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AVM FACULDADE INTEGRADA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
A ANSIEDADE NO DESENVOLVIMENTO E NA APRENDIZAGEM
DE CRIANÇAS DO 1° CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Por: Mariana Nascimento de Souza Esteves
Orientadora: Ms. Maria da Conceição Maggioni Poppe
Rio de Janeiro
2012
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AVM FACULDADE INTEGRADA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
A ANSIEDADE NO DESENVOLVIMENTO E NA APRENDIZAGEM
DE CRIANÇAS DO 1° CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Apresentação de monografia ao IAVM como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Licenciatura em Pedagogia.
Por: Mariana Nascimento de Souza Esteves
Rio de Janeiro
2012
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AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares que muito me
ajudaram e incentivaram a lutar até o
fim nessa jornada de muita luta e
vitória.
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DEDICATÓRIA
Dedico a todos aqueles que torceram por
mim e que de alguma forma contribuíram
para a realização deste sonho, que é
concluir o curso de Pedagogia e a minha
filha Marina que durante meses sentiu
minha ausência nesse caminho árduo de
muita pesquisa e estudo.
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EPÍGRAFE
Alívio da ansiedade
“Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao
mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por
desesperado sem remissão.
(...)
A ansiedade tentará violentar corações generosos, porque as estradas
terrenas desdobram muitos ângulos obscuros e problemas de solução difícil;
entretanto, não nos esqueçamos da receita de Pedro.
Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em nosso Pai Celestial,
porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós.
Justo é desejar, firmemente, a vitória da luz, buscar a paz com
perseverança, disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por
sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides, porém, que a ansiedade
precede sempre a ação de cair “.
Emmanuel
(trecho psicografado por Chico Xavier)
http://www.euzebianoleto.com.br/index.php/2010/04/19/alivio-da-ansiedade
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RESUMO
A presente monografia tem como objetivo principal conhecer os tipos
de ansiedade e ajudar a minimizar seus efeitos em crianças no período de alfabetização. Com essas informações conseguiremos enfrentar os medos e os sintomas que causam mal estar nos alunos. Lembrando que todo ser humano tem ansiedade, ela faz parte da nossa vida. A família deve estar sempre atenta em tudo o que diz respeito às crianças. Elas deverão ser acompanhadas sempre pelos pais e eles deverão perceber qualquer mudança de comportamento na criança, seja no ambiente familiar, escolar, social. Com essa observação, qualquer comportamento diferente e diagnosticado pelos pais, eles poderão procurar ajuda e o período em que a criança passará por determinadas situações de incômodo será menor. no ambiente escolar, nesta fase de alfabetização, o cuidado deverá ser maior, pois é nesse período que as crianças têm mais medo e preocupações com o que é novo e acabam desenvolvendo mecanismos de defesas para se afastarem desta situação que lhe deixam aflitas.
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METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho foi necessário coletar muitas
informações sobre esse assunto. A base adquirida foi a teoria Freudiana e na
psicologia infantil, para que tivesse um conhecimento teórico necessário capaz
de entender o desenvolvimento emocional da criança. Compreendi que esse
período de idade escolar de alfabetização é extremamente importante para a
formação da sua personalidade.
Para a confirmação de que a ansiedade é realmente um assunto
freqüente em muitas escolas, fiz leituras de muitos livros, como os de
psicologia de Maria Helena Novaes (2000 – p.527), que nos lembra que a idéia
predominante da infância era de “um ser incompleto, frágil, que precisa de
cuidados físicos para sua sobrevivência e não a de um vir-a-ser; a visão
tradicional da pedagogia definia a socialização da criança como algo que só
viria mais tarde, ao contrário da visão moderna psicológica que enfatiza as
modalidades subjetivas de se integrar ao meio, havendo uma socialização
evolutiva e não um período com e outro sem socialização”, hoje sabemos o
quanto é importante que a criança aprenda com os outros, que compartilhe de
novos conhecimentos. Sigmund Freud (1973), a ansiedade acentua uma
característica de limitar a respiração e a compara com o mesmo sentimento
que o bebê tem ao nascer.
Anna Freud (2205), contribuiu com seus conhecimentos sobre os
mecanismos de defesa, que são os processos psíquicos inconscientes que
ajudam a aliviar o Ego no estado de tensão.
De acordo com o autor Marconi (2001), pesquisa bibliográfica é colocar
o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre
determinado assunto, com o objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo
na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O QUE É A ANSIEDADE? 9
1.1 Ansiedade X medo 9
1.2 Como se apresenta? Quais as reações físicas e emocionais? 14
CAPÍTULO II
ANSIEDADE NA ERA MODERNA: RELAÇÃO PAIS E FILHOS (FAMÍLIA) 18
2.1 Relações Sociais 20
CAPÍTULO III
A MANIFESTAÇÃO DA ANSIEDADE NO ESPAÇO ESCOLAR E NA PRÁTICA
PEDAGÓGICA 24
3.1 A relação e a interação entre o professor e os alunos e os problemas de
aprendizagem escolar causados pela ansiedade 24
3.2 O papel do professor diante da ansiedade 27
CONCLUSÃO 31
BIBLIOGRAFIA 34
ÍNDICE 36
FOLHA DE AVALIAÇÃO 37
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INTRODUÇÃO
O objetivo desse trabalho é compreender de que maneira as
manifestações de ansiedade em crianças afetam o processo de aprendizagem
no período de alfabetização.
A relevância do tema escolhido é entender o que acontece quando a
ansiedade surge na fase de alfabetização, as novas possibilidades de trabalhar
essa questão, auxiliando não só as crianças, mais também aos pais e
professores. Pois essa entrada num novo espaço social, que é a escola,
demarca um período importante, é onde irá gastar parte do seu tempo e
estabelecerá novas relações sociais. E por isso devemos estar atentos às
estruturas cognitivas, neurológicas e emocionais, junto às características
socioculturais, que facilitarão ou dificultarão as construções da aprendizagem.
As crianças estão indo para a escola cheios de alegrias, curiosos,
porém muitos já iniciam a vida escolar com uma sensação de frio na barriga. O
que será que causa esse friozinho? Será que existe uma forma de solucionar
essa sensação que aumenta e acaba se tornando desagradável quando não
descoberta?
Ao sair da educação infantil, a criança passa por muitas mudanças, a
sala de aula passa a ser um ambiente mais frio, sem muitos brinquedos como
havia antes, muitas vezes os coleguinhas e a professora não são os mesmos,
sem esquecer que esse período de alfabetização é muito preocupante, pois o
aluno sente a necessidade de acompanhar a turma na leitura para que não se
sinta excluído do grupo.
Outros sentem essa sensação conseqüente de relações familiares,
pais separados ou que vivam juntos, mas com brigas freqüentes, ou a ausência
de um dos responsáveis em casa e até mesmo os que vivem sem os pais.
Algumas crianças são sobrecarregadas com o excesso de atividades
que os pais querem que elas façam, como balé, natação, capoeira, inglês,
informática, entre outras. É preciso ter cuidado na hora dessas decisões para
não atrapalhar o desenvolvimento da criança.
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Esse período de alfabetização é considerado um dos momentos
principais de uma criança, pois é exatamente nesse momento que elas
apresentam problemas em diferentes aspectos. É muito importante que os pais
ou responsáveis pela criança observe e respeitem às fases de seu
desenvolvimento.
Um avanço importante na compreensão da ansiedade é a descoberta
de suas causas. É verdade que, não conseguimos esclarecer todas elas, mas
já há boas pistas. Muitos acreditam que a ansiedade tenha influência genética,
e por isso, seja hereditária em grande parte dos casos.
Com este trabalho encontraremos algumas maneiras de controlar a
ansiedade.
No capítulo I, escrevo sobre os medos, suas causas e como a teoria
de Freud explica esses acontecimentos.
No capítulo II, fazemos uma reflexão sobre a relação entre pais e filhos
nesta era Moderna na qual estamos vivendo, os fatores que influenciam essa
relação e as relações com o meio em que a criança está inserida.
No capitulo III, encontraremos informações sobre a escola e os
profissionais que trabalham na equipe escolar, o papel da escola em orientar
aos pais e comentarei sobre a importância do pedagogo nestas questões
educacionais.
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CAPÍTULO I
O QUE É ANSIEDADE?
Neste capítulo refletiremos sobre a ansiedade e o medo, sua origem,
manifestações e reações com base na teoria freudiana sobre desenvolvimento
emocional da criança. Para escrever este capítulo utilizei livros e textos do
Freud (1998) e outras contribuições de autores como Rollo May (1980),
Goldstein (1995).
1.1 – Ansiedade X medo
A ansiedade está presente em vários momentos de nossa vida.
Desde os primeiros anos de vida é possível identificá-la. Quem nunca sentiu
ansiedade ao entrar em uma escola nova, ao detectar uma doença em seu
corpo, ou em relação ao futuro ou à morte?
Nos últimos anos, os estudos de relações psicossomáticas iniciaram a
exploração científica desta área e produziram novos esclarecimentos sobre a
dinâmica e o significado de medo e ansiedade. Quando os componentes
verbais ou motores de estados emocionais é parcial ou completamente inibido,
o organismo tende a substituí-los por outras formas de comportamento através
de outros canais de saída. No homem e nos animais mais superiores pareceria
que o ato do nascimento, como a primeira experiência de ansiedade do
indivíduo, imprimiu ao afeto de ansiedade certas formas características de
expressão.
Assim, vários pensamentos e comportamentos parecem não
reduzir a tensão: de fato, eles aparecem para criar tensão, pressão ou
ansiedade. Estes comportamentos podem indicar que a expressão direta de
um instinto foi bloqueada. Nas observações de Freud citadas no livro Esboço
de Psicanálise, diante de uma série de conflitos e acordos psíquicos, um
instinto opunha-se a outro, proibições sociais bloqueavam pulsões biológicas e
os modos de enfrentar situações freqüentemente chocavam-se uns com os
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outros. Ele tentou ordenar este caos aparente propondo três componentes
básicos estruturais da psique: o id, o ego e o superego.
A meta fundamental da psique é manter – e recuperar, quando
perdido – um nível aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e
minimiza o desprazer. A energia que é usada para acionar o sistema nasce no
id, existe para lidar realísticamente com as pulsões básicas do id e também
age como mediador entre as forças que operam no id e no superego, atua
como um freio moral ou força contraria aos interesses práticos do ego.
No livro “A interpretação dos sonhos” (1999), ele descreve como os
sonhos ajudam a psique a se proteger e satisfazer-se. Os sonhos são um
balanço parcial, tanto somático quanto psicologicamente. Freud indica que do
ponto de vista biológico, a função dos sonhos é permitir que o sono não seja
perturbado. Sonhar é uma forma de canalizar os desejos não realizados
através da consciência sem despertar o corpo. Durante o sono, necessidades
não satisfeitas são escolhidas, combinadas e arranjadas de modo que as
seqüências do sonho permitam uma satisfação adicional ou redução de tem
são, energias acumuladas são descarregadas.
Em toda ansiedade há agressividade reprimida. Ou acha-se em
conflito com ele próprio, os sintomas neuróticos manifestam o mal-estar da
angustia e a complicação das defesas inconscientes. As mudanças rápidas e a
transformação da maneira de viver agem como elementos patogênicos,
impedem a construção de defesas estabelecidas. Tudo o que eu não conheço
e não tenho o controle é perigoso. Sendo a ansiedade um sintoma
(organização contra a ansiedade-angústia), um fenômeno tímico, somato-
psiquico, desencadeando uma energia não utilizada, é o resultado de um
processo ligado à perda ou ausência do objeto (qualquer coisa, ação ou
expressão que permita a satisfação da finalidade original).
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Há mais de três décadas, Freud destacou a ansiedade como o
problema crucial das desordens emocionais e comportamentais.
Segundo May (1980), estudiosos como Freud, Goldstein, Horney
concordam que a ansiedade é uma apreensão difusa, e que a diferença central
entre medo e ansiedade é ser o medo uma reação a um perigo especifico, ao
passo que a ansiedade é não especifica, “vaga” e “sem objeto”. Algumas
características especiais de ansiedade são os sentimentos de incerteza e
impotência em face do perigo. E quando estamos diante de algumas situações
ameaçadoras podemos distinguir uma ansiedade normal, da ansiedade
patológica. A ansiedade normal é aquela em que um bebê se sente ameaçado
de ser separado de sua mãe. A de uma criança que se sente desprotegida e
desamparada, longe de seus pais. A do adolescente no primeiro encontro com
sua pretendente. Quando um adulto contempla a velhice e a morte, e para
qualquer pessoa que enfrenta uma doença. E muitas vezes a tensão
proveniente do estado da ansiedade pode gerar comportamento agressivo sem
se tratar de uma ansiedade patológica. A ansiedade é um sintoma, mas por
outro lado sabe-se que o individuo forma os sintomas (neuróticos ou psíquicos)
com o objetivo de absorver ou limitar a ansiedade que o ameaça – mecanismo
de defesa. E ao mesmo tempo pode se tornar elemento destruidor,
desorganizando as defesas somáticas, já estabelecidas, ou impedindo nova
organização das defesas (sintomas). Por vezes reúne e consome energia
considerável no sentido em que torna o individuo confuso, presa de pânico,
estupefato.
A ansiedade normal: 1) não é desproporcional à ameaça objetiva,
2) não envolve repressão ou outros mecanismos de conflito intrapsiquico, e,
como conseqüência segundo ponto, 3) não requer mecanismos de defesa
neurótica para seu controle, 4) pode ser enfrentada construtivamente ao nível
de percepção consciente ou pode ser aliviada se a situação objetiva for
alterada. A ansiedade normal prossegue ao longo da vida na forma em que
Freud (1974 p.407) designou por “ansiedade objetiva” (é uma reação de fuga
ao perigo externo). Alguns sinais da presença dessa ansiedade normal podem
ser apenas intranqüilidade geral, cautela, olhares atento à sua volta, mesmo
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que não exista um inimigo espiando lá fora – pode-se encontrar uma solução
construtiva.
Uma outra forma comum de ansiedade normal é relacionada com o
fato de cada ser humano se desenvolver como individuo numa matriz social,
um mundo de outros indivíduos. Como se vê com maior clareza no
desenvolvimento da criança; esse crescimento num contexto de relações
sociais envolve um rompimento progressivo de vínculos de dependências com
os pais, o que, por ser seu turno, envolve maiores ou menores crises e
choques com os pais. Essa fonte de ansiedade foi discutida por Kierkegaard
(1976) e Otto Rank (1929), entre outros.
A ansiedade normal sustentou Rank (1929), é inerente em todas
as experiências de “separação” ao longo da vida do individuo, começando com
a separação da mãe quando é cortado o cordão umbilical e terminando com a
separação da existência humana na morte. Discorda Freud neste ponto e
acredita que a ansiedade em tais casos deve, portanto, ser descrita como
“normal” e não como “neurótica”. Sendo um sintoma contínuo durante a vida do
individuo e já existe no bebê antes de qualquer conteúdo especifico se vincular
a ela.
Por outro lado, a ansiedade patológica é o reverso da nossa
definição de normal. Surge como uma reação à ameaça: 1) sendo
desproporcional ao perigo objetivo, 2) envolve repressão (dissociação) e outras
formas de conflito intrapsiquico, e como conseqüência, 3) é controlada
mediante várias formas de supressão de atividade e consciência, como
inibições, o desenvolvimento de sintomas e os diversos mecanismos de defesa
neurótica.
A ansiedade neurótica, portanto, é a que ocorre quando a
incapacidade para enfrentar adequadamente ameaças não é objetiva, mas
subjetiva – quer dizer, não é devida a uma fraqueza objetiva, mas a padrões e
conflitos psicológicos internos que impedem o individuo de usar seus poderes –
defesa contra o problema evitando-o. os sintomas da falta de energia psíquica
são o desanimo, a falta de vontade, o sentimento de cansaço e de
incapacidade de realizar as atividades, a irritação, os sentimentos de raiva, às
vezes até a ira e principalmente o sentimento de culpa. A energia psíquica é o
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combustível para o bom funcionamento da mente. Se percebermos que as
coisas externas estão nos favorecendo, nos sentimos pressionados,
desanimados. Ou seja, quanto mais tranqüilidade e harmonia exterior, maior
será a energia psíquica que teremos para a realização de nossa vida,
sentimentos, pensamentos e comportamentos. Então a maneira como
interpretamos os fatos, situações, dependem de nossa formação, de nossa
educação, da nossa cultura, e principalmente do que desejamos para nós
mesmos.
“O medo aguça os sentidos. Enquanto a ansiedade paralisa os
sentidos e os torna inutilizáveis, o medo instiga-os à ação”. (Goldstein:1939,
p.143)
Pois com o medo podemos nos orientar diante da coisa temida, já
com a ansiedade qualquer ação e percepção útil são suspensas, por um
comportamento sem sentido e repentino. O fato de a ansiedade sempre ser
acompanhada de carga emocional, levou pesquisadores e cientistas de todas
as épocas, Goldstein, Kierkegaard, Rank, entre outros a dizerem que angustia
é antes de tudo um fenômeno tímico e a região físico-orgânica da ansiedade
situam-se no diencéfalo e no hipotálamo, regiões que controlam os
mecanismos emocionais periféricos, e que, por sua vez, são controladas pelo
córtex ou pelas organizações cerebrais superiores.
Embora se organize em sintomas, nem sempre segue leis do tipo
causa-efeito, ou seja, tal ansiedade – tal sintoma. E outros fatores externos e
atuais intervêm, assim como a evolução no tempo desses fenômenos
psicopatológicos.
A sensação de ansiedade surge de acordo com a situação ou
experiência vivida, podendo alterar ou não o comportamento, e sua intensidade
pode variar desde um mínimo que serve de sinal de alarme até um máximo no
pânico. Essa desorganização aparece frente a situação de frustração ou de
conflito.
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1. 2 Como se apresenta? Quais as reações físicas e
emocionais?
Observo que algumas situações vividas por crianças podem
desencadear reações de ansiedade ou também reações depressivas. Mas
dentro desta relação, psicologicamente as crianças muitas vezes se sentem
desprotegidas e ninguém as compreende, então encontram um refugio no
isolamento e se afastam por medo, criando mecanismos de defesa para se
protegerem de uma tensão interna ou externa. E apresentam diferentes
comportamentos, que muitas vezes são conseqüências da relação com os
pais, experiências traumáticas, uma doença, perda de alguém, ou algum fato
negativo. Geralmente coisas que são difíceis de enfrentar. Parece que a
criança tenta fazer face à sua ansiedade da forma psíquica menos pesada,
construindo sintomas ou traços de caráter de acordo com sua estrutura
pessoal, da sua infância, do seu meio familiar e sócio-cultural.
Segundo Freud (2005), há dois meios de diminuir a ansiedade. O
primeiro é lidar diretamente com a situação. Resolvemos problemas,
superamos obstáculos, enfrentamos ou fugimos de ameaças e chegamos a
termo de um problema a fim de minimizar seu impacto. Desta forma, lutamos
para eliminar dificuldades e diminuir as probabilidades de sua repetição,
reduzindo assim, as perspectivas de ansiedade adicional no futuro.
A outra forma de defesa contra a ansiedade deforma ou nega a
própria situação. O ego protege toda a personalidade contra a ameaça,
falsificando a natureza desta. Os modos pelos quais se dão a distorções são
denominados mecanismos de defesa.
Os principais mecanismos de defesa “patogênicos” aqui discutidos
provem de uma tensão interna, de luta no interior do sujeito (teoria intrapsiquico
de Freud): repreensão, negação, racionalização, formação reativa, isolamento,
projeção e regressão. (Anna Freud, 1936 apud Fenichel, 1945).
Algumas pesquisas e estudos (UNIFESP e AMBAN) de diagnóstico
subdividem a ansiedade em subcategorias por ela estar presente em
distúrbios, como: síndrome de pânico, fobias, transtornos obsessivo-
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compulsivo, ansiedade generalizada, síndrome do estresse pós-traumático e
estresse agudo. Por outro lado, a ansiedade de separação é especificada como
sendo um problema relevante para a criança e o adolescente. Porém os
transtornos da ansiedade não são fáceis de identificar pela maneira como as
crianças se apresentam de forma introspectiva. Muito embora as crianças
estejam sujeitas à maioria dos transtornos emocionais encontrados nos
adultos, na maioria das vezes seu diagnostico é pobremente realizado, quando
realizado. A maioria das pessoas ainda acredita que a criança não fica
“nervosa”, porque a criança não tem problemas ou coisas assim. Outros,
infelizmente mais ignorantes, acham que a “criança nervosa” é falta de
correção enérgica, porque quando eram crianças apanhavam se não se
comportavam adequadamente. Enfim, a falta de informação sobre psiquiatria
infantil é a responsável pela maioria das dificuldades de relacionamento,
escolares e sociais das crianças, bem como, responsáveis por inúmeras
seqüelas emocionais no futuro.
Na realidade, temos visto que a familia só é mobilizada a procurar
ajuda para suas crianças quando fica evidente ou esta ameaçando o
rendimento escolar e a aprendizagem. E, infelizmente, na maioria das vezes
essa ajuda é buscada incorretamente, desde que a família alivia-se do estigma
cultural de ter que procurar ajuda de um psiquiatra qualquer possa servir;
neurologista, psicólogo, terapeutas e pedagogos, etc. Não que tais
profissionais sejam indevidos ou inúteis em psiquiatria infantil, mas nem
sempre o caso é mais adequadamente tratado por eles. Entretanto, o real
motivo para a procura deles é o receio de ter um filho tratado por psiquiatras.
A criança não tem consciência de si mesmo como um eu. Não
consegue separar seu eu do resto do mundo. Nos primeiros períodos de vida,
se produz uma importante diferenciação entre o próprio corpo e tudo o que é
exterior a ele. A noção do eu vai surgir das sensações e verificações corporais.
Será produto da ação com objetos e pessoas, onde também se forma o eu
social da criança. Outro aspecto importante é que as crianças vão percebendo
o resultando de suas ações, que ora podem ser alegres ou desagradáveis para
os adultos. Acredita-se que o nível da ansiedade normal existente em cada um
aumenta diante do grau de discordância da auto-estima criada, que fica nítido
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em algumas situações vividas pela criança diante dos pais, da professora, dos
amigos.
Em contato com as crianças em fase escolar das primeiras séries,
percebo os quantos sofrem quando se afastam dos pais para freqüentarem a
escola. E a tentativa de amenizar esse distanciamento, pelos professores. Pois
as crianças apresentam comportamento muitas vezes apático, de falta de
integração, individualidade, isolamento, ansiedade, para chegar a hora dos pais
irem buscá-los. Ainda observo, que as crianças que não contam com a
presença dos pais ou tem um relacionamento difícil com os mesmos,
apresentam falta de interesse pela escola, por atividades, e se sentem
completamente fora deste ambiente, o que pode gerar alterações no
comportamento da criança.
Em alguns casos, tais alterações causadas pela ansiedade, são as
mais variadas possíveis. Podemos destacar a agressividade, a frustração, a
violência, a apatia, os problemas escolares etc. São vários os fatores que
podem causar ansiedade, e um dos mais evidentes são os maus tratos infantis,
que em geral, se verificam casos de crianças com pais separados, divorciados
ou com conflitos conjugais. Uma profunda discussão ou ruptura familiar pode
perturbar os filhos e ser a causa da ansiedade excessiva como choro, acessos
de raiva, apatia ou retraimento social após ter sido obrigada a ficar longe dos
pais. O principal aspecto do tratamento é o desenvolvimento de uma relação
saudável e de confiança entre os pais da criança.
Algumas alterações podem ser observadas nas crianças, que
podem ser físicas: dores musculares, vontade de chorar, excesso de sono,
ranger de dente diurno, suor nas mãos e no rosto, aceleração dos batimentos
cardíacos e da respiração, sensações gástricas (dor de barriga, vontade de
vomitar e diarréia), inquietação motora, casos de enurese noturna (xixi na
cama); e alterações psicológicas como: preocupação com as coisas ruins que
acredita que irá acontecer, nervosismo, dificuldade de adormecer, aflição e
angustia, tristeza, desanimo, pouca iniciativa, falta de memória, sensação de
incapacidade, irritação, brigas familiares, agressividade na escola,
sensibilidade excessiva, medos desproporcionais ao estimulo, inquietação
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motora, dificuldade de aprendizagem. O que depende fundamentalmente da
origem do problema.
Com a explicação acerca do funcionamento da mente humana
proposta por Freud, pode entender que, como somos seres únicos e
complexos, nossas experiências de vida também serão. De acordo com esse
aspecto único da nossa estrutura, é impossível saber qual será a reação ou
atitude que uma pessoa terá diante de um acontecimento, pois os
comportamentos são conseqüências do funcionamento psíquico de cada um.
Então mesmo recebendo a mesma educação, mesmo tratamento, duas
pessoas poderão reagir de modos completamente distintos.
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CAPÍTULO II
ANSIEDADE NA ERA MODERNA: RELAÇÃO PAIS E
FILHOS (FAMÍLIA)
Neste segundo capítulo apresento a ansiedade dentro da era
moderna, as relações com a família, relações sociais e escolares, o papel da
família, da escola, da sociedade. Tive como base alguns autores que foram de
grande importância nesta área como Maria Helena Novaes (1980), Moustapha
Safouan (2000), José Bleger (2011) e outros.
Como vimos no capítulo I, esta relação desde cedo é muito importante
e fundamental para o desenvolvimento de uma criança. Os pais têm
responsabilidade no comportamento e atitude de seus filhos, durante o
crescimento, elas dependem dos seus pais. E dependendo das experiências,
da satisfação das suas necessidades biológicas, da sua segurança emocional,
da relação e dos conflitos gerados, ao desenvolver-se cada momento num
determinado contexto social que a influencia, podem ocorrer alterações em seu
comportamento.
Como a ansiedade é uma reação à ameaça, aos valores considerados
essenciais da personalidade, e como o organismo humano deve sua existência
à sua relação com certas pessoas significativas em sua infância, os valores
essenciais são originalmente os padrões de segurança existentes entre o bebê
e essas pessoas significativas. Segundo May (1980), há concordância entre
Sullivan e Hornay que o relacionamento entre a criança e seus pais, é decisivo
para as origens da ansiedade.
Para Sullivan (1966) a mãe tem um papel significativo, como fonte de
segurança total da criança. E a ansiedade surge na apreensão do bebê que
possa ser rejeitado pela mãe. Já para Hornay (1966), a ansiedade tem sua
origem no conflito da criança entre a sua dependência para com seus pais e a
sua hostilidade diante deles.
Concordo com os autores que a relação entre pais e filhos é primordial
no desenvolvimento de cada ser humano, porque desde muito cedo as
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crianças são educadas de acordo com as normas sociais, sobre o que é certo e
errado, o que se pode ou não fazer, ou seja, ela vai formando sua
personalidade de acordo com a relação com as outras pessoas. É exatamente
com a orientação dos pais, das atitudes e suas opiniões, que seus filhos podem
se comportar da mesma forma ou diferentemente. O que vai depender de como
essa criança se desenvolve, se forma, se estrutura emocionalmente,
psicologicamente no relacionamento com seus pais.
Alguns autores argumentam que algumas alterações e conflitos são
freqüentemente causados pelo sentimento de culpa decorrente do fracasso do
indivíduo em relacionar-se com o seu grupo social de um modo responsável e
maduro. E a solução construtiva do conflito envolve a relação progressiva pelo
individuo de suas capacidades na comunidade em expansão. (May: 1980).
Para Freud o prazer e o desprazer é uma inibição do ego que não
permite levar o efeito das atividades que trariam êxito e lucro. Essa hipótese de
que um conflito fundamental entre o individuo e a sociedade, no sentido de
cada ser humano tem que reprimir impulsos, instintos ou aspirações que são
proibidos pela cultura, e cuja satisfação – portanto iria acarretar-lhes sérias
conseqüências. Conflito entre as forças instintivas e a formação da estrutura
psicológica que representa a coerção social internalizada. A organização social
não é homogênea, no sentido de que seja unívoca e disponha o individuo a um
só tipo de conduta, mas sim que sua própria estrutura é contraditória e
conflituosa.
A psicanálise estudou os conflitos fundamentais no âmbito psicosocial,
mas com grande participação no âmbito sócio-dinâmico, tomando a família
como grupo básico ou matriz no qual se forma ou plasma a personalidade da
criança.
Portanto a socialização é a capacidade de saber viver em grupo e de
se adaptar à vida em grupo, com formas de comportamento social adequadas
às solicitações do ambiente com uma interação significativa.
A socialização deve ser sempre considerada pela escola, pois é
indispensável que a criança consiga um índice satisfatório que possibilite a
criança a lutar pela vida, a integrar-se nos grupos e na realidade social, ao
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ingressar na escola tem diante de si um mundo novo e sente a necessidade de
desempenhar novos papéis sociais e de encontrar seu lugar nesse novo grupo.
2.1 Relações sociais
Há autores como Rollo May (1980), Sullivan (1966), Kier Kegaard
(2011), entre outros que definem a era moderna como a idade da ansiedade,
associando a este acontecimento psíquico e agitada dinâmica existencial da
modernidade; sociedade industrial, competitividade, consumismo desenfreado
e assim por diante. Diz-se que a simples participação do indivíduo na
sociedade contemporânea já preenche, por si só, um requisito suficiente para o
surgimento da Ansiedade. Portanto, viver ansiosamente, passou a ser
considerado, uma condição do homem moderno, ou um destino comum ao qual
todos estamos, de alguma maneira, atrelados.
Até por uma questão biológica, podemos dizer que a Ansiedade
sempre esteve presente na jornada humana desde a caverna até a nave
espacial. A novidade é que só agora estamos dando atenção à quantidade,
tipos e efeitos dessa ansiedade sobre o organismo e sobre o psiquismo
humano, de acordo com as concepções da prática clinica, da medicina
psicossomática e da psiquiatria.
Em tempos modernos esse termo é atualmente de uso corrente entre
as pessoas. Porém ninguém gosta de pensar na Ansiedade, no Stress, no
Esgotamento ou na Depressão como formas de algum transtorno emocional,
no entanto são cada vez mais freqüentes nas nossas vidas em conseqüência
da evolução tecnológica e social no mundo.
Os grupos estão inseridos em uma sociedade que influencia atitudes,
estabelece padrões, dá valores e que, também está inserida em um contexto
de cultura que deve ser sempre levado em consideração.
Podemos considerar o stress uma atitude biológica necessária para a
adaptação do organismo a uma nova situação. Em medicina entende-se o
stress como uma ocorrência global, tanto do ponto de vista físico quanto
emocional. Fisicamente o stress aparece quando o organismo é submetido a
uma nova situação, como uma cirurgia ou uma infecção, por exemplo, ou, do
22
ponto de vista psicoemocional, a uma situação entendida como ameaça. De
qualquer forma, trata-se de um organismo submetido a uma situação nova
(física ou psíquica), pela qual ele terá que lutar para adaptar-se,
conseqüentemente, sobreviver. Portanto, o stress é um mecanismo
indispensável para a manutenção da adaptação à vida. Do ponto de vista
psíquico o stress se traduz na ansiedade. Sendo uma atitude fisiológica
(normal) responsável pela adaptação do organismo às situações de perigo. Se
não existisse esse mecanismo que nos coloca em posição de alerta ou alarme,
talvez nessa espécie nem teria sobrevivido às diversidades encontradas pelos
nossos ancestrais.
Vivemos um momento em que as famílias passam por difíceis
problemas de reestruturação, em situações caóticas, de competitividade, onde
facilmente surge à ansiedade, o stress entre outros transtornos. Uma
sociedade talvez um pouco mecanizada, digitalizada, informatizada, onde as
pessoas precisam mostrar suas capacidades, habilidades, e superioridade
diante das máquinas poderosas, que parecem ser elementos facilitadores do
aparecimento cada vez mais elevado de ansiedade e stress nas pessoas.
Então temos adultos que sofrem com essa carga emocional tão forte, e que
podem ser perceber passar para as crianças, crianças essas que se espelham
nos pais, professores e outras pessoas importantes para a formação da sua
personalidade.
Muitas crianças hoje, ainda usando fraldas, sem saber ler e nem
escrever, dominam o mouse com a mesma habilidade com que brincam com
seu chocalho. O contato com a tecnologia começa cada vez mais cedo. Nas
escolas particulares, onde os computadores são mais comuns que no ensino
público brasileiro, as aulas atendem a uma clientela no mínimo precoce.
Mexer no computador não é uma atividade prejudicial, porém exige
limites rigorosos assim como a televisão. Não deve ser usado por longos
períodos, sob o risco de ampliar a ansiedade infantil. Pode ser um bom aliado
no ensino, ajudando nas lições de casa e no desenvolvimento motor,
percepção, raciocínio lógico, dependendo do uso que se faz no computador. É
preciso haver equilíbrio entre as atividades do dia-a-dia, lúdicas, físicas, as que
estimulam as relações interpessoais e os momentos de brincadeira
23
informatizada. Não adianta introduzir uma criança na informática, deixando
para trás as brincadeiras de roda, os esportes e outras atividades fundamentais
em sua formação.
Para o educador Seymour Papert (2008), autor de dois livros sobre a
influencia da informática no desenvolvimento infantil, tudo depende do uso que
se faz do computador.
A escola tem expressivo significado social, não só porque satisfaz as
necessidades do indivíduo de pertencer e viver em grupo, como também,
atende às suas necessidades individuais de afirmação, de conhecimento, e de
novas experiências. Devendo atentar para a análise do processo de
socialização, pois é grande a responsabilidade no ajustamento social dos
alunos, devendo aprender a reagir adequadamente às estimulações do grupo e
do ambiente social.
Pois há alunos que, ao trabalharem em grupo, só consideram suas
próprias necessidades e desconhecem as dos alunos e dos demais elementos
da escola.
Há outro aspecto que deve ser considerado na educação, o de
favorecer a capacidade de conciliação entre a liberdade e a responsabilidade
social. Um grande problema do mundo moderno. Porque todos nós queremos
ter nossa liberdade, porém não temos consciência de que nossa liberdade só
existe se não interferir na dos outros.
O clima ou atmosfera psicológica de uma escola tem muita influencia
sobre o comportamento e na mobilização da ansiedade tanto dos alunos como
dos professores. Pois reflete um conjunto de subculturas, é uma combinação
de fatores organizadores e das características da personalidade de seus
componentes. Pode-se constatar que os alunos universitários têm possibilidade
de escolha diante de uma instituição educacional que lhe convém, de acordo
com as suas necessidades pessoais. O que já não acontece com os alunos
das séries primárias ou secundárias, podendo o clima das mesmas conscindir
ou não com suas necessidades pessoais, influenciando, talvez, em maior grau
a conduta dos seus alunos.
Segundo Novaes (1976), há evidencias de grandes diferenças,
sobretudo a respeito de variáveis como: importância que se dá ao desempenho
24
escolar, orientação intelectual e social dos alunos, aspirações educacionais e
ocupacionais dos grupos. A percepção que os alunos têm da classe também é
fator importante, sobretudo se é estimulante para eles.
Sendo necessário também considerar as demais variáveis que
influenciam. Tais como: meios didáticos e instalações, tamanho da escola,
competência dos professores, influencias mútuas dos colegas, igualdade de
oportunidades, influencias do grupo e estruturas da classe.
Tal preocupação quanto à adaptação escolar é importante, pois podem
ser estabelecidos características das relações dos alunos com os professores,
os colegas e com o grupo-escola, prevendo possíveis dificuldades de acordo
com os tipos de contexto escolar e descobrindo modalidades adaptativas
peculiares aos alunos. O estudo da adaptação dos professores também
poderia ser feito, prevendo-se dificuldades de manejo de classe por conta das
características de personalidade, estilos cognitivos e influencia externas,
também mobilização emocional diante de comportamento dos alunos.
25
CAPÍTULO III
A MANIFESTAÇÃO DA ANSIEDADE NO ESPAÇO ESCOLAR E
NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Neste capítulo são vistas as ansiedades pedagógicas, o papel do professor,
relações de interação entre o professor e o aluno, as dificuldades de
aprendizagem conseqüentes da ansiedade e seus sintomas.
3.1 A relação de interação entre o professor e o aluno e os
problemas de aprendizagem escolar causados pela ansiedade.
Muitas coisas fazem nosso coração bater mais forte nos dias
atuais. Ficamos muito mais preocupados, vivemos com muito mais medo da
violência, das ruas, do desemprego, da perda, da falta de dinheiro para
comprar os alimentos para a casa, das dificuldades na educação das crianças.
Diversos fatores em constante mudança fazem com que as crianças também
percebam essa mudança e precocemente compreenderá o que está passando
ao seu redor.
Algumas dessas causas estão relacionadas às condições físicas,
intelectuais, emocionais e que podem levar a criança a apresentar
comportamento inadequado dentro da escola. Outras causas estão ligadas as
influencias ambientais, familiares ou sociais. Dentre os fatores que influenciam
podemos distinguir a falta de compreensão e aceitação dos problemas pelos
professores, falta de diagnostico, de orientação entre outros. Segundo Novaes
(1980), há três grupos de inadaptação escolar: de dificuldades no rendimento
escolar, que são casos de alunos com dificuldade de assimilar o conteúdo, ou
até mesmo, compreendem, mas não tem motivação para participar ou fazer as
atividades propostas; de dificuldade na conduta e nas relações sociais, são os
alunos que sentem dificuldade de se relacionar com os demais e outros com
26
comportamento inadequado; de distúrbios na saúde física e mental da criança,
são os casos de crianças que precisam de acompanhamento especial.
Esses três grupos citados quando juntos, acabam desencadeando
um descontrole emocional perpassa da sala de aula, quando muitas vezes o
professor não consegue manter o controle da turma, ou uma situação de
expectativa que envolva até mesmo a turma. Devemos considerar que educar
uma criança é favorecer sua adaptação ao ambiente escolar, ajudando-a a
desenvolver sua personalidade e a adquirir mecanismos positivos de
adaptação frente às novas situações. Os educadores podem e devem
aumentar o dinamismo vital da criança, favorecendo o progressivo
amadurecimento emocional e integração ao grupo escolar.
Freire disse: “Lido com gente e não com coisas. E porque lido com gente,
não posso, por mais que inclusive me dê prazer entregar-me à reflexão teórica e
crítica em torno da própria prática docente e discente, recusar a minha atenção
dedicada e amorosa à problemática pessoal deste ou daquele aluno ou aluna”.(p.141)
Esta citação nos faz refletir sobre o papel do professor em conhecer o
seu aluno e identificar aquele que precisa de ajuda.
Para compreender melhor alguns problemas de adaptação é
importante se fazer uma observação e sondagem dos fatores hereditários, das
condições físicas e de desenvolvimento dos alunos, e também das pressões do
meio.
Em situações comuns, os alunos não reagem apenas a um
estímulo isolado, mas a uma situação complexa que envolve interação de uma
multiplicidade de fatores aos quais deverá se destacar os mais importantes e
reorganizar os vários componentes com outro significado total.
Quando temos uma situação de repetência escolar, por exemplo,
devemos considerar aspectos importantes: pedagógicos (métodos de ensino,
qualidade de ensino, influência do professor); psicológicos (nível de
maturidade, capacidade intelectual, condições psíquicas, índice de
ajustamento); sociais (influências ambientais do grupo familiar, escolar,
condições socioeconômicas); físicos (deficiências físicas, doenças, distúrbios
somáticos, obesidade, distúrbios endócrinos, disritmias).
27
Alguns dos fatores que com freqüência interferem no rendimento
escolar são déficits físicos, imaturidade nos diversos setores, dificuldades
sócio-econômicas, condições negativas do ambiente familiar (excessiva
proteção dos pais, pais desajustados, severos ou rígidos), fraca adaptação ao
ambiente escolar, programas escolares e métodos de ensino inadequados.
Para melhor compreensão é necessário analisar os Dinamismos
Psicológicos que vem da necessidade de ter autonomia, independência,
oposição à autoridade, da afirmação pessoal que mobilizam os mecanismos de
defesa do indivíduo para vencer as pressões ambientais torna-se fundamental
para a compreensão dos problemas de conduta e de rendimento escolar. É
comum encontra em alunos que sofram de angústia, depressões, inibições
motivadas por frustrações afetivas, insegurança ou agressividade contra o meio
um rendimento escolar fraco.
Com um aumento notável de alunos com dificuldades em se adaptar
nas escolas, percebo o quanto é importante que a equipe escolar se interesse
por esse assunto e que observem esse processo de adaptação e
comportamento escolar com um olhar mais atencioso.
A ansiedade de um aluno pode acontecer a partir das exigências
excessivas do ambiente, como o sentimento de solidão ou falta de
comunicação que desencadearão em dificuldades de relacionamento e na
aprendizagem, muitas vezes rotuladas simplesmente como problemas de
adaptação escolar.
No lado psicológico a ansiedade crônica ou o esgotamento leva a
um estado de apatia, desinteresse, desânimo e uma espécie de pessimismo
em relação à vida, às pessoas, às coisas que estão a nossa volta. Geralmente
alunos com problemas emocionais adotam atitudes agressivas. É necessário
que ao observar esse tipo de conduta feita pelo aluno, o professor trace
estratégias para com esse aluno. Se a estratégia seguida não tiver sido bem
sucedida, o professor deve pedir apoio à equipe pedagógica. O que não
podemos deixar que aconteça é o aluno ficar sem ajuda nessa fase.
A cobrança de muitos pais, de alguns professores, ou até mesmos
dos colegas para que esse aluno seja um aluno-perfeito, ajuda o aluno a ficar
mais apreensivo, pois depositaram nele tanta confiança que ele se sente na
28
obrigação de não decepcionar ninguém. Isso poderá ser refletido no
rendimento escolar. A criança precisará colocar esse sentimento pra fora e
poderá fazer isso através de brigas, fazendo as tarefas que já sabe errada, não
conseguindo se concentrar, etc.
Temos que lembrar que os pais são pessoas fundamentais para
uma criança, porque são eles que irão ajudar no seu desenvolvimento. Eles
precisam estar atentos, buscando informações por meio de leitura,
conversando com a coordenação pedagógica, conversando com outros pais,
etc. As atitudes adequadas, o acolhimento na hora necessária, ajudando a
conviver com o prazer e a insegurança, como lidar com os desejos e as
decepções que estão vivenciando todos dias e certamente, oferecerão para
seus filhos oportunidades neste aprendizado, e num futuro bem próximo, eles
saberão conviver e resolver situações mais difíceis.
Quando a criança tem segurança no seu ambiente familiar, onde
percebe que seus pais vivem com respeito e resolvem seus problemas
naturalmente, terá um local mais acolhedor para seus anseios, isso mostrará a
ela, como enfrentar as adversidades do cotidiano.
É importante assinalar que qualquer problema ocorrido em alguma
das fases do desenvolvimento proposto por Freud, que impossibilite ou dificulte
a passagem de um estágio para outro de forma completa e bem sucedida,
pode acarretar, sob forma de sintoma, em dificuldades de aprendizagem no
contexto escolar. Em função do aspecto emocional do aluno surgem problemas
na aprendizagem escolar, dependendo da forma como essa ansiedade
patológica se apresenta em determinada pessoa, ela poderá se mostrar
hipocondríaca pode evitar freqüentar lugares onde possa se ver em situações
de pânico, pode apresentar algum comprometimento de seu modo de vida.
Algumas crianças do ensino fundamental apresentam sintomas
depressivos, de desatenção, hiperatividade e impulsividade, podendo interferir
no funcionamento familiar, social e escolar.
29
3.2 O papel do professor diante da Ansiedade
Sabemos que a adaptação escolar do aluno é muito importante,
mas precisamos conhecer alguns problemas do educador. Alguns imaturos,
outros com insatisfação pessoal e profissional ou sem motivação, com
resistência a mudanças, negativos em relação ao trabalho escolar e aos
alunos, desencadeando muita dificuldade de adaptação.
Nós exigimos muito de nossos alunos e esquecemos de nos
perguntar se a escola e os professores estão se adaptando a eles, as
necessidades e aos interesses. Podemos usar diversas estratégias para a
adaptação do aluno, se a escola e a equipe estiver organizada e trabalhando
para que isso aconteça. Já que o processo de adaptação é considerado como
um processo contínuo, é um absurdo exigirmos um único e permanente padrão
de adaptação nos comportamentos escolar. O papel do professor e da escola
nos dias atuais são bem diferentes, as responsabilidades e as exigências no
desenvolvimento e na formação das crianças são maiores do que antes. Hoje,
a grande maioria dos pais trabalha, e quase não tem tempo para cuidar dos
filhos, isso faz com que haja mais atribuições a escola. Não devemos esquecer
que há diferença entre a postura do professor e dos pais, o ciúme e a disputa
pelo carinho do professor, pode ser manifestado com intensidade bem diferente
da família. Os professores tentam dividir o carinho com muitas crianças. Devo
ressaltar que o professor é uma pessoa também marcada por seus próprios
desejos, tem suas preferências, simpatias e antipatias pelos seus educandos.
Dessa forma, ele sente dificuldade em ser neutro devido ao processo de
identificação, onde tanto professor quanto aluno sofrem modificações na
relação. E numa relação, cada pessoa envolvida tem a sua história de vida.
Quando os problemas começam a aparecer em uma determinada
área, é preciso compreender as razões que a levam a agir desta ou daquela
maneira.
Dentro da sala de aula, podemos perceber algumas dificuldades de
aprendizagem que podem ser notadas quando o aluno apresenta baixa
capacidade de se concentrar e de ter atenção, ele não consegue entender o
que é transmitido, seu raciocínio é demorado, tem dificuldade de memorizar,
30
não tem interesse pelas atividades, não cria hábitos de estudos. Quando há
dificuldade no comportamento, eles apresentam agressividade, indisciplina,
usam linguagem inconveniente, entre outras.
O comportamento é decorrente do nosso aparelho psíquico, o
modo como vemos o mundo, as situações cotidianas, é tolerável que os
problemas de aprendizagem apresentados nas escolas, se fizer uma
investigação, sejam atribuídos a um fator emocional.
A escola é uma instituição social que tem como principio
fundamental a educação de seus alunos, desenvolvendo-os como pessoas e
isso será passado através da figura do professor, que ocupa a posição de
facilitador da aprendizagem escolar.
Ao entrar na escola, a criança tem uma expectativa do que vai
acontecer lá, tudo que dissermos de positivo para ela se tornará um estimulo,
uma motivação que fará com que ela esteja emocionalmente envolvida. Se
fizermos o contrário, se sentirá desmotivada e desinteressada.
Diante dos problemas e dificuldades encontrados por diversos
professores e também como educadores devemos nos interessar e fazer com
que haja uma mudança no processo de aprendizagem, revisando alguns
fundamentos psicológicos e maneiras de adaptação dos alunos. Dessa forma,
nós, professores e educadores, nos sentiremos mais confiantes e seguros a
medida em que aprendemos a organizar as informações sobre nossos alunos e
ampliarmos nossos conhecimentos no desenvolvimento dos mesmos. Para
conseguirmos compreender, avaliar e encontrar com mais flexibilidades as
soluções para as dificuldades.
Tenho a certeza de ser extremamente importante que o professor
tenha preparação, que a escola seja organizada, com uma equipe estruturada
e que forneça os recursos necessários para atendermos aos alunos, recursos
não só material, mas com metodologias aplicáveis para atender a diversidade.
Que os pais sejam orientados, esclarecidos em relação às atividades
educativas, para que seja feito um trabalho em conjunto.
Devemos observar um fator importante, quando a criança não
conseguir aprender, devemos nos questionar: em que padrão de aprendizagem
ela está inserida, por que ela não consegue aprender e se aconteceu alguma
31
coisa que pudesse perturbá-la? Façamos isto antes de afirmar que ela tem
algum problema emocional ou até mesmo neurológico e encaminhá-la para
fazer exames.
As tarefas propostas às crianças têm um sentido que é buscar o
prazer e a satisfação em cada uma delas. Quando realizam as atividades, as
crianças buscam incansavelmente o prazer, porque é isso o esperado pelo
aparelho psíquico devido às exigências do Id. A atividade intelectual está ligada
à capacidade da criança de estabelecer uma relação com as coisas e ter
domínio sobre elas. E alguns erros cometidos pelas crianças podem ser
recursos inconscientes para exporem seus sentimentos. É importante que a
criança perceba que o professor tem consideração pelo seu erro ou por sua
dificuldade de aprendizagem escolar como uma forma de expressar seus
sentimentos e pensamentos.
O educador precisa estar preparado para lidar com esses
comportamentos apresentados pelos alunos, pois na escola a confiança é
primordial para que a criança possa expressar-se com sinceridade,
demonstrando sua atração ou aversão pelas tarefas propostas pelo professor,
sem medo, com segurança e sentindo-se valorizada. Devo ressaltar, que é
importante que nós educadores sejamos capazes de trabalhar com as
diferenças, nos permitindo, buscar e encontrar novas possibilidades de
estímulos e motivação. Se tivermos essa consciência de que o nosso papel na
escola é mais do que transmitir conteúdos didáticos, conseguiremos sucesso
em tudo o que vier pela frente. Pois um professor é um profissional de diversas
habilidades.
Existem alternativas para ajudar no controle da ansiedade, uma
delas é a meditação. Essa técnica é baseia-se em exercícios respiratórios e
muita concentração. Podemos fazer esse trabalho na sala de aula com todos
os alunos antes de iniciar as atividades do dia, ou com o aluno que esteja
apresentando sintomas da ansiedade, individualmente. Com essa técnica ele
consegue trazer a mente para o tempo presente, já que a ansiedade está
ligada às expectativas futuras.
Atividades físicas são práticas importantes para ajudar a controlar a
ansiedade, pois os exercícios estimulam as endorfinas, que são substâncias
32
que melhoram ação dos neurotransmissores ligados ao humor. Uma dieta
saudável também ajuda bastante, pois os legumes, as verduras e as frutas
possuem compostos que ajudam a regular o processamento das emoções.
33
CONCLUSÃO
Durante esse período de pesquisa, tentei compreender a ansiedade e
o que ela exerce sobre as crianças em fase de alfabetização.
Encontrei na teoria de Freud e na psicologia infantil esclarecimentos
teóricos para compreender o desenvolvimento emocional da criança.
Podemos entender que esse período de alfabetização é muito
importante para a formação de sua personalidade, pois seu mundo se torna
mais abrangente quando há contato com outras pessoas. O professor também
exerce uma grande influencia na vida dos seus alunos, pois muitos os
consideram como um substituto da figura materna e paterna. Os alunos
conseguem transmitir para o professor sentimentos importantes para ele.
Qualquer pessoa vista na posição de autoridade para uma criança tem
um papel fundamental em sua vida, pois isso dará o limite necessário na vida
delas.
O que chamou a atenção durante este trabalho, foi a importância da
individualidade da criança, ou seja, a maneira como cada uma irá interpretar,
as suas próprias vivencias, embora haja grande influência exercida pelo meio
em que vive, mais precisamente quando a criança está em processo de
formação de sua personalidade.
Após diversas leituras e perguntas sobre o tema, constatei que não é
porque os pais se separam, por exemplo, que a criança, necessariamente, terá
problemas na aprendizagem escolar. Muitos dizem que os pais são os
responsáveis por todos os acontecimentos com seus filhos, e que qualquer
coisa que aconteça de anormal entre eles, resultará problemas na
aprendizagem da criança. Isso não é verdade. Existem diversos aspectos que
resultam na dificuldade de aprendizagem. A psicanálise apontou o caminho de
que a criança está sempre, inconscientemente, em busca de tudo que lhe
proporcione prazer, satisfação, e quando isso não acontece, surgem tensões,
sintomas de ansiedade, etc.
34
Na escola, temos profissionais importantes, como o pedagogo. Ele
pode auxiliar as crianças com ansiedade e se necessário encaminhá-las para
um tratamento mais específico.
“A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores
no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas,
formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino
com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do
conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula”.(CORTEZ, 1996, p. 127).
O que temos que entender é que a nossa preocupação é com o bem
estar do aluno dentro e fora da escola e para que haja essa aprendizagem de
qualidade, precisamos conhecer a rotina dessas crianças e ajudá-las no que
estiver ao alcance da escola.
Freud diz que para que haja aprendizagem, é necessário não haver
uma incompatibilidade muito grande entre o Id, o Ego e o Superego, senão,
uma intensa ansiedade poderá ocorrer. Sendo assim, quando por qualquer
motivo, essas três instancias forem incompatíveis, a criança pode expressar
dificuldades na aprendizagem escolar, e as causas para esses acontecimentos
são muitas, comportamentais, emocionais, físicas e de aprendizagem.
De acordo com essa afirmação, percebemos que para que a criança
tenha uma vida escolar tranqüila e prazerosa, é necessário que ela esteja em
perfeita harmonia com si mesma, ou seja, todas as suas características físicas
e mentais precisam estar equilibradas.
A criança ansiosa sente muita dificuldade em realizar as tarefas
escolares com segurança. Muitas vezes, precisam de ajuda para compreender
e ficam envergonhadas em solicitar essa ajuda. Vygotsky (1989) afirma que a
ajuda prestada à criança em suas atividades de aprendizagem é válida, pois
aquilo que a criança faz hoje com o auxílio de um adulto ou de outra criança
maior, amanhã estará realizando sozinha. Essa ajuda será válida, pois a troca
de experiências com seus colegas ou com a ajuda do professor trará mais
segurança a ela, assim os sintomas ansiosos vão aos poucos sendo
controlados. Para Roman e Steyer (2001) os conflitos emocionais interferem
muito no rendimento da criança. Cabe à escola, na figura do professor, fazer a
“escuta” adequada destas manifestações, considerando o estado geral da
35
criança em seu dia-a-dia, o contexto familiar em que está inserida e os
eventuais problemas familiares que possa estar vivenciando, desde o
nascimento de um irmão, a morte de um familiar, uma situação de
desemprego, separação dos pais, dentre outros problemas.
36
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ZAGURY, Tânia – Filhos, manual de instruções. RECORD 2011
ZAGURY, Tânia – Limites sem traumas. RECORD 2006
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
EPÍGRAFE 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
O QUE É ANSIEDADE 10
1.1 Ansiedade X medo 10
1.2 Como se apresenta? Quais as reações físicas e emocionais? 15
CAPÍTULO II
ANSIEDADE NA ERA MODERNA: RELAÇÃO PAIS E FILHOS (FAMÍLIA) 19
2.1 Relações Sociais 21
CAPÍTULO III
A MANIFESTAÇÃO DA ANSIEDADE NO ESPAÇO ESCOLAR E NA PRÁTICA
PEDAGÓGICA 25
3.1 A relação e a interação entre o professor e os alunos e os problemas de
aprendizagem escolar causados pela ansiedade 25
3.2 O papel do professor diante da ansiedade 28
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 35
ÍNDICE 38