Doença de Huntington

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Doença de Huntington A doença de Huntington, (DHQ) mal de Huntington ou coreia de Huntington é um distúrbio neurológico he- reditário caracterizado por causar movimentos corporais anormais e falta de coordenação, também afetando vá- rias habilidades mentais e alguns aspectos de personali- dade. Por ser uma doença genética, atualmente não tem cura. No entanto, os sintomas podem ser minimizados com a administração de medicação. É significativamente raro, com uma prevalência de 3 a 7 casos por 100 000 habitantes. [1] Deve seu nome ao médico norte-americano George Huntington, de Ohio, que a descreveu em 1872. Essa enfermidade tem sido bastante estudada nas últimas décadas, sendo que em 1993 foi descoberto o gene cau- sador da doença. 1 Causas Huntigton causa degeneração dos núcleos lenticulares (em roxo), responsável dentre outras funções pelo controle de movimentos voluntários. Trata-se de doença hereditária, causada por uma mutação genética no cromossomo 4. Trata-se de doença autossômica dominante, então se um dos pais tem Hun- tington, os filhos tem 50% de chances de também desen- volverem a doença. Se um descendente não herdar o gene da doença, não a desenvolverá nem a transmitirá à gera- ção seguinte. 2 Sintomas Os sintomas típicos de Huntigton são: Coreia (movimentos involuntários, rápidos, irregu- lares e sem finalidade dos membros, da face e/ou do tronco, geralmente associados à hipotonia e à dimi- nuição da força muscular) Perda progressiva de memória Depressão Disartria (perda gradativa dos músculos da fala, com voz pastosa) Fala incompreensível, hesitante, explosiva e desor- ganizada Mastigação e deglutição difíceis Perda da visão periférica O paciente de DH não morre da doença, mas das compli- cações oriundas destes sintomas e sequelas instaladas no decorrer da evolução da doença, que é lenta e fatal: tais como fraturas por quedas, leucemia devido a desnutrição grave, por não conseguir deglutir, e outras 3 Diagnóstico O exame genético é determinante. O exame clínico é aná- lise dos sintomas relatados e do histórico familiar da do- ença. Pode ser diagnosticado por exame genético no feto durante a gravidez. [2] 4 Causas O DNA é constituído de substâncias químicas denomina- das nucleotídeos. O indivíduo possuidor dessa desordem apresenta em seu material genético repetições anormais da sequência de nucleotídeos citosina, adenina e guanina (CAG), responsáveis pela codificação da glutamina. Na pessoa sã a sequência CAG é encontrada com repeti- ções menores que 20; já em pessoas portadoras da do- ença de Huntington há sempre mais de 36 repetições, tornando assim o gene defeituoso. Estudos recentes in- dicam que essa região de poliglutamina interfere na in- teração normal entre uma região rica em glutamina do fator de transcrição chamado sp1 e uma região rica em glutamina correspondente no “TAFII130”, uma subuni- dade de um componente da maquinaria de transcrição 1

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Doença de Huntington

A doença de Huntington, (DHQ) mal de Huntingtonou coreia de Huntington é um distúrbio neurológico he-reditário caracterizado por causar movimentos corporaisanormais e falta de coordenação, também afetando vá-rias habilidades mentais e alguns aspectos de personali-dade. Por ser uma doença genética, atualmente não temcura. No entanto, os sintomas podem ser minimizadoscom a administração de medicação. É significativamenteraro, com uma prevalência de 3 a 7 casos por 100 000habitantes.[1] Deve seu nome ao médico norte-americanoGeorge Huntington, de Ohio, que a descreveu em 1872.Essa enfermidade tem sido bastante estudada nas últimasdécadas, sendo que em 1993 foi descoberto o gene cau-sador da doença.

1 Causas

Huntigton causa degeneração dos núcleos lenticulares (em roxo),responsável dentre outras funções pelo controle de movimentosvoluntários.

Trata-se de doença hereditária, causada por umamutaçãogenética no cromossomo 4. Trata-se de doençaautossômica dominante, então se um dos pais tem Hun-tington, os filhos tem 50% de chances de também desen-volverem a doença. Se um descendente não herdar o geneda doença, não a desenvolverá nem a transmitirá à gera-ção seguinte.

2 Sintomas

Os sintomas típicos de Huntigton são:

• Coreia (movimentos involuntários, rápidos, irregu-lares e sem finalidade dos membros, da face e/ou dotronco, geralmente associados à hipotonia e à dimi-nuição da força muscular)

• Perda progressiva de memória

• Depressão

• Disartria (perda gradativa dos músculos da fala, comvoz pastosa)

• Fala incompreensível, hesitante, explosiva e desor-ganizada

• Mastigação e deglutição difíceis

• Perda da visão periférica

O paciente de DH não morre da doença, mas das compli-cações oriundas destes sintomas e sequelas instaladas nodecorrer da evolução da doença, que é lenta e fatal: taiscomo fraturas por quedas, leucemia devido a desnutriçãograve, por não conseguir deglutir, e outras

3 Diagnóstico

O exame genético é determinante. O exame clínico é aná-lise dos sintomas relatados e do histórico familiar da do-ença. Pode ser diagnosticado por exame genético no fetodurante a gravidez. [2]

4 Causas

ODNA é constituído de substâncias químicas denomina-das nucleotídeos. O indivíduo possuidor dessa desordemapresenta em seu material genético repetições anormaisda sequência de nucleotídeos citosina, adenina e guanina(CAG), responsáveis pela codificação da glutamina. Napessoa sã a sequência CAG é encontrada com repeti-ções menores que 20; já em pessoas portadoras da do-ença de Huntington há sempre mais de 36 repetições,tornando assim o gene defeituoso. Estudos recentes in-dicam que essa região de poliglutamina interfere na in-teração normal entre uma região rica em glutamina dofator de transcrição chamado sp1 e uma região rica emglutamina correspondente no “TAFII130”, uma subuni-dade de um componente da maquinaria de transcrição

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2 8 LIGAÇÕES EXTERNAS

Cérebro de uma vítima da doença de Huntington com o núcleocaudato degenerado.

chamado TFIID. Essa interferência dificulta a transcri-ção nos neurônios do cérebro, incluindo a transcrição dogene para o receptor de um neurotransmissor.[3]

Embora cada célula do corpo tenha duas cópias de cadagene, é suficiente uma cópia do gene anormal para que setenha esta doença. Então, pode-se dizer que o gene quecondiciona a doença deHuntington é um gene dominante.

5 Desenvolvimento

Desenvolve-se lentamente, provocando uma degeneraçãoprogressiva do cérebro, especialmente dos núcleos lenti-culares.A sobrevida varia muito de indivíduo para indivíduo, masgeralmente é de cerca de 10-20 anos após o apareci-mento do primeiro sintoma. A morte não é pela doença,mas sim, como consequência de problemas respiratórios(30%) ou cardíacos (25%) causados pela movimentaçãoineficiente da musculatura, por suicídio (7%) que tem umrisco aumentado pelo quadro depressivo ou devido às le-sões de quedas frequentes e por mal nutrição.Tem a mesma probabilidade de se desenvolver em ambosos sexos. É muito mais comum entre os descendentes deeuropeus ocidentais, sendo raro em asiáticos e africanos.

6 Tratamento

Não possui cura, porém possui tratamento sintomáticoe pesquisas genéticas em primatas estão desenvolvendouma terapia de silenciamento dos genes causadores dadoença.[4] Existem diversos medicamentos para diminuí-rem os sintomas e o progresso da doença. Exercícios cog-nitivos diários ajudam a preservar as habilidades mentaisreduzindo a perda de memória, percepção e orientação.

6.1 Implante de células-tronco

Este tratamento tem por base a substituição de neurôniosmortos através de uma injeção de células-tronco pluri-potentes na área afetada, que ao serem estimulados ade-quadamente formam novos neurônios, aliviando os sin-tomas e prolongando a expectativa de vida. Este trata-mento já está sendo testado em animais com resultadossignificativos.[5]

7 Referências[1] Cardoso, F. (2006). “Seminar on choreas.”. Lancet Neu-

rol 5: 589-602.

[2] De Die-Smulders, C. E. M.; De Wert, G. M. W. R.; Li-ebaers, I.; Tibben, A.; Evers-Kiebooms, G. (2013). “Re-productive options for prospective parents in families withHuntington’s disease: Clinical, psychological and ethicalreflections”. Human Reproduction Update 19 (3): 304–315. doi:10.1093/humupd/dms058. PMID 23377865.

[3] Andrew SE, Goldberg YP, Kremer B et al. (1993). “Therelationship between trinucleotide (CAG) repeat lengthand clinical features of Huntington’s disease”. Nat. Ge-net. 4 (4): 398–403. doi:10.1038/ng0893-398. PMID8401589.

[4] McBride JL, Pitzer MR, Boudreau RL et al (25 October2011). “Preclinical Safety of RNAi-Mediated HTT Sup-pression in the Rhesus Macaque as a Potential Therapyfor Huntington’s Disease”. Molecular Therapy 19 (12):2152–2162. doi:10.1038/mt.2011.219. PMC 3242667.PMID 22031240.

[5] Cundiff PE, Anderson SA (31 May 2011). “Impact ofinduced pluripotent stem cells on the study of central ner-vous system disease”. Current Opinion in Genetics & De-velopment 21 (3): 354–361. doi:10.1016/j.gde.2011.01.008. PMID 21277194.

8 Ligações externas• Associação Brasil Huntington

• HDBuzz - Notícias científicas sobre a doença deHuntington, em linguagem simples, escrito por ci-entistas

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9 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem

9.1 Texto• Doença de Huntington Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Huntington?oldid=43697589 Contribuidores: ManuelAnastácio, Mschlindwein, Leandromartinez, OS2Warp, Porantim, Santosga, Jo Lorib, Reynaldo, Nice poa, FSogumo, Yanguas, Thijs!bot,Belanidia, NunoAgostinho, JAnDbot, Alchimista, Rhcastilhos, Jorgehen, Barão de Itararé, TXiKiBoT, Gunnex, VolkovBot, SieBot, AbudAl-Zahli, Yone Fernandes, Bluedenim, Gerakibot, Leandro Drudo, Gusloureiro, Beria, Pedrovitorh2, BOTarate, Esfenoide, Eternamen-teAprendiz, Lockalbot, Vitor Mazuco, Cadizia, ThrasherÜbermensch, Luckas-bot, Vanthorn, Salebot, Vardock, SuperBraulio13, Xqbot,Almabot, RibotBOT, R3n4to, Alch Bot, Viniciusmc, FMTbot, Tiago Peixoto, EmausBot, Raros21, Stuckkey, WikitanvirBot, PedR, Mer-lIwBot, Jan Ramos, Shgür Datsügen, Zoldyick, Fbetti9, Dexbot, YFdyh-bot, Addbot, Jotabatman, 420blazeitnigguhwiggah e Anónimo:111

9.2 Imagens• Ficheiro:Asclepius_staff.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/19/Asclepius_staff.svg Licença: Public do-main Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Lusanaherandraton

• Ficheiro:BrainCaudatePutamen.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/33/BrainCaudatePutamen.svg Li-cença: Public domain Contribuidores:

• Basal_Ganglia_and_Related_Structures.svg Artista original: Basal_Ganglia_and_Related_Structures.svg: John Henkel• Ficheiro:Huntington.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/67/Huntington.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 Con-tribuidores: Obra do próprio Artista original: Frank Gaillard

• Ficheiro:Neuron_with_mHtt_inclusion.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/03/Neuron_with_mHtt_inclusion.jpg Licença: CC BY 3.0 Contribuidores: Study Using Robotic Microscope Shows How Mutant Huntington’s Disease ProteinAffects Neurons. Press releases. National Institute of Neurological Disorders and Stroke (2004-10-13). Retrieved on 2009-03-15. Artistaoriginal: Dr. Steven Finkbeiner, Gladstone Institute of Neurological Disease, The Taube-Koret Center for Huntington’s Disease Research,and the University of California San Francisco

• Ficheiro:Star_of_life.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Star_of_life.svg Licença: Public domain Con-tribuidores:

• http://www.tramah.info Artista original: Gustavb• Ficheiro:Star_of_life_caution.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d5/Star_of_life_caution.svg Licença:LGPL Contribuidores: After Staf of life caution.jpg where User:Mike.lifeguard - merged Nuvola apps important yellow.svg and Star oflife.svg Artista original:

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