DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · acolhendo-o com todas as suas diferenças. . 5...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INCLUSÃO: UM CAMINHO POSSÍVEL
Por: Ana Cristina Lima Gomes
Orientador
Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
Niterói
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INCLUSÃO: UM CAMINHO POSSÍVEL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia....
Por: Ana Cristina Lima Gomes
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AGRADECIMENTOS
Ao final deste trabalho cheguei a conclusão que só foi possível realizá-lo
porque contei com a colaboração de várias pessoas e para não correr o risco
de ser injusta, quero de antemão agradecer a todos que direta ou indiretamente
tornaram possível esta realização.
Agradeço particularmente a Deus, por possibilitar todos os
acontecimentos da minha vida.
Obrigado a minha mãe, meu pai ( in memorian) , por sempre me
incentivem a estudar e aprimorarem os meus conhecimentos.
Meu esposo e minha filha por estarem sempre ao meu lado me dando
força para não desistir na minha caminhada.
Meus amigos pelos momentos alegres,compartilhados e o
companheirismo.
A todos, meu muito obrigado.
.
..
4
DEDICATÓRIA
Dedico a todo educador que tem a
coragem de quebrar paradigmas e de
construir uma escola que esteja, de fato,
convivendo com cada educando,
conhecendo-o, compreendendo-o, e
acolhendo-o com todas as suas
diferenças. .
5
RESUMO
Na atual realidade educacional brasileira, que vem marcada por
problemas de diversas origens, este trabalho se propõe investigar como a
Psicopedagogia, especialidade da área de educação, voltada para os
processos de aprendizagem e suas dificuldades, pode ser um efetivo
instrumento de inclusão, devolvendo as crianças, adolescentes, jovens e
adultos, a alegria e o gosto pelo aprender.
Falar sobre inclusão é falar, sobretudo do interesse em realizar, por
meio de políticas públicas, uma melhor estruturação na rede de ensino público
e privado, que possibilite uma qualidade de vida social e cultural de todos os
cidadãos, pois é principalmente na escola que se forma o cidadão de amanhã.
E isso instiga a levantar o seguinte questionamento: Inclusão social, um
caminho possível....
A metodologia utilizada é a abordagem qualitativa enfocando a
pesquisa bibliográfica, entrevista como coleta de dados resultando o
levantamento da forma como os professores colocam em prática suas ações
pedagógicas levando em consideração sua formação, capacitação para
trabalhar com alunos inclusos.
Considera-se que está investigação contribuirá para uma reflexão sobre
o assunto, ampliando a compreensão a respeito dos aspectos que envolvam o
processo de inclusão dos alunos em classes regulares.
Palavras-chave: Inclusão - Educação Inclusiva – Psicopedagogia
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada destina-se a coleta de dados e informações
sobre a inclusão dos alunos especiais no sistema regular de ensino, com o
intuito de direcionar e organizar a estrutura organizacional de uma instituição
de ensino.
Desenvolveu-se a partir de pesquisa realizadas em leis, Constituições,
Referenciais Nacionais, revistas, livros, sites e entrevista feita com professores
do município do Rio de Janeiro.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 10
1.1. Política Nacional da Educação Especial
CAPÍTULO II - O HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA
NA PERSPECTIVA DE UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 19
2.1. A Educação Inclusiva
2.2. O Professor na escola Inclusiva
2.3. A Psicopedagogia no Brasil
2.4. A Psicopedagogia Institucional
2.5. A Psicopedagogia na Inclusão Escolar
CAPÍTULO III - ANÁLISE DE ENTREVISTAS 33
CONCLUSÃO 39
ANEXO 42
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 43
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho vem promover reflexões a cerca da Inclusão Escolar e da
possibilidade do seu sucesso ou fracasso, tendo em vista a práxis exercida.
O movimento pela Inclusão Escolar vem sendo muito discutido
ultimamente no Brasil, ocasionando, ou melhor, resultando assim na criação de
políticas públicas educacionais para estes alunos com necessidades especiais,
que discutiremos no primeiro capítulo, traçando assim um histórico sobre o
processo de Inclusão.
Já no segundo capítulo, refletiremos sobre o desafio que é garantir
uma educação inclusiva de qualidade. É preciso conscientizar toda a
comunidade escolar que a Inclusão é benéfica para todas as pessoas, as que
tem e as que não tem necessidades especiais. No entanto, são vários os
obstáculos enfrentados; daí a importância da presença de profissionais
especializados, tal como, o psicopedagogo para tornar-se possível pelo menos
a discussão sobre o processo da educação inclusiva de qualidade.
Daí a importância deste estudo, apresentando o psicopedagogo como
orientador e formador da comunidade escolar, em especial, o professor; para
que ele saiba como ajudar os alunos em suas dificuldades e limitações,
buscando respostas individuais para as necessidades especiais de cada aluno.
Enfim, neste capítulo escreveremos sobre a eficácia da ação do
psicopedagogo, que deve ser a de provocar mudanças de comportamentos da
comunidade escolar, desenvolvendo novas perspectivas, levando-os a
refletirem sobre suas práticas e assim oferecer subsídios para um ensino de
qualidade para todos.
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Já no terceiro capítulo, faremos uma análise de entrevistas. Estas
serão feitas com professoras que trabalham na rede pública do Município do
Rio de Janeiro, que possuem alunos integrados, isto é, portadores de
necessidades especiais (NEs), em suas turmas, para que posteriormente
possamos comparar a práxis de cada uma delas relacionando-a com a
formação adequada recebida, validando, ou não, a afirmativa de que a inclusão
é ou não é um caminho possível.
10
CAPÍTULO I
HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Por educação Inclusiva se entende o processo de inclusão dos
portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na
rede regular de ensino. “O ensino inclusivo é a prática da inclusão de todos,
independente de seu talento, deficiência, origem sócio econômica ou cultural.
Isto significa dizer que todos os alunos serão ensinados juntos, não importando
quais dificuldades ou diferenças eles possam ter” (SASSAKI, 1999).
Por volta dos séculos XV ao XVIII, Mazzola (2001) nos diz que poucas
são as informações encontradas em tempos antigos frente às deficiências, mas
é difícil aceitar que os indivíduos que nasciam deficientes eram mortos,
abandonados e chamados de monstruosos. A prática de retirá-los do convívio
social, seja, enviando-os em embarcações marinhas, seja fechando-os em
celas e calabouços, asilos e hospitais, são elementos predominantemente
dessa época.
Com isso concluímos que a trajetória dos portadores de necessidades
especiais é marcada pela exclusão, essas pessoas eram colocadas à margem
da sociedade, não eram consideradas merecedoras de um lugar na sociedade.
No início do século XVIII, iniciou-se um movimento de aceitação dos
portadores de necessidades especiais com a criação de internatos e
instituições especializadas. O primeiro a ser criado foi o Imperial Instituto dos
Meninos Cegos, atual Benjamin Constant (IBC) criado no Rio de Janeiro, pelo
imperador D> Pedro II. O segundo, foi o Instituto dos Surdos , atual Instituto
11
2Nacional de Educação de Surdos (INES), instituindo assim um caráter
assistencial á pessoa com deficiência.
Mazzola (2001) diz que a história da Educação Especial no Brasil foi se
organizando sempre de maneira assistencial, dentro de uma perspectiva
segregativa e por segmentação das deficiências, fato que contribuiu para o
isolamento da vida escolar e social das crianças e jovens com deficiência”.
Com isso fica fácil compreender as dificuldades encontradas até hoje em se
colocar em prática uma educação inclusiva, haja vista que os portadores de
necessidades, “os excepcionais” ( que significava exceção) ficariam melhor
nestas instituições de assistencialismo, segregadas dos demais intitulados
“normais”.
Porém iniciou-se um movimento de integração social e mais
recentemente Inclusão social, que possuem conceitos distintos. Segundo
Mittler (2000) muito se confundem os termos integração e inclusão. Porém,
esses dois termos expressam situações diferentes de inserção dessas
crianças. Na integração, a inserção depende da capacidade do aluno em
adaptar-se à escola, enquanto na inclusão, a inserção focaliza as
particularidades de cada aluno. Em suma, é a escola que deve adaptar-se à
criança e não ao contrário, como vem ocorrendo até agora. (p.34),
Motoan concorda com Mittler quando diz que:
“A integração trás consigo a idéia de que a pessoa com
deficiência deve modificar-se segundo os padrões
vigentes na sociedade, para que possa fazer parte dela
de maneira produtiva e, consequentemente ser aceita. Já
a inclusão trás o conceito de que é preciso haver
modificações na sociedade para que esta seja capaz de
receber todos os segmentos que dela foram excluídos
12
entretanto assim em um processo de constante
dinamismo político social”. (2003. P. 235).
A integração propunha (na prática) a colocação do aluno diferente ou
com necessidades educativas especiais em sala comum, sem reconhecer-lhe
as diferenças, sem propor modificações quer na instituição, na organização,
quer no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
Já a inclusão, outra modalidade de inserção questiona não somente às
políticas e a organização da educação especial e regular, mas também o
conceito de integração – mainstreaming. A noção de inclusão não é compatível
com a de uma forma mais radical, completa e sistemática. O conceito se refere
à vida social e educativa, e todos os alunos devem ser incluídos nas escolas
regulares e não somente colocados na “corrente principal”.
Falar em Inclusão é falar sobre uma inovação, falar de uma sociedade
que se percebe heterogênea e que permite que apareçam as diferenças, ao
contrário de séculos passados onde o “diferente” era excluído. A inclusão vem
para quebrar esta barreira em lhe dar com o “diferente”. A intenção de se
incluir todos os alunos nas escolas regulares significa reconhecer as
diferenças e a multiplicidade dos saberes e das condições sobre as quais o
conhecimento é aplicado.. É percorrer caminhos novos, é experimentar
possibilidades de erros e acertos, é legitimar a infinidade de combinações que
nos levam as especificidades de sujeito em sua individualidade independente
de suas limitações.
Para se chegar à filosofia inclusiva e a luta atual para a sua efetivação
prática, a sociedade passou pela exclusão, segregação, institucionalização,
integração e inclusão.
Finalmente, ratificando os conceitos de integração e inclusão, que
muitas vezes se confundem mas são distintos, Montoan (1998, p99-100) nos
diz que:
13
“Uma das concepções de integração escola
denomina-se mainstreaming, ou seja, “corrente
principal” e seu sentido é análogo a um canal
educativo geral que em seu fluxo vai carregando
todo o tipo de aluno com ou sem capacidade ou
necessidade específica. O aluno com deficiência
mental ou dificuldade de aprendizagem, de acordo
com conceito referido, deve ter acesso à educação,
e sua formação deve ser adaptada às suas
necessidades especiais (...) deve favorecer
“ambiente menos segregador possível”, dando
oportunidade ao aluno, em todas as etapas da
integração, para transitar no “sistema”, da classe
regular ao ensino. A outra opção de inserção é a
inclusão, que questiona não somente as politicas e a
organização da educação especial e regular, mas
também o conceito da mainstreaning. Noção de
inclusão institui a inserção de uma forma mais
radical, completa e sistemática. O vocábulo
integração é abandonado, uma vez que o objetivo é
incluir o aluno ou o grupo de alunos que já foram
anteriormente excluídos; a meta primordial da
inclusão é a de não deixar ninguém fora do ensino
regular, desde o começo. As escolas inclusivas
propõem um modo de construir o sistema
educacional que considera as necessidades de
todos os alunos e que é estruturado de acordo com
estas necessidades. A inclusão causa uma mudança
de perspectiva educacional, pois não se limita a
ajudar somente os alunos que apresentam
dificuldades na escola, mas apoia a todos(...)”.
14
A Educação Especial, como modalidade da educação escolar, organiza-
se de modo a relacionar as propostas pedagógicas da educação inclusiva com
o cumprimento dos seguintes dispositivos legais e políticos filosóficos.
1.1 – Política Nacional de Educação Especial.
Entende-se por Política Nacional de Educação Especial a ciência e a
arte de estabelecer objetivos gerais e específicos para interesses e
necessidades de pessoas portadoras de deficiências, condutas típicas e de
altas habilidades visando garantir o direito de atendimento educacional do
aluno portador de necessidades especiais cujo direito a igualdade de
oportunidades, nem sempre é respeitado.
Podemos citar como objetivo geral diversas condições adequadas para o
aluno desenvolver suas potencialidades, exercendo sua cidadania na
sociedade em que vive. Já os objetivos específicos foram elaborados de
acordo com as necessidades de cada deficiência.
O conteúdo da Política Nacional de Educação Especial esta
fundamentado na Constituição Federal Brasileira de 1998, na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação, no Plano Decenal de Educação para Todos (MEC) e no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), colaborando assim para que a
Educação Especial atue e contribua para o atendimento no âmbito Nacional do
aluno portador de necessidade especiais.
MONTOAN (2000) diz que “Na educação escolar, a inclusão veio
revolucionar o sistema organizacional e as propostas curriculares vigentes. A
intenção é fazer valer, verdadeiramente, o direito à Educação, prescrito em
nossa Constituição de 1998. Para tanto, a meta da inclusão escolar é
transformar as escolas, de modo que se tornem espaços de formação. E de
ensino de qualidade para todos os alunos e não apenas para os que têm
15
deficiência. A inclusão implica mudanças de paradigma, de conceitos e
posições, que fogem às regras tradicionais do jogo educacional, ainda
fortemente calcados na linearidade do pensamento, no primado do racional e
da instrução, na transmissão dos conteúdos curriculares, na seriação dos
níveis de ensino”
A Educação Especial, como modalidade da educação escolar, organiza-
se de modo a relacionar as propostas pedagógicas da educação inclusiva com
o cumprimento dos seguintes dispositivos legais e políticos filosóficos.
“Constituição Federal, Título VIII, DA ORDEM SOCIAL
Art 208:
O dever do estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
III- atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
V- acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
§1°- O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público e
subjetivo.
Art. 227:
§1°- O Estado promoverá programa de assistência integral à
saúde da criança e do adolescente, admitida a participação de
entidades não-governamentais e obedecendo os seguintes
preceitos:
II- Criação de programas de prevenção e atendimento
especializado para os portadores de deficiência física, sensorial
ou mental, bem como de integração social de adolescente
portador de deficiência, mediante ao treinamento para o trabalho
e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços
coletivos, como a eliminação de preconceitos e obstáculos
arquitetônicos.
16
§2°- A lei disporá normas de construção dos logradouros e dos
edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte
coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência.
Lei n°10.172/01
Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.
O Plano Nacional de educação estabelece 27 objetivos e metas
para a educação das pessoas com necessidades especiais.
Sinteticamente, essas metas tratam:
• Do desenvolvimento de programas educacionais em todos os
municípios _inclusive em parceria com as áreas de saúde e
assistência social_, visando à ampliação da oferta de
atendimento desde a educação infantil até a qualificação
profissional dos alunos;
• Das ações preventivas nas áreas visual auditiva até a
generalização do atendimento aos alunos na educação infantil
e no ensino fundamental;
• Do atendimento extraordinário em classes e escolas especiais
ao atendimento preferencial na rede regular de ensino;
• Da educação continuada dos professores que estão em
exercício à formação em instituições de ensino superior
Lei n° 853/89
Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiências, sua
integração social, assegurando o pleno exercício de seus
direitos individuais e sociais
Lei n°80.69/90
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do adolescente.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outras
determinações, estabelece, no §1° do art. 2°:
17
• A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão
atendimento especializado.
O Ordenamento do atr5° é contundente:
• Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e
opressão, punido na forma de lei qualquer atentado, por ação,
ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Lei n° 9.394/96
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Art. 4°:
III- atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino
integração trás consigo a ideia de que a pessoa com
deficiên1cia deve modificar-se segundo os padrões
vigentes na sociedade, para que possa fazer parte dela de
maneira produtiva e, consequentemente ser aceita. Já a
inclusão trás o conceito de que é preciso haver
modificações na sociedade para que esta seja capaz de
receber todos os segmentos que dela foram excluídos
Enfim, tais dispositivos legais e políticos filosóficos possibilitam
estabelecer o norteador das políticas educacionais de modo que as
oportunizem igualmente e que valorize a diversidade no processo educativo.
Precisamos então, continuar na luta por uma educação de qualidade
para todos, por uma escola que satisfaça as necessidades de todas as
crianças. A proposta de educação inclusiva recomenda que todos os indivíduos
portadores de necessidades educativas especiais sejam matriculados em
turma regular, baseando-se no princípio de educação para todos, desta forma a
inclusão veio revolucionar o sistema organizacional e as propostas curriculares
vigentes. A intenção é fazer valer, verdadeiramente, o direito à Educação,
18
prescrito em nossa Constituição de 1988. Para tanto, a meta da espaços de
formação e de ensino de qualidade para todos os alunos e não apenas para os
que têm uma deficiência. A inclusão implica mudança de paradigma, de
conceitos e posições, que fogem às regras tradicionais do jogo educacional,
ainda fortemente calcados na linearidade do pensamento, no primado do
racional e da instrução, na transmissão dos conteúdos curriculares, na seriação
dos níveis de ensino.
19
CAPÍTULO II
HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA : O PAPEL DO
PSICOPEDAGOGO NA PERSPECTIVA DE UMA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação inclusiva constitui uma das grandes preocupações da
sociedade atual, apresentando desafios e polaridades que permeiam o
discurso e a ação de todos aqueles envolvidos com essa problemática, embora
grande parte dos profissionais que atuam na educação a desconheça ou não
saibam caracterizá-la.
KUPFER (2000) defende a importância de se preparar a escola e os
educadores para que possa acolher essas crianças, que foram excluídas da
educação regular, no decorrer do percurso histórico.Para esta autora , "a
criança especial é uma criação produzida no e pelo discurso social escolar
posto em circulação no início da modernidade".
A Educação Inclusiva como um movimento que visa corrigir uma
tradição com práticas excludentes, tem em suas propostas, uma que é
considerada principal a restruturação escolar em seus diferentes aspectos:
conceituais, curriculares e a forma de receber todas as crianças independente
de ter ou não limitações, assim o que se espera é o ajuste e adequação dos
padrões escolares de acordo ao público que recebe. A grande dificuldade
encontrada pela escola é como ajustar às novas situações surgidas não só das
crianças com deficiências variadas como também das crianças que não
conseguem se enquadrar nas diversas expectativas que fazem parte do
ambiente escolar.
Incluir significa abrir-se para o que o outro e é
para o que eu sou ou não sou, em relação ao outro. Por
20
isso, a educação inclusiva supõe, sobretudo, uma
mudança em nós , em nosso trabalho, das estratégias que
utilizamos o espaço e o tempo na sala de aula. Temos que
rever a grade curricular, os critérios de promoção ou de
avaliação. Temos que rever nossa posição ou lugar frente
a esses outros, outrora excluídos que agora fazem parte do
todo ao qual pertencemos. Inclui significa aprender,
reorganizar grupos, classes; significa promover a
interação entre crianças de um outro modo
(MACEDO,2001,p.32 ) .
2.1. O professor na escola inclusiva e sua formação
Essa é, sem dúvida, uma das questões mais séria e que precisa ser
discutida atualmente.
Considerando que não existe nenhuma receita pronta que venha salvar
os professores dos desafios e obstáculos que precisarão enfrentar, é essencial
encorajá-los ao debate, que minimiza angústias e cria possibilidades de
reflexão e construção para uma prática difícil que é trabalhar com alunos
inclusos.
No que diz respeito à educação inclusiva, o maior desafio é como
praticá-la. Os professores muitas das vezes não tiveram esse preparo no seu
curso de formação, não dispõem de tempo, nem de recursos financeiros para
aperfeiçoar ou atualizar sua formação, as orientações pedagógicas na maioria
das vezes conflitantes, os conteúdos, os materiais didáticos, são distantes da
realidade, mas ainda assim o professor é sempre responsável e importante no
sentido de colaborar na formação do cidadão.
A formação do professor é a questão primordial na perspectiva da
educação inclusiva.Segundo BUENO (1999), um ensino de qualidade para
21
alunos que apresentam necessidades especiais, envolve pelo menos dois tipos
de formação profissional docente: professores"generalistas" do ensino regular,
com um mínimo de conhecimento e prática sobre o alunado diversificado e
professores " especialistas" nas diferentes necessidades especiais para
atender a esses alunos e apoiar os profissionais que trabalham com esses
alunos.
A atuação dos professores em sua ação pedagógica na sala de aula é
relevante. é na prática reflexiva que o educador tem a possibilidade de
perceber sua responsabilidade em respeitar as características que determinam
as peculiaridades e necessidades específicas de cada aluno.
A prática da educação inclusiva exige a cooperação entre alunos e
professores, obrigando que esse educador reconheça que assumir uma turma
é nada mais que trabalhar com um grupo grande e com as possibilidades do
surgimento de uma necessidade de subdividir, sem individualizar e diferenciar.
Segundo Mazotta (2005), os estudos a cerca da inclusão deve
investigar o perfil do alunado que está sendo atendido. Desta maneira poderá
se providenciar os recursos necessários para um bom desempenho e
atendimento destes alunos, sejam esses recursos físicos ou pedagógicos.
Na prática inclusiva o professor não deve se tornar refém de nenhum
tipo de instrumento que venha a rotular o aluno. Ele deve fazer uso da sua
liberdade quanto professor para descobrir seus alunos no cotidiano
escolar.Não se prender aos diagnósticos porque por mais bem intencionados
que sejam,muita das vezes servem para estigmatizar, rotular e disseminar o
preconceito.
Com a falta de conhecimento para o trabalho com a diversidade, torna-
se imprescindível o estabelecimento de programas de formação que partam
das necessidades do contexto educacional e pautem-se na reflexão do
professor sobre a sua prática. Nesta perspectiva, o psicopedagogo institucional
22
contribui com a formação docente ao valorizar a subjetividade nos processos
formativos, tornando o professor como sujeito do conhecimento, capaz de
mobilizar e construir saberes.
Fonseca(1995) destaca que é preciso preparar todos os professores,
com urgência, dentro do possível, para se obter sucesso de inserção gradativa;
assim eles poderão aceitar e relacionar-se com seus diferentes alunos e
consequentemente, com suas diferenças e necessidades individuais,
reconhecendo a diversidade.
Segundo Trindade (1998) órgãos do governo estão formalizando a
situação em que se encontra a formação de professores. A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, - LDB nº 939496 propõe transformações
educacionais que atinge diretamente o problema da formação dos
professores.E o Conselho Nacional de Educação em sua Resolução nº 2, de
26 de junho de 1997, dispõe sobre programas especiais de formação
pedagógica pertinente e apropriada à compreensão da natureza de processos
de aprendizagem profissional.
O conhecimento depende das relações educacionais, pois uma prática
educacional não é solidária. O professor não é visto mais apenas sob o
domínio dos conteúdos e técnicas e por isso precisa de uma profissionalização
crescente para o conhecimento, pois as condições e contexto de ensino estão
sempre evoluindo. Hoje, os métodos em que os alunos e professores juntos
edificam o conhecimento, são considerados mais eficientes. A formação
contínua possibilita o professor enfrentar as transformações no sistema
educacional ( PERRENOUD, 1999 ).
A formação humana de acordo com a proposta da escola inclusiva
entende que cada fase de crescimento do aluno possui características próprias
e cada criança tem um ritmo próprio de aprendizagem. Então, para a proposta
de uma escola inclusiva a Formação continuada pode ser considerado um
auxílio na formação do professor.
23
Para Mizukam (2002) a formação de professores também é entendida
como um continuam, ou seja, um processo para a formação considerada como
momentos formais em um conjunto de fatos, princípios, regras e procedimentos
que se aplicam diretamente a problemas instrumentais compatíveis com a
visão o saber escolar com um conhecimento que os professores devem
transmitir aos alunos.( p.13)
Contudo é necessário que os professores dentro de uma abordagem
crítica defendam a formação continuada como a possibilidade para uma escola
que atenda a diversidade, uma escola inclusiva.
2.2. A Psicopedagogia com prática libertadora
O relatório da UNESCO da educação desejada para o século XXI tinha
como imperativo a luta contra o insucesso escolar nem que atinge todas as
categorias sociais, sob a forma de "sucessivas repetências, abandono durante
os estudos, marginalização para cursos que não oferecem mais perspectivas, e
no fim de contas abandono da escola sem qualificações nem competências
reconhecidas".(DELORS, p.146).
A psicopedagogia nasceu da necessidade de se compreender melhor o
processo de aprendizagem em todo o seu alcance e ajudar na superação dos
limites e dificuldades que atalham o desenvolvimento do aprendizado trazendo
consequências dolorosas para os que fracassam e que podem comprometer
definitivamente o seu futuro.
A psicopedagogia nasceu de
uma falta e é essa falta, enquanto
paradoxo, que a mobiliza no sentido de
24
buscar as possíveis alternativas para
compreender o sujeito da aprendizagem nos
diferentes contextos socioculturais
(RUBINSTEIN;CASTANHO,NOFFS,2004,
p.231).
De forma bastante resumida um consagrado dicionário da
língua portuguesa define sumariamente a psicopedagogia como "aplicação da
psicologia experimental a pedagogia"(FERREIRA, 1986, p.141).
Em nível do senso comum é frequente ter a definição da
psicopedagogia somente pela junção dos conhecimentos vindos da psicologia
e da pedagogia, como uma simples decomposição do vocábulo faz supor:
psico + pedagogia. Sendo assim essa compreensão limita e reduz o conceito
não sendo suficiente para definir toda prática ou ação psicopedagógica
.
Segundo BEAUCLAIR ( 2004 ):
(...) A psicopedagogia é um campo de
conhecimento que se propõe a integrar, de
modo coerente, conhecimentos e princípios
de diferentes ciências humanas com a meta
de adquirir uma ampla compreensão sobre os
variados processos de aprendizagem e
entender as possíveis dificuldades situadas
neste movimento. Para tal, faz uso da
integração e síntese de vários
campos do conhecimento, tais como a
psicologia, a psicanálise, a filosofia, a
psicologia transpessoal, a pedagogia, a
neurologia, entre outros.
25
Bossa (2000) afirma que o interesse da psicopedagogia pela
aprendizagem humana surgiu da demanda apresentada pelos problemas de
aprendizagem ,colocados"num território pouco explorado, situado além dos
limites da psicologia e da própria pedagogia, e evoluiu devido à existência de
recursos(...) para atender a essa demanda, constituindo-se, assim, numa
prática." (p.21)
Andrade (2004) apresenta “o ser humano em situação de
aprendizagem” como " sujeito-objeto da psicopedagogia," de forma tal que
cabe a essa ciência nova esmiuçar todo o processo da aprendizagem,
desvendar-lhe os mistérios, compreender-lhe as minúcias e, se necessário,
criticar sua forma e contexto, elaborar diagnóstico e propor mudanças.
A psicopedagogia estuda as
características da
aprendizagem humana como se aprende
como essa aprendizagem varia
evolutivamente e está condicionada por vários
fatores, como se produzem as alterações na
aprendizagem como reconhecê-las, tratá-las e
preveni-las (BOSSA,2000,p.21).
Em alguns momentos prisioneira de sua própria rigidez metodológica a
psicopedagogia, quando atua nas fronteiras desses saberes, agrega ainda a
contribuição de outras ciências e áreas de conhecimento afins, podendo buscar
uma compreensão global e criteriosa do processo de aprendizagem e de
quantos nele estejam envolvidos; aqueles que ensinam, aqueles que
aprendem, as instituições diversas, etc..
.
Nesse sentido, a psicopedagogia assume um carácter libertador ao
promover a superação de algumas situações de exclusão, ancoradas em
26
visões parciais e mascaradas do processo de ensino-aprendizagem e de seus
agentes.
A ação psicopedagógica supõe um engajamento, pois, no dizer de
MELO (2000, p.46).
(...) antes de ser uma prática, uma teoria,
uma ciência, uma
profissão, ( a psicopedagogia) é um
MOVIMENTO animado por um PROJETO,
que visa cumprir algumas REPARAÇÕES da
exclusão da subjetividade no processo de
conhecimento; da intolerância às diferenças
que se manifestam nesse processo(diferenças
de ideias, de estilos cognitivos, de projetos
de desejos; da exclusão do direito de
pensar produzindo novos sentidos , isto é,
permitindo-se teorizar.
2.3 .A Psicopedagogia no Brasil
Para Andrade ( 2004 ) , foi no contexto da onda de regimes militares
que viveram a democracia da América Latina, sobretudo a partir de 1960, que "
a pisicopedagogia (ganhou) espaço no cenário brasileiro, trazida
principalmente pelos exilados argentinos.
Voltando no tempo, é possível identificar o início da psicopedagogia no
Brasil na década de 1950, com o surgimento do chamado" Serviço de
Orientação Psicopedagógica"(SOPP). Esse serviço" tinha como meta
desenvolver a melhoria da relação professor-aluno e criar um clima mais
receptivo para a aprendizagem, aproveitando para isso as experiências
anteriores dos alunos"(PERES,1988,p.43).
27
Na década de 1980, " começa a se configurar uma teoria sócio-política
a respeito do fracasso escolar, e o problema da aprendizagem escolar para a
ser concebido como problema de ensinagem" (BOSSA,2000, p.49). Essa
perspectiva leva à consideração do ambiente escolar como um todo na
avaliação e abordagem dos problemas de aprendizagem.
Em 1957 foi criado o primeiro curso de psicopedagogia no Brasil, no
Instituto de Pesquisa Educacionais da Secretaria de Educação e Cultura da
Prefeitura do Rio de Janeiro, então Distrito federal
(RUBINSTEIN;CASTANHO,NOFFS,2004, p..233)
.
Nos vinte anos seguintes surgiram várias iniciativas de formação em
psicopedagogia até que, em 1979, o Instituto Sedes Sapientae criou o primeiro
curso de especialização em psicopedagogia no Brasil.
A criação da Associação de Psicopedagogia de São Paulo em 1980,
transforma em Associação Brasileira de Psicopedagogia em 1988 tem
contribuído enormemente com a articulação dessa área de conhecimento, na
promoção de seminários, encontros e congressos, bem como na publicação de
periódicos voltados sempre para a prática psicopedagógica.
Segundo ANDRADE (2004) a aprendizagem ainda está buscando a
"autonomia de uma disciplina" e delimitando cientificamente a aprendizagem
humana como sua temática, o sujeito aprendente ou o sujeito e a pesquisa de
intervenção como seu método de investigação da realidade que lhe interessa-
a aprendizagem humana com todos os seus matizes, alcances e limites
.
Dada a sua natureza necessariamente
multidisciplinar, a psicopedagogia é
chamada a ser realizar na convivência
com o diferente, com os vários códigos
28
restritos das ciências. Assim
sendo,é uma disciplina convocada a realizar
um movimento reparatório
com relação à impossibilidade de troca
entre diferentes áreas do conhecimento, mas
é também solicitada a reconhecer a
singularidade daqueles a quem é chamada
a cuidar. Aliás, reconhecer a
singularidade daquele que aprende é
condição primeira para que se
realize, quer como teoria quer como prática
(MELO,2000,p.46).
A Psicopedagogia no Brasil se desenvolveu basicamente em dois
campos de atuação: como psicopedagogia clínica e como psicopedagogia
institucional. No entanto, segundo PERES (1998) "a tendência atual de
formação e ação psicopedagógica ( no Brasil ) tem se voltado mais para uma
abordagem institucional preventiva", uma vez que a maioria dos que procuram
essa especialização são professores, educadores, pessoas envolvidas
diretamente com a dinâmica da sala de aula e com os desafios cotidianos da
relação ensino-aprendizagem.(p.43)
Bossa (2000) conclui que "muito embora a psicopedagogia tenha, no
seu início, uma tradição clínica, existe atualmente um profundo compromisso
com o aspecto preventivo e, portanto com a Escola". Mas existem também
outras experiências de atuação psicopedagógica institucional' em empresas,
hospitais, creches e organizações assistenciais". (p.50)
2.4. A Psicopedagogia Institucional
29
Embora a presença da psicopedagogia em diversas instituições esteja
se tornando frequente ultimamente, a escola ainda é a intervenção
psicopedagógicas em seu cotidiano. Se o foco da psicopedagogia é o processo
de aprendizagem em toda a sua extensão, a escola, por sua vez, e em
diversas situações, tem sido "produtora de dificuldades de aprendizagem"
(CARLBERG,2000 p.16).
Aos sintomas apresentados pela escola na sua tarefa educativa
CARLBERG (2000,p.16) chama 'dispedagogia', indicando com esse conceito"
as dificuldades encontradas pela escola na sua prática, referentes à
metodologia de ensino, ou ao vínculo que estabelece com seus alunos".Cabe à
psicopedagogia ressignificar as relações no espaço institucional da escola,
bem como o conhecimento aí produzido, pois "ninguém aprende e aprende
sem afeto, objetivamente o conteúdo em questão"(CASTRO,2004, p.111).
Para Castro(2004,p.109) a " base de todo o processo de
aprendizagem" é a relação professor-aluno, que pode ser caracterizada como
relação entre "ser que ensina e ser que aprende ou seres que ensinam-
aprendem" e que " deve ser constituída como relação de troca de conteúdos,
de conhecimentos, de afeto".
.
O profissional psicopedagogo na instituição escolar tem, entre outros, a
tarefa de ajudar na superação das lacunas e na solução dos conflitos presentes
no processo de aprendizagem, considerando o aluno, sujeito aprendente, em
todos os seus aspectos: cognitivo, afetivo,social e corporal -portador de
significados, valores, hábitos e linguagem de uma cultura, e da mesma forma o
professor, sujeito ensinante (MASINI,2004).
Segundo CARLBERG ( 2000,p.17 ) ao psicopedagogo que atua no
campo da psicopedagogia institucional escolar competem uma série de tarefas
entre as quais:
30
(...) administrar ansiedade e conflitos,trabalhar com
grupos(...), identificar sintomas de dificuldades no
processo ensino-aprendizagem, organizar projetos
de prevenção,clarear papéis e tarefas nos
grupos, ocupar um papel no grupo; criar
estratégias para o exercício da autonomia (aqui
entendida segundo a teoria de Piaget: cooperação e
respeito mútuo );fazer a mediação entre os
subgrupos envolvidos na relação ensino-
aprendizagem( pais, professores,alunos e
funcionários); transformar queixas em
pensamentos; criar espaços de escuta; levantar
hipóteses; observar, entrevistar e utilizar-se de
metodologia clínica escolar (...) fazer
acompanhamentos e orientações; compor a equipe
técnica-pedagógica.
A instituição escolar cumpre uma função social importante: " a de
socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo
e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo"(
BOSSA,200,p.20).
A psicopedagogia não consegue resolver todos os problemas que
envolvem a relação ensino-aprendizagem, tampouco tem respostas para todas
as questões que lhe são postas pelo ambiente institucional da escola, contudo
a prática psicopedagógica, com sua natureza interdisciplinar, pode contribuir
grandemente no ambiente escolar, na solução de conflitos, no
encaminhamento de demandas afetivo-intelectuais, na ressignificação dos
papéis dos agentes envolvidos na educação e das práticas pedagógicas
desenvolvidas na escola.
31
E, sobretudo, a psicopedagogia pode atuar decisivamente na
superação dos persistentes índices de fracasso escolar, que ainda trazem
sofrimento e angústias para muitos no processo de aprendizagem. Segundo
NOFFS (2002)
(...) a Psicopedagogia Institucional
na escola tem como objetivo o
estudo das modalidades de
aprendizagem desencadeadas e
possibilitadas pela instituição escola.
sua intenção é cuidar da
prevenção e enfrentamento de
conflitos envolvendo a
escolarização. ( p.43).
2.5. A Psicopedagogia na inclusão escolar
O desenvolvimento do trabalho psicopedagógico originou-se nos
atendimentos a crianças que apresentam problemas relacionados a
dificuldades de aprendizagem.
A atuação psicopedagógica poderá ser concebida no ambiente escolar
inclusivo, com alternativas metodológicas e procedimentos didáticos que
viabilizará a inclusão e, sobretudo a educação de crianças com necessidades
educacionais especiais através de atendimento multidisciplinares, incluindo o
trabalho psicopedagógico.
A realização do trabalho psicopedagógico na educação especial tende
a propiciar um redimensionamento na práxis educativa de todos áqueles e,
sobretudo do psicopedagogo que assiste a criança com necessidades
32
educacionais especiais, no tocante a construção de novas competências
relacionadas à abertura de um projeto de educação inclusiva.
O processo de ensino-aprendizagem destas crianças aliado a uma
concepção psicopedagógica configura-se em mobilizar e aplicar conhecimentos
acadêmicos úteis para o desenvolvimento de suas estruturações cognitivas,
sociais afetivas e motrizes atribuindo funções corroborativas ao serem incluídas
em situações relacionais, como também nos tratamentos de informações e na
participação da vida em sociedade.
O psicopedagogo tem um papel importante nesse processo inclusivista,
ele dará suporte e apoio ao professor em sua prática educacional direcionando
melhor e mais seguro caminho para atingir o objetivo que é aprendizagem.
O processo inclusivo proporciona uma verdadeira relação do ensino-
aprendizagem, superação. Uma relação complementar e dependente, que se
percorre circularmente a cada descoberta, a cada nova maneira de ensinar e
de aprender , e o psicopedagogo é peça chave no sucesso dessa empreitada.
A presença, do psicopedagogo na educação especial é de extrema
importância pois poderá contribuir mediante a um contexto multidisciplinar em
um ambiente educacional inclusivo através do atendimento à criança com
necessidades educacionais especiais em parceria ou com auxílio de outros
profissionais, sejam estes da área educacional, saúde e assistência social
incluindo sua família e, englobando satisfatoriamente a escola de ensino
regular e os professores, em vista de apoiá-la efetivamente no processo de
ensino-aprendizagem e na inclusão desta na sociedade.
33
CAPÍTULO III
ANÁLISE DE ENTREVISTAS
Este estudo foi realizado em duas etapas. A primeira etapa tratou de
uma pesquisa bibliográfica e na segunda etapa dessa pesquisa foi proposta a
realização de uma entrevista com 8 educadores de uma Escola Municipal do
Rio de Janeiro e que lecionam por mais de 4 anos no primeiro segmento do
Ensino Fundamental.
Houve a preocupação de selecionar para a entrevista docentes que
trabalham diretamente com alunos com dificuldades de aprendizagem e com
necessidades especiais.
O objetivo desse capítulo é compreender, através da fala dos
entrevistados, se a escola e os professores estão de fato preparados para
gerenciar a inclusão de crianças especiais nas classes regulares.
Os dados apresentados neste capítulo serão as respostas de 8
educadores que vivenciam em sua prática do dia a dia alunos inclusos em suas
salas de aula.
Em relação à primeira pergunta que aborda a questão de como o
professor vê a questão da inclusão, a maioria respondeu que a inclusão é
necessária e importante. Apenas dois dos oito educadores ainda deixam
marcado em suas falas, que acreditam ainda em uma escola especial pois
assim ela favorecerá um desempenho melhor para esse grupo de
alunos.Todavia é preciso ter profissionais especializados e turmas que não
tenham um grande número de alunos, pois na rede do município do Rio,
quando há alunos inclusos é retirado da turma 3 alunos, por cada aluno
incluso.
34
Os conteúdos devem ser adequados às suas faixas etárias e de acordo
com suas dificuldades e idades (cronológicas e mentais). O professor deve
utilizar o material adequado, a escola deve dispor de professores qualificados,
fazer adaptações necessárias como mobiliário e banheiros"apropriados" e que
é preciso que as crianças com necessidades educativas especiais tenham uma
vivência o mais comum possível. Pois a educação é um direito a elas
assegurados por lei.
Observa-se pela fala dos entrevistados que a maioria concorda que a
inclusão dessas crianças nas classes regulares é possível e que essa prática
contribui para um bom desenvolvimento dos educandos. Desta forma esse
ambiente passa ser altamente estimulador para as crianças portadoras de
necessidades especiais
.
Um dos professores entrevistados faz uma ressalva quando diz que o
educador deve receber um preparo para lidar com essas crianças e que a
escola necessita profundamente de fazer mudanças na forma como ela está
organizada, para poder trabalhar com o diferente, assim ela poderá de fato está
incluindo esses alunos.
Mittler (2002) e Mantoan (2006) concordam com esta ideia quando
afirmam que a escola precisa passar por uma reestruturação, e que os
professores precisam receber a capacitação devida para aperfeiçoarem as
suas práticas em sala de aula.
Mantoan (2006) completa dizendo que "é indispensável que os
estabelecimentos de ensino eliminem barreiras arquitetônicas... oferecendo
equipamentos especializados que atendam a todas as necessidades"(p.43).
A segunda pergunta procura entender a forma que o professor lida com
os alunos com necessidades educativas especiais, esclarecendo ainda suas
dificuldades mais comuns apresentadas por seus alunos.
35
Em primeiro lugar devemos desenvolver em relacionamento de amor,
confiança, carinho e respeito. Sempre elevando sua auto-estima, mostrando os
seus valores, qualidades e compreender que o tempo deles não é o mesmo
que o nosso.Por isso, é preciso entender seus ritmos e os sinais que os
mesmos dão em relação ao que querem e como querem aprender. Pois, não
se pode dar ênfase às dificuldades e principalmente não rotulá-los. As maiores
dificuldades encontradas pelos professores foram a agitação, a falta de
concentração dos alunos e a falta de um acompanhamento específico para
cada necessidade apresentada por cada um desses alunos.
Outro professor diz que utiliza várias estratégias. Em um determinado
momento o trabalho é global, ou seja, realizado com todos ao mesmo tempo,
pois as turmas são grandes e em outro momento o trabalho é individualizado e
de acordo com cada dificuldade apresentada. As dificuldades mais encontradas
por ele são o déficit de atenção e de nível de aprendizagem.
Na fala dos entrevistados pôde-se constatar que é preciso que o corpo
docente esteja atento às singularidades de seus alunos e acima de tudo
precisam descobrir diferentes formas de interação com as crianças, buscando
alternativas e novas metodologias de ensino para estarem incentivando e,
aprimorando o processo ensino-aprendizagem e atuando como agentes
criativos.
Com essas ações estará o professor buscando suprir necessidades e
carências de todos os alunos, atuando como um agente criativo e melhorando,
assim, a aprendizagem
.
Mantoan (2006), confirma essa ideia explicando que é preciso oferecer
alternativas que contemplem a diversidade de necessidades de cada um
desses alunos, com ou sem deficiências. Essa autora completa afirmando que
é preciso banir o ensino expositivo na sala de aula, pois " quem ensina a turma
toda, não tem como recurso didático o falar, o copiar e o ditar" (p.76).
36
A terceira questão engloba se o professor foi capacitado ou está sendo
capacitado , como e onde isso aconteceu.
Alguns afirmaram que não fizeram cursos nenhum a não ser a
formação acadêmica, procuram buscar informações por si só através de
noticiários, revistas, internet e troca de dados com outros colegas de profissão
.
Outros buscaram se capacitar através de cursos por conta própria,
devido a grande angústia e necessidade de se aprimorarem para efetivar o
trabalho da inclusão.
As respostas, de uma forma geral, ficaram muito parecidas. A análise
feita vem explicar o objetivo desse estudo. O que foi possível observar, a partir
das respostas dos professores, e que estes não estão recebendo a
capacitação devida e necessária para trabalhar com essas crianças. Assim
idealiza Mittler (2000, p.35)" A inclusão implica que todos os professores têm o
direito de esperar e de receber preparação apropriada na formação inicial e
desenvolvimento profissional contínuo durante sua vida".
Porém, percebeu-se que, apesar da falta de preparo, esses
professores mostraram-se conscientes de seu papel de educadores. Eles estão
por si, buscando conhecimento sobre o assunto, para que possam garantir o
acesso, permanência e o sucesso desses alunos
Todo educador comprometido com a filosofia da inclusão estimula os
educandos a direcionarem sua aprendizagem de modo aumentar sua auto-
confiança, a participarem plenamente da sociedade, a desafiar a sociedade
para a mudança. É preciso ter convicção na capacidade que toda criança tem
de aprender, defendendo a ideia de que a escola deve transformar-se para
atender às diversidades e não fundamentar-se na lógica da homogeneidade.
Necessária se faz a conscientização de que o processo de inclusão não é algo
37
fácil e sim gerador de conflitos, angústias, entretanto, trata-se de justiça social,
o que o sistema de ensino não pode ignorar.
A quarta e última pergunta, pede que os professores deixem um
conselho para outros profissionais que trabalham com essa problemática da
inclusão.
Os professores entrevistados aconselharam que primeiramente, só
permaneçam na área se, realmente acreditar no que fazem.
Um professor que trabalha com crianças portadoras de síndromes,
deficiências físicas e intelectuais, déficits e transtornos, precisa ser sensível e
entender que o seu papel pode mudar a vida dessas pessoas para melhor ou
pior. É fundamental que os professores entendam que a função é trabalhosa e
que o progresso do aluno é lento. No entanto é revigorante notar que você
pode agregar novos gestos, hábitos, palavras, significados, à vida desses
alunos especiais. Não desanimem, e que esses profissionais busquem se
aperfeiçoar cada vez mais, com o objetivo de proporcionar um melhor
aprendizado para todas as crianças, que fiquem tranquilos e procurem achar a
melhor forma para comunicar-se com seu aluno. Pois, não há regras ou
modelos a serem seguidos.
Essas respostas revelam que não há uma formula pronta para
trabalhar com crianças especiais. O aprendizado vem ao longo do tempo. O
professor precisa, na verdade, buscar respostas no dia a dia de sua sala de
aula, descobrindo as potencialidades e necessidades de cada um de seus
alunos, tendo sensibilidade para trabalhar efetivamente com cada um dele.
Segundo Mantoan (2003) o professor precisa formar grupos de estudo
nas escolas, para discussão e compreensão dos problemas educacionais. em
suas palavras:" Essas reuniões tem como ponto de partida as necessidades e
38
os interesses comuns de alguns professores com o intuito de esclarecer
situações e aperfeiçoar o modo como trabalham em sala de aula.
O professor não precisa ser um especialista nas deficiências, precisa
sim acreditar que a inclusão é possível deixando o preconceito de lado,
revendo suas práticas e buscando parcerias com seus colegas de trabalho e
com a família dos educandos. (p.84)
39
CONCLUSÃO
A realização deste trabalho possibilitou um melhor entendimento sobre
a inclusão de portador de necessidades especiais no âmbito social e
educacional, tendo a oportunidade de articular posicionamento teórico e prático
que deram suporte para o estudo do mesmo.
Pode se observar que para os educadores que participaram da
pesquisa o tema também foi muito produtivo para a troca de experiências entre
eles.
Constatou-se um grande avanço, nas discussões acerca da temática
da inclusão, pois o grupo participou voluntariamente e atuante, discutindo e se
posicionando criticamente sobre as possibilidades de implantar uma escola
inclusiva
.
Sabe-se a educação é um direito garantindo à todos, independente do
credo, raça ou deficiência, assegurada pela LDB (9394/96) em seu art 2º,
afirma que:
"A educação, dever da
família e do estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais
de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento
do educador, o seu preparo para o
exercício da cidadania e a sua
qualificação para o trabalho".
De acordo com que foi exposto; o papel da escola é viabilizar através
de uma prática pedagógica, assegurar o ingresso de todos aqueles que
40
buscam por uma possibilidade de aprendizagem, inclusive os portadores de
necessidades especiais.
Observou-se que este tema tem despertado o interesse dos
professores e que estes hoje reconhecem a necessidade de aumentar seus
conhecimentos sobre o assunto, de uma formação continuada.
No decorrer da pesquisa percebeu-se que, quando são oferecidas
condições concretas que permitem parcerias, com envolvimento do grupo,
aumentam as possibilidades de se realizar realmente a inclusão.
Precisamos enquanto sociedade, possibilitar aos portadores de
necessidades especiais uma vida digna, onde estes possam exercer o direito à
cidadania como qualquer cidadão, sem que sintam-se excluídos e
discriminados. Sendo que o início dessa conscientização deve atender a todos
aqueles que a procuram, estando sempre aberto ao diálogo, tendo como
principal objetivo o aluno, independente de suas características.
Um dos papéis da Psicopedagogia é de incluir, intervir e orientar uma
criança em meio às outras. Estando o psicopedagogo na posição de inclusão
social, o acolhimento desta criança deve surgir também pelo profissional que o
acolhe em sala de aula.
A inclusão escolar não deve ser espaço de criação de acolhimento de
diferenças para garantir socialização de seus portadores. Socialização se faz
na família, nos diversos grupos: escolar, religiosos etc...
A criança que nasce e se desenvolve com uma necessidade especial,
seja na esfera motora, sensorial ou cognitiva, necessita de muito amor, amparo
e atenção para que possa desenvolver plenamente seu potencial
biopsicossocial e realizar-se como ser humano. Precisamos dar ênfase este
momento importante no qual podemos admitir que a escola seja para todos,
41
precisamos construir uma escola onde todos realmente aprendam. Estamos
em um grande momento histórico e social em que, podemos construir juntos
um espaço escolar e social melhor para todas as nossas crianças, pois, afinal,
é exatamente a diferença a principal característica que iguala os homens.
Após ter feita várias leituras e estudos bibliográficos, é possível
comprovar através da pesquisa de campo que a inclusão é um caminho
possível desde que a escola, professor e toda equipe pedagógica estejam
totalmente comprometido com a inclusão para que os resultados sejam
alcançados.
Todavia, inovar e ousar implementar a educação, numa perspectiva
inclusiva, não é missão impossível. É, sim, um desafio superável. É uma
questão de pensar e mudar. Querer " pensar e construir " uma escola que
inspire e promova a troca entre os alunos, que confronte formas desiguais de
pensamento e de estilo de vida, busque metodologias interativas e faça, do
reconhecimento e da convivência com as diversidades, estratégias e
alternativas para uma nova aprendizagem, voltada para o educando. Uma
escola, enfim,que reconheça as diferenças e, respeitando-as, possa conviver
com elas.
Desta forma a Educação Inclusiva é responsabilidade de todos os
envolvidos com o processo educacional e desenvolvimento do aluno: família,
professor, escola, apoio técnico, comunidade e governo.
.
42
ANEXO
ENTREVISTA
.
Nome:
Formação; Função: Há quanto tempo lida com turmas em que são incluídas crianças com necessidades educativas especiais 1) como você vê a questão da inclusão escolar 2) Como você trabalha com os alunos com dificuldades Quais são as dificuldades mais comuns desses alunos 3) Você fez algum curso ( ou faz ) para trabalhar com esses alunos Qual Onde 4) Que conselho você daria aos profissionais que trabalham com essa problemática
43
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47
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 10
1.1 – Política Nacional de Educação Especial 14
CAPITULO II
HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA : O PAPEL
DO PSICOPEDAGOGO NA PERSPECTIVA DE UMA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 19
2.1 - O professor na escola inclusiva e sua formação 20
2.2- A Psicopedagogia como prática libertadora 23
2.3- A Psicopedagogia no Brasil 26
2.4- A Psicopedagogia Institucional 29
2.5 a Psicopedagogia na Inclusão Escolar 31
CAPÍTULO III
ANÁLISE DE ENTREVISTAS 33
CONCLUSÃO 39
ANEXO 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43
ÍNDICE 47