E A VERDÃO DIÁRIO - CEFET-MG · 2014. 9. 18. · recuperação da Bacia da Lagoa da Pampulha –...
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INTERNACIONAL
Fotocatálise no ar! Ops, melhor
dizendo, na água? No intuito de enriquecer o conhecimento dos alunos, o
CEFET convidou o Dr. Julian Andrés Regifo-Herrera, docente
da Universidade Nacional de La Plata (UNLP) - Argentina, o
qual ministrou três palestras e ofereceu uma disciplina
optativa durante uma semana.
(Páginas 4 e 5)
VERDÃO DIÁRIO E A
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Belo Horizonte, Cefet- MG 4ª edição - 2013/1
Hotel Estalagem
Fazenda Lazer: um
exemplo de sistema de
gestão ambiental! Os alunos do curso de Engenharia
Ambiental e Sanitária do CEFET-MG
fizeram uma visita ao hotel Estalagem
Fazenda Lazer, localizado em
Carandaí/MG. Os alunos foram
recebidos pelo proprietário-gerente e
Engenheiro Ambiental Vinícius Calais.
(Páginas 10, 11 e 12)
Tecnologia inovadora
dentro da ótica
sustentável
Bacia Viva, empresa localizada em
Nova Lima (MG), procura soluções
sócio-ambientais em locais atingidos
por passivo mineral. A empresa
desenvolveu um processo sustentável de
aproveitamento industrial do rejeito de
mineração sedimentado, desassoreando
e revitalizando bacias hidrográficas.
(Página 3)
MULTINACIONAL ALEMÃ INVESTE NO TRATAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS GERADOS NO BRASIL Empresa filiada à multinacional Grupo Küttner, a Küttner do Brasil desenvolve atividades na implementação
de tecnologias inovadoras projetadas para economizar energia, reduzir impactos sobre o meio ambiente e
otimizar o ciclo dos materiais gerados pela urbanização.
(Páginas 5 e 6)
PROPAM, revitalização através
da educação
Visita à PROPAM, juntamente com a professora de Ecologia
Andréa Rodrigues, acompanhada pelo coordenador do
programa e Engenheiro Florestal Ednilson dos Santos, que
orientou os alunos sobre a situação da bacia da Pampulha e o
que está sendo executado em favor desta.
(Página 8)
Alunos com o proprietário-gerente e engenheiro Ambiental,
Vinícius Calais. Fotografia: Andréa Rodrigues.
Pequenas ações, grandes resultados!
Do CEFET-MG para o mundo!
Desde sua criação em 2011, o jornal “Verdão” estampou
diversas reportagens ambientais de suma importância para a
sensibilização da população. E desta vez não será diferente.
Nesta edição de 2013, são apresentadas diversas reportagens a
respeito de empresas (públicas e privadas) que possuem projetos
relacionados ao meio ambiente.
As reportagens mostram que várias instituições
apresentam propostas que atenuam os impactos ambientais, algo
de grande relevância, uma vez que lidamos diariamente com
situações irregulares. Dentre essas reportagens, destaca-se a
recuperação da Bacia da Lagoa da Pampulha – Propam, no qual
visa medidas que contribuam para a solução dos problemas
existentes em um dos principais pontos turísticos da cidade.
Afinal, quem não gostaria de utilizar a Lagoa da Pampulha para
práticas esportivas e atividades recreativas?
Outra reportagem de grande destaque que poderá ser
analisada por você, caro leitor, refere-se à empresa Recóleo.
Trata-se de uma empresa de pequeno porte, porém com tamanho
interesse no âmbito da reutilização de óleos vegetais, que antes
eram simplesmente descartados nos corpos d‟àgua ou despejados
em aterros sanitários. A Recóleo promove uma conscientização
da população a partir de flyers e apresentação de trabalhos
inovadores em escolas desde o ensino fundamental até o
superior.
Por sua vez, destaca-se também a Kuttner – Projetos e
Engenharia, empresa Alemã que tem como objetivo a produção
de ferro e aço, fundição e beneficiamento de matéria-prima,
baseada na utilização de tecnologias de recuperação e
aproveitamento de energia. Além disso, dispõe de tecnologias
para o meio ambiente como, por exemplo, o tratamento
biológico de resíduos e a limpeza de gases gerados no processo,
o que mostra interesse em relação aos possíveis impactos
ambientais.
Portanto, diante dessa incansável busca por uma melhor
qualidade de vida, no que diz respeito a um desenvolvimento
sustentável, o jornal “Verdão” mostrará pontos que podem
transformar a visão daqueles que antes não imaginavam a grande
importância de pequenas atitudes que podem, até mesmo, ser
realizadas em casa, mas que, ao longo do tempo, geram
resultados satisfatórios em grande escala.
Matheus Campos
Diretor de Editoração
Informativo Semestral
VERDÃO DIÁRIO
Publicação do Curso de
Engenharia Ambiental e
Sanitária
CEFET-MG
Ricardo Junior
Diretor Chefe
Matheus Campos
Diretor de Editoração
Reportagem:
Camila Arantes
Gabriela Xavier
Karine Libanhia
Vanessa Pedrosa
Redação:
Gustavo Dutra
Henrique Figueiredo
Nicholas Philip
Pedro Henrique
Yu Ju Shen
Renan Ansaloni
Revisão:
Ana Luisa Sales
Gabriela Barroso
Lucas Vitor
Edição e Projeto
Gráfico:
Paula Ferreira
Priscila Costa
Raíssa Figueiredo
Thayrinne Borges
Fotografia:
Luis Gustavo
Nathalia Foureaux
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VERDÃO DIÁRIO
EDITORIAL
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VERDÃO DIÁRIO
Tecnologia inovadora dentro da ótica sustentável
Por Nicholas Phillip
A Bacia Viva é uma
empresa que busca soluções
sócio-ambientais em
desassoreamento e revitalização
de bacias hidrográficas, com o
objetivo da transformação do
passivo mineral, que causa
assoreamento, em ativo
ambiental. Ao assorear barragens,
lagoas e demais cursos d'água
como córregos, rios e ribeirões,
são alterados e impactados
significativamente as
comunidades do seu entorno.
Essa empresa se localiza em São
Sebastião das Águas Claras, Nova
Lima, Minas Gerais. Está próxima
da Microbacia Córrego da
Alegria, das Sub Bacias Ribeirão
dos Macacos e Córrego Fernão
Paes, e das Bacias Rio das Velhas
e Rio São Francisco.
A iniciativa surgiu da
necessidade de recuperar a vida
dos locais atingidos por passivos
ambientais da mineração. Mais
especificamente, esse projeto foi
incentivado pelo grande
rompimento da barragem de
rejeitos de mineração de ferro em
Nova Lima (MG) que causou,
devido ao assoreamento, a
completa degradação do Córrego
Alegria.
A Constituição
Brasileira determina em seu
artigo 225 - §-2° que: “Aquele
que explorar recursos minerais
fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica
exigida pelo órgão competente
na forma da Lei”, mas
infelizmente não é isso o que
acontece na maioria das vezes
em nosso país.
Proprietário de um terreno na
região do Córrego Alegria, o
jornalista Flávio Mourão Passos,
sócio fundador da Bacia Viva,
realizou uma palestra no
Campus I do CEFET-MG, no
dia 21/09/2013, apresentando
para os alunos de Engenharia
Ambiental e Sanitária que
cursam a disciplina de Ecologia
Geral, como visualizou uma
solução para o ocorrido. Ele
desenvolveu um processo
sustentável de aproveitamento
industrial do rejeito de
mineração sedimentado.
Essa solução ambiental
de desassoreamento e
revitalização ocorreu por meio
do desenvolvimento de um
pavimento intertravado
ecológico, PaviEco. Os
pavimentos intertravados são
compostos por peças pré-
moldadas de concreto e
constituem uma brilhante e
eficaz solução para uso em ruas,
calçadas, calçadões e praças. O
nome PaviEco foi introduzido a
partir do momento em que os
sedimentos retirados nas
atividades de desassoreamento
do Córrego Alegria passaram a
ser transformados em artefatos
de cimento. Assim, esses blocos
de pavimentação ser tornaram
uma solução ecológica.
Essa macro solução
ambiental trouxe olhares de
grandes empreendedores, como
o Instituto Kairós, em Macacos,
e o supermercado Verde Mar,
que incluíram em seus
empreendimentos o PaviEco.
Podemos destacar a
inovação do PaviEco Peixe, um
novo formato do bloco inspirado
no peixe Pacu. “A ideia é
devolver o rio aos peixes”, diz
Flávio de acordo com Vanessa
Brito. Foram construídos
também, utilizando o pavimento
ecológico, 3,7 mil metros
quadrados da Rua Monte Vista,
no bairro Jardim Canadá.
Outra característica
interessante observada no
PaviEco é a sua alta capacidade
de drenagem, por ser um sistema
intertravado, e, com isso,
auxiliando muitas vezes na
revitalização de áreas
degradadas, por meio do
gerenciamento de águas pluviais.
Sócio fundador do Projeto Bacia
Viva, jornalista Flávio Mourão
Passos, em palestra no Cefet-mg.
Fotografia: Luis Gustavo.
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O benefício dessa inovação vai além da atitude
ecológica. O PaviEco também demonstrou uma
facilidade de manutenção, reutilização e reciclagem.
Além disso, a produção do pavimento não exige mão-de-
obra especializada nem equipamentos de grande porte.
Assim, a Bacia Viva trabalha até hoje auxiliando
na recuperação de cursos d‟água assoreados,
transformando o rejeito sedimentado em PaviEco, que
vem se consolidando como uma solução técnica
ambiental simples, viável e um rotor para o processo
sustentável.É por toda essa eficiência e sustentabilidade
que o jornalista Flávio Mourão demonstrou no final de
sua palestra os inúmeros prêmios e reconhecimentos pelo
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Para enriquecer o
conhecimento da comunidade
acadêmica do CEFET-MG, foi
convidado o Dr. Julian Andrés
Regifo-Herrera, docente da
Universidade Nacional de La
Plata (UNLP)-Argentina, na
qual ministrou uma disciplina
optativa com foco em processos
avançados de oxidação para
tratamento de água, durante uma
semana, para graduandos do
curso de Engenharia Sanitária e
Ambiental, e bacharelados em
Química Tecnológica do
CEFET-MG.
Ocorreram três palestras
oferecidas pelo professor Julian,
em que apresentou novas
tecnologias de tratamento de
água, especificamente
fotocatalíticas, dando maior
ênfase ao uso do dióxido de
titânio (TiO2).
O Dióxido de titânio
pode ser aplicado no tratamento
de água, na inativação de
bactérias, na limpeza de
superfícies e no tratamento da
poluição do ar.
Fotocatálise no ar! Ops, melhor dizendo, na água?
Por Yu Ju Shen
Recentemente, algumas
nano partículas de TiO2 são
usadas para desenvolver vidros
e espelhos anti-embaçantes,
vidros e tintas auto-limpantes e
pavimentos que neutralizam
poluentes do ar.
Em relação ao
tratamento de água residuária,
na Alemanha foram instalados
reatores fotocatalíticos que
estão sendo estudados para que
esse tratamento inovador seja
utilizado de forma adequada e
com segurança.
Ao final de uma de suas
palestras, entrevistou-se o
professor Julian para saber
sobre a estadia do mesmo em
solo brasileiro.
Camila: _ O que você
achou do Brasil e a recepção do
CEFET-MG?
Julian: _ Eu me sinto
em casa, sinto que o Brasil, e
especialmente o CEFET-MG,
sabe muito bem como receber
um estrangeiro.
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projeto, sendo alguns deles o 3º lugar no 5º prêmio Furnas Ouro Azul, e o Prêmio Práticas Sustentáveis do
SEBRAE Minas Gerais 2011.
“Estamos aqui para ganhar dinheiro, mas somos uma empresa do terceiro milênio, que faz tudo pela
sustentabilidade”, afirma Flávio de acordo com Vanessa Brito.
Alunos entretidos com as inovações da empresa Bacia
Viva. Fotografia: Luis Gustavo.
Alunos em entrevista com o Prof. Dr. Julian
Andrés. Fotografia: Professora Andréa
Rodrigues. Camila: _ Quais seriam as
principais diferenças do curso de
Engenharia Ambiental no seu país e
no Brasil?
Julian: _ Infelizmente não
tenho uma opinião formada a respeito
disso, pois estou no Brasil há poucos
dias, e não tive tempo de entender
profundamente o curso. Mas acredito
que todos giram em torno de uma
generalizada problemática ambiental,
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na qual estudamos estratégias para mitigá-la.
Camila: _ Qual seria a importância da
sua área de pesquisa a ponto de ser uma disciplina
optativa?
Julian: _ Acredito que para vocês,
estudantes de Engenharia Ambiental, seja um
estudo pertinente, pois retrata tecnologias
alternativas (fotocatálise), ampliando as variáveis
em estudo relacionadas principalmente à
desinfecção de águas.
Camila: _ Visa uma parceria entre o
CEFET-MG/Brasil com você e o seu país?
Julian: _ Esse foi um dos principais
motivos da minha vinda. Estou aqui para tentar
estabelecer relações entre o CEFET-MG com a
Universidade de La Plata (área de pesquisa).
Camila: _ Você teria algum conselho ou
dica para os futuros engenheiros ambientais do
CEFET-MG?
Julian: _ Estou aberto para qualquer
dúvida, sugestão, e volto a dizer: o motivo da
viagem está diretamente relacionado a estabelecer
relações, indiretamente, com a universidade em que
vocês estudam, e consequentemente, vocês serão
beneficiados...
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MULTINACIONAL ALEMÃ INVESTE NO TRATAMENTO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS GERADOS NO
BRASIL Empresa aplica tecnologia e é impulsionada pelo valor agregado ao lixo, que o
reaproveita e arrecada com subprodutos derivados de seu tratamento.
Por Gustavo Dutra
Devido ao acelerado crescimento
urbano e industrial associado ao aumento
da produção de bens de consumo,
intensificou-se a geração de resíduos que,
por muito tempo, foram descartados
indiscriminadamente no ambiente,
provocando danos muitas vezes
irreversíveis e de difícil remediação.
Acoplado a este fato, diversos tipos
de problemas surgem, necessitando de
resoluções rápidas, eficazes e sustentáveis.
Em virtude disso, empresas passaram a
atentar-se para essa problemática mundial,
como é o caso da Küttner do Brasil
O palestrante Carlo Vendrix, gerente da Küttner do Brasil, no
Cefet-mg. Fotografia: Luis Gustavo.
empresa filiada à multinacional Grupo Küttner, fundado em 1940, em Essen, Alemanha.
Desenvolvendo atividades na implementação de tecnologias inovadoras projetadas para economizar
energia, reduzir impactos sobre o meio ambiente e otimizar o ciclo dos materiais gerados pela urbanização, a
Küttner do Brasil atua no país desde 1974, no bairro Cinco em Contagem, região metropolitana de Belo
Horizonte, capital de Minas Gerais.
O CEFET-MG, visando apresentar aos alunos a empresa e seus projetos, recebeu no dia 31/07/2013, no
Campus I, o gerente Carlo Vendrix para uma palestra sobre de uma de suas atividades: o tratamento dos resíduos
sólidos urbanos. Na oportunidade, Carlo Vendrix apresentou de forma ampla o funcionamento do tratamento dos
resíduos, contemplando explicações aprofundadas dos processos mecânicos e biológicos e das tecnologias
envolvidas.
desinfecção
Küttner do
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Os resíduos coletados e tratados pela
atividade são divididos em orgânicos, recicláveis,
combustíveis derivados dos resíduos e rejeitos. A
Küttner atua através do fornecimento de
tecnologias que englobam os processos iniciais de
recebimento, tratamento e separação do lixo até os
mais avançados relacionados ao reaproveitamento
do mesmo em forma de recicláveis, combustíveis e
biogás. O resíduo passa por três tipos de processos
ao longo de seu tratamento: o processamento
mecânico, biológico e a limpeza de gases do
tratamento térmico.
O processamento biológico atua de forma
indispensável na ideologia da atividade e da
empresa, pois ao mesmo tempo em que trata os
resíduos fornece produtos que são reinseridos na
sociedade, como gases que possuem potencial
energético e o húmus gerado através da
compostagem dos resíduos orgânicos, que atua no
recondicionamento e adubação de solos.
Entretanto, para a implantação dessa e
outras atividades, a Küttner enfrenta sérios
problemas burocráticos ligados à política do
município onde a empresa pretende atuar, pois
muitos prefeitos não estão dispostos a investir nesse
tipo de tecnologia, que necessita de um tempo para
ser instalada, excedendo algumas vezes o período
de seu mandato. Além disso, tratamento de resíduos
sólidos não é algo que traz tanta visibilidade
política, como por exemplo, construir pontes ou
consertar estradas.
Carlo Vendrix apresentando os
projetos da empresa Küttner do Brasil.
Fotografia: Luis Gustavo.
Material entregue aos alunos referente à história
da empresa e seus projetos. Fotografia: Luis
Gustavo.
ABASTECIDOS A ÓLEO Por Pedro Henrique Furbino
Com tecnologia genuinamente mineira, a Recóleo Coleta e Reciclagem de Óleo Vegetal, dos
empresários Nívea Freitas e Roberto Menicucci, inovou na coleta e processamento de óleo de cozinha
saturado, que, quando reciclado, fornece matéria-prima às indústrias de produtos de limpeza, ração animal e
biodiesel. Depois de quatro anos de pesquisa, auxiliados por técnicos e cientistas da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), os empresários montaram a empresa que hoje oferece franquia em várias localidades.
No dia 07/08/2013 os alunos da disciplina Ecologia Geral do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do
CEFET-MG visitaram a sede da empresa, atualmente localizada na Rua Flor da Paixão n° 35, bairro
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Jardim Alvorada em Belo Horizonte, MG. Recebidos pela
funcionária da empresa Sandra Lana, os alunos
conheceram a metodologia e um pouco da história desse
exemplo de gerenciamento sustentável.
A coleta do óleo em cada estabelecimento é
realizada por veículos de pequeno e médio porte que
facilitam o trânsito e estacionamento na cidade,
simplificando também o acesso ao compartimento de
cargas. Já o transporte do óleo processado é feito
pelos caminhões da empresa diretamente ao
consumidor final.
Todos os clientes recebem um vasilhame
(bombona plástica de 50 ou 30 litros) onde será
armazenado o óleo usado. O veículo da Recóleo
visita regularmente todos os clientes cadastrados,
através de uma rota pré-determinada, recolhendo as
bombonas cheias e deixando outras vazias,
previamente limpas.
POR “ÓLEO” ABAIXO
Alunos na entrada da empresa Recóleo Coleta e
Reciclagem, no bairro Castelo. Fotografia: Nathalia
Foureaux.
O alto poder de poluição do óleo de cozinha é
atestado por pesquisas de órgãos e entidades
ambientais.
Partindo dessa problemática urbana e
ambiental, a empresa Recóleo tomou a iniciativa de
captar o óleo proveniente de residências, restaurantes
e afins, com o intuito de reduzir esse poluente, que em
âmbito residencial, representa um dos agentes mais
nocivos ao ambiente.
A coleta do óleo em cada estabelecimento é
realizada por veículos de pequeno e médio porte que
facilitam o trânsito e estacionamento na cidade,
simplificando também o acesso ao compartimento de
cargas. Já o transporte do óleo processado é feito
pelos caminhões da empresa diretamente ao
consumidor final.
O volume do óleo coletado é permutado por produtos de limpeza (vassouras, rodo, pano de chão, pano
de prato, pá de lixo metálica, etc.), uma medida necessária para incentivar o armazenamento pelos responsáveis
dos estabelecimentos conveniados. Em caso de grandes volumes de óleo (acima de 1000 litros), outras medidas
de permuta são estudadas caso a caso.
A permuta do óleo usado por produtos de limpeza acontece no mesmo momento da coleta do óleo
armazenado. Em seguida, será anotado o volume do óleo coletado, em impresso próprio, especificando todos os
dados necessários para um futuro acerto da compra com o cliente. Todo o óleo coletado é encaminhado para a
empresa, onde será tratado. Cada bombona é identificada segundo o código do cliente fornecedor.
Recentemente, a Recóleo vem desenvolvendo um projeto de instalação de tubulações em domicílios para captar
o óleo utilizado sem o consumidor precisar sequer sair de casa.
Depois de transportado para a Recóleo, o óleo é peneirado, aquecido, e colocado nas caixas de
decantação, onde permanecerá por 24-48 horas. Após esta etapa, o óleo passa por um sistema de filtragem
Veículo por onde são feitas as coletas do óleo em cada
estabelecimento. Fotografia: Nathalia Foureaux.
Lagoa da Pampulha, lar de um dos cartões postais mais importantes de Belo Horizonte, há tempos vem
sendo degradada, devido ao despejo de esgoto sem controle das regiões próximas desta e principalmente dos
córregos que desembocam nela. Com o intuito de preservá-la e revitalizá-la,a prefeitura de Belo Horizonte fundou
o Programa de Recuperação de Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha, PROPAM.
Concebido e construído pela secretaria municipal de Belo Horizonte, com a parceria da URBEL
(Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte) e da SUDECAP (Superintendência de
Desenvolvimento da Capital), além dos consórcios com a SLU, COPASA, Fundação Zoo Botânica, prefeitura de
Contagem, entre outros, a PROPAM vem atuando na recuperação da bacia da Pampulha através de análises sobre
as condições ambientais da lagoa relacionadas à quantidade de esgoto e lixo despejados.
No dia 07/08/2013, a turma de Engenharia Ambiental, juntamente com a professora de Ecologia Andréa,
do CEFET-MG, visitou a PROPAM, localizado no bairro Castelo,com intuito de aprender como funciona o
programa, quais atividades eles já colocaram em prática, quais as melhorias foram constatadas e os projetos em
andamento. No local, fomos recebidos pelo coordenador do programa e Engenheiro Florestal Ednilson dos Santos,
que nos orientou e explicou detalhadamente sobre a situação da bacia e o que está sendo executado em favor
desta.
“Se vocês acham que a lagoa está ruim hoje, se não existisse a PROPAM, a lagoa poderia estar muito
pior...”, palavras de Ednilson que deram início à visita. Com o crescimento de Belo Horizonte e Contagem e a
falta de planejamento de urbanização, grandes partes dos resíduos sólidos e dos esgotos acabam sendo despejados
em locais indevidos e sem nenhum tratamento prévio. No caso da bacia da Pampulha, a alta demanda de lixo e
esgoto gerados pela população no entorno, a qual a cada dia aumenta, acabam sendo remanejados para a lagoa ou
córregos que desembocam nesta, e consequentemente o ambiente aos poucos vai sendo destruído.
(desenvolvido na própria empresa), com retenção de partículas sólidas superiores ou igual a cem microns (100
μm). Todos os resíduos sólidos (farinhas, resto de alimentos) são separados, secos e destinados a empresas de
compostagem.
O óleo já tratado é bombeado, a seguir, para os tanques de estocagem. Os vasilhames (bombonas) serão
lavados com detergente neutro e água quente, ficando prontos para nova coleta. Todo o esgoto gerado no lavador
(esgotos não domésticos, END) é tratado segundo o programa PRECEND da COPASA.
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DESTINO FINAL
O óleo de cozinha pode ser reaproveitado de
várias maneiras. Existe uma série de aplicações
industriais para o óleo de cozinha usado. Dentre elas,
podemos mencionar seu uso na fabricação de massa de
vidro, como aditivo no preparo de pré-moldados de
concreto, como solvente de tintas, como matéria-prima
usada na indústria de óleos lubrificantes automotores,
como insumo para cosméticos, como combustível para
caldeiras e, principalmente, para a produção de biodiesel.
Você sabia que: um litro
de óleo jogado na rede de
esgoto irá degradar um
milhão de litros de água?
PROPAM, revitalização através da educação
Por Henrique Figueiredo
Em resposta à degradação da lagoa e com o propósito de recuperação da mesma, a PROPAM vem
atuando na recuperação da bacia da Pampulha desde 1997 e, como proposta de trabalho, ela criou três
repartições, que dirigem as atividades de revitalização agindo nos vetores de sua degradação, que são: a de
recuperação da lagoa, saneamento ambiental e planejamento e gestão ambiental.
A repartição que atua na recuperação da lagoa prevê atuação direta nos impactos ambientais, de forma a
recuperar tais condições ambientais e seu entorno. Contempla a dragagem da parte assoreada, buscando a
manutenção do seu espelho d‟água e da sua função de amortecimento de cheias; a revitalização da orla; a
implantação do parque ecológico da ilha e da enseada do Zoológico e o tratamento das águas dos córregos
Ressaca e Sarandi.
No saneamento ambiental, atua basicamente na melhoria da infraestrutura urbana, com prioridade para
as obras de contenção das erosões e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Dentre suas ações estão as
intervenções nos sistemas viários e de drenagem, com urbanização de vilas e favelas e na revitalização e
preservação das áreas verdes. Além disso, prevê a solução para o esgotamento sanitário através da implantação
de interceptores de rede de coleta de esgotos nas áreas ainda não atendidas. Atua também na área de resíduos
sólidos com a ampliação da coleta e disposição final adequada para os resíduos.
Já na parte de gestão ambiental, há a atuação nas questões preventivas de manutenção e de controle dos
problemas decorrentes da poluição e da ocupação inadequada do solo.
Em trabalho conjunto com a PROPAM está o CEMAP (Centro de Educação e Mobilização Ambiental
da Pampulha), o qual tem como objetivo incentivar a Educação Ambiental junto aos moradores da Bacia da
Pampulha e atender aos usuários de todas as regionais de Belo Horizonte. Com o lema: “Pampulha, patrimônio
da cidade”, o CEMAP tem como uma de suas principais atividades educativas o Circuito Eco urbanístico de
Percepção Ambiental da Bacia da Pampulha, com enfoque arquitetônico ambiental e cultural, que, no ano de
2004, atendeu a 4800 alunos da rede municipal de Belo Horizonte e prestou formação a 300 educadores em
geral. Através de palestras, eventos ambientais, cantoria ecológica e parcerias, o CEMAP atendeu, em 2006,
14.800 pessoas aproximadamente.
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Maquete da Bacia Hidrográfica da Lagoa da Pampulha.
Fotografia: Nathalia Foureaux.
Palestra do coordenador do programa e Engenheiro Florestal
Ednilson dos Santos. Fotografia: Luis Gustavo.
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Hotel fazenda Estalagem Fazenda Lazer: um
exemplo de sistema de gestão ambiental!
Por Pedro Henrique Furbino
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VERDÃO DIÁRIO
No dia 28/08/2013 os alunos da disciplina Ecologia Geral do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária
do CEFET-MG fizeram uma visita ao hotel Estalagem Fazenda Lazer, localizado em Carandaí/MG (a 134 km
de Belo Horizonte). Os alunos foram recebidos pelo proprietário-gerente e Engenheiro Ambiental Vinícius
Calais, que nos proporcionou uma oportunidade prática do aprendizado teórico das aulas.
O diferencial da proposta de trabalho apresentada por Calais visa, além do conforto, uma associação de
fatores que refletem em um empreendimento altamente sustentável. Além da infraestrutura do hotel, a área
agrega uma infinidade de programas de recreação especializada, realização de eventos, convenções,
treinamentos e atividades eco pedagógicas. Os projetos eco pedagógicos visam à consciência ecológica e são
desenvolvidos em parceria com instituições de ensino de variados níveis acadêmicos.
Projeto Mata Atlântica
A criação de pastos e campos agropecuários foi o principal motivo de degradação da Mata Atlântica.
Hoje, o hotel está localizado em uma das poucas áreas restantes, mas a proposta do proprietário é restaurar a
mata nativa, criando um “cinturão” ao redor do hotel.
Os alunos fizeram uma caminhada
ecológica guiada por Calais, que foi
introduzindo conceitos referentes à fauna e
à flora do local. A proposta apresentada
pelo engenheiro ressalta a extrema
importância que cada ser desempenha no
bioma, por isso a necessidade de sua
conservação. Durante a trilha, foram
identificadas algumas espécies de plantas
utilizadas nas indústrias de medicina e
cosméticos, bem como a abordagem de
técnicas de plantio e manejo de espécies
nativas. Alunos aprendendo sobre a fauna e flora da Mata
Atlântica. Fotografia: Nathalia Foureaux.
Fotografia: Thayrinne Borges
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Parceiros da Água
Abordando outro tema da visita, esse projeto
visa compreender a disposição e o tratamento da água
no hotel. Por se tratar de uma fazenda, é evidente
ressaltar que o local não conta com sistema
convencional de tratamento de esgoto, como nas
áreas urbanas.
Os dejetos provenientes da cozinha e dos
banheiros são destinados e tratados em fossas
sépticas*. Os dejetos passam por um filtro triturador.
O esgoto é então retido no interior do tanque e as
partes sólidas sedimentam. Essa parte sólida é então
decomposta por bactérias anaeróbicas que provocam
a eliminação de gás metano, gás carbônico e outros
gases. O efluente escoa por uma tubulação na parte
superior do tanque com uma DBO menor, causando
menos impacto ao ser lançado nos corpos hídricos.
Após o tratamento, será adicionado cloro para
garantir a destruição de microrganismos patogênicos.
O proprietário aponta ainda que a fossa é
anualmente higienizada e que necessita de um
acompanhamento constante para garantir condições
favoráveis ao desenvolvimento das bactérias
anaeróbicas. *Fossas sépticas são unidades de
tratamento primário de esgoto doméstico nas quais
são feitas a separação e a transformação físico-
química da matéria sólida contida no esgoto. É uma
maneira simples e barata de disposição dos esgotos
indicada, sobretudo, para a zona rural ou residências
isoladas.
reduzindo custos operacionais e danos ambientais,
que destina os resíduos sólidos do empreendimento.
Vinícius Calais conta com um galpão em que ocorre
uma gestão de reaproveitamento e destinação de
resíduos sólidos do hotel. Inicialmente, o lixo será
quantificado, classificado e separado.
O esterco dos animais, o rejeito orgânico da
cozinha e algumas sobras de poda são encaminhados
para a Compostagem. Os materiais recicláveis são
destinados à Coleta Seletiva. Uma parte das sobras de
comida (lavagem) alimenta os porcos e as cascas de
ovos são trituradas e adicionadas à ração dos animais
para enriquecê-la (como fonte de cálcio). O óleo
descartado é combinado com soda cáustica para a
produção de sabão. Isso tudo reflete 90% de
eficiência de reaproveitamento de resíduos sólidos,
esses outros 10% são destinados a um aterro sanitário
(Casa Grande).
A compostagem* é realizada em um galpão
temático, que segundo Calais facilita e garante a
eficiência operacional dos funcionários, que separam
e rotacionam as pilhas de acordo com um tempo pré-
determinado. Os resíduos são cobertos por palha, o
que evita a proliferação de odor e alguns insetos
indesejados, e ainda garante a temperatura e a
umidade ideais para que a técnica (compostagem)
seja eficiente. *Compostagem é um processo
aeróbico controlado de decomposição da matéria
orgânica por microorganismos. Ela se divide em dois
momentos: a fase termofílica, onde acontece a
biodegradação ativa da matéria orgânica com reações
oxidativas predominantemente em altas temperaturas,
e a fase de maturação, onde é formado o húmus, que
é a forma estável da matéria orgânica.
Coleta Seletiva, Reciclagem e Associativismo
A partir dessas práticas, o Hotel Estalagem
Fazenda Lazer construiu um outro pilar sustentável,
Fossa séptica utilizada na fazenda. Fotografia:
Thayrinne Borges.
Área onde são armazenadas as composteiras.
Fotografia: Nathalia Foureaux.
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Alimento Orgânico
Diretamente relacionado ao processo de
compostagem, devido à produção e a destinação do
adubo (húmus), a horta é uma outra estrutura que
garante a eficiência sustentável do hotel. O alimento
orgânico tem vários objetivos, dentre eles, a
minimização da dependência de energias não
renováveis na produção, o respeito à integridade
cultural dos agricultores, e a preservação da saúde
ambiental e humana.
A diversidade de vegetais cultivados foi
apresentada aos alunos pelo empreendedor, que
aponta que o maior desafio dessa etapa está
diretamente relacionado à dificuldade em evitar a
proliferação de pragas sem a utilização de pesticidas.
Diante desse impasse, ele desenvolveu um pesticida
natural, à base de sumo de fumo combinado com
pimenta, que ao ser borrifado nas plantas, libera um
odor agressivo aos insetos, afastando-os.
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33
Os alunos levaram consigo lembranças inspiradoras da
fazenda. Fotografia: Nathalia Foureaux.
Caminhada em meio à Mata Atlântica, guiada por Calais.
Fotografia: Nathalia Foureaux.
Água da nascente no meio da floresta. Fotografia:
Nathalia Foureaux.
Alunos, na companhia da Professora Andréa Rodrigues e de
Calais, conhecendo a fazenda. Fotografia: Luis Gustavo.
Acontece no Cefet...
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Nova “Chefa” no pedaço.
Por Ricardo Junior
O Departamento de Ciência e Tecnologia
Ambiental (DCTA) tem uma nova chefe. A partir de
uma votação interna, Beatriz Missagia (Bia) é a
nova Chefe do Departamento. Professora no
CEFET-MG há três anos, no qual leciona a
disciplina de Microbiologia Ambiental para os
cursos Técnico em Meio Ambiente e Graduação em
Engenharia Ambiental e Sanitária, Beatriz sempre
se mostra fascinada pelo mundo dos “pequenos” e
importantíssimos seres que compõem nosso tão
vasto planeta e que auxiliam, em muitos âmbitos, os
seres humanos.
Com extrema destreza e comprometimento,
Beatriz revela o mundo antes desconhecido dos
microrganismos para os graduandos. A partir de
muitos seminários e aulas expositivas, mostra que
aqueles são “peças” chaves em vários processos
biológicos importantes tanto no solo, na água e no ar
quanto dentro (e fora) dos próprios seres humanos,
dentre outros.
O curso de Engenharia Ambiental e Sanitária
passa por um momento decisivo, tendo como foco
principal toda uma reestruturação originada pela
futura visita do Ministério de Educação (MEC). No
último dia 22, houve, inclusive, uma reunião do
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE)
na qual ocorreu a aprovação da Grade Curricular do
Curso e o reconhecimento do mesmo dentro da
comunidade cefetiana.
Na visão da professora, o maior objetivo em
curto prazo é auxiliar o departamento na
tomada de decisões pelo significativo momento
pelo qual ele passa. “São muitos projetos e
layouts já aprovados. Agora, basta aguardar o
começo das obras”.
Quanto ao quesito professores, ressalta: “a
questão de contratação de professores não
depende do departamento e sim do
CEFET-MG, que vem negociando junto
ao MEC sobre essa demanda”, afirma
Beatriz. Com o intuito de fomentar a
formação de conhecimento, pretende
“continuar a trazer professores estrangeiros
para que os discentes tenham contato com o
que tem sido feito de novo no mundo”.
O programa Ciência Sem Fronteira
(CSF) tem aberto diversas portas para os
muitos alunos da instituição, sendo o curso de
Engenharia Ambiental e Sanitária um dos que
mais contribui para esta internacionalização
dos discentes: “deve-se continuar a incentivar
a participação dos alunos em programas do
Governo Federal como o CSF”, relata Bia
super motivada para fazer uma gestão de
qualidade dentro do DCTA.
Reportagem: Camila Arantes
Karine Libanhia
VERDÃO DIÁRIO
Entrevista com Henrique e Renan sobre a
maratona de eficiência energética
No dia 26/08/2013 ocorreu em Interlagos
(São Paulo) a maratona de eficiência energética que
reuniu 500 universitários com 55 protótipos de 29
universidades de todo o país, a qual tem como
objetivo alcançar as melhores marcas de economia
com motores movidos a Gasolina, Etanol e
Eletricidade. Dentre as equipes, a representante da
nossa faculdade é a ECOFET.
A ECOFET foi fundada em 2007 e faz parte
do NEAC (Núcleo de Engenharia Aplicada a
Competições) do CEFET-MG (Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais).
Atualmente a equipe é composta por alunos
de graduação dos cursos de Engenharia Elétrica,
Mecânica, Ambiental, Materiais e P, contando ainda,
com a orientação e auxílio de professores da
instituição e de empresas patrocinadoras.
O trabalho realizado inicia-se com o estudo e
elaborações dos projetos posteriormente, adquirirmos
os materiais, efetuamos a montagem dos carros,
realizamos testes e colocamos o resultado à prova na
competição.
Trata-se de um trabalho contínuo de forma que a
cada competição, conseguimos aperfeiçoar nosso
trabalho e aplicar nossos conhecimentos nos carros a
fim de melhorar em qualidade e eficiência.
Nesse ano, a equipe liderada por Ian
Nishibayaski e Warlley Soares teve um desempenho
inédito na competição, alcançou o segundo lugar na
categoria carro elétrico, já a categoria etanol, cujo
titulo de campeão em 2012 era deles, não chegou
nem aos três primeiros do podium.
Após a chegada da equipe, nos tivemos o
privilégio de entrevistarmos dois integrantes da equipe que
fazem parte da eng. Ambiental, Henrique e Renan.
Camila: Essa é a primeira competição que vocês
participam?
Henrique e Renan: Sim, essa é a nossa primeira
participação.
Camila: Como foi o dia a dia de vocês na competição?
Henrique e Renan: O nosso dia a dia foi complicado, pois
sempre que achávamos que o carro estava pronto para a
corrida aparecia um problema para resolver.
No primeiro dia , quando chegamos em
interlagos, a equipe só teve tempo pra colocar as malas no
hotel e fomos direto para o kartódromo. No local,
começamos a fazer os teste no motor pra ver se ele ligava
e após a resposta positiva deste, começamos a regular o
modulo de injeção do motor, detalhe é que a regulagem
durou o dia inteiro e só saímos da oficina por volta de 4 da
manhã.
No segundo dia, ainda sem ter regulado o modulo
100%, em um dos teste com o motor, um rolamento que
estava fixado no eixo dele quebrou e nos tivemos que
correr atrás para comprar. Com muita dificuldade
conseguimos e seguimos o teste em frente e quando foi
umas 2 da manhã, finalmente, testamos o carro no chão, o
resultado, o motor não conseguiu empurra o carro,
frustrante. Seguimos a noite trocando o motor que estava
no carro por um reserva.
Equipe Ecofet em Interlagos. Fotografia: Henrique Figueiredo
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Henrique e Renan: A competição, embora seja acirrada,
tem um clima de grande amizade entre a maioria das
equipes e a cordialidade entre elas foi fundamental para
realizar trabalhos, visto que muitas vezes nos faltavam
ferramentas que foram emprestadas por outras equipes.
Camila: Quais as maiores dificuldades de participar de
uma competição desse nível?
Henrique e Renan: Os testes que são realizados para os
carros entrarem na pista e o próprio carro completar as
voltas estabelecidas no tempo certo são dificuldades
enormes, porque constantemente falhas ocorrem e os testes
não são completados.
Camila: Em fim, qual foi o maior aprendizado nessa
viagem?
Henrique e Renan: O aprendizado tirado nessa viagem
foi que o espirito de equipe é o maior bem já existente no
mundo, pois quando um grupo de pessoas está unido e
correndo atrás de um objetivo não a nada que os parem.
Após a competição, a equipe ECOFET vai entrar de férias
para poderem descansar um pouco e no final de setembro
eles irão retornar as atividades, com novas propostas para
o carro e muitas novidades para que no próximo ano mais
vitórias sejam alcançadas.
No terceiro dia, primeiro dias de vistoria e teste
valendo marca na pista, os carros não tiveram sucesso,
tanto o etanol quanto o elétrico, mas mesmo assim
seguimos em frente.
Já nos próximos dias, continuamos o trabalho
árduo sobre os carros até que no dia 30/08 a marca da
vitória foi imposta, 42,651 KJoules, a qual nos rendeu o 2
lugar na competição.
Camila: Com relação à competição, quantas categorias
são disputadas?
Henrique e Renan: São três categorias disputadas,
gasolina, etanol e elétrico.
Camila: Quais categorias vocês participaram?
Henrique e Renan: Participamos da categoria etanol e
elétrico.
Camila: Qual foi o aprendizado que vocês tiveram com
essa maratona?
Henrique e Renan: Aprendemos bastante sobre os carros
elétricos e etanol, mas também em como lidar com
problemas em equipe, estratégias sobre menor consumo de
combustível, e os resultados alcançados com o trabalho em
equipe fora gratificantes.
Camila: O que vocês acharam dessa competição?
SAINDO DA ZONA DE CONFORTO...
Este semestre trouxe algumas revelações muito
positivas. Que seremos futuros Engenheiros
Ambientais e Sanitaristas que são, por excelência,
profissionais muito dinâmicos e que transitam por
diversas áreas do saber, isso já era claro. Mas que
também seríamos desafiados a montar, por exemplo,
um jornal de forma a compartilhar de vários
conhecimentos da área ambiental, isso sim foi uma
surpresa. Vamos aos fatos: Chegamos a algumas
disciplinas neste semestre com uma ideia e fomos
plenamente desafiados a mudar nossa postura diante
das múltiplas situações propostas. Desde maquete,
visitas técnicas, palestras em outro idioma (espanhol),
odores não muito agradáveis (dá-lhe ETE onça),
dentre outras.
Como em todo o semestre, os alunos de
Ecologia Geral são desafiados a buscarem e construir
um projeto científico (árduo trabalho). De início,
confusão a vista: o que fazer, como fazer, vai dar
tempo? Muito sufoco e muita correria. São
experimentos que dão errados, alguns que tiveram de
ser repetidos, outros que demandavam visita constante
à sala que funciona como Laboratório de Ecologia.
Perguntas muitas vezes sem respostas, indagações
internas, um certo “entendi” quanto a algumas
orientações que, na verdade, não se fazia ideia da
trilha a se seguir... São momentos esses que fazem
toda a diferença. Resiliência é algo aplicado em
materiais, mas que pode também ser inserido em
nosso contexto. Sem perseverança não rola. Sem
aceitar mudar concepções também não. Engolir seco,
não é bom, mas pode ser necessário. Algumas
lágrimas podem rolar. Mas faz parte né? Ninguém
disse que seria fácil... e nem seria tão gratificante se o
fosse. Olha que legal: sabia que solo tem solução? Em
minha
primitiva ideia solo era sólido e ponto! Sem muito
“frufru”. Mas tem, acredita? Sabia que protex( o
sabonete lá) nem é tão “protex” assim??? Até uma
Wetland tem ação semelhante! Wetland? O que é
isso? É galera, muitas informações... sorção,
dessorção, absorção, adsorção... termos semelhantes
mas que tem significados correlacionados mas que
não são a mesma “coisa”.
Ah, mas nem só de sufoco vivemos.
Tivemos aulas e dizeres bem engraçados da
professora de microbiologia (salve chefe!),assim
como caras e bocas da mesma. Tudo super
dinâmico, mas uma ralação quanto a vários
trabalhos, seminários, visita técnica.
Quase no fim fizeram uma viagem para uma
Estalagem (eu não fui, raiva interna do trânsito).
Fiquei sabendo, por terceiros, que foi uma
experiência ímpar na qual vivenciaram um projeto
superinteressante dentro de uma ótica sustentável,
aliando lazer ao uso daquele local para atividades de
conservação ambiental, compostagem, tratamento
de esgoto.... Foram muitos carrapatos que curtiram,
e muito, o sangue da galera. Até competição para
ver quem tinha mais carrapatos fizeram, pode? Mas
ao que tudo indica foi um momento ímpar de
d„estresse no qual a diversão gerou muito
conhecimento e o fez criar raízes bem sólidas.Já
estava, antes mesmo de ir, imaginando o quanto
comeria e disseram-me que a comida era muito boa
mesmo e os funcionários da estalagem muito
receptivas para com os visitantes. Um dia de muita
paz, caminhadas, observações quanto à
grandiosidade da natureza... sensações que com
certeza ficaram no ideário dos alunos por muito
tempo. Então tá né! Acho que falei por demais. Mas
é tanto para contar que se não parar vão mandar-me
voltar para zona de conforto e para lá não voltarei
tão cedo!
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Percepção Acadêmica
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VERDÃO DIÁRIO
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OPINIÃO
A consciência ambiental e o desenvolvimento sustentável na
construção do Engenheiro Ambiental
„Um aprendizado específico foi que para se fazer um
bom artigo é preciso ter um bom referencial teórico,
caso contrário a análise dos resultados se torna uma
tarefa bem difícil. De modo geral, a disciplina
acrescentou muito conhecimento, visto que ecologia
engloba temas amplos, que são de grande utilidade no
contexto do Engenheiro Ambiental.‟
Ana Luisa Sales
„O semestre de ecologia foi bastante proveitoso. Essa
matéria dá uma direção para o curso depois de passar
pelo ciclo básico, e nos da a primeira percepção real
do curso. As visitas técnicas foram muito boas para o
aprendizado de alternativas sustentáveis e aplicações
da área. Os projetos foram apesar de trabalhosos
bastante educativos no quesito de montar algo que
pode realmente se efetivar na área gerando um
avanço no campo de pesquisa e soluções tecnológicas
sustentáveis.‟
Camila Arantes
„A disciplina de ecologia geral é bastante prática,
possibilitando a aplicação dos conhecimentos
adquiridos até então no curso. É uma disciplina que
exige esforço e dedicação , diria que uma iniciação
científica em 4 meses, ou quem sabe o início do
caminho para a elaboração do TCC.‟
Gabriela Barroso
„A disciplina de ecologia foi extremamente importante
para nosso desenvolvimento acadêmico, pois embora
trate de uma temática específica nos mostrou a
vivência dos trabalhos práticos de uma forma
abrangente. Exigiu trabalho em grupo, pesquisas,
comprometimento e dedicação na elaboração do
nosso projeto que com certeza será o primeiro de
muitos. Deixou lições valiosas com os conhecimentos
transmitidos pelas palestras.‟
Gabriela Xavier e Vanessa Pedrosa
„Disciplina muito proveitosa. Pudemos ter contato
direto com tudo aquilo estudado em sala de aula,
mostrando na prática realidades e soluções
sustentáveis que todo bom engenheiro ambiental deve
saber. Além, também, de vivenciar de maneira mais
intensa o que é CRIAR um trabalho científico, e em
grupo! A disciplina, da maneira que nos foi
apresentada e lecionada, foi importantíssima para o
desenvolvimento acadêmico do aluno.‟
Gustavo Dutra
„As palestras e visitas técnicas proporcionadas pela
matéria de ecologia geral foram muito interessantes e
de grande aprendizagem, pois, tivemos o privilegio
de conhecer os projetos ambientais aplicados em
Belo Horizonte e, ainda por cima, nos informamos
mais a respeito da atuação do engenheiro Ambiental
no mercado de trabalho. Já a elaboração do artigo
cientifico, essa etapa foi incrível, nos permitiu viver a
vida de um pesquisador, passando por todos os
processos de uma pesquisa, desde a elaboração do
referencial teórico ate a formulação do artigo.
Contudo, essas experiências foram de grande valor
para a construção de nossos caminhos como futuros
engenheiros.‟
Henrique Figueiredo
„As visitas técnicas agregaram novos conhecimentos
e experiências aos alunos, nos permitindo maior
compreensão das áreas de atuação do Engenheiro
Ambiental.‟
Karine Libanhia
„Com a disciplina ecologia geral unimos o
aprendizado à pratica, com isso nos aproximando
mais da nossa realidade. As diferentes palestras,
visitas técnicas e principalmente o projeto nos
possibilitou sair um pouco do ambiente de sala de
aula para poder, como falam, botar a mão na massa,
e assim descobrirmos experiências novas, que com
toda certeza nos ajudarão em um futuro próximo.‟
Luis Gustavo Cadavid
„A disciplina de ecologia nos permitiu ter um contato
maior e mais proveitoso com o curso, nos
direcionando mais para a realidade prática do
mesmo, que em minha opinião, é de extrema
importância! A experiência de visitas, palestras,
projetos de pesquisa complementaram o que
aprendemos em sala de aula, tornando tangível o
conhecimento adquirido. ‟
Nathalia Foureaux
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„O que a disciplina de Ecologia Geral nos
disponibilizou neste semestre, por meio de palestras,
projeto e visitas, foi um conteúdo riquíssimo que nos
educou como melhores preservadores do meio
ambiente, nos formou para sermos futuros
educadores, estimulou nossa inserção no campo de
tecnologias sustentáveis e, consequentemente, por
meio de tudo isso, ampliou nossa visão e nos fez mais
sonhadores com relação ao nosso curso de
Engenharia Ambiental.‟
Nicholas Phillip
„A disciplina de Ecologia Geral acrescentou novos
conhecimentos e aprendizados, através de visitas
técnicas, palestras e da elaboração dos projetos.
Com isso foi possível aplicar e ver na prática o
conteúdo que aprendemos dentro da sala de aula.‟
Paula Ferreira
„A experiencia e o conhecimento adquirido nas aulas
de Ecologia Geral durante este semestre foi notável.
Tivemos a oportunidade de visualizar em campo, o
conteúdo abordado nas aulas; assistimos
profissionais qualificados; produzimos o nosso
primeiro projeto acadêmico. Foi uma disciplina
produtiva em todos os aspectos.‟
Pedro Henrique Furbino
„Estar apenas em sala de aula, muitas vezes, não nos dá
a percepção real de tudo o que aprendemos. Visitas
técnicas e situações reais como as que nos foram
proporcionadas nos mostram o quão importante é o
nosso papel no mundo, como pessoas e como
profissionais.‟
Priscila Costa
„O aprendizado com a disciplina ecologia geral foi
fabuloso porque cada dia dedicado ao projeto era uma
forma de ver como podemos aprender sobre trabalhar
em grupo, pesquisar, descobrir e conhecer novas
coisas. Os dias em sala de aula não eram simplesmente
conteúdos repetitivos e já vistos mas aplicações no dia-
a-dia com palestras,seminários e trabalhos sobre a
matéria e conteúdos dela aplicados a engenharia. Os
esforços foram compensados com o jornal e todos
levam um conhecimento fundamental para a matéria de
ecologia de comunidades e todo o curso.‟
Renan Ansaloni
„Foi uma disciplina produtiva, pois tivemos a
oportunidade de ter uma visão mais ampla sobre a
nossa futura profissão e enriquecemos com conteúdos
além do que foi ensinado na sala: as palestras, visitas
técnicas e também o projeto que desenvolvemos.‟
Yu Ju Shen
Para refletir...
O futuro do planeta depende da educação e da consciência de cada um de nós, a
mudança necessária está nas pequenas ações diárias.
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Fique por
dentro!
Conheça alguns termos utilizado durante as reportagens!
HORIZONTAL
1 Um processo aeróbico controlado de decomposição da matéria orgânica por microorganismos, realizado no hotel
fazenda visitado pelos alunos, em Carandaí.
2 Sigla correspondente à quantidade de oxigênio consumido na degradação da matéria orgânica no meio aquático
por processos biológicos.
3 As bactérias __________ podem viver na ausência de oxigênio e, em uma fossa séptica, decompõem a parte
sólida provocando a eliminação de gás metano, gás carbônico e outros gases.
4 Muito além de conhecer o nosso meio ambiente, precisamos zelar por ele. E não se zela por alguma coisa,
somente conhecendo ou refletindo sobre. É preciso por „as mãos na massa‟. E o que se espera de cada um de nós, é
isso: Consciência Ambiental!
VERTICAL
1 É uma reação química causada pela absorção de fótons de luz, refere-se ao aumento da velocidade de uma
fotoreação pela ação de um catalisador, que foi muito abordado por um palestrante internacional.
2 É uma unidade de tratamento primário de esgoto doméstico de forma simples e barata utilizada, também, na
fazenda de Vinícius Calais.
3 É uma substância química que pode ser aplicado no tratamento de água, na inativação de bactérias, na limpeza
de superfícies e no tratamento da poluição do ar, foi brilhantemente abordada pelo Dr. Julian Andrés.
4 É a forma estável da matéria orgânica, formado por um processo a altas temperaturas, na fase de maturação.
Por Priscila Costa