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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A Controladoria e o Controller no Processo de Gestão
Organizacional
Carla de Oliveira Souza
ORIENTADORA: Prof. Luciana Madeira
Rio de Janeiro 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Auditoria e Controladoria. Por: Carla de Oliveira Souza
A Controladoria e o Controller no Processo de Gestão
Organizacional
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
À Deus em primeiro lugar, à minha família, aos
meus amigos, à minha orientadora Luciana
Madeira.
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DEDICATÓRIA
À Maria Edna Oliveira Pinto, minha mãe, minha
inspiração e meu exemplo de vida.
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RESUMO
O objetivo desse trabalho é esclarecer a importância da
Controladoria e do Controller na gestão organizacional, demonstrando a
missão, a função, o papel e a competência do Controller numa empresa. A
Controladoria pode ser definida como uma importante ferramenta de gestão, de
modo que através dos relatórios elaborados, estes possibilitem aos gestores
um auxílio no controle e planejamento da organização. Na entidade, ela é
exigida na elaboração e execução dos projetos, sobretudo os operacionais,
tendo em vista o controle de curto, médio e longo prazo. Uma estrutura
organizacional bem desenvolvida necessita de um excelente gestor para a
tomada de decisão, contudo os departamentos precisam criar relatórios
detalhados para que o mesmo tenha uma ampla visão do desempenho da
entidade. A Controladoria é uma área que necessita ser desenvolvida por um
profissional habilitado e com muita competência, devendo manter-se
atualizado, o que possibilitará ao mesmo o diagnóstico preventivo de
problemas e a proposição de soluções. A grande maioria das empresas
compete em um mercado muito competitivo onde o menor preço e a qualidade
do produto/prestação do serviço são a peça chave para o sucesso, desta forma
exigindo da mesma um grande nível de eficiência na produção, na busca do
menor nível de desperdício possível.
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METODOLOGIA
A Metodologia empregada foi com base em pesquisas bibliográficas
descritivas e explicativas, salientando a importância da controladoria e do
controller no processo de gestão organizacional seus controles como
ferramentas na tomada de decisão. Apoiada em livros sobre o tema,
alicerçando também em pesquisas bibliográfica com materiais dos últimos 15
anos, existem muitos autores de tema pesquisados. Os principais livros
pesquisados: Controladoria Avançacada de Clóvis Luis Padoveze,
Controladoria Estratégica de Luis Martins de Oliveira, José Hernandez Perez
Jr. e Carlos Alberto dos Santos Silva, Controladoria: Um enfoque na eficácia
organizacional de Auster Moreira Nascimento e Luciane Reginato, adquirindo
assim conclusões a respeito do assunto em estudo.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTROLADORIA 09
CAPÍTULO II
O CONTROLLER 17
CAPÍTULO III
CONTROLADORIA COMO GESTORA NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES 26
CONCLUSÃO 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
As mudanças constantes no ambiente empresarial provocam a
necessidade de informações cada vez mais rápidas e precisas. A grande
competitividade e a crescente exigência de consumidores, entre outros, são
fatores que afetam as empresas e muitas vezes essas organizações não estão
preparadas ou não dispõem de ferramentas adequadas para a sua gestão.
Percebem-se então uma grande relação entre os sistemas de
informação e a controladoria, cuja função básica é subsidiar os gestores na
busca constante dos objetivos da organização, através da disponibilização de
informações oportunas e relevantes, mantendo uma estreita relação com a
atividade de planejamento e tomada de decisão. O trabalho parte de um estudo
sobre a contribuição que o setor de controladoria pode proporcionar para
melhorar a eficiência nos resultados torna-se relevante, uma vez que
contribuirá para revelar as organizações propostas que poderão ser
executadas e assim obter um maior grau de controle dentro das empresas.
O objetivo desse trabalho é realçar a importância da Controladoria e
do Controller na administração de empresas, do mesmo modo que sua
importância como staff à Gestão Econômica. Analisar os aspectos conceituais
da controladoria enquanto campo de conhecimento. Destacar a importância e a
missão da controladoria dentro das empresas, através do profissional
Controller; Salientar quais os tipos de processos que são utilizados pela
controladoria para a tomada de decisões.
Diante deste contexto pode-se questionar qual é a importância da
controladoria e do controller na gestão organizacional?
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CAPÍTULO I
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTROLADORIA
Estudos indicam que procedimentos contábeis já ocorriam quando
os homens das cavernas precisavam prever a necessidade de comida para o
inverno, bem como quando contavam suas ovelhas e avaliavam a condição de
seus rebanhos. Lopes (2010, p. 6) destaca que para Lunkes e Schnorrenberger
(2009): “(...) os pressupostos de controle, tácitos ou explícitos são inerentes à
própria existência humana e com ela evoluem”.
De acordo com De Rochi (2007, apud Lopes 2010, p. 6) os primeiro
registros que se tem a respeito de controladoria está relacionado com a
civilização egípcia, a cerca de 2000 a.C. Com base nos seus estudos, essa
primeira constatação histórica está ligada aos métodos utilizados por um
tesoureiro egípcio, que era responsável pela verificação dos estoques de
cereais armazenados nos silos administrativos de Faraó.
Lopes (2010, p. 7) diz que, segundo Jakson (1949): “(...) a
controladoria surgiu nas empresas americanas na segunda metade do século
XIX para atender as áreas de secretaria e tesouraria (...)”. Para o autor, este
aumento foi decorrente do crescimento das empresas, da complexidade
tributária e da estrutura de financiamento, impulsionada pela Revolução
industrial, o que impactou de forma positiva o fluxo de informações econômicas
e financeiras das organizações.
A Controladoria, também chamada de Contabilidade Gerencial,
segundo Adelegan (2001, apud Bleil, Bonatto, De Oliveira, Dos Santos e
Mauss, p. 6) tinha uma atuação restrita à área de custos e exercia o controle
financeiro da empresa. Após 1965 passou a desempenhar um papel gerencial
dentro das organizações, com fins de planejamento e controle à gerencia. Na
década de 80, com os avanços tecnológicos, a Contabilidade Gerencial estava
voltada ao Processo de Planejamento Estratégico, buscando reduzir custos e
desperdícios através de análises de processos e da gestão estratégica. Na
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década de 90, voltou- se a elaboração de valor através da utilização de
recursos por meio de implementação de gestores econômicos.
Atualmente a Contabilidade Gerencial, é o produto dessas quatro fases de
evolução. Porém Controladoria, passa constantemente por processos de
“atualização”, pois o mercado vive em constantes mudanças, forçando os
gestores a se adaptarem a essas transformações. Surgindo a necessidade de
sistemas de informação que acompanhem essa constante evolução no
mercado. Tornando assim as organizações, através do apoio da Controladoria,
mais vivas frente à concorrência e a esse ambiente instável.
1.1. História da Controladoria
Não se pode começar a falar de controladoria sem realizar antes um
breve relato sobre a história da contabilidade. Os primeiros sinais de
contabilidade surgiram na pré-história com os sumérios de forma empírica, ou
seja, conhecimento superficial onde o mercado era baseado na troca de
mercadoria. Na idade media foi marcado pela a sistematização dos registros
obra de Leonardo Fibonacci, na idade moderna o que revolucionou foi o
método das partidas dobradas criadas pelo monge Luca Paccioli, já na
contemporânea a contabilidade deixa de ser arte para ser uma ciência assim
surgiram varias doutrinas introduzidas por empresas e escola da época. Com
crescente complexibilidade das organizações, conseqüentemente trouxe com
ela maiores problemas a serem controladas. Desta forma a função de
controladoria tem um papel amplo e importante dentro das organizações
empresariais.
Os primeiros controladores tiveram origem no governo da Inglaterra
e este título foram utilizados em vários cargos, porem em 1931 foi criado o
Controller Institute of America posteriormente tendo o nome alterado para
Financial Executive Institute, órgão este que realçou os padrões profissionais
da controladoria. No inicio foram recrutados profissionais entre os responsáveis
pelo odepartamento de contabilidades ou financeiro das empresas, pois estes
possuíam qualificações essenciais para o desenvolvimento da função, ou seja,
possuem visão ampla da organização podendo enxerga as dificuldades e
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propor soluções. Esta função tem como objetivo subsidiar decisões a serem
tomadas e esta ligada diretamente a diretória, mas como diz Kanitz:
“Controladoria não é apenas administrar o sistema contábil das empresas. Por
isto conhecimento de contabilidade ou finanças não são mais suficientes para o
desempenho da função de controladoria.” (KANITZ, 1976, p. 06). Mediante a
afirmação descrita acima podemos compreender que a controladoria não se
limita, pelo ao contrario a controladoria é um ramo que cresce cada vez mais
onde a necessidade de controles precisos e flexíveis é explícita, pois as
organizações precisam de técnica que trazem informações concretas a fim de
alcançar as metas estabelecidas pela alta administração, garantindo a sua
continuidade. Com o passar do tempo ficou evidente a dependência da
controladoria pelos controles internos, pois ela sozinha não seria capaz de
reunir e tornar todas as informações gerenciais da empresa, desta maneira é
essencial que cada setor passe e centralize tais informações para a
controladoria para que o controlador possa analisá-las e assim tomar todas as
providências cabíveis. “A controladoria através da função do controller, é
responsável pela elaboração e implementação de um sistema integrado
deinformações operacionais e financeiras para, a partir das demonstrações
contábeis geradas e baseadas em uma estrutura solida de controles internos,
suprir os gestores com ferramentas de analise e controle gerencial.” (GARCIA,
2010, p. 02).
1.2. Evolução da Controladoria
Diante da busca pela permanência empresarial, a Contabilidade
considerada uma das ciências mais antigas do mundo que visa fornecer
demonstrativos contábeis e são indispensáveis para gerir uma organização
acaba sendo descentralizada e com isso o surgimento de áreas específicas é
inevitável. A Controladoria surge naturalmente direcionando-se a área
administrativa e financeira, dotada de métodos e técnicas de controle, é um
ramo da contabilidade que possui autoridade suficiente para a tomada de
decisões e que tem a visão voltada para o futuro focado no crescimento
contínuo das organizações.
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As primeiras informações que demonstravam características do
ramo exercido pela controlaria, foram nos EUA, onde eram formados por
relatórios gerencias e as informações eram tipicamente contextualizada. Com o
aumento da inflação americana, observa-se que a Controladoria não estava
sendo aplicada de forma correta e que precisariam rever alguns conceitos que
eram necessários para o ajuste a realidade denominado custos de entrada e
saída, características que tinha como foco suprir as necessidades da época.
O crescimento econômico é um grande aliado para a formação da
Controladoria, juntamente com aevolução tecnológica, principais fatores que
acompanharia desde então a Controladoria e toda sua existência.
Uma ciência pode ser confirmada fundamentalmente pela sua teoria: Teoria da
Decisão é tida como esforço para explicar como as decisões são realmente
feitas. Teoria da Mensuração trabalha com o problema de avaliação de dados.
Teoria da Informação vem de acordo com o seu propósito, que é possibilitar a
uma organização alcançar seus objetivos pelo eficiente uso de seus outros
recursos. (PADOVEZE, 2005, p. 06). Ao serem definidas essas regras,
automaticamente a base de dados da estrutura organizacional identificada pela
Controladoria deverá ser analisada pela cúpula hierárquica das empresas,
onde poderão tomar as medidas necessárias para garantir a continuidade e
melhoria industrial.
No Brasil a procura por profissionais de Controladoria se torna
necessária de acordo com o crescimento industrial que chega ao país, fazendo
com os procedimentos administrativos tenha como base os padrões
internacionais. A medida que empresas multinacionais instalam-se em solo
brasileiro, as empresas nacionais diante da competitividade buscam
crescimento contínuo se reestruturando, criando cargos e delegando funções,
onde a Controladoria é encontrada com freqüência. A contabilidade atualmente
praticada será cada vez mais influenciada pelas normas vigentes em outros
países, em decorrência da globalização e abertura da economia brasileira.
Afinal para atender aos usuários da Contabilidade nesse novo ambiente, há
necessidade de adaptar os atuais procedimentos e práticas contábeis aos
padrões internacionais. (OLIVEIRA, PEREZ JR. E SILVA, p.14). Os
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procedimentos atuam para administrar empresas é embasado no avanço que
as multinacionais apresentam, a necessidade de profissionais capacitados que
possam gerir de forma eficiente e eficaz é essencial para a continuidade
organizacional, portanto torna-se cada vez mais notável a presença da
Controladoria nas grandes e médias empresas existente no país. Fica claro
que a evolução da Controladoria, iniciou-se devido a expansão industrial e a
necessidade de suprir a complexibilidade das atividades administrativas que
dotadas de características próprias de implementação de controle é vista como
um dos principais meios de otimizar dados econômicos, pois possuem métodos
de controles e um plano integrado que são aplicados desde a hierarquia ao
operacional, métodos esses que aplicado com precisão levam as organizações
a eficácia.
1.3. A Importância da Controladoria nas Organizações
A competitividade é um dos desafios que as empresas encontram
constantemente, porem as organizações bem administradas tem como
recompensa a permanência e o crescimento esperado, e por trás de uma
organização bem-sucedida há uma estrutura bem planejada e profissionais
com grandes qualificações que ao empenharem suas atividades contribuem
para o avanço empresarial e o sucesso continuo. A Controladoria tem enorme
participaçãodentro das organizações, pois entre as funções básicas do
controlador esta dirigir e implementar sistemas de informações, motivação,
avaliação, planejamento e acompanhamento, ou seja é responsável por reunir
todas estas informações deixá-las em formato gerencial e transmiti-las aos
dirigentes para que tenham respaldo em suas decisões. Esta atividade tem
como objetivo, desempenhar funções tanto contábeis, quanto administrativas e
financeiras, esta voltada ao planejamento estratégico que executado com
precisão, eleva o grau econômico, contribuindo para permanência no mercado.
A Controladoria faz parte de uma das principais atividades da
estrutura organizacional, e é diretamente avaliada pela cúpula hierárquica,
torna-se indispensável, pois atua diretamente no planejamento, os profissionais
têm total conhecimento da empresa por isso fazem uma análise onde revelam
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a administração passada, fazendo comparações com o presente momento, ou
seja, com a situação atual da empresa e encontra meios de implementação de
melhorias para o futuro.
“Uma das funções básicas da Controladoria é comparar os
resultados gerados pela atividade com os que haviam sido projetados. Para
que isso possa ser adequadamente executado, é necessário o pleno
conhecimento, por parte de toda a organização, dos objetivos estabelecidos e
da forma com que pretende alcançá-los.” (OLIVEIRA, PEREZ JR. E SILVA,
2010, p.29). Os profissionais de Controladoria possuem um conhecimento que
abrange várias áreas, portanto abre para os contadores e administradores
financeiros um campo de atuação amplo, dinâmico e interessante. Em
comparação aos demais departamentos não são visto como diferencial, se
destaca ao exercer suas atividades de forma perceptiva, tem autoridade
suficiente para analisar e se for necessário implantar métodos de prevenção ou
execução. Desta forma é evidente a importância da controladoria dentro das
organizações, uma vez que esta é uma função que exige grandes esforços e
vasto conhecimento, não se restringindo a contabilidade e administração
financeira. Além disto nos dias atuais o controlador se relaciona com vários
administradores organizacionais, portanto para desenvolver seu papel com
eficiência é necessário manter-se neutro e evitar aplicar ele mesmo medidas
corretivas, ou seja além de todo conhecimento técnico o controlador devera ter
muito equilíbrio se desejar ter excelência na sua função.
A Controladoria torna-se uma necessidade e muitas vezes são
encontradas nas organizações como acessória, nos dias atuais é bem comum
as empresas que contratam serviços de Controladoria por tempo determinado,
é bem flexível e tem como característica a adaptação aos problemas de cada
organização, faz um estudo caracterizado, cria métodos de prevenção e
solução dos problemas. No processo evolutivo que o mundo se encontra o
perfil de uma estrutura empresarial bem-sucedida é a Controladoria, pois é
caracterizada de dedicaçãoe inteligência e possui a credibilidade de um
trabalho onde o foco principal é a continuidade eficiência.
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1.4. ÁREAS ABRANGENTES
Como já mencionado a Controladoria abrange diversas áreas do
conhecimento empresarial, e não somente a área Contábil, como comumente é
relacionada. Conforme cita Lopes (2010, p. 4): “a controladoria pode ser
conceituada como o conjunto de princípios e métodos oriundos dos
conhecimentos das ciências da administração, economia, psicologia, estatística
e principalmente da contabilidade”. Sendo assim a Contabilidade Gerencial
deve buscar nas mais diversas áreas do conhecimento aparato para lhe
proporcionar uma melhor prestação de serviço, conforme Beuren (2004, apud
Bleil, Bonatto, De Oliveira, Dos Santos e Mauss, p. 7) a Controladoria:
“[...] coleta dados das mais diversas fontes: na contabilidade financeira, de
custos e gerencial; em bases não financeiras da empresa para fundamentar as
decisões de nível estratégico que visam as ações futuras e de longo prazo; e
se relaciona com o ambiente externo para buscar subsídios no mercado
(fornecedores, concorrentes, produtos, etc.).” Essa rede de informações e
conhecimentos necessários busca somente proporcionar aos gestores maior
base para tomada de decisões, visando o sucesso do empreendimento.
Dessa forma o profissional na área de Controladoria deve ter não
somente formação acadêmica nas áreas afins, mas também, e com mesmo
grau de importância, experiência de mercado, ou seja, saber como se portar
mediante as mais diversas situações do cotidiano empresarial. E, não menos
importante, este profissional dever ser sensitivo às mudanças no mercado, ou
seja, possuir “feeling” de mercado, mas não usar somente deste para basear
suas pesquisas, pois por mais experiente que seja o Controller, há sempre a
necessidade de se firmar sobre bases sólidas, e não somente intuitivas.
1.5. O Balanced Scorecard na Controladoria
O Balanced Scorecard (BSC) é um modelo de gestão capaz de
representar a estratégia, além de ser uma ferramenta de acompanhamento que
contempla os assuntos e desafios organizacionais, garantindo a
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sustentabilidade e a saúde da organização. Seu surgimento está relacionado
às limitações dos sistemas tradicionais de avaliação de desempenho (KAPLAN
& NORTON, 1997).
O Balanced Scorecard é usado como ferramenta de gestão
estratégica para controladoria, auxilia no processo de tomada de decisões, pois
envolve diversos fatores ambientais,tanto de influências internas como externa,
mapeando e integrando todas as áreas, demonstrando e permitindo alterações
na estratégia adotada a curto e em longo prazo, uma vez que trabalha com
suas perspectivas financeiras, clientes, processos internos e aprendizado, de
forma alinhada e sincronizada. A controladoria neste contexto exerce um papel
de suma importância, pois disponibilizam mecanismos que envolvem agilidade
e acurácia, com informações técnicas baseadas em indicadores, aos gestores
para tomada de decisão, o BSC apresenta de forma clara como essas decisões
estão impactando nas áreas e por toda organização, permitindo a controladoria
sugerir mudanças no processo de gestão, a fim de alcançar a eficácia
organizacional (KAPLAN & NORTON 1997).
No próximo Capítulo iremos abordar sobre “O Controller”, explicando
quando surgiu, a sua evolução, o seu perfil, características e onde atua dentro
de uma organização.
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CAPÍTULO II
O CONTROLLER
O profissional que exerce os cargos relacionados à controladoria,
atualmente é chamado, no Brasil, Controller. O Controller é a pessoa
responsável pela avaliação dos números em uma entidade, agrupando todos
os dados quantitativos indispensáveis como, despesas, custo, rentabilidade,
taxas, investimentos, resgates, captação, empréstimos, riscos, e etc. Ele tem
total conhecimento da vida financeira da empresa. O Controller promove o
conhecimento de todas as variáveis inclusas no vasto campo da controladoria
organizacional, solidificando uma visão estratégica e unificada da
administração das finanças e controladoria empresarial, procurando a relação
dentre as múltiplas funções da empresa. Sabendo tudo o que acontece na
organização.
2.1. O Surgimento do Controller nas Organizações
Desde o início do século XX, quando começaram a aparecer os
controllers nas organizações americanas, existe interesse em conhecer as
atribuições que eles desempenham. De uma função eminentemente contábil, o
controller ocupa hoje outras posições, tornando-se um profissional
indispensável na gestão empresarial. Na atual dinâmica da economia global, as
empresas são obrigadas a estar sempre em compasso de transição. Nesse
cenário, o controller tem papel importante, gerando informações confiáveis e
eficazes, supervisionando os setores de contabilidade, finanças, administração,
informática e recursos humanos, tomando decisões que envolvem a todos e
principalmente atuando constantemente em mudanças (de mercado,
tecnologias, sistemas de gestão, etc.), assumindo assim, um papel
fundamental dentro das organizações. A Controladoria é um segmento da
Contabilidade, mas também pode ser definida como ramo da Administração,
dependendo do enfoque dado pelos gestores e contadores, responsáveis pelo
suprimento de informações aos tomadores de decisão. A Controladoria tem
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como funções principais exercer os controles contábeis, financeiros,
orçamentários, operacionais e patrimoniais da instituição. Com sua visão ampla
e generalista, o controller influencia e assessora todos os outros
departamentos da empresa, onde as informações são geradas e colocadas à
disposição dos executivos para a tomada de decisões. Devido a esse fato, ela
pode ser dividida didaticamente em Controladoria Administrativa e
Controladoria Contábil, mas na prática profissional isso não é muito comum
pois ambas as partes costumam ficar sob a égide de um único gestor
(controller ou controlador). Ainda do ponto de vista contábil, devido a esse
relacionamento estreito com a Administração, a Controladoria pode ser
considerada como pertencente ao ramo especializado da Contabilidade
administrativa. Podemos destacar que o papel do Controller tem-se expandido
de um Contador voltado para atribuições básicas, para um profissional voltado
para gerenciamento com habilidades interpessoais que o qualifica a interagir
com outros departamentos, bem como gerenciar atividades de um crescente e
bem preparado grupo de colaboradores. Desta forma o papel do moderno
Controller requer pelo menos muita experiência em administração e amplo
conhecimento contábil.
2.2. Evolução do Controller
De acordo com Beuren (2002, apud Bleil, Bonatto, De Oliveira, Dos
Santos e Mauss, p. 13) a função de Controller, como se conhece hoje, teve
início por volta do final do século XIX, nas grandes corporações norte-
americanas, que passaram a ser organizadas sob forma de departamentos e
divisões, com o objetivo de promover um controle centralizado, devido à
complexidade e a descentralização da gestão. Ainda segundo a autora, no
Brasil, essa função iniciou-se com a instalação de multinacionais, sendo os
profissionais brasileiros treinados por estrangeiros com intuído de criarem o
sistema de informação e controle necessário para desempenhar as atividades
solicitadas pelas empresas. Tais funções foram inicialmente exercidas por
contadores, devido a sua interação com o meio econômico e habilidade de
trabalhar com setores financeiros.
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Porém segundo Lopes (2010) a função de Controller já era exercida
no Brasil anteriormente, provavelmente não com esse nome. A partir da
década de 60 circulava na imprensa brasileira anúncios solicitando
profissionais para exercer a função de Controller ou de Assistent Controller.
Para exercer tal função o candidato deveria ser: brasileiro nato ou naturalizado,
ter formação básica em contabilidade ou economia, ter conhecimento dos
princípios básicos norte-americanos e legislação tributária brasileira (LOPES,
2010, p. 7).
Segundo os autores Bleil, Bonatto, De Oliveira, Dos Santos e Mauss,
já em 1962 houve uma queda nos anúncios de emprego a procura do
profissional Controller, dessa forma, “[...] havia indícios de que nestes
primórdios da controladoria no país a necessidade das empresas estava sendo
suprida pela importação de profissionais ou pela ascensão e treinamento de
funcionários do próprio quadro” (p. 13).
2.3. Perfil do Profissional
A controladoria abriu aos profissionais bacharéis em Ciências
Contábeis, um novo campo, onde se solicita um diferente modelo de gestor,
com um perfil que foca no profissional, atributos pessoais e de relacionamento
interpessoal, com aptidões comunicativas para expressar-se de forma clara,
acessível e objetiva verbalmente e por escrito, até mesmo em diferentes
línguas, capacidade gerencial, visão abrangente dos processos produtivos e
ciência do seu negócio, especializações técnicas, harmonia com as
singularidades do setor e flexibilidade.
O Controller deve ter conhecimentos sólidos e atualizados dos
princípios contábeis e dos efeitos fiscais que afetam diretamente ou não o
resultado empresarial e desta forma estar preparado para exercer de maneira
competente e eficaz suas funções na análise dos dados contábeis e
estatísticos. Espera-se ao Controller, que este seja um indivíduo carismático
com livre circulação entre todos os setores, e as empresas devem determinar
corretamente as suas ocupações para que este possa executá-las de modo
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coerente e perfeito, de maneira que haja como realizar um trabalho consciente
e apresente liberdade em suas ações.
O Controller precisa ser hábil e deve permanecer organizado para
identificar onde se originam os problemas, recolher dados, estudarsituações e
recomendar soluções, conservar um banco de dados atualizado para ilustração
e provimento de informações imprescindíveis às deliberações a serem
tomadas. Deve ser ousado, com iniciativa, não deve aguardar que lhe
requeiram dados, deve buscar estar continuamente um passo a frente,
antecipando necessidades da alta gerência. É necessário que seja isento de
vícios, sem embaraços e preparado a assimilar o ritmo da empresa, exercendo
suas funções de maneira que um adequado conhecimento do seu ramo de
atividade para entender as dificuldades, benefícios e desvantagens, assim
como todas as outras características do setor. Com este tipo de informação,
deve estar sempre pronto para prevenir o surgimento de problemas em
qualquer departamento da empresa e encontrar-se pronto para fornecer os
avisos para a solução desses. Com todo esse conhecimento e os encargos
atribuídos à sua função, o Controller por meio de sua ação e uso de seus
procedimentos gerenciais, certamente executará sem problemas o seu papel.
2.4. Características do Controller
O profissional da área de controladoria deve possuir sobre todas as
demais características, hombridade, pois o mesmo pode-se afirmar que, é o
maior responsável pelo pleno e saudável funcionamento da organização, como
já foi dito e será enfatizado, ele está ligado a cúpula administrativa da
instituição e tem autoridade para gerir a mesma.
Cabe ainda ao Controller a função de gerir informações que irão
influenciar diretamente no futuro da empresa. Deve esse profissional ter
iniciativa, para se adiantar a eventuais problemas e/ou oportunidades que se
relacionam a empresa e também ser criativo paraavantajar-se frente à
concorrência, ter também visão econômica, pois quanto maior o conhecimento
que se tem do mercado e das informações que estejam relacionados a ele e,
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mais rápidos poderá detectar um problema ou oportunidade e prestar a melhor
solução para o mesmo. Deve ainda ter capacidade de sintetizar, pois as
informações para tomada de decisões devem ser claras e objetivas, dentre
outras características.
Para Donato e Santos (2008, p. 11) o Controller pode ser entendido
como a coesão do gerente financeiro e do contador, com o intuito de reduzir
custos operacionais e administrativos, maximizando lucros, por meio de um
adequado gerenciamento de caixa com projeções de recebimentos e
pagamentos, despesas, receitas, faturamento, vendas balanços com controle
de custos e zelar pela segurança dessas informações. Não importando a área
de atuação, os atributos do Controller estão ligados ao planejamento da
empresa. Ou seja, cabe a este profissional zelar pela continuidade plena e
sólida da instituição, essa atividade é exercidos através de um controle rigoroso
do fluxo de informações e até mesmo dados (informações não lapidadas)
gerados pela empresa, de maneira que possa integrar ações e metas aos
objetivos gerais da instituição, com o intuito de gerar um plano de ação, sendo
que essa ação esteja ligada a constantes revisões e avaliações, envolvidas por
técnicas de gerenciamento.
Para Nakagawa (1993, apud Donato e Santos, 2008, p. 8):
O Controller acaba tornando-se o responsável pelo projeto e manutenção de
um sistema integrado de informações, que operacionaliza o conceito de que a
contabilidade, como principal instrumento para demonstrar aquitação de
responsabilidades que decorrem da accountability da empresa e seus gestores,
é suportada pelas teorias da decisão, mensuração e informação. É comum
relacionar o Controller com Contabilidade, e não é errada essa relação, pois o
profissional que tem formação contábil tem os requisitos básicos para exercer a
função de Controller. De igual modo esse profissional, segundo Donato e
Santos (2008, p.9), deve apresentar:
“[...] conhecimentos avançados em sistemas de informações gerenciais,
tecnologia da informação, aspectos legais dos negócios e visão empresarial,
métodos quantitativos de análise de informação e processos de produção de
bens e serviços”. Porém o papel do Controller tem sofrido constante evolução,
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e com isso uma expansão de suas funções; este profissional deve ter, além de
um arcabouço teórico sólido, capacidade de interação e comunicação, ou seja,
habilidades interpessoais, qualificando-o para interagir com os demais
departamentos que completam a empresa, assim como gerenciar atividades de
um crescente e bem preparado grupo de colaboradores.
Donato e Santos (2008, p. 11) diz que, segundo o Sr. José Bahia, Controller
Latin América da LSG Skychefs do Brasil:
O Controller no exercício de suas funções principais, além do conhecimento
técnico que lhe é exigido, como, planejamento e controle, área tributária,
mercado financeiro, contabilidade, orçamento empresarial e outras, este
profissional deve também ter a habilidade necessária para a formação de
talentos profissionais, treinando, capacitando e mostrando horizontes e
perspectivas para os que com ele trabalham.
2.5. Atuação do Controller na Instituição
Não se podedefinir a exata função do Controller dentro da empresa,
pois esta função está em constante modificação, assim como o meio gerencial
e o mercado, ao qual está inserido. Mosimann e Fisch (1999, apud Borgert,
Cunha, Ferrari, Lunkes, p. 6) comentam que:
“[...] em virtude do porte e crescimento da empresa, a função do Controller não
se configura formalmente, mas como a empresa vai crescendo há a
necessidade de um responsável pelo exercício da função financeira e a partir
desta descentralização das atividades surge o cargo Controller.”
Assim definem que o Controller é o gestor que ocupa um cargo na
estrutura de linha, porque toma decisões quanto à aceitação de planos, sob o
ponto de vista da gestão econômica. Segundo os autores, os Controllers
encontram-se no mesmo nível dos demais gestores na linha da diretoria para
as demais áreas.
De acordo com Ferreira Junior (2007, apud Nascimento Junior): “[...]
os gestores atuais buscam formas de olhar para o futuro, pois é nele onde as
empresas viverão. Olhar para o futuro significa identificar alternativas de ação,
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qualificá-las e escolher aquela que permita o alcance dos objetivos da
organização []]”. O Financial Executives Institute aprovou a definição de
Controladoria e com isso as funções do Controller dentro da organização como
cita Heckert e Willson (1963, apud Peters e Riccio, 1993, p. 7):
1. Estabelecer, coordenar e manter um plano integrado para o controle das
operações;
2. Medir a performance entre os planos operacionais aprovados e os padrões,
e reportar e interpretar os resultados das operações dos diversos níveis
gerenciais;
3. Medir e reportar sobre a eficiência dos objetivos donegócio e a efetividade
das políticas, estrutura organizacional e procedimentos para o atingimento
desses objetivos;
4. Reportar às agências governamentais, quando requerido, e supervisionar
todos os assuntos relacionados a impostos;
5. Interpretar e reportar os reflexos das influências externas sobre o grande
atingimento dos objetivos da empresa;
6. Prover proteção para os ativos da empresa. Isto inclui controle interno
adequado, auditoria e cobertura adequada de seguros.
Anthony (1960, p. 330) escreveu que:
Há uma tendência de considerar o Controller como a pessoa responsável,
antes de tudo, por exercer o controle. Tal interferência é errônea. Geralmente,
o Controller é responsável pelo projeto e funcionamento do sistema por meio
do qual se coleta e relata a informação de controle, porém o uso desta
informação no controle real é responsabilidade da administração de linha. O
Controller é algo mais que o contador e algo menos que um diretor principal.
Além de sua responsabilidade por coletar dados, o Controller
também pode ser responsável pela análise de dados, por salientar seu
significado à administração, e por fazer recomendações quanto ao que se deve
fazer. Mais ainda, ele pode fiscalizar o ajustamento às limitações de gastos
impostos pelo presidente. Controla a integridade do sistema contábil e é
responsável pela salvaguarda dos bens contra furto e fraude. Em anos
24
recentes, a função do Controller tornou-se cada vez mais importante nas
empresas em geral.
Contudo, o Controller não toma ou faz cumprir as decisões da
administração (a menos que de fato ele seja o presidente). A responsabilidade
pelo controle desce do presidente através daorganização de linha, e não
através do Controller que é um diretor de operações internas. Com constantes
mudanças mercadológicas, o Controller deve acompanhar de perto cada ato de
transição e evolução do mercado, com o intuído de continuar gerando
informações confiáveis e eficazes. Cabe a este profissional, também, a
supervisão de todos os setores da organização, dando maior ênfase nos que
afetam diretamente no processo decisório, como é o caso dos setores de
contabilidade, administração, finanças, recursos humanos e informática.
Pode-se notar uma forte tendência à procura de profissionais na
área de controladoria, e cabe exclusivamente a cada profissional, que pensa
em seguir carreira nessa área, se capacitar para destacar-se no mercado. Pois
como foi exposto, o Controller deve possuir atributos não só teóricos como
práticos, e de igual modo conhecer de perto o setor ao qual irá desempenhar
sua função.
Sendo assim, este profissional deve estar constantemente se
atualizando de todas as modificações que a economia possa vir a sofrer,
adiantando-se a elas, com o intuito de preparar a empresa para possíveis
danos ou até mesmo eliminá-los. Logo, o Controller assume um papel de
grande importância para o sucesso e destaque da empresa, pois ele irá cuidar
da “saúde” dessa, evitando infecções, vírus, bactérias, e suprindo o organismo
de alimentos que irão auxiliar e, em casos também, serão os responsáveis pelo
bom funcionamento de todo o sistema.
Esse cargo de extrema importância dentro das organizações não
pode ser assumido por profissionais despreparados, como já foi mostrado,
cada empresa tem um perfil já montado para este profissional,cabe a ele se
preparar para enquadrar-se às necessidades da empresa, mas tendo como
25
base suas funções bases, que é de gerar informações em tempo hábil,
relevantes e de confiança aos executivos, para por fim tomarem suas decisões.
A essencialidade da visão do “Controller” na Controladoria se faz
notar pela isenção e realidade com que o mesmo analisa o ambiente de
atuação das empresas, principalmente o desenvolvimento tecnológico com os
quais a concorrência se prepara para combate no mercado. Dessa forma, uma
análise segura, isenta, proporciona subsídios para um controle estratégico do
negócio, e não apenas um controle tático ou de curto prazo.
No próximo Capítulo iremos abordar sobre “A Controladoria como
Gestora do Sistema de Informação”, falando mais sobre o Controle Interno,
Riscos para as empresas que não tem, suas necessidades, sua relação com a
Norma, transparência e Importantes Tipos.
26
CAPÍTULO III
CONTROLADORIA COMO GESTORA DO SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
Vemos a controladoria como ferramenta utilizada para tentar obter,
de forma eficaz, os recursos necessários ao perfeito funcionamento da
organização. Direcionando-os para que haja aumento de produção, melhoria
da produtividade, aumento do volume de vendas e diminuição do volume de
custos, gerando com isso, um maior rendimento possível, através da boa
aplicação dos recursos obtidos. Sua tarefa deve ser sempre basear em
princípios sadios e seguros e deve abranger todas as áreas da organização,
desde o planejamento inicial até a apuração do resultado final. A organização é
desenvolvida através do processo de departamentalização, cujas diferentes
especialidades são divididas em departamentos separados a fim de facilitar o
fluxo de informação e definir autoridades.
Para as empresas de médio a grande porte, Oliveira (1998, p.22)
propõe um modelo de organização da Controladoria enfocando a distribuição
de tarefas de cada área, ou seja, distribuição de tarefas da Controladoria,
abrangendo Custos de Produção, Contabilidade Gerencial, Contabilidade
Financeira e Contabilidade. Segundo Padoveze (2003, p.36), a Controladoria é
responsável pelo Sistema de Informação Contábil Gerencial da empresa e
deve atuar em todas as etapas do processo de gestão a fim de exercer
adequadamente a função de controle e sugerir correção no planejamento. Para
isto, ela deve assumir funções claramente contábeis e fiscais e atuar também
no planejamento e controle.
A Controladoria, como gestora do Sistema de Informações, no intuito
de assegurar a otimização do resultado econômico das empresas, deve auxiliar
os gestores operacionais, na identificação, mensuração, aumento da economia
de escala e diminuição dos custos logísticos.
27
3.1. Controles Internos
Um sistema de controle interno se for eficientemente aplicado,
oferecerá a empresa uma segurança razoável para que grande parte dos erros
possa ser evitados, não extintos, porém diminuídos ao seu máximo, ou se
encontrar erros no curso de sua atividade possam ser corrigidos retomando o
seu curso normal. Os objetivos do controle interno numa empresa são: proteger
bens; conferir a exatidão e a fidelidade aos dados contábeis; promover a
eficiência operacional; estimular a obediência às diretrizes administrativas
estabelecidas.
Segundo o Ibracon (2000, pg. 222), entende-se por controle
interno: "(...) todos os processos e rotinas, de natureza administrativa e
contábil, destinados a fazer com que na empresa: os colaboradores respeitem
e adiram as políticas traçadas pela alta administração; os ativos tenham sua
integridade protegida; as operações sejam adequadamente registradas, em
sua totalidade, nos registros contábeis e fidedignamente retratadas pelas
demonstrações financeiras".
Destaca-se que controle interno não se trata meramente de um
sistema de rotinas e procedimentos, em que um modelo de sistema de controle
interno seja criado e esse seja implantado em qualquer tipo de empresa, pelo
contrário este deve ser implementado pelos seus gestores de forma que venha
a ser usado de maneira eficiente, gerando umarelação de custo-benefício e
fornecendo informações que realmente possam ser utilizadas para melhor gerir
a empresa. Formando assim, cada empresa o seu próprio modelo de controles
internos, que se adaptem nos moldes e necessidades de cada empresa.
3.2. Riscos para as Empresas sem Controle Interno
Uma triste verdade da atualidade é que a maioria das empresas, em
especial as de pequeno e médio porte, desconhece os riscos relativos aos seus
objetivos de negócios às quais estão expostas, conforme indicam os
crescentes números de fraudes, delitos e perdas decorrentes da falta de uma
política de controle sobre os diversos aspectos que cercam as operações
28
empresariais em todos os setores de atividades. Em um ambiente que não
permite erros, desconhecer os riscos que podem impedir a obtenção de seus
objetivos é o caminho mais curto para a extinção de qualquer negócio,
conforme Ibracon (2000).
A empresa pode estar comprando errado, com preços mais elevados
do que deveria, ou vendendo seus produtos abaixo sem apropriar os custos
devidos, o que gera vendas com prejuízos, ou ainda não dispor de recursos
tecnológicos mínimos para monitorar seus processos internos ou mesmo
desprezando as ações da concorrência e as tendências de mercado. Sem
conhecer e gerenciar os riscos associados ao crédito pode ainda sucumbir ao
aumento da inadimplência ou ter problemas para pagar seus compromissos
com a alta dos juros ou do dólar.
Os riscos que cercam o ambiente de negócios são muito grandes e
envolvem todos os setores de uma empresa desde o mais alto escalão até o
mais baixo. Podemos definir como risco qualquer situação que possa afetar o
principal objetivo daempresa, e dentre os principais riscos podemos destacar: a
ausência de informações gerenciais e contábeis para melhorar a qualidade de
decisão de negócios; os processos internos; financeiros (dívidas, caixa,
compras, vendas, preços); tecnologia (recursos para auxiliar as operações,
etc.); fatores externos, como os de ordem legal (não cumprimento da
legislação); regulamentadores, e os aspectos políticos e econômicos.
Uma empresa, mesma que preparada para os riscos de mercado,
não consegue eliminá-los por completo, mas pode reduzir seu nível de
exposição aos riscos.
3.3. Necessidade de Controle Interno
As empresas de maior porte utilizam sistemas integrados de
informação, a exemplo dos programas de gestão empresarial. Por isso, tornou-
se necessária uma mudança qualitativa na forma de exercer os controles. Para
tornar as operações como compras, vendas, pagamentos em geral etc., cada
vez mais seguras, o controle interno está sendo usado para possibilitar o
29
acompanhamento destas operações antes da efetivação definitiva de qualquer
despesa para averiguarem se a operação é segura ou lícita. O mesmo
acontece nas transações eletrônicas, pois em muitas empresas não basta
apenas uma assinatura eletrônica para validar uma despesa.
De acordo com Padoveze (2003), o sistema de controle interno deve
prever outros tipos de validação antes de aprovar a operação, após verificar
suas condições. A mudança na forma de agir confere hoje a contabilidade,
mais especificamente ao controle de gestão, maior peso para o controle e
segurança de negócios. A área operacional ainda é carente de adequados
procedimentos de controle, o que aumenta o fator de risco deocorrer uma
operação fraudulenta. Dependendo das suas proporções, uma fraude cometida
no sistema operacional da organização pode trazer prejuízos muito mais sérios
para a empresa do que um desfalque financeiro. Informações sigilosas em
poder da concorrência ou que vazam para os meios de comunicação podem
comprometer a imagem de uma empresa junto ao mercado e seus clientes.
O controle dentro das empresas, seja ela pequena ou média, deve
ser tratado com responsabilidade e técnica, visando a eficiência e a eficácia
dos resultados. Muitos empresários controlam suas empresas de forma
displicente, sem seguir os procedimentos e rotinas determinadas pelas
legislações federal, estadual e municipal, fazendo com os mesmos, em
consequência, venham a sofrer penalidades, que atualmente são mais
rigorosas, e por essa razão, muitas empresas encerram suas atividades.
3.4. Relacionamento de Controle Interno Com a Norma
A norma fica definida, no contexto do controle interno, como o
"veículo" de divulgação dos controles internos estabelecidos pela organização,
cabendo sim, ao sistema normativo como um todo, o "status" de controle
interno estratégico. Permite-se estabelecer, que existem planos diferentes para
tratamento dos controles internos na empresa.
Segundo Santos (2006), num primeiro plano, destacam-se os
controles internos estratégicos, fundamentais enquanto estruturais e como
30
alicerces para os demais; Num segundo plano, classificam-se os controles
internos diretivos que seriam os controles internos instituídos com objetivo de
minimizar os riscos: legal, de mercado, de liquidez, de crédito, de imagem e de
conjuntura.
Por fim, um terceiro grupo seria composto de controles internos
tipicamente operacionais, responsáveis por garantir a eficácia dos
antecessores, minimizando a possibilidade de falhas na realização dos
negócios e na execução das rotinas de trabalho estabelecidas.
Dessa maneira, pode-se afirmar que o controle interno está pulverizado por
toda a organização, sob as mais diversas formas, e em níveis diferentes de
importância. Tem que se tomar muito cuidado para se controlar as exceções e
não criar normas pelo acontecimento de um caso isolado.
3.5. Transparências nos Controles Internos
A experiência mostra que a existência e o bom funcionamento de um
sistema contábil e de controle interno podem evitar às empresas elevados
custos com fraudes, erros e omissões. Novos sistemas de informação, novos
trabalhadores, novas tecnologias, processos de reestruturação, podem
constituir-se em fatores de risco no processamento e registro das vendas,
compras e demais operações e na preparação das demonstrações financeiras.
Na prática, um sistema de controle interno consiste num conjunto de
procedimentos instituídos na empresa com o objetivo de: permitir a
salvaguarda da integridade do seu patrimônio; assegurar a condução eficiente
dos negócios; executar as transações de acordo com as políticas definidas;
prevenir e detectar erros, omissões, fraudes; conseguir o máximo rigor dos
registros contábeis; garantir o cumprimento da lei; e assegurar a preparação de
informação financeira confiável de acordo com, Crepaldi, (2011).
A implementação de um sistema de controle interno varia em função do setor e
da dimensão da empresa, da natureza do negócio, da complexidade das
transações. Emprimeiro lugar, há que se definir as funções e os níveis de
31
responsabilidade dos colaboradores, quer através de organogramas gerais e
setoriais, quer através de manuais de procedimentos.
Em segundo lugar, há que se definir a separação de funções, de
forma a atribuir a diferentes pessoas a recepção de ativos, a sua custódia e os
inerentes registros, ou seja, há que se impedir que um mesmo colaborador
tenha a responsabilidade por todas as diferentes fases de uma mesma
operação. Em terceiro lugar, há que se proceder à definição do controle das
operações, bem como da circulação da informação e da documentação na
empresa. Deve-se salientar que o controle interno, mesmo estando bem
concebido e funcionando de forma eficaz, apenas pode proporcionar uma
segurança aceitável em relação ao bom cumprimento dos princípios e
procedimentos estabelecidos pela empresa.
No entanto, não existe nenhum sistema que impeça totalmente os
erros humanos, os descuidos, os equívocos de julgamento, a má compreensão
das instruções, o conluio entre vários colaboradores ou a possibilidade de um
responsável de um controle poder fazer mal uso da sua responsabilidade.
Outra situação suscetível de falhas é a que respeita a ausência de controles
referentes a transações com grau de risco elevado e baixíssima probabilidade,
mas cujo custo de segurança total excederia os benefícios do controle
absoluto, ou seja, de ausência de risco.
Em suma, é da responsabilidade dos gestores a criação e a
manutenção de adequados sistemas de controle interno, enquanto uma
primeira proteção das empresas contra a eventualidade de erros ou fraudes, e
enquanto um primeiro detector, em tempo útil, de situações anômalas.
3.6. Importantes Tipos de Controles Internos
Existem hoje em dia várias formas de se controlar as atividades
internas deuma empresa, mas existem aqueles controles que são de suma
importância para qualquer tipo de empresa seja ela industrial, comercial ou de
serviços, não importando o seu ramo de atividade, mas que afetam diretamente
o desenvolvimento e a continuidade de uma organização. Tendo como
32
principais os controles de: Caixa; Bancos; Estoques; Contas a receber; Contas
a pagar; Remuneração de funcionários; Imobilizado; Impostos, etc. (ATTIE,
2011). E ainda, pode-se adicionar a esses controles outros que são específicos
para empresas industriais, comerciais e de serviços. Nas empresas industriais,
além dos controles já citados, podem ser criados controles para:
A boa utilização de matéria-prima e materiais evitando ao máximo desperdício;
Controle da mão-de-obra, se realmente é capacitada para executar o serviço
ou não; Controle de manutenção de máquinas e equipamentos para que não
pague o preço de parar uma produção e não poder entregar o produto na data
combinada com o cliente, podendo ainda causar um rompimento de laços com
seus melhores clientes; Controlar a capacidade produtiva da empresa;
Controle de custos de produção, etc.
Nas empresas comerciais, sejam elas atacadistas ou varejistas, os
controles que poderão ser de fundamental importância são: quantidade de
estoque, onde não se pode deixar faltar determinado produto ou ter estoque
em demasia de outro produto, podendo esse acarretar perdas por validade
vencida ou deformação do produto por umidade ou outro tipo de inconveniência
que possa acontecer;controles nas vendas a vista, a prazo, internas ou
externas; controles de cheques recebidos de terceiros, hoje em dia com o
aumento de cheques sem fundos, tem que se tomar um cuidado todo especial
nesse ponto; controle de prevenção contra furtos e desvios; controles na
formação do preço de venda (mark-up) de cada produto, etc.
Nas empresas de prestação de serviços, podem-se citar controles
que se referem a: ociosidade de mão de obra, onde se concentra a maior parte
dos custos de uma empresa de serviços; controles de indicação de satisfação
dos clientes; controle de alocação de horas profissionais aos serviços
prestados para se saber se realmente um funcionário está sendo remunerado
corretamente, etc.
Controle interno do disponível: Esse controle é um dos mais
importantes para qualquer tipo e tamanho de empresa, seja ela de pequeno,
médio ou grande porte, pois se refere ao ativo mais líquido da empresa,
33
podendo levar uma empresa a falência da noite para o dia através de golpes ou
desvios. Alguns procedimentos devem ser tomados para controlar uma das
partes mais sensíveis da empresa. Para se controlar a conta em bancos seria
necessários que houvesse uma conciliação bancária periódica e, que se
prestasse muita atenção nos itens conciliatórios significativos como saques e
cheques de alto valor, depósitos, etc.; e para se controlar a conta caixa seria
necessário destacar um funcionário da mais alta confiança para contagem
periódica ou aleatória do caixa, e comparar este saldo em caixa com os saldos
contábeis, e pode-se ainda fazer controles das aplicações financeiras como
solicitação dos saldos médios diretamente dos bancos e compararestes saldos
com os existentes na contabilidade (CREPALDI, 2011).
Atualmente com a facilidade e agilidade que a internet e a
informática em geral nos proporcionam, se têm uma gama de ferramentas
maior para se controlar as contas bancárias e aplicações financeiras, pois
diariamente pode-se ter a informação que quiser. E os softwares existentes no
mercado trazem em seus pacotes prontos ou personalizados cada vez mais
informações que auxiliam no controle de caixa e quaisquer outros controles que
se possa imaginar.
Controles manuais ainda são muito utilizados, principalmente pelos
auditores internos para preenchimento de suas rotinas e formulários.
Controle interno no departamento de recursos humanos: Para uma boa
administração de pessoal, é necessário que se tenha um controle bem rígido
sobre os procedimentos a serem adotados, chegando a ponto de se formular
um manual de normas e procedimentos para que os funcionários não só
tomem conhecimento de sua existência, mas como o aplique no exercício de
sua função.
Uma medida que ajuda, e muito, na diminuição dos riscos é a
segregação de funções, que consiste na separação de funções dentro de um
mesmo setor como, por exemplo, se um funcionário faz uma cotação de
preços, outro aprovará a compra e outro fará o pagamento. Não significa que
isso eliminará qualquer possibilidade de fraude, mas o envolvimento de mais
34
de uma pessoa já é o suficiente para que haja certa inibição para formulação
de acordos que levem o funcionário a atentar contra a empresa.
Outra forma de controle é rotatividade de funções, que além de
oferecer ao funcionário a oportunidade de conhecer o funcionamento dos
outros setoresda empresa, evitando também que um funcionário desempenhe
a mesma função dentro da empresa a sua vida toda, e isso proporciona ao
funcionário uma motivação de enfrentar novos desafios, provando que sua
capacidade não é são para determinada função (CREPALDI, 2011).
Controles de admissão de funcionários: A contratação de um novo
funcionário deve ser feita pelo chefe do departamento solicitante e por escrito,
e essa solicitação deve conter os motivos para uma nova contratação e os
requisitos necessários do candidato para exercer a função, isso evita que
sejam contratados funcionários fantasmas e uma possível falsificação de
documentos. Outras formas de se controlar fraudes são o controle dos
funcionários de cada departamento e a distribuição mensal de recibo de salário
pelo chefe do departamento (CREPALDI, 2011).
Controles de férias: Todo funcionário tem direito de gozar 30 dias de
férias, assim que tenha adquirido o direito a elas. Existem diversas formas de
se fraudar uma empresa por falta de controle de férias, podendo gerar
prejuízos no bolso do empregador com o pagamento de férias dobradas, pagas
fora do período correto e podendo pagar férias em duplicidade. Para se fazer
esse controle faz-se necessário, primeiramente, uma programação de férias
em cada departamento para que não atrapalhe o bom andamento dos serviços
e que esteja dentro das previsões do funcionário. Depois fazer um mapa
constando nome do funcionário, data de admissão, salário atualizado, data do
último período de gozo, data em que o funcionário gozará férias, valor da
provisão de férias e encargos, valor líquido das férias, e ainda constar
observações por parte docontrolador de férias (CREPALDI, 2011).
Controles das demissões e processos trabalhistas: Nas demissões, podem
ocorrer fraudes nas rescisões contratuais. Quando um funcionário pede
demissão e sua rescisão é gerada como dispensa do empregador sem justa
35
causa, isso gera o pagamento de multas contratuais, despesas com aviso
prévio e seus reflexos por parte do empregador e outras como falsificação de
recibos, empregado demitido e continua constando na folha de pagamentos,
pagamentos de verbas rescisórias feitas à maior etc.
Uma das formas de se evitar tais fraudes e erros é por meio da
criação de uma dupla conferência dos trabalhos feita por dois funcionários, e
ainda, cada chefe de departamento faz uma contagem periódica de seus
funcionários e envia o relatório à chefia, ou seja, todos os departamentos
devem estar interligados em prol da organização.
Nos processos trabalhistas, os maiores problemas são muitas vezes
o extravio de documentos que comprovem os pagamentos de salários e
encargos, a perda dos prazos para a defesa o desconhecimento da causa que
está sendo julgada, divergências entre o valor pago pela empresa e o recebido
pelo empregado etc. Para que essas falhas não ocorram devem ser elaborados
controles dos prazos dos processos e possíveis audiências. A empresa,
também poderá solicitar aos advogados, relatórios informando a tramitação do
processo (CREPALDI, 2011).
Controles internos nos estoques: Os estoques são formados pelos
produtos que são adquiridos ou produzidos por uma empresa e objetivam a
venda ou a utilização da própria empresa. Deles provém a maior fonte de
receitas de uma empresa. As características dos controlesde estoques variam
de acordo com a atividade que a empresa executa. Nas empresas comerciais,
onde os estoques são adquiridos prontos e acabados para a revenda, os
controles serão mais focalizados na compra do produto, no volume de estoque
existente e na sua venda. Nas empresas industriais, além de controlar a
matéria-prima, mão de obra, custos gerais, ainda terá que se controlar as fases
de produção e o armazenamento de produtos acabados.
As maiores preocupações ao se controlar os estoques são: ter a
certeza que realmente os estoques existem fisicamente e se estão
comprovados com nota fiscal; se os cálculos dos custos de produção estão
corretos e de acordo com os princípios contábeis; verificar se o saldo dos
36
estoques está contabilizado, e quanto á avaliação dos estoques, se está
demonstrados pelo menor valor entre o custo e o mercado.
Com os softwares existentes atualmente no mercado podem-se
visualizar muito mais detalhes referentes ao controle de estoques, pode-se com
isso ter a informação que empresa deseja. Os programas fornecem
informações sobre os cálculos dos registros permanentes do estoque,
elaboram relatórios de quantidades, custos e discriminação dos produtos,
comparam quantidades de estoque com a previsão de vendas, etc (CREPALDI,
2011).
Controles internos nas compras e contas a pagar: O setor de
compras se relaciona com várias funções do sistema produtivo e financeiro de
uma empresa, pois além de se encarregar das compras de insumos, também
pode ser responsável pela compra de equipamentos, materiais de consumo e
serviços de manutenção. Podem ser estabelecidos critérios para que no
processo de compras não exista comprade produtos em excesso ou
desnecessários.
É necessário que se tenha um grande número de fornecedores
cadastrados no arquivo da empresa para que sejam efetuadas tomadas de
preços. Devem-se evitar fornecedores que entregam os produtos fora do prazo
combinado ou errem as especificações do produto. Todas as transações de
compras devem ser controladas com ordens de compra numeradas. Uma cópia
da ordem deve ser levada ao departamento de contas a pagar para efetuar o
pagamento.
O sistema de contas a pagar significa o reconhecimento de uma
dívida a partir da aquisição de um produto pela empresa. Tem que tomar muito
cuidado para não pagar um produto duas vezes. O departamento de contas a
pagar verifica a efetuação da compra, ou seja, a aprovação de uma compra em
seu registro. Para que o controle seja eficiente é preciso manter a prática da
conciliação mensal dos registros. Essas conciliações servem para evidenciar
se ocorreram erros no processo de compras ou no pagamento de faturas. Os
37
controles são completados com relatórios das contas pagas, dos saldos
anteriores e de novas contas.
Um adequado sistema de controle de compras e contas a pagar
possibilita a empresa diagnosticar que: nenhuma compra fictícia foi registrada;
que todo pagamento efetuado decorreu de uma compra autorizada; todas as
compras autorizadas foram efetuadas e registradas; e todos os pagamentos
efetuados foram registrados. E ainda, terá a segurança de que os estoques não
foram adulterados, os saldos disponíveis são reais e todas as saídas de
disponível foram registradas. Num ambiente informatizado as informações são
geradas com mais rapidez e agilidade, mas nem por issotem que ser tratadas
com menor critério. Toda informação tem que ser tratada com a maior atenção
possível (CREPALDI, 2011).
Resistências ao processo de controle: Os controles podem gerar
cooperação quando são entendidos e aceitos, mas podem gerar resistências e
conflitos quando são desnecessários ou impossíveis de serem aplicados. As
resistências podem ser causadas pelos seguintes aspectos: falta de
conhecimento sobre o sistema de controle; padrões de controle inadequados;
avaliações incorretas; e ações corretivas com críticas pessoais.
Outras causas de resistência a mudanças na empresa podem ser:
não aceitar o que incomoda; tendência a só perceber o que convém;
desconfiança; receio de perder coisas boas atuais; insegurança pessoal;
dependência de ação para com outra pessoa; e necessidade de reagir contra.
Tendo em vista as causas de resistência existem também processos que
podem reduzi-la, tais como: informar fatos, necessidades, objetivos e prováveis
efeitos da mudança; persuadir sobre os fatores que levaram à decisão de
mudança; e solicitar colaboração no diagnóstico, na decisão e no planejamento
das ações decorrentes (CREPALDI, 2011).
Vemos finalmente que o controle interno adequado é aquele
estruturado pela administração e que possa propiciar uma razoável margem de
garantia que os objetivos e metas serão atingidos de maneira eficaz, eficiente e
com a necessária economicidade.
38
CONCLUSÃO
Considerando a pergunta “Qual a importância da Controladoria e do
Controller na Gestão Organizacional?” O trabalho permitiu identificar a
importância da controladoria e do Controller dentro das organizações, assim
como a sua evolução ao longo dos anos, mostrando seu gradativo crescimento
e as áreas que abrange dentro das instituições.
Acredita-se que a controladoria ao disponibilizar instrumentos de
controle de gestão que influenciem mudanças comportamentais e estruturais
nas organizações, no sentido da otimização do resultado econômico global,
conciliando os diversos interesses, anseios e necessidades, participa como
coordenadora do processo de gestão empresarial com ênfase na eficácia. A
missão da controladoria é tornar a empresa viável a todos que direta ou
indiretamente dela participam.
Permitiu também, identificar o perfil do responsável pela
controladoria, denominado Controller, que os gestores buscam para auxiliarem
no processo de decisões da empresa. Este tem as funções de controle de
informações, gerenciamento de recursos humanos, planejamento estratégico e
interação entre os diversos setores da empresa, sem deixar de destacar a
interação entre a empresa e o meio ao qual está inserida.
Quanto às suas características pessoais destaca-se habilidade em
comunicação e em expressar-se de forma clara, flexibilidade, liderança,
capacidade gerencial, pro-atividade e domínio de no mínimo uma língua
estrangeira, de preferência o inglês. A experiência profissional do Controller
pode ser decisiva em sua contratação, pois como muito enfatizado, não basta
apenas conhecimento acadêmico, mas também feeling de mercado.
O Controller deve apresentar em seu currículo conhecimentos
voltado a informação, com o intuito de abastecer os administradores de
conhecimentos relevantes à tomada de decisões. Deve destacar também a
capacidade de visão global do Controller, enfatizando sua visão futurista da
organização, pois este é o fator principal de toda empresa, tomar medidas hoje
39
que acarretarão resultados amanhã, ou seja, pensar sempre no futuro da
organização, principalmente com ajuda da tecnologia, com seu constante
avanço, pois contribui de forma vital na geração de informações e confecção de
relatórios em tempo útil, fazendo que a tomada de decisão por parte dos
gestores das organizações seja rápida e eficaz.
40
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 01 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTROLADORIA 09 1.1. História da Controladoria 10 1.2. Evolução da Controladoria 11 1.3. A importância da Controladoria nas Organizações 13 1.4. Áreas Abrangentes 15 1.5. O Balanced Scorecard na Controladoria 15
CAPÍTULO II O CONTROLLER 17 2.1. O Surgimento do Controller nas Organizações 17 2.2. Evolução do Controller 18 2.3. Perfil do Profissional 19 2.4. Características do Controller 20 2.5. Atuação do Controller na Instituição 22 CAPÍTULO III CONTROLADORIA COMO GESTORA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO 26 3.1. Controles Internos 27 3.2. Riscos para as Empresas sem Controle Interno 27 3.3. Necessidade de Controle Interno 28 3.4. Relacionamento de Controle Interno com a Norma 29 3.5. Transparência nos Controles Internos 30 3.6. Importantes Tipos de Controles Internos 31 CONCLUSÃO 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 ÍNDICE 42