DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · das funções cerebrais, a relação do cérebro...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA ATIVIDADE CEREBRAL PARA A TERCEIRA IDADE Por: Maria Auxiliadora Tavares Sampaio Orientador Prof. Maria Esther Rio de Janeiro 2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA ATIVIDADE

CEREBRAL PARA A TERCEIRA IDADE

Por: Maria Auxiliadora Tavares Sampaio

Orientador

Prof. Maria Esther

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA ATIVIDADE

CEREBRAL PARA A TERCEIRA IDADE

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicomotricidade.

Por: . Maria Auxiliadora Tavares Sampaio

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser maior em tudo o que

me acontece e pela sua infinita

misericórdia .

4

DEDICATÓRIA

Aos meus pais que me conduziram,

quando eu não podia caminhar.

Aos meus filhos, Saulo e Lucas Daniel,

frutos da graça divina.

Aos professores, luz de Deus, que abrem

caminhos para aquisição de novos

conhecimentos.

A Tutora Kelly Francisco pela prontidão,

apoio e aprovação a um trabalho que se

iniciava.

A Mentora Maria Esther, por sua presteza

e sensibilidade em conduzir a

monografia, na busca de qualidade.

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RESUMO

Para buscar a contribuição da Psicomotricidade na atividade cerebral

para a terceira idade, desenvolvi um trabalho em três capítulos. Ele nos leva a

conhecer o cérebro; o envelhecimento e a Psicomotricidade com as

contribuições para manutenção da mente e do corpo frente ao processo de

retrogênese.

No capítulo I, O CÉREBRO, veremos de forma anatômica o encéfalo e

suas partes (o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico) e conheceremos a

ação do sistema límbico sobre esta parte do corpo. Faço referência aos

neurônios e sua constituição física, as comunicações entre eles e como seu

metabolismo é controlado (neuroglia). Para terminar, relato sobre do cérebro

do idoso e como se apresenta morfologicamente. E, em que condições, podem

se apresentar as células nervosas, haja vista o organismo estar a enfrentar

todo um retrocesso maturacional.

No capítulo II, baseada em pesquisas comprovadas, relato sobre O

ENVELHECIMENTO, seus sinais, causas e origens. Abordo o porque da perda

das funções cerebrais, a relação do cérebro com o sistema imunológico e a

busca do equilíbrio do cérebro com o sistema nervoso central regulando os

hormônios que agem em todo o corpo.

Também refiro-me a uma pesquisa realizada por Mancilha e Py (2001)

sobre que fatores possibilitaram algumas pessoas chegarem aos noventa e até

cento e sete anos.

No capítulo III, PSICOMOTRICIDADE, CONTRIBUIÇÕES PARA

MANUTENÇÃO DA MENTE E DO CORPO apresento a Psicomotricidade

como ciência, tendo como objeto o homem (idoso). Ela oferece um trabalho ao

corpo e a mente procurando delinear no longevo os benefícios advindos das

atividades, sejam elas sociais, psicomotoras, de equilíbrio, ritmo, ou de

postura.

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METODOLOGIA

Através de pesquisas bibliográficas com publicações nacionais e livros

traduzidos, em que diversos autores fazem referências calcadas em pesquisas

comprovadas, foi possível observar e concluir sobre como se manter ativo na

terceira idade, cuidando do cérebro e com a presença da psicomotricidade

viabilizando um trabalho mental, motor que busca atender o corpo na sua

totalidade atuando no processo de retrogênese.

Conhecer o encéfalo, em particular o cérebro e os neurônios, de acordo

com Machado (2005) - que descreve com base em critérios anatômicos .

Falar de Giampapa e Pero(2005) é buscar solução para não envelhecer

propondo um trabalho de redução dos estresses, uma alimentação saudável,

exercícios físicos e uma renovação do corpo. Isto com finalidade maior de

manter a homeostase e o seu grau determina o ritmo do envelhecimento de

cada ser humano.

Ele relata e a comunidade científica aceita, ser a maioria dos problemas

do envelhecimento originada na disfunção imunológica, desta forma,

pensamentos e sentimentos têm impacto direto sobre a reação imunológica e

o cérebro tem uma grande influência sobre a reação imuno/inflamatória por

meio da comunicação com hormônios e nervos periféricos.

Póvoa (2007) busca razões do envelhecimento. Faz referência à

importância da eliminação dos radicais livres acumulados no cérebro e

considera em relação ao envelhecimento, a questão dos agentes tóxicos,

especialmente os metais que tantos prejuízos podem causar ao cérebro.

Ele coloca pesquisas de japoneses e americanos desvendando funções

e possibilidades promissoras através do gene klotho, por

produzirem proteínas capazes de circular no sangue como hormônios

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produzindo ação direta contra o envelhecimento ao atuarem diretamente sobre

as moléculas primárias da vida ( o ATP, o cálcio e o NAD+/NADH).

Mancilha e Py (2001) apresentam uma pesquisa realizada com um grupo

de idosos com mais de noventa anos e suas conclusões em relação a

alimentação, peso corporal, atividade física, o fumo, o álcool e o estresse, que

cada um vivenciou, justificando de alguma forma como cada longevo

caminhou.

Vários são os elementos que podem efetivamente contribuir para a

manutenção do corpo e da mente. Segundo Khalsa (2005), um programa de

longevidade cerebral, incluindo uma terapia nutricional e controle do estresse,

pode contribuir, de forma efetiva, na recuperação cognitiva de idosos,

proporcionando-lhes qualidade de vida, a medida que o cérebro recebe

nutrientes e exercícios.

Apesar de envelhecer, o cérebro continua a possuir uma capacidade

extraordinária de crescer, adaptar e mudar padrões de conexões. Descobertas

como essas constituem a base da nova teoria do exercício cerebral segundo

Katz (2000), e a Neuróbica pode ajudar a melhorar a capacidade mental.

Small (2008) coloca que longevidade de qualidade se consegue quando

se cria uma sinergia que proporciona resultados rápidos. Aguce sua mente,

mantenha uma atitude positiva, cultive relacionamentos profundos e saudáveis,

promova uma vida sem estresse, exercite-se, e faça dieta da longevidade .

Cacilda Velasco (2006) coloca que a psicomotricidade é a ciência do

homem e através dela o idoso melhorará o seu desempenho postergando de

alguma forma o processo de retrogênese.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

O CÉREBRO 11

1.1- Os neurônios 14

1.2 – O cérebro do idoso 16 CAPÍTULO II

O ENVELHECIMENTO 19

2.1 – Como chegar aos noventa anos, cem ... 25

CAPÍTULO III

PSICOMOTRICIDADE, CONTRIBUIÇÕES PARA MANUTENÇÃO

DA MENTE E DO CORPO 28

3.1 - O exercício 30 3.2 – O cérebro e suas possibilidades 33 3.3 – O corpo 35 3.3.1 – Atividades 40 3.3.1.1 – Atividades de ginástica 41 3.3.1.2 – Atividades Aquáticas 41 3.3.1.3 – Atividades em contato com a natureza 43 CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA 46

ANEXOS 47

ÍNDICE 66

9

INTRODUÇÃO

O homem, como ser vivo do planeta Terra, encontra condições de

crescer e se desenvolver graças a bagagem genética e as influências

advindas do meio ambiente. Com o nascimento, a influência dele evidencia-

se, surge como fator preponderante sobre o indivíduo, vai levá-lo ao

amadurecimento de certas habilidades e atitudes coerentes a faixa etária,

dando-lhes prontidão para inúmeras atividades presentes a sua realidade local.

O homem evolui ao natural, busca o equilíbrio para conseguir capacidade

plena. O mundo agitado de hoje, ofusca muitas das vezes, as alterações

orgânicas e fisiológicas presentes, e o ideal, segundo os pesquisadores, seria

cuidar, em todos os momentos da vida, para manter a qualidade, que

proporcionará longevidade. Assim, cada um é responsável pelo seu

envelhecimento, e, não é só o tempo que nos marca, mas também, escolhas

do dia-a-dia que vivenciamos.

Nascer, crescer e envelhecer fazem parte do ciclo vital. Hoje, já é

possível pensar em saúde e capacidade mental. Ao cuidar das células

nervosas,os neurônios, por toda a vida, chega-se à terceira idade com uma

atividade cerebral saudável, apesar do envelhecimento natural.

Necessário se faz, conhecermos as células nervosas que formam o

cérebro, o sistema nervoso. Os neurônios (célula nervosa) são responsáveis

pelo processamento das informações através do impulso nervoso que chega a

outro neurônio através dos neurotransmissores.

A ciência nos mostra a necessidade de exercitarmos o cérebro para

desenvolvermos os potenciais aí latentes - as moléculas neurotrofinas

produzidas pelas células nervosas são as responsáveis pelo crescimento dos

neurônios e já existe comprovação para tal.

10

Os neurônios precisam permanecer ativos e os estímulos ao cérebro

são fundamentais.

A produção de endorfina através de exercícios mentais e atividades

físicas aeróbicas promove bem-estar e retarda as dificuldades na área

cognitiva proveniente do envelhecimento. Cérebro mais irrigado leva a uma

melhora da memória e do raciocínio. A falta da atividade mental será a

responsável pelo declínio das funções mentais.

Neste momento da vida, a psicomotricidade pode contribuir com

atividades trabalhando a percepção do idoso, sua linguagem verbal,

possibilidades psicomotoras, orientação espacial, equilíbrio, exercícios

cerebrais mantendo e prevenindo queda de suas funções.

O cérebro vai nortear, em particular o do idoso, toda caminhada da

presente pesquisa, por considerar que nele encontraremos a razão de:

- desejarmos estar vivos e presentes a todo momento;

- vivenciar uma caminhada em família e na sociedade;

- ter refletido no semblante a alegria e a certeza de optar pelo melhor no

que tange a alimentação, exercícios, controle de estresse, reposição hormonal,

complementos alimentares e vida social.

11

CAPÍTULO I

O CÉREBRO

Buscar os conhecimentos anatômicos torna-se básico e vital para a

compreensão do trabalho, a medida que, os autores citados fazem referência

ao cérebro e, nada mais concreto, o mergulhar na anatomia cerebral que

permeará sedimentar os conhecimentos colocados ao longo deste trabalho.

Ângelo Machado (2005) relata que o cérebro é divisão do Sistema

Nervoso Central (SNC) com base em critérios anatômicos. O SNC (é aquele

que se localiza dentro do esqueleto axial – cavidade craniana e canal vertebral)

composto de encéfalo e medula espinhal.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL (Quadro sinóptico) ENCÉFALO

MEDULA ESPINHAL

CÉREBRO

CEREBELO

TRONCO ENCEFÁLICO

TELENCÉFALO

DIENCÉFALO

CÓRTEX

CEREBELAR E NÚCLEOS

PROFUNDOS

MESENCÉFALO PONTE BULBO

CÓRTEX

CEREBRAL

NÚCLEOS DA

BASE

12

O cérebro é formado pelo diencéfalo e telencéfalo que correspondem ao

prosencéfalo. Ele é a porção mais desenvolvida e mais importante do encéfalo

ocupando cerca de oitenta por cento da cavidade craniana.

O telencéfalo é constituído pelo córtex e núcleos de base.

O córtex é o local de representações simbólicas, o que ele recebe é

processado e integrado, respondendo com uma ação. É a sede do

entendimento, da razão, se não houvesse córtex não haveria: linguagem,

percepção, emoção, cognição, memória. Como possui áreas diferentes, cada

uma é especializada em receber interpretar e armazenar as informações que

vêm dos sentidos. ( Anexo 1)

O cérebro fica alojado no crânio e é protegido por um conjunto de ossos

que formam a cabeça. O crânio humano, além de outros ossos, contém oito

peças, suas juntas são chamadas suturas. Elas só se unem depois de

alcançada a idade adulta e enquanto isto não ocorre, estas peças são ligadas

por tecido cartilaginoso.

Maior proteção é dada ao cérebro por três membranas, denominadas

meninges, que recobrem completamente o cérebro.

A membrana mais externa é chamada de dura-máter, que fornece uma

boa proteção e apoio devidos a sua constituição forte e coriácea. Junto ao

cérebro há uma outra membrana, denominada pia-máter, muito mais fina, que

acompanha cada depressão e cada elevação da superfície do cérebro. Entre

essas duas membranas há uma terceira, de constituição esponjosa, a

aracnóide.

Os espaços desta membrana são preenchidos por um liquido no qual

flutua todo o cérebro, fornecendo a camada protetora final.

O telencéfalo se desenvolve enormemente em sentido lateral e posterior

para constituir os hemisférios cerebrais (direito e esquerdo). Encobre quase

completamente o diencéfalo que permanece em situação ímpar e mediana,

podendo ser visto apenas na face anterior do cérebro.

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Os dois hemisférios são completamente separados pela fissura

longitudinal do cérebro cujo assoalho é formado por uma larga faixa de fibras

comissurais, o corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios.

O diencéfalo compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo,

epitálamo e subtálamo.

É importante sabermos que o fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado,

calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de sangue

aproximadamente igual ao seu próprio peso.

O fluxo sanguíneo cerebral é diretamente proporcional à pressão arterial

e inversamente proporcional a resistência cérebro-vascular, isto significa que, o

fluxo de sangue no cérebro, não pode sobrecarregar os vasos.

O tronco encefálico, parte do encéfalo, é constituído de mesencéfalo,

ponte e bulbo. Transfere informações dos sentidos e controla coisas básicas

como a respiração e os batimentos cardíacos.

O cerebelo que ajuda o corpo a se mover, governa a coordenação dos

músculos. Conserva parte da memória dos movimentos.

Já foi provado que os fenômenos emocionais (alegria, tristeza, medo,

prazer e raiva) estão relacionados com áreas específicas do cérebro. O

sistema límbico com o hipocampo, a amígdala, o hipotálamo e a glândula

hipófise são elos entre a mente e o corpo.

O sistema límbico relaciona-se com a regulação dos processos

emocionais, com o sistema nervoso autônomo e processos motivacionais

essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo (fome, sede e sexo).

Sabe-se também que alguns componentes do sistema límbico estão

ligados diretamente ao mecanismo da memória e aprendizagem e participam

da regulação do sistema endócrino.

O hipocampo, hoje já é aceito como tendo participação na regulação do

comportamento emocional e outra função importante é a sua participação no

fenômeno da memória. O hipocampo poderá ficar isolado a medida que os

neurônios do sistema límbico entram em processo de degeneração e causará

14

nos idosos perda de memória recente evoluindo para completa deteriorização

de todas as funções psíquicas com amnésia total, é a doença de Alzheimer.

Pesquisas indicam também que substâncias ativas presentes no sistema

límbico como algumas monoaminas e o opióide endógeno beta-endorfina,

exercem uma ação moduladora sobre a memória podendo facilitar ou inibir o

processo de memorização. Deve-se ao Neuroquímico Ivan Isquierdo (1979).

Dharma Singh Khalsa (2005) mostra no sistema límbico como as partes

se entrelaçam na conexão mente –corpo.

O hipocampo armazena memória recente, os fatos secos não emocionais

(memória semântica) e é danificado pela presença do hormônio cortisol.

A amígdala cerebral é tida como área de processamento de memórias

emocionais. Ela ajuda o hipocampo a classificar e armazenar as memórias e

decide a quantidade de impacto emocional que cada pensamento traz consigo.

O hipotálamo ajuda o corpo a reagir à várias situações, após decisão do

hipocampo, amígdala e neocórtex. Envia mensagem à glândula hipófise que a

leva para o corpo. Controla temperatura do corpo,sede, fome e função sexual.

O tálamo recebe todas as mensagens sensoriais (exceto olfato). È local

de retransmissão.

A hipófise determina o que as outras glândulas devem fazer. Recebe do

hipotálamo as mensagens e depois ajuda o organismo a produzir os

hormônios.

1.1 - Os neurônios

No cérebro humano estima-se que exista aproximadamente quinze

milhões de neurônios. O neurônio ou célula nervosa é o principal componente

do sistema nervoso. No córtex está sediada a maioria dos neurônios. Ele é

composto dos dendritos, de um axônio e de um corpo.

O corpo do neurônio constituído de núcleo e pericárdio, que dá suporte

metabólico a toda célula.

15

O axônio é responsável pela condução do impulso nervoso para o

próximo neurônio, pode transmitir mensagens entre duas células, mas

também, bloqueá-las inteiramente, realiza uma verdadeiro processamento de

informações.

Em uma sinapse, os neurônios não se tocam, permanecendo entre eles

um espaço denominado fenda sináptica, aqui o impulso(sinal nervoso),

quando chega, provoca na fenda a liberação dos neurotansmissores

(mediadores químicos) depositados em bolsas chamadas de vesículas

sinápticas e responsáveis pela condução dos sinais.

Os dendritos são prolongamentos menores em forma de ramificações

que emergem do pericárdio e do final do axônio, sendo na maioria das vezes,

responsáveis pela comunicação entre os neurônios através das sinapses.

(Anexo 2)

O impulso nervoso é o principal sinal de comunicação do neurônio.

Um pulso elétrico, rápido e invariável, é gerado pela membrana e se

propaga com enorme velocidade ao longo do axônio.

Os neurônios são grupados em grandes conjuntos com identificação

funcional. Isso faz com que as diferentes funções sejam localizadas em

regiões restritas. Cada região no entanto, faz sua parte construindo para a

integração funcional do conjunto.

Quando conversamos com alguém, ao mesmo tempo, o vemos(visão),

falamos(linguagem), mantemos uma postura (motricidade), temos emoções,

memórias, etc. Cada uma dessas funções é executada por uma parte do

sistema nervoso, entretanto, todas as partes operam coordenadamente.

Neuroglia, conjunto de células não neurais, os gliócitos, mais

numerosos que os neurônios e que desempenham funções de infra-estrutura:

nutrem, dão sustentação mecânica, controlam o metabolismo dos neurônios,

ajudam a construir tecido nervoso durante o desenvolvimento, funcionam como

células imunitárias.

16

1.2 - O Cérebro do Idoso

Roy Shephard (2003) refere-se ao cérebro do indivíduo idoso como

apresentando claras diferenças morfológicas em relação ao do indivíduo

jovem: menor tamanho, menor peso, giros finos, sulcos mais abertos e

profundos, ventrículos e demais cavidades mais largos, o que resulta em

menor espessura das regiões corticais.

Sinais macroscópios de atrofia podem ser identificados nos indivíduos

vivos utilizando técnicas de imagem (tomografia computadorizada e

ressonância magnética) e após a morte pela inspeção direta do cérebro.

No microscópio, placas senis – presença no espaço extracelular, de

pequenos depósitos de material denso e fragmentos de neurônios.

Seu cérebro contém queda no número de neurônios em diversas

regiões, menor número de sinapses.

A nível bioquímico encontramos queda na quantidades de proteínas

cerebrais especialmente das enzimas que sintetizam. A deficiência de algumas

substâncias, afetam a transmissão de mensagens ao cérebro, assim os

neurotransmissores não exerceriam sua função de forma plena.

O idoso apresenta pequenos lapsos de memória, menor velocidade de

raciocínio, episódios passageiros de confusão que passam desapercebidos ou

são tolerados socialmente.

Fisicamente podem apresentar dificuldade de locomoção, falta de

equilíbrio, mãos trêmulas, insônia noturna com sonolência diurna. No mal de

Alzheimer acentuam-se e transformam-se em sintomas. Os lapsos

transformam-se em grandes e freqüentes perdas de memória e pode ocorrer

acentuada confusão mental e difícil convivência social.

O idoso apresenta deficiências no controle genético da produção de

proteínas estruturais, enzimas e fatores tróficos. Esse déficit por sua vez,

repercute na função das células nervosas e da neuroglia, tornando mais difícil

a gênese, a condução e a transmissão de impulsos nervosos e muitas vezes

impedindo a transmissão sináptica.

17

As células degeneram acumulando fragmentos de organelas nos

novelos intracelulares de neurofibrilas e finalmente rompendo-se gerando

detritos que se aglomeram nas placas senis.

O processo se acentua porque tanto o processo imunológico como a

neuroglia também atingidos pelo envelhecimento são incapazes, nesses

indivíduos, de remover os detritos da degeneração.

É esse conjunto de alterações que resulta na diminuição do número de

neurônios em várias regiões do sistema nervoso, e possivelmente também na

queda generalizada do volume cerebral.

Alguns dos sintomas, como as alterações de memória, devem-se ao

fato de que certos circuitos cerebrais encontram-se particularmente atingidos

pela doença e esses são reconhecidamente participantes do mecanismo de

memória. É o caso dos neurônios colinérgicos, centrais.

Os neurônios colinérgicos são aqueles em que o neurotransmissor

principal é a aceticolina. São comuns em doenças degenerativas da idade, ex.

doença de Parkison (tremores, incoordenações e movimentos anormais).

O sinal patológico mais notável é a degeneração de neurônios

dopaminérgicos (que utilizam a dopamina como neurotransmissor principal)

localizados em regiões do cérebro que participam do controle da motricidade.

O cérebro do idoso é comparado a um computador que fica

comprometido com a perda de informações.

O envelhecimento, da mesma forma, é marcado por várias

manifestações de perdas de informações – uma perda das propriedades

mecânicas de materiais inertes, tal como colágeno, uma deteriorização

estrutural de membranas que restringe a transferência de substâncias

mensageiras, uma confusão do padrão mestre da síntese protéica(DNA) e a

morte das células responsáveis pelos impulsos neurais, produção de

hormônios e secreção da citocina.

O processo de envelhecimento ocorre e diversas hipóteses tentam

explicá-lo.

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Uma característica predominante é uma probabilidade crescente tanto

da morte celular, quanto da morte do organismo. A morte celular, é em parte

genericamente controlada, um evento programado para evitar super

população.

Os danos causados por radicais livres seja devido ao metabolismo ou a

irradiação externa, também parecem fazer parte do processo. Outras

influências possíveis incluem a depleção endócrina e enzimática e distúrbios

da função imunológica.

Vimos que o cérebro do idoso tem diferenças físicas, reflete através de

exames suas reais condições, seus sinais macroscópios e microcóspios são

contundentes e a nível químico os neurotransmissores são afetados

desencadeando uma série de dificuldades orgânicas.

Na seqüência veremos as causas determinantes do envelhecimento,

vista a partir de embasamento científico, que nos permitirá conhecer o idoso,

de compreendê-lo em suas necessidades corporais visando mantê-lo como um

todo em equilíbrio.

19

Capítulo II

O ENVELHECIMENTO

Admitir estar envelhecendo, não é muito comum, mas os sinais existem

como falta de memória, dificuldade de concentração, esquecimento, redução

da mobilidade, desequilíbrios hormonais, nervosismo, fadiga, diminuição da

imunidade, estresse, além de outros traços como rugas, cabelo grisalho, falta

de energia, fadiga, diminuição de massa muscular, perda de audição e

problemas de visão.

Apesar da comprovação desses sinais e que o tempo passa para

todos, envelhecer, é uma opção. Já é comprovada pela pesquisa científica

este fato.

Autores como Vicent Giampapa e Ronald Pero (2005), fazem referência

sobre o envelhecimento. Destacam a prevenção e até mesmo a reversão de

doenças da idade. Isto através da alimentação rica em nutrientes, exercícios

físicos, redução do estresse, reposição de micronutrientes e meditação

A comunidade científica aceita e Giampapa(2005) relata que a maioria

dos problemas do envelhecimento tem origem na disfunção imunológica. Além

disso, existem evidências de que há uma constante troca de informações entre

o sistema nervoso central e o sistema imunológico.

Assim, pensamentos e sentimentos têm impacto direto sobre a reação

imunológica.

Nesta situação, o cérebro envia mensagens usando substâncias

químicas especiais conhecidas como citocinas, proteínas mensageiras que as

células imunológicas produzem para se comunicar entre si.

As citocinas mantêm contato com o sistema nervoso, gerando um

sistema de checagem entre o cérebro e o sistema imunológico.

20

O estresse psicológico constante gera um ciclo em que as citocinas

promovem a inflamação, aceleram o envelhecimento por aumentar o desgaste

das células e dos genes. (Anexo 3)

Exercitar os genes através de malhação antienvelhecimento reduz o

estresse, equilibra os hormônios além de modelar o corpo e a perda de peso.

Qualquer que seja a idade, quem se exercita usufrui de um bem-estar

proporcionado pela liberação de neurotransmissores, epinefrina e

norepinefrina, além das endofirnas que combatem a dor.

O exercício reduz o hormônio cortisol, produzido pelo estresse. A

memória, a concentração e a atitude diante da vida serão melhorados através

dos exercícios e uma imagem corporal melhorada surgirá.

Viver com qualidade há de se pensar também em nutrientes presentes

em níveis intracelulares como as vitaminas, os minerais e os ácidos graxos

evitando déficit nutricional, e conseqüente provocação de algum sintoma que

se evidencia a nível de exame de sangue. (Anexo 4 )

O porquê do envelhecimento esbarra nos átomos, moléculas ou

compostos altamente carregados e com um elétron a menos que os torna

instáveis, são os radicais livres, tido como causa do envelhecimento,

Os radicais livres são os responsáveis pela deteriorização progressiva

dos sistemas biológicos. Eles podem vir do ambiente, do cigarro e das várias

toxinas que ingerimos.

Entretanto, também são produzidos dentro das células como

subproduto da conversão do alimento em energia.

Apesar do organismo produzir enzimas regenerativas para reparar o

dano no DNA (ácido desoxirribonucléico - que comanda todas as funções

celulares) sofrido pela ação do radical livre, ela não é suficiente para

acompanhar o ritmo do desgaste. (Anexo 5)

Assim, os radicais livres podem prejudicar a função das células, dos

tecidos e dos órgãos aumentando a vulnerabilidade ao mal de Alzheimer, às

doenças cardíacas, ao derrame e ao câncer.

21

Além disso, o dano genético favorece a inflamação a perda de tecido

muscular e de massa óssea, piora o tempo de reação, a audição e a visão e

reduz a elasticidade da pele.

Produzidos pelo organismo eles danificam os genes, mas os

antioxidantes tem a capacidade de alterar o envelhecimento e o Doutor

Pero(2005), isolou uma classe de princípios ativos do extrato da Unha de Gato

(Uncaria tomentosa) e o cita com uma ferramenta essencial para atacar o

envelhecimento em suas raízes genéticas.

Pelo estresse o organismo libera pelas glândulas supra- renais, o cortisol

que em níveis elevados leva ao envelhecimento.

O cortisol afeta todas a células do corpo e do SNC, e se em grau

elevado ativa o mecanismo de defesa.

No entanto, se sua elevação continuar romperá a homeostase -

capacidade do corpo se manter em equilíbrio internamente e com relação ao

ambiente - interferindo nas funções hormonal, imunológica, cerebral e nervosa.

Assim, acarreta diminuição de colágeno e elastina na pele, nas

articulações, nos ossos e no tecido muscular, perda de memória e prejuízos ao

sistema nervoso, aumento de pressão sangüínea, inflamações provocadas por

alergias, asma e artrite e diminuição da função cognitiva.

O equilíbrio hormonal é vital no processo de envelhecimento. O hormônio

testosterona produzido nos testículos, em menor escala nos ovários e supra-

renais, tem várias funções, entre as quais manter a massa muscular, otimizar

a função da pele, manter a força e a densidade óssea, manter a função

imunológica e promover e sustentar o desempenho mental. (Anexo 6)

O cérebro e o sistema nervoso central regulam os hormônios que agem

em todo o corpo. Nos dias atuais, o estilo de vida moderno e os agentes

ambientais criam desequilíbrios no sistema endócrino e prejudicam a função

hormonal.

Os radicais livres oxidam a glicose. Ela oxidada cobre a superfície de

proteínas como o colágeno, a hemoglobina e albumina, impedindo-as de

funcionar, instalou-se o processo de glicação.

22

O colágeno, por ser em maior quantidade, sofre mais a ação da glicação

que é responsável por aspectos do envelhecimento.

Se o açúcar cobre os neurônios, acarreta perda de memória e da função

dos neurotransmissores, glicação do colágeno produzindo rugas e flacidez.

As pessoas mais velhas após as refeições sofrem de sonolência, isto

reflete, um sinal de problemas associado ao açúcar. Ficam com excesso de

glicose, que leva o corpo a uma situação estressante, é a glicação. Ela gera

subprodutos destrutivos, num processo progressivo.

Os micronutrientes são importantes restauradores do organismo.

À medida que envelhecemos a digestão e a absorção de nutrientes

perdem sua eficiência.

Na meia idade, a tolerância a alimentos pouco saudáveis já não existe e

os sistemas antioxidantes tornam-se menos eficazes, na eliminação de

radicais livres e toxinas, levando ao acúmulo da enzima monoamina oxidase.

(Anexo 7)

Ela reduz no cérebro a atividade dos neurotansmissores importantes

como a serotonina, a epinefrina e a norepinefrina que são responsáveis por

manter a estabilidade mental.

A alimentação antienvelhecimento visa alterar a composição corporal

para dar uma proporção mais jovem entre gordura e músculo magro.

Os alimentos previnem as doenças e o envelhecimento e está

amplamente comprovado.

Mesmo que tenhamos uma dieta ideal, os suplementos são necessários

para superar os efeitos nocivos da deficiência de micronutrientes, da poluição,

da radiação e de radicais livres gerados internamente.

O objetivo é reduzir o dano ao DNA e potencializar sua capacidade de

regeneração, que é a base de prevenção das doenças.

Para potencializá-la uma única substância natural conhecida e

comprovada que regenera o DNA, é o extrato CAE (Unha de gato), utilizados

pelos índios do Peru; pesquisado pelo Dr. Pero e chamado C-Med.

23

Ele isolou o princípio ativo e com a equipe provou seus efeitos e sua

combinação com micronutrientes naturais – nicotinamida, zinco e carotenos -

que aumentam a eficácia na regeneração do DNA.

Essa função é essencial para desacelerar o processo de

envelhecimento e reduzir os problemas relacionados a idade.

A deficiência de micronutrientes como o ferro, o zinco e a niacina

(presentes na carne por exemplo) levam a problemas como disfunção cerebral

e imunológica, câncer, sintomas neurológicos e perda de memória. (Fonte:

Adaptado de Ames, B. Toxicology Letters 1998;/Vol. 102 – 103:5-18).

A vitamina E como principal protetor da membrana celular precisa ser

reposto a medida que seus níveis diminuem com o envelhecimento.

Evidencias científicas revelam que a vitamina E diminue a oxidação do

colesterol, reduz o risco de derrame, o risco cardíaco, melhora a ação

insulínica em pessoas idosas saudáveis ou com diabetes, desacelera o

desenvolvimento da catarata, reduz a inflamação e favorece a reação

imunológica e reduz o declínio cognitivo no envelhecimento.

Em relação a vitamina B a ciência enumera benefícios e os suplementos

de vitaminas e minerais aumentam a imunidade dos idosos, além da melhoria

vascular, cardiovascular e o ácido fólico protegendo contra o mal de alzheimer.

A comunidade científica já aceita como fato que a dieta por si só não

pode fornecer todos os nutrientes necessários a boa saúde.

A medida que envelhecemos, a resistência, a força, o equilíbrio e a

flexibilidade diminuem. O ideal é aumentar força, equilíbrio e amplitude dos

movimentos por meio de ampla variedade de exercícios de série com peso por

exemplo.

Pesquisadores demonstraram que a prática a longo prazo da meditação

melhora a oxigenação dos tecidos, o ritmo cardíaco a função cerebral.

A ciência vem se desenvolvendo a fim de ter técnicas para tratar o

envelhecimento de forma eficaz.

24

Já o Dr. Póvoa (2007) organiza as razões do envelhecimento em fatores

genéticos, fatores ambientais e fatores metabólicos e os três se inter-

relacionam.

Ele relata que o envelhecimento é visto como um processo global. Nos

músculos, começam uma atrofia e flacidez das fibras musculares levando a

dificuldade de movimento. O cérebro, os rins, os músculos , o coração e olhos

são priorizados no processo de envelhecimento.

Os processos de oxidação e glicação merecem destaque por levarem o

organismo ao envelhecimento.

Na oxidação os radicais livres levam a alteração do DNA ( a nível de

mitocôndrias) e na glicação, uma molécula de glicose se incorpora a uma

proteína alterando sua estrutura e determinando mudanças é altamente lesiva.

Quando a glicose se incorpora a proteína sem a presença da enzima,

temos, com vimos, uma proteína glicada que é proteína destruída e lesada.

As proteínas glicadas que comemos também prejudicam a saúde, pois não

conseguimos eliminá-las em nosso metabolismo.

Hoje, sabemos que todos podem passar por uma disfunção metabólica

complexa, e que não é, o processo de glicação, exclusivo dos diabéticos.

Através deste processo, acontece as grandes complicações da doença como a

catarata (glicação do cristalino); as complicações renais (glicação da

membrana basal); as neuropatias ( glicação da mielina).

O produto final da glicação AGEs (advanced glication end products),

são resultados do fumo, de dietas alimentares, distúrbios renais e lipídicos.

Elas estão presentes em vários distúrbios do envelhecimento com

aterosclerose, doenças dos olhos, glaucoma, doença macular da retina, olho

seco e degeneração do vítreo e também levam ao mal de Alzheimer. Na pele,

vemos sua ação que vai das rugas à destruição do colágeno quando expostos

aos raios ultravioleta.

A diminuição da secreção do hormônio do crescimento, pela glândula

hipófise, é reconhecido como indicador do envelhecimento, pois ele é

25

importante para manter os tecidos, a massa magra, a musculatura, a

imunidade e a boa forma dos vasos sanguíneos.

Quando se quer envelhecer bem, a atenção ao sistema imunológico se

faz necessária, a partir dos 55 anos de idade, o declínio da imunidade já

acontece e infecções podem surgir com maior freqüência.

Para uma boa função imunológica, podemos contar com o metal zinco

que vai promover todo o equilíbrio orgânico, vai também se aliar a enzimas

antioxidantes e atuar na regeneração do DNA.

Para proteger o organismo do declínio da função imune, basta manter

sempre baixos os níveis de substâncias nocivas.

Um futuro promissor através de um gene mapeado e batizado com o

nome Klotho vem sendo destaque em terapia contra envelhecimento.

Ele produz proteína capaz de circular no sangue como hormônio, age

como sinalizador e importante influência sobre as moléculas primárias da vida.

Quando uma célula nasce até a sua morte, as moléculas fundamentais

– O ATP, o cálcio e o NAD+/NADH atuam constantemente. Em relação ao

ATP, o klotho é capaz de aumentar a atividade de enzimas, que levam a

melhor produção de energia na célula, protegendo a mitocôndria.

Ele também promove um equilíbrio do cálcio intracelular, e ajuda a sua

retirada quando necessário, haja vista que essa capacidade o organismo a

perde com o tempo.

Será através da alimentação, a preservação do gene, em que se adota

uma dieta rica em zinco e pobre em fósforo, que melhorará a ação do klotho.

Na regeneração neural, as neurotrofinas também são produzidas,

quando o klotho estimula a formação da vitamina D3.

26

2.1 - Como chegaram aos noventa anos, cem ...

Mancilha e Py (2001), avaliaram dezenove pessoas idosas com idade

variando entre noventa e cento e sete anos, residentes no Rio de Janeiro.

(Anexo 8)

Tiveram como objetivo avaliar os fatores que possibilitam chegar aos

cem anos com saúde, identificar os que dificultam, discutir como neutralizar e

modificá-los.

Relatam que instintivamente os idosos optaram por uma comida

predominantemente vegetariana e reforçam que a má alimentação está

relacionada com as principais causas de doença e morte. Possuem peso

corporal adequado, não são gordos, nem extremamente magros.

A atividade física, acima da média da população geral, foi uma fator

presente, exceto em um entrevistado. O hábito de praticar exercícios físicos

para manter o bom condicionamento físico passa a ser chave de

envelhecimento saudável.

O fumo entre eles inexiste e o uso de um copo de vinho as refeições

perdura entre quatro dos idosos.

Quanto ao nível de ansiedade e preocupações demonstraram que foram

e são capazes de controlar suas vidas apesar das dificuldades de manter um

bom grau de confiança e tranqüilidade.

O desenvolvimento de uma atitude positiva perante à vida é destaque

entre os longevos entrevistados e pesquisas comprovam que os otimistas

vivem mais e melhor, e até acelera a recuperação de doenças.

A presença de uma religião e uma forte ligação com Deus, se fez

presente entre os pesquisados, exceto um. Eles tiram dela força, esperança e

motivação para continuar a viver.

Viver é um desafio, temos a volta inúmeras oportunidades oferecidas,

mas nem sempre nos convém, saber discernir, buscar o melhor para a saúde

física e mental, fará a diferença, em ter uma vida longa e de qualidade, já que

a genética, não é tão importante, e que o meio ambiente atua em maior

proporção.

27

Um aspecto que não pode deixar de ser considerado é o

psicoemocional. A ansiedade, o estresse, raiva reprimida, o ressentimento e

as preocupações, darão efeitos negativos sobre o organismo.

Assim, prevenir e evitar doenças, alimentar-se bem, atividade física e

mental constantes, buscar bons relacionamentos e participar de atividades,

com certeza, darão bons frutos de vida.

Neste capítulo vimos o envelhecimento e seus sinais e que o estresse

psicológico é responsável pela exaustão das células e dos gens. Entretanto, o

exercício e a atividade física agem de forma reversa.

Os radicais livres produzidos pelo organismo e os advindos de fatores

externos também levam ao envelhecimento. Apesar da regeneração orgânica

existir não atende ao processo de forma plena.

Importante neste processo de envelhecimento encontro o controle

hormonal regulado pelo cérebro e o SNC. Para que a regulação ocorra é

preciso estar em condições orgânicas satisfatórias em micronutrientes.

28

CAPÍTULO III

PSICOMOTRICIDADE, CONTRIBUIÇÕES PARA

MANUTENÇÃO DA MENTE E DO CORPO

O que vem a ser a Psicomotricidade ?

Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade:

É a ciência que tem como objeto de estudo o homem,

através de seu corpo em movimento e em relação ao seu

mundo interno e externo. Está relacionada ao processo

de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições

cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três

conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o

afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado

para uma concepção de movimento organizado e

integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito

cuja ação é resultante de sua individualidade, sua

linguagem e sua socialização.

(www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade)

A professora Cacilda Velasco (2006) coloca que :

A psicomotricidade é a ciência do homem. Considera os

aspectos biológicos, antropológicos, sociológicos e

culturais, respeitando a abordagem filogenética

29 (bioantropológica) e ontogenética (psicobiológica) do

desenvolvimento da espécie humana. (p.56)

A motricidade e, conseqüentemente, a psicomotricidade

visam uma concepção holística do desenvolvimento

humano. Ela coloca em jogo várias estruturas de

construção: sinergias inatas edificada a partir da

filogênese e sinergias automatizadas e complexas,

apropriadas a partir da ontogênese. É pela motricidade

que a inteligência humana se desenvolve, materializa-se,

constrói-se e edifica-se. (p.57)

Com a proposta de buscar na psicomotricidade suas contribuições na

atividade cerebral para a terceira idade foi necessário conhecer a anatomia

do cérebro para em um segundo momento caminhar sobre o processo de

envelhecimento.

Constatei que cérebro do idoso apresenta características próprias,

como diminuição de volume e peso. Nele ocorre mudanças nos neurônios, e

a queda dos neurotransmissores, na terceira idade, leva a alterações em todo

mecanismo do cérebro.

Sendo o cérebro um regulador de todo o corpo há necessidade não só

de supri-lo nutricionalmente, como também, propiciar atividades que previnam

uma regeneração, otimizem e melhorem a função cerebral.

Através da psicomotricidade o idoso será conduzido a melhorar seu

desempenho, conservar sua autonomia e de alguma forma postergar o

retrocesso natural, permitindo vida com qualidade.

E, a psicomotricidade com seus recursos e métodos vem contribuir com

o idoso não só em suas atividades cerebrais como também as intelectuais,

emocionais e psicomotoras, procurando ver o idoso em sua totalidade.

Este olhar para o todo da psicomotricidade sobre o longevo, não

significa deixar de se preocupar com as partes. Ela respeita o desenvolvimento

30

da espécie, seu crescimento e caminha interagindo em todo o processo de

desenvolvimento da espécie humana (filogênese). Não deixa de estar presente

no processo de retrogênese em que os sistemas, propriedades e funções do

organismos estão em retrocesso.

A retrogênese é decorrente de uma involução, geneticamente

programada para se desintegrar. E´ uma “desmaturidade” que se inicia na

terceira idade vivenciada pelo ser humano.

A evolução humana caminha para uma involução - mudança de

comportamento intrínseca no período final da vida, implica numa deteriorização

peça, por peça, de todo organismo.

O empobrecimento neuronal causado pelo tempo produz um declínio

funcional irremediável no envelhecimento normal. Problemas de memória,

humor, concentração, atenção e vivacidade intelectual tendem a emergir com

o tempo. A inteligência torna-se mais cristalizada, mas os fatores verbais

resistem mais.

3.1 O exercício

A psicomotricidade busca dar para o idoso um cérebro mais eficaz e

para isto, utiliza-se de exercícios cerebrais.

O corpo em movimento, na terceira idade, vai vivenciar e usufruir dos

benefícios dos exercícios e Khalsa (2005, p. 271) afirma que o exercício pode:

1) suprir o cérebro como fator de crescimento neural;

2) reduzir o estresse;

3) intensificar o metabolismo neuronal.

Os exercícios aumentam a quantidade de oxigênio e glicose que chega

ao cérebro. Eles dão sua contribuição quando:

- aceleram a remoção dos restos necrosados;

31

- tonificam alguns sistemas de neurotransmissores com aumento da

noradrenalina e dopamina;

-maior disponibilidade de enzimas – como a coenzima Q-10;

- intensificam a produção de alguns neuropeptídeos (endorfinas);

- reduzem depressão;

- abaixam pressão arterial;

- ajudam a estabilizar o açúcar no sangue (ajudando a equilibrar o humor

e a alegria;

- melhoram a função endócrina – elevando a imunidade e acelerando o

metabolismo;

- queimam a s calorias aumentando a massa muscular;

- fortalecem os ossos;

- os exercícios intensificam a imagem do corpo e contribuem para a

autoconfiança (perspectiva psicológica).

Khalsa (2005) acrescenta que há dois tipos de exercícios extremamente

importantes para o cérebro: o exercício mental e determinados exercícios de

ioga de mente-corpo.

fazer exercício mental é tão importante para o cérebro

quanto o exercício físico. O exercício mental faz mais do

que apenas aumentar seu conhecimento. Na verdade ele

muda o cérebro fisicamente, aumentando o seu tamanho

e o número de conexões de dendritos entre as células

cerebrais. O eminente estudioso do cérebro, Dr. Arnold

Scheibel, observou que o exercício mental “dispara fogos

de artifícios nos dendritos”. (p.271)

A psicomotricidade ao se preocupar em reativar o corpo e a mente do

idoso procurando oferecer um cérebro funcional, leva-o a praticar exercícios

neuróbicos.

32

As pesquisas do cérebro apontam que os exercícios cerebrais, em

particular a Neuróbica (Katz (2000) vem para melhorar a capacidade mental e

tem como objetivo manter o nível permanente de capacidade, de força e

flexibilidade.

Os exercícios são diários, tem por finalidade desenvolver e manter as

conexões cerebrais. Estes usam os cinco sentidos de novas maneiras, a fim de

aumentar o impulso natural do cérebro para formar associações entre os

diferentes tipos de informações. Não é passiva nem rotineira. Usa os sentidos

de maneiras diferentes, a fim de romper as rotinas cotidianas. (Anexo 9 )

Ele coloca que pesquisadores estão descobrindo que os circuitos do

cérebro para as emoções são tão tangíveis quanto os circuitos para os

sentidos, evidenciando que a capacidade da pessoa de lembrar alguma coisa

depende em grande parte do contexto emocional e o hipocampo tem mais

probabilidade de arquivar uma informação na memória de longo prazo se essa

informação possui um significado emocional de maior peso.

Por isso, as emoções agradáveis, através das interações sociais,

constituem uma estratégia fundamental da Neuróbica.

À medida que ficamos mais velhos, nossos círculos sociais tendem a

encolher. Por isso, um aspecto importante destes exercícios é encontrar

oportunidades para interagir com outras pessoas, ativar os “sentidos”

emocional e social promovendo um cérebro saudável e uma memória ativa.

Condições que fazem com que um exercício seja neuróbico:

- envolver um ou mais dos seus sentidos num novo contexto;

-concentrar sua atenção e transformar uma atividade rotineira em algo

inesperado e não-trivial.

Para isto propõe:

- nova associação olfativa pela manhã, em vez de acordar com o cheiro

de café, providencie outros aromas (baunilha, hortelã ...);

33

- tome banho de chuveiro com os olhos fechados;

- escove os dentes com a outra mão;

- desbrave novos caminhos;

- seja sociável;

- mude as coisas de lugar;

- tempestade cerebral: uma máquina de associações;

- partilhe uma refeição em silêncio;

- experimente alimentos diferentes tampando o nariz;

- identifique a comida de seu prato apenas pelo olfato, gosto e tato.

Pensar seria uma forma de se produzir novas conexões. Todavia ao

oferecermos ao cérebro um ambiente biológico equilibrado, com muito maior

eficiência estaríamos permitindo a renovação das conexões.

Small (2008) afirma que a mente aguçada leva a criação de novos

dendritos ao exercitar de modo criativo os neurônios.

Sugere atividades como: viajar para lugares novos; estimular a

criatividade como aprender a tocar um instrumento novo, pintura; desafiar-se

para montar um quebra-cabeça, palavras cruzadas de diversos níveis; inventar

um novo passa-tempo como fazer tricô, aprender culinária; juntar-se a um

grupo de estudos e exercitar o cérebro.

Quando se precisa manter a mente equilibrada nada mais saudável

do que envolver-se socialmente com um grupo saudável e de bons hábitos;

deve-se remover do convívio os relacionamentos prejudiciais, a redução do

estresse leva a longevidade e para reduzi-lo nada mais benéfico

organicamente que evitar fazer várias tarefas simultaneamente, aprender a

dizer não quando necessário, usar o humor e dormir bem.

34

3.2 o cérebro e suas possibilidades

Se optarmos por uma vida de estresse elevado, com uma má

circulação, uma alimentação pobre, não existirá exercício mental que evite

deteriorização das conexões.

O cérebro é o banco de memória do corpo. Uma única célula cerebral

não é responsável pelas memórias, mas sim as seqüências delas, formando

trilhas de memórias, em que cada célula cerebral retém uma pequena parte

da memória inteira.

As informações podem chegar ao cérebro através da visão, audição ou

execução dos movimentos . São as chamadas:

1) memória auditiva – armazenada, maior parte, do lado

esquerdo do neocórtex

2) memória visual – armazenada, maior parte, do lado direito do

neocótex;

3) memória cinestésica - armazenada, a maioria, no cerebelo,

fora do neocórtex. (Khalsa,2005, p. 122 e 123)

Em relação àqueles que assimilam visualmente, são mais seguros

daquilo que captaram. Embora o visual e o auditivo sejam essencialmente

iguais em sua capacidade de memorização.

A memória cinestésica é uma memória duradoura, apesar de não ser

tão eficaz, como fica no cerebelo, sofre menos dano degenerativo quando

comparado com o neocórtex e o hipocampo.

A incapacidade de produzir novas memórias define os primeiros

estágios da perda de memória e a sua criação pela primeira vez muda

provisoriamente a composição das sinapses.

O cérebro é complexo e, apesar de usarmos todas as áreas, não as

utilizamos com a máxima eficiência. Para desenvolver melhor o cérebro, é

necessário rejuvenescimento de uma importante parte do cérebro chamado

sistema límbico.

Ele é responsável pelas emoções e pela memória e é o que mais

35

sofre com o cortisol (hormônio do estresse). O rejuvenescimento límbico

também parece aumentar ligeiramente a aptidão para uma habilidade

chamada sinestesia – relação subjetiva que se estabelece espontaneamente

entre uma percepção e outra que pertença ao domínio de um sentido diferente.

Uma das vantagens de uma elevada sinestesia é a de proporcionar

potenciais elevados de memória, ninguém sabe ainda porque, provavelmente

por permitir que as pessoas façam mais associações.

Afirma ser possível renovar o cérebro aumentando as conexões entre

as próprias células cerebrais.

Todas as células têm ramificações, ou dendritos, que se

alcançam e se ligam uma com as outras; e é através

dessas conexões que os pensamentos viajam. Quanto

mais conexão você tem, melhor o seu cérebro funciona.

Entretanto essas conexões dendríticas com outras células

cerebrais são facilmente danificadas e amiúde destruídas.

Os pacientes com mal de Alzheimer, por exemplo, têm

uma terrível carência de conexões dendríticas. Suas

células cerebrais parecem árvores que foram

excessivamente podadas.( KHALSA, 2005, p. 90,)

(Anexo 10)

3.3 - O corpo

A psicomotricidade encontra no idoso uma deteriorização da

organização psicomotora ( iniciada com a praxia fina e a seguir com a praxia

Global), uma desestruturação espaço-temporal, com perda da noção do

corpo, do equilíbrio e perda da tonicidade. E, o longevo é levado através da

psicomotricidade a vivenciar experiências corporais.

Velasco(2006) coloca que psicomotricidade também procura minimizar

no idoso os efeitos da retrogênese psicomotora (lentidão cognitiva e motora, as

alterações psíquicas e comportamentais) com todo um trabalho calcado em

36

métodos científicos, pedagógicos e criativos procurando colocar o corpo em

movimento.

Os benefícios da psicomotricidade ao processo de envelhecimento parte

de um trabalho de anamnese, avaliações médicas, avaliação física, funcional

e psicomotora.

Na anamnese a abordagem do idoso é relacional (Velasco,p.77). Fala

em observar os movimentos executados no encontro, fazendo uma leitura

corporal, procurando um diálogo tônico de qualidade e uma relação agradável

e simpática. (Anexo 11)

As avaliações médicas nos apresentará um quadro de saúde física e

mental e o quadro clínico apresentado norteará outras avaliações.

Quanto a avaliação física e funcional, é consenso testes e medidas com

objetivo de verificação de capacidade física do idoso, nos seus aspectos

antropométricos, metabólicos e neuromotores. (Anexo 12)

Ela propõe uma avaliação psicomotora para o idoso com bases

no modelo de organização psicomotora de Fonseca

(1995, p.107), segundo os estudos de Luria, chamado de

Avaliação da retrogênese Psicomotora e a Bateria

Psicomotora, indicando o perfil do idoso, através de uma

escala de pontuação própria, capaz de detectar suas

necessidades especiais na elaboração de um

planejamento personalizado.(VELASCO,2006,p.82)

( Anexos 13 e 14)

A presença da psicomotricidade na terceira idade mostra como se

encontra o processo de retrogênese naquele idoso, mas só avaliação pode

não ser suficiente, necessário ter um olhar diferenciado e respeitar os objetivos

de cada um.

37

Semestralmente faz-se reavaliações física. Um retorno que serve de

base para um replanejamento, respeitando as necessidades, expectativas e

potencialidades de cada idoso. Faz-se um encontro em que cada participante

recebe um relatório de seu desempenho e conquistas e onde tem oportunidade

de opinar, dando sugestões para o próximo planejamento.

Conseqüências psicomotoras são comuns em idosos,que vivenciam um

confinamento domiciliar e todo seu “esquema corporal fica desestruturado pela

imobilidade e perda dos poucos pontos de referência cinestésicos e

proprioceptivos”. Não só seu esquema mas também sua imagem corporal

apresenta retrogênese. (Anexo 15)

A psicomotricidade trabalha atividades de reintegração e simbolização

da imagem corporal, explorações viso-motoras sequencializadas espacial e

ritmicamente

Realça que os trabalhos oferecidos pela psicomotricidade na terceira

idade devem ser variados e diversificados abrangendo desde o relaxamento,

formas estáticas e dinâmicas de equilíbrio, tonicidade, coordenação, atenção

observação e memória.

Das atividades físicas recomendadas, as aeróbicas devem ser as de

baixo impacto, como natação, caminhada, ciclismo, hidroginástica, remo,

subida de escadas, dança, ioga e tai-chi-chuan. Cursos, palestras, passeios e

festas estão inclusos entre as atividades a serem executadas pelos idosos .

(Anexo 16)

A utilização da psicomotricidade para a ressignificação do corpo

(VELASCO 2006) daqueles que estão na terceira idade, tem como objetivo não

só retardar o envelhecimento mas também sair do sedentarismo e mudando o

padrão de seus aspectos vitais.

38

Quadro comparativo dos aspectos vitais do idoso ativo e o sedentário:

ATIVOS

ASPECTOS VITAIS

SEDENTÁRIOS

Baixo Peso Alto

Baixa Pressão arterial Alta

Baixo Pulso Alto

Baixa Tensão neuromuscular Alta

Alta Força e flexibilidade Baixa

Alta Capacidade respiratória Baixa

Alta Reserva adreno-cortical Baixa

Baixo Grau de fadiga Alto

Alta Estabilidade emocional Baixa

Alta Capacidade cardíaca Baixa

Tardio Envelhecimento Precoce

(VELASCO, p.85)

39

Manter corpo e mente equilibrados pode ser conseguido através de uma

atitude positiva, considerada como habilidade, que como qualquer outra pode

ser adquirida e será canal de saúde e vida prolongada. Ao perdoar, deixar o

rancor de lado, sem dúvida reduz estresse e estimula atitude positiva (SMALL,

2008).

Os exercícios regulares deixam os músculos fortalecidos, seus tendões

e cartilagens. Além de aumentarem a densidade óssea, irão contribuir na

obtenção de força e equilíbrio, reduzindo o risco de quedas e lesões.

Um programa de boa forma na longevidade precisa estar calcado em

três regras básicas:

- condicionamento cardiovascular;

- equilíbrio/flexibilidade e

-o fortalecimento muscular.

Frente ao idoso que vivencia todo um processo de retrogênese, a

psicomotricidade atua preventivamente utilizando-se da atividade física,

evitando possíveis problemas que possam ocorrer.

Uma atividade física para o idoso, adequada, poderá reduzir ou eliminar

fatores de risco, como redução progressiva do movimento. Ela para produzir

seus efeitos deverá ser sempre personalizada e pensada em função da

capacidade, características e disponibilidade de cada idoso.

Esta atividade está centrada em (Pilar P.Geis,2008, p.54):

- prevenção;

- manutenção;

-reabilitação;

-recreação.

Na execução da atividade física, adaptada para o idoso, em seu caráter

preventivo, pode ajudar a atrasar e/ou diminuir uma série de alterações e

mudanças anatômico-funcionais eliminando os fatores de risco, principalmente

a redução progressiva do movimento, já citada.

40

Em seu caráter de manutenção, a atividade física objetiva, a medida do

possível, manter suas capacidades físicas e psíquicas em condições

satisfatórias.

E,

O principal objetivo da reabilitação, considerada como um

processo integral, é a obtenção, no caso de existência de

um grave processo patológico invalidante, ou a

manutenção, nos casos de involução independente da

idade cronológica, de um estado geral de saúde que

permita à pessoa realizar uma série de atividades

indispensáveis para levar uma vida mais cômoda .

(Géis, 2008, p.58 apud Robles,1983,p.51)

Quanto a recreação sua finalidade é lúdica. A atividade física ocupa o

tempo livre e é realizada com intuito de levar o idoso a sentir-se bem e divertir-

se.

3.3.1- Atividades

A atividade física preventiva, de manutenção e de reabilitação é também

chamada de utilitária. Assim, a enfocaríamos a atividade do idoso de forma

utilitária ou recreativa (GEIS,2008,p.72)..

Podem ser realizadas em espaços cobertos e ao ar livre, como pistas

poliesportivas, pátio, jardim, parque, praias, piscinas ( ideal: 16 m x 8 m, 12 m

x 6 m, com profundidade entre 1,20 e 1,40 m, com água entre 27 e 28°C)

A vestimenta deve ser adequada, cômoda, elástica e que não aperte.

Calçado tipo tênis, solado de borracha e macio e dê mobilidade ao tornozelo.

Se as aulas forem pela manhã, evitar o jejum e utilizar alimentos de fácil

digestão.

No início do trabalho as atividades deverão ser simples, motivadores e

variadas. Serão atividades que ajudem o idoso a conhecer o seu corpo, suas

possibilidades de movimento, sua forma de mover-se, aceitando-se tal como é.

41

As dificuldades dos exercícios vão lentamente sendo introduzidas.

As atividades além de variadas devem estimular a relação e a

comunicação entre os idosos, devem ser mais direcionadas à qualidade do

que a quantidade e adaptadas para atender a necessidade do grupo.

3.3.1.1- Atividades de ginástica:

Leva o idoso a uma atividade física aeróbica e anaeróbica, com

exercícios respiratórios, de alongamento, flexão e relaxamento. Pode-se

realizar: ginástica suave, criativa, atividades rítmicas e com música, danças

populares, danças de salão, expressão corporal e mímica, atividades com

material variado, ioga, trabalho de respiração, trabalho de relaxamento,

técnicas alternativas como tai-chi, massagens, shiatsu, automassagem, jogos e

passeios.

3.3.1.2 Atividades aquáticas

A execução de atividades aquáticas para a terceira idade tem o caráter

preventivo (para os que não sabem nadar) e como manutenção (para os que

nadam).

Em seu caráter preventivo aquático, reduz possíveis atrofias e

deformações, além de ajudar o idoso sentir-se útil e capaz de enfrentar

( resolver) situações diversas.

E, como manutenção, a atividade aquática, além de ser preventiva

propiciará um condicionamento físico mantendo sua capacidade física e

psíquica melhor. É benéfica a medida que trabalha com movimentos contínuos

de baixa intensidade e de volume médio, passa a ser considerada um

exercício físico.

P.Geis(2008) se reporta a prática de atividade física aquática como

elemento que pode ajudar a:

a) Manter a forma, as qualidades e as capacidades

físicas em ótimas condições.

42 b) Manter a autonomia física e psíquica e a

capacidade de agir sem a ajuda de outra pessoa.

c) Manter, dentro do possível, a memória, a

capacidade de concentração e de retenção.

d) Manter a mobilidade do sistema locomotor: ossos,

músculos, ligamentos e tendões.

e) Manter as funções orgânicas em ótimas

condições.

f) Manter a alegria de viver, planejar, programar, etc.

g) Para ajudar a envelhecer em ótimas condições

físicas e psíquicas, evitando, dentro do possível, o uso de

medicamentos adicionais.

h) Ajudar a manter as capacidades intelectuais

ativas. (GEIS,2008, 57)

A atividade aquática como reabilitação implica em um trabalho

contínuo, regular e freqüente para obtenção de resultados. Eis alguns

aspectos do envelhecimento que podemos reabilitar, mediante um adequado

exercício físico:

a) Para recuperar-se após um estado de fadiga.

b) Para recuperar-se após uma doença.

c) Para recuperar-se após uma época de repouso.

d) Para recuperar-se após uma lesão e/ou um

acidente

e) Para recuperar a autonomia física e psíquica

(dependendo do grau de não-autonomia a que se tiver

chegado).

f) Para solucionar problemas do envelhecimento.

g) Para solucionar problemas cardiovasculares,

circulatórios, asmáticos, reumáticos, musculares, das

articulações, etc.

43 h) Para recuperar problemas surgidos das más

condições de trabalho. .(GEIS,2008,p.59)

A atividade aquática como recreação para aquele que vivencia a terceira

idade deve ser prazerosa e gratificante, ser utilizada como veículo de liberação

das tensões e utilizada como lazer.

Existe uma participação coletiva, na qual todos podem envolver-se

independentemente da idade, sexo ou experiência anterior, já que não requer

um treinamento prévio. As regras, devem ser adaptadas aos participantes em

caso de jogos.

3.3.1.3 – Atividades em contato com a natureza: caminhadas, jogos

de orientação pelo bairro, excursões, circuitos naturais, travessias, rios, jogos

na areia, banhos de sol e na água, andar de bicicleta, colônias de verão ( na

praia) e inverno ( na serra).

Outras atividades podem ser inseridas complementando os objetivos do

programa estabelecido ao grupo como: encontros (em datas comemorativas),

festas de bairro ou da cidade, festas de fim de ano, intercâmbio com outros

grupos, conferências ou debates informativos e formativos. (Anexo 17)

44

CONCLUSÃO

A atividade cerebral recebe destaque na terceira idade, dada sua

importância em gerar qualidade de vida para aqueles que desejam

longevidade, e a Psicomotricidade tendo, como seu objeto de estudo o

homem, nos permite um olhar de integração. No idoso, ela é utilizada como

instrumento para ressignificação do corpo, permitindo uma saída do

sedentarismo e mudando os padrões de vida em seus aspectos vitais.

Como o homem nasce em um processo de maturação e envelhece com

uma desmaturidade vivenciada por todo ser humano, a Psicomotricidade

direciona todo um trabalho com vistas ao de relaxamento, equilíbrio,

tonicidade, coordenação, atenção, observação, memória, simbolização da

imagem corporal, explorações viso-motoras, espacial e rítmicas.

Partindo de fontes bibliográficas existentes, percorri o cérebro

delineando a anatomia e suas funções e concluí que a célula nervosa, seu

núcleo, axônios, sinapses e os dendritos, responsáveis em conduzir sinais,

precisam permanecer saudáveis, e através da neuroglia, conseguirão o seu

sustento.

O indivíduo idoso sofre um declínio funcional natural e conhecer seu

cérebro, em diversos níveis (bioquímico e físico), nos permite avaliar melhor

como anda a transmissão de mensagens e até mesmo concluir que existe uma

disfunção de sua neuroglia, na presença de certos comportamentos e que

certamente foi gerada pela incapacidade do sistema em remover os detritos

da degeneração.

Os lapsos, as alterações de memória, menor velocidade de raciocínio, e

as dificuldades físicas podem ser melhor compreendidas por todos a medida

que tomamos consciência de suas causas.

Com o apresentado pelos diversos autores, podemos ressaltar que

somos realmente um sistema integrado, produto dos nutrientes que ingerimos

45

e resultantes dos hábitos de vida que levamos. Mesmo com a utilização de

alimentos de qualidade, a dieta por si só não consegue fornecer os

micronutrientes, vitaminas, minerais e ácidos graxos necessários ao

desempenho da células.

Na busca por qualidade de vida, vimos quão prejudicial é o radical livre.

Como ele é produzido e suas conseqüências; e em termos de pesquisa

comprovada já encontramos o combate ao envelhecimento em suas raízes

genéticas - através do princípio ativo do extrato CAE - Unha de Gato (Uncaria

tomentosa).

Combater os esquecimentos através de exercícios cerebrais só

aumenta a capacidade mental e a Psicomotricidade através dos exercícios

neuróbicos contribui de forma positiva para que o cérebro do idoso rompa a

inércia de uma rotina, estimulando as células nervosas a funcionar e ter

conseqüentemente um cérebro ativo.

A manutenção do corpo e da mente equilibrados pode advir de

atividades em grupos, em que se mantêm atitude positiva e bons hábitos de

relacionamentos.

O idoso de hoje desenvolve a consciência de si mesmo como um ser

capaz de sentir e se expressar , ser capaz de partilhar, comunicar-se com os

demais socializando-se ao participar dos grupos .

Assim, a psicomotricidade contribui para a terceira idade a medida que

as dificuldades psicomotoras sejam superadas e o corpo entra em atividade

pelo movimento de forma prazerosa.

E, a plena atividade cerebral (manutenção da funcionalidade), é

preservada, por aquele que vivencia uma retrogênese, a medida que pela

psicomotricidade o longevo ativa seus neurônios.

46

BIBLIOGRAFIA

GEIS, Pilar Pontes. Atividade Física e Saúde na Terceira Idade. Porto Alegre: Artmed. Reimpressão 2008. GIAMPAPA,Vincent; PERO Ronald; Zimmmerman,Márcia. A Solução para não Envelhecer. São Paulo: Cultrix. 2005. KATZ, Laurence C.; RUBIN, Manning. Mantenha o seu cérebro vivo. Rio de Janeiro: Sextante. 2000. KHALSA, Dharma Singh. Longelidade do Cérebro. Rio de Janeiro: Objetiva. 2005. LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociências. São Paulo: Editora Atheneu. 2005. MACHADO, Ângelo. Neuroanotomia Funcional. São Paulo: Atheneu. 2005. MANCILHA, Jairo; Py, Luiz Alberto. O Caminho da Longevidade. Rio de Janeiro: Rocco.2001. PÓVOA, Helion. O Tempo anda a seu favor. Rio de janeiro: Objetiva. 2007. Psicomotricidade. São Paulo: Phorte. 2006. RELVAS,Marta Pires. Tópicos Especiais em Criatividade e Neurociências do Conhecimento. Rio de Janeiro: A Vez do Mestre. ROBLES, E. Tercera edad sana, coleção Rehabilitación, Instituto nacional de serviços Sociales, Madrid, p.51, 1983. SHEPHARD, Roy J. Envelhecimento, Atividade Física e Saúde. São Paulo: Editora Phorte. 2003. SMALL, Garry W. A Ciência da Longevidade: Os oito passos essenciais para manter a mente alerta e o corpo jovem. Rio de Janeiro: Agir. 2008. VELASCO, Cacilda Gonçalves. Aprendendo a Envelhecer : à luz da psicomotricidade. Web: www.psicomotricidade.com.br Acesso - setembro 2009 www.portalsaofrancisco.com.br Acesso - maio 2009

47

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 49 Foto do encéfalo Anexo 2 50

Neurônio

Anexo 3 51

Indice de impacto do estresse

Anexo 4 52

Danos no DNA e problemas decorrentes da deficiência de micronutrientes

Anexo 5 53

Filamento de DNA danificado

Anexo 6 54

Resposta hormonal ao exercício aeróbico e anaeróbico

Anexo 7 55

Mudanças relacionadas com a idade dos níveis de nutrientes, radicais

livres e enzimas cerebrais

Anexo 8 56

Questionário

Anexo 9 57

Rotina do cérebro

Anexo 10 58

Dendritos no mal de Alzheimer

Anexo 11 59

Anamnese

Anexo 12 60

Avaliação Física e Funcional do Idoso

Anexo 13 61

Avaliação da Retrogênese Psicomotora

Anexo 14 62

Bateria Psicomotora

48

Anexo 15 63

Desenho de figura humana

Anexo 16 64

Cópia de fotos de idosos em atividades

Anexo 17 65

Sugestões de Atividades

49

ANEXO 1

FOTO DO ENCÉLALO

(cérebro,cerebelo e tronco encefálico)

www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-

sistema-nervoso/imagem/encefalo-ilustracao

50

ANEXO 2

NEURÔNIO

Página 113, Khalsa

51

ANEXO 3

ÍNDICE DE ESTRESSE

Página 231, Khalsa

52

ANEXO 4

DANOS AO DNA

E

PROBLEMAS DECORRENTES

DE DEFICIÊNCIA DE MICRONUTRIENTES

Página 142, Giampapa

53

ANEXO 5

DNA COM FILAMENTO DANIFICADO

Página 40, Giampapa

54

ANEXO 6

RESPOSTA HORMONAL

AO EXERCÍCIO AERÓBICO

E ANAERÓBICO

HGH – HORMÔNIO DO CRESCIMENTO

LIBERADO NOS PRIMEIROS 20 MIN DE EXERCÍCIO AERÓBICO,

ELE REGENERA OS MÚSCULOS E AUMENTA A SUA MASSA.

NOS PRIMEIROS 30 MIN DE EXERCÍCIO ANAERÓBICO,

AUMENTO DE TÔNUS MUSCULAR E MASSA MUSCULAR ALÉM DE

FORÇA DOS TENDÕES E LIGAMENTOS.

Páginas 128, 130 e 131, Giampapa

55

ANEXO 7

MUDANÇAS RELACIONADAS COM A IDADE DOS

NÍVEIS DE NUTRIENTES, RADICAIS LIVRES E ENZIMAS

CEREBRAIS

Página 70, Giampapa

56

ANEXO 8

QUESTIONÁRIO

Página 140, Mancilha

57

ANEXO 9

ATIVIDADE CEREBRAL

ROTINA E TAREFA NOVA

Página 31, Katz

58

ANEXO 10

DEGENERAÇÃO NEURAL

Página 133, Khalsa

59

ANEXO 11

ANAMNESE

Páginas 129 e 130, Velasco

60

ANEXO 12

AVALIAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL DO IDOSO

Páginas 131, 132 e 133, Velasco

61

ANEXO 13

AVALIAÇÃO DA RETROGÊNESE PSICOMOTORA

Páginas 134, 135 e 136, Velasco

62

ANEXO 14

BATERIA PSICOMOTORA

Página 137, Velasco

63

ANEXO 15

DESENHO DA FIGURA HUMANA

TRAÇOS DA RETROGÊNESE PSICOMOTORA AO NÍVEL DE

IMAGEM CORPORAL DESSES IDOSOS (FIG. 1.1)

REVOLUÇÃO EMOCIONAL, COM MELHOR ESTRUTURAÇÃO

DO ESQUEMA CORPORAL; DOS ACESSÓRIOS, INDICANDO UMA VIDA

MAIS FESTIVA; DO COLORIDO MELHORANDO SUA VISÃO DE FUTURO E

ATÉ MESMO DE SUAS RELAÇÕES COM AS PESSOAS E COM O MUNDO

AO REDOR (QUADRO- 5.1)

Páginas 42 e 70, Velasco

64

ANEXO 16

CÓPIA DE FOTOS DOS IDOSOS EM ATIVIDADES

Páginas 87, 90, 91, 92, 93, 96, 97, 100, 104, Velasco

65

ANEXO 17

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

Aeróbica Mental

Página 305 à 311, Small

Revista Coquetel Sudoku médio nº 24, páginas 4, 5,8 e 9

(solução páginas 30 e 31)

Massagem

Páginas 152 e 153, Geis

Atividades com cadeiras

Página 154 à 159, Geis

Exercícios em dupla

Página 159 à 162, Geis

Exercícios com materiais (bola, bastão e elástico)

Página 162 à 168, Geis e Página 172 à 175, Geis

Expressão Corporal Página 196 à 198, Geis

Atividades Aquáticas

Páginas 198 à 202, Geis

Atividades Terapêuticas e de Reabilitação - pulso, ombros...

Páginas 242 à 245, 248,250,251,260,261,263,267 à 269, Geis

66

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

O cérebro 11

1.1- Os neurônios 14

1.2- O cérebro do idoso 16

CAPÍTULO II

O envelhecimento 19

2.1 – Como chegar aos noventa anos, cem .. 25

CAPÍTULO III

Psicomotricidade, contribuições para manutenção

da mente e do corpo 28

3.1 - O exercício 30

3.2 – o cérebro e suas possibilidades 34

3.3 – O corpo 35

3.3.1 - Atividades 40

3.3.1.1.-Atividades de ginástica 41

3.3.1.2 – Atividades aquáticas 41

3.3.1.3 – Atividades em contato com a natureza 43

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA 46

ANEXOS 47

ÍNDICE 66

67

68

69