Documento Reservado

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Veja onde mora o perigo das drogas em Curitiba # 48 ABR/2O12 Ano 4 www.documentoreservado.com.br R$ 1O,OO Fim das filas no Porto Página 28 SEM DESTINO Moradores de rua perambulam pela cidade pedindo esmolas e dormindo ao relento. A Prefeitura de Curitiba cumpre seu papel social, mas o número de sem teto é grande Repaginando o Código Penal Repaginando o Código Penal Ney Leprevost na vice de Ducci Ney Leprevost na vice de Ducci

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Edição de abril/2012

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Veja onde mora o perigo

das drogas em Curitiba

# 48 ABR/2O12 Ano 4www.documentoreservado.com.br

R$ 1O,OO

Fim das filas no PortoPágina 28

SEM DESTINOMoradores de rua perambulam pela cidade pedindo esmolas edormindo ao relento. A Prefeitura de Curitiba cumpre seupapel social, mas o número de sem teto é grande

Repaginandoo Código PenalRepaginandoo Código Penal

Ney Leprevost navice de DucciNey Leprevost navice de Ducci

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Jornalista responsável e editor-chefePedro Ribeiro

RedaçãoNorma Corrêa, Pedro Ribeiroe Lucian Haro

RevisãoNilza Batista Ferreira

ComercialJunior [email protected]

FotosFotos de Capa: Saymun SusukyShutterstock

IlustraçõesDavidson

Projeto Gráfico e DiagramaçãoGraf Digital

ImpressãoIdealiza Gráfica e Editora

Tiragem10.000 exemplaresImpresso em papel couché foscoLD 150 g, com verniz UV (capa)e couché fosco LD 90 g (miolo)

EndereçoRua João Negrão, n0. 731Cond. New York Building - 120. andar -sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR

Telefones(41) 3322-5531 / 3203-5531

[email protected]

REVISTA DOCUMENTO RESERVADONº 48 - ABRIL/2012

EXPEDIENTE

Profissãomendigo

editorial

essoas, sem lenço e sem documento, perambulando pelas ruas e dormin-do embaixo das marquises, pontes, viadutos, calçadas e ao relento.

Este é um triste quadro que podemos observar em Curitiba e nas grandescidades do País. Enquanto os governos batem na mesa afirmando que vemdiminuindo a pobreza no Brasil, não é bem isso que vemos nas ruas. Umnúmero cada vez maior de pedintes estão se amontoando nas cidades por faltade opção em suas localidades de origem.

A Prefeitura de Curitiba vem cumprindo seu papel social, mas só isso nãobasta. É preciso uma política para tentar, pelo menos, amenizar o problemaque aumenta a medida em que muitas dessas pessoas partem para o uso doálcool e de drogas mais pesadas como o crack. Acompanhe nossa reportagem.

Nessa edição, destaque especial para as conversas entre o PMDB do sena-dor Roberto Requião e o PSB de Luciano Ducci, com vistas às eleições para aPrefeitura de Curitiba. Veja também reportagem sobre a área agrícola brasileiraque já sinaliza como esperança de alimento para o mundo. O novo CódigoFlorestal, que minimiza punição a pequenos produtores rurais localizados àsmargens de rios e lagos e o velho Código Penal que começa a sofrer mudanças.

A revista Documento Reservado mostra ainda onde mora o perigo emCuritiba, ou seja, a concentração de crimes e tráfico de drogas. Ainda: aregulamentação da profissão de motorista e das casas de tolerância. Na colunasocial, a jornalista Lisley Chiquini acompanhou o lançamento do livro HeinzGeorg Herwig, O Alemão.

Boa leitura!

Pedro Ribeiro

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Circulação Maio/2012

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índice

28FIM DA FILAAutoridades da área de segurançaestăo propensas a acabar com as fi-las de caminhőes ao longo da BR 277em direçăo ao Porto de Paranaguá.Para isso, é preciso infraestrutura nopátio do porto e fiscalizaçăo e orien-taçăo nas rodovias.

31CÓDIGO FLORESTALO Congresso Nacional aprovou onovo Código Florestal, minimizandoa obrigatoriedade dos donos depequenas propriedades rurais situ-adas ŕs margens de rios e lagos adeixarem suas terras. Um avançoque o campo agradece.

37POLÍCIA NA COMUNIDADECuritiba e regiăo metropolitana terăomais Polícia Comunitária. A informa-çăo da instalaçăo de novas unidadesem bairros da cidade foi anunciada pelogovernador Beto Richa. Sítio Cercadoe Cidade Industrial estăo na lista dasregiőes que terăo bases instaladas.

42FIM DA LINHAA revista Documento Reservado apon-ta aos seus leitores os locais ondemoram os crimes em Curitiba. A vio-lęncia que impera na cidade e regiăometropolitana tem, no crack, suamaior incidęncia. Acompanhe.

19NEY NA VICECrescem as apostas em torno da pos-sibilidade de o deputado Ney Lepre-vost (PSD) vir a ser o escolhido paraser candidato a vice na chapa de Lu-ciano Ducci. Ney circula muito bemjunto ao grupo político do governa-dor Beto Richa, tem os votos de Gus-tavo Fruet e a juventude e poder decomunicaçăo de Ratinho Junior.

20RESPINGOS NO PARANÁCarlinhos Cachoeira, preso por lobbyjunto a deputados e senadores paraaprovaçăo de projetos de leis em bene-fício próprio, pode ter tido participa-çăo no Paraná, no governo de RobertoRequiăo. A revista Documento Reser-vado foi atrás e encontrou indícios.

10A RUA É DELESNăo há praças, calçadas e fachadas deprédios que resistam ŕ açăo do tempo.Pior, ainda, quando esses espaços săousados como casa e banheiro de mora-dores de rua desatendidos por políti-cas públicas.

08SINTONIA FINA

50COLUNA SOCIALPor Lisley Chiquini

52AGENDA CULTURAL

54PERFILO Alemăo

16FECHANDO QUESTĂOEmbora o ex-deputado e ex-prefeito de Curitiba, Rafael Gre-ca, continue firme em seu propósito de voltar a comandar oexecutivo municipal da capital como pré-candidato ŕ Prefei-tura de Curitiba, o candidato Luciano Ducci (PSB) vem cos-turando alianças por trás dos panos, inclusive com o próprioPMDB de Greca.

24CELEIRO DO MUNDOO Brasil é a grande esperança para alimentar o mundo. Coma escassez de terras produtivas em torno do planeta, o Brasile a América Latina săo as opçőes para o plantio e o abaste-cimento dos grandes centros mundiais de alimentos.

34MODERNIZAÇĂOO Código Penal Brasileiro completa 72 anose, como um bom velhinho, está desatualiza-do de muitos crimes da vida moderna. Numprocesso de reformulaçăo, juristas de todoo país foram convocados pelo Senado Fe-deral para participarem de uma comissăoencarregada de discutir e propor mudançasao texto.

46MOTORISTA PROFISSIONALDepois de 40 anos de luta, os motoristasprofissionais de caminhőes, ônibus e trato-res terăo sua profissăo regulamentada. Comisso, mais descanso na boléia, saúde, segu-rança e carteira assinada.

18FRUET DO PTGustavo Fruet enfrenta a imprensa e sus-tenta que năo condenou o PT do presiden-te Lula, mas a corrupçăo, cujo combate năoabre măo. O pedetista espera agora a deci-săo do PT para indicar o vice.

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sintonia fina

O inferno astral ronda o candidato pedetista, Gustavo Fruet, ŕ Prefeitura de Curitiba.Parece que todo mundo se virou contra o ex-deputado federal, dono de extraordináriocurrículo na Câmara Federal. O tiro de misericórdia vem do líder maior do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que resiste em aceitar o jovem na coligaçăo.Quem também rejeita Fruet é o dono do PMDB no Estado, o senador Roberto Requiăo.

A palavra finalNessa disputa, nada de braçadas, por enquanto, o jovem Ratinho Junior (PRC), que saiuna frente nas pesquisas do Ibope encomendadas pela CBN. Sondado pelo PSDB de BetoRicha, Ratinho Junior sustenta sua candidatura, alegando que năo pode decepcionar osmais de 100 mil eleitores que teve em Curitiba na última eleiçăo que o reconduziu ŕ CâmaraFederal. A palavra final, no entanto, deve ser do Ratinho (ratăo).

Rodrigo da Rocha Loures Filho - Rodriguinho – hoje, ao lado do presidente nacional doPMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, trama os pauzinhos para ser, no mínimo,indicado vice de Luciano Ducci (PSB) para a Prefeitura de Curitiba. Descarta, portanto, o pré-candidato do partido, Rafael Greca, e pavimenta caminho futuro para o PMDB na capital e, quemsabe, para a volta de Roberto Requiăo.

O ex-governador Jaime Lerner, que anda com seu protótipo - Toc-Toc -pelas ruas de Curitiba, mostrando que há alternativa para o trânsito nacapital e um dos criadores das ciclovias que cercam a cidade, năo sabepedalar uma bicicleta. Há quem afirme - e sustenta - que o arquiteto,assim que retornou de sua última maratona pelo mundo, foi a uma loja debike, no centro cívico, para ter umas aulas básicas. Năo será surpresase Lerner aparecer pedalando nos parques e ruas da cidade.

Jacaré do PaixãoAdemir Paixăo, o Paixăo, chargista da Gazeta do Povo e um dos mais respeitados do País, tem, além dasimplicidade de caipira do interior, a paixăo pela motocicleta Harley Davidson e o dom de contar piadas. Emuma roda, seja no Bar Tartaruga, no Manekos, Distinto ou em qualquer lugar, Paixăo domina o cenário.Outra coisa é a intransigęncia contra aqueles que destroem matas para afugentar animais. Em sua casa,no sítio em Japira, alimenta com frangos um jacaré de mais de dois metros.

Rodriguinhoataca

de LulaRejeição

Ninguémacredita

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PEDRO RIBEIRO

Formação políticaPesquisa realizada com jovens de 13 a 18 anos pelos Centros de Integra-çăo da Cidadania (CICs), programa ligado ŕ Secretaria da Justiça e Defesada Cidadania do Estado de Săo Paulo, mostra que a internet é o segundomeio que os jovens utilizam para a busca de informaçăo política. Deacordo com o estudo, aproximadamente 79% dos 680 adolescentes ouvi-dos marcaram o meio online como ferramenta para obter conhecimentossobre política, perdendo apenas para a TV, com cerca de 94%. As demaisopçőes săo: jornal (58%), rádio (45%), revista (33%), palestra (25%),conversa (18%) e livro (12%).

Alimentando jovens

Um passo ŕ frente na área social. Neste ano, ogoverno paranaense afirma que investirá R$

23,67 milhőes na compra de produtos perecíveise semiperecíveis de agricultores familiares para

compor a alimentaçăo dos alunos da redeestadual de ensino. Uma boa notícia para nossos

alunos, que agradecem. Se isso acontecer, oParaná será o primeiro estado a cumprir a

legislaçăo federal que destina 30% dos recursosdo Programa Nacional de Alimentaçăo Escolar

(PNAE) ŕ compra de produtos diretamente daagricultura familiar.

Nadandona cachoeiraRoberto Requiăo, quem di-ria, o paladino da moralida-de no Paraná e no mundo,teria surfado nas ondas doCarlinhos Cachoeira. Foi umconvívio de 16 meses, en-tre 2003 e 2004, onde, a empresa Larami Diversőes e Entretenimentoteve participaçăo junto ao Serviço de Loterias do Estado do Paraná(Serlopar) para a exploraçăo de jogos de loteria. A Larami tem comosócios Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que éinvestigado pela Polícia Federal e está preso em Brasília, e o argentinoRoberto Coppola.

No rastroPolíticos, juízes e servidores que năo comprova-

rem a origem de valores ou bens poderăoresponder por crime, cuja pena poderá variar de

um a cinco anos de prisăo. É o que reza anteproje-to de reforma do Código Penal no Senado, que

acaba de aprovar a criminalizaçăo do enriqueci-mento ilícito. Os bens de origem năo comprovadadeverăo ser confiscados. Hoje, o enriquecimento

ilícito pode levar apenas a sançőes cíveis ouadministrativas, por meio, por exemplo, de açőes

de improbidade administrativa.

Sai de baixoJoe Robson Coppi, advogado deAbib Miguel (Bibinho), está bar-barizando no Centro Cívico dacapital paranaense. Tem gentenervosa na área e em PontaGrossa. Avisa que vem por aí

uma sequęncia de açőes populares contra a mesa diretora da Assem-bleia Legislativa pedindo explicaçőes sobre o repasse de dinheiro parafazer uma “suposta economia de R$ 90 milhőes”. Pedirá a devoluçăo dodinheiro público gasto em publicidade e condenaçăo por improbidadeadministrativa.

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cidades

À margem da sociedade e das políticaspúblicas, a população de moradores

de rua é a que mais cresce nasgrandes cidades. A ferida é muito

mais profunda do que parece

Curitiba da Rua das Flores, da Ópera de Arame,do Parque Barigui e do Jardim Botânico tem se

tornado, também, a capital hospedeira de dissidentesdo chamado êxodo rural. Hoje, não é pequeno o núme-ro de pessoas vindas das regiões mais pobres do Paraná- e até de outros estados - que chegam à cidade procu-rando tratamento médico ou mesmo uma oportunida-de de emprego. O grande agravante de tudo isso é quesem um controle nas chegadas eles deixam de engrossara promissora fatia de turistas e passam a compor umapopulação bem mais problemática para os governan-tes: a dos moradores de rua.

Estimativas divulgadas recentemente pelo Ministé-rio do Desenvolvimento Social apontam que, dos maisde 2,7 mil moradores sem teto de Curitiba, 44% sãonaturais da cidade e 38% oriundos de outras regiõesparanaenses. Apenas 16% deles vieram de outros esta-dos. São pessoas que, invariavelmente, envolvem-se como mundo do crime e acabam colaborando para a sensa-ção de insegurança na cidade. Há, inclusive, quem ga-ranta não se arriscar a passar por determinadas ruas epraças da cidade, mesmo sob a luz do dia, com medodo que possa acontecer. Infelizmente fica difícil desas-sociar, nos dias atuais, a imagem de um morador de ruacom uma ameaça declarada.

Plano de guerraSegundo informou a coordenadora da Rede Muni-

cipal Solidária para Moradores de Rua da Fundação deAção Social (FAS), Luciana Kuzman, um verdadeiro pla-no de guerra é mantido pela Prefeitura de Curitiba paratentar controlar esses índices, mas pelo que se vê nasruas, a estratégia não parece ser tão eficaz assim. Deacordo com Luciana, as ações são concentradas emquem apresenta predisposição para a situação de rua equem já mora na rua. No primeiro caso, a primeirabarreira está logo na rodoviária, onde as pessoas identi-ficadas como migrantes são acolhidas e passam poruma triagem. “Elas são questionadas sobre por que es-tão na cidade, o que pretendem conseguir e se têmparentes aqui. Recebem, então, um direcionamento es-pecífico, caso a caso”, disse. Em algumas situações, a

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LUCIAN HARO

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Moradoresde rua, umexército emexpansão

Moradoresde rua, umexército emexpansão

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cidades

prefeitura chega a pagar a passagem de voltado migrante para o seu município de origem.

Já no caso de indivíduos que já se encon-tram em situação de rua, o tratamento é dife-rente. A coordenadora explica que a FAS man-tém ativos três equipamentos públicos res-ponsáveis por atender essa parcela da popu-lação. Um deles acolhe apenas pessoas comdeficiências motoras e mentais, outro prestaauxílio como alimentação e espaço para hi-gienização de quem fica fora durante o dia eum terceiro é dedicado apenas às crianças.Este último faz parte do programa “Criançaquer Futuro”, que combate, principalmente,a exploração de menores. “A ação é desenca-deada por meio de abordagem nas ruas eoutros locais públicos, identificação de cri-anças e adolescentes em situação de riscosocial. O Conselho Tutelar é notificado e pas-

sa a atuar nos encaminhamentos” explicouLuciana. Em todas as unidades, os acolhidospodem participar de oficinas socioeducati-vas, receber atendimento médico e orienta-ção de especialistas como psicólogos e assis-tentes sociais.

O Ministério Público do Estado (MP-PR)não levanta nenhuma bandeira sobre a ques-tão, mas se diz favorável ao acesso à saúde,alimentação e reinserção social de cidadãosde qualquer classe econômica, raça ou reli-gião. Em contato com o órgão, descobrimosque é mantido um Centro de Apoio e Opera-ções no Paraná, que faz parte da Procurado-ria de Direitos Constitucionais, e presta apoioaos moradores de rua. Segundo a assistentesocial do grupo, Keity Cruz, as atividadesenvolvem palestras, eventos em prol de me-lhorias da condição de vida dessas pessoas,

além da intercessão junto aos órgãos públi-cos para que criem políticas públicas queprotejam essas pessoas.

Retrato faladoO morador sem teto curitibano é tão popu-

lar por aqui que já tem até perfil traçado: namaioria são homens, entre 25 e 44 anos, negros,e com o primeiro grau completo. Foi exata-mente com essas descrições que encontramosLeonildo José Monteiro, de 36 anos. Hoje, elenão vive mais nas ruas, mas passou muito tem-po nessa situação e sabe bem como é a realida-de de quem precisa se arriscar em caçadas no-turnas para se alimentar e fugir do frio.

O mato-grossense de Alta Floresta arru-mou suas malas e, em 2004, resolveu tentar asorte no Paraná. Aqui chegando, sem familia-res ou conhecidos que pudessem ajudá-lo e

Eles se viram como podem. Dormemembaixo das marquises, pontes eviadutos, calçadas e até ao relento

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No ano passado, o Ministério do Desen-volvimento Social espalhou equipes de pes-quisa por 71 cidades brasileiras, a fim de men-surar o percentual de população de rua emcada uma delas. Das capitais sondadas, Curiti-ba teve um dos piores índices: eram, na épo-ca, 2.776 pessoas em situação de rua, ficandoatrás apenas do Rio de Janeiro (4.585) e deSalvador (3.289). Já na equação número dapopulação total menos moradores de rua, acapital paranaense liderou o ranking. O índi-ce alcançado de 0,154%, só foi menor que oda cidade de São José dos Campos (SP), quetem uma população de 594 mil habitantes con-

Na ponta do lápistra 1.633 moradores de rua, em 2011, - umpercentual de 0,274%.

Entre as capitais com população maiorque a curitibana, ficaram de fora do levanta-mento São Paulo e Belo Horizonte. No entan-to, mesmo menor que Brasília, Fortaleza eManaus, Curitiba tem uma população em situ-ação de rua maior que a de qualquer umadessas três cidades. A média nacional ficouem 0,061%, sendo 32 mil o número total depessoas nessa situação em todo o país.

A mesma pesquisa nacional apontou quea maioria dos entrevistados prefere não res-ponder como ou por que começaram a morar

na rua, mas para 16% deles, a principal ra-zão é o alcoolismo ou o vício em drogas.Outros 9% afirmaram ter problemas com afamília e 5,6% por causa do desemprego.

Outro dado interessante da pesquisa éque apenas 16% das pessoas nesta situaçãoem Curitiba afirmam pedir dinheiro comoprincipal meio de sobrevivência - o quepode demonstrar a vontade destes mora-dores em querer trabalhar. Dessas pesso-as, 19% informam trabalhar como flaneli-nha e outros 19% como coletores de mate-rial reciclável, as duas principais ativida-des entre os entrevistados.

A triagem que comentamos no início da re-portagem, feita na chamada Casa da Acolhidae do Regresso, dentro da própria rodoviária,foi criada ainda no mandato do ex-prefeitoRafael Greca, na década de 90. E aí vocę sepergunta: Mas já que há um trabalho de iden-tificaçăo das pessoas propensas a ficar emsituaçăo de rua em Curitiba, porque os índicessó aumentam? O ex-prefeito responde. De acor-do com Greca, a cidade sofre há décadas comesse impasse, que parece ter se tornado umenigma crônico das grandes cidades, e só en-contrará uma soluçăo quando reativar iniciati-vas de sua gestăo.

Durante seu mandato, entre 1993 e 1997,Greca desenvolveu uma série de medidas paracontrolar o número de andarilhos perambulandopela cidade. Em conversa com nossa reporta-gem, ele enumerou algumas açőes mais relevan-tes concretizadas na época. Entre elas, a LinhaSopăo - um refeitório em forma de ônibus quealimentava os moradores de rua com sopas. “Den-tro do ônibus, além de mesas e cadeiras, assis-tentes sociais da prefeitura revezavam-se paraatender as pessoas e, caso elas concordassem,eram encaminhadas para abrigos públicos”, dis-se. Na época existiam tręs na cidade.

Um enigma crônico das grandes cidades

Havia, também, a Fazenda Solidariedade,sede de um programa de integraçăo social eprofissional de homens alcoolistas e dependen-tes de drogas. Nos 42 alqueires localizados emCampo Magro, na Regiăo Metropolitana dacapital, eram desenvolvidas atividades de la-voura, suinocultura, fitoterapia, marcenaria epanificaçăo.

A produçăo era destinada para consumo dos

próprios pacientes e os serviços, usados comoocupaçăo terapęutica. Os internos participavam,ainda, de oficinas de arte e cultura popular ecom o tempo eram reintegrados socialmente eaté recolocados no mercado de trabalho, lem-bra o ex-prefeito. “Quando assumimos a prefei-tura, havia cerca de 800 moradores em situa-çăo de rua na capital. Ao final do mandato,tinha menos de 40”, afirmou Greca.

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Ferida abertaMas o que leva uma pessoa a morar na rua? você deve estar se perguntando. A socióloga

e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Maria Tarcisa Silva Bega, explica quesão inúmeras as causas. De acordo com a especialista, fatores como a precarização da vida,o empobrecimento súbito e mesmo a miséria serviriam tranquilamente para justificar, antiga-mente, a existência desse fenômeno. Hoje, novos adventos são responsáveis pelo crescimen-to nos índices. “Atualmente podemos dizer que os moradores de rua são divididos basica-mente em dois grandes blocos: o dos indigentes e o dos dependentes químicos”, disse. Nesteúltimo grupo, estão inclusos, por exemplo, os alcoolistas e os usuários de crack e cocaína. Asocióloga também defende a descriminalização da pobreza. Na opinião dela, não se podeassociar situação de rua com prática de crimes, mesmo que tais situações andem lado a lado.“Claro que quem está na rua está mais suscetível ao ilícito, mas os grandes assaltantes ecriminosos estão dormindo bem em suas casas confortáveis”, ajuizou a professora. Aindaconforme disse, “o aumento no número de moradores de rua é a prova de que as políticaspúblicas de assistência social não conseguem atingir todos os segmentos”. E para ela, ainiciativa deve partir dos poderes municipais. “O mendigo está na rua da cidade e não noambiente da federação. As prefeituras é que devem tomar uma atitude”, completou. O planoideal para amenizar o pesadelo que vive as grandes cidades, na opinião de Maria Tarcisa, é aadoção de programas sociais mais efetivos, que prestem assistência tanto para quem temproblemas com as drogas e o álcool, como para as famílias dessas pessoas. É preciso criarmedidas legais para abrigamento dos dependentes químicos. Hoje, só recebe tratamentoadequado quem procura os serviços espontaneamente. A família não tem o poder de internarninguém. A política dos albergues também foi duramente criticada pela especialista. Segundoafirmou, assistencialismo, por si só, não resolve a situação. “Não adianta oferecer alimenta-ção, roupas limpas e banho para quem, em poucas horas, estará de volta às ruas. Tem quemudar a realidade”, garantiu.

cidades

sem dinheiro para voltar para casa, passoualguns dias pulando de pensão em pensão, atéque perdeu os documentos – o que ele consi-dera um divisor de águas na mudança de vidaque sofreu. “Ninguém escolhe morar na rua,mas eu não tinha outra escolha”, disse, ale-gando que foi procurar apoio na prefeitura dacidade, “que fechou as portas e me mandouprocurar um lugar para ficar”, lembrou.

Ainda segundo o ex-morador de rua, amaior dificuldade era a higiene pessoal. “Co-mida e roupas, até conseguia, mas cheirandomal e com péssima aparência era impossívelque alguém me tratasse bem”, testemunhou.Leonildo passou quatro anos nessa realidadeaté que encontrou os voluntários curitibanosdo Movimento Nacional de Moradores de Rua,do qual faz parte hoje. Segundo disse, a inici-ativa busca maneiras de promover a saúde, oemprego e a dignidade para essas pessoas.

Ainda de acordo com Leonildo, das 2.776pessoas que se encontram em situação de ruaem Curitiba, atualmente, a prefeitura atendeapenas 400. A afirmação foi contestada pelacoordenadora da Rede Solidária para Morado-res de Rua da Fundação de Ação Social (FAS),Luciana Kuzman, que disse que o projeto aten-de 100% dessa população.

O tamanho da desgraçaUm levantamento informal realizado

pela seccional paranaense do MovimentoNacional de Moradores de Rua, apontouque 5 mil pessoas vivem nessa situação,atualmente, na capital, enquanto que noestado a estimativa é de que esse percen-tual fique entre 8 e 10 mil. No ano quevem, o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) deve fazer uma pesquisaem todas as cidades do país com mais de100 mil habitantes, para mensurar o tama-nho dessa população.

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política

PMDB, dividido, pode ir de

nquanto o ex-deputado estadual RafaelGreca (PMDB) gasta sola de sapato, em

busca de fortalecer a sua candidatura à Prefeitu-ra de Curitiba, nas eleições de outubro desteano, um grupo de peemedebistas defende oapoio do partido ao atual prefeito Luciano Ducci(PSB). “São os vendilhões do Templo”, reagiuGreca quando questionado sobre a postura doscolegas de sigla. Em meados de abril, esse gru-po de deputados estaduais passou a defender,publicamente, o apoio do partido, já no pri-meiro turno, ao prefeito Luciano Ducci. Até umsite – o www.assuntolivre.com – foi criado coma finalidade de defender esse posicionamento eas adesões crescem a cada dia. Alguns peeme-debistas acreditam na desistência de Rafael Gre-ca, cuja candidatura não está sendo levada asério. Outros, ainda, asseguram que a candida-tura do ex-prefeito seria posta para, mais tarde,num possível segundo turno, os peemedebistasaderissem à campanha de Ducci. Mas, a maio-

ria achou por bem defender esse apoio já desdeo primeiro turno, uma vez que o PMDB teria avice na chapa à Prefeitura e, mais lá na frente,ao Governo do Estado.

Essa intenção dos “vendilhões” foi leva-da ao senador Roberto Requião, em encon-tro realizado em Brasília, entre os deputa-dos federais João Arruda e Reinhold Stepha-nes (PSD), além do próprio Luciano Duccie o filho do senador, Maurício Requião. Areunião aconteceu em um descontraído jan-tar, no restaurante Piantella, em Brasília.Entre uma garfada e outra, Requião ouviutambém a sugestão do nome do deputadoStephanes Júnior (PMDB), para compor achapa de Ducci, como candidato a vice-pre-feito. O líder maior do PMDB nativo teriasugerido que Ducci e Stephanes falassemdiretamente com Greca sobre a aliança, umavez que o senador teria um compromissocom o ex-prefeito, mas que nada impediria

que os dois conversassem com o pré-candi-dato. Segundo informações de quem ouviua conversa, Requião teria dito que não vênada demais no PMDB apoiar Ducci, e reco-mendou a aliança aos deputados do parti-do, quando disse claramente, não se opor auma disputa na convenção municipal, casoos parlamentares formalizem a proposta decoligação com o PSB. Dizem, nos bastido-res, que a candidatura de Rafael Greca é “dementirinha”, e que serve apenas para do-bradinha Greca e João Arruda nas eleiçõesde 2014, para deputado estadual e deputadofederal, respectivamente.

Apesar do compromisso de Requião comGreca, os deputados estaduais que defen-dem o apoio a Ducci acham que a posiçãoainda não está derrotada no partido. O de-putado Alexandre Curi, por exemplo, aindaaposta numa reversão de posição do sena-dor, ainda que não abertamente. “Nós nun-

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Prefeito Luciano Ducci pode contar, na disputa pela reeleição,com apoio da maior parcela de peemedebistas

João Arruda, Maurício Requião, Luciano Ducci e Reinhold Stephanes se reuniramcom o senador Roberto Requião, no restaurante Piantella, em Brasília

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NORMA CORRÊA

Ducci já no 1º turnoGrupo de peemedebistas defende apoio ao prefeito Luciano Ducci (PSB) já no primeiro

turno, e garantem que, na convenção, a chapa Pró-Ducci tem mais de 70% de aceitação

ca vamos fazer nada contra a vontade deRequião. O que eu e o João Arruda fizermosem Curitiba nunca será diferente do queRequião quer”, afirmou o deputado. O gru-po teme que, além da pouca proximidadecom Greca, o PMDB repita o fiasco de 2008,quando o candidato do partido, o ex-reitorda Universidade Federal do Paraná, AugustoMoreira Júnior, que conseguiu apenas 1,5%dos votos (menos de 20 mil ), entre quase1,3 milhão de eleitores da Capital parana-ense. Esse temor, ao lado da preferência defrações do PMDB, como a defesa das candi-daturas de Gustavo Fruet (PDT) e RatinhoJúnior (PSC), tem provocado o isolamentoda candidatura Greca dentro do partido. Aimpressão que se tem é que ninguém estácom o ex-prefeito. Para alguns familiares eamigos mais próximos do senador Requião,esse isolamento do pré-candidato vai liqui-dar com a própria legenda peemedebista na

capital. Um estrago que dificilmente serásuperado. O secretário do Trabalho do Go-verno Richa, o deputado estadual Luiz Clau-dio Romanelli, em reunião da Rede Socialdo Movimento Comunitário de Curitiba,lembrando que a maioria dos presentes ali,pertencia ao PMDB de Curitiba, não hesitouem fazer uma brincadeira. Disse que tal é oisolamento do pré-candidato a prefeito Ra-fael Greca, que não resta outra saída, senãoalertar Requião via twitter, bradando:“#Acorda Requião”. Segundo Romanelli,um levantamento feito pela bancada doPMDB na Assembleia Legislativa, mostra apreferência dos convencionais do partidoem Curitiba, com 75% das intenções de votopró-aliança com Luciano Ducci.

Curi faz projeção Estudos feitos pela assessoria do deputa-

do estadual, Alexandre Curi, apontam para

uma vantagem folgada entre os convencionaisdo PMDB de Curitiba, em torno da propostada aliança pela reeleição do prefeito LucianoDucci. De acordo com o levantamento, naconvenção partidária, os peemedebistas pró-Ducci fariam 75% dos votos, e a pré-candida-tura de Rafael Greca com 25%.

Já o deputado estadual Caíto Quintana,líder do PMDB na Assembleia Legislativa, disseque o grupo peemedebista está prestando um“desserviço” ao partido. “Não é porque se tra-ta de Rafael Greca, e também não temos nadacontra Luciano Ducci. Acontece que, nestemomento, deveria haver união entre os pee-medebistas e deixar que os convencionais de-cidam o que fazer nas eleições de outubro”,disse, ao acrescentar que, foi também defen-dendo uma possível candidatura própria àPrefeitura de Curitiba, neste ano, que houveresistência ao retorno do ex-deputado federalGustavo Fruet à legenda.

Deputado federal João Arruda acredita que o prefeitoLuciano Ducci ainda tem muito que crescer naspesquisas de intenção de voto

Deputado estadual Alexandre Curi aposta na vitória dachapa Pró-Ducci na convenção do partido, que ainda nãotem data marcada para acontecer

Deputado estadual Stephanes Júniorpode ser o candidato à vice-prefeito

na chapa de Luciano Ducci

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epois de selar a união entre PDT e PTpara disputar a Prefeitura de Curitiba,

o candidato da coligação, Gustavo Fruet, dis-se que em nenhum momento, como deputa-do federal, criticou ou atacou o Partido dosTrabalhadores, mas combateu a corrupção.Disse que não nega seu passado de luta contraa corrupção, sendo uma questão de princípioe com o qual sempre se manterá coerente.

Em entrevista coletiva à imprensa, o can-didato do PDT e PT à Prefeitura de Curitiba,lembrou que quando a Câmara de Curitiba

PEDRO RIBEIROpolítica

Fruet, com PT,mea culpa

era comandada pelo vereador João CláudioDerosso, do PSDB, foi à casa e condenou osdesvios de dinheiro de publicidade e pediupunição aos envolvidos. Em relação ao PT,Fruet foi deputado tucano durante os doismandatos do presidente Luiz Inácio Lula daSilva e sustentou suas críticas ao “mensalão”.

Recentemente, o ex-presidente Lula teriaafirmado que não subiria no palanque deFruet, justamente pelas críticas que fez aoseu governo, o governo do PT. Agora, com aaliança e as ponderações do ex-deputado e

candidato, as coisas podem ser contornadas,disse uma fonte do PT à revista DocumentoReservado.

Gustavo Fruet agradeceu, por várias ve-zes, o apoio do PT à sua campanha e confir-mou que caberá às lideranças do PT indicar onome do candidato à vice. No encontro dopartido, que selou o acordo com o PDT deOsmar Dias, o nome que mais está em evidên-cia para vice de Fruet foi o do deputado fede-ral Angelo Vanhoni, que já disputou por duasvezes a Prefeitura de Curitiba.

Gustavo Fruet: nunca ataquei o PT,mas a corrupção no governo do PT

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DA REDAÇÃOpolítica

Ney na vice de Ducciandidato mais votado em Curitiba nasúltimas eleições para a Assembléia Le-

gislativa do Estado, com 57.937 votos, o depu-tado Ney Leprevost tem a cara, o coração e aalma da cidade. Uma história de luta pelascausas sociais da população curitibana quecomeçou ainda adolescente, aos 13 anos deidade, quando se embrenhou no mundo dapolítica. Hoje, aos 37 anos, Ney Leprevost podebater firme no peito e sustentar que não optoupela política para benefício próprio ou sim-plesmente visando almejar poder.

Embora há quem afirme que ele é a bolada vez para assumir o executivo da capitalparanaense, o deputado diz que ainda podeesperar mais um pouco, pois vem se dedican-do ao fortalecimento do partido - PSD - emCuritiba e no interior. Não descarta, porém,fazer parte do governo de Luciano Ducci (PSB),por entender que possui perfil para engrossaras fileiras da candidatura de reeleição de Duc-ci como vice em sua chapa. Tem perfil paradisputar o cargo, pois está na faixa dos eleito-res de Gustavo Fruet e da juventude de Rati-nho Junior, além da fidelidade com o grupopolítico do governador Beto Richa.

Autor do projeto da “ficha limpa” no Para-ná, Ney Leprevost é apontado pela populaçãocomo nome certo para ser vice de Luciano

Ducci. Recente pesquisa realizada na capital,revela que o deputado estadual tem base fortejunto ao eleitorado do candidato do PDT e PT,Gustavo Fruet, com 30 por cento dos votos.Tem, também, presença de destaque junto aoseleitores de Ratinho Junior, por circular naárea da mídia, como comunicador. Seu forte,entretanto, está na saúde, educação, seguran-ça pública e esporte.

Ao apresentar os projetos de lei, as leise ações desenvolvidas em sua gestão na As-sembléia Legislativa, Ney Leprevost recebeuos cumprimentos e agradecimentos do pre-feito Luciano Ducci, que fez questão de ir

ao legislativo para destacar seutrabalho. “Ney Leprevost tem semostrado um parlamentar seria-mente comprometido com as cau-sas de Curitiba e sua população epor isso merece nosso respeito”,disse Ducci.

Ney Leprevost, que teve trêsmandatos na Câmara de Vereado-

res de Curitiba, onde iniciou suas atividadesparlamentares em 1996, é um jovem destemi-do, ousado, voraz e trabalhador. Suas açõesem defesa da população sempre foram pontu-adas pelas causas que mais atingem e preocu-pam a população, em especial a saúde. E foino seu primeiro mandato, como vereador deCuritiba, que idealizou e colocou para funcio-nar a linha de ônibus Inter Hospitais, que ligaos hospitais de Curitiba a outros importantescentros de saúde da capital.

Na área da saúde, foi presidente da Asso-ciação dos Amigos do Hospital das Clínicas eteve participação efetiva, como membro dadiretoria, da Rede Feminina de Combate aoCâncer e Associação das Crianças Órfãs e comAIDS. “Ney Leprevost sempre esteve dispostoa nos ajudar e tem se mostrado uma pessoasensível aos problemas de saúde que atin-gem as pessoas. Ele mora no meu coração”,diz Janice Gastoldon, presidenta do Conse-lho de Administração da Liga Paranaense deCombate ao Câncer.

C Ney Leprevost comLuciano Ducci. Uma

parceria em benefíciode Curitiba e da sua

população

Ney Leprevosttem a cara, o

coraçãoe a alma

de Curitiba

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política

Cachoeira desagua

no Paranáescoberto e preso por meio da Opera-ção Monte Carlo desencadeada pela

Polícia Federal, em fevereiro deste ano, o em-presário de jogo do bicho, Carlos AugustoRamos, mais conhecido por Carlinhos Cacho-eira, tem atrás de si, não só o senador Demós-tenes Torres (ex-DEM, hoje sem partido) –pego em comprometedoras ligações telefôni-cas, interceptadas pela PF, autorizadas pelaJustiça – mas, também parece estar envolvidocom muitas outras personalidades do mundopolítico no País. No Congresso Nacional, se-nadores e deputados federais já estão traba-lhando numa CPI, que, asseguram, vão inves-tigar o intrincado caso e a implicação de auto-ridades com o bicheiro. A CPMI do Cachoeirafoi criada no dia 19 de abril, em sessão doCongresso Nacional, quando o senador Vitaldo Rêgo (PMDB-PB) foi escolhido pelo PMDBno Senado para ser o presidente da Comissão.

Mas, com a força destrutiva de um tsuna-mi, não houve surpresa quando se descobriuque “Cachoeira respingou no Paraná”. No ve-lho estilo “Requião de ser”, o senador parana-ense, em discurso no Senado, saiu em defesada convocação, na Comissão Parlamentar Mistade Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional.A convocação de depoimentos do governador

do Paraná, Beto Richa (PSDB); de um cunha-do de Cachoeira, chamado “Afrísio”, e de umhomem acusado de explorar jogos ilegais noParaná, conhecido como “Coppola”. O pee-medebista disse que a Polícia Federal teria in-terceptado troca de mensagens eletrônicasentre os três. “O principal fato evidenciado foium suposto encontro entre “Copolla” e o go-vernador Beto Richa apenas cinco dias depoisda sua posse”. Requião disse ainda que essaaudiência teria sido comentada em e-mail tro-

cado entre “Copolla” e “Afrísio”. Segundo ele,além da retomada da jogatina no Paraná, aconversa entre “Copolla” e Beto Richa teriatratado da cobrança de uma indenização pelofim do jogo no Estado, ocorrido na gestão deRequião como governador. “Está clara a ur-gência dessa minha comunicação. Que essaCPMI se instale e rapidamente venha explicaressa intimidade e esse encontro de tão bonsresultados com o jogo do bicho e a jogatinano Brasil”, disse.

Mas, pouco tempo depois, as declara-ções de Roberto Requião tiveram respostado Governo do Estado, por meio de notaoficial, que assegura que o governador BetoRicha não conhece, nunca falou e não temqualquer relação com as pessoas de Rober-to Coppola ou Adriano Aprigio de Souza.“O governador Beto Richa nunca tratou dequalquer proposta de reativação de serviçode loterias e nem autorizou qualquer mem-bro do governo a tomar qualquer iniciativacom esse objetivo. Assim, o envolvimentodo nome do governador Beto Richa nesseassunto não tem qualquer fundamento emfatos”, diz a nota, ao finalizar assegurandoque a manifestação do senador Roberto Re-quião, feita no Senado, “é totalmente desca-

Atividades de Carlos Augusto Ramos,o Carlinhos Cachoeira, foram detectadas noParaná, onde a Larami atuava na Serlopar

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NORMA CORRÊA

tividades de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com osjogos de azar, também se estenderam ao Paraná, onde o bicheiro,

sócio da Larami Diversões, mantinha contrato com a Serlopar

bida, injusta e infundada. Por isso mesmo,não merece crédito”.

No entanto, como a cada ação corres-ponde uma reação, não demorou e veio àtona informações sobre as relações do ex-governador Roberto Requião (PMDB), comCarlos Cachoeira, por 16 meses (entre 2003 e2004). Um completo dossiê contendo infor-mações que, no mínimo, provocam questio-namento, informa como tudo começou. Deacordo com o documento, a participação daempresa Larami Diversões e Entretenimentocom o Serviço de Loterias do Estado do Para-ná (Serlopar) para a exploração de jogos deloteria, que tem como sócios ninguém maisque Carlos Augusto de Almeida Ramos, oCarlinhos Cachoeira, e o argentino RobertoCoppola. A dupla, que terá suas atividadesinvestigadas também pela CPMI instalada noCongresso Nacional, manteve negócios emdiversos estados do País. Segundo o dossiê, aparticipação da Larami no Governo Requião

levou Cachoeira a um primeiro contato como então governador, logo depois da sua pos-se, em janeiro de 2003, conforme registrosda imprensa na época. Esse encontro teriaservido para garantir a continuidade da par-ceria, “o que de fato aconteceu – o contratosó foi interrompido em abril de 2004, mas asrazões não foram esclarecidas até hoje”.

Oficialmente, Requião sustenta que man-dou cancelar o contrato porque tinha detecta-do “irregularidades” na licitação que prece-deu a contratação da Larami, no final de 2001.Requião e Carlinhos Cachoeira teriam se en-contrado, ainda, pelo menos em mais umaoportunidade, exatamente em março de 2004,para tratar da manutenção da parceria. Mas,as diferenças teriam se acentuado muito, aponto de causar a demissão do advogado Da-niel Godoy, então lotado na Casa Civil doGoverno. Logo depois, em abril de 2004, ocontrato com a Larami foi rescindido.

HistóricoDiz o dossiê que o primeiro encontro foi

registrado pelo jornal O Estado do Paraná”,que informava ainda sobre a presença do se-nador Maguito Vilela (PMDB-GO) entre as tes-temunhas da reunião no gabinete do entãogovernador Roberto Requião. O texto “Jan-tando com o Diabo” traz a seguinte informa-ção: “Em janeiro de 2003, pouco depois daposse, o governador [Requião] recebeu a vi-sita do senador Maguito Vilela, seu colega debancada e ex-governador de Goiás. A tiraco-lo de Maguito, ninguém menos que CarlosCachoeira, sócio da empresa Larami, que

administra jogos on-line, e bicheiro do casoWaldomiro Diniz, a mais nova estrela do PT.Para entender: o tal Cachoeira é goiano, temo seu QG naquele Estado. E a Larami assinoucontrato com a Lotopar no apagar das luzesdo governo Lerner.”

Dublê de secretárioAinda conforme o documento, nos encon-

tros, Requião recebeu o contraventor Carli-nhos Cachoeira acumulando a condição degovernador com a de secretário de SegurançaPública. Em 3 de março de 2004, o deputadoValdir Rossoni (PSDB), então líder da oposi-ção na Assembleia Legislativa, apresentou re-querimento, número 168, no plenário da Casa,pedindo informações sobre a segunda reuniãode Requião e Cachoeira, que teria acontecidono dia anterior. Rossoni questionava sobre oassunto tratado, mas o Governo nunca res-pondeu ao pedido. Além do encontro comRequião, Carlinhos Cachoeira teria se encon-

Governador Beto Richa diz que a declaração deRequião “é totalmente descabida, injusta einfundada. Por isso mesmo, não merece crédito”

Senador Roberto Requião defende depoimento degovernador paranaense à CPMI do Cachoeira

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política

trado também com outros membros do Go-verno, para tratar da exploração dos jogosmantidos pelo governo e de sua participaçãona Serlopar. Em discurso no plenário, aindano dia 3 de março, Rossoni afirmava que, “on-tem o homem (Daniel Godoy) pediu demis-são, lá no quarto andar. O cidadão que rece-beu o Cachoeira lá no quarto andar, para dis-

cutir as questões dos bingos e as questões dasloterias. Parece que de vergonha, pediu de-missão”. As informações estão registradas noDiário Oficial da Assembleia do dia 3 de mar-ço de 2004.

SociedadeA entrada dos sócios Roberto Copolla e

Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carli-nhos Cachoeira, na Larami, de acordo com odossiê, foi formalizada em 2 de setembro de2001. Nesse dia, conforme registros da JuntaComercial do Paraná, a empresa também teveo seu capital social aumentado de R$ 5 milpara R$ 600 mil, para poder participar da con-corrência que foi aberta para escolher umoperador para a exploração das loterias doSerlopar. “O contrato só foi rompido em abrilde 2004, quando curiosamente Requião dei-xou de acumular o cargo de secretário da Se-gurança Pública com o de governador. No

Líder do Governo na Assembleia Legislativa, odeputado Ademar Traiano afirma que o senadorRoberto Requião “voltou a usar a prática deacusar os outros, daquilo em que está envolvido”

período da parceria, as relações entre o gover-nador e o contraventor foram harmoniosas,como demonstram a disponibilidade para jan-tares na sede do Governo do Estado”.

Depois da interrupção do contrato, noentanto, o clima mudou, afirma o documen-to. O nome de Requião é citado em mensa-gens trocadas em 2010 entre Roberto Coppolae Adriano Aprigio de Souza, que são ligados aCachoeira, segundo revelam os documentosda investigação sobre o contraventor feito pelaPolícia Federal com a operação Monte Carlo.Eles registram que a loteria do Paraná foi ex-tinta e seria difícil recriá-la. Coppola refere-sea Requião com palavrões e ofensas. Em marçodo ano passado, uma interceptação de con-versa telefônica entre outros dois integrantesdo grupo do contraventor (o ex-arapongaDadá, da Agência Brasileira de Inteligência -Abin, e um sujeito identificado como Lenine),feita pela Polícia Federal, aponta que os dois

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admitem que no Paraná não haveria mais ne-nhum andamento para a retomada dos servi-ços de loteria. Depois que veio à tona os en-contros com Cachoeira, Requião apenas iro-nizou as reações a seu discurso. “Pisei no rabodo gato e agora o bichano está miando poroutras bocas”, disse o senador rebatendo críti-cas de aliados de Richa.

Do outro lado da trincheira, o deputadoAdemar Traiano (PSDB), líder do Governo naAssembleia Legislativa disse que “o senadorRoberto Requião voltou a usar a prática deacusar os outros daquilo em que está envolvi-do”. Traiano repetiu a nota divulgada peloPalácio Iguaçu, afirmando que Beto Richa nãoconhece nem foi procurado por Cachoeira ouseus representantes. “Já Requião recebeu obicheiro no Palácio Iguaçu quando era gover-nador. O encontro ocorreu em 2003, quandouma comitiva chefiada pelo peemedebistaMaguito Villela, esteve em Curitiba. Segundo

Traiano, Requião não só se encontrou comCachoeira como este era parceiro do Gover-no do Estado na exploração da Lotopar, umaloteria do Governo do Estado”, disse. “Duran-te 16 meses (entre janeiro 2003 e março de2004) o então governador Requião manteve oEstado do Paraná como parceiro de Cachoei-ra na Lotopar. E nesse período recebeu o bi-cheiro no Palácio Iguaçu. E agora vem dizerque é o governador Beto Richa quem tem vín-culos com esse contraventor? É muita desfaça-tez. E nunca se foi discutido dentro do gover-no qualquer assunto referente a jogos”, atirouo líder governista. Traiano disse ainda que,durante muitos anos, o senador Requião sevaleu de denúncias falsas e calúnias para des-truir a reputação de pessoas de bem. “Mas,posso assegurar que, com o governador BetoRicha, que é um homem sério, que não seintimida com mentiras, essa tática não vai fun-cionar”, finalizou.

Contrato assinado entre a Larami Diversões e Entretenimentocom o Serviço de Loterias do Estado do Paraná (Serlopar) paraa exploração de jogos de loteria

Diário da Assembleia Legislativa do Paraná, onde estáregistrado pedido de informações sobre encontro deCachoeira com o então governador Roberto Requião

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agronegócio

para abastecer oa grande esperançaBrasil,

mundo de alimentosque mais interessa não é o que pas-sou, mas o que virá”. Este foi o tom do

discurso do presidente da Federação da Agri-cultura do Estado do Paraná (Faep), ÁgideMeneguette, ao assumir mais uma vez o car-go, mostrando que há um leque de perspec-tivas para frente. Lembrou que a agropecuá-ria não tem muito do que se queixar nestesúltimos tempos. Apesar da política cambial,da falta de infraestrutura e de diversos pro-blemas não resolvidos e que continuam pre-judicando o setor, os preços foram razoavel-mente bons, disse.

Como exemplo, citou espetaculares nú-meros obtidos pelo agronegócio nas exporta-ções. O saldo líquido do agronegócio – isto é,exportações menos importações – alcançou,em 2011, a cifra de 75 bilhões de dólares. Vintepor cento a mais que no ano anterior. Estaperformance é que garante a balança comerci-al do Brasil.

Para ele, as perspectivas para a agrope-cuária e para o agronegócio nos próximosanos são bem interessantes. “Há atualmenteuma preocupação quase “malthusiana”quanto à capacidade de produção de ali-mentos no mundo. Já somos 7 bilhões debocas e há um acelerado movimento de ur-banização no mundo inteiro exigindo maiscomida, e comida de melhor qualidade”,observou.

Áreas limitadasMeneguette lembra que países como Chi-

na, com 1,3 bilhão de habitantes e Índia qua-se chegando lá, não possuem áreas para au-mentar a produção agropecuária. A Europa eos Estados Unidos, idem. Portanto, as possi-bilidades de obtenção de novas áreas para aagricultura estão limitadas à África e à Améri-ca Latina.

Na sua avaliação, a África tem problemassérios de tecnologia. É um continente extre-mamente atrasado e com divisões políticas eétnicas difíceis de serem resolvidas. E na Amé-rica Latina o Brasil é a grande esperança para

abastecer o mundo de alimentos. Aqui aindaexistem áreas ociosas que podem ser utiliza-das sem agredir o meio ambiente.

“Temos espaços, onde pode crescer umaagropecuária com o “estado da arte” da tecno-logia atual. O que dirá quando estiverem dis-poníveis novas tecnologias capazes de permi-tir um novo salto na produção, como foi apartir dos anos 1960 na Revolução Verde, umavez que as tecnologias atuais estão no limitepara novos ganhos de produtividade”.

Novas tecnologiasSegundo ele, é possível aumentar a pro-

Ágide Meneguette: Febre Aftosa: basta um cochilo e o desastre acontece

“O

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DA REDAÇÃO

dução naqueles bolsões atrasados e em áreasdegradadas, o que já significará um grandeaumento de produção. Mas o que o mundoprecisa é de uma nova era na tecnologia, quetalvez a engenharia genética possa nos dar emmédio prazo.

O presidente da Faep disse que o Brasil éa “bola da vez” e precisa aproveitar esta opor-tunidade principalmente no Centro/Oeste, noNorte e no Nordeste onde ainda há disponibi-lidade de terras.

- Mas, como o Paraná pode aproveitaresta oportunidade? Pergunta, já que a fron-teira agrícola paranaense em termos espaci-ais está inteiramente ocupada. A única pos-sibilidade, segundo avalia, é incorporar áre-as ainda subutilizadas usando tecnologiasmodernas.

Ele exemplifica: a média da produção de

milho no Paraná está em 7 toneladas por hec-tare, lembrando que existem propriedades quealcançam 12 toneladas. Como média, signifi-ca que um grande número de propriedadesestá colhendo menos de 7 toneladas, mas quetem condições de aumentar substancialmentea sua produção se forem induzidas a utilizarnovos métodos de plantio.

Igualmente, nossos índices de produtivi-dade na pecuária bovina de corte e leite po-dem crescer substancialmente. Contudo, háproblemas para uma empreitada como esta: anossa estrutura fundiária de pequenas e micropropriedades, que estão perdendo escala parasuportar a produção de commodities como asoja, milho e trigo.

A solução para elas é a reconversão ou autilização de um mix de atividades que garan-ta renda ao produtor e sua família.

Cadeias produtivasNão por acaso, o Paraná é um grande pro-

dutor de aves e suínos, além de leite. Ocorreque aqui é grande a produção de milho e soja,que servem como base da ração animal.

No caso paranaense, os cuidados para con-cluir as cadeias produtivas, desde o seu inícioaté a industrialização e a comercialização, pa-recem ser atitudes mais sensatas.

Em meados do ano passado o Governa-dor Beto Richa assinou com várias entida-des e instituições – inclusive a FAEP e oSenar – um convênio para uma ação conju-gada. Foi uma inspirada ideia do secretárioda Agricultura, Norberto Ortigara. O objeti-vo é trabalhar por cadeia, de forma racio-nal para evitar ações duplicadas e muitasvezes inconclusas. Como resultado, surgiua Agência de Desenvolvimento. >>

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agronegócio

Outra medida sugerida pela FAEP ao go-vernador do Estado foi a criação, dia 19 dedezembro, da Agência de Defesa Sanitária, umainstituição mais flexível que o atual DEFIS daSecretaria da Agricultura, com mais técnicos emelhores salários.

Sem esta providência, as demais – o traba-lho conjunto, a agência de Desenvolvimento– ficariam capengas, observou Meneguette.“Não é possível ter produção agropecuária enem a sua industrialização se não houver ga-rantia sanitária do produto. Os consumido-res, tanto internos quanto externos, estão cadavez mais exigentes e vigilantes.”

“É sempre didático lembrar os 5 bi-lhões de reais que produtores e indústriasperderam na ocorrência de febre aftosa em2005 no Paraná. Aquele episódio nos mos-trou que a fiscalização tem que ser enérgi-ca e permanente. Basta um “cochilo” e odesastre acontece”.

Mercados de carnesComo lembrou, até hoje o Paraná não

conseguiu reconquistar vários de seus mer-cados de carnes e agora precisa recuperar asua credibilidade na sanidade animal. É bemverdade que a participação dos estados napolítica agrícola é limitada. Crédito, câm-bio, normas de exportação e importação,grande parte da infraestrutura cabem ao Go-verno Federal.

As providências que o Governo do Paranáestá tomando, pode fazer a diferença a nossofavor. Uma ação proativa do estado, quer noapoio direto, quer providenciando a infraes-trutura necessária, passa a ser fundamentalcomo alavanca para nosso agronegócio.

A pesquisa também é fundamental paraque o Paraná reduza a sua necessidade de im-portação de tecnologia externa e passe a de-senvolvê-la aqui mesmo, atendendo suas con-dições objetivas.

Mais ousadiaComo podem perceber, o Paraná começa

a se preparar para enfrentar os novos tempose as oportunidades que se abrem. Temos queser ousados. O sistema sindical rural tem umaparcela importante neste processo. Temos queatuar politicamente junto aos governos doEstado e Federal, junto à Assembleia Legislati-va e ao Congresso Nacional para que a moder-nização da agropecuária e do agronegócio sejauma realidade, sempre que for necessária aimplantação de projetos ou de legislação.

Uma ação política não partidária, mas queresolva nossos interesses que na verdade sãoos interesses da nação. Cada um de nós –lideranças rurais – deve ter a consciência desua importância no processo, mantendo oscontatos necessários com autoridades e parla-mentares e mobilizando nossa gente.

Utilizando os cursos Senar como forma aobter o melhor dos recursos humanos de quedispomos sem o que nenhuma tecnologiapoderá surtir os efeitos na produção e produ-tividade. “Tenho a certeza que a agropecuáriae o agronegócio do Paraná tem um futuro pro-missor se realmente levarmos a sério o desa-fio”, encerrou.

“Já somos7 bilhões

de bocas e háum aceleradomovimento

de urbanizaçãono mundo

inteiro exigindomais comida,e comida de

melhor qualidade.”Ágide Meneguette

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Fim das filasinfraestrutura

dia 02 de março deste ano ficou mar-cado com um recorde na fila de cami-

nhões às margens da BR-277, que esperavam avez para descarregar a carga no Porto de Para-naguá, no litoral do Paraná. Naquele dia, a filachegou a 32 quilômetros. A estratégia que aconcessionária Ecovia, que administra o tre-cho, tomaria, no caso de a fila chegar a 36 km,seria a retenção dos caminhões depois do qui-lômetro 54, em São José dos Pinhais (RegiãoMetropolitana de Curitiba), para deixar livretodo o trecho da Serra do Mar e, assim, garan-tir maior segurança aos usuários da rodovia.

No mesmo dia, além da chuva que atrapa-lhou o embarque de grãos no Porto, a falta deagendamento prévio, por meio do Carga On-line, disponível na internet, mas que tem sidoignorada por caminhoneiros e empresas, tam-bém contribuíram para o caos. Este ano, con-forme a assessoria de imprensa da Administra-ção dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA),o movimento de caminhões está quatro vezesmaior que o registrado no mesmo período doano passado, em razão de a exportação degrãos ter aumentado 40% no primeiro bimes-tre deste ano.

Em janeiro e fevereiro, por exemplo, fo-ram exportados dois milhões de toneladas desoja, farelo de soja, trigo e açúcar. A assessoriadisse ainda que as filas se formam na rodoviaa espera de entrar no pátio de triagem, sem ocadastro antecipado, causando atrasos. “Hou-ve época de safra que o Porto chegou a regis-

trar mais de 100 cadastros no Carga Online.Mas, quando surgem as longas filas, o proble-ma é com caminhoneiros ou empresas queoptam por esperar na fila, já que a emissão desenhas pela internet não para, é feita diaria-mente”, diz a assessoria.

Por isso, no dia 15 de abril, a Polícia Rodo-viária Federal (PRF) desencadeou a OperaçãoSafra 2012 nas rodovias federais que cortam oParaná. A intenção é organizar e otimizar o trans-porte de cargas que vai em direção do Porto deParanaguá e, assim, diminuir as filas no acosta-mento da BR-277. O inspetor da PRF, WilsonMartines, explicou que a orientação aos moto-ristas ou transportadoras é que, antes de seguirao Porto para descarregar, seja feito o agenda-mento pelo sistema Carga Online.

A medida, segundo ele, simples e prática,pode controlar o fluxo, organizando a chega-da dos caminhões para a descarga dos grãos.Martines disse ainda que o foco maior da ope-ração é a BR-277, especialmente no trecho queliga Curitiba e Região Metropolitana ao Porto,além dos acessos a essa via pelas BRs 376 (Con-torno Sul) e 116 (Contorno Leste). A Operaçãocontinua até o dia 30 de junho, e terá reforçode policiamento e orientação de trânsito.

Para o coronel Sergio Malucelli, diretor-executivo da Fetranspar, entidade representa-tiva dos empresários do setor de transportesno Estado, não é apenas a questão do CargaOn-line que fez aumentar as filas, mas a faltade organização, infraestrutura e logística noPorto de Paranaguá. “Querem jogar a culpa

no PortoFilas de caminhões na BR-277 em

direção ao Porto de Paranaguá

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NORMA CORRÊA

nos ombros das empresas, mas esquecem dafalta de controle e da necessidade de investi-mentos no setor portuário”, reclama o diri-gente empresarial.

Combate ao crimeEm março do ano passado, depois de a

PRF registrar 28 quilômetros de filas em dire-ção ao Porto de Paranaguá para descarga, aAPPA suspendeu a emissão de senhas do siste-ma Carga Online, que programa o fluxo dechegada e descarga dos caminhões ao Porto.Segundo a assessoria, a medida teria sido to-mada apenas naquele período, para evitar oaumento da fila de caminhões no acostamen-to. No entanto, um ano depois, a APPA infor-ma que retomou a emissão de senhas no Car-ga Online, e que a existência de filas são cau-sadas porque motoristas chegam ao Porto semter o cadastro prévio.

“Na Operação Safra, estamos tambémcombatendo crimes como assaltos a cami-nhoneiros, saques de carga, exploração se-xual de menores, além de realizar coman-dos específicos de controle de velocidade,ingestão de bebida alcoólica, ultrapassagemindevida, furto e roubo de veículos de car-ga”, disse o inspetor da PRF. Ele informou,ainda, que só se formarão filas se choverdurante muitos dias seguidos, porque o cor-redor em que os grãos são descarregadosnos navios não é coberto. “Nesses casos, hátoda uma estrutura montada para os [veícu-los] que estão agendados no Carga Online”,disse Martines, ao acrescentar que, nessas

situações, as filas não poderão ultrapassar15 quilômetros desde a entrada do Porto.

Medidas como esta estão sendo tomadaspela PRF, conforme informou o inspetor, por-que, só no Paraná, a produção da safra deverão 2011/2012 soma 17,55 milhões de tone-ladas de grãos. O Estado plantou o produtoem uma área de 4,37 milhões de hectares edeve colher 10,71 milhões do grão, que é des-taque na movimentação do Porto. Além domais, pelos Portos de Paranaguá e Antonina,foram movimentados, em 2011, 41 milhões detoneladas de cargas. Dos 7 milhões de tonela-das de soja produzidas e exportadas pelo esta-do no ano passado, 5,3 milhões saíram peloterminal paranaense – o que equivale a 76%do total.

Carga On-LineO site foi desenvolvido para facilitar o

acesso as informações dos Portos de Para-naguá e Antonina, cuja finalidade é facilitaro planejamento dos embarques de cami-nhões e vagões, de forma sincronizada comas condições de descarga, reduzindo o tem-po de permanência no Porto ou em filas.Por meio do Carga Online, também é possí-vel obter informações como o volume decaminhões no pátio, em transito, as condi-ções de descarga nos Terminais Portuári-os, e ainda a previsão da data e horaestimada de descarga em Paranaguá.

O sistema funciona pela internet epermite a todos os usuários conexãodireta com a situação do Pátio

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de Triagem e Terminais de descarga. Para essaintegração basta que o motorista ou a trans-portadora faça o pré-cadastramento da cargacom destino aos Terminais do Porto de Para-naguá. A partir daí, terá todas as informaçõesoperacionais dos Terminais do Porto de Para-naguá, em tempo real.

Segundo informações do Portal, o siste-ma Carga On-Line, oferece condições de se-gurança compatíveis com o navegador (bro-wser) Microsoft Internet Explorer, disponí-vel no mercado. A senha de acesso só seráfornecida a usuários do complexo granelei-ro do Porto de Paranaguá, ou seja, embarca-dores, cooperativas, transportadores quevenham interagir com esta ferramenta.

Coronel SergioMalucelli reclama dafalta de controle einfraestruturano porto

Operação Safra, da Polícia Rodoviária Federal,orienta no Carga On-line e combaterá

crimes de assaltos na rodovia

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DA REDAÇÃOagricultura

Código Florestal beneficiapequenos agricultores

Câmara dos Deputados acabou apro-vando, dia 25 de abril, o texto básico

do parecer apresentado pelo relator, deputadoPaulo Piau (PMDB-MG), sobre o novo CódigoFlorestal. O documento propõe ampliar as áre-as de cultivo em regiões até agora protegidas,como a Amazônia. Após a votação nominal, amatéria será enviada à sanção presidencial.

Na votação dos destaques, o plenário ex-cluiu a obrigatoriedade de agricultor famili-ar recompor vegetação e rejeitou o destaquedo PSC, confirmando a retirada do texto daregra de recomposição de vegetação nativaem imóveis de agricultura familiar e naque-les com até 4 módulos em torno de rios mai-ores que 10 metros.

O líder do governo, deputado ArlindoChinaglia (PT-SP), ressaltou que 91% dos es-tabelecimentos rurais têm até 4 módulos, masos restantes detêm 60% da terra usada. Eleressaltou que, na discussão do tópico atual,“cai por terra o argumento de que quem vaipagar é o pequeno, aqui o custo é para osgrandes”.

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agricultura

o fazer um minucioso estudo e avalia-ção sobre o impacto do Novo Código

Florestal para o Brasil, o pesquisador daEmbrapa, Evaristo de Miranda, dirigiu o foconos 4,6 milhões de pequenos produtores queestão arriscados a perder suas terras hoje cul-tivadas. Faz um alerta sobre os riscos à peque-na agricultura que será extremamente preju-dicada se não forem respeitadas as áreas con-solidadas nas APP’s. “O governo precisa avali-ar com muito cuidado para não extinguir umaimportante parcela da produção de alimentosno Brasil”, afirma.

As áreas a que se refere o pesquisadorpodem representar a porção mais produtivadas propriedades, pois, em uma Área de Pre-

servação Permanente (APP), as terras mais fér-teis ficam justamente na beira dos rios. De-pendendo do caso, isso pode significar 60%da renda do produtor – no semi-árido essenúmero sobe para 80%. “Pelos cálculos daEmbrapa, se houver a obrigação de recomporessas áreas de APPs, o custo será de R$ 650bilhões. Nas contas do Instituto de PesquisaAgrícola, esse valor é de R$ 1 trilhão”, disseMiranda à revista “Globo Rural”.

Com certeza, o setor rural não tem comoarcar com essa conta. É necessário melhorar aagricultura, reduzir seu impacto ambiental,mas contemplando as realidades que estãoconsolidadas nas APP’s. “Eu não conheço ne-nhum país no mundo que fez o que está acon-

tecendo aqui no Brasil. Com a aprovação doNovo Código, do jeito que eles querem, a agri-cultura do Brasil será congelada, não poderáavançar mais”.

Margeando rios “É preciso prestar atenção no que esta-

mos votando. Praticamente mais de 4 milhõesde agricultores estão localizados ao longo dosrios, em mais de 11 milhões de hectares. Issopode ser muito bem acompanhado através deimagens de satélite. Nós temos 270 mil açudesno Nordeste, por exemplo, todos ocupadospor pequenos agricultores, e ao longo do rioSão Francisco, por exemplo, são todas peque-nas faixas de terra, como acontece em todos

Código Florestal, um duro golpe em4,6 milhões de pequenos produtoresCódigo Florestal, um duro golpe em4,6 milhões de pequenos produtores

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DA REDAÇÃO

os rios do Nordeste. Então, se essa faixa forretirada dos pequenos produtores, seria comodecretar a morte deles”.

No Paraná são 474.063 propriedades de até4 módulos que ocupam quase 8 milhões dehectares, a maioria com pequenos cursosd’água. O próprio governo reconheceu que onovo texto do Código Florestal, da forma comofoi enviado pelo Senado à Câmara Federal,representará uma redução de 33 milhões dehectares do total aproximado de 220 milhõesocupados pelas atividades de produção agro-pecuária no Brasil.

Agricultura engessada“Nós temos que ter consciência que o

Brasil está votando o seguinte: não se ex-pande mais um hectare de café no sul deMinas Gerais, por exemplo, ou um pé demaçã na zona de relevo de Santa Catarina.O país não deveria funcionar desse jeito,como se a agricultura estivesse no períodoneolítico (idade da pedra polida). Se esti-véssemos praticando essa agricultura, usarencostas poderia ser muito perigoso, mastudo isso tem que se discutir com tecnolo-gia, depende da forma que você utiliza”,sustenta Miranda, “eu não conheço nenhumpaís no mundo que fez o que está aconte-cendo aqui no Brasil. Com a aprovação doNovo Código, do jeito que eles querem, aagricultura do Brasil será congelada, nãopoderá avançar mais”.

O próprio governo reconheceu que o novotexto do Código Florestal, da forma como foienviado pelo Senado à Câmara Federal, repre-sentará uma redução de 33 milhões de hecta-res do total aproximado de 220 milhões ocu-pados pelas atividades de produção agrope-cuária no Brasil. Esses dados foram confirma-dos pelo assessor especial do Ministério doMeio Ambiente (MMA), Luiz Antônio de Carva-lho, ao participar do seminário de capacita-ção do Guia de Financiamento da Agricultura

de Baixo Carbono, na sede da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), emfevereiro passado.

Os principais pontos polêmicos no textodo Código Florestal que irá à votação são asÁreas de Proteção Permanente (APPs) e a dis-cussão da Emenda 164, que na primeira vota-ção na Câmara consolidava as áreas produti-vas desmatadas antes de junho de 2008. NoSenado, entretanto, essa emenda se transfor-mou no artigo 62, prevendo a reposição da

vegetação em faixas de 30 a 100 metros emcada margem dos rios, com largura superior a10 metros, dependendo do tamanho dos mes-mos. As plantações em encostas e morros, tam-bém correm o risco de serem eliminadas. Ne-gocia-se a retirada desse artigo 62 e a ediçãode uma Medida Provisória, criando uma novafaixa para rios acima de 5 metros, que teriamque recompor 15 metros de vegetação. Riosaté 5 metros não precisariam ter a vegetaçãorecomposta.

No Paraná são 474.063 propriedades de até 4 módulosque ocupam quase 8 milhões de hectares, a maioria

com pequenos cursos d’água.

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justiça

CODIGO PENALerto da Constituição, que é uma moçade 23 anos, o Código Penal Brasileiro

(CPB) é um “senhorzinho” de 72. O passardo tempo e a falta de uma manutenção ade-quada às novas modalidades de crimes quesurgiram o deixaram desatualizado e, por quenão, caduco. O resultado disso? Muitas dis-torções na previsão de penas de processosque correm na Justiça.

Pelo texto atual é caracterizado crime, porexemplo, portar, vender ou adquirir materiaispornográficos de qualquer natureza. Ou seja,quem tem o costume de comprar revistas demulheres nuas nas bancas de jornal pode pas-sar até dois anos atrás das grades por contadisso. O beijo na boca, seja de língua ou não,dependendo de sua intensidade, também podecaracterizar ato libidinoso e ser enquadradono artigo 213 do CPB como crime de estupro.O agressor pode ser punido severamente, fi-cando de seis a 10 anos recluso.

Por outro lado, delitos mais modernos nãoestão previstos no conjunto de leis que data

de 1940. “Hoje, não há previsão de puniçãopara quem agride um homossexual, praticacrimes pela internet ou terrorismo”, afirma oadvogado e professor de Direito Penal da Uni-versidade Federal do Paraná (UFPR), René Ari-el Dotti. Ele, que, inclusive, foi um dos convi-dados pelo Senado Federal para compor acomissão de juristas que irá corrigir essas dife-renças e modernizar o Código Penal. Os traba-lhos começaram em novembro do ano passa-

do, mas Dotti revelou com exclusividade ànossa reportagem que se licenciou do grupopor achar que não haveria tempo hábil paradiscutir todas as mudanças necessárias e por-que considerou a iniciativa “mais uma joga-da de Marketing do que um processo real-mente científico”. Segundo o advogado, “hámais de mil artigos de lei fora do CódigoPenal atualmente. Precisaríamos de um tem-po muito maior para avalizar as alterações”.

René Dotti: “Hoje, nãohá previsão de puniçãopara quem agride umhomossexual, praticacrimes pela internet outerrorismo”.

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As distorções de um septuagenário

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LUCIAN HARO

Código Penal Brasileiro foi escrito em 1940 e não abrange oscrimes da vida moderna. Reformulação deve ocorrer ainda este ano

Bang-banglegislativo

Ainda de acordo com René Dotti, osoperadores do campo administrativo dajustiça penal brasileira sofrem a amargaexperiência da inflação legislativa, umapraga responsável por uma espécie de ter-ror penal que, ao contrário do seu mode-lo antigo, não se caracteriza pelas inter-venções na consciência e na alma das pes-soas, tendo à frente as bandeiras do pre-conceito ideológico e da intolerância reli-giosa. Ela se destaca atualmente em duasperspectivas bem definidas: a massifica-ção da responsabilidade criminal e a ero-são do sistema positivo. A primeira fomentao justiçamento social, determinado pelospadrões sensacionalistas da mídia e con-sagrando a responsabilidade objetiva, e asegunda anarquiza os meios e métodos decontrole da violência e da criminalidade,estimulando o discurso político, que re-vela ausência de uma Política Criminal emnível de Governo Federal.

Esses fenômenos da perda do equilí-brio e da redução dos espaços do espíri-to e que se convertem num tipo de bang-bang legislativo, forma muito bem ob-servados, ao seu tempo e à sua maneira,pelo Conde Francisco de Cabarrus, nocomeço do século XI: “ Percorri com es-panto aquela massa imensa e incoerentede teocracia, republicanismo, despotis-mo militar, anarquia feudal, de erros an-tigos e de extravagâncias modernas, aque-la massa de 36 mil leis com seus formidá-veis comentadores”.

O prazo de entrega das sugestões da comis-são é no final deste mês.

O jurista também revelou preocupação coma tentativa de consolidar as leis penais, que estáenvolvida nesse processo de adequação do CPB.Conforme disse, é uma tarefa extremamentecomplexa reunir todas as leis especiais na cha-mada Parte Especial do Código, onde são dis-postas. “Em nosso país, apesar de algumas ten-tativas com anteprojetos anteriores (1983, 1994e 1998), essa obra colossal não foi realizada aexemplo da primeira Consolidação, feita em1932 pelo Desembargador Vicente Piragibe(1879-1959). O documento passou a ser conhe-cido como Código Piragibe e foi aplicado em

substituição ao Código Penal de 1891, até a cri-ação do código vigente.

ParadoxoEnquanto o atual Código Brasileiro pune

demais uns, prevê castigos de menos para ou-tros. Há 11 anos, em Brasília, um homem foipreso por tirar um pedaço da casca de umaárvore para fazer chá. Já quem é condenadopor corrupção fica no máximo três anos encar-cerado, quando fica. Essa situação também estána mira do Senado. A comissão de juristas apro-vou recentemente uma proposta que criminali-za o enriquecimento ilícito. Pelo projeto, políti-cos, juízes ou funcionários públicos que nãoconseguirem provar a origem de seus bens oude dinheiro vai responder na Justiça por crimecontra a administração pública. Os juristas pro-põem uma pena de um a cinco anos de prisão,além do confisco do bem ilegal.

Outras mudançasNum país com graves problemas de super-

lotação em presídios, em casos de furto, aproposta é reduzir a pena. Se o ladrão repararo dano à vítima, pagaria apenas uma multa.Os juristas também querem mexer em outrotabu: a eutanásia. A ideia é que não seja confi-gurado crime desligar aparelhos que mantémpacientes vivos, desde que a morte seja inevi-tável e que haja o consentimento da família.

Enquanto algumas condutas podem dei-xar de ser crimes, outras podem ter puniçõesmais severas. Explorar o jogo do bicho e má-quinas caça-níqueis, por exemplo, deixaria deser apenas contravenção. O crime de terroris-mo, não previsto até hoje, ficaria tipificado,deixando clara a exclusão de protestos demovimentos sociais.

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DA REDAÇÃO

mídianacional

comunicação, organização e respon-sabilidade social, econômica e ambi-

ental, mídia e mercado de trabalho, além daatuação da imprensa no terceiro setor, foramos temas de destaque do Congresso Brasileirode Comunicação Social, realizado de 20 a 22de abril, em Brasília. Foram três dias de deba-tes, com oficinas, painéis, apresentação decases e discussões sobre os cursos de comuni-cação social.

Os assuntos tratados com responsabilida-de e conhecimento pelos profissionais convi-dados, foram da “Comunicação e Meio Ambi-ente”; “Empreendedorismo em Comunicação”,passando por “Carreira e Experiência Interna-cional”, até assuntos como “Um jeito diferentede organizar um evento”, “Empreendedoris-mo Cultural”, “Internet, tecnologia e criação”,“Visão Globalizada de mercado”, “Falar empúblico: encare este desafio”, “Primeiros pas-sos do empreendedor”, entre outros temas deinteresse, comandado por profissionais alta-mente qualificados.

Diretores e integrantes da revista e do siteDocumento Reservado foram convidados aparticipar do evento, reservado exclusivamentepara agências de publicidade de São Paulo e

Rio de janeiro e fechado para as demais. “Foium privilégio para nós participarmos de umacontecimento como este, que reuniu, emBrasília, os melhores nomes da publicidadebrasileira. Foi uma oportunidade única de,além da possibilidade de atualizarmos nossoconhecimento sobre os mais diversos temasem destaque, onde, também, pudemos trocarexperiências com profissionais da área da pu-

blicidade”, disse o diretor comercial da DR,Guaracy Ribas Júnior.

Para Ribas Junior, o Congresso serviu para,ainda, dar um grande passo para tirar os publi-citários da condição de meros corretores deanúncios. “Tudo o que vimos serviu para nosdar a certeza da necessidade e importância darealização de congressos de qualidade, parareforçar o mercado de trabalho”, disse.

A

A revista e site Documento Reservado foram convidados a participardo evento, reservado exclusivamente para agências de publicidade

de São Paulo e Rio de janeiro e fechado para as demais

Documento Reservado mostra seu conteúdo no

Congresso Nacional de Comunicação Social e Marketing

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DA REDAÇÃOsegurança

policiamento comunitário, primeiroinstalado no Rio de Janeiro e depois

em Curitiba, deverá ser adotado em todo oPaís. Este é, pelo menos, o desejo da presiden-ta Dilma Rousseff, que pretende ampliar oprograma de construção de Unidades de Polí-cia Pacificadora (UPPs).

A presidenta disse que o objetivo do go-verno é incentivar por todo o país as boas

políciapráticas na segurança pública, como é o casoda UPP. O governo federal nunca abandonouo conceito das UPPs, que é a retomada deterritórios dominados pela criminalidade comforte presença do Estado. Mas a UPP tem ca-racterísticas que são específicas para a realida-de da violência do Rio de Janeiro, que não é amesma de outras cidades brasileiras”, disse apresidenta.

Em alguns casos, o governo opta pela ins-talação de bases móveis com monitoramentopor câmera ao invés de postos fixos. O gover-no quer incentivar o policiamento de proxi-midade, ou policiamento comunitário, quefaz parte do projeto das UPPs.

Seguindo essa política, o Ministério da Jus-tiça tem readequado o projeto de postos fixosde policiamento comunitário. Inicialmente, os2.883 postos seriam fixos, espalhados por todoo Brasil, mas há situações em que a utilizaçãode bases móveis com monitoramento feito porcâmeras é mais eficiente. As bases móveis, porexemplo, são estrategicamente melhores parao enfrentamento ao crack.

OEm alguns casos, o governoopta pela instalação de basesmóveis com monitoramento

por câmera ao invés depostos fixos

comunitária

Mais

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m dos maiores fabricantes de pneusdo mundo, a japonesa Sumitomo

Rubber Industries, que está se instalando nomunicípio de Fazenda Rio Grande, região me-tropolitana de Curitiba, começa a operar em2013 com a produção de 15 mil pneus por diadas marcas Dunlop e Falken. Os investimen-tos somam R$ 565 milhões e, numa primeiraetapa, serão criados 1.200 empregos diretos ea projeção é dobrar o número de postos detrabalho no médio prazo.

A decisão de instalar uma unidade noBrasil se deu pelo crescimento econômicoestável das Américas Central e do Sul e tam-bém da indústria automobilística da região,revela o departamento de Relações Públicasda empresa. Para o governador do Estado,Beto Richa, a instalação da Sumitomo é frutodo programa Paraná Competitivo e de umEstado em crescimento, somado à boa situa-ção econômica do Brasil.

“A demanda por pneus está se tornandoforte também. Ainda que o Brasil seja o maiormercado da região, os altos impostos da im-portação e os custos com transporte, são des-vantagens para fábricas estrangeiras de pneus.Por causa disso, a Sumitomo Rubber conside-ra o estabelecimento de uma base de produ-ção no Brasil necessária e decidiu por estabe-lecer sua primeira subsidiária de produção evenda de pneus no país”, diz o comunicadoaberto aos investidores.

O investimento de R$ 565 milhões será paraa construção de uma fábrica de 500 mil me-

indústria

Indústria japonesa produzirá15 mil pneus/dia no Paraná

tros quadrados que produzirá 15 mil pneus/dia e deve gerar, inicialmente, cerca de 1,2 milempregos. “Pelo projeto, a intenção é atingirinvestimento de R$ 1 bilhão até 2020, criandoentão cerca de 3 mil postos de trabalho”, adi-antou o secretário de Indústria, Comércio eServiços de Fazenda Rio Grande, Eloi Kuhn.

IncentivosO secretário de Estado da Indústria, Co-

mércio e Assuntos do Mercosul (SEIM), Ri-cardo Barros, revela que os descontos e pra-zos para pagamento do Imposto sobre Cir-culação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

para a Sumitomo já estão definidos, dentrodas possibilidades do programa Paraná Com-petitivo, lançado em fevereiro do ano pas-sado. Pelo programa, a redução do impostopode ficar entre 10% e 90%, dependendo decada caso, com prazo de dois a oito anospara pagamento, prorrogável pelo mesmoperíodo.

Para manter o benefício fiscal, que se es-tende ao ICMS da energia elétrica consumida,as empresas têm de investir até 5% do valor doincentivo em programas de qualificação detrabalhadores. O imposto que incide sobreenergia elétrica acompanha a mesma lógica.

U

A japonesa Sumitomo Rubber Industries começa a operar em 2013 coma produção de 15 mil pneus por dia das marcas Dunlop e Falken

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DA REDAÇÃO

O setor de pneumáticos produziu 66,9 mi-lhőes de unidades de pneus para veículos decarga, caminhonete, automóvel e outros noano passado. Em comparaçăo a 2010, houveuma queda de 0,6% na produçăo total. Aproduçăo de 2010 foi de 67,3 milhőes. Nadivisăo entre as categorias, a produçăo depneus para caminhonetes subiu 6,7%. Já aproduçăo para pneus de carga e de automó-veis teve queda de 3,7%. Em 2011, a produ-çăo brasileira de pneus ficou dividida da se-guinte forma: 44,5% direcionada para o mer-cado de reposiçăo, 23,9% para exportaçăo e31,6% para as montadoras. Em 2010, 25%da produçăo foi enviada para exportaçăo. Em2011, as associadas da ANIP exportaram 17,4milhőes de unidades, o que representou umaqueda de 3,8% em relaçăo a 2010, quandoestas empresas exportaram 18,1 milhőes deunidades. Para 2012, o setor espera um cres-cimento em linha com o previsto para o PIB. Osetor trabalha com uma projeçăo de cresci-mento em torno de 2,5%.

O Brasil possui 15 fábricas de pneus e osetor gera mais de 26,2 mil empregos diretose 100 mil indiretos.

Brasil, com15 fábricas, produziu

66,9 milhões depneus em 2011

Além disso, o mesmo benefício poderá serconcedido para o tributo incidente sobre ouso do gás natural.

Nova importadoraO diretor da BS Colway, Francisco Simeão,

diz estar feliz com a concorrência e que a vin-da da Sumitomo para o Brasil era certa, pelopotencial do mercado. Com o fechamento dafábrica paranaense em 2008, a empresa é hojeimportadora dos pneus da Maxxis, nona noranking mundial do setor, com sede em Taiwan.

“Estando fora ou aqui, a Sumitomo já é nossaconcorrente. Como paranaense, no entanto,devo admitir que fico feliz com a vinda daempresa, e estou empenhado em trazer a Ma-xxis para cá também”, antecipa.

Barros adiantou que o conselho consul-tivo do Paraná Competitivo, peça que estavafaltando para a inclusão oficial de empresasno programa, deve ser formado nos próxi-mos dias. Na primeira reunião, uma série deinvestimentos recém-anunciados já devem serdiscutidos.

O secretário de Estado daIndústria, Comércio e Assuntos

do Mercosul (SEIM), RicardoBarros, revela que os

descontos e prazos parapagamento do Imposto sobreCirculação de Mercadorias e

Serviços (ICMS) para aSumitomo já estão definidos

Governador Beto Richa e o presidente mundial da Sumitomo, Ikuji Ikeda

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Metrô de Curitiba está a um passo desair do papel e se tornar realidade. O

prefeito Luciano Ducci assinou com a presidenteDilma Rousseff, a liberação de R$ 1 bilhão emrecursos federais para as obras, o que dá inícioao processo para a implantação dos 14,2 km dometrô, desde a CIC até a Rua das Flores.

A presidente Dilma Rousseff disse quefoi dado um grande passo na construção damobilidade sustentável. “Escolhemos pro-jetos consistentes em conjunto com prefei-tos, que são quem conhece a realidade lo-cal”, ponderou. “Este é o maior investimen-to da história de Curitiba. É a maior obra danossa cidade. Agora vamos divulgar a datada audiência pública que acontecerá naspróximas semanas. Queremos começar asobras do metrô até o fim deste ano”, disseLuciano Ducci.

A partir de agora, “vamos agilizar a publi-cação no diário oficial do Município para a

DA REDAÇÃOtransporte

R$ 1 bilhão para oMetrô de Curitiba

Dilma e Duccicomemoram a

liberação dos recursos

R$ 1 bilhão para o

primeira audiência pública para a montagemde processo licitatório que envolve a constru-ção e a operação do novo modal de transpor-te”, adiantou o prefeito. A data provável dasconsultas públicas é 15 de maio. O metrô cu-ritibano terá investimentos da ordem de R$2,33 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão do governofederal, R$ 300 milhões do governo do Estadoe o restante do municí-pio e da iniciativa pri-vada, dentro de umaParceria Público Priva-da (PPP).

“Curitiba sai nafrente de todas as ci-dades brasileiras nes-

te processo. Além disso, a modelagem da PPPprevê que as empresas recebam após a obraentregue, o que dá a garantia de que o metrôserá construído no tempo previsto ou até mes-mo antes do prazo. Quanto antes acabar aobra, antes começará a operar e antes as em-presas receberão pelos serviços”, disse Luci-ano Ducci.

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saúde

Rumo à estação final

Curitiba e regiãometropolitana viveuma epidemia decrack e violência

com morte

ais de 70% dos homicídios cometidosem Curitiba e região metropolitana

referem-se a envolvimento com drogas. Decada 10 mortes, sete tem origem no crack, oque já acendeu luz vermelha junto às autori-dades governamentais. Uma pandemia, afir-mam policiais civis e militares que patrulhamas principais ruas do centro da capital ena região do bairro Cidade Industrialde Curitiba, seguramente, o mais vio-lento. O endereço do tráfico e do con-sumo está nas vielas das vilas Verde,Jardim Sabará e Tatuquara, além doAlto Maracanã, em Colombo, São Josédos Pinhais e Almirante Tamandaré.

Os usuários de crack morrem pordois motivos: pela própria droga eporque não conseguem pagar seu for-necedor, o traficante. “Quando nãoconsigo dinheiro para comprar pe-dras, a primeira coisa que faço é ten-tar roubar alguém. Desde um celular a umpar de tênis. Qualquer coisa”, disse PauloMiranda, de 20 anos, à reportagem da revistaDocumento Reservado. Nascido em São Pau-lo, Mirandinha, como é conhecido nas “bo-cas”, explicou que se mudou para Curitibadepois que a Polícia de São Paulo acaboucom a cracolândia. “Fiquei perambulandopelas ruas e consegui uma carona para Curi-tiba. Aqui é melhor”, afirmou.

Como Mirandinha, milhares de jovens vi-ciados em crack em Curitiba e região metro-politana. Embora as autoridades não consi-gam chegar a um número exato de usuários,acredita-se que passa de 50 mil no estado. No

Brasil são mais de 1,2 milhão de consumido-res da droga, que custou perto de R$ 2,7 bi-lhões aos cofres do INSS no ano passado.

Venda pulverizadaA própria presidenta Dilma Rousseff ad-mite que o problema do crack é extrema-

mente grave no País e anunciou re-cursos da ordem de R$ 4 bilhõespara ajudar no combate ao tráfico eapoio aos usuários dependentes. Oapelo do crack é grande. Um co-nhecido usuário reconhece que ocrack é a estação final e quem fumanão é mais dono de mais nada e édifícil ficar sem a droga.

Um policial civil, que preferenão se identificar, disse à nossa re-portagem que o tráfico de drogasestá pulverizado. Não se prendeum ou dois quilos de cocaína ou

crack em um local. Apenas gramas e entre 40 a60 pedras. As grandes quantidades são apreen-didas nas estradas e fronteiras.

Segundo esse policial, que está há 22 anosna Delegacia de Polícia Civil do Paraná, hoje épossível ver o comércio de pedras e maconhasno centro da cidade. Por se tratar de poucaquantidade, quando abordados, dizem que sãousuários, o que dificulta sua prisão. E assimvão espalhando o crack em toda a cidade. E ousuário, quando não consegue a droga, porfalta de dinheiro, rouba até conseguir “unstrocados” para adquirir o produto. Quandonão conseguem a droga é porque estão deven-do para o tráfico, o que significa morteanunciada.

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PEDRO RIBEIRO

Drogas movimentam cifrassuperiores a US$ 1,5 trilhão

ARTIGO

Valdir Bicudo*

Relatório do escritório das Nações Uni-das contra Drogas e Crime no Brasil, apon-tam que o crime organizado funciona comouma holding, na qual a droga é o item maislucrativo de um empreendimento que faturaquantia superior a US$ 1,5 trilhão por ano.O mesmo relatório afirma que na últimadécada, alunos do ensino médio e funda-mental passaram a consumir seis vezes oumais ansiolíticos (tranquilizantes), anfetami-nas, maconha e cocaína. Sendo que o con-sumo de cocaína aumentou em 700%, e deacordo com o estudo, 1/3 da cocaína produ-zida na América do Sul, tem como destino omercado brasileiro, que tem aproximada-mente 900 mil usuários da droga.

O Brasil está no percurso entre os pro-dutores e os países europeus de destinaçãofinal do produto. Mas já não é só rota. Nosúltimos cinco anos, o consumo aumentou.Dados do Centro Brasileiro de informaçõessobre Drogas Psicotrópicas, da Unifesp, Ce-brid - mostram que, na última década, oaumento de anfetaminas atingiu o patamarde 150%, maconha 325% e cocaína 700%, emdiferentes camadas da sociedade brasileira.

Ainda de acordo com o relatório, secriou no Brasil um mercado interessante paraos traficantes, porque eles não precisam pa-gar com dinheiro os serviços que prestamaos seus “colegas” na Europa e EUA. Numcarregamento de 100 kg de cocaína que en-

tra no País, os brasileiros se encarregam dedespachar 80 kg para fora e ficam com 20 kgpara distribuir aqui, afirmam os responsáveispelo relatório. Esse relatório aponta que, 1 kgde cocaína pode ser adquirido na fronteiraentre Brasil e Bolívia por US$ 1.500, a um nívelde pureza de 70%. Posteriormente, esse quiloé vendido nas favelas entre US$ 5 mil e US$7mil, com o mesmo nível de pureza. O mesmoproduto com pureza que oscila de 30% a 50%- chegará aos clientes da classe média alta aUS$ 20 mil/kg, US$ 20/grama. *

O fator de multiplicação é de quase trin-ta vezes. A mesma cocaína que vem da Co-lômbia, da Bolívia, passa pelo Brasil e conti-nua para a Europa e EUA, será vendida emgrandes quantidades por US$ 30 mil/kg a US$50 mil/kg, chegando ao consumidor final poralgo entre US$ 100 mil e US$ 150 mil, finalizao relatório. O detalhe que chamou a atençãonesse relatório foi a não menção ao crack, amaior preocupação das autoridades e da so-ciedade brasileira na atualidade. O consumodo crack não é contabilizado porque a drogaé classificada como um subproduto da coca-ína. Acrescente-se ao exposto, que em 2010foram descobertas nos países europeus, qua-renta novos tipos de drogas, todas sintéticas,ou seja, produzidas em laboratório. Dentreelas, a spyce, que tem efeitos similares amaconha mas ainda não foi registrada comodroga ilícita.

Há décadas existem estudos que afirmamque as causas da criminalidade violenta, es-pecialmente o tráfico de drogas é um dosmaiores problemas das cidades brasileiras,em função da ausência de agentes do estadonas áreas de periferia e a completa falta deassistência médica, judiciária, sanitária, edu-cacional, de lazer, e a inviabilidade de convi-vência sadia, restando como opção à essaspopulações, o tráfico. Ausente o estado, ins-tala-se a lei do mais forte e a criminalidadeassume o seu papel.

Se quisermos ter sucesso nas ações contrao crime organizado, temos que focar a aten-ção em como reduzir o mercado do traficantee através de trabalho preventivo, que tem rela-ção custo-benefício muito mais positiva doque ações repressivas. Diante do exposto, éimperativo que a Secretaria Nacional Antidro-gas - Senad, o Judiciário, o ministério da Saú-de, da Educação, dos Esportes e o ministériodas Cidades, formem uma força tarefa e de-senvolvam ações integradas para mudar essetriste quadro que está destruindo o futuro doBrasil, que são os jovens.

PS: o tráfico é o principal motivo deprisão no Brasil. O crescimento foi de 62%

entre 2007 e 2010. Em 2007, foram presas62.494 pessoas. Em 2010, 106.491 pessoas.

* Investigador de Polícia de 1ª classe

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DA REDAÇÃOcomportamento

Casas de

s casas de prostituições - prostíbulos -deverão ser legalizadas no Brasil, o que

acabará com as punições de seus proprietá-rios e evitará que policiais corruptos acha-quem os donos dessas casas. Pela legislaçãoem vigor, as penas para quem mantém pros-tíbulos são de dois a cinco anos de reclu-são, mais multas. Com a proposta do Sena-do de reforma do Código Penal, a mudançaabrirá caminho para a regulamentação daprofissão.

Assim, haverá um vínculo entre o em-pregado do prostíbulo e o empregador, aexemplo do que já existe na Holanda e Ale-manha. Essa legalização é uma reivindica-ção histórica do “movimento de prostitu-

tas” que lutam para ter uma profissão semdiscriminação ou traumas. Pela propostado Senado, a pena para quem explorar aprostituição de menores passará de quatropara dez anos.

Em relação ao assunto, é interessante aposição do delegado-geral de Polícia Civil de

São Paulo, Marcos Carneiro Lima. Para ele, alegalização das casas de prostituição poderáaté ser positiva: “a atuação da prostituta acabatrazendo benefícios à sociedade. Como somosmamíferos e primatas, descarregamos no atosexual aquela energia que poderia ser canali-zada para coisas violentas”.

A

tolerância

Com a proposta do Senado de reforma doCódigo Penal, a mudança abrirá caminhopara a regulamentação da profissão

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Passo grande

profissão

Passo grande

epois de 40 anos de luta, os moto-ristas profissionais – caminhões,

ônibus e tratores – estão a um passo daregulamentação da profissão. O projeto delei, já aprovado pela Câmara dos Deputa-dos e Senado, está no gabinete da presiden-ta Dilma Rousseff para sanção. Em Curitiba,onde participou de um seminário sobre aquestão trabalhista de motorista de cami-nhão, o diretor-executivo da NTC&Logística,Marcos Aurélio Ribeiro, explicou que a me-dida é de grande importância para a reorga-nização do setor e que os empresários terãoque ter muita paciência para absorver osimpactos que representarão.

O desembargador Altino Pedrozo dosSantos, vice-presidente do TRT Paraná, dizque, há de se preparar para questões judi-ciais que poderão surgir pela frente, masque o bom senso deve comandar as nego-ciações entre patrões e empregados nessanova profissão que é de extrema impor-tância não apenas para a classe trabalha-dora e empresarial, mas para o desenvol-vimento do país. Ele recomenda negocia-ções coletivas para evitar derrames de açõesno judiciário. Pedrozo dos Santos tambémparticipou do seminário promovido pelaFetranspar dia 12 de abril, em Curitiba.

Novas regrasEntre as novas regras da profissão de

Motorista de caminhão pode contar, agora, com vários benefícios com a profissão regulamentada

D

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nas estradas

PEDRO RIBEIRO

nas estradas

motorista, nas viagens de longa distância,aquelas em que o motorista fica distante dabase da empresa por mais de 24 horas, oprojeto determina um descanso mínimo de30 minutos a cada quatro horas contínuas dedireção. O intervalo de refeição também seráde uma hora, e o repouso diário será obriga-toriamente com o veículo estacionado, po-dendo ser feito em cabine leito ou em aloja-mento ou hotel.

No caso de transporte de cargas a lon-ga distância, outras regras poderão ser apli-cadas de acordo com a especificidade daoperação. Se a viagem durar mais que umasemana, o descanso semanal será de 36horas, mas será permitido seu acúmulo até108 horas. O descanso semanal poderá serfracionado. Das 36 horas, 30 podem sergozadas diretamente e as demais 6 horasao longo da semana, em continuidade aoperíodo de repouso diário.

Quando dois motoristas trabalharem emsistema de revezamento, será garantido orepouso diário mínimo de 6 horas consecu-tivas fora do veículo ou na cabine leito como ônibus ou caminhão estacionado. Apesarde prever a obediência à jornada de traba-lho constitucional de oito horas, o projetopermite que uma convenção coletiva esti-pule jornada de 12 horas com 36 horas dedescanso se o tipo de transporte justificar amudança.

Marcos Aurélio Ribeiro:empresários do setorde transportes terão

que ter paciência paraabsorver os impactos

Desembargador Altino Pedrozodos Santos alerta sobre os problemasjudiciais que poderão surgir

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DA REDAÇÃOgente

Na democracia, mando em você. Na ditadura, você manda em mim

Millôr FernandesBrasil perde mais uma de suas inteligências, mas não per-de a memória e a história, recheada de humor, de Millôr

Fernandes. O desenhista, jornalista, roteirista de cinema e dra-maturgo deixa célebres frases que jamais serão esquecidas

como: “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quandovocê manda em mim”. Millôr morreu às 21h do dia 27 de março, emcasa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul, Rio de Janeiro. Tinha 87anos.

O

Algumas de suas frases Dizem que quando o criador criou o homem, os animais todos em voltanăo caíram na gargalhada apenas por uma questăo de respeito.

Trabalho năo mata. Mas vagabundagem nem cansa. Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurandocompreender tudo e todos, um homem consegue, depois de mais ou

menos quarenta anos de vida, aprender a ficar calado.A verdade é que, nesse mundo cheio de feministas

agressivas e gays reivindicantes, eu sou um mero homem.Vocę pode desconfiar de uma admiraçăo, mas năo de um ódio.

O ódio é sempre sincero.Patriotismo é quando vocę ama o seu país mais do que qualquer outro.Nacionalismo é quando vocę odeia todos os países, sobre tudo o seu.

Afinal nossa justiça condenou um banqueiro. Agora só faltam todos os outros.

Habitaçăo popular é uma casa sem portas e em que năo se podecolocar janelas por năo haver paredes.

Nos filmes violentos que săo exibidos todas as noites na televisăo, qualquercriança sabe de antemăo quem é o criminoso – o dono da tevę.

Canalhas melhoram com o passar do tempo (ficam mais canalhas).

Chega de prisőes de segurança máxima!Queremos é ruas de segurança mínima.

O ovo frito de hoje anula o galeto de amanhă.

A diferença entre a galinha e o político é que opolítico cacareja e năo bota o ovo.

O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde.

Há homens que devem ŕ esposa tudo que săo, mas em geral, oshomens devem ŕ esposa tudo o que devem.

Vocę pode evitar descendentes. Mas năo há nenhumapílula para evitar certos antepassados.

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artigo

Salve Alto Paranáasci no dia cinco de julho nas redon-dezas de Arapongas. Com dias de vida

meus pais se mudaram para Alto Paraná. En-tão, portanto, sou altoparanaense e não abromão. Molecote, calça curta, camisa faltandobotão, que minha mãe, dona Nair, cansava depregá-los. De manhã, rumo ao grupo escolarRuy Barbosa, roupa pobre, mas limpa, impe-cável. A tarde, com bolinhas de gude nos bol-sos, estilingue no pescoço e uma bola de fute-bol embaixo do braço, com sete/oito anos,ficava um caco e chegava em casa todo sujoao por do sol. Levava uns cascudos da mãe,tomava banho e ia direto pra cama.

No outro dia, a mesma coisa. A tarde, osamigos Gardin, Maurício, Sirim, Toninho,Tico, Reynaldo, Wilmar e outros, já espera-vam na esquina do Grupo Escolar e lá ia obando de meninos de rua ou para o tanquedo Kuã, ou para o açude do Mafra, ou entãopara o “esfria saco”. No caminho, melanciasde uma roça, mangas da beira da estrada. Erasó alegria. Retornávamos ao por do sol. Maiscascudos. Como não tinha televisão em casa,a diversão noturna era ouvir rádio, em espe-cial a Voz do Brasil.

O garoto foi crescendo e o juízo conti-nuava o mesmo. O futebol todos os dias. Jácom doze ou treze anos, começava a experi-mentar uns golinhos de cachaça e umas tra-gadas de cigarro junto ao bando de desocu-pados. No Ginásio Agostinho Stefanello, asprimeiras lições e noções de cidadania, gra-

ARTIGO

Pedro Ribeiro *

ças ao empenho, à forceps, de professorescomo Olympio Begnini Filho, Tadeu Fer-nandes e outros.

Aos domingos à noite, encontro marcadono Cine Alvorada, do Pedro Vieira, avô doamigo e jornalista Hernani Vieira. Durante asemana, bar Estrela, bar Líder, bar Planalto,praça central e praça da Igreja de Santo Antô-nio. As vezes, um sarau no Clube RecreativoAlto Paraná, onde já fui garçom.

Saída da escola, algumas trocas de socos epontapés, paquerinhas e a paixão pela fanfar-ra. Às vésperas do dia cinco de maio ou setede setembro, ensaios e mais ensaios. Eu, asvezes na caixa de guerra ou no repique, ami-

N gos no surdo e a corneta, rasgando a madru-gada fria e acordando os pacatos cidadãos.

Cresci. Vim para Curitiba, arranjei traba-lho, continuei os estudos e não podia olharpara o por do sol que indica mais ao Norte. Asaudade dos amigos, da família era tão gran-de que não conseguia conter as lágrimas.Hoje, enraizado na capital, penso todos osdias na minha querida cidade que neste diacinco de maio completa mais um aniversá-rio. Não é a mesma que curti quando criançae adolescente, mas continua sendo a minhacidade.

* Jornalista editor da revista e sitewww.documentoreservado.com.br

Alto Paraná, em 1954

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social

HEINZ HERWIG LANÇA LIVRO E SE DESPEDE DO TCMais de mil pessoas circularam pelo plenário do Tribunal de Contas do Estado no último dia 26 para prestigiar o lançamentodo livro Heinz Herwig, O Alemăo. Entre as personalidades presentes, o governador do estado, Beto Richa, o ex-governadorJoăo Elísio Ferraz de Campos e o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. Deputados, prefeitos de cidades da regiăo metropo-litana, vereadores da capital, empresários e lideranças do poder público engrossam o pelotăo de amigos do conselheiro do TCque também se aposentou. Herwig, que por 40 anos trabalhou no setor público paranaense, onde foi secretário de estadodos transportes em quatro gestőes: governadores José Richa, Joăo Elisio Ferraz de Campos, Alvaro Dias e Jaime Lerner.Também foi deputado estadual e nos últimos anos conselheiro e presidente do TC. Em uma sessăo emocionante, onde todosos sete conselheiros e os conselheiros substitutos presentes enalteceram o trabalho e a pessoa humana de Herwig,acompanhada por centenas de funcionários, HeinzHerwig vestiu pela última vez a toga da magistratu-ra. Fez um pronunciamento igualmente emocionan-te, onde prestou uma pequena e singela homena-gem a todos os companheiros, sempre dando comotom o agradecimento pelo apoio que encontrou nacasa, quando chegou em 2000. Em suas últimaspalavras, carregadas de forte emoçăo e já comlágrimas nos olhos, o Alemăo, como é carinhosa-mente chamado por todos, disse que năo queriadeixar a casa, mas o fazia por força da lei. Emseguida, autografou o livro Heinz Herwig, O Ale-măo, ŕ mais de mil pessoas.

Ao receber autógrafo do livro, o governador Beto Richa disse que Heinz Herwig é um grande amigo e que estava muito feliz em participar desse emocionante evento dedespedida. “O Alemăo é uma pessoa muito querida e foi um grande amigo do meupai”, comentou

Waldermar Malucelli, Joăo Francisco Bitencourt e Lenomir Trombinino evento de lançamento do livro do Alemăo

Ex-governador JoăoElísio Ferraz de Campostambém compareceupara dar um abraço noamigo Alemăo

Amigos das segundas e quintas-feiras,do futebol, no Malutrom, foram em

peso prestigiar o lateral esquerdaAlemăo, no lançamento de seu livro

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por LISLEY CHIQUINI

[email protected]

MAIS DE MIL PESSOAS PRESTIGIARAM O LANÇAMENTO DO LIVRO “O ALEMÃO”

O livro Heinz Herwig, O Alemăo, percorreu de măo em măo nos corredores e plenário do Tribunal de Contas. Em 212 páginas, com mais de50 depoimentos, amigos e familiares contam um pouco da história desse descendente de alemăo que desembarcou na rodoviária de Curitibaem 1968 para estudar engenharia civil, onde se formou na Universidade federal do Paraná cinco anos mais tarde. Depois dedicou sua vidaao setor de transportes, sendo responsável pela pavimentaçăo de mais de cinco mil quilômetros de rodovias no estado, com participaçăoefetiva no desenho do processo do pedágio e ainda atuou como deputado estadual.

Conselheiros prestaram homenagem ao companheiro detoga, Heinz Herwig, em sua despedida como conselheiro

do Tribunal de Contas

O prefeito Luciano Ducci também esteve presente nolançamento do livro do Alemăo e também destacouas qualidades do homenageado, dizendo tratar-se deuma pessoa íntegra e de muitos amigos na vida

Casal Fernando e Kelly Guimarăes e filhas no lançamento do livro “O Alemăo”

A família de Heinz Herwig, esposa, filhos,noras e netos marcaram presença e fizeram

questăo do autógrafo nos livro

Amigos dostempos do DER eSecretaria dosTransportes forampara dar um abraçono Alemăo

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agenda

Exposições

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Cinema

Anjos da LeiO filme “Anjos da Lei” entra em cartaz nos cinemas no dia 04 de maio. A história é baseada em uma sériepopular dos anos 80, em que um grupo de elite formado por jovens policiais se infiltra em escolas paradescobrir crimes dos alunos. A missăo da vez é desvendar se um menino popular de um certo colégio é ounăo um traficante.

(Im) permanęnciasA exposiçăo (im) permanęncias está em cartaz até 3 de junho na Casa Andrade Muricy, em Curitiba. A mostrareúne objetos, desenhos e pinturas do artista plástico José Antonio de Lima. Sua obra explora modulaçőes doespaço com estruturas de ferro. Endereço: Al. Dr. Muricy, 915, Centro, Curitiba. Entrada gratuita.

Galeria da CaixaA exposiçăo “The End Fac-tory Project”, da artista plás-tica paranaense Adriana Ta-balipa, entra em cartaz naGaleria da Caixa, em Curiti-ba. A mostra traz pinturas,gravuras, desenhos e insta-laçőes; a maioria feita commateriais descartáveis comomeias velhas, etiquetas deroupas e tampas plásticas de embalagens. A proposta da artista é incitar uma reflexăosobre a sociedade de consumo. A mostra tem entrada gratuita e fica exposta até o dia10 de junho.

Série de entrevistas A exposiçăo “Série Entrevistas – Pequenas e Grandes Histó-rias de Quem Tem o Que Dizer”, em cartaz até o dia 12 demaio, traz aos quatro pisos da Torre de Fotografia do MuseuGuido Viaro, 23 fotos de personalidades paranaenses. A mos-tra acontece após a publicaçăo da Série Entrevistas, queocorreu no segundo semestre de 2011, nas páginas dominicaisdo jornal Gazeta do Povo. Entrada gratuita.

A arquitetura de Lelé A exposiçăo “A Arquitetura de Lelé: Fábrica e Invençăo” fica em cartaz até 15 de junho, no Museu Oscar Niemeyer (MON), emCuritiba. A mostra reúne invençőes, maquetes, plotagens e audiovisuais do arquiteto Joăo Filgueiras Lima, conhecido como Lelé, que

estăo presentes em cidades como Fortaleza, Ribeirăo Preto,Belo Horizonte e Rio de Janeiro . Endereço: R. Marechal Her-mes, 999, Centro Cívico. Ingressos custam R$ 4.

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Shows

Nenhum de nósA banda Nenhum de Nós retorna ŕ capital paranaense com show no dia 25 de maio, noCuritiba Master Hall. O grupo atualmente promove o álbum “Contos de Água e Fogo”,lançado em 2011. No repertório, estăo as músicas “Astronauta de Mármore”, “Sobre oTempo” e “Vocę Vai Lembrar de Mim”, grandes sucessos do grupo. Os ingressos estăo ŕvenda pelo Disk ingresso (41) 3315-0808.

Maria GadúA atual sensaçăo da MPB, a cantora Maria Gadú, realiza única apresentaçăo noTeatro Positivo dia 4 de maio, em Curitiba. Atualmente a artista promove oálbum “Mais Uma Página”. No repertório, estăo as cançőes consagradas, como:“Shimbalaię”, “Linda Rosa” e “Sonhos Roubados”, entre outras cançőes conhe-cidas do público. Os preços dos ingressos variam de R$160,00 (meia entradaR$ 80) e R$130 (meia entrada R$ 65). Mais informaçőes: (41) 3317-3107.

Renato e seus Blues CapsA banda Renato e Seus Blues Caps se apresenta dia 12 de maio de 2012, no Teatro Positivo, em Curitiba. O grupo foi formado no final dos anos 50 e é umdos grandes representantes da Jovem Guarda, o mesmo movimento musical que lançou a carreira de Roberto Carlos. No repertório estăo as cançőes “MeninaLinda”, “Será Mentira ou Será Verdade?” e “Feche os Olhos”, entre outras. Mais informaçőes: (41) 3317-3107.Espetáculos.

Moscow Circus On IceCirco de Moscou no Gelo completa 50 anos de fundaçăo em 2012. Criada em 1962 por Arnold Gregoryevich, um dos mais importantes diretores de dançaartística da era Soviética, a companhia de dança no gelo fez sua estreia mundial em Bruxelas em 1964. THE FANTASY ICE SHOW é dividido em duas partescom 11 números cada e é composto por malabarismos, muita dança, números de trapézio e acrobacias. A apresentaçăo será no Grande Auditório do TeatroPositivo e os ingressos custam a partir de R$ 65. Mais informaçőes sobre os espetáculos no site: www.diskingressos.com.br.

Koyaanisgatsi - A PerformanceA peça “Koyaanisgatsi - A Performance” será apresentada no Teatro da Caixa entre os dias 25 e 27 de maio. Baseada no filme Cult de 1982 “Koyaanisqatsi,Life Out of Balance”, que retrata a vida basicamente como vida maluca fora de equilíbrio, e um estado de vida que pede outra maneira de se viver. A peçamostra a aceitaçăo da falha humana de uma maneira elegante e digna. Os ingressos custam R$ 20. Informaçőes no telefone: (41) 2118-5111.

LupalunaA quarta ediçăo do festival de música Lupalunaacontece nos dias 18 e 19 de maio de 2012,no BioParque, em Curitiba. Neste ano, as ban-das Skank, Charlie Brown Jr. e Jota Quest es-tăo entre as atraçőes confirmadas. Também seapresentam os rappers Marcelo D2 e Criolo, oscantores Seu Jorge, Lenine e Zeca Baleiro,entre outros. Os ingressos variam de R$150 aR$700 para apenas um dia (18 ou 19/05), eestăo ŕ venda também pelo Disk Ingressos.

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O AlemãoO Alemão

perfil

o dia 26 de abril de 2012, o conselhei-ro do Tribunal de Contas do Estado

do Paraná, o engenheiro Heinz Georg Herwig,se aposentou depois de mais de 40 anos ser-vindo no Estado. Foi diretor-geral do Depar-tamento de Estradas de Rodagem (DER) e se-cretário de Estado dos Transportes em quatrogestões: governos de José Richa, João ElísioFerraz de Campos, Alvaro Dias e Jaime Lerner.

Como deputado estadual, deu atenção es-pecial à Escola de Trânsito e ao meio ambien-te. No Tribunal de Contas, como presidente,foi responsável pela nova lei orgânica da casae novo regimento interno. Também criou oSimpósio Nacional de Obras Públicas.

N

Em seu curriculo, milhares de quilô-metros de asfaltos, pontes e o dese-nho do programa de concessão derodovias no Estado.

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Em toda carreira pública, Heinz Herwig, oAlemão, como é chamado, deixou um legadode trabalho primando pelo bem estar da po-pulação paranaense. Nos transportes, aboliuobras faraônicas e criou, também, rodoviassimples para transportar a produção do cam-po para as cidades. No Tribunal de Contas,adotou o método de ensinar e não punir.

Durante essa trajetória, o jovem que de-sembarcou na rodoviária de Curitiba, em 1968,procedente de Blumenau, constituiu família emuitos amigos. Amigos que lhe prestaram umahomenagem na sua despedida do Tribunal deContas. Amigos do trabalho e do futebol, suamaior paixão. Em especial, amigos do Malu-trom, onde a camisa número seis lhe pertencehá mais de 20 anos.

O Alemão vai para a iniciativa privada e,com certeza levará, em seu coração, o enormepelotão de amigos que conquistou ao longode seus 70 anos.

Pedro Ribeiro

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Volkswagenrepagina linha 2013

Volkswagenrepagina linha 2013

Novos motoresHilux e SW4 a dieselganham novos motores

Edição limitadaAudi A1 quattroserá lançado no Brasil

# O3- ABR/2O12www.documentoreservado.com.br

ENCARTE ESPECIA

L

AUTOMÓVEIS

ABR/2012

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Documento Reservado / Abril 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS

Jornalista responsável e editor-chefePedro Ribeiro

RedaçãoRT Press ComunicaçãoEd Carlos Rocha

RevisãoNilza Batista Ferreira

ComercialJunior [email protected]

FotosDivulgação Ford, Divulgação Chevrolet,Divulgação Peugeot, Shutterstock

IlustraçõesDavidson

Projeto Gráfico e DiagramaçãoGraf Digital

ImpressãoIdealiza Gráfica e Editora

Tiragem10.000 exemplaresImpresso em papel couché foscoLD 150 g, com verniz UV (capa)e couché fosco LD 90 g (miolo)

EndereçoRua João Negrão, n0. 731Cond. New York Building - 120. andar -sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR

Telefones(41) 3322-5531 / 3203-5531

[email protected]

REVISTA DOCUMENTO RESERVADOENCARTE ESPECIAL AUTOMÓVEIS# 03 - ABRIL/2012

EXPEDIENTE

Retoques

editorial

pesar do concorrido mercado de automóveis ter cada vez mais lançamentos porparte das montadoras, também há o artifício de apenas retocar alguns modelos

para chamar a atenção dos consumidores. É o que mostramos em destaque nestaedição.

Os retoques podem ser apenas no design, no interior ou na oferta de equipamen-tos, e quase sempre não acarretam grandes mudanças de preços nos veículos.A Volkswagen, por exemplo, repaginou boa parte de seus modelos para a linha 2013,com destaque para o Fox, que ganhou um motor mais econômico e menos poluente.

A Toyota também apresenta novo motor para a Hilux e para SW4 diesel, quetambém ganharam transmissão automática. Já a Honda incrementou o design do City2013 para deixar o carro ainda mais competitivo.

Ao consumidor, resta avaliar o que cada alteração traz de ganho ao veículo paraadquirir esses modelos ou aguardar pela lançamento de opções realmente novas.

Boa leitura!

Pedro Ribeiro

A

índiceNOTAS Serve para quę? Tá no código

VOLKSWAGENVolkswagen repagina liniha 2013

HONDAHonda lança City 2013

HILUZ E SW4Hiluz e SW4 a diesel ganham novos motores

GIRO CARRO Chevrolet Sonic

AUDIAudi A1 quatrro será lançado no Brasil

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notas

Audi0800 777 2834

BMW0800 707 3578

Chevrolet GM0800 702 4200

Chrysler0800 703 7130

Citroën0800 11 8088

Fiat0800 707 1000

Ford0800 703 3673

HondaAtendimento a motos: 0800 055 2221Atendimento a carros: 0800 017 1213

Hyundai0800 559545

Jaguar(11) 3061-1322

Jeep0800-703 7150

Kia Motors0800 771 1011

Land Rover0800 012 2733

Mercedes-Benz0800 970 9090

Mitsubishi0800 702 0404

Nissan0800 11 1090

Peugeot0800 7032424

Porsche(11) 5644-6700

Renault0800 055 5615

Seat (Volkswagen)0800 19 5775

Suzuki0800 770 3380

Toyota 0800 703 0206

Volkswagen0800 019 5775

Volvo0800 41 1050

Fale com asmontadoras

A correia sincronizadora, mas popularmente chamada de correia dentada, é responsável pelosincronismo da árvore de manivelas (virabrequim) com as válvulas, que controlam a entrada damistura de ar e combustível e, posteriormente, a saída dos gases queimados. Essas etapas são

primordiais para que o motor funcione e gere o movimento para fazero veículo andar. Qualquer problema relacionado à correia dentada fazcom que o motor pare, mas a correia dentada é uma peça extremamen-te resistente quando tratada devidamente, tanto que, em alguns mode-los de motor, chega a rodar mais de 100.000 Km.

A melhor maneira de cuidar da correia dentada e garantir que elacumpra a vida útil para a qual foi projetada é estar sempre atento àquilometragem especificada no manual do proprietário que acompa-nha seu veículo. Nele você encontrará um plano de manutenção comos intervalos de troca da correia. Se você adquiriu um seminovo e nãoestá 100% seguro do que marca o hodômetro e se as trocas foram feitasdevidamente, crie um controle seu trocando a correia e os demaiscomponentes e comece você a controlar a quilometragem.

É importante salientar que o tensionador e o rolamento de apoio, quando presentes no sistema,devem ser substituídos a cada troca de correia. Também importante a cada troca é inspecionar aspolias e a bomba d’água e substituí-las em caso de avarias e irregularidades. Dessa maneira vocêestará recriando as condições ideais para que a correia cumpra seu papel e sua vida útil, até omomento da sua próxima troca.

Informações de Davi Cruz – consultor técnico da DaycoTelefone: 0800 772 00 33

Serve para quê?Correia dentada

Art. 196Art. 196Art. 196Art. 196Art. 196 - Deixar de indi-car com antecedência, median-te gesto regulamentar de braçoou luz indicadora de direção doveículo, o início da marcha, arealização da manobra de pararo veículo, a mudança de direção ou de faixa de circulação:

Infração Infração Infração Infração Infração – grave.Penalidade Penalidade Penalidade Penalidade Penalidade – 5 pontos na habilitação e multa de R$ 127,69.

Tá no código

Atenção!

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Documento Reservado / Abril 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS

volkswagen

Volkswagen do Brasil fez algumas alte-rações nos veículos da linha 2013. O

foco foi principalmente os modelos Gol, Fox,CrossFox, Saveiro, Voyage e Golf. Uma dasnovidades da linha 2013 é a chegada do FoxBlueMotion 1.6, cujo motor tem nova calibra-ção que harmoniza seu desempenho com asmudanças na transmissão. Desta forma, omotor, que desenvolve 104 cv (76 kW ) cometanol e 101 cv (74 kW ) com gasolina, trabalhaem rotações mais baixas às mesmas velocida-des, com consequente redução de consumo eemissões.

Nos testes de consumo, de acordo com anorma NBR 7024, o Fox BlueMotion obteve amarca de 16,1 km/l (média ponderada, cida-de/estrada, abastecido com gasolina) umamelhora de 12,7% em relação à versão normalque obteve 14,3 km/l. Quando abastecido cometanol, o Fox obteve neste mesmo ciclo amarca de 10,9 km/l, 12,6% melhor que a ver-são de série (9,7 km/l).

Outro destaque tecnológico na linha2013 é a oferta do câmbio automa-tizado I-Motion para o CrossFox,que proporciona maior confortono tráfego urbano e na estrada,sem prejuízo do consumo e dodesempenho.

Gol 1.0No modelo Gol 1.0, a novida-

de são pacotes opcionais. Um deles oferece,entre outros itens, direção hidráulica, retro-visores e maçanetas na cor da carroceria,conta-giros, spoiler traseiro, faróis duplos es-curecidos, lanterna traseira com lente escu-recida, luzes indicadoras de direção nos re-trovisores e antena no teto. O outro pacotetraz ainda rodas de liga leve 14", pneus 185/60 R14, rádio CD Player MP3 com entradasUSB / SD-Card e Bluetooth, quatro alto-fa-lantes e dois tweeters.

Já a versão 2013 do Gol G4 é identificadapor novas calotas aro 13". O modelo passa aoferecer como novidade no pacote opcionalTrend novos faróis com detalhe interno cro-mado, lanternas traseiras escurecidas, três al-ças de segurança no teto, luz decortesia no porta-malas evolante de quatro rai-

os. Os clientes contam também com novospacotes opcionais, como rodas 14" de liga-leve e faróis dianteiros de neblina.

Parati e VoyageA Parati 1.6 ganha novo revestimento dos

bancos em malharia “Trend”, enquanto a Pa-rati Surf vem com novas rodas de liga-leve 15"na cor cinza “Tom”, além de nova faixa lateralcom inscrição “Surf ” e novo design do borda-do com logotipia da versão nos bancos dian-teiros. O modelo passa a oferecer como novi-dade no pacote opcional Trend novos faróiscom detalhe interno cromado, tape preto nascolunas das portas e três alças de segurançano teto. Já o Voyage 1.6 passa a contar com luz

Volkswagen repag

A

Saveiro Cross agora é equipada desérie com freios ABS e airbags frontais

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indicadora de direção nos espelhos externosda versão Comfortline.

Polo e GolfO Polo 1.6 Hatch e Sedan, assim como o

Polo 1.6 BlueMotion, agora incorporam de sé-rie uma ampla relação de equipamentos antesoferecidos como opcionais, como vidros elétri-cos, travamento central com controle remotona chave canivete, retrovisores externos elétri-cos (com auto-rebatimento no lado direito),abertura externa do porta-malas com chave econtrole remoto, para-sóis com espelho ilumi-nado e alarme Keyless. As mudanças aumentamrelação custo-benefício das três versões.

gina linha 2013

Um dos destaques é o Fox BlueMotion 1.6,que reduz emissão de poluentes

O Golf está sendo oferecido com novospacotes de série. As versões de entrada Golf1.6 e Golf 2.0, por exemplo, agora vêm comrodas de liga leve 16" e pneus 205/55 R16, gra-de do radiador pintada na cor preto brilhante,faróis dianteiros com máscara preta, faróisdianteiros e luz traseira de neblina, novo vo-lante, novo tecido dos bancos em malharia“Mask” cinza, bancos dianteiros com formatoConforto, banco traseiro bipartido com trêsapoios de cabeça e cinto de segurança traseirocentral retrátil de três pontos.

SaveiroA Saveiro Cross foi bastante beneficiada,

passando a contar, de série, com freios ABS eairbags frontais para o motorista e passageiro.A Saveiro Trooper passa a ter rodas de liga-leve com 15" de série, assim como para-brisadegradê.

As versões de entrada Golf 1.6 e Golf 2.0ganharam rodas de liga leve 16"

Crossfox ganhou câmbio automatizado

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O Honda City 2013 terá

três anos de garantia,

sem limite de quilometragem.

Seus preços vão de

R$ 53.620,00 a R$ 66.855,00.

honda

Honda lança City 2013

AHonda Automóveis do Brasil lançou alinha City 2013. Com linhas mais arro-

jadas e visual ainda mais imponente, o mode-lo 2013 apresenta novos para-choques diantei-ro e traseiro, nova grade frontal e novo dese-nho para as lanternas traseiras.

A autonomia do veículo também ganhadestaque. O tanque de combustível passa a tercapacidade ampliada para 47 litros, cinco amais do que em seu modelo anterior.

A partir de agora o modelo será disponibi-lizado em cinco versões: DX (MT), LX (MT/AT)e EX (MT/AT), sendo que as versões LX e EXreceberam como item de série sensores deestacionamento. A versão LX apresenta aindarodas de liga leve de 15 polegadas em novodesenho e novo sistema de freios. Na versãoEX, além do novo visual das rodas aro 16, osbancos têm revestimento em couro. Interna-mente, o veículo dispõe em todas as versõesde nova iluminação em seu painel e novo con-junto de instrumentos.

Na versão EX foram incorporados dois no-vos itens: o Paddle-Shift, sistema que permitetrocas de marcha manuais com o acionamentode aletas localizadas no volante, e o tweeter,componente que controla os sons mais agudos.

Outro item de destaque no novo City é opainel blackout, que dá acesso às informaçõesclaras e precisas sobre autonomia, consumoinstantâneo, consumo médio, hodômetro par-cial e hodômetro total. O modelo também

possui sistema avançado de som com rádioCD-Player (MP3/WMA) e entrada auxiliar (P2/USB). O ar condicionado digital é encontradona versão EX, e, manual, na DX e LX.

O projeto do Honda City promoveu aomáximo de forma simples o acesso a todos oscomandos disponíveis no automóvel. Por meiode suaves toques, acionam-se da regulagemdo volante e dos bancos reclináveis aos con-troles de climatização e de áudio, todos ositens podem ser facilmente manuseados pelocondutor ou pelos passageiros.

MotorizaçãoO motor i-VTEC Flex (Controle Eletrôni-

co Variável de Sincronização e Abertura deVálvulas) de 1.5l equipa todas as versões (DX,LX e EX). Com 115 cv a 6.000 rpm (gasolina) e116 cv a 6.000 rpm (álcool), o motor possuitorque de 14,8 kgf.m a 4.800 rpm..

Para uma resposta mais eficiente e precisada direção, o modelo conta com o EPS (Elec-

tric Power Steering), sistema de direção eletri-camente assistida, que o torna mais leve embaixas velocidades e firme em altas.

SegurançaA versão LX passa a vir equipada com o

sistema de freios ABS e EBD (Electronic BrakeDistribution), componente que dimensiona apressão apropriada de cada roda em frenagensbruscas, evitando o travamento e mantendo aestabilidade do veículo. A versão DX terá freiosdianteiros a disco e traseiros a tambor.

O novo sedã foi projetado com o Advan-ced Compatibility Engineering (ACE), que in-corpora uma estrutura frontal interna paraauxiliar na absorção e na dispersão de impac-tos em uma grande área. O modelo ainda trazrecursos anti-furto, sistema de abertura e fe-chamento das portas com alarme e imobiliza-dor na chave e trava de segurança nas portastraseiras. Tanto o capô quanto as portas estãoprotegidos para evitar o arrombamento.

Novo sedã compacto tem design maisarrojado e novas funcionalidades

Nova grande frontal é umadas mudanças na linha 2013

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Toyota está apresentando novidades naslinhas Hilux e SW4 com motorização a

diesel. Os modelos trazem agora o novo motorD-4D 3.0L 16V com Intercooler, que geram po-tência máxima de 171 cv. Também ganharamtransmissão automática de cinco velocidades.

O novo propulsor da linha Hilux e SW4 adiesel atende às exigências do Proconve L6(Programa de Controle da Poluição do Ar porVeículos Automotores), criado pelo conselhoNacional de Meio Ambiente – CONAMA paraveículos leves de até 3,5 toneladas. O progra-ma estabelece níveis de emissões veicularesmais baixos a partir de 2012.

A transmissão automática de cinco veloci-dades é dotada de Sistema de Inteligência Arti-ficial. Este mecanismo gerencia o funciona-mento da transmissão, selecionando a mar-cha mais adequada de acordo com o estilo dedireção do condutor. A atuação do Sistema deInteligência Artificial leva em consideração aposição do acelerador, a velocidade do veícu-lo, a rotação do motor e a atuação dos freios e

também avalia o percurso por onde o veículoestá trafegando (subidas, retas ou decidas).

Para a linha Hilux e SW4 a diesel 2012, umsistema de navegação GPS integrado foi incor-porado à central multimídia, que conta comtela de 6,1 polegadas touchscreen e câmera deré e conexão Bluetooth® com microfone loca-lizado no console do teto. Conexões USB eAuxiliar do sistema de som compatível comiPhone® e iPod® completam o conjunto.

O sistema multimídia com GPS integradopara navegação também conta com tecnolo-gia complementar 3D Gyro® e Speed Pulse®

que analisa o posicionamento e andamentodo veículo através de referenciais inerciais eevita a perda de navegação por eventual som-bra no sinal da constelação de satélites ao per-correr o interior de túneis, garagens, encostasde morros, entre outros.

Nova versãoA novidade da linha Hilux 2012 a diesel é a

adição da versão cabine dupla SR 4X4 com

hilux

Hilux e SW4 a diesel ganham novos motoresTransmissão automática de cinco velocidades também é novidade

transmissão automática, que completa as ver-sões intermediárias, antes oferecidas somentecom transmissão manual de cinco velocidades.

Outra novidade na linha Hilux é que omotor diesel 2.5L D4D de 102 cv foi desconti-nuado, o que significa que as versões Stan-dard da Hilux passam a ser equipadas tambémcom o novo motor diesel 3.0L D4D turbo in-tercooler de 171 cv.

A linha de utilitários esportivos SW4 tam-bém ganha uma nova versão, a SR 4X4 diesel3.0L D-4D com transmissão automática de 5velocidades para 5 passageiros. Com esta no-vidade, a linha completa fica composta porcinco versões: SR 4X4 diesel 3.0L D-4D para 5passageiros, SRV 4X4 diesel 3.0L D-4D em con-figurações para 7 ou 5 passageiros, agora tam-bém equipadas com transmissão automáticade 5 velocidades, uma versão SRV 4X4 4.0L V6a gasolina com transmissão automática para 7passageiros e a recém lançada SR 4X2 2.7L FlexFuel com transmissão automática para cincopassageiros.

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Novos motores à diesel na Hilux e SW4atendem às normas do Programa de Controleda Poluição do Ar por Veículos Automotores

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giro carro

A Chevrolet confirma para o junho a chegada do novoChevrolet Sonic. O modelo, sucesso da marca em todo omundo, será comercializado nos modelos hatch e sedã evem ampliar a oferta da marca em um importante segmen-to do mercado brasileiro: o dos compactos premium.AChevrolet adotou uma estratégia inovadora para lançarno Brasil um dos modelos mais aguardados do ano. Pelaprimeira vez na história da marca um carro será lançadovia mídia digital, por meio de um “Alternate Reality Game”.O ARG, como é conhecido, é um tipo de jogo eletrônicoque combina situações virtuais de jogo com realidade eserá feito em parceria com a agência AG2 Publicis Modem.O jogo começou em 24 de abril e vai se dividir em duasetapas: o game virtual, até 13 de maio, e a prova final que acontecerá em algum lugar do Brasil com presença física dos participantes no dia29 de maio. Vencerá quem encontrar, ao final das duas etapas da competição, o prêmio: um Chevrolet Sonic. “Será o primeiro Chevrolet Sonicdo Brasil, ou seja, além de ganhar o carro o vencedor vai entrar para a história do tão desejado modelo”, diz o diretor de marketing decomunicação da Chevrolet, Fred Themóteo.

Chevrolet Sonic

(41) 3354-0003(41) 3076-7088

(Albino, Marcos e Evandro)

Av. Anita Garibaldi, 4091 - Barreirinha (em frente ao Terminal do Barreirinha)

www.barreirinhaveiculos.com.br

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audi

Audi confirmou para o segundo semes-tre a chegada do novo A1 quattro. Com

edição limitada a 333 unidades, o compactopremium alemão combina um motor extre-mamente potente a uma carroceria pequena eleve. O modelo estará disponível apenas nacor branca metálica Glaciar com teto pintadoem preto de alto brilho.

O motor 2.0 TFSI do Audi A1 quattro, de1.984 cm3 e quatro cilindros, combina injeçãodireta de gasolina com turbo, no formato clás-sico da Audi. O torque máximo de 350 Nmestá disponível continuamente entre 2.500 e4.500 rpm e o pico de potência (256 cv) édesenvolvido a 6.000 rpm.

Todos os detalhes do esportivo foram oti-mizados para alto desempenho e baixo con-sumo de combustível. O consumo médio doAudi A1 quattro é de 11,75 km/litro. No en-tanto, seu funcionamento é de superesporti-vo: a aceleração de 0 a 100 km/hora aconteceem apenas 5,7 segundos e a velocidade máxi-ma é 245 km/h.

O propulsor 2.0 TFSI entrega seu poder aosistema de tração quattro permanente nas qua-tro rodas por meio da transmissão manual deseis velocidades. O coração desse sistema é aembreagem multi-disco controlada eletroni-camente e hidraulicamente, com pacote deplacas que giram em banho de óleo.

O Audi A1 quattro vem equipado com ro-das de liga-leve de 18 polegadas, com designexclusivo e na cor Glacier White (Branco Gla-ciar) e pneus 225/35. O programa eletrônicode estabilização ESP inclui um modo esporti-vo e pode ser desligado completamente se omotorista desejar. No entanto, o diferencial

Audi A1 quattro será lançado no Brasil

A

eletrônico mantém-se ativo, aumentando aagilidade e precisão, mesmo sob condiçõesextremas de condução.

A cor preta domina o interior do modelo,que tem assentos e descansa-braço nas portascobertos em couro Nappa Silk, contrastandocom as costuras vermelhas. O painel de ins-trumentos tem ponteiros brancos, um tacô-metro vermelho e display colorido para o sis-tema de informação ao motorista.

O Audi A1 quattro estará disponível, ex-clusivamente, como um modelo de três por-tas e virá com uma gama completa de equi-pamentos, que inclui sistemas provenientesdos modelos mais luxuosos da marca, in-cluindo faróis de xênon plus, luzes de freioadaptativas, pacote de iluminação LED parao interior, luz e sensor de chuva, espelhointerno com escurecimento automático, sis-

Edição limitada tem apenas 333 unidades nomercado mundial e chega ao país no segundo semestre

tema traseiro de auxílio ao estacionamento,ar condicionado automático, alarme e pilo-to automático.

O modelo vem ainda com CD changer,rádio digital, interface Audi Music e sistemade navegação MMI Plus. O sistema de somBose leva 14 alto-falantes com 465 watts depotência, woofers nas portas com ilumina-ção indireta e luz guia em LED. O sistemaBluetooth permite conexão do carro à in-ternet, com serviços de web especiais, in-cluindo o Google Earth para o carro. Ospassageiros também podem conectar seusdispositivos móveis através da hotspot WLANintegrada.

Esportivo, disponível apenas na cor branca,vai de zero a 100 km/h em 5,7 segundos

No interior, predomínio da corpreta com detalhes em vermelho

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