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  • 7/25/2019 Diversidade PU

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    Diversidade, tica e cidadania: a escola como lcus de intercruzamento de diferenas e osdesafios do aprender e do conviver na adversidade

    Ana Maria Rocha de Sousa1

    Qual o papel da escola e das polticas pblicas no enfrentamento s desigualdadessociais?

    A escola historicamente acuada de aumentar as distncias entre as classes sociais, mesmo

    tendo a funo de promover educao de forma idntica para todos. Meksenas !""!#

    assevera $ue a educao nasce $uando se transmite e se asse%ura as outras pessoas o

    conhecimento de crenas, tcnicas e h&'itos $ue um %rupo social (& desenvolveu, a partir desuas e)perincias de so'revivncia.

    *este sentido, pode+se afirmar $ue o nascimento da educao sur%e $uando o ser

    humano sente a necessidade de converter as suas pr&ticas cotidianas ao seu semelhante, ao

    encontro dessa afirmao Althusser 1-# di/ $ue na escola $ue as desi%ualdades se

    perpetuam, pois, esta um aparelho ideol0%ico $ue o estado utili/a para $ue as classes menos

    a'astadas continuem a o'edecer e permanecerem no mesmo patamar econmico, o $ue se

    chama de controle de classes. 2omo pode esta na contemporaneidade ser correspons&vel pelae$uiparao dos indiv3duos e construtora de uma sociedade i%ualit&ria4

    5ara responder tal $uestionamento, importante $ue se conhea os processos $ue

    fi/eram parte da historicidade da escola, seu papel em cada conte)to e poca e a sua relao

    com a pol3tica, economia e com o tra'alho. A(a vista $ue educao reprodu/ a sociedade, pois

    a contradio e o conflito no so to manifestos na sociedade, por$ue a reproduo

    dominante, o'servando+se $ue a educao aca'a por fa/er o $ue a classe dominante lhes pede.

    2omo a sociedade, a educao um campo de luta entre v&rias tendncias e %rupos. 6la no

    pode fa/er so/inha a transformao social, pois ela no se consolida e efetiva+se sem a

    participao da pr0pria sociedade 7A89::;, 1#.

    Se%undo undamentos :e0ricos e Metodol0%icos da ?ist0ria 2la@dia *unes#, 9ptativa6letiva ;; 6studos Aprofundados Bosefa Risomar 9liveira Santa Rosa#, 5roduo :e)tual C;; Aurlia>ernandes#, so' a orientao da professor Mauricio Ramonnd de 9liveira

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    deve estar em 'usca da conscienti/ao e da li'ertao, atravs da $ual se res%atam caminhos

    para uma ao transformadora. 6 nesse caminho $ue ao final da dcada de -", com os novos

    parmetros $ue a escola %anhou, comeou+se a vislum'rar aDes e)itosas para o alcance dos

    o'(etivos ao $ual se alme(a a escola.

    A carta ma%na 1--# norteia a escola para $ue a mesma se(a democr&tica, e tal

    conceito para se tornar um processo pr&tico, necessitaria de princ3pios $ue introdu/issem no

    seio escolar o valor da participao de todos, fa/endo desta no s0 para todos, mas com

    $ualidade social e e$uiparao em seu ensino, permitindo assim, a i%ualdade de

    oportunidades.

    A escola ho(e, mais do $ue nunca, tem como papel diante da sociedade, propiciaraDes para a efetivao dos direitos sociais. *este conte)to, o setor educacional deve

    possi'ilitar e oferecer alternativas para $ue as pessoas $ue este(am e)clu3das do sistema

    possam ter oportunidade de se reinte%rar atravs da participao, 'em como da luta pela

    universalidade de direitos sociais e do res%ate da cidadania.

    *esse conte)to, nascem pol3ticas p@'licas $ue tem como meta a $ualidade social e

    i%ualdade de direitos. Assim so criados pro%ramas e pro(etos socioeducacionais para a rede

    p@'lica de ensino como caminho para a superao da po're/a e da e)trema po're/a,acreditando $ue certamente pela educao e a educao passa, certamente, pelo

    desenvolvimento social, o $ue torna a ao con(unta entre M62 Ministrio da 6ducao e

    2ultura# e M8S Ministrio do 8esenvolvimento Social# uma e)celente estrat%ia para o

    enfrentamento da desi%ualdade.

    >a/+se necess&rio a$ui apresentar al%uns pro%ramas $ue fa/em parte dessa unio

    ministerial.

    Ao Brasil arin!oso

    8esde a primeira infncia, os pe$ueninos precisam de cuidado e educao para se

    desenvolverem plenamente. *o

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    maior co'ertura nas creches e pr+escolas o primeiro passo para $ue'rar o c3rculo de

    reproduo da desi%ualdade.

    2om esse intuito o %overno federal cria a Ao

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    As escolas das redes p@'licas de ensino estaduais, municipais e do 8istrito >ederal

    fa/em a adeso ao 5ro%rama e, de acordo com o pro(eto educativo em curso, fa/em opo por

    desenvolver atividades nos macrocampos de acompanhamento peda%0%icoO educao

    am'ientalO esporte e la/erO direitos humanos em educaoO cultura e artesO cultura di%italO

    promoo da sa@deO comunicao e uso de m3diasO investi%ao no campo das cincias da

    nature/a e educao econmica.

    8e acordo com o pro(eto educativo em curso na escola, so escolhidas seis atividades,

    a cada ano, no universo de possi'ilidades ofertadas. Pma destas atividades o'ri%atoriamente

    deve compor o macrocampo acompanhamento peda%0%ico. 9 detalhamento de cada atividade

    em termos de ementa e de recursos did&tico+peda%0%icos e financeiros previstos pu'licado

    anualmente emmanual espec3fico relativo E 6ducao ;nte%ral, $ue acompanha aresoluo

    do 5ro%rama 8inheiro 8ireto na 6scola5886# do >*86. 9 caderno 5asso a 5asso Mais

    6ducaodetalha de forma o'(etiva, dentre outras orientaDes, o p@'lico alvo do 5ro%rama,

    os profissionais respons&veis, o papel do professor comunit&rioNprofessor coordenador, os

    macrocampos e as atividades.2ompreende+se $ue a educao inte%ral em (ornada ampliada no

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    A satisfao de $uem h& tempos no pisava em uma sala de aula e teve sua vida

    transformada depois do curso a %rande prova de sucesso do 5ronatec. :rata+se de e)emplo

    indito $ue com'ina foco no p@'lico alvo com oferta de educao profissional %ratuita e de

    $ualidade em escala nacional. 9 impacto na produtividade e na reduo das desi%ualdades

    ine%&vel.

    *ies+"ro,ni

    9 5ro%rama Pniversidade para :odos 5roPni# e o >undo de >inanciamento 6studantil

    >;6S# so pro%ramas do 7overno >ederal de acesso ao ensino superior privado. 5or meio do

    5roPni, os estudantes podem o'ter 'olsas parciais "# ou inte%rais 1""# em faculdades

    particulares. B& o >;6S concede emprstimos a (uros 'ai)os, de J,K ao ano, para pa%ar asmensalidades da faculdade privada. :ais iniciativas concede aos estudantes de fam3lias

    prolet&rias a oportunidade de cursar cadeiras at ento tidas inacess3veis para seu patamar

    financeiro. Cale ressaltar $ue para se conse%uir $uais$uer desses pro%ramas tem $ue passar

    por re$uisitos preesta'elecido pelos mesmos.

    onsidera-es finais

    2omo se v, a pol3tica educacional se 'eneficia da pol3tica de assistncia social e da

    sa@de, ao mesmo tempo em $ue estas so reforada pela ampliao do acesso E educao. ;sto

    evidencia $ue o tra'alho de forma con(unta pode, e deve ser um modelo a ser se%uido pelo

    %overno como um todo. 5orm as aDes acima citadas at ento so pouco para com'ater as

    desi%ualdades sociais.

    Q preciso ainda, repensar as aDes da educao de (ovens e adultos a fim de acelerar a

    $ueda do analfa'etismo no pa3s e da educao inclusiva para oportuni/ar E$ueles $ue tem

    al%uma necessidade especial i%ual direito ao ensino em salas da educao re%ular. 5ara tanto, indispens&vel o cumprimento da Hei maior, 2onstituio >ederal e as leis complementares

    com H8< JKNL, 5*6 e todas as outras $ue defendem e e$uiparam as oportunidades para

    todos, sem distino de cor, credo, reli%io e classe social. *esse sentido

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    Assim, torna percept3vel $ue o papel da escola dialo%ar, respeitar, promover,

    oportuni/ar de'ates $ue diminuam as desi%ualdades, atri'uio dos %overnantes criarem

    leis, pro%ramas, pro(etos e aDes $ue estirpe a disparidade entre as classes e %rupos e dever

    da sociedade %arantir a insero de todas as aDes acima citadas.

    5ortando, ao rever o passado, analisar o presente h& a possi'ilidades de

    modificar e)itosamente o futuro. 6m consonncia a essa afirmao ;tamar >reitas !"1"# di/

    $ue T6screver ?ist0ria , portanto, narrar. Q transformar o passado em presente, de forma $ue

    possa ser compreendido e orientar o futuroU p. L#. *ota+se $ue o homem tem o poder de

    mudar os seus rumos, pois ele no o o'(eto da hist0ria e sim o seu su(eito. 6ssa cr3tica de

    :hompson 1-1# ao indiv3duo passivo, importante, pois e)pur%a de certo modo a corrente

    Althusseriana, e mostra assim, $ue o homem pode escolher, e a'andonar tam'm esse molde

    de escola $ue perpetua a su'misso as classes dominantes, pois se :hompson se pauta no

    compromisso moral, 5aulo >eire refora sua filosofia com a ideia de uma educao popular,

    $ue no est& li%ada ao %overno e ao interesse 'ur%ueses. Assim, (& se pode alme(ar uma escola

    $ue promova a cidadania, com'ata as desi%ualdades sociais e forme indiv3duos

    verdadeiramente autnomos.

    .$*$./%0A1 B0B2034.5*0A1:

    AH:?PSS6R, Houis.Aparelhos ideolgicos do estado. J ed. Rio de Baneiro 7raal, 1-.

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    >6R*A*86S, ?enri$ue 5aim. Acesso E educao e com'ata E desi%ualdade o papel da

    educao no m'ito do 5lano