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Editorial

Familiares, amigos e amigas,colegas de trabalho, companheiras e companheiros na Missão.Na simplicidade, mas com alegria e convictas da força da comunicação, apresentamos a vocês a primeira Revista das Irmãs de São José do Brasil e Bolívia.Em janeiro de 2007, em Belém do Pará, uma equipe de Irmãs sonhou e decidiu lançar a semente, para uma nova forma de aproximação de tantos amigos e amigas de caminhada de nos-sa vida e missão, na esperança de que a árvore produzisse muitos e bons frutos de diálogo, comunicação e partilha.A semente lançada em terra boa, cercada dos cuidados necessários, germinou e pro-duziu seu fruto: é a Revista das Irmãs de São José. Passos foram dados, dificuldades superadas, encontros realizados e tarefas responsavel-mente assumidas pela equipe com abertura e dedicação.Não almejamos o perfeito. Sonhamos sim nos aproximar de cada um, de cada uma que recebe, acolhe e lê a Revista que tem como objetivo intensificar a unidade, partilhando nossa história, nossa presença, os engaja-mentos, nosso jeito de viver e de fazer.

Leia nesse primeiro número:

No Projeto de Deus, o “Pequeno Projeto”

1. História da Congregação

Partilha do Carisma

2. Leigas e Leigos do Pequeno Projeto

3. Espiritualidade

Presença Serviço

4. Pioneiras na Educação5. Novo dinamismo na Missão

Entrelaçando Forças

6. EIRA (Equipe Interprovincial de Reflexão e Articulação); 7. SAVI (Serviço de Animação Vocacional Inter)8. Comissão de Pronunciamento como Corpo Congregacional

Atualidades

9. Primeiro Fórum da Igreja no RS10. Um fato a comemorar, uma história a celebrar11. Movimento pela Cultura da Paz12. Jubilares, 2007

Testemunhos de Vida

Geral

13. Juventude14. Conselho Amplo das Irmãs de São José de Chambéry15. ONG – Associação Cidadania São José 16. Perdoar faz bem à saúde e às relações17. Hino ao Amor18. Natal

EXPEDIENTE:Equipe de redação:Ir. Adelide Canci Ir. Antenesca MichelinIr. Elsa LorenziIr. Ires Lídia GrandiIr. Irma SousaIr. Maria de Lourdes Toledo

Sumário

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EXPLICAÇÃO DA CAPA

A Árvore representa as Irmãs de São José, sua vida e missão. No tronco aparecem fotos do dia-a-dia das Irmãs na dinamização do Reino de Deus. Tudo isso é como a seiva que dá força e sustenta a Árvore. As aves abri-gam-se na Árvore e saem em revoada, levando faixas com palavras-chave que são dispostas de maneira solta, parecendo voar ao sopro do vento.

Desejamos a você uma boa leitura.Aguardamos suas sugestões e apreciação. O abraço da Equipe responsável pela organização e montagem da Revista das Irmãs de São José do Brasil e Bolívia.

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História da CongregaçãoUm projeto de dimensões mundiais

surgiu um dia nessa Terra de Deus, com o nome de “Pequeno Projeto” ou “Irmãs de São José”.

Logo nos perguntamos: “Onde aconte-ceu isso? Quem alinhavou tal “explosão?”

Não podemos nos enganar: “as coisas de Deus sempre são muito simples e dinâ-micas porque cheias de vida e para “mais vida”.

O acontecimento se situa na França em meados do século XVII, quando a Eu-ropa sofria as conseqüências das guerras civis e religiosas desse período.

A população vivia dividida. O caos social era total: doentes mal atendidos, asilos e creches fechados. Encontrava-se nas ruas uma multidão de idosos aban-donados, de crianças, doentes, inválidos e famintos. A fome, inclusive no campo, fazia famílias inteiras invadirem povoados e cidades.

O clero com pouca formação religiosa e humana, sendo mais administrador do que pastor, deixava o povo entregue à sua sorte. Em meio a tudo isso, o Espírito de Deus continuava soprando. Ele nunca deixa faltar santos na sua Igreja... Nessa situação suscitou São Francisco de Sales e São Vicente de Paulo. Sensibilizados, ten-taram buscar soluções para essa popula-ção sofrida. O primeiro idealizou uma ins-tituição religiosa cujos membros visitariam essas pessoas e tentariam aliviar suas penas pelas obras de caridade. Só havia um problema: A igreja nessa época ainda não aceitava vida religiosa feminina se não enclausurada. Então as irmãs visitandinas “não visitavam mais ninguém”.

São Vicente de Paulo, por duas déca-

das, tentou concretizar a experiência de seu amigo, fundando as “Filhas da Caridade” sem votos públicos e sem clausura.

Mas o Espírito Santo continua soprando onde Ele quer! E... encontra um jovem Jesuíta missionário, teimosamente disposto a dar res-posta ao Deus que repete: “Ouvi os clamores de meu povo!”

É então que aparece no horizonte a es-perança possível de Vida Religiosa Apostólica. Num total desprendimento e num grande élan de amor, surge o “Pequeno Projeto” de Padre Jean Pierre Médaille. Em meio a longas medi-tações eucarísticas, ele vai se assemelhando ao Coração do Mestre, cheio de compaixão por suas ovelhas.

Jean Pierre Médaille nasceu em Carcas-sonne, sul da França, dia 06 de outubro de 1610. Cresceu numa família bem constituída. Menino inteligente, fez seus primeiros estudos em Carcassonne. Depois os pais o enviaram a Toulouse, no colégio dos Jesuítas.

Aos 16 anos, Jean Pierre Médaille começa a se perguntar a respeito da vocação. Optou pelo sacerdócio. Em 1626, pediu aos pais para ingressar no noviciado dos Jesuítas. O pai re-sistiu mas acabou aceitando.

Uma epidemia da peste atingiu a cidade de Toulouse. Jean Pierre interrompeu os estudos para cuidar dos doentes. Depois, retornou ao noviciado e foi ordenado sacerdote em 1637.

Na vida religiosa, encontrou o que mais desejava: “Jesus Cristo” e se apaixonou por Ele. No Evangelho, encontrou as bases de sua espiritualidade: “amor, humildade, serviço”.

De inteligência superior, Padre Médaille era apto para assumir qualquer serviço na Companhia de Jesus. Foi educador, econô-nomo, missionário, confessor, catequista... Dedicou-se à educação dos jovens nos vários

colégios dos jesuítas. Assumiu, com carinho, missões paroquiais na cidade e na campa-nha durante 19 anos, sendo um dos maiores missionários da popu-lação rural francesa do século XVII. Padre Mé-daille foi um fiel Jesuíta. A oração que Inácio de Loyola seu fundador

clamava em alta voz: “Meu Deus, se todas as pessoas te conheces-sem!” eco-ava em seu c o r a ç ã o e o fazia vencer qualquer obstáculo, distância, mon-tanhas, neve. O povo o chamava “o santo, o apóstolo!”.O ardor missionário de Inácio de Loyola contagiou profundamente Padre Médail-le. Em suas andanças, pelas vilas, pelas mon-tanhas de Auvergne ia ao encontro de irmãos. Também e sobretudo encontrava força e ânimo “olhando” os passos de Jesus que percorria a Palestina, acolhendo, com amor, os cegos, os cochos, os sem rumo na vida.

Face à tarefa difícil e desafiadora que en-frentava, foi crescendo no Padre Médaille um desejo profundo de dar resposta mais ade-quada aos apelos do povo: “ele precisava de colaboradores”.

Na área rural de Le Puy, Aurillac e Clermont-Ferrand descobriu mulheres, jovens e viúvas com essa mesma aspiração. Movidas pelo amor de Deus e do próximo, desejavam consagrar-se a Deus e dedicar-se ao serviço dos irmãos e irmãs, vivendo no meio do povo. Era a vida Reli-giosa contemplativa na ação nascendo do meio do povo e vivendo no meio do povo.

Surgiu assim oficialmente o “Pequeno Pro-jeto” em 1650. Dez anos depois, já havia perto de 40 comunidades de Irmãs de São José em toda a região.

A espiritualidade para as pessoas de seu tempo e para as Irmãs de São José está nos es-critos que nos deixou: “Máximas, Constituições, Carta Eucarística e Regulamentos”.

Padre Médaille terminou sua vida em Auverg-ne, no Colégio da Cidade de Billon, onde faleceu a 30 de dezembro de 1669, aos 59 anos.

A história nos deixou uma frase que nos faz perceber a verdade de toda a sua existên-cia: “Exausto pelas longas andanças nas mon-tanhas de Auvergne, ele morreu!”

Algo de muito parecido no Evangelho: “Pai, cumpri a obra que me deste para fazer” (Jo 17, 4).

IRMÃ ARSENIA ERTHAL, ISJ

Padre Jean Pierre Médaille

PUY - França - Berço das Irmãs de São José

No Projeto de Deus, o “Pequeno Projeto”

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Partilha do Carisma

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Leigas e Leigos do “Pequeno Projeto”

muitas dores do povo e exemplos de fé e de amor em sua Igreja local.

Por motivos desconhecidos, essa forma de pertença à Congregação parece não ter ul-trapassado as primeiras décadas da existência da Congregação. Ao menos, na reformulação, após a Revolução Francesa, não há mais sinal de “agregées”, por um longo tempo.

No Segundo Milênio, mudanças profundas em nível mundial nos fazem ampliar nossa vi-são, nos levam a questionamentos sempre re-formulados, exigem respostas para mais vida.

Em 1964, o Papa João XXIII convoca o Concílio Vaticano II, grande sopro do Espírito Santo sobre o Mundo de nossos tempos.

Simultaneamente, o Papa João XXIII exi-ge que todos os religiosos, todas as religio-sas façam seu “aggiornamento”, voltando às suas fontes, levando em conta três raízes: “o Evangelho, o Carisma fundacional e a realidade do mundo em que vivemos”.

Outro fato, além do documento conciliar sobre os leigos e leigas na Igreja, vê-se que em toda parte do mundo, os leigos e leigas estão profundamente conscientes de sua res-ponsabilidade. Eles querem ser Igreja, viver seu Batismo, querem ser úteis à Sociedade. Os voluntariados se multiplicam, surgem no-vas organizações sociais em busca de trans-formações profundas em benefício da Huma-nidade. O Vaticano II diz: “Todo aquele que promove a comunidade humana, está contribuindo para a vinda do Reino”.

É esse o contexto mais favorável para retomar o que Padre Médaille quis e fez no século XVII. É o que nossa Congregação está refazendo há mais de três décadas: lançar um convite a leigos e leigas desejosos/as de crescer pessoalmente na fé e na espirituali-dade, assim como abraçar a missão comum junto aos irmãos e irmãs, sobretudo, os mais sofridos.

O Capítulo Geral de 1980, oficializou essa tomada de posição nesses termos: “No tem-po de Padre Jean Pierre Médaille, além das

Irmãs, havia “agregadas”: - pessoas lei-gas tendo com a Congregação um laço espiritual estável. Hoje pode acontecer que algumas pessoas se interessem por nossa espiritualidade e desejem também um vínculo com nossa Con-gregação. Caberá a cada Província ou Distrito dialogar com as interessadas, aprofundar suas motivações, estudar com elas as modalidades dos vínculos que as uniriam à Congregação. Poder-se-ia ter em vista um estatuto flexível contendo as condições de pertença à nossa família espiritual; relação com uma irmã para isso designada ou com uma comunidade; vida cristã no sentido de comunhão; engajamento apostóli-co; conhecimento da espiritualidade da Congregação. As “agregadas” deverão fazer um período de experiência. Não serão integradas numa comunidade. Cada uma administrará seus bens de acordo com o Evangelho e procurará sua própria subsistência e garantia de futu-ro. As Provinciais manterão o Conselho Geral a par das experiências desse tipo e comunicarão o estatuto que houverem elaborado”.(Capítulo Geral, 1980)

A partir disso, cada Província e Região está fazendo sua caminhada num novo elan e com seu ritmo próprio.

Bons frutos já se manifestam.IRMÃ ARSENIA ERTHAL - ISJ

Nome e e-mail das Irmãs para contato:Prov.do Paraná - Ir. M. Donatila – [email protected] São Paulo - Ir. Luisa M. B. Valle - [email protected] Lagoa Vermelha - Ir. Therezinha Zandoná - [email protected]. de Caxias do Sul - Ir. Maria das G. Silva [email protected]. De Porto Alegre - Ir. Elsa Lorenzi - [email protected]ão Norte Nordeste - Ir. Rosália [email protected]

Há trezentos e cinqüenta e sete anos, nas-ceu a Congregação das Irmãs de São José.

O “Pequeno Projeto”, assim denominado, foi longamente amadurecido nas meditações do Mistério Eucarístico de Jesus Encarnado e na contemplação de uma realidade sofrida da época. O Profeta Missionário em questão é o Padre Jean Pierre Médaille, jovem Jesuíta, imbuído da espiritualidade inaciana, com um dinamismo e generosidade não comuns.

Precisamos lembrar porque essa Congre-gação nasceu. No pensamento de Padre Jean Pierre, ela devia ser uma resposta ao apelo gritante do povo desamparado e faminto pe-las conseqüências das guerras na França do século XVII. Com toda certeza, o jovem jesuíta sentia a voz por ele já conhecida: “Ouvi os clamores de meu povo...” (Êxodo, 3,7) E Padre Médaille não ficou dormindo...

Um outro motivo foi a busca persistente de Vida Religiosa apostólica, nos tempos em que a Igreja só conhecia e aprovava vida reli-giosa feminina enclausurada.

Nas andanças missionárias pelas cidades e no campo, Padre Médaille foi encontrando pessoas: viúvas, mulheres e jovens animadas pela mesma vontade de entregar suas vidas a Deus no serviço aos irmãos e irmãs. Nes-ses contatos, seu grande sonho começava a se realizar. Ia estimulando a se reunirem em pequenas comunidades de três a seis pesso-as, para juntas crescerem no espírito de Deus que as chamava a serem fortes para enfrentar todo tipo de miséria que encontravam: idosos abandonados, crianças nas ruas, doentes e famintos sem rumo na vida.

É nesta situação que, desde os primeiros anos de existência das Irmãs de São José, Padre Médaille foi pensando em ampliar a corrente missionária de atendimento à popu-lação pobre. Eram pessoas leigas, disponíveis, ligadas às Irmãs pela mesma espiritualidade e zelo apostólico, dedicando-se às mesmas ati-vidades missionárias, mas permanecendo em suas famílias.

Eram as “agregées”. Para essas, havia um regulamento próprio. Elas foram um apoio considerável para as Irmãs, um alívio para

Leigos/asVocê é convidada/o a partilhar nosso Carisma de Comunhão. Procure-nos

O conceito de espiritualidade é muito amplo e variado. A espiritualidade define a identidade de uma pessoa ou

de uma instituição. É o dinamismo interior que orienta as escolhas e traça os caminhos da ação.

Dalai-Lama, monge budista, perguntado por Leonardo Boff, sobre o que é espiritualidade, responde: “Espiritua-lidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”. Leonardo prosseguiu: “Mas se eu praticar a reli-gião e observar as tradições, isso não é espiritualidade?” E Dalai-Lama respondeu: “Pode ser espiritualidade mas se não produz em você transformação, não é espiritualidade. Um cobertor que não aquece mais, deixa de ser cobertor. Mas essa transformação não começa e termina no interior de cada um. A partir do interior ela desencadeia uma rede de transformações na comunidade, na sociedade, nas re-lações com a natureza e com o universo.”

A Espiritualidade está relacionada com as qualidades do espírito humano: amor, compaixão, paciência, tolerân-cia, alegria, noção de responsabilidade, de harmonia, etc. A prática disso traz felicidade para a pessoa e para os ou-tros. Essas qualidades podem ser desenvolvidas sem re-correr a qualquer sistema religioso. A espiritualidade tem a ver com experiência, não com doutrinas, dogmas, ritos, celebrações que são caminhos capazes de nos ajudar na espiritualidade.

Segundo Pedro Casaldáliga, espiritualidade não está numa esfera distante, fora da vida real, não é espiritualismo desencarnado, não é fuga do com-promisso.

Vive a espiritualidade a pessoa que é:• Samaritana - misericordiosa, servido-

ra, compassiva...• Pessoa do Lar - vinculada à vida

diária.• Pessoa santuário - orante.• Pessoa Profética - anúncio e de-

núncia; vigilância e testemunho.IR. LUIZA CELESTE EEQUIPE DA REVISTA

Espiritualidade

Espiritualidade

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As Irmãs de São José, fiéis ao carisma inicial, estão abertas a todas as formas de apostolado que respondam às necessidades espirituais e materiais de seu tempo.

Na segunda metade do século XIX e início do século XX, foram muitas as solicitações das famílias brasileiras, através de vários bispos, para a educação de meninas e jovens.

A missão educativa sempre esteve presente na vida das Irmãs de São José desde o início de sua atuação no Brasil.

No estado de São Paulo, a partir de 1858/59, com a fundação do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, na cidade de Itu.

No Rio Grande do Sul, a partir de 1898/99, com o Colégio São José, em Garibaldi.

No Paraná, a partir de 1902, com a fundação do São José em Curitiba.

Era tal a necessidade, que a rede de escolas das Irmãs de São José foi crescendo até 1965. Grandes mudanças aconteceram no cenário nacional e internacional. No Brasil, cresce o número das escolas públicas e particulares.

Novos apelos de missão são feitos às Irmãs de São José na pe-riferia das grandes cidades, no interior, norte e nordeste do Brasil e além fronteiras. Para isso, vários colégios são fechados.

Isto não quer dizer que as Irmãs de São José não reconhe-çam a suma importância da missão educativa. Onde estão, o fazem com alegria, com garra, com esperança, investindo nas novas gerações e como parceiras das famílias que acreditam no cultivo de valores humanos e cristãos.

Seguem alguns dados numéricos sobre a missão educativa das Irmãs em 17 Colégios, através dos quais atingimos: 13.418 famílias 17.741 alunos

1.315 professores e funcionários

IRMÃ MARIA DE LOURDES TOLEDO, ISJ

Pioneiras na Educação

Alunas do Colégio N. Sr. do Patrocínio - Itu - SP - 1956

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Presença Serviço

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A visita domiciliar da Capelinha de Nossa Senhora nas famílias, é uma prá-tica de religiosidade popular de devoção a Maria, bem aceita e difundida no Sul do Brasil.

Nós, Irmãs de São José, atuando nesta prática pastoral, em Guaíba, pro-curamos com o grupo das zeladoras dar um novo dinamismo a este serviço. In-clusive, a denominação de “zeladoras” passou a ser “animadoras”, pois as mesmas além de zelar pela Capelinha, têm a missão de dinamizar a oração e a vida em família e na comunidade, pre-servando o encontro entre os vizinhos, na amizade e na solidariedade.

Em l991, propusemos a idéia de fazer uma demonstração pública des-ta religiosidade popular, congregando todas as famílias e as Comunidades de Guaíba.

Após três anos de oração, diálogo e amadurecimento no grupo de ani-

madoras e com outras forças vivas da Igreja, realizamos em 1995, o sonho da 1ª Romaria saindo de três Vilas com as capelinhas, em direção à Matriz. A parti-cipação foi significativa, motivando-nos a continuar esta caminhada de Fé, levando em conta os temas propostos, a cada ano, pela Igreja.

Para isto, foi escolhido o último sába-do de outubro por ser o mês missionário e por encontrarmos, no relato da Visita de Maria à sua prima Isabel, a mística para o serviço de animação das Capeli-nhas. “Maria, movida pela solidariedade, não fica em casa, mas vai ao encontro do outro.” Como dizem os santos padres da Igreja, Maria tornou-se, a nova Arca da Aliança, que traz em si a presença física do Senhor no meio de seu povo.

No ano 2004, a Romaria das Capeli-nhas de Nossa Senhora, por sugestão de Dom Jacinto e dos Presbíteros, tornou-se evento de todo o Vicariato, favorecendo

a unidade da Igreja e a ação Evangeli-zadora.

A cada ano, cresce o número de Ro-meiros/as e o desafio de intensificar a preparação, a divulgação e a articulação do evento. O material confeccionado, sobretudo as camisetas, além de iden-tificar o evento, se tornaram um “si-nal” de proteção e bênção para o povo. Durante o percurso, as Capelinhas são carregadas pelos milhares de romeiros/as que expressam sua fé, na oração, no canto, na celebração, na acolhida.

Hoje, estamos na XIII Romaria. E continua sendo uma manifestação pú-blica de fé, coragem, testemunho, inte-grando pastorais, famílias, Comunida-des, Paróquias do Vicariato e do interior do Estado. Nossa gratidão à Mãe Maria, pois nela encontramos o grande modelo de quem viveu plenamente o Projeto de Deus.IRMÃS ÂNGELA RIBAS, LAURA GAVAZZONI, NILVA DAL BELLO - ISJ

Novo dinamismo na missão

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As Irmãs de São José tendo o carisma de comunhão, sentem cada vez mais a ne-cessidade de trabalhar em conjunto, nes-te mundo globalizado. Criaram em 2005 a Equipe Inter de Reflexão e Articulação (EIRA), a fim de pensar um projeto mais global para a realidade de Vida e Mis-são, das cinco Províncias e Região Norte e Nordeste/BR

A equipe tem por objetivos:•���Continuar� dando� passos� para�

integrar mais a vida e missão das Irmãs de São José, a partir da fonte inspiradora de nosso Carisma e Espiritualidade. �• Pensar um projeto de articula-

ção a partir da realidade global das Províncias e da Região Nor-te e Nordeste.

Para atingir esses objetivos, fez-se necessário pesquisar sobre a história que construímos juntas, no Brasil. Há várias décadas, parcerias foram levadas adiante

Equipe Inter de Reflexão e Articulação (EIRA)

por certo tempo, em algumas atividades e serviços nas áre-as de Formação, Educação, Inserção nos Meios Populares. Essa partilha respondeu com eficiência às necessidades que se apresentavam.

Hoje, somos 770 Irmãs, 5 Províncias e 1 Região, com uma história construída na fé, na luta e com muito trabalho. Na trilha de nossas anteces-

soras tão fiéis ao carisma, temos o com-promisso e o desafio de fazer a diferença como presença de comunhão.

Na escuta dos anseios das Irmãs, do povo e dos desafios da realidade, a EIRA propõe estudos e reflexões, recolhe e se-leciona propostas de articulação que são apresentadas aos Conselhos Provinciais a quem cabe analisar, decidir e encaminhar a implantação.

As primeiras metas estão sendo con-cretizadas:

• Serviço de Animação Vocacional;•���Rede� de� nossas� Instituições�

Educacionais;• Encaminhamento de uma Ges-

tão Inter.Frente à realidade complexa de nos-

sos dias, nós acreditamos no caminho da articulação. Descobrir formas de pôr em comum nossos recursos materiais, huma-nos e espirituais se torna possibilidade esperançosa para revitalizar nossa Vida e Missão. A Trindade nos inspira na dinâmi-ca de inclusão, onde a Vida Consagrada tem sentido e dimensão de perenidade. E, São José, nosso protetor e Patrono, temos certeza, nos protege e intercede a Deus, para que esse nosso Projeto se realize e produza frutos abundantes de Comunhão.

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Serviço de Animação

Vocacional Inter Provincial

(SAVI)O Serviço de Animação Vocacional das

Irmãs de São José é formado por uma equi-pe que anima um trabalho junto aos jovens. Tem como finalidade despertar, discernir e cultivar as vocações. Entre outras ativida-des, o Serviço de Animação Vocacional de-senvolve semanas missionárias, atingindo escolas, comunidades eclesiais, grupos de lideranças e outros. Elabora, também ma-terial de apoio utilizado nos diversos traba-lhos realizados pela equipe.

O SAVI deseja que cada pessoa des-cubra e viva intensamente sua vocação, colocando-se a serviço do Reino de Deus.

O SAVI convida a todos e a todas a serem:

- Presença de esperança na defesa e promoção da vida:

- Presença de unidade e compromisso com a justiça, solidariedade, ecologia, di-reitos humanos e o desenvolvimento sus-tentável:

- Presença do amor de Deus no meio do povo através da oração, fraternidade, alegria de servir, atenção às pessoas po-bres, vítimas da injustiça e excluídas do direito de cidadania.

Com o desejo de ser presença de uni-dade e esperança, o Serviço de Animação Vocacional das Irmãs de São José nos desafia a testemunhar o grande amor de Deus que convoca a cada pessoa a viver plenamente a sua vocação.

E-mail: [email protected]

EQUIPE: IR. LAURA CAVAZZONI, IR. GERTRUDES SALETTE BEAL,

IR. ITALVINA BAVARESCO, IR. DIVA PARAVISI,

IR. CARMÉLIA SCHIOCHET, IR. PAULA GOBBI

Entrelaçando Forças

As Irmãs de São José, reunidas em Capí-tulo Geral no ano de 2003, em Roma, Itália, sentiram a necessidade de ter um Comitê de Pronunciamento como Corpo congregacional para estabelecer um processo de comunica-ção que possibilite às Irmãs expressarem-se numa única voz.

No ano de 2004, foi criado a Comissão Internacional formado por três Irmãs.

Em fidelidade ao Carisma, as Irmãs de São José são desafiadas a fazer um pronuncia-mento público, em conjunto, sempre que os valores humanos e evangélicos são desrespei-tados em nossa sociedade e na Igreja.

O primeiro Pronunciamento foi sobre o tráfico humano. Em 2005 e 2006, toda a Congregação trabalhou sobre esse assunto. Foi encaminhado o Manifesto às autoridades competentes dos países onde as Irmãs estão presentes, denunciando as injustiças sobre o Tráfico Humano, especialmente de crianças e mulheres.

Em janeiro de 2007, a equipe represen-tante da Comissão do Brasil reuniu-se em Belém do Pará onde começa o processo de Pronunciamento a favor da Amazônia, con-siderado uma necessidade urgente. As Irmãs uniram-se aos Leigos e Leigas do Pequeno Projeto para gritar juntamente com o povo amazônida que a vida humana e a de toda a natureza deve ser respeitada e preservada.

O processo foi concluído em outubro de 2007 nos USA com assinatura do Conselho Geral, Superioras Provinciais e por todas as Irmãs presentes, por ocasião do Conselho Am-plo das Irmãs de São José. O Manifesto, com a assinatura das Irmãs e Leigas e Leigos, foi enviado às autoridades competentes dos di-versos países onde estão presentes as Irmãs de São José, bem como aos Governadores dos Estados e Presidentes dos Países que formam a Amazônia Legal e Continental.

Comissão de Pronunciamento como Corpo Congregacional

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Manifesto Nós, Irmãs de S. José de Cham-

béry, uma Congregação Internacional de mulheres, com Irmãs e missões no Brasil, nos Estados Unidos, na Noruega, na Dinamarca, na Itália, na Irlanda, na França, na Índia, no Paquistão, na Suécia, na República Checa, na Tanzânia, em Moçambique, na Bolívia, em Papua Nova Guiné, nos Paises de Gales, na Bélgica e na Alemanha, falamos abertamente, com uma única voz, de-nunciando as agressões à vida e aos povos amazonenses, com conse-qüências planetárias, e solicitamos medidas urgentes para esta situação.

A Amazônia é conhecida em todos os países, pois, fartos documentários são exibidos seguidamente nos Meios de Comunicação Social.

O que aconteceu e continua acontecendo na Amazônia, infelizmente, se repete em muitos outros países do mundo.

Por isso, nós, Irmãs de São José, acreditando que o Planeta é a Casa de todos/as e que como tal deve ser zelado e respeitado, não podemos ficar caladas quando vemos nossa “casa” sendo invadida, destruída, desrespeitada... colocando em risco todo tipo de vida nela presente.

Nós nos empenhamos a fazer nossa parte e pedimos que as autoridades competentes de cada país, especialmente às ligadas à grande Amazônia, desenvolvam ações estratégicas de proteção e defesa da Amazônia, sua gente, sua cultura e sua floresta.

O nosso grito e o grito do povo amazônida é que sejam respeitados e atendidos os apelos de vida desta População e do Meio Ambiente:

a) Com as populações tradicionais (índios, ribeirinhos e quilombolas)Sejam devidamente demarcadas e regularizadas as suas terras.Sejam respeitadas em sua cultura, língua, habitat, religião.Seja dinamizado um serviço de Educação, Saúde, Habitação e Produção onde estas popu-

lações sejam interlocutoras do processo e respeite às peculiaridades de cada grupo.b) Com o Meio Ambiente: Criação de mecanismos eficazes e suficientes de fiscalização e controle das leis de pre-

servação do meio ambiente para que possam garantir o equilíbrio do ecossistema, do BIOMA, e que empresas locais e multinacionais não venham à Amazônia explorar as riquezas e poluir o ambiente.

Aplicação do que determina a Carta da Terra e as conclusões da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizado de 3 a 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro - Brasil.

c) Terra – produção – trabalho - É urgente:A regularização fundiária na região Amazônica.Reforma Agrária séria, competente, condizente com os anseios dos trabalhadores/as rurais.Agilizar o judiciário na defesa dos trabalhadores/as e na punição dos culpados por crimes

contra os Direitos Humanos, Trabalhistas e Ambientais.Combater a grilagem de terra.Estimular e subsidiar a agricultura familiar em oposição ao agrone-

gócio e à monoculturaInsistimos veementemente que os Senhores e Senhoras,

com poder e autoridade, em seu país, de fazer leis e fazer cumprir as leis, tomem iniciativas de gestos e atos de solidariedade nas suas diversas instâncias para que se tornem verdadeiros parceiros de proteção da Amazônia e seu povo e impeçam sua destruição e desaparecimento, antes que seja tarde de-mais!

IR. ADELIDE CONCI

IR. IRES LIDIA GRANDI

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O Fórum da Igreja Católica teve como objetivo: -“visibilizar a Igreja Católica no Rio Grande do Sul, como povo, partilhando sua vida e missão, tendo em vista a dina-mização do Reino de Deus.

Com o tema: “A vida e a missão no Rio Grande do Sul” e o lema: “A vida se mani-festou, nós a vimos e a testemunhamos” (I Jo, 1,2), o Rio Grande do Sul se colocou em movimento para expressar sua vivência cristã com esse acontecimento que reuniu milhares de pessoas.

Organizado pela Conferência Nacional do Bispos do Brasi(CNBB/Sul3) em parce-ria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-Regional – POA) contou com a participação das dezessete dioceses do Rio Grande do Sul, de centenas de Congregações religiosas e Institutos seculares que atuam nesse Estado, das Pastorais e Movimentos, das Escolas e Universidades, dos Meios de Comuni-cação e das demais entidades católi-cas em nosso meio.

O Fórum concentrou-se em quatro dias, nas dependências da PUCRS, de 20 a 23 de setembro de

2007. Vimos ali o rosto infantil, o rosto jovem, o rosto adulto, o rosto idoso, o rosto sofrido e pobre, o rosto alegre e festivo, o rosto misericordioso e acolhe-dor de Cristo que constrói a nossa igreja. Estudou-se a Vida e a Missão da Igreja no Rio Grande do Sul; os novos cenários para

Primeiro Fórum da Igreja Católica

no Rio Grande do Sul

esta vida numa mudança de época; a presença de Cristo nesse contexto; a Vida e Missão da Igreja no presente e no futuro do Rio Grande do Sul.

Os seminários de estudo foram espaços de formação e produção teológicos e pastorais tendo como ponto de partida as pesquisas e as experiências dos participantes no campo da evangelização e da promoção humana. Os temas abordaram: Mulher, Jovem, Idoso, So-ciedade, Comunidade, Ecologia, Formação dos Agentes de pastoral e metodologia.

As exposições, análises e reflexões acon-teceram através de 172 estandes “tendas”, 75 oficinas, 43 apresentações artísticas e culturais.

Resumindo a caminhada realizada no Fórum, fazemos nossas as palavras do Pa-dre Marcelino Sivinski, coordenador geral do evento: “Neste encontro construído por todos nós, nos foi dado viver um momento único, em meio a tantas contradições e conquistas, con-flitos e vitórias, injustiças e discriminações.

Somos convocados e convocamos aos rio-grandenses:

- a erguerem bem alto a bandeira da paz;- a abraçarem o amor à terra e à natureza;- a se darem as mãos na fraternidade, a partirem sem medo nem rodeio para a construção de um Rio Grande para todos;- a dançarem a festa da vida que vem de Deus que nos faz companheiros/as e par-ceiros/as do Reino com vida abundância para todos/as”.

EQUIPE DA REVISTA

Atualidades

2008 será um ano muito especial para nós, Irmãs de São José no Brasil. Vamos celebrar os 150 anos da chegada das primeiras Irmãs que partiram da França e vieram para o Brasil. Saíram de Chambéry e, depois de longa viagem, chegaram a Itu, Estado de São Paulo.

Em 1858, a Congregação contava com um bom grupo de Irmãs jo-vens e de grande ardor missionário. A pedido do bispo de São Paulo, Dom Antonio Joaquim de Melo, a superiora geral, Madre Maria Felicidade, envia para o Brasil sete religiosas bem jovens para a direção de um colégio para meninas. Será o futuro Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, em Itu, primeiro para meninas e moças no Estado de São Paulo.

Vejamos o nome das Irmãs e algumas curiosidades: Ir. Maria Basília Genon, de 27 anos, superiora, Ir.Maria Justina Pépin, assistente, Ir Maria Angelina Achard, 22 anos, primeira Mestra de Noviças que plantou a man-gueira no pátio central do Colégio Patrocínio, Ir.Marta da Cruz Godet, 30 anos, Ir.Maria Elias Mièvre, 22 anos, Ir. São Paulo Angelier, enfermeira, Ir.Maria Cunegundes Gros, a caçula, com apenas 18 anos.

Querem saber como foi a viagem dessas missionárias? Partiram de Chambéry no dia 10 de junho de 1858, em direção a Paris, embarcando no porto do Havre, no navio veleiro “Comércio de Paris”, no dia 18 de junho. A travessia durou um mês e meio.

Durante a viagem, a jovem superiora Madre Maria Basília adoece, vem a falecer na altura do Cabo Frio no dia 26 de julho, sendo sepultada no mar. Grande é o sofrimento de suas coirmãs, mas, generosas, continu-am a viagem, alimentadas pela Eucaristia.

No dia 28 de julho, no Rio de Janeiro, as seis missionárias são recebidas pelas Irmãs de São Vicente de Paulo, que as hospedam durante 18 dias. Aos 16 de agosto, prosseguem viagem por mar até Santos e sobem a Serra do Mar em liteira, conduzida por duas mulas. Permanecem em São Paulo estudando a língua portuguesa e os costumes brasileiros, aguardando o retorno do bispo Dom Antonio Joaquim de Melo, que dese-java recebê-las em Itu.

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Um fato a comemorar Uma história a celebrar

No início de outubro, as Irmãs entram num carro de bois, dirigido por um escravo. A viagem é demorada, o carro atola várias vezes, mas, chegam a bom termo à cidade de Itu. São acolhidas com muita alegria pelo povo ituano e alojadas no prédio ao lado da Santa Casa. Aos poucos, recebem as primeiras alunas internas. No segundo domingo de novem-bro, celebram, com alegria, a Festa de Nossa Senhora do Patrocínio.

Em 1859, vem novo reforço com a chegada de Ir. Maria Serafina e Madre Maria Teodora Voiron, ardorosa missionária, que doará sua longa vida aqui no Brasil, dos 24 aos 90 anos. Foi a primeira superiora das Irmãs de São José de Chambéry no Estado de São Paulo. O processo de sua beatificação acha-se em Roma, em prosseguimento normal, na Sagrada Congregação para a Causa dos Santos. A Igreja reconheceu a heroicidade de suas virtudes e deu-lhe o título de “Venerável”.

Madre Maria Teodora e suas companheiras doam-se com amor na educação em Colégios de várias cidades, ampliam sua atuação junto às filhas de escravos, órfãs e pobres, doentes e idosos.

Os anos passam, surgem novos apelos com o Concílio Vaticano II, Do-cumento de Medellin e de Puebla. As Irmãs deixam alguns lugares e vão para a periferia das grandes cidades, para as CEBs, para outros estados, para a missão além fronteiras.

Temos amigas e amigos aqui e acolá. Com todos queremos celebrar esses 150 anos.

O que é celebrar o sesquicentenário? É comemorar com júbilo, é festejar comunitariamente, é tornar vivo e atual os acontecimentos do passado e que ainda hoje marcam nossa vivência e caminhada para o fu-turo, é ter um coração grato a Deus por sua presença em nossa história.

O que vamos celebrar? O amor de Deus na história concreta das Irmãs de São José no Brasil, nestes 150 anos, juntamente com as

pessoas que foram e são presença em nossas vidas. Celebrar o sentir-se corpo vivo (Irmãs de São José, amigas e amigos das Irmãs).

O que desejamos com essa celebração? Louvar e agra-decer a Deus. Tornar mais conhecida a vida e missão das Irmãs de São José de maneira orante, atualizada, alegre, co-

munitária, profética. Ter presente que nós vamos celebrar um tríplice jubileu: três vezes 50 anos.e que, na Bíblia, o jubileu era vivido como festa do perdão, da partilha, como Boa Notícia

para o povo sofrido. Como poderemos participar deste jubileu? - De várias

formas: sempre pela união e oração, mesmo à distância, crian-do possibilidades de estar junto, rezar junto, fazer memória, alegrar-se. Para isso, entre em contato:

E-mail: [email protected] IRMÃ MARIA DE LOURDES MAGALHÃES DE TOLEDO, ISJ

Pela equipe do Sesquicentenário – 150 anos no Brasil – 1858-2008

Igreja e Colégio N. Sra. do Patrocínio - Itu - SP

Mangueira do pátio do Colégio N. Sra. do Patrocínio - Itu - SP

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A construção da Paz é no dia-a-dia!

Acolhendo a proposta da ONU através de Irmã Carol Zinn, da Congregação das Irmãs de São José, do Dia Internacional da Paz, foram realizadas várias atividades.

Nesse ano, o diferencial se deu no envolvimento de jovens universitários na criação de uma logomarca e na comunicação através dos diversos sites e blogs na internet, gerando uma grande comunidade virtual propagadora da paz. Segue o relato do jovem Pablo Lisboa:

“Quando fui procurado pelos amigos Ricardo Rojas e Irmã Simone Ramos, Irmã de São José, para uma campanha da Paz, trocamos várias idéias e rapidamente chegamos à conclusão de que seria muito importante uma movimentação pela internet, mais precisamente no site de relacionamentos do orkut. O ciberativismo faz suas ações de diversas formas, assinando documentos para reivindicar solu-ções e deliberações em âmbito legal e político, através de hackers e em campanhas através de sites e blogs. A nossa campanha PELA CULTURA DA PAZ é específica da cultura visual, onde para participar basta trocar a sua foto no perfil pela foto da campanha e/ou deixar em seus recados e nos dos seus amigos, a imagem adequada para recados.”

Na logomarca, evidenciam-se as mãos porque a paz deve ser construída por mulheres e homens; com todas as cores, pela diver-sidade a ser preservada contra os conflitos étnicos e de raça.

Utilizamos a Internet pela possibilidade de mobilização virtual que a cibercultura proporciona!Participe do nosso movimento colando as imagens no orkut.Em busca da paz, os alunos do Colégio São José de Pelotas desenvolveram vários trabalhos que retratam como podemos contri-

buir para a paz no mundo. Painéis espalhados pela escola retrataram os desejos da juventude e toda a comunidade escolar assumiu uma atitude permanente de paz.

Também no Colégio São José, de Santos, São Paulo, professores e alunos desenvolveram atividades que estimulam a construção da Paz no quotidiano. Na foto, alunos de sexta e sétima séries e a CAMISETA GIGANTE confeccionada com 100 folhas de papel sulfite pintadas por eles.

EQUIPE DA REVISTA

Movimento PELA CULTURA DA PAZ

Sim “paz é a gente que faz!”“Juntos, construímos a paz na esperança!”

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Irmãs Jubilares 2007

Anos

Ir. Maria Clemência KrasowskaIr. Maria Pélagie Glaba

70Anos

Ir. Maria Gema PallandaIr. Maria de Lourdes Sávio

Ir. Miroslva BuskoIr. Maria Inês Muraro

Ir. Rosa Blandina CollaziolIr. Maria Gonzaga

Ir. Regina Maria TascaIr. Carlinda PivattoIr. Heloisa Aresi

60Anos

Ir. Iracema Maria BianchiIr. Maria do Carmo Sebben Ramos

Ir. Maria Celina BeniniIr. Jovina Nallon

Ir. Luiza Oddila GiustiIr. Arsenia Erthal

Ir. Iracema Maria ForestiIr. Izabel Irene Serenato

Ir. Maria Cleonice DemarchiIr. Maria Evelina Ryndack

Ir. Maria Leonilda ScroziattoIr. Maud Eastwood

Ir. Victoria de SouzaIr. Maria Zandoná

Ir. Rita Maria de JesusIr. Ana Rosalina Lisa

Ir. Maria José NascimentoIr. Anais LuvisonIr. Iride SonaglioIr. Madalena Rui

Ir. Zélia Maria Cappelletti

50Anos

Ir. Ângela Paulina SmiderleIr. Diva Maria Rosa

Ir. Maria Eduarda LuvisonIr. Teresinha Gobbo

Ir. Zelinda Maria ZanellaIr. Ritta Pastore

Ir. Enedina PierdonáIr. Hilda Marin

Ir. Maria de Jesus BarrosIr. Therezinha Scalco

Ir. Celita FonsecaIr. Julia do S. C. Rabello

Ir. Therezinha F. do A. MelloIr. Lucia de Fátima GuidettiIr. Julieta Carvalho RauenIr. Maria de Loudes Gayer

Ir. Maria de Lourdes SobreiraIr. Maria Nely Giraldini

Ir. Alice BaiottoIr. Angelina Bortolotto

Ir. Edith PolettoIr. Elsa Poletto

Ir. Flaida ChiaraniIr. Gema Vian

Ir. Glória Inês GiraldiniIr. Maria Romana Melchiors

Ir. Rosalina ParisottoIr. Teresa Katafesta

Ir. Zenaide Dal Pozzo

Ir. Sueli Maria ZanattaIr. Reinildis Maria Stenico

Ir. Ivone Burgos Eiras

25 Anos

“Louvai o Senhor de todo coração” Sl 110,1

P

arabéns !

Nosso carinho, prece, gratidãoEquipe da Revista

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IRMÃ HILDA MARIN, em 2007, completa 50 anos de vida consagrada como Irmã de São José.

Na alegria dessa celebração e contemplando a gratuidade de Deus na história, Irmã Hilda par-tilha um pouco de sua vida, de sua experiência e de sua missão.

De minha vida familiar, recordo o carinho e o afeto entre nós, irmãos e com os outros, especial-mente, com os doentes e vizinhos pobres e defi-cientes físicos. Tudo era partilhado. Sempre havia lugar para mais uma pessoa na casa.

Como Irmã de São José, o que mais marcou

JOYCE FLÁVIA MOREIRA DOS ANJOS

Data e local de nascimento:- 27 de outubro de 1988, em Campo Grande, MS.

O que faz:- Além da Formação e trabalhos da casa, trabalho no Colégio São José, no setor do áudio-visual à tarde. Atuo no Bairro Centenário II, na comu-nidade Senhor Ressuscitado como catequista do Crisma, na liturgia e Infância Missionária. Estou cursando Teologia para Leigos na “Catholica Domus” e faço Escola Bíblico Catequética, no Centro Diocesano de Pastoral. Sou voluntária no Projeto CAMI São José (Centro de Atividades Múltiplas Integradas) e na Escola Kallil Sebbe.

Por que escolhe a Congregação das Irmãs de São José? - Desde o começo, me chama muito a atenção o trabalho dinâmico que as Irmãs de São José realizam na Missão. Escolhi ser Postulante para que um dia também eu possa realizar a missão de Jesus Cristo, caminhando com o povo e servindo as pessoas, sendo uma presença do amor de Deus.

O que é fundamental na etapa do Postulado? - Como tempo de discernimento, penso que é fundamental aproximar-me da Grande Fonte de onde vem a verdadeira Vida que é Jesus e deixar-me con-duzir pelo Espírito do Senhor e isso só é possível através dos momentos de oração.

Que mensagem você deixa para os jovens de hoje? - Não tenham medo! A vida com Cristo é uma aventura maravilhosa. Só Ele pode dar significado pleno à vida. Só Ele é o centro! Vivam por Ele!

E para as Irmãs de São José?- Continuem vivendo a comunhão e ajudando as pessoas a vivê-la. Assim como Padre Jean Pierre Médaille, realizem a missão com zelo e levem o amor de Deus aos corações mais simples.

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JULIANE SEGALLA BORGES

Data e local de nascimento:- 15 de maio de 1984, em São José do Ouro - RS.

O que faz:- Trabalho como cozinheira na Casa Provincial das Irmãs de São José. Na Pastoral, atuo na Catequese,

liturgia, no Bairro Centenário II e trabalho como voluntária no Clube de Mães do mesmo Bairro.

Por que escolheu a Congregação das Irmãs de São José?- Por identificar-me com o Carisma das Irmãs de São José e a

abertura para a Missão, marcando presença em tantos lugares e com as mais diversas formas de engajamentos. Aprecio mui-to a simplicidade de vida, característica da Irmã de São José.

O que é fundamental na etapa do Postulado? - Estar atenta à presença e aos apelos de Deus e confiar nele com o coração.

O que ajuda a sustentar o ideal do seguimento de Jesus Cristo?

- A oração e o próprio Jesus Eucarístico que me fortalece inte-riormente.

Que mensagem você deixa para os jovens de hoje?- Enfrentem os desafios com coragem e confiança, tenham Deus no

coração e tudo se tornará leve.

E para as Irmãs de São José?- Primeiramente, gostaria de agradecer pela unidade nas orações. Continuem

semeando as sementes do Pequeno Projeto que, com certeza, colherão muitos frutos. As pessoas necessitam de alguém para escutá-las. Prossigam atentas

ao que as pessoas querem expressar, transmitir ou desabafar. No momento da escuta, mesmo sem nenhu-

ma palavra, já terão ajudado muito.

MÁRCIA OLEINIK FARIAS

Data e local de nascimento:- 25 de setembro de 1988, em Sete Quedas, MS.

O que faz:- Estudo no 3º ano do Ensino Médio, trabalho no Projeto CAMI. Na Pastoral, atuo como Catequista e auxilio na liturgia e Grupo de Jovens.

O que é fundamental na etapa do Postulado? - Discernimento, oração, acompanhamento in-dividual e a formação que é dada. Isso ajuda no amadurecimento da escolha de cada uma de nós.

O que ajuda a sustentar o ideal do seguimen-to de Jesus Cristo?- A oração, a confiança em Deus e o tempo dedi-cado à Formação que nos é dada no Postulado.

Conhecendo a realidade do mundo de hoje, qual o sonho que brota em seu coração? - De ser Irmã de São José e ajudar as pessoas mais necessitadas e discriminadas pela socieda-de, porque elas merecem mais atenção.

Que mensagem você deixa para os jovens de hoje? - Para seguir Jesus, hoje, precisamos de muita confiança em Deus e nas pessoas que estão na nossa volta para nos ajudar. O caminho da Vida Religiosa é muito bonito e precisa de jovens di-nâmicos e entusiastas para sua continuação.

IRMÃ PELAGIE nos conta um pouco de sua his-tória“Nasci há 98 anos, numa família católica ucrania-na, em Mallet, no Paraná. No batismo, recebi o nome de Ana Glaba.Eu tinha uma tia que rezava para eu ser Irmã.Um dia ela me perguntou:- Ana, você não quer ser religiosa?Na minha cidade não havia Irmãs, eu não conhe-cia a Vida Religiosa. A idéia que fiz de religiosa, quando ela me perguntou foi a daquela senhora que vinha à missa com grandes trajes pretos. Respondi logo:

minha vida foi a alegria e a vontade de avançar sempre mais no caminho da fé, da oração, da esperança, seguindo os passos de Jesus Cristo, irradiando sua presença, qualificando as relações. O jeito de bem acolher e servir as pessoas, dei-xando-as felizes e realizadas.

Gosto de refletir essa passagem bíblica: “Ten-de em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus, nada fazendo por competições e vanglória, mas com humildade, julgando os outros superiores a si mesmos. (Fil 2, 3-5)

- Eu não quero!Acho que a oração da tia foi ouvida, porque o Pa-dre da Paróquia que foi bem acolhido pelas Irmãs de São José, em Curitiba, me convidou a conhecê-las. Mais tarde, vim a essa cidade e acabei entran-do na Congregação e estou feliz, completando 80 anos de Vida Religiosa.O que mais me ajudou na vocação foi a devoção a Nossa Senhora e a oração. Em toda a vida, sem-pre que pude, participei da Celebração Eucarística. Rezo muito a São José também pelas vocações de hoje para que os jovens encontrem seu caminho e sejam felizes”.

MARIA ISABEL BILL FERREIRA

Data e local de nascimento:- 11 de dezembro de 1984, Lapa - Paraná

O que faz: Trabalho na Casa Nazaré e sou volun-tária no Projeto CAMI. Na Pastoral, atuo na Cate-quese e liturgia. Estou fazendo o curso Bíblico catequético, Teologia para Leigos na Catholica Domus. Tenho Formação em casa com Irmã Ieda Maria Tomazini.

O que ajuda a sustentar o ideal do seguimento de Jesus Cristo?- Espelhar-se no exemplo, nas atitudes e no testemunho de vida de Jesus. Ser obediente e fiel ao Pai, realizando o projeto de frater-nidade e unidade no mundo.

Que mensagem você deixa para os jovens de hoje?- Que tenham a coragem de arriscar, de lutar

pelos seus sonhos, mesmo que por vezes pare-çam distantes e difíceis de torná-los realidade.

E para as Irmãs de São José?- Elas são um sinal de vida e esperança em meio

àqueles que muitas vezes são esquecidos. Elas são exemplo de Comunhão e partilha num mundo individua-

lista e desigual.

Testemunhos de Vida

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não tem lógica no mundo que vai aprendendo a viver... A ami-zade é uma descoberta radical, nascida do cotidiano. O jovem tem medo da solidão.

E o Doc. 85/CNBB destaca três marcas da juventude na atualidade: “O medo de sobrar, por causa do desemprego, o medo de morrer precocemente, por causa da violência, e a vida em um mundo conectado por causa da Internet.” O sentido e a dureza dessas marcas anseiam por uma Boa Notícia que, a partir de um olhar de fé, pode ser encontrado no interior da própria juventude.

O jovem busca amigos. Vive a amizade não para tirar pro-veito. A amizade é colocada na geografia do gratuito. A amizade é anterior, inclusive, ao sexo. A vivência de uma amizade é algo prazeroso, que não tem palavras. Damo-nos conta de que Deus faz com que a descoberta do outro seja agradável, apaixonan-te e gratuita. Aí surge a poesia, o romantismo, a vontade de “ficar”, as ganas de olhar nos olhos do outro/a e namorar. O jovem, à semelhança de Deus, é um enamorado.

Por isso Jesus ama as pessoas como elas são. Ama a todos e todas. Inclusive os ricos com os quais não deixa de ser sin-cero e duro. Em todas e todos é capaz de ver que podem ser mais e melhores. Até para Judas, que o traiu, Ele diz: “Amigo, a que vieste?” (Mt 26,50). Jesus, mais adiante, vai dizer em tom de despedida: “Já não os chamo de servos, mas de amigos...” (Jo 15,15). Que coisa linda ver Jesus chorando a morte de seu amigo Lázaro. E todos diziam: “Vejam como ele o amava.” (Jo 11,36).

IRMÃ ENEDINA PIERDONÁ, ISJ

O Documento nº 85: “EVANGELIZAÇÃO DA JUVENTUDE - Desafios e perspectivas pastorais”, aprovado e assumido pela CNBB, em maio de 2007, em Aparecida do Norte/SP, demons-tra a preocupação e a importância da presença juvenil na Igreja. Presença marcada pela fé e coragem de ser protagonista de sua história, mesmo diante da diversidade de culturas juvenis.

Na apresentação do documento D. Dimas Lara Barbosa, Secretário-Geral da CNBB, diz que a evangelização da juven-tude interessa muito à Igreja e aos seus pastores. “Os jovens têm o direito de receber da Igreja o Evangelho e de serem in-troduzidos na experiência religiosa, no encontro com Deus e no contato com as riquezas da fé cristã.”

O jovem ser protagonista significa dizer que estamos frente a um jovem que luta para ser sujeito de sua identidade e sua organização, como pessoa e como grupo. Na vivência do pro-tagonismo, o jovem é respeitado na descoberta de si mesmo tomando contato, primeiramente, com o mais próximo de si: ele mesmo. O jovem é alguém que busca sua identidade. Qualquer relação que leva à dependência ou defende a dependência, é uma relação infantil. Descobrir a identidade não é só desco-brir a si mesmo; é também descobrir o outro, naquilo que é e deveria ser. Estamos frente a uma Teologia da saída de um mundo de dependência para um mundo de identidade. De um mundo fechado sobre si para abrir-se às relações sem perder sua identidade. Assim como Êxodo, a juventude é uma epopéia da busca e da conquista. O jovem que não sai (do Egito) e não busca mover-se nas relações, é alguém que está marcado a não encontrar-se no protagonismo para o qual foi feito.

Os exemplos na vida de Jesus podem ser encontrados em Marcos 5,21-43 que nos conta como o chefe da sinagoga vai pedindo a Jesus que venha curar sua “filhinha” doente, em Mar-cos 9,14-29 onde se encontra a história do menino epilético ou em Lucas 7,11-17, narrando-nos a história do filho único da viúva. Nestes momentos, como em outros, o que Jesus vai repe-tindo sempre é “Menino, Menina, levanta-te”... Sê tu mesmo/a sair deste mundo dependente. Sê tu mesmo/a.

A Comunidade juvenil é ou deveria ser lugar de felicidade do jovem. Os que tiveram esta experiência na Pastoral da Juventu-de não se esquecem, jamais, que foi no grupo que tiveram um encontro divino com a felicidade. Jesus, na sua permanência na história, também trabalhou com uma pequena comunidade. Os discípulos, os apóstolos... Jesus assume em sua pedagogia, a defesa da socialização. O jovem é alguém que aprende a ser amigo como jovem e não como criança. Intui em sua intimidade que todos, no mundo, deveriam ser amigos e que a inimizade

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sonho e protagonismo

Juventude:

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Conselho Amplo é formado pelo Conselho Geral e Superioras Provinciais. Reúnem-se de três em três anos, em países diferentes.

Em 2007, o evento ocorreu nos Esta-dos Unidos, de 07 a 27 de outubro.

Pela partilha das experiências e da vida, o Conselho Amplo traz a toda a Congrega-ção uma perspectiva universal, fazendo-a crescer na Unidade e na fidelidade à sua missão.

O grande objetivo é promover a Co-munhão na Congregação que é inter-

nacional.No discurso de abertura, a Superiora Geral, Irmã Lor-

Conselho amplo da Congregação das Irmãs de São José

de Chambéryraine Marie Delaney, assim se expressou: “Irmãs, nós as convidamos a celebrar o nosso estar juntas, a alegrarmo-nos pelo fato de sermos chamadas à Congregação do Grande Amor e de estarmos unidas pelo mesmo Carisma e mesma espiritualidade. Estamos unidas aqui como um Corpo, uma Congregação; chamadas a viver a comu-nhão num mundo que precisa desespe-radamente ser curado pelo amor. Viver esse grande dom é o nosso constante desafio”. Enfatizou a necessidade de um dinamismo renovado para uma refunda-ção verdadeira da Congregação no cená-rio do mundo globalizado.

As Irmãs de São José do Brasil, contemplando a realidade e aco-lhendo o grito de tantas pessoas feridas nos seus direitos humanos, fundaram uma ONG – Associação Cidadania São José.

O endereço da sede é: Rua Delfina Borowski, 269Bairro RodriguesLagoa Vermelha – RS

A Diretoria está assim constituída:Rosangela Steffenon – presidenteCecília Berno – vice-presidenteMaria Lucia de Oliveira - tesoureiraIraci de Fátima Cirino dos Santos - secretária

A ONG, hoje, conta com três Unidades: a de número 1, no muni-cípio de São Marcos, a de número 2, em Lagoa Vermelha, Rio Grande do Sul e a de número 3, no municí-pio de Teixeira de Freitas, Bahia.

Após dois anos de fundação, a Associação Cidada-nia São José pode-rá registrar-se nas esferas estadual e nacional.

A ONG foi fun-dada no dia 16 de setembro de 2006.

Associação cidadania São José

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Perdoar faz bem à saúde e às relações

O perdão é um recurso social e psico-lógico que regula as relações humanas. Ele limpa o terreno para que de novo as relações pessoais possam fluir. O perdão reconhece no homem a sua condição humana.

Perdoar não é retirar de alguém a autoria do seu gesto, mas desobrigá-lo daquilo que fez. Se não perdoamos, deixamos aquele que nos ofendeu como refém de sua culpa. Quan-do perdoamos, devolvemos-lhe a liberdade de reiniciar a si mesmo.

O principal mal de não perdoar é ficar distante das coisas boas da vida. Quando fo-calizamos nossa atenção em quem nos feriu, ficamos cegos e sem condição de perceber quem nos ama. Tornamo-nos pessoas amar-gas e isso traz implicações para nossa saúde física e mental.

Mas perdoar não significa necessariamente esquecer a mágoa. Quando os fatos foram do-lorosos demais é difícil irem embora da memó-ria. Entretanto, o que podemos fazer é lembrar do apoio que tivemos no momento de dor e fazer com que esse apoio minimize a lembrança dolorosa.

Procurar minimizar o sofrimento – e isso vale tanto para quem toma a iniciativa de pedir perdão como para quem perdoa – é uma for-ma de proteger a saúde. A medicina não reco-menda viver amargurado, com rancor ou raiva contidos.

Muita gente faz do sentimento de raiva um hábito. Então, a mente está sempre ocupada

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com revoltas e sentimentos ruins e tudo o que está na nossa mente causa alguma reação na saúde física. Se uma pessoa acumula sentimentos nega-tivos pode desencadear uma série de transtornos não só psicológicos, mas também físicos, como de-pressão, dor de cabeça, dores musculares, gastrites e úlceras, hipertensão, intestino irritável, problemas de memória, urticária, queda na imunidade, asma, vertigem – é o que dizem médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Perdoar é um sentimento que se aprende, sobre-tudo em casa. É mister criar ambiente para pedir e dar o perdão: pais para filhos e filhos para pais, irmãos, parentes, vizinhos, colegas.

Ofender e sentir-se ofendido é inerente à nossa condição de humanos. Sabedor disso, o grande Mestre Jesus deixou-nos seu ensinamento: Devemos perdoar “setenta vezes sete vezes”, isto é, sempre. E ninguém mais do que Ele soube perdoar até mesmo os seus carrascos.

Olhar mentalmente para todos aqueles que nos ofenderam e perdoá-los de todo o coração é um exercício de libertação e que traz muita paz.

DEONIRA L. VIGANÓ LA ROSA*Mestre em Psicologia e Terapeuta de Família

O Carisma de Comunhão se constrói, essencialmente, pela qualidade das relações fraternas que exigem, sobretudo, partilha do que somos, conversão contínua e perdão mútuo.

O texto a seguir explicita muito bem o que significa e porque devemos perdoar sempre!

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Se eu tivesse em mimTodas as emissorasE todos os palanques de rock do mundo inteiroE os altares e cátedrase os parlamentos todos,Mas não tivesse Amor,Eu seria ruído só, ruído no ruído.

Se eu tivesse o dom de adivinhar e o dom de encher estádios e o dom de fazer curase uma suposta fé, capaz de transformar qualquer montanha,mas não tivesse Amor,eu só seria... um circo religioso.

Se eu distribuísse os bens que ganhei mal – quem sabe, quem não sabe? em cestas de Natale em propalados gestos caridosose fosse até capaz de dar minha saúdeem pressas e eficácias, mas não tivesse Amor, eu só seria... imagem entre imagem.

Paciente é o amor e prestativo, como um colo materno.Não tem inveja nem se vangloria.Não busca o interesse como fazem os bancos; sabe ser gratuito e solidário, como a mesa da Páscoa.Não compactua nunca com a injustiça, nunca!Faz festa de Verdade.Sabe esperar, forçando corajosamente as portas do futuro.

O Amor não passará, passando tudo o que não seja ele.Na tarde desta vida nos julgará o Amor.

Criança é a ciência e engatinha,criança é a lei, brinquedo o dogma;o Amor já tem a idade sem idade de Deus.Agora é um espelho a luz que contemplamos,um dia será o Rosto, face a face.Veremos e amaremos como Ele nos vê, como nos ama!

Agora são as três:A fé, que é noite escura;A pequena esperança, tão teimosa;e ele, o Amor, que é o maior.Um dia, para sempre, além de toda noite e toda espera,já só será o Amor.

DOM PEDRO CASALDÁLIGA - EM ORAÇÕES DA CAMINHADA

Hino do Amor (I Cor 13)

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Animador/a: Cantemos ao Senhor nosso Deus porque ele se revela na humanidade de Jesus e se faz presente em nossas vidas. (Pode se rezar as estrofes e cantar o refrão ou escolher outro canto)1. Entoai ao Senhor um novo canto/ pois prodígios, foi ele quem fez.

Sua mão e seu santo braço/ salvação nos trouxeram de vez

Refrão: Então, os povos viram/ o Deus que nos salvou.Por isso, ó terra inteira,/ cantai o seu louvor.

2. Ante à face de Deus alegrai-vos,/ Ele vem para nos governarGuiará com justiça os povos,/ as nações no direito e na paz.3. Glória a Deus, no universo presente,/ no louvor das três raças também, E que desça a paz sobre a terra,/ desde agora e para sempre. Amém.

Animador/a: Acolhamos a Palavra de Deus com o canto: Pela Palavra de Deus...

Leitor/a: Lucas 2, 1-7Reflexão partilhada: a) O que o texto diz?b) O que Deus me diz através do texto?c) O que o texto me faz dizer a Deus?

Preces:(O/a animador O/a motiva as pessoas para fazerem suas preces espontâneas)Sugestão de resposta às preces: Jesus Menino, abençoai-nos.

O/a animador/a motiva a oração do Pai nosso....

Oração final:Vinde de novo, Senhor, nascer nesta terra pobre, neste chão marcado com tantos passos de sofrimento.Vinde reacender a esperança que a injustiça apagou!Vinde reanimar nossa fé que a indiferença feriu!Vinde ensinar-nos o amor que o egoísmo esqueceu!Vinde mostrar o caminho no meio das confusões!Vinde indicar a verdade no mundo das ilusões.Vinde, Senhor da vida, nesta cultura da morte!Vinde, Senhor, e não tardeis.Queremos renascer, na certeza de que em vós, tudo se renova, tudo se encaminha para a vida em plenitude. Amém!

Canto: NOITE FELIZ (Durante o canto, entra a imagem do Menino Jesus)(Após o canto, o/a animadora ou a família que acolheu o grupo para a cele-bração, dá a bênção aos participantes com a imagem do Menino Jesus)Terminar com o abraço da Paz!

IRMÃ TERESINHA FACHIN E EQUIPE DA REVISTA

Início: O/a animador/a convida o grupo a iniciar a oração, cantando o Sinal da Cruz.

Leitor/a 1: Na fragilidade da Criança que nasceu em Belém, contemplamos o mistério da revelação de Deus em nossa História.

Leitor/a 2: A plena manifestação do Salvador, que nós esperávamos, já é uma realidade presente no Filho de Deus, nascido de Maria, e nós pode-mos celebrar cantando: “Hoje nasceu o Salvador do Mundo”.

Leitor/a 1: Celebramos o Natal de Jesus Cristo que acontece em toda a pessoa que assume sua humanidade e é sinal da ternura de Deus.

Leitor/a 2: “Um Menino nasceu para nós: um Filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado “Mensageiro do Conse-lho de Deus!”” (Is. 9,6).

Refrão de um canto a escolha do grupo.

(A família que acolhe o grupo é convidada a acender a vela)

Canto: NATAL É VIDA QUE NASCE:Refrão: Natal é vida que nasce, Natal é Cristo que vemNós somos o seu presépio e a nossa casa é Belém.1. Deus se tornou nossa grande esperança

E como criança no mundo nasceu;Por isso, vamos abrir nossa porta A Cristo o que importa é conosco viver.

2. Ele assumiu nossa vida terrena, Ao céu nos acena com gestos de amor;Veio a todos salvar igualmenteQueria somente ser nosso Pastor.

Recordação da vida:(O/a animador/a motiva os participantes para expressarem os sinais de salvação presentes no mundo, nas crianças, nos jovens, nos idosos, nas famílias...) (Cada pessoa que fala acende sua vela no círio.)

Canto: NOSSO ENCONTRO SERÁ ABENÇOADOPois o Senhor vai derramar o seu amor.

Derrama, Senhor, derrama, Senhor,Derrama sobre nós o teu amor!Oração do salmo 98:

C

el e

b

r a ç ã o d

e

N a t a l

OBS: (Preparar o ambiente com a imagem da Sagrada Família, círio, velas, Bíblia, imagem do Menino Jesus)