Doença de Parkinson

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Doena de Parkinson

Desenho descritivo da doena de Parkinson porWilliam Richard Gowers, que foi publicado pela primeira vez no livroManual of Diseases of the Nervous System(1886).

Classificao e recursos externos

CID-10G20,F02.3

CID-9332

DiseasesDB9651

MedlinePlus000755

eMedicineneuro/304neuro/635in youngpmr/99rehab

Aviso mdico

Adoena de Parkinson,mal de Parkinsonouparalisia agitante, descrita pela primeira vez porJames Parkinsonem1817,1 caracterizada por uma doena progressiva do movimento devido disfuno dosneurniossecretores dedopaminanosgnglios da base, que controlam e ajustam a transmisso dos comandos conscientes vindos docrtexcerebral para osmsculosdocorpo humano. No somente os neurnios dopaminrgicos esto envolvidos, mas outras estruturas produtoras deserotonina,noradrenalinaeacetilcolinaesto envolvidos na gnese da doena.O nome "Parkinson" apenas foi sugerido para nomear a doena pelo grandeneurologistafrancsJean-Martin Charcot, como homenagem a James Parkinson.2A doena de Parkinson idioptica, ou seja uma doena primria de causa obscura. Hdegeneraoe morte celular dos neurnios produtores de dopamina. portanto umadoena degenerativadosistema nervoso central, com incio geralmente aps os 50 anos de idade. uma das doenas neurolgicas mais freqentes visto que sua prevalncia situa-se entre 80 e 160 casos por cem mil habitantes, acometendo, aproximadamente, 1% dos indivduos acima de 65 anos de idade. possvel que a doena de Parkinson esteja ligada a defeitos sutis nasenzimasenvolvidas na degradao das protenasalfanuclenae/ouparkina(no Parkinsonismo gentico o defeito no prprio gene da alfanuclena ou parkina e mais grave). Esses defeitos levariam acumulao de incluses dessas protenas ao longo da vida (sob a forma doscorpos de Lewyvisiveis aomicroscpico), e traduziriam-se na morte dos neurnios que expressam essas protenas (apenas os dopaminrgicos) ou na sua disfuno durante a velhice. O parkinsonismo caracteriza-se, portanto, pela disfuno ou morte dos neurnios produtores da dopamina no sistema nervoso central. O local primordial de degenerao celular no parkinsonismo asubstncia negra, presente na base domesencfalo.Embora seja mais comum em idosos, a doena tambm pode aparecer em jovens. Um britnico de 23 anos j foi diagnosticado com Parkinson e seus sintomas iniciaram com um pequeno tremor na mo aos 19 anos de idade.3H mais de um milho de sofredores s nesse pas. Noutrospases desenvolvidosa incidncia semelhante. A idade pico de incidncia por volta dos 60 anos, mas pode surgir em qualquer altura dos 35 aos 85 anos.O Mal de Parkinson uma doena que ocorre quando certosneurniosmorrem ou perdem a capacidade. O indivduo portador de Parkinson pode apresentartremores,rigidezdos msculos, dificuldade decaminhar, dificuldade de seequilibrare deengolir. Como esses neurnios morrem lentamente, esses sintomas so progressivos no decorrer de anos.No Brasil apenas 10% dos pacientes com parkinson desenvolvemdemnciaenquanto em outros pases os nmeros variam entre 20 e 40%.4ndice[esconder] 1Manifestaes clnicas 2Tratamento Psicolgico 3Tratamento Fisioteraputico 4A Alimentao 4.1A doena de Parkinson e o uso de agrotxicos 5Prognstico 6Referncias 7Ligaes externasManifestaes clnicas[editar|editar cdigo-fonte]A Doena de Parkinson caracterizada clinicamente pela combinao de trs sinais clssicos: tremor de repouso, bradicinesia e rigidez. Alm disso, o paciente pode apresentar tambm:acinesia,micrografia, expresses como mscara, instabilidade postural, alteraes na marcha eposturaencurvada para a frente. O sintoma mais importante a ser observado abradicinesia.Os sintomas normalmente comeam nas extremidades superiores e so normalmente unilaterais devido assimetria da degenerao inicial no crebro.A clnica dominada pelos tremores musculares. Estes iniciam-se geralmente em umamo, depois napernado mesmo lado e depois nos outros membros. Tende a ser mais forte em membros em descanso, como ao segurar objetos, e durante perodosestressantese menos notvel em movimentos mais amplos. H na maioria dos casos mas nem sempre outros sintomas como rigidez dos msculos, lentido de movimentos, e instabilidade postural (dificuldade em manter-se em p). H dificuldade em iniciar e parar a marcha e as mudanas de direo so custosas com numerosos pequenos passos.O doente apresenta uma expresso fechada tipo mscara sem demonstrar emoo, e uma voz monotnica, devido ao deficiente controle sobre osmsculosdafaceelaringe. A sua escrita tende a ter em pequeno tamanho (micrografia). Outros sintomas incluem deteriorao da fluncia da fala (gagueira),depressoeansiedade, dificuldades de aprendizagem,insnias, perda do sentido doolfato.O diagnstico feito pela clnica e testes musculares e dereflexos. Normalmente no h alteraes nasTomografia computadorizadacerebral,eletroencefalogramaou na composio dolquido cefalorraquidiano. Tcnicas damedicina nuclearcomoSPECTsePETspodem ser teis para avaliar o metabolismo dos neurnios dos ncleos basais. Cintilografia com SPECT/CT utilizando trodat-1Por outro lado, ossintomascognitivos, embora comumente presentes na DP, continuam a ser negligenciados no seu diagnstico e tratamento.5Existem evidncias de distrbios nos domnios emocional, cognitivo e psicossocial,6destacando-se: depresso,7ansiedade;8prejuzos cognitivos9e olfativos;10e, em particular, ademnciana DP.11A incidncia de demncia na DP seis vezes maior do que na populao geral, e a prevalncia varia entre 10% a 50%.11Caracteriza-se por reduo ou falta de iniciativa para atividades espontneas; incapacidade de desenvolver estratgias eficientes para a resoluo de problemas; lentificao dos processos mnemnicos e de processamento global da informao; prejuzo da percepo visuoespacial; dificuldades de conceitualizao e dificuldade na gerao de listas de palavras.12O reconhecimento precoce desses sintomas e seu tratamento so fatores cruciais para uma melhor abordagem clnica da DP.13Tratamento Psicolgico[editar|editar cdigo-fonte]90% das pessoas com Parkinson sofrem tambm com algum outro transtorno psiquitrico em algum momento14. Dependendo do caso esses transtornos podem tanto ter colaborado para o desenvolvimento quanto serem consequncia da doena ou mesmo no terem relao direta, essas trs possibilidades tem embasamento cientfico. Mas independente de serem causa, consequncia ou coincidentes, os distrbios cognitivos,transtornos de humoretranstornos de ansiedadefrequentes causam grandes prejuzos na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares.15O transtorno mais comum foi adepresso nervosa, identificada em 32% dos casos, e responsvel por agravar os problemas motores, de sono, alimentares e de dores.16Diversos medicamentos psiquitricos, inclusive o anti-depressivo mais usado (fluoxetina), podem agravar os sintomas do Parkinson17, ressaltam a importncia do acompanhamento feito por psiclogos para melhorar a qualidade de vida do paciente e especialmente de seus cuidadores. Vrias grandes cidades possuem servios de sade voltados para o idoso e que incluem servios de apoio psicolgico ao portador de parkinson e seus cuidadores como a Associao Brasil Parkinson:[2], a ABRAZ:[3]e a Associao Portuguesa de Doentes de Parkinson[4].Como antidepressivos pioram a funcionalidade do paciente uma opo aEstimulao Magntica Transcraniana(EMT) porm ela cara e de difcil acesso. Uma opo semelhante e mais acessvel aeletroconvulsoterapia.18Tratamento Fisioteraputico[editar|editar cdigo-fonte]

Fotografia de 1892 de um paciente com Parkinson.O tratamento fisioteraputico atua em todas as fases do Parkinson, para melhorar as foras musculares, coordenao motora e equilbrio.O paciente com Parkinson, geralmente est sujeito a infeces respiratrias, que ocorrem mais com os pacientes acamados. Nestes casos afisioterapiaatua na manuteno da higiene brnquica, estmulo a tosse, exerccios respiratrios reexpansivos. Em casos mais graves,em que h comprometimento da musculatura respiratria, indicado o tratamento com aparelhos de ventilao mecnica e respiradores mecnicos no invasivos, visando a otimizao da ventilao pulmonar, com conseqente melhora do desconforto respiratrio.Evidncias clnicas dos efeitos do exerccio fsico ou reabilitao para indivduos com DP so geralmente associadas s intervenes com probabilidade de exercer impacto sobre escalas clnicas estadiamentode Hoehn e Yahr, UPDRS (Unified Parkinson's Disease Rating Scale) ou limitaes funcionais marcha, subir/descer escadas, levantar da cama/cadeira, preveno de quedas (CRIZZLE e NEWHOUSE, 2006). O treinamento de resistncia muscular localizada e equilbrio aumentaram a fora muscular, a postura e a orientao espacial de pacientes com DP (HIRSCH et al., 2003). O treinamento emesteira ergomtrica(MIYAI et al, 2002), a fisioterapia (NIEWBOER et al., 2001) e esportes adaptados (KURODA et al., 1992) diminuram a gravidade da doena pela escala UPDRS. Pacientes com DP que praticam exerccios apresentaram menores ndices de mortalidade do que os sedentrios (REUTER et al., 1997).Em vrios estudos clnicos foi observada ligeira predominncia do sexo masculino, porm existem algumas questes sobre a forma de seleo dos pacientes. Em trabalhos que calcularam a prevalncia e incidncia da doena de Parkinson , no foi demonstrada diferena significativa em relao ao sexo quanto ao risco de contrair a doena. O aumento da esperana de vida no modificou de forma importante o nmero de parkinsonianos, permanecendo a prevalncia da doena bastante estvel desde o incio do sculo.A Alimentao[editar|editar cdigo-fonte]Conforme referido anteriormente, a doena de Parkinson caracterizada por degenerao de neurnios pigmentados da substncia negra, localizados nos gnglios da base cerebral, e os sintomas resultantes refletem a depleo doneurotransmissordopamina. Se o processo desencadeado por algo no meio ambiente, por uma falha gentica ou pela combinao de ambos no est claro, embora um defeito no cromossomo 4 tenha sido recentemente apontado como uma causa em alguns casos.De evoluo lenta e quase sempre progressiva, a doena de Parkinson apresenta, nos indivduos, sintomas clnicos que incluem tremor, rigidez,acinesia, lentido de movimentos (bradicinesia) e alterao da postura. Sintomas no motores podem aparecer tambm. Estes incluem sudorese excessiva ou outros distrbios do sistema nervoso involuntrio e problemas psquicos como depresso e, em estgios mais avanados, demncia. Segundo COHEN (1994), 15 a 25% dos idosos, em geral, que apresentamdepresso, desenvolvem sintomas psiquitricos que podem comprometer o estado nutricional.A acinesia e os distrbios correlatos, j mencionados, interferem decisivamente nos atos motores bsicos como a marcha, a fala e nas atividades que requerem a conjugao de atos motores como o vestir-se, a higiene corporal e a alimentao. medida que a doena evolui, o paciente vai se tornando mais lento e mais enrijecido. A rigidez das extremidades e o controle da posio da cabea e do tronco podem interferir com a capacidade do paciente de cuidar de si mesmo, inclusive quanto alimentao. O ato de se alimentar torna-se mais lento e os movimentos simultneos, tais como, aqueles necessrios para manusear os talheres, mostram-se difceis. Esses sintomas levam muitas vezes o parkinsoniano a um grau considervel de dependncia em relao a seus familiares. Alm desses, o paciente apresenta tambm dificuldade de deglutio, da motricidade gstrica e esofagiana, constipao intestinal, problemas vasomotores, da regulao arterial, edemas, dificuldade de regulao da temperatura corporal, perturbaes do sono e perda de peso.19A doena de Parkinson e o uso de agrotxicos[editar|editar cdigo-fonte]So crescentes as indicaes de correlao entre o uso de agrotxicos e o aumento no risco de desenvolvimento da doena da Parkinson. Nos Estados Unidos a doena de Parkinson mais comum entre homens do meio rural do que em outros grupos demogrficos, o que pode ser explicado pela maior possibilidade de exposio aosagrotxicos. Estudo realizado por pesquisadores do University of Texas Southwestern Medical Center20e publicado pela revistaArchives of Neurology, sugere que pessoas com doena de Parkinson possuem nveis mais elevados doinseticida-hexaclorociclohexano (-HCH) no sangue do que as pessoas saudveis. O inseticida foi encontrado em 76% das pessoas com Parkinson (contra m 40% das pessoas saudveis do grupo de controle e 30% das pessoas comdoena de Alzheimer).Os pesquisadores testaram o sangue dos participantes para 15 conhecidosagrotxicosorganoclorados. Estes agrotxicos, dentre os quais o conhecidoDDT(Dicloro-Difenil-Tricloroetano), foram amplamente utilizados nos EUA desde adcada de 1950at osanos 1970e persistem no ambiente durante anos. No organismo, essas substncias se dissolvem em gorduras, podendo causar danos no sistema nervoso. Embora o estudo aponte para uma relao direta entre o inseticida HCH (hexaclorociclohexano) e a doena de Parkinson, os pesquisadores acreditam que outros pesticidas e contaminantes ambientais podem estar entre as causas do desenvolvimento da doena.Outra pesquisa recente (Nitratospodem ser acionadores ambientais de Alzheimer, diabetes e doena de Parkinson) sugere uma associao entre os nitratos presentes em nosso meio ambiente e o aumento das mortes por doenas insulino-resistentes, incluindo doena de Alzheimer, adiabetes mellitus, a doena de Parkinson e aesteatose hepticano-alcolica.21Prognstico[editar|editar cdigo-fonte]O curso progressivo ao longo de 10 a 25 anos aps o surgimento dos sintomas. O agravamento contnuo dos sintomas, para alm da importncia da dopamina para o humor, levam a alteraes radicais na vida do doente, e depresso profunda freqentemente.A sndrome de Parkinson no fatal mas fragiliza e predispe o doente a outras patologias, comopneumoniade aspirao (o fraco controle muscular leva a deglutio da comida para os pulmes) e outras infeces devido imobilidade.Referncias1. Ir para cimaAspectos neurolgicos da Doena de Parkinson2. Ir para cimahttp://www.parkinson.med.br/artigo_2.html3. Ir para cimaG1.Britnico diagnosticado com doena de Parkinson aos 23 anos. Visitado em 04/05/2010.4. Ir para cimaSilberman, Cludia; Marinho, Valeska; Laks, Jerson; Engelhardt, Eliasz.(2002) Demncia e doena de Parkinson: Reviso de publicaes brasileiras de 1980 a 2000.http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?papappaopsdndhfveutgbryfbrtgvytbwiefIsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=366271&indexSearch=ID5. Ir para cimaCOLLOCA, 20046. Ir para cimaGUPTA e BATHIA, 20007. Ir para cimaRICHARD, 20078. Ir para cimaMEARA e HOBSON, 19989. Ir para cimaWILLIAMS-GRAY et al., 200710. Ir para cimaALBERS et al., 200611. Ir para:abEMRE, 200412. Ir para cimaWILLIAMS-GRAY et al., 200613. Ir para cimaZESIEWICZ et al., 200614. Ir para cimaMarsh L. Neuropsychiatric aspects of Parkinson's disease. Psychosomatics. 2000;41:15-23.15. Ir para cimaZach M, Friedman A, Slawek J, Derejko M. Quality of life in Polish patients with long-lasting Parkinson's disease. Mov Disord. 2004;19(6):667-72.16. Ir para cimaNAKABAYASHI, Tatiana Iuriko Kawasaki et al. Prevalncia de depresso na doena de Parkinson. Rev. psiquiatr. cln. [online]. 2008, vol.35, n.6 [cited 2011-03-12], pp. 219-227 . Available from: . ISSN 0101-6083. doi: 10.1590/S0101-60832008000600003.17. Ir para cimaEM Gatto, M Fernndez. Fluoxetina y Parkinson; Fluoxetine and Parkinson's disease. Rev. chil. neuro-psiquiatr;32(1):125-6, ene.-mar. 1994. ilus.[1]18. Ir para cimaFregni, Felipe.(2004) Comparao entre a resposta antidepressiva terapia farmacolgica e a estimulao magnetica transcraniana de repetio em pacientes com doena de Parkinson. So Paulo; s.n; 2004. [189] p. ilus, tab, graf.http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=397925&indexSearch=ID19. Ir para cimaA Alimentao na Doena de Parkinson, por Cludia Carvallheira Farhud e Maria de Ftima Nunes Marucci.20. Ir para cimaElevated Serum Pesticide Levels and Risk of Parkinson Disease21. Ir para cimaPesquisa sugere a associao do inseticida hexaclorociclohexano doena de Parkinson. PortalEcoDebate, 14 de julho de 2009.Ligaes externas[editar|editar cdigo-fonte] O poder da msica sobre os sintomas do Parkinson Cursos em Neurologia e NeuroCincias Asociacion Parkinson TARAY Aranjuez MADRID ESPAA Associao Brasil Parkinson Pesquisas com doena de Parkinson no Brasil