empresa de pagamentos

eletrônicos, a SIBS, responsável pela marca Multibanco. Reuters

Divulgação

O Itaú Unibanco confirmou avenda da carteira de seguros degrandes riscos de propriedade deresponsabilidade civil (P&C) daItaú Seguros para a empresa nor-te-americana ACE, que divulgouao mercado que o negócio foi fe-chado por aproximadamenteUS$ 1,515 bilhão. O Itaú infor-mou que espera um efeito contá-bil positivo de US$ 1,1 bilhão nolucro antes de impostos com aoperação. Segundo o banco, aACE pagará o montante em di-nheiro e a conclusão e a liquida-ção financeira do negócio ocorre-rão “após cumprimento de deter-minadas condições previstas nocontrato e obtenção de autoriza-ções regulatórias”. Já ACE anun-ciou que a transação deve ser fe-chada no 1º trimestre de 2015.

O anúncio acontece após omaior banco privado da AméricaLatina ter divulgado na quarta-feira que estava em negociaçõesavançadas para fechar o negóciopor R$ 1,5 bilhão, sem revelarcom quem assinara compromis-so de exclusividade. A ACE tem

operações em cerca de 50 paísese no Brasil atua também em ope-rações de resseguro. Pelo acordo,o Itaú e algumas de suas subsidiá-rias vão vender a totalidade desuas participações na Itaú Segu-ros Soluções Corporativas, quetem como clientes grandes e mé-

dias empresas, com apólices dealtos valores segurados.

Segundo o banco, a operaçãode seguros de grandes riscos pos-suía no final do ano passado umpatrimônio líquido de R$ 364 mi-lhões, ativos de R$ 5,8 bilhões eprovisões técnicas de R$ 4,6 bi-lhões, e 323 funcionários. O ItaúUnibanco anunciou em janeiroque pretendia vender o negó-cio de grandes riscos e se con-centrar no segmento de varejo.

Com a aquisição, a ACE, queestá presente no Brasil desde1999, será a maior seguradorade propriedade e responsabili-dade civil no maior mercado daAmérica Latina. A área de gran-des riscos de P&C da Itaú Segu-ros foi estabelecida em 2006 etem sido 100% de propriedadedo Itaú Unibanco, companhia lí-der de P&C para o grande merca-do corporativo. “O Brasil é ummercado grande e importante pa-ra a estratégia da ACE na AméricaLatina”, afirmou o chairman eCEO da ACE Limited, Evan G.Greenberg. Com Reuters

A Comissão Europeia sinalizouque tentará impor normas para asoperações com moedas virtuais co-mo o Bitcoin, logo após o órgão deregulação bancária sugerir aosbancos que as evitassem. “É impe-rativo agir rápido em relação a esteproblema”, disse Chantal Hughes,porta-voz do comissário de Servi-ços Financeiros, Michel Barnier.“O potencial de lavagem de dinhei-ro e financiamento de terroristas ésério demais para ser ignorado”.

A Comissão, o braço executivoda UE, agiu após a Autoridade Ban-cária Europeia (ABE) afirmar queos bancos não deveriam comprar,conservar ou vender moedas vir-tuais enquanto os reguladores nãodesenvolvessem salvaguardas pa-ra proteger sua integridade. O ór-gão regulador identificou mais de70 riscosligados às moedas, do rou-

bo de identidade à possibilidadedeque hackers possamter como al-vo uma plataforma de operações.

As moedas virtuais estão cadavez mais na mira de reguladores epromotores no mundo inteiro.Até então a maior bolsa de Bi-tcoins do mundo, a Mt. Gox decla-rou falência no Japão em meio a re-clamações pela perda de 850 milBitcoins. No ano passado, o BancoCentral da China proibiu as empre-sas financeiras de realizarem tran-sações com moedas virtuais.

A ABE pede regras para as plata-formas de operação e grupos de su-pervisão para cada moeda da in-ternet, para extinguir a possibili-dade de manipulação.

Os Bitcoins surgiram em 2009.Desde então, varejistas que vendemprodutos tão variados quanto juju-bas e casas de luxo começaram aaceitarBitcoinsenovasempresasco-meçaramaoferecerformasdefacili-tar sua utilização como sistema depagamento.Amoedaganhoucredi-bilidadedepoisqueagênciasregula-doras e agências de valores disse-ramemaudiênciasnoSenadoameri-canoqueelapoderiaserummeiole-gítimo de intercâmbio. O preço doBitcoin ultrapassou US$ 1 mil porunidade, pois especuladores previ-ramumusomaisgeneralizadododi-nheiro digital. Desde então, o preçocaiu para cerca de US$ 629,98 naBitstamp, bolsa on-line com sedena Eslovênia. Com agências.

Integrante do Conselho do BancoCentral Europeu (BCE), o econo-mista Christian Noyer afirmou nasexta-feira que o fortalecimentodo euro está pesando intensamen-te sobre a atividade econômicado bloco e sobre a inflação e, quea ação mais lógica seria a desvalo-rização da moeda. “Não temosmeta de taxa de câmbio. Mas o eu-ro é um elemento que pesa comforça sobre a atividade econômi-ca e a inflação. Seria lógico, dadaa disparidade com o ciclo dosEUA, que o euro se depreciasseum pouco”, disse Noyer à revistafrancesa Investir.

Noyer também afirmou que o“Eurosistema” do Banco CentralEuropeu e de bancos centrais na-

cionais da zona do euro tem a ca-pacidade de lançar um programade compra de ativos, mas disseque sua efetividade pode ser limi-tada. “Sejamos claros, o Eurosis-tema pode de fato lançar um pro-grama de compra de títulos aomesmo tempo em que respeitaseu mandato sobre estabilidadede preços”, disse ele. “Um progra-ma pode incluir tanto ativos pú-blicos quanto privados”.

O presidente do BCE, MarioDraghi, já afirmou que comprasde ativos em larga escala fazemparte das ferramentas da institui-ção, mas que por enquanto a au-toridade monetária vai se focarna mais recente série de medi-das de estímulos, cujo impactoserá avaliado ainda neste ano.Pesquisa da Reuters com econo-mistas aponta uma chance emtrês de o BCE lançar um progra-ma de compra de ativos dentrode 12 meses. Reuters

FINANÇAS

Carteira de granderisco do Itaú évendida para ACE

Divulgação

Para Christian Noyer,moeda europeiafortalecida prejudicaatividade econômica

Com operação de US$ 1,5 bilhões, a seguradora americana passa

a liderar segmento de propriedade e responsabilidade civil no país

Autoridades queremregras para as moedasdigitais, para reduzirrisco de manipulação

NOVO PRESIDENTE

AaquisiçaodacarteiradoItaúampliaaparticipaçãodaACEnomercadoseguradordaAL

Integrante do BCE defendedesvalorização do euro

Pouco depois de seulançamento, a cotaçãodo Bitcoin chegou aultrapassar US$ 1 milpor unidade. Hoje, valeUS$ 629,98

Regulador bancário da UEalerta bancos a evitar Bitcoin

A operação de segurosde grandes riscos daItaú Seguros possuíano final de 2013 umpatrimônio líquido deR$ 364 milhões, ativosde R$ 5,8 bilhõese provisões técnicasde R$ 4,6 bilhões,e 323 funcionários

24 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Aquedanaproduçãodeautomóveisjáapresentareflexosna

paisagemurbanadamaiormetrópoledopaís.Emtrêsvias

importantesdeSãoPaulo,háconcessionáriasabandonadas:na

AvenidaInterlagos(Volkswagen),naAvenidadasNaçõesUnidas(Renault)

enaAvenidaCorifeuAzevedoMarques(Chevrolet).

Oendividamentodasfamíliaseoaumentodosjurosdificultaramoacesso

aocrédito.Easvendasseguememqueda.SegundodadosdaAssociação

NacionaldosFabricantesdeVeículosAutomotores(Anfavea),emmaio,

foramcomercializados293,4milveículos,frenteaos316,2mildomesmo

mêsem2013.Noacumuladodejaneiroamaio,adesaceleraçãona

produçãofoide13,3%.Nofimdemarço,quandofoiregistradoopioríndice

deemplacamentodosúltimosseisanos—comreduçãode20,3%—,o

excedentenospátiosdasmontadorassomou387milunidades,

equivalentea48diasdevendas.Ocenáriosetornoumaiscinzacomas

dificuldadesdeexportação,emdecorrênciadacriseargentina—paísque

concentra80%dosembarquesbrasileiros.Paramanteroempregono

setor,ogovernoestendeuoIPIreduzidoparaautomóveisatédezembro,

dandoumfôlegomaiorparaosegundosemestre.Natentativadereverter

oquadroatual,asempresastêmrecorridoàsofertas.PoucoantesdaCopa,

PeugeoteCitroënapostaramnataxazerodejurosparaalgunsmodelos.Já

aFordofereceubonificaçõescomovales-combustívelerevisõesgrátis.

ABANDONOREFLETECRISE DASMONTADORAS

Fotos de Patricia StavisCONCESSIONÁRIAS À VISTA

26 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Rússia anula 90% da dívida cubanaA câmara baixa do Parlamento russo ratificou um acordo assinado

entre Rússia e Cuba que prevê a anulação de 90% da dívida de

Havana para com a extinta União Soviética. O documento ratificado

prevê a anulação da dívida de US$ 35,2 bilhões. A ratificação acontece

uma semana antes da visita à ilha do presidente russo, Vladimir Putin,

que buscará intensificar as relações comerciais bilaterais. AFP

O governo argentino voltou a criti-car a Justiça dos Estados Unidos eexigiu que lhe seja permitido hon-rar seus compromissos da dívidaexterna, preparando o terreno paranegociações no início dessa sema-na com os credores que deixaram opaís à beira de um novo default.

Uma delegação do Ministério daEconomia argentino se reunirá ho-je com o mediador designado pelojuiz Thomas Griesa, que proibiu aArgentina de honrar sua dívida atéque pague mais de US$ 1,3 bilhãoaos credores que não participaramdas reestruturações da dívida, oschamados holdouts.

Se não resolver a situação até 30de julho, quando termina o perío-do que tem para pagar os bônus re-negociados que venceram no fimdo mês passado, o país sul-ameri-cano entrará em default. Isso viriajustamente num momento em quebusca recuperar a confiança de in-vestidores internacionais pararevi-talizar a economia.

Que tipo de acordo pode ser fir-mado entre a Argentina e os fundosque o país classificou como “abu-tres” é um mistério. Uma cláusuladas operações de troca da dívidarealizadas em 2005 e 2010 impedeque a Argentina faça uma ofertamelhor aos holdouts que a ofereci-da aos credores que participaramda renegociação.

Essa restrição expira em 31 dedezembro. O governo argentinotem dito que o não cumprimentoda cláusula pode acarretar deman-das por até US$ 130 bilhões. Cercade 7% dos credores do país há umadécada, liderados pelos fundos

NML Capital e Aurelius Capital Ma-nagement, se negaram a trocar ostítulos inadimplentese têmenfren-tado o país há anos perante cortesinternacionais para recuperar o va-lor total dos bônus.

A Argentina estimou o custo dasdemandas dos credores “abutres”em cerca de US$ 15 bilhões.

“Muitos funcionários nos Esta-dosUnidosdizemqueo PoderJudi-ciário é independente.... Mas não éindependente da ação dos fundosabutresporquemostra claraparcia-lidade”,dissenata sexta-feiraa jor-nalistasochefedo gabineteargenti-no, Jorge Capitanich.

AsconstantesqueixasdaArgen-

tina contra a decisão de Griesa, quefoi endossada pela Suprema Cortedos EUA, têm sido criticadas pelosfundos NML e Aurelius, que têmposto em dúvida o comprometi-mento de Buenos Aires em buscarum acordo.

AArgentinatambémintimounaquinta-feiraoBankofNewYorkMe-

llon, o agentedepagamento de seusbônussoblegislaçãoestrangeira,pa-ra que pagueos vencimentos dos tí-tulos reestruturados apesar da or-dem do magistrado de Nova York.

O país sul-americano deposi-tou há cerca de dez dias US$ 539milhões em duas contas do bancocentral argentino no BNY Mellonmas, devido à decisão de Griesa, obancorecusou-se atransferir os re-cursos ao exterior para que che-guemàs mãos dos credores da dívi-da reestruturada.

“A Argentina paga as obrigaçõesfinanceiras decorrentes do contra-to. Portanto, a intimação da Repú-blica Argentina atravésda notifica-ção formal correspondente (aoBNY Mellon) é para que cada agen-te envolvido na operação de paga-mento assumasuasresponsabilida-des”, observou Capitanich. Reuters

O governo da Ucrânia disse que vaicapturar rapidamente mais territó-riosrebeldesdepoisderetomarafor-taleza separatista de Slaviansk, noque o presidente Petro Poroshenkochamoudemomentodecisivonalu-ta pelo controle do leste do país. Astropasdogovernoexpulsaramosre-beldespró-Rússiadaimportanteci-

dade no leste da Ucrânia no sábadoehastearamabandeiraazuleamare-la novamente no que durante qua-tro meses foi um reduto separatista.

Neste domingo, as tropas ucra-nianas bombardearam partes deLuhansk, cidade controlada pelosrebeldes perto da fronteira com aRússia,atingindoumafábricadeba-terias e outros edifícios, informou aagência de notícias russa Itar-Tass,citando rebeldes da cidade.

Segundoaagência,algumaspes-soas estavam feridas, mas não hou-ve mais informações sobre vítimas.

“As pessoas estão fugindo apressa-damente para abrigos anti-bombasou estão deixando a região que estásendo bombardeada,” informou aagência de notícias.

“Minha ordem já está em vigor– apertem o cerco aos terroristas,”publicou Poroshenko em sua pági-na no Twitter no domingo.

“Continuem a operação para li-bertar as regiões de Donetsk eLuhansk”, acrescentou, citando asduasmaiorespartesaolestedaUcrâ-niaquetêmsido agitadaspelarebe-lião separatista desde abril.

Em nota, o ministro do interiorde Poroshensko, Arsen Avakov dis-se: “Temos um plano de ação. Va-mosseguiremfrentetodosos dias”.

Não há informações suficientessobreasbaixascausadaspelaofensi-va do governo em Slaviansk, queaconteceu depois que Poroshenkoserecusouarenovarumcessar fogounilateral e ordenou a retomada deuma ofensiva do governo, em 30 dejunho. As tropas ucranianas disse-ram que agora detêm o controle to-tal de Slaviansk e da cidade vizinhade Kramatorsk. Reuters

RiaNovosti/Reuters

MUNDO

NÚMEROS

Editor: Gabriel de [email protected]

LeoLaValle/AFP

Argentina reinicia negociaçõescom credores em Washington

US$130biValorqueogovernoargentinotemditoqueseráobrigadoapagarcasosejaobrigadoacumprirasexigênciasda justiçadosEUA,oqueprovocarianovodefault.

US$15biCustodasdemandasdosholdouts,chamadosdefundos“abutres”pelaArgentina,quenãoparticiparamdarenegociaçãoerecorreramàjustiçaamericana.

Presidente PetroPoroshenko definiiumomento como decisivona luta pelo leste do país.

Capitanich:poder

judiciáriodosEUAnãoé

independentedos“fundos

abutres”

Mediador designado pelo juiz Thomas Griesa recebe hoje delegação do ministério da Economia argentino

Após tomar fortaleza rebelde, Ucrânia diz que forças vão seguir avançando

Não há informaçõessuficientes sobre asbaixas causadas pelaofensiva do governo emSlaviansk, depois quePoroshenko recusourenovar um cessar fogounilateral e ordenou aretomada da ofensiva dogoverno, em 30dejunho

HERANÇA SOVIÉTICA

28 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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Nada como o futebol para revelar a alma de um povo, suas

conquistas e mazelas. Ou deixar mais óbvios os preconceitos

de muita gente. A militante oficial da direita norte-americana,

Ann Coulter, uma loira de cabelos compridos e olhos claros, comprou

briga com os amantes do esporte bretão por essas bandas com duas

colunas provocativas. Provocativas não, preconceituosas mesmo, e

abarrotadas de ignorância, total desconhecimento a respeito do tema

sobre o qual se aventurou a escrever. Faltou, acima de tudo, um pouco

de respeito pelo esporte com o qual o mundo vibra, apaixonado.

FUTEBOL X RACISMO

Mas Dona Ann sabe direitinho oque está fazendo. Ela sabe, porexemplo, que os Estados Unidosalcançaram um nível de jogo quejá não pode mais ser desprezado.E mais importante ainda: o fute-bol já tem um público e já movi-menta um volume de dinheiro poraqui que já se justifica até uma co-lunista de política se meter no as-sunto. Claro, Ann Coulter tam-bém quer capitalizar o momento.E usou o futebol para deitar seu ve-neno contra os imigrantes latinos,responsáveis pela popularizaçãodo esporte na terra de Tio Sam.

Dona Ann sabe que tem públi-co para essa verborragia precon-ceituosa. Basta lembrar o queaconteceu na última semana naCalifórnia. Incentivados pelo pre-feito da pequena Murrieta, no suldo estado, cerca de 300 morado-res foram para a estrada barrar apassagem de três ônibus que leva-vam 140 imigrantes ilegais para ocentro de triagem da polícia dafronteira. Os centros do Texas es-tão abarrotados de gente. Um nú-mero cada vez maior de imigran-tes da América Central, muitosdeles crianças desacompanha-das, têm cruzado a fronteira como México em busca de segurançae chance de trabalho nos EstadosUnidos. O Departamento de Segu-rança Interna, responsável pelaadministração dos imigrantes ile-gais, decidiu levar parte dos deti-dos no Texas para a Califórnia,em busca de espaço e triagemmais eficiente.

O prefeito de Murrieta, cidadecom 103 mil habitantes, fundadapor espanhóis em 1873, insuflouo comportamento hostil dos mo-radores fazendo discursos xenó-fobos, questionando porque o go-verno federal queria “depositar”aqueles ilegais em Murrieta. Co-mo se fossem lixo atômico. Mas ésempre assim nos momentos decrise, quando a economia não vailá muito bem das pernas, o de-semprego aumenta, etc. Busca-se logo um bode expiatório, não éverdade? E quase sempre “so-bra” para o outro, o diferente, oestrangeiro. Ironia é lembrar quea tomada da Califórnia, por partedos norte-americanos, na bata-lha com os mexicanos, aconte-ceu apenas 26 anos antes da fun-dação de Murrieta.

Ann Coulter veio de encontro aesse público, ela representa essavoz que vê no crescimento da po-pulação latina do país uma ameaçaaos valores e status dos brancos. Efoi assim que ela deixou claro aoque vinha: disse que essa aparentefebre da Copa, que tomou conta devárias cidades do país (no dia do úl-timo jogo dos Estados Unidos, al-guns estádios de futebol e ginásiosficaram abarrotados de torcedoresacompanhando a partida em te-lões, sem falar nos milhares de ba-res e restaurantes que agora mos-tram todos os jogos, e de parques epraças que também aderiram à fes-ta), é sintoma da decadência dosEstados Unidos. Tudo culpa do fale-cido senador Teddy Kennedy,coautor da maldita lei de imigra-ção de 1965. Uma lei que acaboucom a triagem racial do sistema dequotas migratórias que barrava aentrada de asiáticos e africanos eprivilegiava a entrada de europeusdo norte e do oeste e não os do sul edo leste. Latino americanos... Porfavor! Porém, depois da mudançana lei, eles chegaram aos montes.E trouxeram na bagagem essa ma-nia de correr atrás da bola, driblar,dar passes inesquecíveis e balan-çar a rede com um gol.

Não satisfeita com a forte rea-ção negativa à primeira coluna so-bre o tema, na qual disse que o fu-tebol não deveria ser consideradoum esporte já que quase ninguémse mata ou morre em campo, co-mo nos jogos de hockey ou de fute-bol americano, e já que não existea consagração de talentos indivi-duais! Juro que foi o que ela disse.Sentenciou: o futebol é um espor-te não-americano. Na segunda co-luna, publicada no fim da sema-na, ela segue com a provocação.Diz que o futebol é um esporte demaricas no qual os perdedoreschoram diante das câmeras. E tu-do pode acabar em empate. Semvencedor ou perdedor.

Eu desconfio que Dona Ann nãoaguenta ver os Estados Unidos par-ticipar de um evento esportivomundial no qual, até hoje, não temchances de se sagrarem campeões.Eles estão acostumados a ganhartodas(apesardefracassarememto-das as guerras, desde o Vietnã). Aarbitrar a grande partida da geopo-lítica mundial. De interferir nos as-suntos internosdeoutros países pa-

ra garantir acesso a essa ou aquelariqueza. A agir com completo des-prezo às decisões coletivas de orga-nizações como a ONU (lembra dadecisão do Conselho de Segurançacontraainvasão do Iraque?).Se fos-se outro país...

No futebol, eles não consegui-ram ainda chegar perto do domí-nio que já têm em tantos esportesolímpicos. Também nunca foramelogiados pela imprensa mundial,da forma como o Brasil tem sido,quando sediaram a Copa de 94 e asOlimpíadas de Atlanta. A eficiên-cia e a segurança reforçadas nãoderam a ninguém a alegria e o de-leite que se vê descritos pelos jor-nalistas enviados ao Brasil agora.Eu fico com a coluna de SantiagoSolari, publicada no jornal El País,com o título: “A Copa mais bonitada história”. Depois de versar so-

bre o que tem visto em campo, odomínio da bola, as ideias e táticasque se desafiam em cada partida,ele tirou um dia de folga e foi jogarfutevôlei no Leblon, no Rio. Enten-deu tudo quando a bola voou lon-ge e foi parar no meio da AvenidaDelfim Moreira. Quase aconteceumengavetamento porque o moto-rista do ônibus que se aproximavaparou bruscamente para que elepegasse a bola. Solari concluiu: es-te é o rápido aprendizado cultural.Em Londres, você logo aprende aolhar para a direita antes de atra-vessar, em Roma, a pedir um ma-carrão al dente. No Rio, os motoris-tas param para a bola como se elafosse uma criança. E por isso, dizele, esta só poderia mesmo se tor-nar a Copa mais bonita da história!

EditoriadeArte/Pablo Tavares

Coluna publicada às segundas-feiras

INFORME NEW [email protected]

Nas críticasao súbito gostopelo futebol nosEUA está a vozdos que tememperder o statuscom o aumentoda populaçãoimigrante

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 29

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Empresascomcapitalaberto,ativi-dades reguladas ou que faturammais de R$ 300 milhões ou apre-sentam patrimônio superior a R$240milhõessão,porlei,obrigadasa submeter suas demonstrações

contábeisaauditoriaexterna.Decertafor-ma, a partir dessa obrigatoriedade, essasgrandesempresasaproveitaramatranspa-rênciaparasediferenciarnomercado,uti-lizandoessaexigência,numprimeiromo-mento, como ferramenta de marketing.Hoje, todavia, essa transparência nas de-monstrações contábeis tornou-se acimade tudo uma ferramenta de gestão.

Como as pequenas e médias empresasnão têm essa obrigatoriedade legal, nãofazem omesmo uso desta ferramentaquepassou a ser incorporada como uma exi-gência do mercado corporativo. Hoje, sertransparente é caso de sobrevivência.Não se trata de modismo.

Apesar da conhecida importância emser transparente, é primordial tratar ade-quadamente qual será o apelo utilizadopara que o pequeno e médio empresárioadote essa postura. Ele sabe que é impor-tante ser transparente em suas demons-traçõescontábeis,todavia,acreditaquefi-cará vulnerável a algo que ele tambémnão sabe o que é. Falta informação e ogrande prejuízo em não ter esse diferen-cial é que essas empresas tendem a ficar,cada vez mais, fora dos grandes merca-dos que adotaram a transparência comoum pilar da Governança Corporativa.

Nãoexistenomercadoempresaquefoiprejudicada por ser transparente, ou seja,porinformaraomercadocomovaisuavi-dafinanceira.Éfundamentalparaasobre-vivência demonstrar a sua realidade, sejaela qual for, bem como os seus planos pa-ra administrar eventual desajuste. Quan-do você não informa com transparênciapodeparecerqueexistealgoaesconder.Eos efeitos são a geração de dúvidas, des-confiança,descréditoe,porfim,anãoge-raçãodenegócioqueimpedeocrescimen-to dessas e de qualquer empresa.

Transparência é sim um diferencial, ese a empresa não tem esse diferencial, épreterida. A fila anda. Asgrandes empre-sas que possuem gestão profissional so-mente se relacionam com empresas quetransmitem confiança. Essas empresasnão compram matéria-prima de empre-sas das quais não tenham um grandegrau decerteza de que irão receber o pro-duto. Da mesma forma, não vendem pa-

raempresasquenãodemonstramcapaci-dade de pagamento. Não fazem negóciocomempresasquenãoadministramcon-tingênciasde qualquerespécie.Emsínte-se, as grandes empresas medem de for-ma sistemática o risco de relacionamen-to com as demais. Nesse rol de empresascertamente estão os agentes financeiroscada vez mais preparados para análise deriscos de crédito.

Se o empresário não entender que atransparênciageravalorparaasuaempre-sa, independente do tamanho do seu ne-gócio, se nãose comunicar deformaade-quada com o mercado, não irá prosperar.

A ausência de transparência mascaratotalmente o desenvolvimento de qual-quer processo de gestão corporativa. É omesmoqueuma pessoa ir aomédicocomproblema de saúde e por algum motivonãosertransparente,ouseja,omitirinfor-mações importantes que poderão levar omédico a diagnosticar e indicar o trata-mento não apropriado. Certamente ograndeprejudicadoseráunicamenteopa-ciente. Numa empresa ocorre da mesmaforma. Se não há uma gestão transparen-te,semdúvidasascontribuiçõesdoscola-

boradores e de todos que se relacionamcom a empresa, não serão adequadas.

Asdemonstraçõescontábeisesuasno-tas explicativas elaboradas em conformi-dade com as normas de contabilidade eauditadas devem demonstrar de formaclaraeobjetivaatransparênciadaempre-sa.Seaempresanãopuder apresentares-se“raio x” ao mercado em que se relacio-na, estará sozinha, contrariando o únicoobjetivo da criação de uma empresa queé unir várias pessoas, físicas e jurídicas,para fazer algo que uma pessoa não podefazer sozinha.

O grande desafio para as pequenas emédias empresas é ultrapassar a fase detransição e acabar de vez com o viés datransparência. Transparência não temqueterviés.Exigirquesejamtransparen-tes com a sua empresa, mas relutar em sertransparente com aqueles com quem vo-cêserelaciona.Nomundocorporativo,ca-da vez mais, o pensamento tenderá a sercoletivo, sem espaço para meio termo.

*Adriano Legnari Faria é Diretor Nacional de FAPMP(Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes) doIbracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

A empresaprecisa sertransparenteAdriano Legnari Faria*[email protected]

Se o empresário nãoentender que atransparência gera valorpara a sua empresa, se nãose comunicar de formaadequada com o mercado,não irá prosperar

OPINIÃO

EditoriadeArte

30 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014

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ELIANADUTRACoach e Diretora da Pro-Fit

ROBERTOMEIREspecialista em relações de consumo, varejo e

estratégias de relacionamento com stakeholders

Isso porque a questão familiar é umfator delicado e uma fonte de conflitopor causa da diversidade de posturas,valores e interesses. Além disso, em-presas familiares tendem a não teruma definição clara dos papeis e dasresponsabilidadesdecadaumdosseusmembros. Segundo dados do IBGE –InstitutoBrasileirodeGeografiaeEsta-tística–decada100companhiasfami-liares,apenas30delaschegamàsegun-da geração e somente cinco conse-guem permanecer até a terceira.

Sabemos que o momento de pas-sar o bastão pode ser feito de duas for-mas:a primeira é designar a presidên-cia da empresa para um membro dafamíliaquejá possuium cargoevivên-cia na empresa. Nessa hora surge apreocupação para quem será deixadoo comando, e quem está mais capaci-tado e quem dará continuidade aosplanos estratégicos já traçados. Quan-do é esta a decisão, naturalmente asquestões emocionais se misturamcom as profissionais.

A segunda maneira é profissionali-zaresseprocessopassandoaresponsa-bilidade para um executivo do merca-do. Neste último caso, a vantagem éque serão estabelecidas regras clarasnão só de hierarquia mais, principal-mente, das responsabilidades e dodia-a-dia da empresa. Além disso,umapessoacomum“olhardefora”po-

de agregar inovações, novos procedi-mentos e metodologias de trabalho, jáquepossuiimparcialidadeenãotêmla-ços afetivos com a organização e/ouseus membros. Mas esta decisão tam-bém não é imune a riscos, já que nemtodos os profissionais de mercado têmo “jogo de cintura” para se adaptar auma cultura organizacional e simulta-neamentemudá-laparasetornarmaiscompetitivodiante dos concorrentes.

Contudo, é importante notar queas empresas crescem em progressãoaritmética e as famílias crescem emprogressão geométrica, portanto aprofissionalização, mais cedo oumais tarde, irá se tornar uma condi-ção “sine qua nom” para a sobrevi-vência da organização.

Além disso, a gestão profissional é amelhor forma deadministrarconflitosgerados pelos embates entre as esferasprofissional e familiar. Tal movimentopode ser alcançado através da utiliza-ção de um programa de coaching queirá apoiar o fundador na reflexão sobrequal a melhor opção para o processosucessório, de que forma ele deve serfeito,ossucessoresherdeirosaseadap-taremaonovopapeleaoCEOprofissio-nal do mercado, a refletir sobre a mu-dança da cultura organizacional - deforma que esta atenda as necessidadessem ser um espelho paradigmático desuas experiências passadas.

Enfim, é possível criar um proces-so de sucessão bem sucedido, mas elenão acontecerá sem que esta seja umameta clara dos fundadores e que elaseja transmitida para sua diretoria. Ejá que a profissionalização é, no longoprazo, inevitável, que tal começar já aimplantação de métodos e ferramen-tas que permitam o seu crescimentocompetitivo no mercado. Familiarsim, mas profissional!

Trata-se de uma gigantesca plata-forma online que permitirá aos usuá-rios de todos os municípios brasilei-ros a oportunidade de manifestar asua necessidade de informação ou in-satisfação com produtos e serviçosprestados. Essa iniciativa - que nas-ceu a partir da atuação integrada en-tre a Senacon, Procons e empresasparticipantes – tem como objetivooferecer soluções e alternativas deconflitos via internet. Por meio doportal, o consumidor que tiver umconflito com determinado fornece-dor não precisará se dirigir a um pos-to do Procon para solucioná-lo.

O portal permite ao usuário resol-ver o caso de maneira online. Para is-so, basta entrar no sistema com osseus dados pessoais e relatar o casoem até 3.000 caracteres. Após esteprocesso, a empresa terá dez dias pa-ra responder à queixa. Em resumo,trata-se de uma ferramenta não ape-nas adequada, mas também muitonecessária aos dias de hoje, em queinúmeros consumidores utilizam asredes sociais para registrar as suas re-clamações.

Para as organizações mais visioná-rias, o principal benefício do portal éque ele permitirá resolver o proble-ma dos clientes de forma definitiva eem tempo real. Além disso, por setratar de um canal que conta com a

alçada do governo, ele evitará que ossites “aproveitadores de plantão” uti-lizem esse aparato de reclamaçõespara posteriormente vender “facili-dades” aos empresários.

Esta iniciativa ajudará também apromover um mercado de boas práti-cas em que todos terão acesso às in-formações e, consequentemente,aprenderão a melhor lidar com osconflitos em diferentes situações. Éimportante ressaltar ainda que inicia-tivas como essa beneficiam o país co-mo um todo. Afinal, além de pouparrecursos de uma possível ação judi-ciária, ela ajuda a evitar o sentimen-to de desconfiança dos clientes em re-lação às marcas, uma vez que possibi-lita a rápida resolução dos conflitos.

O canal agrada ainda aos órgãosde defesa do consumidor, que enxer-gam no portal uma oportunidade pa-ra as empresas monitorarem, de ma-neira gratuita, os serviços prestadose a qualidade de seus produtos. Alémdisso, o sistema não permite queixasinfundadas por parte dos consumi-dores, pois exige que o usuário apre-sente todos os dados e informaçõesque subsidiem a sua queixa antes deregistrá-la.

Paralelamente a isso, o portal per-mitirá também que as empresas co-nheçam melhor as necessidades e ca-rências dos seus clientes nos mais di-ferentes rincões de nosso país. Porfim, trará uma melhor convergênciapara as diversas interpretações queocorrem em diferentes órgãos de de-fesa do consumidor. Em resumo, sebem implementado, o canal benefi-ciará toda a sociedade. Eis aqui umainiciativa que permitirá um relacio-namento transparente entre empre-sas e consumidores e que, portanto,devemos enaltecer e aplaudir!

Empresa familiar sim,mas profissional

Um gol de placa como portal do consumidor

Você pode já ter ouvido falar muito de empresas familiares,suas peculiaridades e desafios, mas o processo sucessório deorganizações desse tipo continua sendo uma realidade com-plexa no meio corporativo. De acordo com pesquisa feita pe-la PricewaterhouseCoppers (PWC) com 2 mil empresas depaíses desenvolvidos e emergentes, de diferentes setores,49% dos entrevistados brasileiros estão apreensivos com atransferência do negócio para a geração seguinte. Já 14%veem um possível conflito entre os membros da família.

Provavelmente, um dos maiores legados do atual governobrasileiro tenha sido justamente a sua firme atuação na defe-sa do consumidor. Definitivamente, o status das iniciativasem prol dos brasileiros nunca teve tantos avanços como des-de a criação da Senacon (Secretaria Nacional do Consumi-dor), que responde ao Ministério da Justiça e tem mostradomuita determinação em dar assistência à população brasilei-ra. O governo acaba de dar mais um passo nesta direção como lançamento do portal consumidor.gov.br.

É possível criar umprocesso de sucessão bemsucedido, mas ele nãoacontecerá sem que estaseja uma meta clara dosfundadores e que ela sejaexplicada à diretoria

Por contar com a alçadado governo, o portal doconsumidor evitará quesites “aproveitadores deplantão” utilizem o aparatode reclamações paravender “facilidades”

Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra MascarenhasDiretor Presidente José Mascarenhas

Publisher Ramiro Alves

Chefe de Redação Octávio Costa

Editora-Chefe Sonia Soares

Editora-Chefe (SP) Adriana Teixeira

Diretor de arte André Hippertt

Editor de arte Carlos Mancuso

Segunda-feira, 7 de julho, 2014 Brasil Econômico 31

Page 32: Econom Brasil ico 54 - Blog Cidadania & Cultura...IBOVESPA (em pontos) 30/6 1º/7 2/7 3/7 4/7 53.168 53.171 53.028 53.874 EconomBrasil ico 54.055 INDICADORES PUBLISHER RAMIRO ALVES

■ OsucessodaCopadoMundojáestábeneficiandoDilmaRousseff.Pesquisamostraqueasintençõesdevotonapresidenteavançaramde34%para38%eaaprovaçãodogovernovarioupositivamente,de33%para35%.

■ Ofilhomaisvelhodovice-presidentedaFifa,JulioGrondona, admitiuterrevendidoingressosdaCopadoMundo.OesquemadecambismodeentradasdoMundial lucrou,pelomenos,R$1milhãopor jogo.

Enquanto o país do futebol, abalado pelo desfalque de Neymar,

aguarda a semifinal contra a Alemanha, cientistas políticos e

especialistas em pesquisa abrem polêmica sobre o impacto que

a Copa do Mundo terá nas eleições de outubro. Com base na tradição

brasileira, prevalece a opinião de que os resultados esportivos, por

mais simbólicos, não costumam exercer influência em disputas

eleitorais. Assim foi, por exemplo, em 2002, quando o Brasil conquistou

o pentacampeonato, mas o petista Lula derrotou o tucano José Serra,

candidato da situação. E também em 2006 e 2010, quando, apesar

das derrotas nas quartas de final, Lula conseguiu se reeleger e fez de

sua ministra Dilma Rousseff a primeira mulher presidente do Brasil.

www.brasileconomico.com.br

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Desta vez, a Copa é disputadaaqui. Mas mesmo assim, afirmamos analistas, dificilmente o desem-penho da seleção terá reflexo nasurnas. Se há consenso nesse pon-to, o mesmo não acontece no quediz respeito à organização da Copaem si. Aí, as opiniões se dividem.Há quem diga que Dilma Rousseffserá beneficiadapelo êxito do even-to. Ao contrário do que alguns gru-

pos previam (até torciam por isso),não houve percalços de maior im-portância. Tudo correu bem, os vi-sitantes estrangeiros são só elogiospara a capacidade administrativados brasileiros e até mesmo a Fifareconhece que o Brasil deu contado recado. O governo, obviamen-te, aproveita a maré a favor paradar o troco nos que diziam que nãohaveria Copa e nos que apontaram

gargalos graves na infraestrutura.Se houvesse problemas, seriam de-bitados na conta de Dilma. Comonão houve, é natural que o Paláciodo Planalto solte fogos.

À parte o jogo de poder, a per-gunta que se faz é a seguinte: Dilmaganhará votos no embalo do suces-so da Copa? Alguns acreditam quesim, outros garantem que não. Oprimeiro grupo usa como muniçãoa mais recente pesquisa do Datafo-lha que mostrou crescimento dequatro pontos percentuais nas in-tenções de voto em Dilma, de 34%para 38%, contra pequena oscila-ção de Aécio Neves (20%) e Eduar-do Campos (9%), ambos dentro damargem de erro. Eis a interpreta-ção do diretor-geral do Datafolha,Mauro Paulino, para o crescimentodapetista:“É fruto dealgoqueatin-giutodasas camadas sociais.Refor-ça a ideia de que foi uma mudançageral de humor influenciada peloclima da Copa”. No Nordeste, porexemplo, a liderança de Dilma fi-cou ainda mais folgada, pulando de48%para55%. E nas cidadesdo in-

terior subiu de 36% para 42%.Uma das vozes mais realistas do

PT, o ministro Gilberto Carvalho,da Secretaria-Geral da Presidên-cia, voltou a mostrar sinceridade:“Não se deve valorizar pesquisas.Agoradizerquenão nosalegraébo-bagem”. Nos redutos da oposição,porém, acredita-se piamente queo efeito Copa é passageiro. As de-mandas por investimentos em se-tores básicos, como educação esaúde, continuam de pé e voltarãoà tona com força durante a campa-nha eleitoral que começou oficial-mente no domingo. Dizem que oque vai pesar, no fim das contas, éa avaliação do governo. Nesse sen-tido, o desempenho da economia eas expectativas em relação a em-prego e renda serão fatores funda-mentais. Há também que levar emconsideração o desejo de mudançaque tem sido apontado pelas pes-quisas de opinião.

Que o clima no país melhoroucom a Copa, não há dúvida. Mas sevai ficar assim até 5 de outubro, sóos deuses do futebol sabem.

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Houve mudançade humor graçasao clima da Copa.Mas vai ficar assimaté as eleiçõesde 5 de outubro?

SÓOSDEUSESDO FUTEBOLSABEM

SOBEEDESCE

32 Brasil Econômico Segunda-feira, 7 de julho, 2014