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2.4.6. Produto dos n Primeiros Termos de uma Progressão Geométrica Suponha que (A n ) é uma progressão geométrica. Seja P n o produto dos n primeiros termos da seqüência (A n ), ou seja, P n = A 1 .A 2 .A 3 ...A n – 2 .A n – 1 .A n . Invertendo a ordem dos termos nesta multiplicação obtemos: P n = A n .A n – 1 .A n – 2 ...A 3 .A 2 .A 1 . Multiplicando termo a termo as duas expressões que fornecem P n : (P n ) 2 = (A 1 .A n )(A 2 .A n – 1 )(A 3 .A n – 2 )...(A n .A 1 ) Sabemos que em uma PG: A 1 .A n = A 2 .A n – 1 = A 3 .A n – 2 = ... = A k .A n – k + 1 . Assim: 4 4 4 4 4 4 3 4 4 4 4 4 4 2 1 parcelas n n 1 n 1 n 1 n 1 2 n ) A . A )...( A . A )( A . A )( A . A ( ) P ( = n n 1 n ) A . A ( P = Também podemos escrever P n em função do primeiro termo e da razão: ( ) ( ) ( ) 2 / n 1 n 2 1 2 / n 1 n 1 1 2 / n n 1 n q . A q A . A A . A P = = = 2 ) 1 n ( n n 1 n q . A P = Exemplos: 1) (UFRJ-2001) Seja x 0 , x 1 , ..., x n , ... uma seqüência infinita de números reais. Sabendo que x 0 =10 e que os logaritmos decimais a 0 = log x 0 , a 1 = log x 1 , ..., a n = log x n , ... formam uma PG de razão 1/2, calcule o valor limite do produto P n = x 0 x 1 x 2 ...x n quando n tende a infinito. Solução: O termo geral da PG é igual a a n = a 0 .q n = n n 10 2 1 2 1 . 10 log = . Logo: a n = log 10 x n n n 2 1 a n 10 10 x = = . Quando n tende a infinito: 100 10 10 10 ... 10 . 10 . 10 . 10 ... x x x x P 2 ) 2 / 1 ( 1 1 ... 2 1 2 1 2 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 3 2 1 0 3 2 3 2 1 0 = = = = = = + + + + . 2) (ITA-89) Numa progressão geométrica de razão q sabemos que a 1 = 1/q, a 1 a n = (2/3) 5 e o produto dos n primeiros termos é q 20 . Então a soma dos n primeiros termos é igual a: a) 6 8 8 3 2 3 2 1 b) 6 6 6 3 2 3 2 1 c) 6 8 8 3 2 3 4 1 d) 6 6 6 3 2 3 4 1 e) 8 6 6 3 2 3 4 1 Solução: Se a 1 é igual a 1/q, então da PG é dada por: ... , q , q , q , 1 , q 1 3 2 , onde o termo geral é 2 n n q a = . Note que: n n 1 2 n ) a a ( ) P ( = n 5 40 3 2 q = 5 n / 40 3 2 q = (1) Igualando (1) e (2): 5 3 n 2 n n 1 3 2 q q . q 1 a a = = = (2) Logo: n / 40 3 n q q = 1 q , 0 q n 40 3 n = n 2 – 3n – 40 = 0 (n – 8)(n + 5) = 0 0 n > n = 8. Substituindo n = 8 em (2): 5 5 3 2 q = 3 2 q = . Conseqüentemente: 6 8 8 8 8 1 8 3 2 3 2 1 1 ) 3 / 2 ( ] 1 ) 3 / 2 )[( 2 / 3 ( 1 q ) 1 q ( a S = = = .

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  • 2.4.6. Produto dos n Primeiros Termos de uma Progresso Geomtrica Suponha que (An) uma progresso geomtrica. Seja Pn o produto dos n primeiros termos da

    seqncia (An), ou seja, Pn = A1.A2.A3...An 2.An 1.An.

    Invertendo a ordem dos termos nesta multiplicao obtemos: Pn = An.An 1.An 2...A3.A2.A1.

    Multiplicando termo a termo as duas expresses que fornecem Pn:

    (Pn)2 = (A1.An)(A2.An 1)(A3.An 2)...(An.A1)

    Sabemos que em uma PG: A1.An = A2.An 1 = A3.An 2 = ... = Ak.An k + 1. Assim:

    444444 3444444 21

    parcelasn

    n1n1n1n12

    n )A.A)...(A.A)(A.A)(A.A()P( = n

    n1n )A.A(P =

    Tambm podemos escrever Pn em funo do primeiro termo e da razo:

    ( ) ( ) ( ) 2/n1n212/n1n112/nn1n q.AqA.AA.AP === 2)1n(n

    n1n q.AP

    =

    Exemplos:

    1) (UFRJ-2001) Seja x0, x1, ..., xn, ... uma seqncia infinita de nmeros reais. Sabendo que x0 =10 e que os logaritmos decimais a0 = log x0, a1 = log x1, ..., an = log xn, ... formam uma PG de razo 1/2, calcule o

    valor limite do produto Pn = x0x1x2...xn quando n tende a infinito.

    Soluo:

    O termo geral da PG igual a an = a0.qn =

    n

    n

    102

    1

    2

    1.10log =

    .

    Logo: an = log10 xn n

    n 2

    1

    an 1010x == .

    Quando n tende a infinito:

    100101010...10.10.10.10...xxxxP 2)2/1(11

    ...2

    1

    2

    1

    2

    11

    2

    1

    2

    1

    2

    1

    2

    1

    3210

    323210

    ====== ++++

    .

    2) (ITA-89) Numa progresso geomtrica de razo q sabemos que a1 = 1/q, a1an = (2/3)5 e o produto dos

    n primeiros termos q20. Ento a soma dos n primeiros termos igual a:

    a) 6

    88

    3

    23

    2

    1 b)

    6

    66

    3

    23

    2

    1 c)

    6

    88

    3

    23

    4

    1 d)

    6

    66

    3

    23

    4

    1 e)

    8

    66

    3

    23

    4

    1

    Soluo:

    Se a1 igual a 1/q, ento da PG dada por:

    ... ,q ,q ,q ,1 ,

    q

    1 32 , onde o termo geral 2nn qa= .

    Note que: nn12

    n )aa()P( = n5

    40

    3

    2q

    = 5

    n/40

    3

    2q

    = (1)

    Igualando (1) e (2):

    5

    3n2nn1

    3

    2qq.

    q

    1aa

    === (2)

    Logo: n/403n qq = 1q,0q

    n

    403n = n2 3n 40 = 0 (n 8)(n + 5) = 0

    0n> n = 8.

    Substituindo n = 8 em (2):

    5

    5

    3

    2q

    = 3

    2q = .

    Conseqentemente: 6

    88881

    83

    23

    2

    1

    1)3/2(

    ]1)3/2)[(2/3(

    1q

    )1q(aS

    =

    =

    = .

  • 4.14. PRINCPIO DA INCLUSO-EXCLUSO No captulo 1, quando enunciamos o princpio da adio, colocamos que se uma deciso d1 pode

    ser tomada de n1 maneiras, a deciso d2 poder ser tomada de n2 maneiras e as decises so

    independentes, ento o nmero de maneiras de se tomarem as decises d1 ou d2 n1 + n2. Em linguagem

    de conjuntos, se A B = , ento n(A B) = n(A) + n(B). Mas o que ocorre se A B ? Como dentro de n(A) o valor de n(A B) contado uma vez e dentro de n(B) o valor de n(A B) contado novamente uma vez, ento o nmero n(A) + n(B) possui contado duas vezes o valor de n(A B). Como devemos contar apenas uma vez o valor de n(A B), ento podemos afirmar que, se A B , ento n(A B) = n(A) + n(B) n(A B). Para trs conjuntos, disjuntos aos pares, podemos fazer o seguinte:

    n(A B C) = n((A B) C) = n(AB) + n(C) n((AB)C) n(A B C) = n(A) + n(B) n(A B) + n(C) (n(A C) + n(B C) n(A B C)) n(A B C) = n(A) + n(B) + n(C) n(A B) n(A C) n(B C) + n(A B C) Vamos agora generalizar esta idia. Para 1 k n, definimos

  • 14) (Olimpada da Holanda-92) Quatro dados no-viciados so jogados. Qual a probabilidade que o produto dos nmeros que aparecem nas faces superiores dos dados seja 36?

    Soluo: Existem quatro diferentes possibilidades do produto valer 36:

    i) {1, 1, 6, 6}: ocorre em !2!2

    !4= 6 maneiras ii) {2, 2, 3, 3}: ocorre em

    !2!2

    !4= 6 maneiras

    iii) {1, 4, 3, 3}: ocorre em !2

    !4= 12 maneiras iv) {1, 2, 3, 6}: ocorre em 4! = 24 maneiras

    Desta forma, a probabilidade do produto ser 36 27

    1

    6

    241266p

    4=

    +++= .

    15) (AIME-98) Nove cartes numerados com 1, 2, 3, ... , 9 so aleatoriamente divididos entre trs pessoas, cada um recebendo trs cartes. Determine a probabilidade que a soma dos nmeros dos cartes

    de cada pessoa seja um nmero mpar.

    Soluo: Seja A o evento que consiste em separar os 9 nmeros em 3 ternos de modo que a soma dos nmeros

    dos ternos seja mpar. O espao amostral formado por todos os conjuntos de 3 ternos que podemos

    formar com nove primeiros inteiros positivos. Para o clculo de n() devemos inicialmente escolher os trs nmeros que ficaro com a primeira pessoa, depois escolher os trs nmeros que ficaro com a

    segunda pessoa e finalmente escolher os 3 nmeros que ficaro com a terceira pessoa.

    Assim, temos que n() = C9, 3.C6, 3.C3,3 = 84.20.1 = 1680. Como de 1 a 9 existem 5 inteiros mpares e 4 pares a nica possibilidade de que a soma 3 ternos de

    nmeros seja mpar que um deles receba 3 nmeros mpares, outro receba um nmero mpar e dois

    pares e o ltimo receba tambm um nmero mpar e dois pares.

    Temos o seguinte esquema de distribuio dos nmeros:

    I I I I P P I P P

    Deste modo, n(A) = (C5, 3)(C2, 1.C4, 2)(C1, 1.C2, 2) = (10)(2.6)(1.1) = 120.

    Portanto: 14

    1

    1680

    120

    )(n

    )A(npA ==

    = .

    16) (Olimpada da Blgica-2001) Em um programa de TV trs homens escolhem, independentemente, suas mulheres favoritas entre trs mulheres e, ao mesmo tempo, estas trs mulheres escolhem seus

    homens favoritos. Se um homem e uma mulher escolhem um ao outro, ento eles ganham uma viagem.

    Qual a probabilidade que o programa distribua trs viagens?

    a) 0,2% b) 0,8% c) 2,5% d) 4,0% e) 16,7%

    Soluo: Sejam os homens dados pelas letras A, B e C e as mulheres dadas pelas letras a, b e c. Vamos organizar

    o espao amostral de modo que seus elementos sejam da forma (x1, x2, x3, x4, x5, x6), onde:

    x1 = mulher escolhida pelo homem A; x2 = mulher escolhida pelo homem B; x3 = mulher escolhida pelo

    homem C; x4 = homem escolhido pela mulher a; x5 = homem escolhido pela mulher b; x6 = homem

    escolhido pela mulher c. Como cada xi possui 3 possibilidades de escolha, ento n() = 36.

    Seja A o evento pedido no enunciado. As trs passagens sero distribudas nos casos em que as letras da

    seqncia x1-x2-x3 sejam todas distintas e sejam as minsculas das letras da seqncia x4-x5-x6. Por

    exemplo, se as escolhas dos homens, nesta ordem, sejam b-a-c, ento as escolhas das mulheres devem

    ser, nesta ordem, B-A-C. Portanto, uma vez definida a seqncia x1-x2-x3 (com letras distintas), a

    seqncia x4-x5-x6 j est definida. Conclumos, ento, que n(A) = 3!. %8,03

    !3

    )(n

    )A(n)A(p

    6=

    =

  • II. Autovalor e Autovetor de uma matriz quadrada 2.1. Vetores fixos ou invariantes.

    Def.1: Dada uma matriz real A = (aaj)nxn, um vetor coluna Xnx1 dito um vetor fixo ou invariante de A se

    AX = X.

    Ex.1: Dada I2 =

    10

    01, qualquer vetor X =

    y

    x um vetor fixo de I2 pois

    =

    y

    x

    y

    x

    10

    01

    OBS: Procure justificar porque Xnx1 =

    0

    :

    0

    0

    um vetor fixo de qualquer matriz Anxn

    2.2. Autovalor e Autovetor:

    Def.2: Seja uma matriz real quadrada Anxn. Se existirem um e um vetor coluna Xnx1, no nulo tais que AX = X , diremos que um autovalor (valor prprio ou valor caracterstico) de A e X um autovetor (vetor prprio ou vetor caracterstico) de A associado a .

    Ex1: Seja A =

    20

    02, como

    20

    02

    =

    =

    y

    x2

    y2

    x2

    y

    x segue-se que 2 o autovalor de A e

    0

    0

    y

    x autovetor de A associado ao autovalor 2.

    OBSERVAO IMPORTANTE: Se X um autovetor de A associado a um autovalor , ento *comx. tambm o ser.

    2.3. Polinmio e equao caracterstica. Sejam Anxn, um autovalor de A e Xnx1 um autovetor de A associado a . Ento:

    AX =

    ==

    nn2n1n

    n22221

    n11211

    a.........aa

    ..................................

    a.........aa

    a.........aa

    0X)AI(0AXX

    A expanso deste determinante nos fornece P( ), conhecido como polinmio caracterstico de A e P(X) = 0 chama-se equao caracterstica de A e suas razes caractersticas ou autovalores de A.

    Ex. 1: Seja A =

    10

    22. Vamos obter:

    1) Seu polinmio caracterstico.

    2) Sua equao caracterstica.

    3) Os autovalores de A.

    Soluo:

    0y

    x

    10

    22

    10

    01

    y

    x

    y

    x

    10

    22=

    =

    . Como queremos soluo no triviais temos que:

    ( ) ( ) 01210

    22==