Drogas e sinalização celular
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Comunicação entre as células• O organismo precisa de sinalização, ou seja, as células precisam de
receber sinais para realizarem suas funções. A comunicação celular é feita por meio de moléculas sinalizadoras .
• 3 tipos de comunicação : Endócrina , parácrina , sináptica
• Receptor celular : “ Moléculas proteicas cuja função é reconhecer e responder a ligantes endógenos” . Funcionam como transdutores de sinal convertendo um evento extracelular em sinais intracelulares .
• Os sinais inibem ou ativam as atividades celulares
• A resposta da célula depende do elenco de receptores que foram formados durante a sua diferenciação celular . Células diferentes respondem de forma diferente a mesma molécula sinalizadora extracelular.
Êxtase
O MDMA ou 3,4 metilenodioximetanfetamina, é um derivado da anfetamina e uma droga sintética e psicoativa com propriedades estimulantes e alucinógenas .
Vias de consumo
Uma pastilha de êxtase demora de 20 a 40 min. até chegar ao cérebro.
De 60 a 90 min. para atingir o grau máximo.
No geral, dura de 3 a 5 horas no organismo.
Efeitos imediatos:
Positivos
• Bom humor
• Energia
• Euforia
• Vontade de se comunicar
• Dissolução do medo obsessivo
• Sensação de brilho e intensidade Perda do apetite
Neutros
• Distorção visual
• Aumento do ritmo cardíaco e
• da pressão arterial
• Nervosismo, inquietação
• Emoções fortes e inesperadas
Negativos
• Incapacidade de lidar com emoções
• negativas e inesperadas
• Contração da mandíbula e bruxismo
• Dificuldade de concentração
• Alterações na memória
• Tensão muscular
• Disfunção erétil
• Náuseas, vômitos e tonturas
• Tristeza e angústia
• Psicoses, ataques de pânico, etc
Mecanismo de ação • Neurônios:
• Para comunicarem utilizam neurotransmissores (a serotonina, a dopamina, a noradrenalina, o glutamato, a glicina, o GABA, etc)
• Caracterizados pelo tipo de neurotransmissor que sintetizam
Tomemos como exemplo um neurônio serotoninérgico
O neurônio libera serotonina na sinapse que se liga a um receptor. Este envia uma informação que desencadeia reações químicas no neurônio receptor.
A molécula de serotonina é recapturada pelo transmissor e é armazenada novamente nas vesículas.
O Êxtase e o cérebro
Serotonina : regulação do humor, do ciclo do sono, do apetite e da dor.
O êxtase interfere na liberação de serotonina, agindo sobre os neurônios serotoninérgicos.
O êxtase altera a configuração da proteína de transporte invertendo seu funcionamento.
O transportador passa a levar serotonina do terminal axônico para a sinapse.
O êxtase interage com as vesículas onde a serotonina está armazenada, fazendo com que as moléculas de serotonina sejam despejadas no citoplasma da célula.
Parte da serotonina liberada será transportada para a sinapse, a outra será metabolizada pela enzima MAO ( monoamina oxidase).
Cocaína
• Mecanismo de ação (Toxicodinâmica)Euforia exacerbada em comparação a recompensa normal.
(dependência)
SEM COCAÍNA COM COCAÍNA
Heroína • Opiáceo : encontrados no ópio. Extraídos da resina de papoula.
• Uso remonta do século XIV. No fim de século XIX, a heroína foi utilizada como um remédio para a dependência causada pela morfina.
• Logo após a injeção de opióides, o usuário experimenta um "rush", uma "onda de prazer". Isso ocorre devido à rápida estimulação de centros cerebrais superiores, que pode ser seguido de depressão do sistema nervoso central.
• Podem ser endógenos (peptídeos – produzidos pelo organismo) ou exógenos
• As substâncias presentes no cérebro que atuam por meio de um receptor opióide são conhecidas como opióides endógenos, as principais famílias são a das encefalinas , endorfinas e dinorfinas.
• Os receptores opiáceos são receptores celulares para neurotransmissores presentes no sistema nervoso humano.
• Receptores de opiáceos : κ , μ e σ . Expressos em grande quantidade em tecidos periféricos, vasos sanguíneos , coração , vias respiratórias , intestino e células de imunidade .
• Os receptores opiáceos se ligam por meio da proteína G desencadeando diversos eventos intracelulares.
• Inibição da adenililciclase, diminuição da abertura dos canais de íons cálcio regulados por voltagem , estimulação da corrente de íons potássio , ativação da quinase C (PKC) e PLC .
• O principal efeito que os opiáceos geram na sinalização celular influencia nas células nervosas , os neurônios na qual o receptor opiáceo se liga ao efetor celular inibindo a ação da adenililciclase.
Maconha
• A Cannabis Sativa, conhecida no Brasil como maconha, é uma planta herbácea originária da Índia.
• É constituída por substâncias químicas chamadas canabinóides, sendo a principal delas o THC (tetraidrocanabinol).
• No organismo humano são produzidos canabinóides endógenos, a partir do ácido araquidônico. O mais estudado é a Anandamida ( N-aracdonoiletanolamina).
• O THC presente na maconha tem estrutura semelhante a Anandamida, e assim como ela, se liga aos receptores canabinóidespresentes no SNC e SNP.
Os receptores canabinóides
• Receptores CB1 ( Sistema nervoso central)
• Receptores CB2 (Sistema nervoso periférico)
Mecanismo de ação da Anandamina e do THC
• A anandamina, é liberada nas sinapses quando demandada no organismo. Se liga aos receptores canabinóides, agindo na ativação ou inibição de produção de neurotransmissores. Exemplo: neurotransmissores GABA(inibitórios) e glutamato (excitatórios).
*Membrana pós-sináptica ao ser ativada pelo neurotransmissor GABA provoca um aumento do fluxo de íons cálcio (Ca+) para dentro da membrana. Esse influxo libera anandamida para fora da sinapse. A anandamida se liga aos receptores CB1 na membrana pré-sináptica. Tal ligação bloqueia o processo energético que possibilitava a liberação de GABA na sinapse e o processo é interrompido.
• O sistema canabióide é um importante modulador das atividades psíquicas e motoras do organismo. Sendo o THC semelhante à anandamida, age também sobre os receptores CB1, porém de forma adversa.
• A anandamida é secretada localmente, enquanto o THC atinge todos os receptores CB1 ao mesmo tempo.
• O THC permanece horas no SNC, diferentemente do que faz os canabinóides endógenos.
• O THC é cerca de 20 vezes mais potente que a Anandamida.
• O THC se liga nos receptores CB1 dos neurônios opióides endógenos. Assim, liberam um sinal elétrico que estimula os neurônios dopaminérgicos a produzirem dopamina.
• A dopamina está ligada à sensação de bem-estar. O fato de ser liberada em maior quantidade com o THC é o que caracteriza o efeito de euforia e prazer dado pela maconha.
Efeitos da maconha
• A maconha interfere na coordenação e no equilibrio de movimentos, pelo fato de alterar o funcionamento normal das vias GABA e glutamato do cerebelo.
• O THC inibe principalmente a via excitatória dos neurônios presentes no hipocampo. Isso gera a perda da memória de curto prazo, bem como da noção de tempo e espaço.
• O THC inibe a produção da leptina (hormônio supressor do apetite) no hipotálamo, o que gera sensação de fome.
• Uso terapêutico:
• A maconha pode estimular o apetite em pessoas com AIDS;
• Tem efeito antiemético em pacientes com câncer;
• Diminui a pressão intraocular, aliviando os sintomas do glaucoma;
• Possui efeitos analgésicos.
Histórico • 1100 aC: Prova mais antiga do uso do
ergô, em escritos chineses (obstetrícia)
• Idade média: epidemias de envenenamento por ingestão de farinha infectada
• 1808: 1º uso médico oficial (Dr. John Stearns)
Esporão do centeio (ergô)
Fungo Claviceps purpurea
Histórico 1917: Arthur Stoll isola a ergotamina
1938: Hoffman isola LSD-25 pela primeira vez
1943: Hoffman reativa estudos sobre LSD-25 e inicia auto experimentação
1947: Sandoz disponibiliza Delysid para estudos Psiquiátricos
1966: Sandoz paralisa produção
Mecanismo de ação • Mecanismo ainda não foi completamente entendido• Atua no cérebro, na região do córtex • Interfere na ação do neurotransmissor serotonina por ambos terem
estruturas semelhantes, como o núcleo indol. • Atua no receptor 5HT2A (camundongos sem ele não reagiram ao LSD). • Com a presença de LSD a passagem do impulso do neurotransmissor
para o receptor, é muito mais rápida e intensa, causando o estado alterado de percepção.
• É metabolizada pelo fígado e rins e excretada pela urina e fezes, sendo eliminada do corpo em 24 horas.
Efeitos• Ilusões (deformação do corpo e objetos)• Delírios• Confusão mental• Dificuldade de raciocínio• Atitudes impulsivas e irracionais• Calafrios• Tremores• Sudorese• Dilatação das pupilas• Bad trips• Flashbacks
Referências bibliográficas
• Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein
• http://www.brasilescola.com/drogas/maconha.htm
• http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/maconha/
• http://www.ufpi.br
• www.ibmc.up.pt/e-drogas/PDF_geral/DOSSIER_ECSTASY.pdf
• NISHIMURA, Cynthia – Dietielamida do Ácido Lisérgico (LSD) – disponível em http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/cssn.pdf
• As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman - 12.ed. Capítulo 18 – Opióides, analgesia e tratamento da dor