DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · em saber “de onde vêm os alimentos que...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DRS BANCO DO BRASIL –
O INCENTIVO AS PARCERIAS SUSTENTÁVEIS.
Por: Renata Monteiro de Lima
Orientadora: Prof: Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro
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2013
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DRS BANCO DO BRASIL –
O INCENTIVO AS PARCERIAS SUSTENTÁVEIS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão em Istituiçoes Financeiras
Por: Renata Monteiro de Lima
AGRADECIMENTOS
A minha pequena famíl ia que sempre
está do meu lado.
DEDICATÓRIA
dedico a minha pequena familinha e meus bichos.
Resumo
Este trabalho aplicativo de conclusão de curso teve por objetivo geral
entender a dinâmica da participação social e a questão da cultura local
e organizacional da Associação dos Lavradores e Criadores de
Jacarepaguá através de formas sustentáveis. Para atingir esse objetivo
foi usada como suporte empírico a capacitação em cult ivo de ervas
medicinais feita em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
os moradores do Parque Estadual da Pedra Branca, vinculados à
referida Associaçãoe DRS do Banco do Brasil. Para a construção
optou-se pela pesquisa empírica, com a realização de observação não
participante e entrevistas semi estruturadas. Verif icou-se que as
parcerias real izadas estão sendo fundamentais para uma mudança
gradativa nas relações entre os moradores e a Administração do
Parque, além de contribuir para o aumento da auto-est ima dos
lavradores envolvidos no projeto do cult ivo sustentável e manuseio de
ervas medicinais. Foram verif icadas, também, as questões relacionadas
aos problemas ambientais, da precariedade das moradias e o processo
de favelização em área de preservação ambiental. Chegou-se à
conclusão de que, também nestes aspectos, a realização das parcerias
podem vir a ser extremamente posit ivas, contribuindo para que esses
problemas sejam solucionados, ou, pelo menos, minimizados. Por f im,
verif icou-se a possibi l idade de implantação de parceria voltada para a
venda de produtos orgânicos, visto que, grande parte das plantações
existentes no Parque é feita sem a uti l ização de agrotóxicos.
Palavras-chave: Participação social. Cultura local e organizacional.
Parceria. Associativismo.
METODOLOGIA
Através da proposta de DRS do Banco do Brasil que entende a
parceria como o meio mais ef icaz para se criar formas de melhorias
sustentáveis para atividades que estejam fora do mercado formal de
trabalho. Para pesquisar essa dinâmica do DRS f iz a pesquisa
util izando como objeto de estudo a Associação dos Lavradores e
Criadores de Jacarepaguá que f ica dentro do Parque Estadual da Pedra
Branca. Uti l izei a Residência Social como forma de coletar dados para
a monograf ia, além disso pesquisa de livros e sites da internet. Utl izei
abordagem qualitat iva de observação não participante e para a coleta
de dados foi uti l izada entrevista semi estruturada através de
entrevistas com cinco pessoas da Diretoria da Associação, com
moradores, com o Administrador do Parque (Alexandre Marau) e com a
organizadora do projeto do Prof ito (Fiocruz), Sandra Magalhães. Dentro
desse universo, se analisou os resultados obtidos pela capacitação em
ervas medicinais, promovida, em parceria, pela Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz). O Banco do Brasi l me deu todo o suporte para a
real ização desse trabalho com a disponibi l ização de livros e de outros
materiais de consulta.
Lista de Siglas
ALCRI – JPA Associação dos Lavradores e Criadores de Jacarepaguá
APA Área de Proteção Ambiental
BB Banco do Brasil
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
DRS Desenvolvimento Regional Sustentável
FAPERJ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Farmanguinhos Instituto de Tecnologia em Fármacos
FEEMA Fundação de Engenharia do Meio Ambiente
Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz
IEF Instituto Estadual de Florestas
INEA Instituto Estadual do Ambiente
IPÊ Instituto de Pesquisa Ecológica
ITPA Instituto Terra de Preservação Ambiental
NGBS Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos
ONG Organização Não Governamental
PAF Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos
PROFITO Projeto de Fitoterápicos
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEMADUR Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
do Estado do Rio de Janeiro
SUS Sistema Único de Saúde
TACC Trabalho Aplicativo de Conclusão de Curso
Sumário
1. Introdução.... ........ ............ ........ ........ ............ ........ ........ .....09
2. Referencial Teórico............ . ....... ..... ............ ........ ........ ......13
2.1. Associativismo e Cultura Local e Organizacional... ........ .. .....13
2.2. Agricultura Familiar e Cadeia de Valor........ .... ........ ........ .....14
2.3. Parcerias e Part icipação Social....... .. ............ ........ ........ ......17
2.4. Parque Estadual da Pedra Branca..... ............ ........ ........ ......19
2.5. Projeto Prof ito - Cultivo de Ervas Medicinais...... ......... .... .....20
2.6. DRS Banco do Brasil ........ ......... ........ ............ ........ ........ .....23
3. Descrição do Campo Empírico......... ... ............ ........ ........ .....24
4. Resultados da Pesquisa de Campo.... ............ ........ ........ ......30
5. Conclusão....... ...... ............ ........ ........ ............ ........ ........ ....36
Bibliograf ia....... ............ ........ .................... ........ ........ ............ .39
Anexo 1 – Roteiro de Entrevistas.... ............ ........ ........ ............ .43
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1 - Introdução
Este trabalho de conclusão de curso (TACC) trata de um assunto
em voga dentro da Inst ituição Banco do Brasi l: o Desenvolvimento
Regional Sustentável.
O Banco do Brasil, acompanhando a tomada de consciência
social a respeito da necessidade do desenvolvimento de formas de
produção calcadas na sustentabil idade, elaborou um projeto (estratégia
negocial) que busca dar condições de desenvolvimento para diversos
segmentos da sociedade de forma sustentável, com perspectivas de
criação de parcerias com várias entidades, sejam elas: polít icas,
econômicas ou sociais.
Este projeto do Banco do Brasil, o DRS, percebe as parcerias
como a melhor forma de se incentivar o desenvolvimento sustentável.
Essa estratégia busca a parceria entre diversas esferas da sociedade,
mas com o olhar voltado para o tripé da sustentabil idade: atividades
que sejam economicamente viáveis, socialmente justas e
ambientalmente corretas.
A metodologia de atuação prevê a sensib i l ização, mobi l ização e capac i tação de func ionár ios do BB e de parceiros , e a inda a e laboração de um amplo d iagnóst ico, sendo abordada a cadeia de valor das at iv idades produt ivas e ident i f icados pontos for tes e f racos, oportunidades e ameaças. (DESENVOLVIMENTO... , [entre 2003 e 2007], p.3) .
Dentro da perspectiva do DRS, buscou-se trabalhar com a
“Associação dos Lavradores e Criadores de Jacarepaguá”, que f ica em
um sub-bairro de Jacarepaguá, a Taquara, especif icamente em uma
região pouco urbanizada, com muitas casas e pouquíssimo comércio,
próxima à entrada do Parque Estadual da Pedra Branca.
O Parque Estadual da Pedra Branca é considerado um dos
maiores parques urbanos do mundo, chegando a ser maior do que a
Floresta da Tijuca. O Parque Estadual da Pedra Branca é também
conhecido como Maciço da Pedra Branca e é considerado como uma
das maiores f lorestas dentro de área urbana do país, abrangendo
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diversos bairros da cidade do Rio de Janeiro, sendo eles: Bangu, parte
de Realengo, parte de Guaratiba, Jacarepaguá, Barra da Tijuca,
Recreio dos Bandeirantes, parte de Grumari e parte de Campo Grande.
A Associação dos Lavradores e Criadores de Jacarepaguá (ALCRI
– JPA) existe desde 1986, mas esteve desativada por alguns anos,
voltando a funcionar em 1998. Ela representa os moradores, em sua
maioria agricultores, que residem dentro do Parque Estadual da Pedra
Branca e uti l izam parte dessa área para moradia e lavoura, tanto para
consumo próprio quanto para venda em pequenas casas comerciais e
feiras.
Trata-se de uma associação pequena, com cerca de 40 pessoas
associadas. É pouco desenvolvida, pois falta engajamento e
participação por parte de seus associados e da antiga Diretoria, que
são também moradores do Parque.
A sede da Associação f ica nos fundos de uma pequena
lanchonete que vende salgados e alguns produtos orgânicos. O local
em que f ica a Associação não possui cobertura, sendo um espaço
aberto e bem pequeno. Não há mobiliário e as reuniões são realizadas
ao ar l ivre, sem sequer cadeiras ou bancos nos quais as pessoas
possam se sentar.
Mesmo com dif iculdades f inanceiras, a Associação está desde
dezembro de 2010 com nova Diretoria e tem perspectivas de
crescimento junto à sua comunidade.
Pelo fato de exercer um tipo de at ividade que envolve produtos
orgânicos, tem um forte potencial de desenvolvimento, pois hoje em
dia, os consumidores estão cada vez mais informados e interessados
em saber “de onde vêm os alimentos que colocam em suas mesas”.
Portanto, estão inclinados a valorizar produtos l ivres de agrotóxicos, de
origem conhecida (agricultura familiar) e confiável.
No Bras i l , a produção orgânica é uma at iv idade que se encontra em f ranca expansão entre agr icul tores fami l iares e assentados da reforma agrár ia. Est ima-se que em torno de 85% dos produtores orgânicos brasi le iros sejam famil iares . (SEMANA.. . ,2010, p.2).
11
Devido, exatamente, a esse potencial de desenvolvimento, a
referida Associação tem possibil idade de trabalhar com um projeto de
DRS no campo de produtos orgânicos. Tanto que já existe um DRS do
Banco do Brasil implantado em parceria com agências próximas, no
bairro de Jacarepaguá.
No primeiro capítulo deste trabalho foi construído todo o
referencial teórico que dá suporte ao trabalho de pesquisa l igado a
iniciat iva, no caso a Associação de Lavradores e Criadores de
Jacarepaguá.
No segundo capítulo foi feito um pequeno panorama da atividade
incluindo-se a situação econômica, social e polít ica dos moradores do
Parque, em conjunto com a Associação de Lavradores e Criadores de
Jacarepaguá.
A f im de que o grupo estudado fosse mais bem compreendido,
entendeu-se que seria necessária a sua contextualização, foi fornecido,
então um levantamento das condições do próprio Parque, que é uma
reserva ambiental administrada pelo Governo Estadual em parceria com
o INEA (Inst ituto Estadual do Ambiente).
A partir do melhor conhecimento tanto do grupo de lavradores,
quanto do espaço físico no qual estão inseridos, foi feito um recorte a
respeito da questão do plantio de ervas medicinais, que está sendo
desenvolvido em parceria com o Prof ito: Projeto do Núcleo de Gestão
em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos (NGBS), da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), com a coordenação da bióloga Sandra
Magalhães, coordenadora da Plataforma Agroecológica de
Fitomedicamentos (PAF) e do centro de Produtos naturais em
Farmanguinhos.
Esse projeto da Fiocruz tem, dentre seus objetivos, capacitar
pequenos produtores, que moram no entorno do Parque, em outros
bairros do município do Rio de Janeiro, a f im de que eles possam se
tornar lavradores de ervas medicinais e estimular no local a produção
de ervas nativas da Mata Atlântica. Isso se daria através de
monitoramento do cult ivo, beneficiamento e comercial ização das ervas,
ajudando no desenvolvimento regional sustentável dentro do Parque.
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A partir do contexto em que se insere a Associação de
Lavradores e Criadores de Jacarepaguá e o projeto da Fiocruz
procurou-se responder à questão da pesquisa: como a capacitação em
ervas medicinais, que está sendo ministrada pela Fiocruz, pode
contribuir na melhoria de renda dos lavradores e de suas famílias que
residem dentro do Parque Estadual da Pedra Branca?
O objetivo geral deste trabalho foi entender a dinâmica da
participação social e a questão da cultura local e organizacional em
que o grupo pertencente à Associação está inserido, usando como
suporte empírico a capacitação oferecida pela Fiocruz na lavoura de
ervas medicinais que está sendo realizada dentro do espaço do Parque
com seus moradores.
A proposta é for ta lecer as at iv idades re lacionadas à produção, prescr ição e d istr ibu ição de p lantas medic inais no estado, procurando abastecer o mercado local , espec ia lmente pequenos hor tos e farmácias de manipulação em unidades públ icas de saúde, como as que já foram implantadas pelo Programa de F itoterapia da Secretar ia Munic ipal de Saúde da Prefe itura do Rio de Janeiro. (RICARDO, 2009, p.1).
Para alcançar o objetivo geral destacado neste projeto, traçou-se,
como objetivo específ ico, descobrir como a Fiocruz e outros parceiros
como o INEA (Inst ituto Estadual Do Ambiente), Banco do Brasil, e o
Governo Estadual podem ajudar na melhoria da situação econômica e
social das famílias que vivem do plant io dentro do Parque.
A relevância deste trabalho se deve ao fato de que ele fornece
subsídios para estudos posteriores na área de Desenvolvimento
Sustentável e mesmo para projetos futuros de DRS do Banco do Brasi l,
pois comprovou que a realização de parcerias e a capacitação podem
representar importante contribuição para o desenvolvimento de uma
atividade econômica. Além disso, demonstra que as parcerias, se bem
desenvolvidas, podem signif icar uma mudança posit iva para todos os
envolvidos no processo, como ocorreu no caso estudado.
Outro aspecto relevante deste trabalho é que ele destaca a
importância do bom relacionamento entre os steakholders, pois,
durante a real ização da Residência Social, verif icou-se a necessidade
13
aprofundar o estudo nas relações sócio-econômicas existentes entre os
moradores e a Diretoria do Parque Estadual da Pedra Branca. Vieram à
tona inúmeras questões que precisavam ser trabalhadas na busca de
uma melhor relação entre os envolvidos. Entre elas pode-se destacar: a
questão da participação social, a questão da cultura local e
organizacional, que ref letem diretamente na vida das pessoas que
vivem e dependem do Parque Estadual da Pedra Branca e a questão
das parcerias como forma de impulsionar o crescimento.
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2 - Referencial Teórico
2.1 – Associativismo e Cultura Local e Organizacional
O associat ivismo pode ser visto como uma forma de juntar
interesses diversos e transformá-los em algo comum a todos, de forma
que cada um possa exercer sua l iberdade e individualidade, mas dentro
de um contexto associativo que favoreça a todos os envolvidos.
Uma Associação surge da necessidade de se buscar os direitos
que uma determinada atividade pode e deve ter, mas em muitos casos,
não consegue por falta de apoio da sociedade, poder público e
empresas.
Quem quer const i tu ir uma assoc iação sem f ins lucrat ivos deve reunir pessoas interessadas na organização da ent idade e d ispostas a juntar esforços para at ingir as f ina l idades para a qual ela será const i tu ída. Lembramos que para a const i tu ição da assoc iação é necessár io um número mínimo de dois assoc iados e não há l im ite máximo previs to por le i . Antes de mais nada, es tes futuros assoc iados deverão def in ir os pr inc ipais objet ivos da ent idade, sua importânc ia e sua necess idade.(PASSO-A-PASSO..., [entre 2000 e 2011], [s.p.]).
Após reunir as pessoas interessadas na Associação, deve-se
definir as funções de cada membro da Diretoria e, após essa escolha
deve-se elaborar o Estatuto Social da Associação e somente após essa
fase, registrar a mesma para que possa exercer os direitos e deveres
de uma Associação regulamentada.
Para se formalizar a Associação, é necessário o registro do nome
e dos responsáveis pela mesma em Cartório e a criação de um CNPJ
que lhe dará a característica de Pessoa Jurídica; def inir um grupo de
pessoas interessadas em participar do projeto; elaborar um Estatuto,
enf im, uma série de exigências para se ter uma Associação de fato.
Em relação à Cultura Local e Organizacional, pode-se dizer que,
em um determinado local, ou numa determinada região, exista uma
cultura local com força polít ica e social que exprima uma forma de
existência e de organização que vai dar o tom as crenças, valores e o
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próprio cl ima organizacional. A Cultura Organizacional vai dar o tom
que o grupo pode ter seja de forma posit iva ou negativa, mas sempre
tendo uma identidade de grupo que pode se moldar de diferentes
formas, ou seja, sempre podendo mudar sua dinâmica enquanto cultura
organizacional.
Na opin ião de Schein e de outros autores, o conjunto de pessoas que forma a organização é responsável pela formação da cul tura, pela cr iação do conjunto de pressupostos bás icos e por sua transformação. Entretanto, o mesmo autor atr ibu i espec ia l importânc ia ao papel dos fundadores da organização no processo de moldar seus padrões culturais . Os pr imeiros l íderes, ao desenvolver formas própr ias para equac ionar os problemas da organização, acabam por impr imir sua v isão de mundo aos demais. . . (FLEURY, 1991, p. 3) .
O interesse em se estudar a cultura organizacional f icou mais
forte quando se percebeu o caso dos japoneses.
O Japão surg iu como líder do poder industr ia l , apesar de não ter recursos natura is, não ter energia e ser um país superpovoado (mais de 110 mi lhões de habitantes). Entretanto, nenhum desses fatores impediu que houvesse um alto nível de cresc imento, um baixo nível de desemprego e a mais bem-remunerada e saudável população t rabalhadora do mundo. Ass im, entender a cul tura desse povo tornou-se impor tante para compreender a sua ascensão na economia mundia l . (MONTEIRO; VENTURA; CRUZ, 1999, p.72).
Pesquisar a cultura organizacional de um grupo pode ajudar a
entender sua dinâmica, suas crenças, valores, ident idade do grupo,
enf im, a cultura organizacional pode dar um maior embasamento ao
trabalho de pesquisa feito com um determinado grupo ou atividade.
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2.2 – Agricultura Familiar e Cadeia de Valor
A agricultura famil iar tem uma grande importância para o
desenvolvimento do País e com o aumento de assentados pela Reforma
Agrária e pela criação de meios de ajuda ao f inanciamento da
atividade, como por exemplo, o PRONAF (Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar), do Governo Federal. Pode-se
dizer que ela é responsável por boa parte da produção de alimentos
dos brasi leiros e é feita por uma determinada famíl ia que trabalha em
família sem contratar outras pessoas.
No Censo Agropecuár io de 2006 foram ident i f icados 4 .367.902 estabelec imentos de agr icu ltura fami l iar . Eles representavam 84,4% do tota l , mas ocupavam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuár ios bras i le iros . Já os estabelec imentos não famil iares representavam 15,6% do total e ocupavam 75,7% da sua área. (AGRICULTURA... , 2009, p.1).
Em relação à questão da agricultura orgânica e familiar: têm-se
diversas situações: a da conscientização das pessoas quanto à
importância de se comer alimentos saudáveis sem agrotóxicos e a
questão econômica. Por ser uma agricultura mais dif ícil e menos
util izada, acaba tornando-se mais “cara”, gerando um valor f inal de
venda maior que a cultura comum. Com isso, somente pessoas com
maior poder aquisit ivo podem ter acesso a al imentos orgânicos.
Para s intet izar a questão do preço , podemos d izer que o aumento relat ivo dos a l imentos orgânicos está re lac ionado ao local de compra, t ipo de produto e outros fatores re lac ionados ao processo de produção. O mais gera l é a baixa escala de produção orgânica, o que impl ica maiores custos (mão-de-obra; insumos) por unidade de produto. Além disso, temos o problema do custo da embalagem para d iferenc iar produto orgânico do convenc ional, sobretudo em supermercados. Em seguida, há uma desorganização do s is tema de produção ( fal ta de p lanejamento) e do processo de comercia l ização. Depois , em função da fa lta de pesquisa, exis tem maiores r iscos e a necess idade de exper imentação do agr icu l tor . Por ú lt imo, os preços são maiores devido a custos adic ionais com o processo de cert i f icação e perdas econômicas durante o processo de conversão. (DAROLT, 2001, [s .p. ]) .
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A cultura do orgânico está crescendo a cada ano e cada vez mais
pessoas estão dando valor e consumindo esse t ipo de alimento. Se
este crescimento continuar, a tendência é que os preços f iquem mais
atrativos para todas as pessoas, não só por ser mais consumido, mas
também, por ser produzido localmente (agricultura familiar e local).
Dessa forma, diminui-se o trânsito dos al imentos (o que, geralmente,
encarece o produto f inal).
Este processo ajuda a toda a cadeia que envolve um determinado
produto: ele é produzido por pequenos produtores familiares que vão
ter renda; o produto vai ser vendido para pessoas próximas, ajudando a
diminuir o transporte dos alimentos, proporcionando economia no
consumo de combustível (que, além de tudo, faz mal ao meio
ambiente); est imula a economia local e dá mais tempo de “vida” ao
produto que chega mais fresco à casa do consumidor.
Além disso, podemos falar na importância da cadeia de valor que
busca saber todo o ciclo de vida de um produto, se este foi feito de
forma sustentável, sem agredir ao meio ambiente desde a produção até
a distribuição, passando pelo consumidor f inal.
Ao se valorizar a cadeia de valor dos produtos se está
valorizando a qualidade de vida e quanto mais pessoas o f izerem a
tendência é dos mercados se adequarem a normas sustentáveis de
produção e comercial ização. “A aquisição de produtos ecológicos
(sustentáveis) é fundamental para inf luenciar o mercado. Como grande
exemplo, podemos citar as Compras Públicas Sustentáveis.”
(SANT’ANNA, 2009, p.13).
Existe uma tendência em buscar que os governos passem a dar o
exemplo de compras sustentáveis, já que eles representam um número
bastante signif icativo em compras de materiais e af ins.
Pelo Estado exercer uma presença muito for te, o governo acaba determinando os mercados. Ele determina de certa forma a vida de um produto, levando-o ao perec imento, permanênc ia e o própr io futuro. Quando se d iz que um governo real iza compras sustentáveis é porque e le es tá inclu indo cr i tér ios no processo de seleção de seus fornecedores que levam em conta a menor degradação ambiental , se estes estão a l inhados às prát icas sustentáveis ,
18
se respeitam as leis in ternac ionais trabalh is tas , se cons ideram as normas estabelec idas pelos órgãos internac ionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas) em relação a meio ambiente, c l imas, b iodivers idade, redução da deser t i f icação entre outras questões ambientais . (SANT’ANNA, 2009, p.13) .
Com isso, vemos a necessidade do apoio governamental na
questão da agricultura famil iar (através de f inanciamentos a baixo
custo entre outros) e também do apoio a construção de um novo tipo de
mercado que valorize o que é ambientalmente correto, socialmente
justo e economicamente viável.
Mudanças como essa que podem ter apoio governamental e da
sociedade como um todo podem ser exemplif icadas no movimento pelo
Comércio Justo ou Fair Trade.
Um exemplo de prát ica que se in ic iou de modo local izado e ganhou projeção internac ional pela art iculação entre d iversas pessoas, organizações e países é o do comércio justo ( fa ir t rade, em inglês) . O movimento pelo comérc io justo compreende d iferentes in ic iat ivas que buscam garant ir redução de impactos ambientais e melhores condições de desenvolv imento soc ioeconômico aos trabalhadores, por meio de uma lógica de comercia l ização mais justa de seus produtos, com preço mínimo garant ido em cada etapa da cadeia de valor . (SCHOMMER, 2009, p.75)
Nesse t ipo de relação, as parcerias são baseadas no respeito,
transparência, trocas justas e manutenção do diálogo entre as partes.
19
2.3 – Parcerias e Participação Social
No âmbito da estratégia negocial DRS, a parceria entre diferentes
segmentos da economia faz toda a diferença para o desenvolvimento
sustentável de uma atividade. Numa parceria que envolve poder
público, Banco do Brasil, comunidade, associações, cooperativas e
ONG`s, cada um tem o seu papel buscando um f im único através de
uma concertação que seria
[ . . . ] a orquestração de esforços. É a mobil ização conjunta em torno de um objet ivo. A concertação é como se fosse uma l iga. Ela une, junta as pessoas e as Inst i tu ições com o objet ivo de desenvolver as at iv idades de forma sustentável . . . (DRS... , [entre 2003 e 2007] , p.13).
Uma parceria que pode e deve ser estratégica é algo que só pode
favorecer a cadeia de valor de uma atividade, pois ela une diferentes
segmentos que vão se fortalecer com a união de forças e, dentro
dessas forças, pode-se contar com o apoio do Poder Público, que é, em
muitos casos, o fator decisório em para a realização de alguma
atividade.
Uma parcer ia estratégica é a atuação conjunta de d i ferentes atores, com habi l idades d ist intas e complementares, d irec ionada a um objet ivo comum, fundamentada nos pr inc íp ios da sustentabi l idade e que forme um sistema bem def in ido, com efe itos s inérg icos, consol idando a capac idade de compet ição externa por meio da cooperação interna. (ALVES et AL., 2008, p.20)
Também é necessária a part icipação de todos os stakeholders,
em todas as etapas da construção do DRS, para que se possa ter o
processo de concertação bem feito. “Podemos definir como relação de
parceria aquela em que duas ou mais instituições se unem em função
de um objetivo comum e se dispõem a trabalhar juntas para conquistá-
lo.” (SANTANA et al, 2008, p. 27).
A Parceria é feita através da construção de uma relação em que
todas as etapas e objetivos a serem alcançados devem estar claros e
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divulgados a todos os stakeholders, para que se possa ter a confiança
e participação de todos.
Não se pode pensar em parcerias sem a participação social dos
interessados que, unidos, vão buscar soluções conjuntas para a
resolução de problemas também conjuntos.
Desde a Constituição de 1988, o envolvimento da sociedade civil
nos processos de decisão e implementação de polít icas sociais passou
a ser algo institucionalizado.
A part ic ipação soc ia l passou a representar , em suas diversas modal idades, um elemento es truturante do Sistema Bras i le iro de Proteção Soc ia l (SBPS). Sua anál ise oferece e lementos re levantes para o debate atual sobre pol í t icas públ icas, seja no que se refere à sua ins t i tuc ional ização e execução, seja quanto ao enfrentamento das questões soc iais . (SILVA apud Jaccoud, 2005, p. 373).
Para uma determinada localidade se desenvolver é necessário,
como já dito anteriormente, a part icipação social e a adesão de toda a
comunidade. “Não existe desenvolvimento local sem o interesse, o
envolvimento, o compromisso e a adesão da comunidade nenhuma
polít ica de indução ou promoção do desenvolvimento alcançará êxito”
(PAULA, 2008, p.10).
Na construção de uma estratégia negocial (DRS), a concertação é
algo que está sempre em avaliação e reavaliação, visto que é um
processo contínuo e que pode sofrer mudanças ao longo do tempo.
Para constru ir um sól ida re lação de parcer ia, há que se ter c lareza dos objet ivos compart i lhados e dos recursos d isponíveis para a convergência de atuação, sob pena de ser const i tuído um f luxo uni latera l de esforços, o que pode v ir a minar o grau de comprometimento e conf iança entre os parceiros. (SANTANA et a l , 2008, p. 27)
A parceria pode ser vista como uma parte fundamental para o
crescimento de uma atividade, na medida em que o próprio crescimento
impõe a participação de outros (parceiros) pela busca de um objetivo
comum.
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2.4 - Parque Estadual da Pedra Branca
O Parque Estadual da Pedra Branca, também conhecido como
Maciço da Pedra Branca, é considerado como uma das maiores
f lorestas dentro de área urbana do país e é onde se encontra o ponto
culminante da cidade do Rio de Janeiro (o Pico da Pedra Branca). O
Parque abrange diversos bairros da cidade do Rio de Janeiro, sendo
Jacarepaguá um deles, onde também f ica a Associação de Lavradores
e Criadores de Jacarepaguá.
Desde 1908, esse local já tem histórico de preservação ambiental
devido à escassez de água na cidade do Rio de Janeiro. O Governo
Federal adquiriu as áreas dos mananciais do Rio Grande e do Rio
Camorim, com o intuito de melhorar a captação e distribuição de água
potável à população e as tornou área de preservação ambiental.
Nas áreas f lores ta is remanescentes, encontram-se espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de ext inção. Entremeiam-se espéc ies introduzidas pelo homem, como por exemplo, cafeeiro, jaqueira e mangueira, que testemunham o passado de ocupação e exploração econômica da região, com vár ias espéc ies de madeiras de le i , mui tas raras e ameaçadas, ta is como jequi t ibás, tapinhoãs, a endêmica noz-moscada-si lves tre, somente encontrada no municíp io do Rio.. . (PARQUE.. . , [entre 2000 e 2011], [s .p. ]) .
O Parque foi criado em 28 de junho de 1974 e, a partir da década
de 80, passou a ser administrado pela Fundação Inst ituto Nacional de
Florestas. Em 1988, o município do Rio de Janeiro criou a Área de
Proteção Ambiental (APA), pela Lei Municipal 1.206, que protege áreas
acima da cota de 300 metros. Atualmente o Parque é administrado pelo
Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e faz parte da Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica.
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2.5 – Projeto Profito – Cultivo de Ervas Medicinais
O cult ivo de ervas medicinais pode ser uma alternat iva de renda
para pequenos produtores rurais e, com essa perspectiva, a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) vem realizando um trabalho de capacitação
para os moradores do Parque Estadual da Pedra Branca. Através de
um projeto coordenado pela Bióloga Sandra Magalhães.
Aos lavradores do Parque foi oferecido um curso de capacitação
no plantio de ervas medicinais. Muitos deles, com a perspectiva de
melhoria em sua renda, expandindo suas lavouras para além do plantio
de frutas, legumes e verduras, se inscreveram e part iciparam
ativamente do curso.
O projeto da Fiocruz (Prof ito) está sendo desenvolvido através do
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde de Farmanguinhos
(NGBS) e esse projeto está capacitando os lavradores da Pedra
Branca, dando-lhes meios de plantar as ervas medicinais da forma
correta e com respeito ao meio ambiente. “A agricultora Rita Maria de
Aguiar, 54 anos, informou que o Prof ito foi muito importante para ela,
pois expandiu seus conhecimentos e lhe abriu novos horizontes.”
(QUEM PLANTA...,2011, [s.p.]).
Agricultores que fazem parte desse projeto estão plantando
diversos tipos de sementes: maracujá, goiaba, pitanga, urucum, capim
limão e estes estão servindo para a produção de sabonetes, sachês
aromáticos e travesseiros terapêuticos, que representam mais
possibil idades de renda para os produtores.
O projeto do Prof ito foi real izado em três fases e os agricultores
já se encontram na fase f inal do curso que terminou no f im do primeiro
semestre de 2011. A últ ima fase visou dar-lhes conhecimento de como
vender o produto f inal para o mercado consumidor.
O lançamento dos produtos é uma forma de prat icar o que estão aprendendo e representa o resul tado de um processo produt ivo, que começa com o cult ivo, avança por vár ias etapas até se tornar um produto f ina l ao a lcance do consumidor . (QUEM PLANTA.. . , 2011, [s .p.]) .
23
A capacitação feita pelo Prof ito (Fiocruz) também tem o objetivo
de criar uma rede de troca de conhecimento, na qual as pessoas que
participaram do curso e aprenderam como cult ivar, beneficiar e
comercializar as ervas possam disseminar para outras pessoas as
técnicas aprendidas.
Como já citado na introdução deste trabalho, a ideia desse curso
é dar meios para que as pessoas, já capacitadas em plantio de ervas
medicinais, possam trabalhar em conjunto com a Rede Municipal de
Saúde, abastecendo o mercado local para atender a demanda de
f itoterápicos, também trabalhar com hortos e farmácias de manipulação
da Rede Municipal de Saúde.
O apoio aos programas munic ipais de f i to terapia e o es tímulo ao uso seguro de p lantas medic inais pode provocar o aumento da demanda, levando à necess idade de aquis ição da produção local dos agr icu l tores do projeto.. . (RICARDO, 2009, p.1).
Além do trabalho feito na comunidade do Parque, existe também
um trabalho feito nas escolas para educar as crianças sobre a
importância do cult ivo de ervas medicinais.
O Projeto do Prof ito teve três fases: a primeira foi traçar um
diagnóstico do local (agronômico) das propriedades e da situação
socioeconômica dos envolvidos; a segunda foi realizar cursos,
palestras e encontros para ensinar sobre o
[ . . . ] manejo racional do solo, contro le a l ternat ivo de pragas e doenças, cu lt ivo agroecológico, requis itos para implantação de agr icu ltura orgânica, técnicas de ir r igação e de benef ic iamento pr imár io (coleta, secagem e armazenamento de plantas medic inais ) . (RICARDO, 2009, p.1).
Na terceira e últ ima fase, o projeto buscou desenvolver um
modelo específ ico de produção para cada comunidade, baseado na
fotograf ia de cada um, ou seja,
[ . . . ] de acordo com caracter íst icas de solo, topograf ia, tecnologia disponível e apt idão dos agr icu ltores . "As mudas serão produzidas pela Plataforma Agroecológica de Fi tomedicamentos de Farmanguinhos, o que garante sua qual idade f i tossanitár ia, cert i f icação de or igem (baseadas em
24
nossos estudos químicos, genét icos e taxonômicos) e transplant io adequado. (RICARDO, 2009, p.1).
O projeto contou com o apoio da FAPERJ e com o Banco do
Brasil através do DRS, que doou um telecentro (onze computadores e
um servidor) para as associações de produtores. Isso possibi l itou e
possibil ita a abertura de canais de conhecimento para as pessoas
envolvidas, que podem buscar mais conhecimento através da rede
(internet) sobre o cult ivo sustentável não apenas de ervas medicinais,
mas de todos os produtos.
Enfim, esse projeto que foi real izado pela Fiocruz traz a questão
da importância da capacitação, em especial, para comunidades que
estejam mais carentes por não terem meios próprios para buscar por si
só, novos conhecimentos e precisam da ajuda do Poder Público e de
empresas privadas.
Muitas vezes uma capacitação como a realizada pela Fiocruz faz
toda a diferença para um grupo de pessoas que vai ter acesso a novos
conhecimentos e conseqüentemente vão ter a chance de melhorar suas
condições de vida. No caso de projetos que visam à sustentabil idade,
as pessoas envolvidas, além de terem acesso a novos conhecimentos,
têm também acesso a meios sustentáveis de plantação, o que é bom
para criar maior conhecimento quanto às questões do meio ambiente.
25
2.6 – DRS Banco do Brasil
Desenvolvimento Regional Sustentável é uma estratégia negocial
do Banco do Brasil , que busca ajudar o desenvolvimento de atividades
produtivas a crescerem de forma sustentável, buscando, para isso,
parcerias com a iniciat iva privada, governos, ONGs e comunidade.
O Banco do Brasil tem a função de unir esses diversos elos da
sociedade, através da concertação (ação integrada), para um único f im:
o do Desenvolvimento Regional Sustentável. Com a melhoria de uma
determinada atividade e a consequente melhoria de vida dos que
dependem dessa atividade, o Banco do Brasi l pretende dar acesso aos
serviços bancários a essa população, através de f inanciamentos,
abertura de contas, diversas l inhas de crédito, enf im dar a
possibil idade de crédito a quem nunca pode ter.
Também com o DRS, o BB tem a missão de melhorar a
capacidade das pessoas de se associarem através de cooperativas ou
associações.
O banco ass inou termo de cooperação com a Cooperat iva de Catadores do Morro do Alemão, dentro da estratégia de Desenvolv imento Regional Sustentável (DRS), promovendo ações educat ivas, or ientação de saúde, aperfeiçoamento da inf raestrutura de coleta e transpor te e melhor ias na gestão administrat iva. Dentro de ações de bancar ização e a democrat ização do crédi to, o BB já havia inaugurado agênc ia do Jard im Ingá, em Luziânia (GO), e a agência da comunidade de Paraisópol is (SP) , uma das maiores comunidades da zona Sul da c idade de São Paulo. (MOURÃO... , 2011, p.1).
Ainda no contexto da estratégia negocial DRS, o Banco do Brasi l
inaugurou uma agência dentro do Complexo do Alemão, em
25/01/2011, permit indo, com isso, o acesso bancário aos moradores de
comunidades. “A instalação destas agências faz parte do objetivo do
Banco de aliar atuação negocial à promoção do desenvolvimento
sustentável. A ação proporcionará a bancarização e a democratização
do crédito [...] ” (BB INAUGURA..., 2011, [s.p.]).
26
3- Descrição do Campo Empírico
A iniciativa pesquisada neste trabalho é a Associação dos
Lavradores e Criadores de Jacarepaguá (ALCRI-JPA) que f ica na
Taquara (Jacarepaguá) no entorno do Parque Estadual da Pedra
Branca.
O Parque é considerado uma das maiores f lorestas em espaço
urbano do país. A Associação f ica em uma das entradas do Parque que
abrange diversos bairros do Rio de Janeiro. O presente trabalho foi
real izado somente no Núcleo Pau da Fome que f ica em Jacarepaguá e
trabalhou-se com os moradores que fazem parte da Associação.
A Associação existe desde 1986 e esteve sem funcionamento
durante alguns anos. Em 1998 voltou a funcionar e hoje tem cerca de
40 associados que contribuem com R$ 5,00 reais cada um para
manutenção e pequenas despesas da associação. Ela representa
alguns moradores que também são lavradores dentro da área do
Parque. Enquanto associação esta tem por “[...] f inal idade principal
atividade não econômica e cujo objet ivo seja o de alcançar benefícios e
interesses comuns de seus associados.” (Responsabil idade... 2008
p.120).
A ALCRI- JPA tem uma pequena sede nos fundos de uma
“vendinha” que serve para reunir os sócios. O local é pequeno e tem
apenas um telhado, não sendo um local fechado. As reuniões e
confraternizações são realizadas nesse espaço que em dias de chuva
f icam prejudicadas pela falta de abrigo, já que o espaço é aberto.
Dentro do Parque residem muitas pessoas que estão nesse
espaço desde antes da criação do Parque na década de 70, mais
precisamente no ano de 1974. No lado que cobre o bairro de
Jacarepaguá, residem aproximadamente 120 famílias.
Segundo Marcelo Soares, ex-administrador do Parque, esta comunidade se desenvolveu primeiramente através da agricultura de subsistência. No início da década de 90, os donos das terras foram desmembrando seus lotes e dividindo entre os familiares. Hoje ela sofre um processo de favelização. (ESTADO..., [entre 2000 e 2011], [s.p.]).
27
A criação do Parque tornou essas pessoas “invasoras” na medida
em que “[.. .] os parques correspondem a uma categoria restr it iva de
área protegida que por determinação legal impede a permanência de
populações em seu terri tório.” (FERNANDEZ, [2009], p.12). Por isso, ao
longo dos anos, a questão da existência de pessoas morando dentro do
Parque sempre trouxe divergências entre os antigos moradores e a
administração do Parque.
Essa mudança na vida desses moradores trouxe insegurança e
incerteza quanto à permanência deles dentro da área do Parque. E
além disso, pela falta da legit imidade enquanto moradores, essas
pessoas não t iveram acesso a saneamento básico e a i luminação
dentro da comunidade que está em processo gradual de favelização.
Como as áreas não são ocupadas “legalmente”, é como se as pessoas
não estivessem ali. Portanto o Governo não atua no sentido de
melhorar as condições de vida da população local.
Se houvesse um acordo entre a Direção do Parque Estadual
(INEA) e os moradores, talvez esse problema fosse resolvido de forma
vantajosa para ambas as partes, uma vez que as ocupações seriam
controladas/demarcadas, evitando mais invasões, e o Governo faria
sua parte no processo de urbanização do local específ ico.
Desde que tomou posse em dezembro de 2010 a nova Diretoria
da Associação de Lavradores e Criadores de Jacarepaguá está
desenvolvendo um trabalho que busca a melhoria na relação entre os
moradores e o Parque. E, segundo o Vice Presidente da Associação
(Sr. José Antônio Pereira) e o Administrador do Parque (Sr. Alexandre
Marau Pedroso) a relação está muito mais amistosa e voltada para uma
resolução de problemas e ajuda mútua através de parceria. Podemos
perceber que um primeiro passo foi dado na tentativa da resolução dos
conflitos entre os envolvidos.
Ao buscar como eixo temático do trabalho “Modelos de
Desenvolvimento Socioterritorial” e dentro desse eixo pesquisar a
questão da cultura local e organizacional e part icipação social pode-se
observar que nessa associação sempre exist iu uma cultura
28
organizacional onde “[...] seus agricultores, constroem uma identidade
apoiada sobre a história de seu grupo, sobre a memória e a
manutenção de suas atividades cotidianas.” (FERNANDEZ, [2009], p. 2).
Mas com uma forte carga de delimitações impostas pelo processo de
criação de fronteiras e novas formas de util ização do espaço que hoje é
público.
Por isso essa cultura local e organizacional esteve sem um ponto
de equil íbrio, sem uma liderança forte na Associação que ajudasse a
melhorar o engajamento do grupo e, também, com um grande
desinteresse dos lavradores devido às dif iculdades de escoamento da
produção, por falta de amparo do poder público, falta de parcerias,
falta de capacitações na área de gestão f inanceira.
Segundo F leury (1991), há vár ios caminhos para se desvendar a cultura de uma organização. Dentre e les destacam-se: O His tór ico das Organizações: o momento de cr iação de uma organização e sua inserção no contexto pol í t ico e econômico da época propic iam o pano de fundo necessár io para compreensão da natureza da organização, suas metas, seus objet ivos. O fundador neste contexto tem um papel fundamental , pois ele detém a concepção g lobal sobre o projeto da organização e tem o poder para est ruturá- la, desenvolvê- la e tecer e lementos s imból icos consis tentes com esta v isão. (MONTEIRO; VENTURA; CRUZ, 1999, p.72) .
Mas como foi citado anteriormente, essa realidade está mudando
com a nova Diretoria que está fazendo um resgate de uma cultura
organizacional mais part icipativa polit icamente e socialmente. A
capacitação feita pela Fiocruz em Ervas Medicinais e a relação mais
“amiga” do Parque com os moradores está trazendo o grupo a
participar mais das reuniões da Associação.
Com isso, a Diretoria da Associação acredita que está
acontecendo um resgate do grupo, já que está tendo maior participação
da comunidade e isso é questão de tempo e de conquista da confiança
da comunidade.
A ident idade tem suas raízes no sent imento de ident i f icação que dá coerência e or ientação d inâmica à pessoa. Quer se trate de um indivíduo, de um grupo ou de uma sociedade, a
29
def in ição de sua ident idade sempre faz referênc ia a elementos mater ia is e f ís icos, a e lementos h istór icos, a e lementos cultura is , a e lementos ps ico-soc ia is. A nosso ver, o conceito de ident idade de um grupo d ifere, ass im, qual i ta t ivamente da noção de cul tura de grupo, pressupondo for tes raízes de ident i f icação, formas de interação e af irmação, internas e externas ao grupo. (FLEURY,1991, p.8).
Como já dito anteriormente, a relação entre a Associação e a
Diretoria do Parque está mais harmoniosa e, isso se deve a maior
participação do administrador do Parque, Alexandre Marau Pedroso
junto aos núcleos existentes.
Dentro do Parque, onde residem os moradores, podemos verif icar
um processo de favelização no qual os moradores vivem com uma
estrutura precária de saneamento básico e muitos vivem em situação
irregular (sem documentação de propriedade das terras) dentro do
Parque. Por se tratar de uma área de proteção ambiental foi feito um
mapeamento do Parque onde se contabil izou as moradias irregulares
para busca de soluções contra a degradação do meio ambiente.
Durante quase três anos, entre março de 2003 e dezembro de 2005, o ITPA elaborou e executou uma estratégia para estruturar o Parque Estadual da Pedra Branca. Em parcer ia com a então Secretar ia Estadual de Meio Ambiente e Desenvolv imento Urbano do Rio de Janeiro (SEMADUR), Fundação de Engenhar ia do Meio Ambiente (FEEMA) e Ins t i tuto Estadual de F lorestas ( IEF), a lém do supor te f inanceiro do Banco Interamericano de Desenvolv imento fo i possível so luc ionar lacunas de conhec imento em relação a questões fundamentais para o efet ivo manejo e proteção do parque. Para at ingir o objet ivo, fo i fe i to um levantamento e mapeamento das ocupações res idenc ia is no inter ior do parque para ident i f icar as ocupações res idenc ia is no seu inter ior , com o intu ito de ver i f icar a s i tuação legal das propr iedades e ident i f icar o perf i l soc ioeconômico.” (PIRES, 2010, p.6).
Com isso, vemos uma tentativa da Associação em se fazer mais
presente junto à comunidade e também do Estado na f igura do INEA
em se fazer atuante e menos repressor.
A Fiocruz desenvolveu um projeto chamado Prof ito que capacitou
alguns moradores f i l iados a Associação para o plantio de ervas
medicinais e este abriu portas para que essas pessoas obtenham renda
com a atividade e no caso dos moradores do Núcleo de Jacarepaguá,
somente cinco pessoas foram capacitadas no curso de Ervas
30
Medicinais, mas essas cinco pessoas já podem representar um número
signif icat ivo de agentes que vão poder disseminar o que aprenderam
aos outros lavradores e, quem sabe, aumentar o número de
plantadores e, com isso, também aumentar a produção de ervas.
Essa parceria entre a Associação e a Fiocruz traz a luz a
importância de parcerias para o crescimento de at ividades que estão
carentes de apoio. Geralmente as pessoas que trabalham em alguma
atividade sabem realizar a atividade mas, em alguns casos, precisam
se especial izar, ter mais conhecimento, ajuda na questão da gestão,
enf im, precisam de apoio (Parcerias) para ajudá-las em seu
crescimento.
Segundo Foster (1967), os camponeses têm muito pouco controle sobre as condições que governam sua v ida. Não são apenas pobres, mas também despossuídos de poder. Neste sent ido, é necessár io cons iderar o papel do Estado em suas d iferentes esferas (munic ipal , es tadual e federal) como um agente que d irec iona, in ter fere ou consol ida processos soc ioeconômicos que já estão em desenvolvimento e que exercem seus efe itos sobre es ta pequena produção. (FERNANDEZ, [2009], p.3).
Esse projeto que foi realizado pela Fiocruz traz a questão da
importância da capacitação e de parcerias, em especial, para
comunidades que estejam mais carentes por não terem meios próprios
para buscar por si só, novos conhecimentos e precisam da ajuda do
Poder Público e de empresas privadas.
Muitas vezes uma capacitação como a realizada pela Fiocruz faz
toda a diferença para um grupo de pessoas que vai ter acesso a novos
conhecimentos e conseqüentemente vão ter a chance de melhorar suas
condições de vida. No caso de projetos que visam à sustentabil idade
as pessoas, além de terem acesso a novos conhecimentos, têm
também acesso a meios sustentáveis de plantação, o que é bom para
criar maior conhecimento quanto ao meio ambiente.
A escolha desse foco analít ico se deveu a importância que tem a
participação social para o desenvolvimento de uma atividade e o
projeto da Fiocruz buscou justamente isso: part icipação social na
31
capacitação oferecida por eles com o objetivo principal de dar
ferramentas para que essas pessoas possam buscar o crescimento da
atividade de cult ivo de ervas medicinais para melhorar suas rendas.
Além disso, uma capacitação como essa pode ajudar na questão
da cultura local e organizacional, já que traz o grupo para um objetivo
comum, resgatando ou criando novas ideias, valores, normas, r ituais e
crenças.
Em relação às limitações e oportunidades que foram constatadas
na Residência Social podemos dizer que desde a primeira visita à
Associação pode-se perceber que essa nova Diretoria está buscando
um resgate da identidade da Associação e uma melhor relação com a
administração do Parque, e isso foi confirmado pelo administrador do
Parque Alexandre Marau Pedroso e pelo Vice-presidente da Associação
José Antônio Pereira.
O INEA representado pelo administrador do Parque está mais
atuante e aberto a resolução do impasse existente desde a criação do
Parque em 1974.
A capacitação realizada pela Fiocruz trouxe maiores expectativas
em relação à questão do plantio, já que essa parceria está em comum
acordo com o INEA, ou seja, foi aprovado por este e isso signif ica que
esse projeto de plantio de ervas medicinais tem o aval do poder
público.
32
4 - Resultados da Pesquisa de Campo
O presente trabalho foi desenvolvido sob a abordagem qualitat iva
de observação não participante e para a coleta de dados foi uti l izada
entrevista semi estruturada.
Para obtenção dessa coleta de dados foram feitas entrevistas
com cinco pessoas da Diretoria da Associação, com moradores, com o
Administrador do Parque (Alexandre Marau) e com a organizadora do
projeto do Prof ito (Fiocruz), Sandra Magalhães. Dentro desse universo,
se analisou os resultados obtidos pela capacitação em ervas
medicinais, promovida, em parceria, pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz).
Esta capacitação, que teve a sua f inalização em julho de 2011,
trouxe diversas mudanças posit ivas nas vidas das pessoas que dela
participaram.
Todos os participantes tiveram aprendizado técnico em relação à
cadeia produtiva em ervas medicinais (qualif icação técnica),
elaboração de projetos pela Fiocruz para a formação de pessoas
capacitadas para o cult ivo, manipulação, prescrição e dispensação
(venda) de produtos, fabricação de sachês aromáticos e travesseiros
terapêuticos, sabonetes l íquidos feitos artesanalmente com extratos
naturais de capim l imão, goiaba, maracujá e pitanga.
Os preços dos produtos feitos pelos alunos variam entre R$ 0,50
e R$ 10. Além disso, as pessoas que participaram do curso estão
capacitadas para serem multipl icadores, ou seja, todo o aprendizado do
curso vai poder ser repl icado para outras pessoas.
Foi observado que o processo de construção da capacitação em
plantio de ervas medicinais, feita em parceria direta com a Fiocruz,
teve cerca de 101 moradores selecionados da área da região oeste,
mais precisamente no entorno do Parque Estadual da Pedra Branca,
que é dividido em núcleos/bairros.
33
Essas pessoas frequentavam esse curso de 15 em 15 dias e
foram subsidiadas pela própria Fiocruz com ajuda de custo para o
transporte e al imentação.
A capacitação visou atender a diretrizes estabelecidas na
implantação da Polít ica Nacional de Plantas Medicinais e
Medicamentos Fitoterápicos, aprovada em 2006 pelo Ministério da
Saúde.
Essas diretrizes buscam não somente o incentivo à pesquisa e
desenvolvimento de medicamentos f itoterápicos, mas também o resgate
e a busca do saber, da produção e do uso popular, da capacitação e
qualif icação dos atores, no caso os agricultores do Parque Estadual da
Pedra Branca, que estão totalmente envolvidos na cadeia produtiva.
Essa capacitação proporcionou, às pessoas atendidas, mais uma
possibil idade de renda, já que os agricultores da região têm,
atualmente, poucas possibi l idades de plantio (banana, caqui, algumas
hortal iças e a criação de pequenos animais - galinha caipira cujos ovos
são vendidos).
As ervas medicinais, em alguns casos, já são encontradas de
forma nativa na mata atlântica e representam mais uma alternativa de
plantio para esses agricultores, que podem util izá- las para a produção
e venda de sabonetes, sachês aromáticos e travesseiros terapêuticos.
Neste sentido, pode-se concluir que, indubitavelmente, este projeto
trará benefícios de incremento de renda para os moradores do Parque
Estadual da Pedra Branca.
Após a f inalização do curso, que se deu em julho de 2011, o
Campus da Fiocruz da Mata Atlântica sediou o Seminário de Fitoterapia
e Plantas Medicinais na Rede SUS , promovido pela Fundação e pela
Secretaria Municipal de Saúde do Rio. Nesse importante encontro,
estiveram presentes representantes das diversas esferas da sociedade,
como governo federal, estadual e municipal e, também, representantes
da sociedade civi l , ou seja, possíveis parceiros para a atividade de
cult ivo de ervas medicinais.
Foram discut idas estratégias e polít icas públicas para a produção
de f itoterápicos, questões sobre manejo, cult ivo e sustentabil idade de
34
plantas medicinais e f itoterápicos, além de pesquisa, desenvolvimento,
produção e qualidade, informação, comunicação e, por f im, arquitetura
e infraestrutura.
A parceria da Associação dos Lavradores e Criadores de
Jacarepaguá e Fiocruz trouxe diversas possibil idades de crescimento
para os moradores do Parque:
• Possibil idade de diversif icar a plantação com as ervas medicinais; • Produção e venda de sabonetes, sachês aromáticos e
travesseiros terapêuticos com as ervas que estão sendo plantadas;
• Resgate da agricultura familiar; • Fortalecimento da questão do associat ivismo pelo resgate da
participação dos moradores no curso e pelo apoio do Insti tuto Estadual do Ambiente (INEA) na parceria entre Fiocruz e Associação;
• Disseminação de conhecimento especial izado em plantio de ervas medicinais;
• Faci l idade de transporte das ervas, que são mais leves, em detrimento dos outros produtos que, por serem mais pesados, necessitam de força f ísica e/ou ut il ização de animais para o transporte da carga. Após cuidadosa análise dos dados apresentados, pode-se
perceber, mesmo sem um resultado tangível no qual poderíamos
apresentar números, que parcerias e o aprendizado (capacitação) são
importantes para o início do crescimento de uma atividade econômica e
é algo que pode representar uma mudança extremamente signif icat iva
para as pessoas envolvidas.
A part icipação social foi fundamental e ajudou na questão do
envolvimento do grupo, dos resultados obtidos (projetos futuros) e da
elevação da auto-estima das pessoas envolvidas em todo o processo.
Foi observado que a parceria (Associação e Fiocruz) também está
ajudando os moradores a reconhecerem a presença de uma cultura
local que permite que cada um se identif ique como parte integrante de
um todo. Este reconhecimento proporciona, ao mesmo tempo, um
resgate e a consciência da possibil idade de cada um dar a sua
contribuição individual para melhorar essa cultura local, no intuito de
melhorar a comunidade.
35
Com isso, a Diretoria do Parque está obtendo maior participação
em suas reuniões por parte dos membros da Associação. Observou-se
que no início do ano de 2011 a freqüência nas reuniões era de
membros da Diretoria. Agora, em agosto de 2011 a freqüência
aumentou com a presença de pessoas f i l iadas a Associação. Esse
estímulo se deve ao grande emprenho por parte da Diretoria e da maior
participação dos moradores nas questões sociais do Parque.
Outro aspecto fundamental, que teve evolução posit iva, foi à
questão do relacionamento entre a Associação e a nova administração
do Parque, conforme constatou o vice-presidente da Associação, Sr.
José Antônio Pereira.
O administrador do Parque, Sr. Alexandre Marau, declarou que
existe, por parte da nova administração, uma polít ica de união forças
para trabalhar em conjunto com a Associação, visando o bem de todos:
moradores e Parque.
Essa polít ica está pautada em um acordo feito entre a Associação
de Lavradores e Criadores de Jacarepaguá (ALCRI – JPA), a
Associação dos Moradores Monte da Paz (que representa os moradores
do Parque na região de Jacarepaguá) e o próprio Parque, com a
f inalidade de trazer melhorias em relação a questões de moradia e
meio ambiente, ou seja, adequar as moradias existentes à questão do
meio ambiente para que não surjam problemas futuros de
desmatamento, l ixo jogado nos rios, invasões de novos moradores
irregulares etc.
Em relação à questão da moradia das pessoas que vivem dentro
do Parque, mais precisamente no núcleo do Pau da Fome, que abrange
a Associação na qual se baseia a presente pesquisa, concluiu-se que
saneamento básico, i luminação, legalização das moradias são pontos
que ainda precisam ser bastante discutidos, trabalhados e melhorados.
Essas questões estão sendo tratadas com os moradores em
reuniões que estão sendo realizadas regularmente com o objetivo de se
discut ir a implantação de um plano de manejo para a região, em
parceria com a ONG IPÊ (Instituto de Pesquisa Ecológica) e o INEA.
36
Pelo que foi constatado, dentro do Parque, no local em que
residem 120 famíl ias, cerca de 80% não tem saneamento básico, e
quase todas vivem em situação irregular quanto à questão das suas
moradias, ou seja, a maioria tem apenas a posse das terras em que
vive. Para aumentar o problema, o local está em franco processo de
favelização, com novas invasões.
Partindo dos dados coletados, concluiu-se que as parcerias feitas
com a Associação estão trazendo benefícios para toda a comunidade,
principalmente no que se refere à questão da partic ipação social. Os
moradores estão bastante otimistas porque estão vendo que tanto os
parceiros, como a administração do Parque e a Associação, ou seja,
todos os envolvidos (steakholders) estão se empenhando para que haja
uma real mudança na vida dessas pessoas.
O plano de manejo deve ser iniciado em breve e deve conter um
recenseamento de todos os moradores e de todas as plantações
existentes no Parque, para que se possa planejar melhor o universo a
ser trabalhado.
Foi observado que as plantações existentes no parque são
realizadas sem agrotóxicos, por isso outra questão que se pode
trabalhar futuramente é a venda desses produtos em feiras de
orgânicos, que dão um maior valor agregado ao produto vendido.
Um exemplo é o do vice-presidente da Associação (José Antônio
Pereira) que vende as bananas (orgânicas) pelo mesmo preço de
bananas cult ivadas com agrotóxicos, porque não dispõe de meios para
vender suas bananas em outras praças, que reconheçam e valorizem o
produto, pagando um preço adequado ao valor dos produtos orgânicos.
Essa realidade vivida por esses lavradores passa por diversas
questões: transporte dos produtos, conhecimento sobre plantação sem
agrotóxico, quantidade dos produtos, qualidade dos produtos,
disponibil idade, enf im, são questões futuras a serem debatidas e
trabalhadas em parceria, a f im de que os agricultores tenham renda
maior, podendo viver com mais conforto.
Isso atrair ia os jovens da comunidade que, como foi observado,
atualmente, não se mostram interessados em perpetuar o trabalho de
37
seus pais na produção de alimentos orgânicos. A maioria está inserida
em outras atividades voltadas para as áreas urbanas.
Em relação ao objetivo geral deste trabalho, pode-se af irmar que,
após a coleta e análise dos dados, foi possível uma melhor
compreensão da dinâmica da participação social e da questão da
cultura local e organizacional da Associação dos Lavradores e
Criadores de Jacarepaguá.
Quanto ao objetivo específ ico, que foi descobrir como os
parceiros (FIOCRUZ, INEA, Banco do Brasil e Governo) podem ajudar
na melhoria da situação econômica das famílias que vivem da lavoura
dentro do Parque. Após o desenvolvimento deste trabalho, comprovou-
se, através da constatação do bom resultado da capacitação em ervas
medicinais feita em parceria pela Fiocruz com os moradores do Parque,
a importância fundamental do envolvimento das partes (steakholders) e
participação social levam ao crescimento, a recuperação da auto
estima e melhor desenvolvimento de atividades produtivas (venda de
sabonetes, travesseiros aromáticos e projeto de fornecimento das ervas
para o Ministério da Saúde). Em relação à parceria feita junto ao INEA
que é responsável pela administração do Parque, constatou-se que
existe uma mudança de pensamento e atitude (acordo f irmado entre as
partes para melhoria das condições de moradia, meio ambiente,
desmatamentos e controle de novas invasões). Em relação à parceria
com o Banco do Brasi l existe um DRS em andamento que pode trazer
inúmeros benefícios através da formalização dessas pessoas que
podem vir a ser bancarizáveis e ter acesso ao crédito para
invest imentos em suas atividades. Além disso, o Banco do Brasil doou
um telecentro (onze computadores e um servidor) para as associações
de produtores para que eles possam ter acesso à internet.
38
5 - Conclusão
A partir deste trabalho foi possível a real ização de uma breve
análise da situação histórica, social, polít ica e econômica vivida pelos
lavradores l igados à Associação dos Lavradores e Criadores de
Jacarepaguá.
Nele foram apresentadas algumas expressivas mudanças
provocadas pela iniciativa de se trabalhar com a ajuda de parceiros, no
crescimento de uma atividade. No caso específ ico focado por este
trabalho, a parceira foi a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que ajudou
os moradores do Parque Estadual da Pedra Branca, no processo de
revital ização da lavoura no local.
A Residência Social foi feita na época em que a nova direção da
Associação estava tomando posse e havia uma perspectiva de
fortalecimento das relações existentes entre os steakholders
(moradores, Associação e Parque), portanto a pesquisa foi realizada,
em um momento importante, quando pode-se presenciar o movimento
crescente de otimismo e participação de um número cada vez maior de
moradores do Parque.
A parceria feita entre a Associação e a Fiocruz, visando capacitar
os moradores no cult ivo de ervas medicinais, trouxe novas
possibil idades de crescimento e de aumento de renda para os
lavradores, capacitando-os, ao mesmo tempo, para serem
disseminadores do que foi aprendido durante o curso. Este processo
contribuiu, de maneira extremamente posit iva para a auto-estima
dessas pessoas que estavam, em muitos casos, fora do mercado formal
de trabalho, o que fazia com que se sentissem à margem da sociedade.
Pode-se af irmar que a experiência vivenciada com as pessoas
dessa Associação foi única, no sentido de entender que toda a
atividade de trabalho necessita de apoio ou parcerias para o seu
fortalecimento e crescimento. Para que qualquer atividade seja
real izada de maneira produtiva, tendo o máximo de aproveitamento e
39
excelência, é fundamental o “conhecimento de como fazer”. A
Associação dos Lavradores e Criadores de Jacarepaguá teve o
conhecimento necessário passado por uma Instituição de credibi l idade,
como é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para o sucesso desta atividade (produção de ervas medicinais),
no entanto, é necessário algo mais, não apenas o plantio, manuseio,
conservação e preparo. É fundamental que os trabalhadores tenham
como escoar a produção. Nesse sentido, está sendo encaminhado, pela
Fiocruz, um projeto de fornecimento das ervas medicinais produzidas
para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Se este projeto der certo, todo o conhecimento adquir ido no
programa de capacitação dos lavradores será revert ido em resultados
práticos, ou seja, a venda dos produtos em grande escala, o que
proporcionará um considerável aumento na renda desses moradores,
trazendo, com isso, uma melhoria na qualidade de vida de todos os
envolvidos no programa.
Como destacado no trabalho, não houve, ainda, uma mensuração
de resultados em relação à venda desses produtos, portanto é
extremamente importante que a Fiocruz dê prosseguimento a essa
parceria, com o objetivo de ajudar os lavradores do Parque Estadual da
Pedra Branca a entrar no mercado.
É preciso que se destaque, também, a importância de novas
parcerias que possam ajudar a esses trabalhadores no processo de
gestão da comercialização dos produtos e na gestão do aspecto do
empreendedorismo, como por exemplo, o SEBRAE, que ajuda
pequenos empreendedores a montarem seus negócios.
As contribuições do trabalho à iniciativa pesquisada poderiam ser
destacadas justamente pelo fato de a atividade contemplada ter sido
estudada mais de perto, o que proporcionou à pesquisadora, ao f inal do
trabalho, a possibil idade de dar sugestões que possam vir a contribuir
posit ivamente, em futuro próximo, para o crescimento da atividade de
agricultura, independente da possibi l idade de futuro fornecimento das
ervas medicinais ao SUS.
40
As melhorias propostas para at ividade seriam o invest imento na
venda dos produtos orgânicos, que são plantados dentro do Parque, em
feiras, quitandas, mercados etc, especial izados em produtos orgânicos.
Desta maneira, eles alcançariam um público que compreende e
valoriza a diferença deste t ipo de alimento para os alimentos
produzidos da maneira convencional (com a util ização de agrotóxicos e
de substâncias que “aceleram” o amadurecimento dos alimentos,
fazendo com que seu sabor seja menos acentuado), estando, portanto,
disposto a pagar um valor mais elevado e justo pela mercadoria.
As oportunidades de negócios inclusivas surgidas estão
diretamente relacionadas ao sucesso e continuidade da parceria entre
os lavradores, o Parque e a Fiocruz.
Atualmente, como foi visto no decorrer deste trabalho, pode-se
perceber que está acontecendo um forte e posit ivo impacto nas
questões econômicas, sociais, ambientais e culturais, devido à
mudança nas relações entre todos os steakholders. Houve um
movimento no sentido de se melhorar e fortalecer as relações entre a
nova diretoria da Associação de Lavradores e Criadores de
Jacarepaguá e a administração do Parque.
O investimento nessa tentat iva está trazendo bons frutos pois as
diversas questões problemáticas que prejudicavam ambos os lados
estão sendo contornadas através de diálogo entre as partes e projetos
futuros visando o bem estar dos moradores e as questões ambientais
do Parque.
41
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ANEXO 1: ROTEIRO DE ENTREVISTAS.
Vice- presidente da Associação ALCRI-JPA (José Antônio Pereira)
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1 – Na atual diretoria da Associação você acha que já se pode dizer que existe uma união, uma organização entre os associados?
2 – Como está sendo a participação dos membros da associação?
3 – Dentro do Parque, onde vocês moram existe saneamento básico, luz para todas as casas e para as ruas?
4 – Como e o quê vocês da diretoria estão fazendo para conquistar a confiança da comunidade?
5 – No Núcleo Pau da Fome residem aproximadamente quantas famílias?
6 – Em época de chuvas o local onde vocês moram torna-se instável e perigoso? E já houve registro de acidentes por conta das chuvas?
7 – Como está a relação entre os moradores e a Administração do Parque? Se houve melhora na relação, no que especif icamente.
8 – Em relação à capacitação das ervas medicinais você poderia me dizer se tem algum resultado concreto para vocês, ou seja, já tem pessoas obtendo renda com a venda das ervas? Se existe alguém obtendo renda, você poderia me dizer quantas pessoas e onde estão vendendo as ervas ou os produtos originados das ervas.
9 – Além da mudança no aspecto de renda existe alguma outra mudança posit iva ou negativa dessa capacitação em plantação de ervas medicinais?
10 – Em relação à falta de saneamento, de i luminação e de documentos das terras do Parque existe algum projeto concreto de melhoria e regularização dessa situação?
11 – Em que melhorou a relação dos moradores com a administração do Parque? Você poderia citar exemplos de melhorias?
12 – Segundo o administrador do Parque Alexandre Marau existe uma tentativa de unir forças com os moradores. O que já foi feito nesse sentido?
Administrador do Parque Estadual da Pedra Branca (José Marau) feita no INEA.
1 – Como está a relação entre o Parque (representado pelo Sr. e pelo INEA) e a Associação dos Lavradores e Criadores de Jacarepaguá?
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2 – Em gestões anteriores nos foi dito que havia uma relação de impasse nas resoluções de problemas entre a Associação e o Parque. Essa dificuldade de diálogo continua?
3 – Como o INEA vê a dificuldade de saneamento básico, iluminação nas ruas e a questão da moradia enfrentada pelos moradores da Pedra Branca?
4 –Existe algum projeto de melhorias nessas questões para os moradores?
5 – Existem algumas parcerias que estão ajudando os moradores nas questões das plantações, já que uma grande parte dos moradores vive da lavoura. O INEA e o Parque têm intenção fazer parceira junto a essas iniciativas, como por exemplo, a plantação de ervas medicinais?
6 – Qual o papel do administrador do Parque?
Bióloga Fiocruz/Profito – Sandra Magalhães
1 – Você pode me explicar como é esse Projeto de capacitação em ervas medicinais que está sendo feito com os moradores do Parque Estadual da Pedra Branca?
2 – Existe alguma meta em números para atingir em relação a pessoas capacitadas?
3 – No que foi feito até agora, pode-se dizer que o projeto está tendo retorno?
4 – Como foi feita a seleção das pessoas que iriam participar do curso?
5 – Existe algum projeto de continuidade da capacitação, ou seja, capacitar mais pessoas ou mesmo algum projeto de acompanhamento dessas pessoas futuramente?
6 – Como você está vendo a resposta das pessoas que estão participando do curso? Está acontecendo alguma mudança na vida delas?
7 - Como você percebe a relação de parceria existente entre vocês (FIOCRUZ) e os
moradores?