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SUCESSO

Eduardo Shinyashiki

ESSÊNCIAA

DO

Gerente EditorialMarília Chaves

Assistente EditorialCarolina Pereira da Rocha

Produtora EditorialRosângela Barbosa

Controle de ProduçãoFábio Esteves

Projeto gráfico e DiagramaçãoBalão Editorial

RevisãoEditora Gente

Copyright © 2013 by Eduardo ShinyashikiTodos os direitos desta edição são reservados à Editora Gente.Rua Pedro Soares de Almeida, 114, São Paulo, SP – CEP 05029-030Telefone: (11) 3670-2500Site: http://www.editoragente.com.brE-mail: [email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Shinyashiki, EduardoA esseencia do sucesso / Eduardo Shinyashiki. -- São Paulo : Editora Gente, 2013.

Bibliografi a.ISBN 978-85-7312-929-8

1. Atitude (Psicologia) 2. Atitude - Mudança 3. Autorealização (Psicologia) 4. Felici-dade 5. Mudança (Psicologia) 6. Realização pessoal 7. Reflexão 8. Sonhos I. Titulo.

CDD-158

Índice para catálogo sistemático:1. Sonhos : Realização : Psicologia aplicada 158

Introdução: Buscar a visão total da própria vida

O cotidiano e o ritmo acelerado que ele impõe às pessoas faz com que muitas vezes a atenção seja voltada para aquilo que é mais urgente em cada momento. O “incêndio” da vez ou a área que está exigindo mais foco acabam apagando a visão geral que temos de nós mesmos. O sucesso, então, fica difícil de ser alcançado, pois, para ser realmente próspero e bem-su-cedido, é preciso ter sinergia entre todas as áreas da vida. O pai que trabalha 50 horas por semana e não vê os filhos cres-cerem não pode dizer que é bem-sucedido, pois o dinheiro que ganhou não comprará esses anos de volta, por exemplo.

Quantas vezes na semana você reflete sobre como os fatos ligados às diferentes dimensões da sua vida estão re-lacionados? Por exemplo, a sua última promoção no traba-lho aconteceu em um momento positivo no âmbito familiar? Além disso, como seu comportamento com os amigos e as pessoas queridas é modificado quando algo não está bem no escritório? Essas questões podem parecer simplórias, mas es-condem algo importante: a existência do plano macro – o plano geral da sua vida –, um modo de visualizar o mundo

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diretamente relacionado à sua totalidade e às conexões que se dão por detrás dos fatos.

Mas você pode estar pensando: “o que isso tem a ver com sucesso?” O sucesso se inicia quando conseguimos visualizar de maneira global tudo aquilo que queremos, para onde va-mos e quem desejamos ser. Nesse ponto, falo mais uma vez da necessidade de um bom planejamento. Estabeleça seus objetivos e pontue as metas sem deixar de lado os efeitos que elas terão no plano geral, pois tudo o que fazemos afeta todas as áreas de nossas vidas e, pensando assim, “separar vida pes-soal de vida profissional” é uma ilusão.

Para alcançar o sucesso, uma boa dica para a hora de se planejar é ouvir a sua intuição, aquilo que muitos chamam de “aquela voz que fala dentro de si”. A intuição, quando esti-mulada da maneira correta, pode ser uma potente ferramenta e aliada para as tomadas de decisão. Em outras palavras, de-vemos confiar em nossa intuição, deixando que ela nos guie e, à medida que essa relação se tornar mais forte e fluida, os insights serão mais assertivos e constantes. Ela é a voz da alma, e o meio para causar o “desempate” entre escolhas, pois sempre escolherá o que for melhor para você.

Sair da zona de conforto já resolve muita coisa

Você está vivendo sua vida conscientemente? Ou se esconde quando chega o momento de encarar os desafios? Depois de planejar o que quer, você consegue se expor e “entrar no fogo” para consegui-lo? Digo isso porque a tendência do nosso cé-rebro é encontrar e se adaptar à rotina, ele é naturalmente configurado para gerar uma série de repetições – e isso não é de todo ruim: economiza tempo e ajuda a preservar a espécie. Para nos proteger do estresse de estar sempre em estado de alerta, o cérebro cria alguns sistemas: as nossas rotinas. São as rotinas que nos previnem de ter de aprender a escovar os dentes todos os dias, por exemplo, mas que também podem engessar a maneira como vivemos.

Por essa razão, quando nos deparamos com algumas si-tuações de mudança, obrigamos o nosso cérebro a construir caminhos e, com isso, os medos são inevitáveis. Essas situa-ções são comuns na vida de todos, como buscar um emprego, iniciar um relacionamento ou enfrentar um novo desafio na empresa em que já atua.

Toda novidade carrega sempre três sensações negativas


básicas: inadequação, medo do ridículo e desvalorização. Pro-vavelmente você já passou por uma situação em que ficou exposto a essas sensações. Como, então, encarar esses senti-mentos que surgem no cotidiano sem receios?

Mudar de emprego ou obter uma posição melhor na em-presa é o objetivo de muita gente, e é esperado que o cres-cimento profissional esteja em nossos planos, entretanto, quantos realmente se dispõem a alcançar essa meta? Existem pessoas que, antes mesmo de tentar, focam as dificuldades e duvidam da própria capacidade. E, ao fazer isso, limitam sua visão aos pontos negativos, e desistem de antemão. Tudo isso é uma maneira de autodefesa, a situação atual transmite a sensação de mais estabilidade e segurança, pois não exige o esforço necessário para romper as barreiras daquilo que já foi estabelecido.

A inadequação, por exemplo, é muito comum nos tí-midos que, por medo da exposição e de se sentirem desva-lorizados diante de outras pessoas, alimentam a postura re-servada – fazendo das situações novas e dos momentos em que deveria se destacar verdadeiras torturas. É o mesmo caso daquele funcionário que se destaca por seus bons resultados, porém em uma reunião externa fica apagado. O medo de ser questionado, como “O que você acha disso?” ou “Quais são suas sugestões para que façamos isso?”, imediatamente faz o indivíduo ter a sensação de uma possível rejeição. Para evitar isso, por mais que domine o assunto, ele se prepara para fi-car invisível em situações consideradas de grande exposição. Por trás disso está um pensamento que diz: “é melhor passar

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despercebido do que ser exposto, pois o que importa são as metas batidas”.

Outro sintoma da inadequação é o frequente receio de ser abandonado. Esse medo se manifesta nas nossas insegu-ranças e tem origem dentro da nossa memória inconsciente. Dentro dela encontramos traumas do passado, experiências dolorosas e limitadoras, feridas não cicatrizadas que precisa-mos trazer à consciência, cuidar e curar – às vezes, com a aju-da de um profissional especializado, pois são capazes de sugar a energia vital para a conquista das mudanças. É como passar por um relacionamento que não deu certo e carregar apenas as lembranças ruins, deixando-as contaminar as próximas re-lações. Com esse cenário em mente, a pessoa cria barreiras que matam a intensidade do amor, até que ele deixe de existir. Essa trajetória faz a pessoa desistir daquilo que deseja por trazer à tona apenas os pontos negativos do relacionamento anterior.

Assim como a inadequação, o medo do ridículo nos blo-queia. Pensamos que nossas ideias não são efetivamente in-teressantes e boas o bastante. Perdemos a confiança em nós mesmos e, então, preferimos nos manter isolados, presos ao dia a dia sem emoções – mas que garante a consistência da imagem que construímos ao nos esconder.

Então, temos a sensação de desvalorização. Pensamos que nossos esforços não são nem serão reconhecidos. Senti-mos como se nadássemos contra a corrente e nada é o bas-tante para conquistar a credibilidade e o reconhecimento que almejamos.


Essas sensações são inevitáveis e involuntárias. Contudo, o importante é desenvolver ferramentas que lhe ajudem a en-carar essas situações. Isso é fundamental porque quando não temos o foco no objetivo, vem a desmotivação e acabamos esfriando o ímpeto de atingir o resultado. Com isso, sem que percebamos, aos poucos o compromisso com o sonho cai no esquecimento e deixa de ser prioridade. Muitas vezes, faze-mos poucas e fracas tentativas e, logo em seguida, desistimos. Quem opta por seguir esse caminho geralmente não evolui, pois não consegue interpretar o próprio contexto de vida, es-colhe apenas os padrões já conhecidos, que o condicionam a encontrar aquilo que está habituado a enxergar, como, em muitos casos, as possibilidades de fracasso e sofrimento. Para mudar, não existem fórmulas mágicas: é preciso utilizar ao máximo a própria vontade consciente, direcionar a atenção para o novo comportamento e ter uma prática mental e física persistentes, constantes e repetitivas para deixar novos traços permanentes no cérebro.

A fórmula neurológica para o sucesso está na intencio-nalidade: ter atenção direcionada e intenção consciente sobre aquilo que queremos, criando uma representação interna, uma imagem mental tão real que começamos a formar novas cone-xões cerebrais, que serão arquivadas como lembranças e ficarão à disposição para serem utilizadas quando necessário. Nesse momento, a mudança visualizada mentalmente está presente no cérebro fisicamente. Do imaginar, passamos ao fazer e aos exercícios de atos voluntários que dirigirão a pessoa ao início do caminho que ela realmente quer percorrer. E, finalmen-


te, alcançar com mais naturalidade a transformação desejada. Como podemos ver, trata-se de um processo de transformação e não apenas uma mudança rápida e brusca de atitude.

Nossa memória inconsciente nos “obriga”, muitas vezes, a pensar e agir de modo automático. Por isso, não é fácil mu-dar. É importante estar disposto a se conhecer, desmontar a sensação de repetição à qual estamos condicionados e man-ter a motivação. Focar nos objetivos com predisposição para enfrentar o desconhecido positivamente é o primeiro passo. Ao exercitar nossa mente, focar a atenção nos pensamentos e nas imagens mentais que queremos, sentindo a emoção envolvida nesse quadro ideal, pois é a experimentação des-sa emoção que modela e reorganiza nossas células cerebrais como se estivéssemos de fato realizando essas ações. Por isso, se deseja resultados diferentes para questões antigas, invista mais no inesperado, na criação dos novos caminhos e novas sensações. A resposta para o que fazer estará sempre em você.

exercício

Passo 1: Sinta em você a intenção de criar seu objetivo.Passo 2: Escolha o que você deseja criar.Passo 3: Escreva o objetivo. Passo 4: Verbalize o objetivo. Sente-se de maneira con-

fortável, com a coluna reta e verbalize seu objetivo. Repita-o várias vezes com os olhos fechados. Deixe que o som das pa-lavras ocupe todo seu ser, até que sinta como se o som viesse de uma voz interior e tomasse conta de todo o espaço em que você se encontra.


Passo 5: Visualize seu o objetivo concretizado em de-talhes, como você está com isso e como é a vida depois de conseguir o que queria, o resultado alcançado e sinta a emo-ção ligada a isso. Exercitar mentalmente a visualização do objetivo e dos resultados desejados é muito poderoso, causa muito impacto dentro de nós mesmos e nos faz caminhar mais rapidamente em direção àquilo que queremos. “Ver” nosso objetivo mentalmente por diversas vezes permite que ele comece a se tornar natural.

Para enfrentar o novo é preciso ter gosto por ele

Há sempre mais para ser explorado. Esse talvez seja o pen-samento que deveríamos ter ao menos uma vez por dia, para nunca baixar a guarda frente à rotina e olhar por cima do muro do cotidiano. Por esse pensamento, encontramos possi-bilidades onde antes parecia existir apenas o trivial.

Vamos a um exemplo prático? Quando você encontra um amigo que não vê há tempos e ele lhe pergunta sobre sua vida, o que você responde no primeiro momento? Em geral, começamos com as coisas que já são conhecidas, ou seja, o que já realizou e faz no presente. Dificilmente o primeiro assunto será sobre seu planejamento para o futuro e as des-cobertas feitas ao longo dos dias. Por uma característica de “sedentarismo mental”, sempre buscamos o estado de equilí-brio baseando-nos em fatos e situações que já nos são fami-liares e confortáveis - ainda que dentro desse cenário existam situações desagradáveis, olhar à frente exige uma quebra de padrão mental.

Refletindo sobre a nossa necessidade de viver o novo, é imprescindível que possamos nos maravilhar com as novi-


dades da vida constantemente. Deixe de lado, ainda que por apenas alguns instantes do dia, todas as certezas e busque as perguntas em vez das respostas. Lembre-se de que na his-tória da humanidade tivemos a queda de grandes verdades, entre elas, o pensamento de que a Terra era plana. Bem, se a curiosidade sempre nos levou a encontrar o nosso melhor, por que não utilizá-la a nosso favor também nas demandas da existência? Felizmente, não temos a capacidade de apren-der algo a ponto de dominá-lo, e isso nos exige uma renova-ção periódica do que acreditamos conhecer.

Contudo, quando deixamos de investir energia e tempo na tarefa de redescobrir, corremos o risco de cair no mar do conhecimento ignorante. Essa é a situação vivida pelos profis-sionais que viajam o mundo todo a trabalho sem se darem a oportunidade de explorar as regiões por onde passam com intensidade. Após algum tempo, eles até poderão ter muitas histórias interessantes para contar sobre suas idas e vindas, mas poucas terão realmente algo de original, pois é bem pro-vável que não eles não saibam falar sobre a arquitetura do lugar visitado ou de como seu povo se comporta.

Veja o que ninguém Vê

Em todos aqueles que alcançam o sucesso, é possível iden-tificar uma dinâmica comum: são pessoas que enxergam o que ninguém viu, olhando para as mesmas coisas. Inovações tecnológicas, novos estilos de comportamento e novas ten-dências no mercado surgem dessa maneira. É fácil comprovar essa situação. Há poucos anos, ninguém precisava de um te-


lefone celular para dar conta de sua existência. No início des-te ano, porém, o Brasil já contava com mais de 200 milhões de aparelhos, demonstrando que há uma necessidade bem estabelecida e madura por esse tipo de solução. Para os que estão pensando “ok, ele está falando de algo”, fica o convite: qual será o próximo celular da humanidade? Vislumbre essa resposta e poderá ser a mais nova personalidade do mundo.

aprender a aprender

“Viver e não ter a vergonha de ser feliz / Cantar e cantar e cantar / a beleza de ser um eterno aprendiz” – “O que é, o que é?”, Gonzaguinha.

Essa famosa canção de Gonzaguinha é o resumo do que há por trás de pessoas que unem sonho e vontade de fazer a diferença. Por isso, deixo aqui um pedido: crie um ambiente aconchegante em sua casa para realizar o café da manhã do aprendizado, deixe essa canção de fundo e escreva tudo o que você deve e deseja reaprender, aborde tópicos complexos ou simples, como aproveitar o amanhecer em um dia de folga. O importante é que você se reconecte com o espírito da boa desconfiança.

A desconfiança é a essência dos nossos questionamen-tos. Afinal, penso, logo existo? Ou existo, logo penso? Qual das duas máximas está correta? Simplesmente, as duas. Cada uma a seu tempo, refletindo uma passagem da humanidade. A primeira, defendida pelo filósofo francês René Descartes, em plena Idade Moderna, retrata o pensamento de uma das figuras-chave da Revolução Científica. A segunda talvez seja


a mais perfeita descrição da própria Revolução Científica, ou seja, traduz a Neurociência, que defende ser o homem capaz de primeiro sentir uma informação, depois raciociná-la, para finalmente agir.

E o que isso tem a ver com conhecimento? E com suces-so? Tudo, desde que se entenda conhecimento como a soma das experiências vividas, sentidas, racionalizadas e reagidas possíveis apenas a nós, seres humanos – então mantenha o foco em ser um aprendiz dos cinco sentidos e das expe-riências que teve. Desde o acordar, o mundo oferece infini-tas possibilidades de aprendizado para quem tem o olhar de aprendiz. Aliás, uma das coisas mais belas da vida é que ela está sempre em contínuo movimento e contínua evolução. Por esse motivo, o ser humano não é feito para viver em per-manente monotonia. Ao contrário, está sempre pronto a es-crever e reescrever sua história.

e por falar em história...Cada era da humanidade significou grandes mudanças. O homem, antes caçador, deu espaço ao agricultor e criador de animais e, na mais perfeita sintonia com o senhor tempo, foi construindo, solidificando, reconstruindo e modificando seu modo de se relacionar com o próprio legado até chegar à época da industrialização. E, desse ponto de nossa linha do tempo até o correr dos dias atuais, uma nova transição se instaura.

Chegamos à era do conhecimento e da habilidade para utilizá-lo. Isso porque de um conhecimento nascem outros


conhecimentos, de uma ideia, nascem outras ideias. De fato, o ser humano está sempre ampliando, enriquecendo e apro-fundando a maneira de estar no mundo.

E os dias de hoje também serão História! Estamos agora em plena Era do Conhecimento, uma

passagem na evolução humana que está comportando uma inovadora e diferente reestruturação da maneira de se viver e trabalhar, em que o principal desafio é aumentar a capacidade de aprender.

Não basta ter acesso a mais informações, é preciso saber usá-las para construir as habilidades para enfrentar as mudan-ças que nos esperam no horizonte contemporâneo. Para isso, é preciso ter “conhecimento do conhecimento”, desenvolver a capacidade de aprender, sintonizando-se com o sucesso e a partir do bom aprendizado encontrar oportunidades, pro-por e buscar novas ideias e estratégias para concretizar seus objetivos. O conceito de conhecimento vai além da simples informação, a representação de dados passivos permanentes até que alguém os interprete, organize, transforme e aplique no contexto específico e interaja com a realidade.

conhecimento e capital humano, uma única definição

Informação e conhecimento são obras humanas e só seremos capazes de administrá-las se considerarmos que as relações por nós estabelecidas desempenharam um papel fundamen-tal nesses últimos anos e continuarão a desempenhá-lo pelas próximas décadas.


O impacto de nossas relações no ambiente corpora-tivo é muito forte. Desde a Revolução Tecnológica, nossa concepção e nosso modo de executar o trabalho mudaram muito, e continuam a mudar. Nas empresas, o termo “capi-tal humano” indica o patrimônio de habilidade, ou seja, as capacidades técnicas e o conhecimento dos colaboradores que geram atitudes inovadoras. Esse é o ponto-chave para as movimentações corporativas: o conhecimento se tornou o precioso fator produtivo a ser gerenciado, pressuposto in-dispensável nas estratégias das companhias para alcançar resultados.

Estudos recentes sobre A importância do Conhecimento no século XXI, realizados na Universidad del Mar, apontam que, na sociedade, o conhecimento será o recurso primordial e os trabalhadores do conhecimento irão construir o grupo dominante da força de trabalho.

As três características principais da sociedade do conhe-cimento serão:

1. Ausência de fronteiras – o conhecimento se deslocacom menos esforço até do que o dinheiro;

2. Mobilidade para cima – o conhecimento está disponívelpara todos por meio de uma educação formal facilmenteadquirida;

3. Potencial para o fracasso, assim como para o sucesso –os meios para produção estão disponíveis, mas nem todosconseguem a efetividade dos conhecimentos necessáriospara o sucesso.


Essas três características, juntas, tornarão a sociedade do conhecimento altamente competitiva, tanto para as organi-zações quanto para os indivíduos. A fluidez dessa sociedade traz mais igualdade de recursos para as pessoas, mas reserva o sucesso para aquelas que conseguem usar os recursos e apren-der com eles, mantendo-se em constante evolução.

o maior desafio entre todos os conhecimentos: conhecer a si mesmo

Se esse é o desafio das corporações, é também um grande de-safio pessoal para trilhar o caminho da evolução e do cresci-mento. Como já previa Sócrates, “o verdadeiro conhecimento vem de dentro”. Isso porque, em última análise, o conheci-mento é uma condição individual, mas que, quando compar-tilhado, torna-se coletivo e universal.

O ser humano é quem dá o tom e utiliza todas as suas habilidades e competências para dialogar com o contexto, ve-rificar ideias, avaliar hipóteses e aprender novas estratégias para satisfazer suas necessidades.

Para ele, o conhecimento não tem limite. Evolui cons-tantemente em um incontrolável fluxo de informações, de re-flexões, descobertas, invenções. Quanto mais se amplia o co-nhecimento, mais o ser humano se depara com um horizonte repleto de infinitas possibilidades.

Assimile o conhecimento

Você sabe qual o método ideal para sua compreensão do co-nhecimento apreendido? São muitas as maneiras de apren-der, diversos os métodos de ensino, mas sempre têm aque-les que funcionam melhor para cada um de nós. Como você costuma fazer o processo de fixação? Discutindo com outras pessoas, reescrevendo o que aprendeu, parando para refletir? Saber essas respostas é importante para o autoconhecimento, assim você desenvolve a metodologia que o faz aprender mais rapidamente.

Vejamos as nossas principais memórias. Descubra qual a que mais se identifica com você e projete-se para usá-la nos momentos que exigem seu total foco.

Memória visual: somos extremamente ligados ao nosso olhar. Muitas vezes, fixamos informações como se fossem imagens em nossa mente. A visão é um dos sentidos que mais utilizamos e ela permite que guardemos as infor-mações desejadas e também paralelas e correlacionadas.

Memória auditiva: assim como a memória visual, a audi-tiva permite que façamos diversas associações. Aqueles


que possuem a memória auditiva aguçada conseguem facilmente guardar as informações transmitidas via ora-lidade, durante palestras, seminários e aulas.

Memória empírica: esta, por sua vez, está ligada às nossas experiências, que nos fornece ideias e conhecimentos a partir daquilo que vivemos, tenha sido bom ou ruim. A memória empírica provém dos fatos marcantes de nossa vida e, embora não se possa controlar quando eles acon-tecerão, o indivíduo aproveita-se do aprendizado obtido na experiência e aplica-o em situações futuras similares.

Agora é com você: MUDE!

“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”. A máxima, é claro, só poderia ser de Platão. A questão é: estaria o filósofo, anos antes de Cristo, dialogando sobre o mundo moderno?

Se pensarmos na luz como as questões planejadas e não pla-nejadas que acontecem em nossas vidas, sim. Se entendermos luz como a capacidade de ser brilhante diante das adversidades que a vida nos apresenta e produzirmos as mudanças necessá-rias, logo a máxima aplica-se perfeitamente aos dias de hoje.

Pensar na capacidade de estar de frente com a luz diz respeito aos últimos anos, que, assim como citado anterior-mente, marcaram a humanidade no contexto empresarial. Nos dias de hoje, palavras como incerteza, processos de rea-daptação, risco e complexidade se tornaram extremamente presentes e provocam um sentimento de medo e insegurança nas pessoas. Estas, muitas vezes, aceitam situações ou se aco-modam em nome da “segurança”, o que as faz aceitar menos do que merecem e se tornam, então, uma mera sombra da-quilo que poderiam ser, do potencial inexplorado.


Mas estamos “seguros” do quê exatamente? O ser huma-no não se dá conta de que viver na zona de conforto e na zona de segurança são as duas grandes ilusões da vida.

E aí nos perguntamos: por que, no momento de enfren-tar as mudanças, o medo paralisa e bloqueia o fluir da ação? De onde vem o medo da mudança se, desde que nascemos, vivemos em contínua transformação?

Nascer e mudar são duas palavras que se completam e coexistem. Enquanto a primeira significa entrar em um mundo preestabelecido e desconhecido, uma vez que de um ambiente líquido, passamos a ter de respirar, tendo de superar uma situação de dificuldade e enfrentar o desafio; já mudar nada mais é do que aceitar os fatos e seguir com eles por uma rota de ascensão.

Crescemos, aprendemos a andar, falar, brincar, se rela-cionar, e assim por diante, sempre enfrentando as mudanças da vida. Por meio de contínuos ajustes e redirecionamentos, tentamos encontrar o nosso lugar no mundo, realizar-nos pessoal e profissionalmente e construir autoestima e identi-dade sólidas.

É quase banal falar da necessidade de mudança em nossas vidas. Tudo está em contínua transformação e em movimen-to. Entretanto, se é tão obvio, por que temos medo da mu-dança, receio e muitas vezes até a evitamos conscientemente?

É nessa hora que gosto de uma frase de Érico Veríssi-mo que diz: “quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”. Entre erros e acertos, aprendemos que a mudança


não é algo linear, definido, mas um processo de adaptação e aprendizagem contínuo, em que as crenças são questionadas e as situações conhecidas são frequentemente transformadas, desequilibrando a ilusória estabilidade e segurança às quais nos acostumamos.

Paradoxalmente, só podemos nos definir corajosos quan-do mesmo em momentos de medo que, até certo grau, é a reação natural de defesa, criamos estratégias diferentes de superação. Vale lembrar que coragem é a energia dentro de nós que se desenvolve para nos ajudar a enfrentar o medo. No entanto, quando o medo é exagerado, ele pode paralisar a ação e criar verdadeiros conflitos internos e, consequente-mente, também externos.

Então, quais são as dinâmicas emotivas que acontecem nas pessoas ao enfrentar as mudanças? Só de ouvir a palavra mudança, o risco é que a primeira reação seja de medo e, se esse sentimento inibir a curiosidade e o desejo de experimen-tar algo novo, pode contribuir decisivamente para a falência do projeto.

Se as transformações da vida nos confirmam que tudo possui um tempo finito, diante das mudanças precisamos ter atitude e postura adequadas para estarmos abertos a acolhê--las, pois só assim podemos enxergar as novas possibilidades presentes em cada situação, estimulando nossa mobilidade mental.

Quando a mudança acontece por variáveis que não po-demos controlar, tendemos a nos agarrar a velhos esquemas de pensamento e comportamento. Não sabemos dar lugar ao


novo e nos perguntamos por que os acontecimentos da vida desestabilizam nossos planos, colocando nossas certezas em dúvida. Em vez de enfrentar as mudanças como oportunida-de de crescimento, passamos a resistir a elas, criando confli-tos, dor, sofrimento e uma sensação de perda de controle da situação.

Sendo assim, não só podemos como merecemos sair da zona de conforto e desenvolver a flexibilidade, irmã da cria-tividade, pois é por meio dela que soluções diferentes e ino-vadoras são imaginadas, e as experimentamos agindo. A ação ajuda no treino do cérebro que, com os avanços da ciência, demonstrou não ser estático nem rígido. As células cerebrais, os neurônios, são constantemente remodeladas e reorganiza-das por nossos pensamentos e nossas experiências. Na práti-ca, os neurônios se conectam entre si por meio de impulsos elétricos e químicos, e se comunicam através das sinapses. Juntos, formam ligações permanentes, porém modificáveis: as redes neurais. Precisamos utilizar ao máximo nossa vonta-de consciente, direcionar nossa atenção para o novo compor-tamento e ter uma prática mental e física persistentes, cons-tantes e repetitivas para deixar os novos traços armazenados. A mudança é assim, a essência da nossa evolução e a chave para o nosso sucesso.

Coloque a mudança em prática

O que realmente motiva o ser humano pessoal e profissional-mente para desenvolver suas atividades? Quais as exigências essenciais que direcionam as decisões e os comportamentos das pessoas? Para responder a essas perguntas, podemos re-fletir sobre a satisfação de algumas necessidades básicas de uma pessoa e sobre novas maneiras de se posicionar no mun-do a partir de quatro fatores importantes:

1- Sentir-se capaz e eficaz na interação com o contexto em que se encontra, podendo exercitar suas habilidades e competências, aprendendo e aperfeiçoando suas poten-cialidades. Nesse ponto, a pessoa pode treinar e colocar em prática a determinação e a capacidade de melhorar a si mesma e sua performance;

2- Sentir-se bem e integrado com os outros, pertencendo a um grupo, uma organização ou uma comunidade. Aqui, o indivíduo pode exercer a flexibilidade, a cooperação e acomunicação;

3- Sentir-se livre e preparado para fazer as próprias escolhas a partir de sua vontade e autonomia para tomar decisões. Assim, treina-se a autoconfiança, a criatividade e o foco;


4- Sentir-se responsável por suas metas, estabelecendo ob-jetivos claros para definir o que precisa ser feito. Colo-ca-se em prática a responsabilidade, a perseverança e a realização.

É nesse último item – metas e objetivos - que gostaria de aprofundar algumas reflexões, pois poucas pessoas definem, de maneira clara e precisa, os resultados que desejam atingir. As que fazem isso, consequentemente, conseguem organizar sua vida pessoal, profissional e o seu cotidiano de modo har-mônico e satisfatório.

Quando crianças, as pessoas nos perguntavam: “O que você quer ser quando crescer?”. Essa questão já direcionava nosso pensamento para visualizarmo-nos no futuro, fazen-do-nos pensar em sonhos e desejos.

Estabelecer as metas nos leva ao sucesso, direciona nossa energia e transforma visões e estratégias em realidade con-creta, organizando prioridades e ações. Entretanto, quantos profissionais negligenciam a definição dos objetivos, perden-do, dessa maneira, tempo, forças, foco e direção? Quantos, assim, perdem a concentração e deixam a mente dispersa e frágil frente aos imprevistos e às variáveis da vida?

Um dos maiores desafios do ser humano é definir uma visão de médio e longo prazos em relação aos seus desejos. Muitas vezes, a pessoa, seja no contexto pessoal ou profis-sional, quer resultados imediatos e não consegue visualizar o alvo a ser conquistado nem ter a percepção dos passos e do tempo necessários para concretizar o objetivo.


Além de não terem claros os próprios projetos de vida e como estruturar o trabalho para isso, muitas pessoas, infe-lizmente, passam de uma ação a outra sem a clara direção e o real significado para suas ações. Na verdade, a falta de au-toprojeção no futuro comporta ações sem resultados, gerando confusão e estresse.

Lembro-me de um lindo pensamento de Lao Tsé, filó-sofo da China antiga, que dizia que aquele que conhece o próprio objetivo sente-se forte; essa força o torna sereno; essa serenidade assegura a paz interior; somente a paz interior permite a reflexão profunda. A reflexão profunda é o ponto de partida de todo sucesso.

Os líderes sabem que definir metas oferece a oportuni-dade aos colaboradores de demonstrar e colocar em prática suas capacidades e potencialidades, permitindo que suas con-tribuições e competências sejam valorizadas, o que fortalece a motivação, a satisfação, a autoconfiança e o entusiasmo.

Os objetivos são desejos, aspirações e sonhos colocados no futuro, pois uma pessoa consegue, com sua mente, se pro-jetar no tempo. Ela é capaz de ver a situação do presente e imaginar como poderia ser ou gostaria que fosse no futuro. O indivíduo tem a habilidade de ver aquilo que ainda não existe e imaginar algo melhor.

Nada é mais desafiador e emocionante do que criar as metas e os ideais na própria mente, antecipando-se ao futuro, e colocar em prática as ações que, em um passo de cada vez, nos fazem sentir mais próximos da concretização da realida-de escolhida.


Em algumas palestras, falo que existem duas estratégias: a primeira, que a maioria das pessoas faz e que não conduz a resultado nenhum, consiste em estabelecer o objetivo al-mejado e, na sequência, fazer uma lista com tudo aquilo que tornará impossível a realização desse objetivo; a outra, que é a estratégia que considero realmente vencedora, estabelecer o objetivo e elaborar uma lista de tudo o que precisa ser fei-to para transformá-lo em realidade. Em vez de identificar o obstáculo e se perder nele, coloque a atenção no que precisa ser feito para dar um passo à frente, em direção ao resultado escolhido.

Desenvolva em sua mente o modelo de pensar do ven-cedor, daquele que sabe da existência dos desafios, mas que pode transformá-los em realização. Basta se perguntar o que precisa ser feito para conquistar seu objetivo.

Mãos à obra e vamos fazer o que precisa ser feito!

Resumo:

✓Analise sua vida buscando uma visão geral de como as coisas estão e como as mudanças lhe afetam.

✓Faça planos visualizando como seria sua vida se conse-guisse realizá-los.

✓Torne-se um ávido aprendiz, lembrando que é isso que vale na Sociedade do Conhecimento.

✓Estabeleça suas metas.

✓Parta para a mudança.

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