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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A SENSIBILIZAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DOS ESTUDANTES SOBRE OS
PROBLEMAS SÓCIO-AMBIENTAIS
Por: Maria das Graças Nogueira
Orientadora: Profa. M. Sc. Mariana de Castro Moreira
Divinópolis de Goiás-GO
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A SENSIBILIZAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DOS ESTUDANTES SOBRE OS
PROBLEMAS SÓCIO-AMBIENTAIS
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez
do Mestre – Universidade Candido Mendes
como parte dos requisitos para a obtenção do
grau de especialista em Educação Ambiental.
Por: Maria das Graças Nogueira
3
Ao meu pai Joaquim Nogueira e ao
meu filho sobrinho Túlio Diessan que de
forma tão súbita partiram dessa vida.
Com a ausência de vocês pude
compreender melhor que “O Amor é mais
forte que a morte”, pois é este Amor, que
sempre nos uniu, que suaviza nossa dor e
dá ânimo a todos nos que ficamos para
continuarmos nossa jornada aqui na terra.
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AGRADECIMENTOS
A minha mãe, Dona Andira, pelo exemplo de superação, pelas lições de
perseverança, de respeito ao próximo e, sobretudo, pela formação essencialmente
humanista.
De uma maneira muito carinhosa, agradeço a toda minha família: esposo,
filha, irmãos, cunhados, por estarem sempre dispostos a colaborar – apoiando e
incentivando – nesta dura empreitada, que é voltar aos estudos.
Aos amigos, colegas de trabalho e principalmente a Deus, que nos dá
suporte e está sempre presente nos auxiliando.
E por fim, ao professor e orientador Celso Sanchez, meu muito obrigada,
pelas orientações, as quais foram de suma importância para que este trabalho
chegasse a bom termo.
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O homem seria sensato se deixasse de
pensar que apenas ele, entre todos os seres
viventes, merece respeito. Ele deve
considerar, por outro lado, que por existir
como um ser vivente é que merece respeito
e, portanto, deverá estender esse respeito às
demais criaturas que vivem neste planeta.
C. Lévi – Straus
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RESUMO
Este trabalho teve como objetivo investigar as possibilidades
pedagógicas na sensibilização e conscientização dos estudantes do Colégio
Estadual Germana Gomes sobre os problemas socioambientais e sua contribuição
no ensino, além de analisar as relações entre o indivíduo e o meio ambiente através
da observação e do registro da sua realidade, focando principalmente nos recursos
hídricos, por considerá-lo, o mais ameaçado pelas atividades humanas. Para tanto,
procurou-se demonstrar a crise ambiental desde a sua origem; a degradação
ambiental e o risco de colapso ecológico; as mudanças no clima; procuram mostrar
também, que o futuro do mundo depende da sociedade; o incentivo à educação
ambiental; lembrar que para preservar é importante conhecer; as atitudes que fazem
a diferença para a construção de uma sociedade sustentável; o papel da escola na
formação de valores para uma sustentabilidade ambiental e propostas de ações e
atividades que contribuem para a preservação do meio ambiente. Foram utilizados
autores como: Carlos Gomes de Carvalho, Carlos Minc, Antônio Vítor Rosa, Paulo
Henrique Martinez, Larissa Costa e Samuel Roiphe Barreto, entre outros, para
subsidiar o trabalho, cujos dados necessários foram obtidos através de levantamento
bibliográfico, de artigos obtidos em revistas como, Mundo Jovem, Veja, Pátio,
Horizonte Geográfico, Carta na Escola e outros, como também através de artigos em
jornais e pela Internet. Para esse trabalho foram entrevistados alunos do Ensino
Fundamental e Médio do Colégio Estadual Germana Gomes em Divinópolis de
Goiás, que responderam a um questionário onde foram investigados sobre a
participação deles e da escola nos Projetos de Educação Ambiental. Ao final do
trabalho, são analisadas as respostas dos alunos ao questionário e são sugeridas
ações e atividades que contribuem para a formação de cidadãos conscientes.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 08
CAPITULO I – CRISE AMBIENTAL: SUA ORIGEM ................................................. 10
1.1 A degradação ambiental e o risco de um colapso ecológico ...................... 10
1.2 Mudanças no clima..................................................................................... 12
1.3 O futuro do mundo depende das ações da Sociedade. (O que fazer?)...... 14
CAPÍTULO II – UM INCENTIVO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................. 17
2.1 Conhecer para preservar ............................................................................ 18
2.2 Cidadania Ambiental, atitudes que fazem a diferença na construção de uma
sociedade sustentável ................................................................................. 20
2.3 O papel da escola na formação de valores para uma sustentabilidade
ambiental .................................................................................................... 22
CAPÍTULO III – PROPOSTAS DE AÇÕES E ATITUDES QUE CONTRIBUEM PARA
A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ................................................................ 26
3.1 Reciclagem na Escola ................................................................................ 26
3.2 Sugestões de atividades, de reciclagem e de aulas ................................... 28
3.3 Metodologia e Análise de dados ................................................................ 32
3.3.1 Análise de dados ................................................................................ 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 38
ANEXOS ................................................................................................................... 39
ANEXO A – Entrevista ....................................................................................... 40
ANEXO B – Questionário do aluno .................................................................... 45
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INTRODUÇÃO
A questão central deste trabalho é analisar as relações entre o individuo
e o meio ambiente, através do conhecimento cientifico, da observação e de registro
da sua realidade, incentivando a sensibilização e a conscientização dos estudantes
do Colégio Estadual Germana Gomes, sobre os problemas socioambientais. É
buscar fazer com que a população de Divinópolis de Goiás, incentivada por eles,
desenvolva uma consciência preocupada com o meio ambiente e com os problemas
que lhe são associados, e que adquiram conhecimentos, habilidades, atividades,
motivações e compromissos para trabalhar individual e coletivamente na busca de
soluções para os problemas existentes e para a prevenção de novos. Será para
esse aspecto que convergiremos todo o esforço do presente trabalho.
Não obstante, examinaremos, ainda que sucintamente, elementos que
contribuem para a crise ambiental, como: a degradação, mudanças no clima e a
economia e preservação da água.
Durante muito tempo, a ecologia foi banalizada pela mídia. Fosse para
entrar nos programas infantis da televisão, fosse para neutralizar a força
transformadora da idéias ecológicas, ela foi reduzida à idéia de amor aos animais e
a conselhos como “não jogue papel no chão”, “apague as luzes de casa ao sair” ou
“cuidado com o buraco na camada de ozônio – proteja sua pele”. Nas salas de aula,
a ecologia é tratada como um conjunto de conhecimentos científicos e informações
sobre ciclos biológicos e ecossistemas, incluindo fauna, flora e cadeias alimentares.
Nosso objetivo é, além de analisar as relações entre o indivíduo e o meio
ambiente, apresentar aos estudantes que, a partir desse conhecimento científico
podemos nos organizar de forma a proporcionar oportunidades de conhecer melhor
o meio ambiente, compreender sua realidade e atuar sobre ela, percebendo que o
futuro do mundo depende das ações da sociedade, que devemos promover a
construção de uma sociedade sustentável, que a nossa saúde depende do meio
ambiente e principalmente que a água é o elemento que a natureza usa para
responder ao aumento do desrespeito ao meio ambiente.
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Para a conservação do proposto e elaboração do texto monográfico,
seguem-se uns levantamentos bibliográficos, incluindo obras consagradas de
autores renomados, pesquisas na Internet, revistas e demais textos referentes ao
assunto abordado.
O conteúdo, abaixo relacionado, divide-se em três capítulos: o primeiro
aborda a crise ambiental, a degradação e mudanças no clima; o segundo propõe
maneiras de incentivar a educação ambiental, mostrando aspectos da construção de
uma sociedade sustentável, cidadania, preservação e do papel da escola na
formação dessa consciência; e o terceiro e último, ressalta as idéias dos estudantes
pesquisados e trás propostas de ações e atitudes que contribuem para a
preservação do meio ambiente, como por exemplo, a reciclagem.
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CAPÍTULO I
CRISE AMBIENTAL E SUA ORIGEM
Um dos fatores mais preocupantes do atual desequilíbrio ecológico é o
Aquecimento Global, que já deixou de ser assunto de ficção cientifica e tornou-se
realidade. O Planeta todo está sofrendo, inclusive o Brasil. Seca na Amazônia,
desertificação no Nordeste, Furacão e Tornados no Sul... Estes fenômenos são
resultados da expansão da capacidade produtiva, com escalas de produção inéditas
para a humanidade e, por conseguinte, com o uso de volumes crescentes de
recursos naturais, água, matérias-primas e insumos. Além disso, houve a criação de
recursos sintéticos, em substituição às antigas e empregadoras lavouras de algodão,
fibras naturais, borracha, produção de cerâmica etc. O uso crescente de novos
materiais, em especial a partir da II Guerra Mundial, quando se deu impulso a
industria química, gerou quantidades crescentes de resíduos industriais de maior ou
menor grau de risco para a vida humana, originando assim a grave crise ambiental
que vive atualmente.
1.1 – A degradação ambiental e o risco de colapso
ecológico
Nosso Planeta é envolvido por uma camada de ar, que chamamos de
atmosfera e que é formada diversos tipos de gases. O Nitrogênio e o Oxigênio são
os principais gases e compõem 99% da atmosfera. Alguns outros estão presentes
em quantidade pequena, mas nem por isso são menos importantes: o dióxido de
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carbono, o metano, o óxido nitroso e também o vapor d’água. Esses gases são
importantes por que são eles que retêm calor na atmosfera, deixando o Planeta
aquecido para que possa existir vida. Porém, o excesso desses gases é maléfico.
Este aquecimento que chamamos de Efeito Estufa funciona como a
cobertura de uma estufa para cultivo de plantas, que deixa entrar luz e calor e, ao
mesmo tempo, impede que esse calor saia, criando um ambiente aquecido. É
causado por gases, como gás carbônico, que contribui com 60% (vindos da queima
de combustíveis fósseis na geração de energia elétrica, no transporte e nas
indústrias; queima de florestas para agricultura ou pecuária); do gás metano, que
tem 20% de atuação (da criação de animais, principalmente de gado bovino,
agricultura, principalmente cultivos alagados de arroz e aterros de lixo). O
halocarbono participa com 14%, produzidos pelas industrias de alumínio,
refrigerantes e extintores de incêndio, espumas plásticas e aerossóis. Ainda temos o
óxido nitroso com 6%, produzido pelas indústrias químicas e pela decomposição
microbiológica do nitrogênio em fertilizantes e outras fontes. Além desses, temos o
gás clorofluorcarbono, que influi ativamente no aquecimento global, destruindo a
camada de ozônio. As conseqüências dessas destruições são a exposição de todas
as formas de vida aos raios ultravioleta, que pode causar problemas danosos à
sobrevivência.
Além de todos os fatores acima citados, há o predomínio de uma cultura
milenar, de que os resíduos sólidos não servem mais e que devem ser descartados
a qualquer custo, em qualquer lugar, não importando as conseqüências. Por conta
disso, corpos d’água tornam-se lixeiras, solos ficam indisponíveis e contaminados,
os recursos naturais tendem ao esgotamento, o ar imerso em poluição e a saúde
ambiental e social, como um todo, se encontra ameaçada.
No que diz respeito ao Saneamento Ambiental no Brasil, verificamos a
partir de dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Ambiental – IBGE – que os
problemas, mesmo em pleno Século XXI, ainda persistem. Cerca de 31 milhões de
pessoas não têm acesso à água de qualidade; apenas 41,6% dos distritos dispõem
de coleta de esgoto; somente 35% do total de esgoto coletado são tratados; 38%
dos distritos abastecidos recebem água sem tratamento; em mais de 805 dos
municípios brasileiros o investimento em limpeza urbana é de apenas 5%.
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Em relação aos resíduos sólidos, o quadro não é diferente. O Brasil
produz diariamente cerca de 241.614 toneladas. Deste total, 86% terminam em
lixões, sendo assim destinados de forma incorreta.
Os dados expostos são preocupantes e retratam a falta de
responsabilidade nossa e em especial dos administradores do nosso País em
relação ao meio ambiente. Em depoimento à Revista Mundo Jovem, a professora
Mônica da UEPB, bióloga e especialista em Educação Ambiental ressalta que:
A degradação ambiental, o risco de colapso ecológico
e o avanço da desigualdade social e da pobreza são
sinais eloqüentes da crise ambiental vigente. A
realidade atual impõe mudanças de atitudes, de
hábitos e de comportamentos. E desperta para um
grande desafio: criar uma sociedade ambientalmente
sustentável; onde as necessidades e aspirações das
gerações atuais, não diminuam as chances das
gerações futuras.
Silva (2003 p.3).
Pode-se perceber então que para se ter direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado deve-se promover a qualidade ambiental e que as
conseqüências dos nossos atos, recaem sobre nós.
1.2 – Mudanças no Clima
O clima do planeta está mudando. Seca na Amazônia, calor no inverno
do Sul, chuvas, vendavais e um recente furação em Santa Catarina dão sinais de
que algo não está certo.
Será que é o ser humano quem está causando tudo isso? Ou tais
desastres ocorrem por causas naturais, que se repetem de tempos em tempos?
Existe uma série de mudanças que são naturais. São ciclos que se
repetem sistematicamente. Mas existem também mudanças que alteram, aceleram
ou retardam estes ciclos naturais.
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A alternância entre períodos extremamente secos e períodos
excessivamente úmidos ocorre por oscilações na quantidade de energia solar. Essa
energia é responsável pelo aquecimento e resfriamento das massas de água e das
massas de ar. Ela também controla toda a movimentação das massas de ar,
responsáveis pelo clima na superfície do Planeta.
Além das mudanças naturais, existe uma forçante artificial produzida
pela humanidade que vem se mostrando cada vez mais importante, o aquecimento
global. Um detalhe que não pode ser esquecido é que existe um aquecimento em
curso no planeta inteiro. Ele decorre do chamado efeito estufa, que é produzido
pelas quantidades crescentes de CO² (pela queima de combustíveis fósseis: carico,
petróleo, etc) e outros gases que o ser humano vem lançando na atmosfera,
sobretudo a partir da Revolução Industrial, no final do século XIX.
Conseqüentemente, verifica-se um aumento das temperaturas médias e o
acontecimento de fenômenos nunca vistos antes. Por exemplo, há um processo
constante de degelo nas calotas polares, tanto no Hemisfério Norte como no
Hemisfério Sul. Da mesma forma verifica-se uma retração nas geleiras que ocorrem
no topo das grandes cadeias de montanhas do Planeta: Alpes, Himalaia, Montanhas
rochosas dos Andes. Esse degelo que está em curso produz água e ela chega aos
Oceanos, elevando, assim, o nível do Mar. Acontece no mundo inteiro num processo
de erosão costeira, de retração das linhas de costa, que evidencia a lenta subida do
nível do Mar.
Outro problema é que esse aquecimento médio nem sempre é
perceptível. O aquecimento que não se percebe tem permitido que certas doenças
estejam se deslocando para latitudes cada vez mais altas e para altitudes cada vez
maiores. Por exemplo, há 20 anos não se falava em dengue ou Aedes Aegypti no
Sul do Brasil e, esse mosquito atualmente está presente nessa região, pois as
condições de temperatura média são favoráveis a ele. Em outras regiões houve
aumento dos riscos de viroses e de diferentes doenças.
Um outro fator que causa sérias mudanças no clima são as queimadas.
Praticas históricas no Brasil, as queimadas representam a principal técnica para a
derrubada da vegetação original, objetivando abrir áreas para a agricultura, a
pecuária, a mineração e expansão humana.
Em quase cinco séculos de História do Brasil, gradativamente, quase
toda a cobertura original de mata Atlântica vem desaparecendo nas regiões
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Sudeste, Nordeste e Sul. Na região Centro-oeste, o cerrado vem sendo queimado
recentemente, interessando a abertura de espaço para a produção de soja e a
criação de gado. A década de 80 é fortemente marcada pelas queimadas na
Floresta Amazônica, caracterizando-se segundo estudiosos da área, como uma das
piores catástrofes ecológicas do mundo. Em outras regiões é a seca o agente
desencadeador de incêndios que devastam os ecossistemas.
As queimadas limpam rapidamente o terreno, mas conseqüentemente o
fogo destrói os microorganismos do horizonte superficial do solo, desgastando-o,
empobrecendo-o. O fogo deixa ainda a terra com uma camada dura, dificultando a
penetração da água, havendo, dessa forma, o comprometimento da nutrição das
plantas, além de desencadear o processo de erosão.
O destino da biodiversidade é outra grave conseqüência desta impiedosa
prática, visto que, destruído o ecossistema, habitat natural de muitas espécies de
animais, estas ficarão “desamparadas”, sem destino, muitas vezes, invadindo
espaços urbanos.
Além dos impactos locais e regionais, as queimadas, trazem impactos
globais, como a produção de gases tóxicos lançados na atmosfera, responsáveis
pelo efeito estufa. Além da diminuição dos índices pluviométricos, elevação da
temperatura, desertificação, proliferação de pragas e doenças, enchentes e
associamento de rios etc.
Por tudo isso, é que devemos nos concretizar e lembrar que cuidar do
meio ambiente é dever de todos.
1.3 – O futuro do mundo depende das ações da sociedade.
(O que fazer?)
Os seres humanos são muito complexos. Diferentemente dos animais,
temo-se a consciência da sua existência e são capazes de refletir sobre suas ações,
mudando-as de acordo com o interesse. Tem-se uma natureza interior e essa
natureza reflete-se ao nosso redor.
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Infelizmente, vive-se em uma crise de valores. Somos cada vez mais
materialistas, egoístas e orgulhosos. Vivemos no mundo do descartável. A riqueza
nos cega: o ter esmaga o ser, e o planeta se torna um grande mercado, a natureza é
devastada cruelmente. Se continuar como está, que previsões pode-se fazer para as
próximas gerações? Que mudanças cada um de nós precisa fazer para esperar um
futuro melhor? Que ações poderão realizar em grupo para salvar o ambiente onde
vivemos?
Cuidar do ambiente é dever de todos: empresas, governos e cidadãos.
Os órgãos governamentais devem adotar políticas, incentivar o uso de tecnologias
limpas na indústria e no setor agrícola, apoiar pesquisas sobre o assunto, abrir
debates, facilitar o acesso às informações para todos os cidadãos. Os Estados e
Municípios devem fiscalizar a emissão de gases de efeito estufa, tratando os
resíduos, melhorando os sistemas de transportes, iluminações vindas de fontes de
energias renováveis e limpas, evitando queimadas, incentivando o reflorestamento e
outras atividades que mantenham as florestas de pé.
O papel do poder público é fundamental, tanto no incentivo e na
divulgação das políticas públicas para o meio ambiente quanto no efetivo controle da
utilização dos recursos naturais. É sua a incumbência de fiscalizar e promover
iniciativas de desenvolvimento voltadas para o crescimento econômico sustentando
em mecanismos comprometidos com o meio ambiente. Aos cidadãos, práticos
simples como redução do consumo de energia e água já podem ser um bom
começo. Conceber produtos e processos de produção que sejam ambientalmente
sustentáveis sem perder competitividade é o grande desafio; deve ser uma bandeira
principalmente das empresas.
O desenvolvimento econômico é importante, mas deve ser realizado
observando o atendimento às necessidades do presente, sem que seja
comprometida a capacidade de as gerações futuras satisfazerem suas
necessidades. O petróleo e a água são dois exemplos de recursos que têm sua
existência ameaçada.
Atualmente, o Brasil tem investido muito na diminuição de gases
poluentes lançados no ar, usando recursos naturais renováveis de origem hídrica
(utilização da água para geração de energia), solar, eólica (ação do vento). Além
disso, utilizamos a biomassa – energia que os organismos biológicos produzem e
que pode ser transformada em eletricidade, combustível ou calor a partir de
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matérias-primas como a cana-de-açúcar, lixo orgânico (biogás), lenha e o carvão
vegetal, alguns óleos vegetais (mamona, babaçu). Desenvolvemos também o
biodiesel, um óleo vegetal, que pode substituir total ou parcialmente o diesel na
geração de eletricidade.
Ainda há tempo para a ação! É preciso que governos do mundo todo
diminuam drasticamente as emissões de gases de efeito estufa nas próximas
décadas. E o Brasil, que pela destruição de suas florestas é o quarto maior emissor
mundial, precisa combater o desmatamento e investir muito mais em energias
limpas, como a do sol e a dos ventos.
O grande desafio da humanidade, no século XXI, é modificar o antigo
conceito desenvolvimentalista de progresso, isto é, de aumento da qualidade de vida
sem levar em conta os limites da capacidade de suporte do ambiente em que a
espécie humana se insere. É necessário refletir sobre o impacto que cada um de nós
causa sobre o meio ambiente, quanto aos recursos que utilizamos e à destinação do
lixo que produzimos. Só assim será possível amenizar o impacto da espécie humana
sobre o planeta e garantir um local habitável para as gerações futuras, afinal, um
processo de gestão ambiental deve abranger uma nova cultura, uma mudança de
consciência que nos leve a pensar e adotar outras formas de viver o hoje, pensando
no amanhã. Os recursos naturais dependem de práticas responsáveis que devem
ser geridas por uma ação coletiva das instituições, dos governos e da sociedade
como um todo. Sobre esse desafio, Sardella alerta:
Entrou em vigor o Protocolo de Kioto, desenhado para
tentar evitar o aquecimento global provocado pelo
efeito estufa. Soaram os merecidos clarins,
espocavam as devidas champanhes, mas de volta ao
mundo real e cruel, tem-se que os Estados Unidos, o
maior emissor de gases que provocam o efeito estufa,
continuam fora do tratado.
Sardella (2005, p.143).
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CAPÍTULO II
UM INCETIVO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação ambiental surge como um importante instrumento de
mudanças. Pois corresponde a um processo educativo permanente, dinâmico,
criativo, interativo; com enfoques interdisciplinares, que permite aos seres humanos
conhecer as leis que regem a natureza; compreender as relações e interações
existentes entre eles, os seres vivos e o ambiente; reconhecer os problemas
ambientais locais e globais e valorizar os aspectos sociais, históricos, éticos e
culturais do ambiente onde está inseridos. Promove, assim, a aquisição de
habilidades e competências para solucionar os seus problemas e construir uma
consciência ambiental, pautada na mudança de atitudes e de comportamentos, na
solidariedade, no exercício da cidadania e na paz.
Pode-se começar mudando aquelas atitudes cotidianas que promovem a
degradação ambiental e social, cumprindo nossos deveres e reivindicando os
nossos direitos.
Não se pode deixar como herança aos um planeta de cimento, sem
sentimento; um mar de água poluída; um planeta transformado em imensa lixeira;
um planeta distante da sua capacidade de suporte. Por que, segundo a Hipótese de
Gaia, a Terra, enquanto ser vivo em evolução, é capaz de tirar de circulação aquela
espécie que ameaça a sua continuidade. Salvar a Terra corresponde em salvar a
própria espécie Homo-sapiens. Para a bióloga Mônica Maria, “Nossa saúde depende
do meio ambiente, cuidar da saúde é cuidar do ambiente”. Mundo Jovem (2003, p.
03).
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2.1 – Conhecer para preservar
Atualmente, muitos pesquisadores apontam que a educação ambiental é
uma das principais formas de atuação do movimento ecológico que pode obter
resultados práticos e significativos. Esses resultados podem ser obtidos através das
ciências ambientais, que pertencem a uma área criada para aprofundar mais este
assunto nas disciplinas que são relacionadas ao meio ambiente, como: Ecologia,
Biologia, Geografia e Zoologia. A partir desse aprofundamento interdisciplinar se
esperam estudar soluções para os grandes impactos ambientais gerados pelos
humanos. Quanto a esse conhecimento, Meira (2006, p.09) faz p seguinte
comentário:
A Geografia mudou. De uma visão estática do espaço
e do mundo, passou para uma visão mais atuante.
Diante dos graves problemas ambientais, por
exemplo, não se admite que fiquemos como
espectadores, mas que façamos a nossa parte no
cuidado com o Planeta e suas espécies.
MEIRA, (2006, p. 09).
No final do século XVIII foram bastante intensos os impactos da
Revolução Industrial sobre as condições de vida e saúde das populações.
Principalmente nos Países Europeus, onde houve maior desenvolvimento nas
relações industriais e de produção. Contudo, esse domínio da tecnologia moderna
sobre o meio natural trouxe conseqüências negativas para a qualidade da vida
humana em seu ambiente. O ser humano, afinal, também é parte da natureza,
depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas
transformações, que degradam sua qualidade de vida.
O desenvolvimento da sociedade, impulsionado pela globalização, faz
com que cada vez mais sejam absorvidos profissionais capacitados em planejar e
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gerenciar a qualidade do meio ambiente. É a própria sociedade que demanda a
participação destes profissionais no processo produtivo, obrigando as empresas e
governos a situarem-se dentro de padrões economicamente produtivos, socialmente
responsáveis e ecologicamente corretos para diminuir os problemas no meio
ambiente.
Alguns desafios são urgentes, podem-se citar os problemas sócio-
ambientais mais graves, segundo dados da Conferencia das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável:
Ø Crescimento Demográfico: a população mundial é de 6,1 milhões de
habitantes e deve chegar a 9,3 bilhões em 2050.
Ø Pobreza e Desigualdades: cerca de 2,8 bilhões de pessoas vivem com
menos de U$$ 2 por dia e cerca de 80% da riqueza mundial está nas
mãos de 15% dos habitantes dos Países mais ricos.
Ø Superesploração de recursos: a cada ano, a utilização dos recursos
supera em 20% a capacidade do Planeta de regenerá-los. Em 2050, a
população mundial consumir entre 180% e 220% do potencial biológico
do globo.
Ø Mudanças Climáticas: a combustão do petróleo, gás e carvão
provocam emissão de dióxido de carbono (CO²) e outro gás de efeito
estufa que contribuem para o aquecimento do Planeta.
Ø Buraco na Camada de Ozônio: esta camada que cerca a Terra e a
protege dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol diminuiu sob o efeito do
clorofluorcabono (CFC) utilizado em alguns produtos. Esse “buraco” que
esta em cima do Antártico, media 30 milhões de km² em outubro de 2001
e tende a aumentar.
Ø Espécies ameaçadas: 11.046 espécies de animais estão ameaçadas
de extinção nas próximas décadas, principalmente pelo desaparecimento
de seu habitat natural, o que representa 28% das espécies mamíferas,
15% dos pássaros, 28% dos répteis, 25% dos anfíbios e 40% dos peixes.
Ø Acesso à água: cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água
potável e 2,4 bilhões não vivem em condições sanitárias decentes. A
metade dos rios do mundo está num nível muito baixo ou poluído.
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Ø Erosão do solo: o crescimento da população acarreta uma enorme
pressão sobre a agricultura e, portanto, uma demanda crescente de
terras agrícolas.
Deve-se conservar o que temos, desenvolvendo a prática de atividades
econômicas e sociais e usufruindo dos recursos biológicos sem comprometer sua
extinção. Infelizmente, o modelo de crescimento econômico baseado no falso
conceito de desenvolvimento tem trazido ameaças à sobrevivência das espécies
vivas no planeta. A idéia de desenvolvimento está atrelada ao uso insustentável dos
recursos biológicos, porém, nas próximas décadas, a sobrevivência da humanidade
vai depender da educação ecológica, da capacidade do ser humano de
compreender os princípios básicos da ecologia e viver de acordo com eles. Isso
significa que essa educação tem que se tornar uma qualificação essencial dos
políticos, líderes empresariais e profissionais de todas as áreas, e tem que ser um
dos assuntos mais importantes das educações primárias, secundárias e superior.
2.2 – Cidadania Ambiental, atitudes que fazem a diferença
na construção de uma sociedade sustentável
A conservação da biodiversidade no Planeta e a construção de uma
sociedade sustentável constituem, atualmente, um dos assuntos mais debatidos nos
encontros nacionais e internacionais sobre o meio ambiente.
Nesta perspectiva, justifica-se a relevância de inserir nas instituições de
educação atividades voltadas para a sensibilização e o acesso à cidadania
ambiental com o objetivo de despertar o interesse da comunidade estudantil para a
importância da conservação da biodiversidade.
Em entrevista à Revista Mundo Jovem, (junho, 2006, p.12 e 13), Carolina
Hermann, fala:
Quando se fala cidadania e não no meio ambiente,
pode ser que esse lado ecológico fique um pouco
perdido. Quando se fala em cidadania ambiental, se
foca a questão do papel do cidadão na preservação
21
do meio ambiente, principalmente no seu ambiente
local. Geralmente, quando se fala em meio ambiente,
pensa-se talvez num ambiente que não é o “seu”. Às
vezes pensamos na floresta que está longe,
esquecendo que as ruas das cidades e as árvores que
estão plantadas nelas ou em casa, também fazem
parte do meio ambiente. A água que nós usamos, o
esgoto que liberamos, tudo isto faz parte do meio
ambiente e também precisa ser cuidado.
(Ver entrevista completa em anexo).
A educação ambiental constitui uma estratégia a médio e longo prazo
para este problema, a conservação da biodiversidade depende diretamente de um
outro modelo de crescimento econômico, desta forma, o envolvimento entre
conservação, diversidade biológica, desenvolvimento, cidadania ambiental,
sociedade sustentável e educação ambiental é, sem dúvida, uma garantia de
equacionar os riscos que as espécies têm vivido. Tal modelo de educação vem
como estratégia para a sensibilidade dos indivíduos acerca da conservação da
biodiversidade.
A educação ambiental deve estar presente tanto na educação formal
quanto na informal, ou seja, em todos os segmentos da sociedade e em todos os
níveis da educação, conforme propõe a Constituição Federal e a Lei 9795/99, que
instituiu a Política Nacional de educação ambiental. Deve ter como principio a
sustentabilidade ambiental, a ética do cuidado e da precaução, entendendo que a
sutentabilidade também se aplica ao seu humano e à sociedade humana, enquanto
parte integrante do meio ambiente.
O papel da educação ambiental, a partir de uma abordagem crítica e
relevante, é fazer com os indivíduos e as coletividades compreendam a natureza
complexa do meio ambiente natural e do criado pelo homem, como resultado da
interação dos seus aspectos físicos, biológicos e sociais. Além de adquirir os
conhecimentos e os valores, os comportamentos e as habilidades práticas para
participar de forma responsável e eficaz na preservação e na solução dos problemas
ambientais, criando condições para que haja um futuro e que este seja o futuro
desejável por todas as gerações. Um futuro onde esteja garantida a vida plena,
harmônica, solidária, rica em valores menos transitórios, comprometida com o sonho
22
de felicidade que, antes de qualquer coisa é comum a todo ser humano. Sonho de
não ter fome; sonho de ter um lugar mais seguro, confortável e livre, para o abrigo e
o convívio da família, para a realização do trabalho que constrói e reconstrói o dia-a-
dia e o amanhã; sonho, também, de ter garantias de que é possível, de fato,
caminhar com liberdade no sentido de superar possíveis diferenças criadas pelo
nosso modo particular de ver o mundo.
2.3 – O papel da Escola na formação de valores para uma
sustentabilidade ambiental
A Escola tem um papel importantíssimo na concretização da cidadania. É
na Escola que formam-se valores e difundem-se ideologias. O papel da educação é
fundamental na mudança de hábitos, na concretização de processos de
entendimento e na apreensão e análise do real.
É extremamente importante estimular o jovem a entender o ambiente e
as problemáticas sócio-ambientais ao seu redor, dando-lhe a oportunidade plena de
estar antenado com o mundo em que vive e contribuir para a redução dos problemas
ambientais que o cercam.
O desenvolvimento da consciência ecológica tem papel fundamental para
integrar a escola com a comunidade e oportunizar uma prática pedagógica voltada
para o real. É de grande valia desenvolver atividades que envolvam todas as
disciplinas na defesa do ambiental. O desenvolvimento da consciência ecológica na
escola passa por uma atitude firme e engajada de todos aqueles que dela fazem
parte.
As atividades escolares devem ser voltadas para um processo de
entendimento do ambiente e dos motivadores sociais, econômicas e ideológicas que
levam a um processo de degradação ambiental e social da sociedade moderna.
As mudanças defendidas para a educação, no momento atual, procuram
fazer com que o Projeto Pedagógico da escola tenha a participação de todos os
elementos envolvidos. Para isso é necessário oportunizar e efetivar a defesa do
ambiente como meta prioritária da educação. Só é possível o alcance de um
23
ambiente saudável com o engajamento de todos os setores da sociedade civil
organizada. É preciso que todos aqueles que fazem a escola tenham atitudes
responsáveis e comprometidas com o mundo que os cerca:
O desenvolvimento da consciência ecológica no
espaço escolar é uma meta que deve ser perseguida
por todos aqueles que fazem a escola e que acreditam
no saber como motor de desenvolvimento das nações.
A educação ambiental deve ser estimulada por todos
os setores envolvidos no processo de construção do
conhecimento e deve fazer parte do Projeto
Pedagógico de toda escola. A juventude é cheia de
idéias e tem muito a construir na construção de um
processo de defesa e conservação do ambiente da
escola e de sua comunidade.
Carvalho (1993, p. 17).
Tendo em vista que a escola, através de todos os seus componentes, é
parte integrante da sociedade e co-responsável pela sua transformação, a educação
ambiental deve assumir responsabilidades, interagindo com dois aspectos que se
complementam: a sensibilização e a capacitação dos alunos para uma tomada de
consciência e ações concretas, aquisição de conhecimentos que permitam sua
integração com a comunidade e compreensão crítica da complexidade deste mundo
que está aí. A educação ambiental é sempre uma educação voltada para a
construção do futuro.
A ênfase na ação é o equilíbrio e a interação teórica-política:
discurso/ação. Há um grande desafio posto ao educador de todas as áreas do
conhecimento e níveis de ensino, como cidadão e como profissional.
Promover a articulação do aluno com debates e problemas que presencia
e vivencia direta ou indiretamente a todo o momento, no âmbito local, estadual,
nacional e internacional, relacionando seu dia-a-dia com estes debates,
incorporando novas idéias à sua prática de vida.
Este desafio exige estabelecer processos de reflexão-ação-reflexão, nas
diversas formas de interação entre sociedade e meio ambiente, bem como nas
relações entre homem-sociedade-natureza, revisando seus próprios conceitos e
procedimentos, a partir da sensibilização de si mesmo e da comunidade escolar
24
sobre as causas reais dos problemas que a sociedade humana, de uma forma geral,
enfrenta (degradação ambiental, fome, miséria, problemas sociais, exclusão,...) com
vistas à melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade, segundo os PCNS:
O trabalho com os alunos deve ser desenvolvido a fim
de ajudá-los a construírem uma consciência global
das questões relativas ao meio... Neste sentido, as
situações de ensino devem se organizar de forma a
propiciar oportunidade para que o aluno possa utilizar
o conhecimento sobre o meio ambiente para
compreender sua realidade e atuar sobre ela...
PCNS (1999, p.33).
É preciso romper os muros que isolam a escola de seu ambiente
circundante. A proposta de uma ação comprometida com a natureza e com a sua
defesa é, antes de tudo, uma proposta de uma educação voltada para o real e
plenamente determinada à modificação do sistema que segrega, depreda e reprime.
Os jovens sejam incentivados a compreender os problemas sociais e
ambientais de seu ambiente de vivência. Este objetivo só é possível a partir do
momento em que eles são levados a questionar a realidade que os cerca.
A defesa do ambiente e o desenvolvimento de uma consciência ecológica
na escola passam por um processo de busca de uma escola de qualidade voltada
para a compreensão do real e intimamente ligado a um entendimento crítico da
realidade. O estímulo ao desenvolvimento desta consciência se dá a partir de
propostas pedagógicas engajadas e comprometidas com a sociedade.
É extremamente importante fazer da escola um ambiente de ideários
voltados para concretização da democracia e da cidadania. A cidadania ambiental
passa pela defesa do ser humano no sentido pleno e na concretização de um mundo
justo.
A educação é um fator de desenvolvimento da consciência ecológica e
faz parte de um processo de concretização de valores éticos que se refletem num
processo de luta pela dignidade do ambiente e por um mundo melhor.
Este processo educativo não deve ser considerado exclusivo do
ambiente escolar, pois todos os cidadãos têm direito à educação ambiental. Como
também têm o dever, enquanto parte integrante do meio ambiente, de ser um
25
educador ambiental. Isto requer formação adequada dentro e fora do ambiente
escolar. Não precisa ser pesquisador ou cientista, mas um cidadão que conhece as
leis ambientais, que as respeite e seja sensível.
Educação ambiental pressupõe vencer desafios, como rompimento de
paradigmas, conviver com a diferença, superar a sociedade do ter, adoção dos
princípios da precaução, da sustentabilidade e da solidariedade em nossos
planejamentos e ações e exercício contínuo da cidadania.
A educação ambiental, portanto, trabalhada de maneira correta nas
escolas e com a noção de que não deva ficar restrita apenas ao ambiente escolar,
poderá construir em muito para recuperar e preservar os recursos naturais e
melhorar a qualidade de vida da população.
As escolas devem funcionar como pólos irradiadores
de consciência ecológica, envolvendo as famílias e as
comunidades. Escolas podem defender lagos,
reflorestar encostas, abrigar centros de reciclagem...
Educação Ambiental bem ensinada e bem aprendida
tem de ter relação com a vida das pessoas, o seu dia-
a-dia, o que elas vêm e setem, o seu bairro, a sua
saúde, as alternativas ecológicas. Caso contrário, é
artificial, distante e pouco criativa.
MINC (2005, p.71-72).
26
CAPÍTULO III
PROPOSTAS DE AÇÕES E ATITUDES QUE CONTRIBUEM
PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Os problemas ambientais e sociais vivenciados atualmente demonstram
a falência do atual modelo de desenvolvimento. Isto pressupõe mudanças urgentes
e um novo modelo de desenvolvimento e de sociedade. Essas mudanças impõem
prioritariamente mudanças de percepção, atitudes, valores e mudanças na própria
estrutura da sociedade contemporânea. Estas mudanças não acontecerão distantes
do processo educativo, pois a educação, enquanto processo construtor de
conhecimento e formador de cidadãos e cidadãs, objetiva principalmente
proporcionar transformação. Observando a necessidade de trabalhar no âmbito
escolar com a educação ambiental, por ser fundamental na vida e no
desenvolvimento da sociedade como um todo, por acreditar que a escola é um
veiculo com grandes poderes de transmissão de pensamento e também auxiliadora
no processo de construção de conhecimento, esse Projeto apresenta as seguintes
propostas:
3.1 – Reciclagem na Escola
Reciclar é transformar de modo artesanal ou industrial um produto usado
em um novo produto, igual ou diferente do original. Essa transformação deve ser
química e / ou física, daí a diferença do reaproveitamento que não altera a matéria
de maneira tão profunda.
27
Os benefícios da reciclagem são muitos: economia de matéria-prima, de
energia e de água.
Ao longo dos últimos anos, com o adensamento populacional nas
grandes cidades e o crescimento da produção industrial, o aumento da geração de
resíduos, lixo, vem se tornando um problema cada vez mais preocupante,
principalmente no que se refere seu tratamento e destino.
O aumento de lixo traz diversos problemas para a sociedade, pois mais
lixo significa gastos cada vez mais altos para dar o devido tratamento e destino a
ele. Além disso, há um grande desperdício de matéria-prima, uma vez que esses
recursos não retornam a cadeia de produção.
O lixo pode ser classificado como seco ou úmido. O lixo seco é
composto, em sua maior parte, por materiais potencialmente recicláveis como
plásticos, vidro, lata, papel, etc. O lixo úmido refere-se aos resíduos orgânicos como
sobras de alimentos, cascas de frutas, entre outras coisas. Essa classificação é a
mais usual e a mais conhecida pela população, pois é utilizada pelos programas de
coleta seletiva.
Uma das possibilidades de soluções para os problemas do lixo é
apontada pelo princípio dos 3 R’s – reduzir, reutilizar e reciclar. Reduzir significa
consumir menos produtos e preferir os que geram menos resíduos e tem maior
durabilidade. Reutilizar é usar normalmente, por exemplo, potes de sorvete podem
servir para guardar objetos e / ou alimentos. Reciclar é fabricar um produto novo a
partir de um material usado, como se faz com o papel.
Durante toda a vida nos beneficiamos do meio ambiente sem
preocupação de preservar os recursos que ele nos oferece, devido a esse uso
indiscriminado muito já foi destruído causando sérios danos e diminuído a qualidade
de vida do ser humano, faz se necessário que a escola proponha novos caminhos
que leve a uma nova relação com o meio ambiente, e um dos caminhos que esse
Projeto sugere é a reciclagem na escola.
As ações podem ser organizadas assim:
- Fazer uma análise da realidade ambiental da comunidade na qual a
escola está inserida, feita por meio de pesquisas de campo, entrevistas e coletas de
dados pelos próprios alunos com moradores do bairro.
- Promover palestras envolvendo especialistas de outras secretarias. Os
alunos participarão, não só como ouvintes, mas também se envolvendo em
28
dinâmicas que possibilitarão uma interação entre palestrantes e alunos, bem como
uma reflexão sobre o assunto discutido.
Para desenvolver essas questões, o enfoque dado deverá ser
interdisciplinar, percebendo se o ambiente como um tema transversal que permeia
as várias disciplinas. Carlos Minc (2005, p.73), sugere:
A implantação da coleta seletiva de lixo nas escolas
deve ser precedida de reuniões de trabalho com a
diretoria e com o corpo docente. Em conjunto com o
grêmio dos alunos, deve ser preparado um material
visual atrativo e didático sobre o funcionamento da
coleta. A participação dos funcionários garante a
coleta e guarda do material separado. A unidade
escolar deve ter uma sala preparada para o depósito
do material.
Carlos Minc (2005, p.73).
Veja no item 3.2, sugestões de reciclagem, de aulas e de atividades para
a escola.
3.2 – Sugestões de atividades de reciclagem e de aulas
Tais sugestões têm por objetivo contribuir para a formação de cidadãos
conscientes, aptos a decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo
comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e
global.
Observando a necessidade de trabalhar no âmbito escolar com a
educação ambiental, por acreditar que a escola é um veiculo com grandes poderes
de transmissão de pensamento e também auxiliadora no processo de construção de
conhecimento, esse Projeto apresenta as seguintes propostas de aulas:
29
OBJETIVOS
Ø Conscientizar as crianças sobre a importância do meio ambiente e
como o homem está inserido neste meio;
Ø Estimular para que perceba a importância do homem na transformação
de meio em que vive e o que as interferências negativas tem causado à natureza;
Ø Desenvolver e estimular na criança a criatividade;
Ø Estimular a leitura e a escrita;
Ø Desenvolver os conhecimentos lógicos matemáticos (quantidades,
adição, subtração);
Ø Desenvolver a oralidade, a socialização;
Ø Proporcionar o contato e o uso dos recursos tecnológicos como aliados
ao processo de aprendizado e também ao processo de preservação do meio
ambiente.
METODOLOGIAS
A Metodologia utilizada para a realização deste Projeto se valerá de
pesquisas em sites, aula passeio, música, vídeo educativo, história infantil, jogos.
ESTRATÉGIAS
1º
Ø História infantil que trate da questão do meio ambiente;
Ø Conversa dirigida a respeito da história: interpretações, opiniões, o que
eles entende por meio ambiente; a situação atual deste meio;
Ø Pedir para que os alunos recontem a história utilizando a escrita e o
desenho;
Ø Explanação dos seus trabalhos;
2º
Ø Exposição de fotos de demonstrem a degradação do meio ambiente;
30
Ø A partir das fotos, pedir para os alunos elaborar e escrever frases ou
pequenos textos que descrevam as fotos, construindo um mural na sala
de aula;
Ø Visita ao Site: www.uol.com.br/ecokids/ que trata da questão da
preservação do meio ambiente. Está visita ao site será uma atividade de
leitura e exploração do site;
3º
Ø Apresentação de um vídeo educativo infantil, que trate da questão do
lixo, da preservação do meio ambiente trazendo a importância da
reciclagem;
Ø Comentários sobre os vídeos;
Ø Criar juntamente com os alunos uma lista de objetos que podem ser
reciclados;
4º
RECICLANDO E BRINCANDO COM A MATEMÁTICA.
Ø Confecção de um boliche com garrafas de “pet”;
Ø Cada aluno deverá levar uma garrafa da “pet” (garrafa plástica de
refrigerante) para a confecção do boliche;
Ø Cada um irá pintar sua garrafa com cores diferenciadas, pois cada cor
corresponderá a um número;
Ø Construir junto com eles o quadro que servirá de legenda para
identificação da cor com seu respectivo número;
Ø Inicia o jogo;
Ø Neste jogo pode ser trabalhada adição, subtração, quantidade.
5º
AULA PASSEIO.
Ø Proporcionar a turma um passeio (pela cidade, bairro, ruas próximas a
escola), onde eles serão orientados a observar as formas de
degradações que estão presentes naquela meio ambiente ou em suas
proximidades;
31
Ø Após o retorno pedir para que eles criem um desenho e um pequeno
texto, a partir do passeio, para ilustrar a situação de degradação ao meio
ambiente que mais lhe chamou atenção. (Obs: neta atividade o professor
pode também listar com eles as degradações encontradas e depois
dividir quem vai falar sobre o quê.);
Ø Como atividade de casa uma pesquisa em livros, sites, revistas,
jornais, etc, que tragam soluções para o problema que está sendo
trabalhado por eles;
6º
Ø Socialização das construções e das pesquisas;
Ø Agora eles irão construir um pequeno texto com ilustrações para
apresentar as soluções que foram pesquisadas para o problema que esta
sendo estudado;
Ø Propor aos alunos a confecção de uma cartilha, feita por eles, onde
irão apresentar através de textos e desenhos os problemas que agridem
o meio ambiente e as possíveis soluções para esses problemas;
7º
Ø Iniciar a construção da cartilha;
Ø Em dupla, e com auxilio do professor, os alunos deverão arrumar os
textos, aquele que foi produzido individualmente a partir da aula passeio,
relatando sobre um problema de degradação constatado por eles, e
transformá-los em apenas um texto para ser digitado no KitPix. (Obs: o
professor deve arrumar a dupla de acordo com os textos produzidos onde
os dois alunos tratem do mesmo problema.);
Ø Digitação dos textos.
8º
RECICLANDO PAPEL.
Ø No primeiro momento desta aula o professor irá propor a turma um
trabalho de arte no qual será utilizado papel reciclado;
32
Ø O professor apresenta alguns materiais que foram construídos com
papel reciclado e explica para os alunos como se dá o processo de
reciclagem de papel;
Ø Com os materiais, já previamente prontos, o professor juntamente com
os alunos inicia o processo de reciclagem de papel;
Ø Digitação do trabalho;
9º
Ø Depois de seco, papel reciclado, será usado para pinturas e desenhos;
Ø Ilustração da cartilha (o professor deve orientar ao aluno que a
ilustração deve ser feita de acordo com o seu texto).
10º
Ø Está aula será dedicada aos preparativos para a Feira do Meio
Ambiente, onde os alunos irão apresentar e distribuir as cartilhas
preparadas por eles e também fazer a exposição dos trabalhos
construídos a partir de reciclagens.
11º
AULAS.
Ø Exposição da Feira do meio ambiente.
3.3 – Metodologia e Análise de dados.
Os dados seguintes foram obtidos com aplicação de 120 questionários
(Anexo) aos 630 alunos do Colégio Estadual Germana Gomes.
É válido ressaltar que dos alunos entrevistados, 60% são do Ensino
Fundamental e 40% do Ensino Médio.
Para melhor compreensão dos resultados, é interessante que façamos
uma análise individual de cada questionamento.
33
3.3.1 – Análise de Dados.
Analisamos abaixo as respostas obtidas pelos alunos pesquisados na
Escola acima citada.
TEMÁTICA: MEIO AMBIENTE.
Parte 1: Da trajetória escolar do aluno.
1 – Qual série você estuda em 2009?
2 – Com qual disciplina você se identifica mais?
3 – Você já participou de alguma atividade, na sua Escola, em que
foram utilizados materiais reciclados? Qual?
60% dos alunos estão em séries do Ensino Fundamental e 40% em séries
do Ensino Médio.
60% dos alunos se identifica mais com a disciplina Português, 30%
Matemática e 10% com as outras disciplinas.
30% já participou de alguma atividade em que foram utilizados materiais
reciclados, 50% nunca participou e 20% não lembram.
Parte 2: Das ações realizadas pela Escola.
1 – Quantos e quais Projetos de reciclagem foram realizados em sua
Escola nos últimos 3 anos?
Somente 10% se lembravam de um Projeto realizado por uma professora
em 2007.
2 – O que já existe e o que pode ser feito na Escola em termos de
Educação Ambiental?
20% responderam que não existe nada na Escola e não deram sugestões
e 80% deram algumas sugestões.
34
3 – A sua Escola funciona como pólo indicador de consciência
ecológica, envolvendo as famílias e a comunidade?
100% dos alunos responderam que não.
Parte 3: Da conscientização e sensibilização dos estudantes.
1 – Que atitudes concretas podemos tomar para conscientizar um
ambiente sustentável? O que deve mudar em nossa visão e ação em relação
ao Meio Ambiente?
Nesse questionamento pude observar que todos exaltaram a importância
de um ambiente sustentável, mas apenas 5 sugeriram mudanças.
2 – Como é a relação da saúde com o ambiente onde você vive? Você
vive em um ambiente saudável?
Todos responderam viver em um ambiente saudável, devido ser um
Município pequeno, não tem muita poluição.
3 – Na sua opinião, qual o maior causador de poluição da sua cidade?
( ) lixo ( ) esgoto ( ) barulho ( ) fumaça ( ) poeira calcária.
99% dos alunos responderam poeira calcária, por haver uma Fábrica de
Calcário muito próximo da cidade.
Parte 4: Da utilização e conservação dos recursos hídricos.
1 – Quais poderiam ser as formas de reuso da água?
A maioria deles sugeriram reutilizar a água do tanque e da pia para lavar
calçadas, lavar o chão, molhar plantas, etc.
2 – Por que se usam tão pouco as técnicas de reuso da água?
70% acham que é por falta de informação.
3 – Você já criou ou executou um Projeto de reuso da água?
Alguns deles afirmaram que existem muitas dificuldades em executar um
Projeto desses, nenhum deles realizou nenhum Projeto.
4 – Que técnicas você utilizou para economizar a água?
80% fecham a torneira enquanto lava os pratos, escovam os dentes e
fecham o chuveiro ao passar o sabão no corpo e 20% reutilizam a água do tanque,
35
da pia e captam água da chuva.
5 – Você sabe quantos litros de água são gastos para fabricar um
carro, por exemplo?
A maioria deles não faz a menor idéia ou nunca tinha pensado nisso.
Ao finalizar a análise das repostas obtidas pode-se perceber que apesar
dos alunos pesquisados não participarem ativamente juntamente com a Escola, de
movimentos que trabalhem a educação ambiental para concretizar um ambiente
sustentável, a maioria deles se preocupam com essa questão e estão dispostos a
ajudar na mobilização para uma escola e uma sociedade consciente.
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme foi elaborado neste estudo, durante toda nossa vida nos
beneficiamos do Meio Ambiente sem preocupação de preservar os recursos que ele
nos oferece, devido a esse uso indiscriminado muito já foi destruído causando sérios
danos e diminuindo a qualidade de vida do ser humano, faz-se necessário que a
escola, a comunidade em geral, proponha novos caminhos que leve a uma nova
relação com o meio ambiente.
Se o lugar em que vivemos não é o melhor do mundo, podemos e
devemos transformá-lo. Temos família, vizinhos, amigos e organizações que podem
ajudar. Muitas vezes, ações coletivas fazem com que as idéias se transformem em
possíveis mudanças.
O exercício da cidadania inclui direito e deveres políticos, sociais e
ambientais. Exercê-la significa participar de lutas por qualidade ambiental, moradia,
alimentação, saúde, emprego, educação e cultura. Esse exercício, praticado
diariamente, nos torna cidadãos e cidadãs.
A juventude está cobrando, dos adultos e dos governos, ações que dêem
a todos nós a chance de herdar um planeta bom de viver. Isso depende das atitudes
individuais e de políticas públicas que nos tragam mais qualidade de vida. Mas, para
que isso se realize é necessário conscientizar a criança para que ela entenda que
devemos cuidar juntos de nossa qualidade de vida. Na escola temos a oportunidade
de descobrir novas habilidades, trabalhar em grupo, nos comunicar. Aprendendo
também a importância de certos valores, como solidariedade, companheirismo e
respeito, que será importante ao longo de nossas vidas.
O estudo com diversos autores e revistas, me deram suporte para a
realização da pesquisa sobre a sensibilização e conscientização dos estudantes
sobre os problemas socioambientais, uma vez que para atingirmos esses objetivos,
mais do que trabalhar com informações e concertos, é preciso trabalhar com a
formação de valores e atividades, cabe-nos sustentar essas mudanças contribuindo
para um futuro melhor para todos.
Concluo, afirmando que despertar a conscientização a respeito do Meio
Ambiente e da importância da sua preservação, sua contribuição e sua avaliação
37
desenvolvida neste estudo, deve servir como um quadro referencial, na observação
à necessidade de trabalhar no âmbito escolar com a educação ambiental, por
acreditar que a escola é um veículo com grandes poderes de transmissão de
pensamento e também auxiliadora no processo de construção de conhecimento.
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, MEC. Conselho Nacional de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais, Ensino Médio, Brasília, 1999. CARVALHO, Carlos Gomes de. Natureza, Ecologia 2º Grau. Letras e Letras, São Paulo,1993. DANTA, Danielly Luz. Reuso da água: economia e preservação. Revista Mundo Jovem,Porto Alegre, 2009. HERMANN, Carolina. A construção de uma sociedade sustentável. Revista Mundo Jovem, Porto Alegre, 2006. MARTINEZ, Paulo Henrique. História ambiental no Brasil: Pesquisa e ensino. São Paulo. Cortez, 2006. MEIRA, Rômulo Lima. Conhecer para preservar. Revista Mundo Jovem, Porto Alegre, 2006. MINC, Carlos. Ecologia e Cidadania. São Paulo, Moderna, 2005. REVISTA CARTA NA ESCOLA. Sustentabilidade na Escola. São Paulo, Fevereiro, 2008. REVISTA ESCOLA. Um rio em minha vida. Abril, Janeiro e Fevereiro, 2009. REVISTA HORIZONTE GEOGRÁFICO. A Emoção de descobrir o mundo. São Paulo, Junho, 2002. REVISTA MUNDO JOVEM. Um Jornal de idéias. Porto Alegre – RS, de 2003 a 2009. REVISTA VEJA. Planeta sustentável, conhecimento por um mundo melhor. p. 126 – 127, Abril, Março, 2009. ROSA, Antônio Vitor. Agricultura e Meio Ambiente. Atual, São Paulo, 1998. SARDELLA, Antônio. Química (Ensino Médio), São Paulo, Ática, 2005. SILVA, Mônica M. P., A degradação ambiental, Revista Mundo Jovem, Porto Alegre, 2003.
40
ANEXO A
ENTREVISTA
Cidadania Ambiental, atitudes que fazem diferença.
Política e Cidadania
Quando se fala cidadania e não no meio ambiente, pode
ser que esse lado ecológico fique um pouco perdido. Quando
se fala em cidadania ambiental, se foca a questão do papel do
cidadão na preservação do meio ambiente, principalmente no
seu ambiente local. Geralmente, quando se fala em meio
ambiente, pensa-se talvez num ambiente que não é o “seu”.
Às vezes pensamos na floresta que está longe, esquecendo
que as ruas da cidade e as árvores que estão plantadas nelas
ou em casa, também fazem parte do meio ambiente. A água
que nós usamos, o esgoto que liberamos, tudo isto faz parte
do meio ambiente e também precisa ser cuidado. Esta
compreensão de CAROLINA HERMANN, da ONG Amigos da
Terra, traz a ecologia para o nosso dia-a-dia e para o cuidado
que precisamos ter com o ambiente onde vivemos.
Mundo Jovem: Não é redundante falar em “cidadania ambiental”,
pois se você é cidadão/cidadã, você cuida do meio ambiente?
Carolina Hermann: Hoje as pessoas estão muito preocupadas com os
seus próprios problemas, com o seu trabalho e acabam esquecendo do meio
ambiente. É preciso da ênfase à educação ambiental. As pessoas precisam ter
atitudes de preservação do ambiente na própria casa: a seleção do lixo, utilização da
energia de forma eficiente... São pequenos gestos que não custam nada, mas que
valem muito para o meio ambiente. É importante insistir sempre nesta questão,
porque as pessoas esquecem facilmente.
41
Há, hoje, muita troca de informação; são propagandas na rua o tempo
inteiro e ás vezes, não intencionalmente, as pessoas esquecem de ter pequenos
cuidados que fazem uma grande diferença se cada um fizer a sua parte.
Não parecem um pouco tímidas as abordagens sobre este tema, as
propagandas que os governos fazem das suas ações e até mesmo as ações
das ONGs?
Concordo que são tímidas, principalmente por parte do governo que tem
maior abrangência do que as ONGs. Ele tem mais recursos, tem como conscientizar
um número maior de pessoas...
Quanto ao papel das ONGs, penso que se esforçam, com as “pernas”
que têm. É complicado conseguir recursos para fazer uma grande divulgação, seja
de forma publicitária, na televisão, no jornal ou nas ruas. O que ser faz
concretamente é ir às escolas ou em congressos sobre o tema e palestrar. O contato
pessoal, olhando nos olhos, é super importante. Só que não temos condições de
atingir um grande número de pessoas, fazer uma divulgação mais abrangente
porque não temos material humano para isso.
“Quando a criança ouve falar em Educação
Ambiental na Escola, certamente levará para sua
própria casa, para o pai, a mãe, que muitas vezes
não se dão conta, nunca pararam para refletir
sobre a questão”.
Será que na questão ambiental a sociedade precisa também levar
um choque, um “soco no estômago” para se dar conta da responsabilidade
para com o futuro?
Realmente, quando acontece uma catástrofe, uma enchente ou uma
seca, aí se faz àquela parada para pensar: o que se fez para reduzir o efeito da
seca? Ou o que se fez para impedir que acontecesse a enchente?
Assim como o governo tem o seu papel para impedir ou amenizar o
problema da enchente, como colocar pisos permeáveis, ou impedir construções em
lugares suscetíveis às enchentes, a população também tem o dever de se organizar,
ou de através de uma ONG ou de associações, cobrar ações do governo.
42
Existem também ações individuais que podem diminuir os efeitos de uma
catástrofe climática ou de um desastre natural, o que a gente costuma chamar de
adaptação. Por exemplo, em locais onde ocorrem enchentes com freqüência, uma
maneira seria evitar colocar lixo na rua, porque o lixo entope os bueiros. No caso da
construção, construir em local mais afastado, colocar reservas de alimento em local
alto para não perder em caso de enchente. No caso de ambientes rurais, se a região
é propícia à seca, seria bom diversificar as espécies de cultivo, pois algumas são
mais resistentes à seca do que outras. Assim o agricultor não perde toda a sua
produção e contribui com a preservação do ambiente natural.
E o papel da escola na questão da educação ambiental?
A escola é fundamental. Especialmente se a educação começa cedo e
faz a criança refletir sobre as coisas, sobre o seu meio, ter a noção de que a sua
atitude faz a diferença, não só para ela, mas para a sua família, seus amigos, a
comunidade.
Isto vale também para o adolescente, para o jovem. É importante lançar
esta sementinha ainda na criança, estimulá-la a pensar sobre os problemas e a
pensar sobre formas de solucionar. Quando a criança ouve falar em educação
ambiental, certamente levará para sua própria casa, para o pai e a mãe, que muitas
vezes não se dão conta e nunca pararam para refletir sobre a questão. Com certeza
a educação é o primeiro passo, não só ambiental, como social.
Mas para isto funcionar nas escolas depende de quê?
Existe a Lei Federal 9795/99 que recomenda que a educação ambiental
seja ser transversal a todas as matérias. Mas isto, na prática, ainda não acontece.
Depende muito da iniciativa de algum(a) professor(a) ou do(a) diretor(a) da escola.
Por exemplo, na disciplina de Matemática poderia se fazer um cálculo de quanto de
água se desperdiça por minuto quando a torneira fica aberta. Na disciplina de Língua
Portuguesa pode-se trabalhar com textos relacionados ao meio ambiente. Em cada
disciplina daria para abordar um pouco a questão ambiental, e assim, cada um se
daria conta de que suas ações do dia-a-dia poderiam ser ou mais sustentáveis ou o
menos sustentáveis.
43
“Jamais deixar de fazer as coisas corretamente
porque outra pessoa não faz. Se o outro não faz,
eu faço”.
Estas atitudes de agressão à natureza ou de descuido pelo meio
ambiente são coisas que estão dentro do ser humano?
Eu diria que, no caso das grandes empresas, esta agressão é feita de
forma consciente, em função do lucro imediato. Quem mais destrói não é uma
pessoa, mas um conjunto de pessoas, em benefícios de interesses próprios ou em
benefícios de uma grande empresa, uma multinacional que tem essa cultura do
capitalismo, do lucro imediato. Mas nós podemos ter um lucro menor, que se
mantenha em longo prazo. Por exemplo, uma floresta destruída para o
aproveitamento da madeira demora mais do que um ciclo de vida do ser humano
para se recuperar.
Quando se fala em sustentabilidade, é importante ter consciência de que
ela não é contra o lucro e contra a geração de emprego. A sustentabilidade quer que
isto aconteça, mas de uma maneira tal que o local de trabalho ou a fonte de matéria-
prima continue sendo renovada para as gerações futuras. Da maneira como as
coisas estão acontecendo hoje, vai ficar cada vez mais difícil o acesso à água, aos
alimentos saudáveis, porque a urgência pelo lucro está promovendo a destruição do
Meio Ambiente.
E o consumo também ajuda a destruir o Meio Ambiente?
Sim, o consumismo também contribui. Por exemplo: houve um tempo em
que se reaproveitava mais, especialmente as garrafas. Hoje, a opção é pelos
descartáveis, como se fossem mais práticos para o consumidor. Só que isto tem
trazido um efeito contrário à humanidade. Mais matéria-prima precisa ser extraído da
natureza para a produção; há mais gasto de energia; há mais gastos gerais para
desenvolver determinadas embalagens e tudo isto pode levar à extinção de alguns
bens naturais. Uma atitude que se pode tomar em benefício do ambiente: no
supermercado, dar preferência às embalagens feitas de papel, que pode ser
reciclado. O plástico é feito à base de pretóleo e dificilmente vai ser reciclado,
porque este processo demoraria muito mais. Se escolhermos uma marca que
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respeita a preservação e desprezamos a que não respeita, já estamos tendo uma
atitude de preservação.
Ações individuais resolvem ou seria melhor às pessoas se unirem
na luta pela preservação do meio ambiente?
Penso que as duas coisas são importantes. Claro que é fundamental a
união das pessoas. A “Amigos da Terra” é uma organização da sociedade civil e a
gente tem a experiência de que quando as pessoas se reúnem têm mais força para
discutir e reivindicar ações do governo ou, por exemplo, protestar contra as ações
negativas ao meio ambiente provenientes de grandes empresas. Porém, isto não
impede que cada pessoa, individualmente, tome uma atitude. Enquanto ela não se
integra a uma organização, ela pode fazer a sua parte. Uma pessoa consciente,
atuante, pode agregar outras pessoas.
Existe um método próprio de o jovem se tornar um cidadão/cidadã
ou isto acontece naturalmente?
Cada um tem a sua rotina, seu trabalho. Não existe uma regra. Talvez se
fosse criada uma regra, alguns não se encaixaria. Penso que a consciência
ambiental deva partir de cada pessoa, dentro da sua realidade, da sua rotina de
trabalho, do seu potencial enquanto consumidor, tomar atitudes mais sustentáveis.
Cada pessoa pode deitar no seu travesseiro e pensar: “bom, amanhã vou
acordar e ao invés de fazer tal coisa, fazer a outra que é mais sustentável, como
economizar água, separar o lixo...”.
Dou ênfase á questão individual porque acredito que seja a partir da
consciência individual que acaba se criando o coletivo. Então eu diria que o jovem
precisa se dar conta de que tem “tudo a ver com isto”, que precisa fazer a sua parte,
por menor que pareça, jamais deixar de fazer as coisas corretamente porque outra
pessoa não faz. Se um colega não faz, eu faço. Isso é importante. Cada um deve ter
a sua atitude consciente. De repente, esta atitude vai contagiando outras pessoas,
influenciam de forma positiva as pessoas da família, os amigos e o coletivo acabam
se fazendo a partir daí.
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ANEXO B
QUESTIONÁRIO DO ALUNO
Estamos realizando uma investigação da ação dos estudantes do Colégio
Estadual Germana Gomes, tendo como finalidade a verificação das ações de
sensibilização e conscientização sobre os problemas socioambientais. Informamos
que suas respostas são individuais e confidenciais e serão usadas exclusivamente
para este fim. Não há obrigatoriedade de sua identificação no questionário e o
desconhecimento de algumas questões não inviabiliza o preenchimento das demais.
Consideramos fundamental sua participação na pesquisa e
antecipadamente, agradecemos a sua atenção e colaboração.
Parte 1: Da trajetória escolar do aluno.
1 – Qual série você estuda em 2009?
2 – Com qual disciplina você se identifica mais?
3 – Você já participou de alguma atividade, na sua escola, em que foram
utilizados materiais reciclados? Qual?
Parte 2: Das ações realizadas pela Escola.
1 – Quantos e quais Projetos de reciclagem foram realizados em sua
Escola nos últimos 3 anos?
2 – O que já existe e o que pode ser feito na Escola em termos de
Educação Ambiental?
3 – Como a educação ambiental é trabalhada em sua escola? Por que é
tão necessária hoje?
4 – A sua escola funciona como pólo indicado de consciência ecológica,
envolvendo as famílias e a comunidade?
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Parte 3: Da conscientização e sensibilização dos estudantes.
1 – Que atitudes concretas podemos tomar para conscientizar um
ambiente sustentável? O que deve mudar em nossa visão e ação em relação ao
Meio Ambiente?
2 – Como é a relação da saúde com o ambiente onde você vive? Você
vive em um ambiente saudável?
3 – Na sua opinião, qual o maior causador de poluição da sua cidade?
( ) lixo ( ) esgoto ( ) barulho ( ) fumaça ( ) poeira calcária.
Parte 4: Da utilização e conservação dos recursos hídricos e sua
relação com a agricultura.
1 – Apresente os principais problemas relacionados aos recursos hídricos
provocados pela agricultura atual.
2 – Quais poderiam ser as formas de reuso da água?
3 – Por que se usam tão pouco as técnicas de reuso da água?
4 – Você já criou ou executou um Projeto de reuso da água?
5 – Que técnicas você utiliza para economizar a água?
6 – Você sabe quantos litros de água são gastos para fabricar um carro,
por exemplo?