DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · ajudar no reconhecimento dos transtornos de...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Dislexia sob o olhar da Neurociência: a questão da inclusão
escolar
Por: Amanda Tobio Grille Viegas
Orientadora
Profª. Solange Monteiro
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Dislexia sob o olhar da Neurociência: a questão da inclusão
escolar
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia
Por: Amanda Tobio Grille Viegas
3
AGRADECIMENTOS
...ao meu noivo que muito me apoia em
tudo o que eu faço e à minha mãe e
irmã por entenderem que nos
momentos em que estive ausente
estava encerrando mais uma etapa da
minha vida.
4
DEDICATÓRIA
.....dedica-se à minha mãe, minha irmã e
meu noivo. Pessoas que tanto amo e que
me ajudam a seguir em frente.
5
RESUMO
Este trabalho aborda a questão da relação entre a Neurociência e a
Dislexia, de modo a analisar como o desenvolvimento da neurociência pode
ajudar no reconhecimento dos transtornos de aprendizagem e como um
profissional da área deve agir frente a um aluno disléxico no ambiente escolar.
A dislexia caracteriza-se pela dificuldade em aprender e codificar palavras, o
que influencia diretamente na fala e na leitura. Não havendo um diagnóstico
preciso, os alunos que apresentam esta disfunção podem ser confundidos com
um aluno com déficit de atenção ou hiperatividade. Apesar de não haver cura
para a dislexia, o aprendiz pode ser acompanhado por um psicopedagogo
durante o seu processo de aprendizagem, além de ser possível a confecção de
materiais voltados para este aluno. Linhas teóricas e pesquisas experimentais
no campo da Neurociência e Psicologia nos últimos anos têm trazido achados
importantes para os que atuam no campo escolar com crianças disléxicas.
Anna Hout e Françoise Estienne (2001) afirmam que graças ao progresso da
Neurociência, a Dislexia e todo o seu desenvolvimento e dificuldades puderam
ser explorados. Relvas (2008 apud RELVAS, 2011) buscou observar em seu
trabalho como as crianças que apresentam algum tipo de transtorno de
aprendizagem podem ser inseridas no ambiente escolar. Devido às pesquisas
que vêm sendo realizadas na área e ao progresso da neurociência, os
pesquisadores da área acreditam que não podemos mais falar em dislexia
como algo homogêneo, e sim devemos falar em dislexias. Isso se deve ao fato
de os dados de pesquisas mais atuais, que focam no tema e em disfunções
correlatas, como a disgrafia e a disortografia, terem indicado que há muitas
causas e manifestações para essas disfunções (Hout & Estienne, 2001). Com
base nessas descobertas este estudo buscará relacionar a Neurociência com a
Psicopedagogia e a sua influência no olhar dado ao disléxico nos dias atuais,
além da forma como este aluno pode ser inserido no ambiente escolar.
6
METODOLOGIA
Por tratar-se de uma revisão teórica, foi realizada uma pesquisa que
consistiu em um levantamento da literatura publicada sobre o desenvolvimento
da Neurociência e sua influência no entendimento da Dislexia desde o seu
surgimento até os dias atuais. O estudo tem como objetivo fazer uma análise
de como se deu a evolução das pesquisas em Neurociência e Dislexia e a sua
influência no modo como se entende hoje a inserção do aluno disléxico no
ambiente escolar. Trata-se de um estudo diacrônico que busca mostrar o
desenvolvimento da Neurociência desde o seu surgimento até os dias atuais, a
sua relação com a Psicopedagogia, além da influência das duas áreas em
conjunto sobre os transtornos de aprendizagem, com foco na Dislexia. Para
tanto, o estudo aborda tópicos como:
- O desenvolvimento da Psicopedagogia;
- A relação da Psicopedagogia e os distúrbios de aprendizagem;
- A Dislexia: causas e como identificá-la;
- Dislexia e sua base neurológica;
- A neurociência e seu desenvolvimento;
- A relação entre a Neurociência e a Dislexia;
- Como fazer com que um aluno com Dislexia se sinta inserido no
ambiente escolar.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A PSICOPEDAGOGIA E OS DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM 10
CAPÍTULO II
A DISLEXIA E A NEUROCIÊNCIA 14
CAPÍTULO III
A DISLEXIA NA SALA DE AULA 21
CONCLUSÃO 27
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 29
ÍNDICE 30
8
INTRODUÇÃO
Muitas das reclamações que chegam aos consultórios de
Psicopedagogia, Fonoaudiologia e Neuropsicologia estão relacionadas ao
atraso no processo de aprendizagem da leitura e escrita por parte das
crianças, em um período em que estas competências já deveriam ter sido
adquiridas.
Como vivemos em uma sociedade letrada, é desejo de todas as
pessoas aprender a ler e escrever bem, uma vez que dependemos dessas
habilidades para termos um bom desempenho acadêmico e profissional. A
importância dessas habilidades pode ser verificada ao vermos que os pais
estão colocando seus filhos na escola cada vez mais cedo, na expectativa de
eles serem alfabetizados o quanto antes, preferencialmente até os sete anos
de idade.
De acordo com Sampaio (2011), o processo de alfabetização
acontece de maneira normal e saudável para cerca de 85% da população que
tem acesso à escola, o que não ocorre com cerca de 10% a 15% da
população, que embora apresente um desenvolvimento cognitivo normal e
tenha acesso a uma metodologia de ensino adequada, não consegue aprender
a ler e escrever da maneira esperada. Esta parte da população que não
consegue aprender de forma adequada sofre de um distúrbio conhecido como
dislexia específica ou dislexia de evolução que, segundo Shaywitz (2006) apud
Sampaio (2011) atinge uma em cada cinco crianças, dez milhões apenas nos
Estados unidos, cuja incidência é três vezes maior no gênero masculino do que
no feminino Capovilla (2007) apud Sampaio (2011).
Para Sampaio (2011), a dislexia é um distúrbio na leitura que acaba
por afetar a escrita, sendo mais comumente detectada a partir da
alfabetização, momento em que a criança inicia o processo de aprender a ler.
Seu problema torna-se mais evidente quando ela tenta soletrar as palavras, o
que se dá com muita dificuldade e sem sucesso.
Embora tenha aumentado consideravelmente nos últimos anos a
busca por informações acerca da dislexia, profissionais da saúde vêm se
9
dedicando a entender a origem e as causas deste transtorno desde o século
XIX. O estudo das dificuldades específicas envolvidas na leitura tem envolvido
diversas áreas do conhecimento, como Neurologia, Psicologia,
Psicopedagogia, Neuropsicologia, Educação e Fonoaudiologia, as quais têm
formulado explicações na tentativa de esclarecer os déficits que envolvem o
distúrbio Sampaio (2011).
Através das recentes investigações neurológicas realizadas pela
Neurociência, muitas conclusões acerca do funcionamento cerebral foram
tomadas, como por exemplo, o fato de a emoção interferir no processo de
retenção de informação, de ser preciso motivação para aprender, que a
atenção é fundamental na aprendizagem e o fato do cérebro se modificar em
contato com o meio durante toda a vida. O avanço das metodologias de
pesquisa e da tecnologia permitiu que novos estudos se tornassem possíveis.
A Neurociência e a Psicologia Cognitiva se ocupam de entender a
aprendizagem, mas a primeira faz isso por meio de experimentos
comportamentais e do uso de aparelhos como os de ressonância magnética e
de tomografia, que permitem observar as alterações no cérebro durante o seu
funcionamento. As duas áreas permitem entender de forma abrangente o
desenvolvimento da criança. Sabemos, por exemplo, com base em evidências
neurocientíficas, que há uma correlação entre um ambiente rico e o aumento
das sinapses (conexões entre as células cerebrais). Mas quem define o que é
um meio estimulante para cada tipo de aprendizado, quais devem ser as
intervenções para intensificar o efeito do meio e como o aluno irá reagir é o
trabalho realizado pelo Pedagogo e áreas afins por meio de didáticas. Relvas
(2011).
Ao professor caberia, portanto, se alimentar das informações que
surgem, buscando fontes seguras, e não acreditar em fórmulas para a sala de
aula criadas sem embasamento científico. Deste modo, a Neurociência nos
possibilitou entender que o desenvolvimento do cérebro decorre da integração
entre o corpo e o meio social. Ao educador cabe, por sua vez, o papel de
potencializar essa interação por parte das crianças.
10
CAPÍTULO I
A PSICOPEDAGOGIA E OS DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
1.1- Introdução
A psicopedagogia é reconhecida e entendida como uma área de
estudo que contribui, juntamente com a Psicanálise, Pedagogia e a Psicologia,
na participação da solução de problemas que surgem no contexto educativo,
vindo estes, do ambiente familiar, escolar, do meio social, econômico, cultural
ou de outras origens. Quando faz parte do ensino da escola, contribui para
aquisição de conhecimentos que são elaborados no processo de ensinar e
aprender, proporcionando ao aluno uma maneira gratificante e prazerosa para
se construir aprendizado, autonomia e emancipação. Trata o processo de
aprendizagem e suas dificuldades humanas, considerando as realidades
interna e externa à escola e procura compreender as questões cognitiva,
orgânica, social, familiar, emocional e também o trabalho pedagógico como
elementos relevantes de sucesso ou insucesso na aquisição de
aprendizagens.
O psicopedagogo é, portanto, o profissional que visa compreender
os motivos que levam as pessoas a obterem resultados insuficientes ao
esforço aplicado em sua busca pela aprendizagem, seja ela sistemática ou
não. O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a
compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de
determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para
atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto
Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é
valorizado como aprendizagem. Vale ressaltar de que o fazer psicopedagógico
se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de
aprendizagem.
11
1.2- Dificuldades ou distúrbios de aprendizagem
Ao contrário das dificuldades de aprendizagem, que podem estar
ligadas a problemas externos ou a um conjunto de elementos, os distúrbios de
aprendizagem estão mais vinculados ao próprio aluno, independentemente de
questões relacionadas, por exemplo, à estrutura geral da educação ou ao
ambiente familiar e suas condições econômicas, atingindo, deste modo, a
criança em nível individual. Essas questões podem influenciar de forma
negativa a aprendizagem, mas não são determinantes nesses casos. As
características que devem ser observadas em crianças que possuem distúrbios
de aprendizagem, são dificuldades específicas para a realização de atividades
como a leitura, a escrita, a fala, o raciocínio e as habilidades matemáticas.
Essas crianças precisam de atenção e tratamentos diferenciados, com a ajuda
de profissionais especializados, formas diferentes de ensino, escolas com
recursos específicos, entre outras.
É preciso estar claro, como já foi dito anteriormente, que a
confirmação de um diagnóstico de distúrbio de aprendizagem, depende de um
conjunto de fatores e exames específicos. Crianças com dificuldades causadas
por outros motivos podem ter seus problemas sanados ou, ao menos,
minimizados quando inseridas em ambientes com qualidades diferenciadas de
organização, ambientes saudáveis e profissionais capacitados.
As dificuldades de aprendizagem podem ser transitórias quando
suas causas são tratadas ou eliminadas, enquanto os distúrbios permanecem
pela vida toda, já que são disfunções do sistema nervoso central. Eles também
podem e devem ser tratados, porém, essas ações representam alternativas
para que as pessoas possam conviver de forma saudável com suas
dificuldades e saber como superá-las e não constituem curas definitivas.
Dessa forma, a disfunção neurológica é uma característica
fundamental para diferenciar uma criança com distúrbios de aprendizagem
daquelas que apenas apresentam algumas dificuldades. Aqueles têm uma
relação médica, o que explica o fato de apenas uma pequena parte da
12
população que encontra dificuldades de aprendizagem ter o diagnóstico de
distúrbio como sendo a causa de seus problemas.
1.3- Os distúrbios de aprendizagem
Os distúrbios de aprendizagem podem ser encontrados em crianças,
adolescentes e pessoas na fase adulta. Eles geram dificuldades nas atividades
presentes no cotidiano da escola, sendo enfrentadas por educadores e
também pelos responsáveis e demais pessoas que convivem com indivíduos
detentores de algum tipo de distúrbio. Muitas vezes, essas crianças e
adolescentes são rotulados como preguiçosos e desinteressados em função
da falta de conhecimentos de seus educadores. Existe um grande número de
professores que desconhecem os distúrbios de aprendizagem e não possuem
as habilidades necessárias para lidar com eles, não sabendo como agir frente
a esses casos. O que ocorre, muitas vezes, é que a própria criança é
responsabilizada pelo seu fracasso escolar e responsabilizada por não
conseguir aprender. Em muitos casos, isso gera a construção de uma
autoestima negativa e isso pode ser levado até a vida adulta. Além de
prejudicar de forma particular essas crianças, ainda impede o desenvolvimento
do processo de ensino de uma maneira geral, isentando o sistema de ensino
de qualquer erro ou defasagem em sua qualidade.
De acordo com Fonseca (1995), o conceito de distúrbio de
aprendizagem de maior conformidade é o do National Joint Comittee for
Learning Disabilities (NJCLD), ou Comitê Nacional de Dificuldades de
Aprendizagem, de 1988, nos Estados Unidos, que tem a seguinte definição:
Distúrbios de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens consideradas intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central, podem ocorrer
13
durante toda a vida. Problemas na auto-regulação do comportamento, na percepção social e na interação social podem existir com as DA. Apesar das DA ocorrerem com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbios sócio-emocionais) ou com influências extrínsecas (por exemplo, diferenças culturais, insuficiente ou inapropriada instrução, etc.), elas não são o resultado dessas condições. (FONSECA, 1995, p. 71).
A fim de analisar os distúrbios de aprendizagem é preciso
considerar o processo todo e não apenas a capacidade de quem aprende ou
deixa de aprender. Sendo assim, é fundamental que os educadores, de
maneira geral, conheçam os problemas mais comuns relacionados à
aprendizagem para saber agir diante deles ou, ao menos, encaminhá-los aos
profissionais especializados.
A aprendizagem pode ser compreendida como um processo que se
realiza no interior do indivíduo e que provoca uma mudança de
comportamento. Na sociedade atual, o conhecimento é de extrema importância
e tem diferentes significados, atingindo o indivíduo, a família, o meio social, a
escola e os educadores.
O sucesso escolar para as crianças evidencia o seu desempenho na
atuação como aluno. Para a família, o sucesso escolar dos filhos se traduz em
êxito no cumprimento de seu papel como responsáveis e educadores e, para a
escola, alunos com bom desempenho significam profissionais bem sucedidos
no futuro. Sendo assim, faz-se necessário que os distúrbios de aprendizagem
sejam conhecidos por todos aqueles que fazem parte do processo
educacional, para que seja possível uma atuação em conjunto capaz de trazer
resultados efetivos. O que se nota, é que conforme os conteúdos vão
aumentando, o seu grau de dificuldade e o tempo vai passando, os obstáculos
enfrentados pelas crianças também tendem a aumentar, tornando o tratamento
cada vez mais difícil e intensificando as demais questões enfrentadas pelos
alunos.
Neste capítulo vimos a importância da Psicopedagogia e,
consequentemente, do psicopedagogo no tratamento de crianças que
apresentam transtornos ou distúrbios de aprendizagem. Muitos dos problemas
enfrentados em sala de aula poderiam ser minimizados se as crianças que
14
apresentam esses distúrbios recebem o diagnóstico e apoio adequado por
parte de psicopedagogos e profissionais das áreas afins. Neste trabalho, o
nosso foco recai sobre os distúrbios de aprendizagem, em específico a
Dislexia.
15
CAPÍTULO 2
A Dislexia e a Neurociência
2.1- Introdução
A dislexia é um dos distúrbios de maior incidência nas salas de aula.
Ela se caracteriza pela dificuldade de aprendizagem, sendo que a capacidade
de uma criança para ler ou escrever está abaixo do seu nível de inteligência. A
dislexia pode, assim, ser caracterizada como uma insuficiência para assimilar
os símbolos gráficos da linguagem. Sua origem é congênita, ou seja, a criança
nasce com esse transtorno, e hereditária. Seus sintomas podem ser
identificados logo na pré-escola, pois a criança com dislexia demora a começar
a falar ou troca os sons das letras, além de apresentar dificuldade para
aprender a ler e escrever. Ela pode ser chamada de “a mãe dos transtornos de
aprendizagem” porque foi a partir da identificação deste problema que se
iniciou uma busca pelo conhecimento de todos os outros tipos de distúrbios
existentes, como afirma Sampaio (2011).
Com o passar do tempo, surgiu a necessidade de entender os
transtornos e distúrbios de aprendizagem e, a partir de então, eles começaram
a ser subdivididos e classificados. A dislexia também foi conhecida durante um
grande período como “cegueira verbal congênita” devido às dificuldades para
ler e escrever apresentadas por indivíduos que não apresentavam nenhum tipo
de problema na visão. Esse distúrbio se dá em crianças com audição, visão e
inteligência normais, que vivem em ambientes familiares saudáveis e possuem
condições econômicas adequadas. Assim, em casos de dislexia, as causas
não podem ser atribuídas a questões emocionais, culturais ou instrucionais.
Embora esses fatores tenham uma influência no desempenho de pessoas
disléxicas, eles não são determinantes.
Por muitas vezes, a dislexia é confundida com outros problemas de
adaptação escolar ou, até mesmo, com um atraso no desenvolvimento, uma
vez que a criança disléxica tem dificuldades em compreender o que está
16
escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no
papel, acaba por fazer de maneira incorreta e o leitor não compreende as suas
ideias. Algumas das características mais encontradas por crianças que têm
dislexia são as seguintes. Sampaio (2011):
ü Fraco desenvolvimento da atenção
ü Atraso no desenvolvimento da fala e escrita
ü Atraso no desenvolvimento visual
ü Dificuldade em aprender rimas/canções
ü Falta de interesse em livros impressos
ü Dificuldade em acompanhar histórias
ü Dificuldade com a memória imediata e a organização em geral
ü A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma
dificuldade evidente
ü Inversão de palavras de maneira parcial ou total. Exemplo: A palavra
“casa” é lida como “saca”
ü Inversão das letras e número. Exemplo: “p” por “b”; “3 por “5”
ü Cometem erros na separação das palavras
ü Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e palavras
ü Dificuldades na matemática
ü Pobreza de vocabulário
ü Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa como
são escritas.
Além disso, os disléxicos também sofrem com a falta de rapidez ao
ler. Sua leitura é sem ritmo e, muitas vezes com muito sacrifício. Além disso,
decodificam as palavras, mas não conseguem compreendê-las.
Vale ressaltar que as características colocadas acima não são
suficientes para se fechar um diagnóstico a respeito da dislexia, afinal, existem
outros distúrbios de aprendizagem que também possuem elementos
parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como um ponto a partir do qual
se é levado a procurar a ajuda de profissionais especializados e buscar formas
de superação.
17
2.2- A neurociência e os transtornos de aprendizagem
Segundo Relvas (2011), no cérebro humano existem
aproximadamente cem bilhões de neurônios e cada um destes pode se
conectar a milhares de outros, fazendo com que os sinais de informação
fluam em várias direções simultaneamente. Isso se deve às chamadas
conexões neurais ou sinapses. Se os estados mentais são provenientes de
padrões de atividade neural, então a aprendizagem é alcançada através da
estimulação das conexões neurais, podendo ser fortalecida ou não,
dependendo da qualidade da intervenção pedagógica.
As pesquisas em Neurociência têm crescido não somente devido à
necessidade de se entender os processos neuropsicobiólogicos normais, mas
também com o intuito de respaldar as pesquisas na área de educação. O
estudo dos processos de aprendizagem e de todos os fatores que os
influenciam, constitui um dos maiores desafios para a educação.
Durante todo ensino fundamental I, o professor é visto pelo aluno
como um exemplo a ser seguido e sua opinião é levada em extrema
consideração pelo aluno. Assim, todo e qualquer parecer do professor em
relação ao aluno, toma proporções determinantes para a formação da sua
autoestima.
Deste modo, a Neurociência é uma grande aliada da educação, de
modo a ajudar os profissionais da área a entender cada um dos distúrbios de
aprendizagem existentes. A Neurociência traz para a sala de aula
conhecimentos acerca do funcionamento da memória, do esquecimento, dos
sentidos, da linguagem, da atenção, do medo e do humor, por exemplo. Assim
como o modo como o conhecimento é incorporado em representações
dispositivas e as diferenças básicas entre os processos cerebrais durante a
infância. Todo este conhecimento se torna subsídio interessante e
imprescindível para a compreensão e ação pedagógica.
Conhecimentos como o da existência dos neurônios espelho, que
possibilitam a espécie humana progressos na comunicação, compreensão e
no aprendizado. O fato de haver uma plasticidade cerebral, ou seja, a
18
capacidade que o cérebro apresenta de continuar a desenvolver-se e mudar
até à senilidade ou a morte também altera a visão existente de
aprendizagem e educação. Ela faz os educadores reverem o seu
entendimento acerca do fracasso e das dificuldades de aprendizagem, pois
existem inúmeras possibilidades de aprendizagem para o ser humano, do
nascimento até a morte.
2.3- A Dislexia e sua base neurológica
Com o objetivo de observar como o cérebro de uma pessoa com dislexia
funcionava, Drª.Sally E. Shaywit da Escola de Medicina de Yale realizou um
estudo baseado em imagens por ressonância magnética para identificar os
caminhos neurais nos quais ocorre a subdivisão das palavras em seus sons
subjacentes. Shaywitz (2006) apud Sampaio (2011). A autora verificou que a
maior parte da região do cérebro responsável pela leitura fica na parte
posterior. Após a análise dos exames realizados, foram identificados três
caminhos neurais para a leitura: dois caminhos lentos e analíticos, utilizados
por leitores iniciantes, realizados nas áreas parietal-temporal e responsáveis
pela análise das palavras; o frontal localizado na área de Broca, responsável
pela articulação dos fonemas, e outro realizado pelo leitor experiente na área
occipitotemporal.
Figura 1- Áreas cerebrais envolvida no processo de leitura
(Fonte: Shaywitz apud Sampaio, 2011)
19
Através dos estudos de Shaywitz foi possível concluir que:
1º - o disléxico apresenta falha no sistema de leitura, ou seja, há pouca
ativação dos caminhos neurais na parte posterior do lado esquerdo do cérebro,
tendo como consequência problemas ao analisar palavras e transformar as
letras em sons, e ao mesmo ao amadurecer, o aprendiz continua com
apresentando problema na leitura.
2º- os aprendizes que apresentam o distúrbio desenvolvem caminhos
alternativos secundários de compensação utilizando a área de Broca, a qual é
responsável pela articulação das palavras verbalizadas, localizada no lado
direito na parte anterior ou frontal do cérebro.
3º- os leitores com dislexia apresentam atividade reduzida no giro angular, área
esta do cérebro que liga o córtex visual e a área de associação visual com as
áreas da linguagem.
4º- com a ajuda do sistema frontal, o disléxico desenvolve uma consciência da
estrutura sonora de uma palavra, formando-se fisicamente em seus lábios,
língua e cordas vocais, o que lhe permite ler, mesmo que lentamente, o que
consiste em uma dificuldade fonológica.
Figura 2 – Imagem cerebral de leitores normais e disléxicos
(Fonte: Shaywitz, 2006 apud Sampaio, 2011)
20
Nos dias atuais, já existem muitos estudos que confirmam que o
déficit fonológico é a principal etiologia dos distúrbios de leitura e escrita, o qual
se manifesta em várias competências linguísticas como articulação das
palavras e memória fonológica como afirma Tabaquim (in capovilla, 2011 apud
Sampaio, 2011).
De acordo com Shaywitz (2006) apud Sampaio (2011), ocorre ainda
no feto um erro geneticamente programado quando o cérebro está se
formando para a linguagem, o que leva há uma falha na conexão entre os
neurônios que carregam as mensagens fonológicas importantes para a
linguagem. A criança passa, assim, a ter um problema fonológico que interfere
na linguagem falada e escrita.
Atualmente, já é possível confirmar o diagnóstico da dislexia por
meio da avaliação com uma equipe multidisciplinar fora da escola, envolvendo
Psicopedagogo, Psicólogo, Neurologista e Fonoaudiólogo. Nesse contexto, a
escola tem como papel fundamental suspeitar e fazer o encaminhamento
correto do aluno com suspeita de dislexia.
21
CAPÍTULO 3
A DISLEXIA NA SALA DE AULA
3.1- A educação Infantil
A existência de uma educação infantil de qualidade é fundamental
para todas as escolas que trabalham com esta faixa etária. É necessário que
se tenha educadores prontos a superar qualquer espécie de problemas
presentes em sua docência, pois, existem diversos tipos de alunos, tornando-
se indispensável que todos os professores, mas principalmente os da área
infantil, tenham conhecimentos sobre os distúrbios de aprendizagem. Para os
pais de crianças com essas dificuldades, torna-se mais complicado reparar
esses problemas sem o apoio da escola e de profissionais capacitados.
A escola e os pais devem caminhar sempre juntos, afinal é na
instituição de ensino que a criança passa a maior parte do tempo e, por isso,
esta instituição também deve ter conhecimentos e ambientes específicos para
pessoas que apresentam esses distúrbios, contando com profissionais também
especializados no assunto. Ao perceber que o aluno encontra dificuldades no
aprendizado, a escola deve avisar aos pais desde o início, para que se possa
buscar um diagnóstico mais preciso. Caso o aluno continue apresentando os
mesmos resultados, é necessário procurar psiquiatras infantis e pedagogos
especializados no assunto. A criança precisará de todo o apoio possível, tanto
da escola como em seu ambiente familiar.
A inclusão do aluno disléxico na escola, como pessoa portadora de
necessidade especial, está garantida e orientada por diversos textos legais e
normativos. A lei 9.394, de 20/12/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação),
por exemplo, prevê:
- que a escola o faça a partir do artigo 12, inciso I, no que diz respeito à
elaboração e à execução da sua Proposta Pedagógica;
- que a escola deve prover meios para a recuperação dos alunos de menor
rendimento (inciso V);
22
- que se permita à escola organizar a educação básica em séries anuais,
períodos semestrais e ciclos, alternância regular de períodos de estudos,
grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros
critérios, ou por forma diversa de organização (artigo 23);
- que a avaliação seja contínua e cumulativa, com a prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período (artigo
24, inciso V, a alínea a).
Shaywitz (2006) apud Sampaio (2011) coloca a importância dos
livros e revistas em CD-ROM, os quais permitem que uma criança
disléxica acompanhe tarefas em sala de aula que não poderia ler com
facilidade. Elas podem, também, assistir vídeos ou DVDs de romances
ou dramas antes de ler a história, pois isso firma um esquema ou
estrutura, vinculando detalhes da história para a criança.
3.2- A Dislexia e suas dificuldades
A dificuldade que a criança disléxica apresenta dentro do espaço
escolar no que diz respeito às habilidades de leitura e escrita costuma ser uma
surpresa, uma vez que acaba por contradizer outras habilidades que esta
criança possui, já que sua inteligência é perceptível, como afirma Sampaio
(2011).
uma criança que é lenta em todas as habilidades não seria classificada como disléxica; uma criança disléxica tem de ter pontos fortes no que diz respeito à cognição, e não apenas problemas nas funções da leitura. (SHAYWITZ, 2006 apud SAMPAIO, 2011, p.45)
Assim que os primeiros sintomas são detectados, o professor deve
sugerir um encaminhamento clínico para a criança e, após diagnosticado o
quadro, faz-se necessária uma grande dedicação ao aluno em sala de aula e
ao longo do tratamento que deve envolver em partes iguais a escola, a família
e os profissionais de saúde.
23
Todos os educadores, sejam pais ou professores, devem ter como
base ética o compromisso de acompanhar o desenvolvimento da
aprendizagem da criança, buscando novas formas de aprendizagem e novos
programas e processos de ensino que possam colaborar para a inclusão dessa
criança no mundo das letras, ajudando-a a sobreviver dentro do modelo de
escola vigente.
Quando o professor tem em mãos o diagnóstico de dislexia de um
determinado aluno, ele deve se organizar de modo a tomar algumas
providências diferenciadas em relação ao processo de ensino-aprendizagem
voltado para este aluno. É de suma importância que o professor saiba que este
aluno é inteligente e que suas funções cognitivas encontram-se preservadas,
mas que a dificuldade na leitura acaba por afetar todo o seu processo de
aprendizagem.
É importante que a Direção e Coordenação da escola também se
mobilizem de modo a oferecer uma estrutura de apoio ao aluno. Avanços
significativos serão notados se o foco da aprendizagem não depender de
tantas exigências em relação à leitura. Deve-se evitar a todo custo pedir que o
aluno disléxico leia em voz alta perante a turma, pois para ele é muito
constrangedor que os colegas percebam sua dificuldade. Segundo Sampaio
(2011), uma das maiores queixas dos alunos com o distúrbio é que os colegas
o chamam de “lerdo(a)”, “analfabeto(a)” e “burro(a)” o que pode se tornar um
desânimo diante da aprendizagem, bem como uma diminuição na sua
autoestima.
Sampaio (2011) relata que há uma dificuldade maior de lidar com o
disléxico a partir do 6º ano e o principal motivo é a falta de conhecimento de
como lidar com o distúrbio e pouca vontade de conhecer, buscar informações e
compreender o que ocorre com um disléxico. A autora também chama atenção
para o fato das escolas insistirem em exigir que o disléxico faça provas de
língua estrangeira, e que isso é inaceitável, uma vez que se ele tem dificuldade
de dominar a sua própria língua, um professor não pode acreditar que ele será
capaz de dominar uma outra.
24
Para que a criança possa concentrar-se na tarefa de aprender a ler, escrever e aprender ortografia, deve sacrificar-se alguma outra disciplina ou disciplinas do programa escolar. Deve-se considerar mais importante para o disléxico superar sua dificuldade do que ter que lidar com uma língua estrangeira. (CONDEMARIN, 1989 apud SAMPAIO, 2011).
Ainda segundo a autora, o aluno deve, então, participar
normalmente das aulas e das atividades de outra língua estrangeira, mas as
avaliações formais devem ser substituídas por trabalhos que poderão ser feitos
em casa.
3.3- Uma proposta pedagógica
Diante das possibilidades apontadas no capitulo, é possível construir
uma Proposta Pedagógica e rever o Regimento Escolar considerando o aluno
disléxico. Na Proposta Pedagógica existem as seguintes possibilidades:
ü Provas escritas, de caráter operatório, contendo questões objetivas e/ou
dissertativas, realizadas individualmente e/ou em grupo, sem ou com
consulta a qualquer fonte;
ü Provas orais, através de discurso ou arguições, realizadas
individualmente ou em grupo, sem ou com consulta a qualquer fonte;
ü Testes;
ü Atividades práticas, tais como trabalhos variados, produzidos e
apresentados através de diferentes expressões e linguagens,
envolvendo estudo, pesquisa criatividade e experiências práticas,
realizados individualmente ou em grupo, intra ou extra classe;
ü Diários;
ü Fichas avaliativas;
ü Pareceres descritivos;
ü Observação de comportamento, tendo por base os valores e as atitudes
identificados nos objetivos da escola (solidariedade, participação,
responsabilidade, disciplina e ética).
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Além disso, existem algumas atitudes que podem ajudar os alunos
disléxicos no processo de aprendizagem, como as que são colocadas abaixo:
ü Usar letras com várias texturas.
ü Usar máscara para leitura de texto.
ü Evitar dizer que a criança é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros
alunos da turma.
ü Não forçar a criança a ler em voz alta em classe a menos que
demonstre desejo em fazê-lo.
ü Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do
que nas escritas.
ü Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que foi
lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita
ajuda para melhorar a memória.
ü Revisões devem ser frequentes e importantes.
ü Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe
mais tempo para fazê-lo.
ü Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo,
principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser
considerados disléxicos.
ü Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a
lápis.
ü Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento
desta tarefa.
ü Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como “você
precisa estudar mais para melhorar”.
ü Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha
e a faz infeliz.
ü Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e
não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo
longo.
ü Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e
principalmente nas escritas.
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ü Uma língua estrangeira é muito difícil para elas, faça suas avaliações
sempre em termos de trabalhos e pesquisas.
É importante que os pais e professores sejam alertados sobre a
importância de identificar possíveis dificuldades em crianças desde pequenas,
que apresentam trocas na fala, que começam a falar tarde ou que possuam
parentes próximos com dificuldade de leitura. Mesmo sabendo que a Dislexia
não tem cura e que o disléxico nunca será um leitor fluente, é possível que se
faça um trabalho visando à estimulação de habilidades fonológicas de modo a
amenizar as dificuldades da pessoa e desenvolver estratégias que facilitem a
leitura. Portanto, quanto mais cedo a criança disléxica for submetida a uma
metodologia de aprendizagem especifica e diferenciada, maior as chances de
ela minimizar o impacto da dislexia em sua vida.
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CONCLUSÃO
A dislexia é responsável por altos índices de repetência e abandono
escolar. A ausência de conhecimentos dos professores contribui para uma
evasão escolar e o agravamento dos problemas enfrentados pelas crianças.
Elas acabam sendo incompreendidas em seu fracasso e não valorizadas em
suas tentativas para superar suas dificuldades, o que as leva a desenvolver
uma autoimagem negativa. Todos esses fatores tornam a escola um ambiente
que causa ansiedade e as exigências dos pais e professores acabam se
revertendo em comportamentos agressivos ou inibições, por exemplo.
A partir de estudos acerca da Dislexia, hoje é sabido que as
crianças que apresentam esse transtorno precisam olhar e ouvir atentamente,
prestar atenção aos movimentos da mão enquanto escrevem e da boca
enquanto falam, de modo a associar os fonemas aos seus sons e à sua
escrita. É recomendada, portanto, a montagem de manuais de alfabetização
apropriados para pessoas disléxicas.
Além disso, o sucesso escolar de um disléxico está baseado em
uma terapia multisensorial (uso de todos os sentidos), sempre combinando
atividades que motivem o uso da visão, da audição e do tato para ajudá-lo a ler
e soletrar corretamente as palavras.
Os problemas podem ser avaliados através de um
acompanhamento adequado e direcionado às condições de cada caso. Faz-se
necessário adequar métodos e materiais que atendam o desenvolvimento da
criança, bem como o acompanhamento e a observação de modo a identificar
as particularidades de cada um considerando o seu tempo e a sua construção
de saberes.
Para diagnosticar corretamente a dislexia, deve-se procurar a ajuda
de profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas e
psicopedagogos. Não se espera encontrar todas as dificuldades apontadas no
capítulo anterior numa única criança disléxica, mas a presença de pelo menos
uma delas, associada às dificuldades de ler, pode fazer supor a existência de
um quadro de dislexia.
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Em suma, além do apoio da escola, as crianças precisam receber
apoio em casa. Os pais ou responsáveis devem ajudar a melhorar sua
autoestima, oferecendo carinho, sendo compreensivos e elogiando a cada
acerto alcançado, além de encorajar a realização de tarefas em que se saiam
bem e que podem ser estimulantes. As crianças também devem ser ajudadas
em seus trabalhos escolares e não se pode permitir que seus problemas
escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FONSECA, Vítor da. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.
HOUT, Anne Van. ESTIENNE, Françoise. Dislexias: descrição, avaliação,
explicação e tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as
múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. 5.ed. Rio de Janeiro: Wak
Editora, 2011.
SAMPAIO, Simaia; FREITAS, Ivana Braga de. Transtornos e dificuldades de
aprendizagem: Entendendo melhor os alunos com necessidades educativas
especiais. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2011.
SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem: a Psicopedagogia na
relação sujeito, família e escola. 3.ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.
Como interagir com o disléxico em sala de aula. Disponível em:
http://atividadesparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2013/11/
FOLHETO- DISLEXIA.pdf. Associação Brasileira de Dislexia. Acessado em:
27/03/2014.
MARTINS, VICENTE. Neurociência, cognição e dislexia. Disponível em:
http://www.filologia.org.br/soletras/15sup/Neuroci%C3%AAncia,%20cogni%C3
%A7%C3%A3o%20e%20dislexia%20-%20VICENTE.pdf. Acessado em:
22/02/2014.
O que é dislexia? Disponível em: http://www.dislexia.com.br/. Acessado em:
22/03/2014.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO 1
(A Psicopedagogia e os transtornos de aprendizagem) 10
1.1- Introdução 10
1.2 - Dificuldades ou distúrbios de aprendizagem 11
1.3- Os distúrbios de aprendizagem 12
CAPÍTULO 2
(A Dislexia e a Neurociência) 14
2.1- A Dislexia e a Neurociência 14
2.2- A Neurociência e os transtornos de aprendizagem 16
2.3- A Dislexia e sua base neurológica 17
CAPÍTULO 3
(A Dislexia na sala de aula) 21
3.1- A educação infantil 21
3.2- A Dislexia e suas dificuldades 22
3.3- Uma proposta pedagógica 24
CONCLUSÃO 27
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 29