Dissertação Mestrado

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRO-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E MEIO AMBIENTE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EDUARDO GUIMARÃES PRADO A EFICÁCIA SOCIAL DAS NORMAS DE ACESSIBILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO VOLTA REDONDA 2010

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PRO-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE E MEIO AMBIENTE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

EDUARDO GUIMARÃES PRADO

A EFICÁCIA SOCIAL DAS NORMAS DE ACESSIBILIDADE DAS

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO

VOLTA REDONDA

2010

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PRO-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE E MEIO AMBIENTE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

A EFICÁCIA SOCIAL DAS NORMAS DE ACESSIBILIDADE DAS

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO

Dissertação apresentada ao programa

de Mestrado Profissional em Ensino em

Ciências da Saúde e do Meio Ambiente

do UniFOA como requisito para

obtenção de título de Mestre.

Mestrando:

Eduardo Guimarães Prado

Orientadores:

Doutor Adilson da Costa Filho

Doutora Valéria da Silva Vieira

VOLTA REDONDA

2010

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Mestrando: Eduardo Guimarães Prado

Título da Dissertação

A EFICÁCIA SOCIAL DAS NORMAS DE ACESSIBILIDADE DAS

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO

Orientador:

Doutor Adilson da Costa Filho

Doutora Valéria da Silva Vieira

Banca Examinadora:

_____________________________________

Professor

_____________________________________

Professor

_____________________________________

Professor

Page 4: Dissertação Mestrado

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que

vivem para servir, uma proposta que ouvi de

minha mãe quando ainda adolescente, e ainda

a memória do Mestre Sérgio Sibilio Fritsch,

pelo seu exemplo, dedicação à causa da

pessoa deficiente, por seu incentivo e

entusiasmo sobre o tema desenvolvido neste

trabalho.

Page 5: Dissertação Mestrado

AGRADECIMENTO

Agradeço a minha família que me apoiou durante o

tempo que dediquei nos estudos, meus amigos, ao

Mestrando Professor Rafael Teixeira dos Santos,

que acompanhou com entusiasmo e prestimoso auxílio

na descoberta e discussão sobre o desenvolvimento

da pesquisa, aos alunos, professores, funcionários da

Fundação Oswaldo Aranha, que participaram da

pesquisa contribuindo para a dissertação, e em

especial o Presidente Dauro Peixoto Aragão, que

concedeu mais do que o apoio possível e necessário,

acolhendo às indicações de melhorias e criação de

novos acessos para os deficientes físicos, fruto da

eficácia social, da consciência e do resultado deste

trabalho, pois hoje não mais se edifica no ambiente

universitário sem que se tenha a preocupação de

resguardar acessos e instalações adequadas ao

deficiente físico ou aqueles com mobilidade reduzida.

Page 6: Dissertação Mestrado

RESUMO

O número de legislações e de regulamentos em nosso país sobre o tema deficiente

físico é grande. Boa parte dessas legislações não é de conhecimento das pessoas. É

digno de destaque, que o ambiente universitário, não estando fora da realidade

brasileira, registra um considerável percentual de pessoas que não conhecem a lei e

por conseqüência não reconhecem a eficácia compulsória ou social que se espera da

aplicação legislativa e, mesmo estando de corpo presente, as pessoas não são

capazes de identificar espaços de acessibilidade destinados aos deficientes. Este

estudo, então, objetiva a confecção de um manual on line que forneça o conhecimento

e elementos necessários para que os usuários dos ambientes universitários sejam eles

dirigentes, professores, alunos e funcionários e pessoas que de algum grau tenham

deficiência, posam ter acessibilidade no cotidiano ao acessarem o ambiente

universitário. Gráficos que representam o pouco (re)conhecimento dos integrantes de

um ambiente universitário e um rol de legislação estão disponíveis para consulta no

manual on line para conhecimento da lei e possibilitar a ampliação da sua eficácia em

relação ao deficiente físico, sendo o resultado deste estudo.

Palavras chave: Acessibilidade; pessoa deficiente; eficácia; ambiente universitário.

Page 7: Dissertação Mestrado

ABSTRACT

The number of laws and regulations in our country on the subject physically disabled is

great. Most of those laws is not knowledge of people. It is worth mentioning that the

university environment, not being out of the Brazilian reality, registers a considerable

percentage of people who do not know the law and therefore not recognize the

effectiveness of compulsory or expected social legislation and the application, even

though body present, people are not able to identify areas of accessibility for the

disabled. This study, then, aims at making an online manual that provides knowledge

and information needed for users of university environments be they administrators,

teachers, students and staff and people who have some degree of disability, pose have

accessibility in everyday to access the university environment. Graphs that represent

the little (re) cognition of the members of a university environment and a list of

legislation are available for consultation in the manual online to know the law and allow

the expansion of its effectiveness against the handicapped, and the results of this

study.

Keywords – accessibility; people whit disabilities; effectiveness; university environment

Page 8: Dissertação Mestrado

Sumário

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9

1.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ......... 12

1.2 DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ................................................................ 13

1.3 DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO .......................................................... 21

1.4 A EFICÁCIA ................................................................................................................. 24

1.5 NECESSIDADE ESPECIAL OU PESSOA DEFICIENTE – Qual a terminologia

adequada? .............................................................................................................................. 30

2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................ 35

3. OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................................. 36

4. METODOLOGIA ................................................................................................................ 36

5. A PESQUISA ...................................................................................................................... 37

6. CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................... 49

BIBLIOGRAFIAS ........................................................................................................................ 51

Anexo I ......................................................................................................................................... 55

Anexo II ....................................................................................................................................... 56

Anexo III ...................................................................................................................................... 57

Anexo IV ...................................................................................................................................... 64

Anexo V ....................................................................................................................................... 70

Anexo VI ...................................................................................................................................... 71

Anexo VII ..................................................................................................................................... 72

Anexo VIII .................................................................................................................................... 73

Anexo IX ...................................................................................................................................... 74

Anexo X ....................................................................................................................................... 75

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho foi concebido em face da necessidade de todos aqueles que

de alguma forma figuram na relação universitária. Em primeiro lugar observamos que o

Ministério da Educação e Cultura – MEC possui normas de avaliação das unidades de

ensino, neste caso o Centro Universitário, onde aquele órgão ao avaliar o ambiente

físico acadêmico, verifica os diversos locais de acesso para todos que ali freqüentam.

Fazendo parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

(SINAES), criado pela Lei nº 10.861 de 14 de abril de 2004, que instituiu a avaliação

das instituições de Educação Superior, a Comissão Nacional de Avaliação da

Educação Superior, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira – INEP e a Diretoria de Avaliação da Educação Superior apresentaram o

Instrumento de Avaliação Institucional Externa, em 02 outubro de 2008, em

continuidade à implementação dos instrumentos que permitirão verificar a

operacionalização dos cursos superiores e o desempenho dos estudantes.

Esse instrumento é utilizado pelos Doutores e Mestres, avaliadores

indicados pelo MEC, que durante o processo avaliativo nas Instituições de Ensino,

analisam 10 dimensões, que vão desde as políticas para o ensino e institucionais para

a pós-graduação, passando pela responsabilidade social e forma de comunicação com

a sociedade, suas políticas de pessoal, organização e gestão, infra-estrutura física,

especialmente a de ensino, pesquisa e biblioteca, recursos de informação e

comunicação, planejamento e avaliação através da Comissão Própria de Avaliação -

CPA, as políticas de atendimento aos discentes e sustentabilidade financeira, e, além

disso, como linha básica, a observação ao cumprimento dos requisitos legais.

Na quadra do requisito legal, o referido Instrumento observa a aplicação do

Decreto nº 5.296/2004, como item obrigatório, e do constante na dimensão 07, infra-

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estrutura da biblioteca e salas de aula, foram por esta pesquisa particularmente

analisados.

Assim, ao iniciarmos os estudos de Mestrado Profissional em Ensino de

Ciências da Saúde e do Meio-ambiente, voltados para a Educação, tínhamos em

mente elaborar um produto que envolvesse as áreas de saúde, meio-ambiente e

educação, mas que acima de tudo, a própria IES pudesse valer-se imediatamente

desta pesquisa de forma a melhorar seus processos de ensino, já que o meio-

ambiente e o bem estar dos docentes e discentes são elementos observados e

pontuados relevantemente no Instrumento de Avaliação do INEP.

Neste viés, verificamos inicialmente a ausência de um olhar próprio para as

questões dos deficientes, seja no que se refere à administração institucional do

passado ou às reais necessidades e prioridades do presente. A falta da observação

especial ou qualificada para as questões ambientais do deficiente físico, o

desconhecimento da lei ou mesmo dos usuários no ambiente universitário que não

reconhecem os espaços, acessos ou norma legal destinados àquele público,

contribuem sobremaneira para a ineficácia legislativa.

Este mal não é próprio ou exclusivo do ambiente universitário, pois no mês

de agosto de 2010, visitamos as novas instalações do Ministério Público local,

(recentemente construído e inaugurado) órgão destinado à defesa dos interesses da

sociedade e verificamos que aquele prédio não foi projetado, preparado, condicionado,

ou seja, não foi observado pelos arquitetos, engenheiros ou pelos próprios promotores

públicos encarregados de sua construção, de reservar espaços e acessos ao

deficiente físico, embora seja aquele órgão dotado de competência legal para fiscalizar

o cumprimento da lei na qualidade de “custos legis”.

A pesquisa tem o intuito de construir um produto, um manual online, que

possibilite chamar a atenção para as questões que envolvam o tema deficiente físico

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no ambiente universitário, e também ao principio da dignidade do ser humano,

despertando de alguma forma um novo olhar, um olhar qualificado em todos aqueles

que forem tocados por este estudo e com isto, favorecer à promoção e realização

concreta e digna de novos acessos aos deficientes físicos, não por ser somente uma

obrigação legal, mas por ser a ação correta que se deve empregar no sentido de

construir uma nova realidade para a dimensão da dignidade de todos.

Neste diapasão, a Constituição da República possui estampado em seu

artigo 3º, como objetivo fundamental, a construção de uma sociedade livre, justa e

solidária, reduzindo as desigualdades sociais, promovendo o bem de todos sem

preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de

discriminação, considerando que a constituição do Estado Democrático de Direito

Brasileiro tem como um de seus fundamentos, entre outros, a dignidade da pessoa

humana.

Justifica-se a importância do tema estudado com o próprio texto

constitucional, pois a educação é um dos vários direitos de caráter fundamental da

pessoa humana e indistintamente deve ser garantido constitucionalmente para todos.

O despreparo de docentes, as barreiras atitudinais, o desconhecimento sobre avanços

tecnológicos, a inadequação dos meios e ausência de políticas adequadas para o

transporte são alguns dos elementos determinantes que impedem o exercício desse

direito (MAZZONI, 2003).

Pode-se afirmar que a pessoa humana quando frequenta ambientes que

lhes favorecem, o desenvolvimento de suas capacidades é potencializado, ao passo

que quando em ambientes com barreiras físicas que proporcionam restrição a

interação ou onde reinam preconceitos, a impossibilidade de desenvolvimento de

diversas atividades é prejudicada incisivamente.

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1.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Há milhares de anos o ser humano habita o planeta, percebe-se, desde

então, um desenvolvimento ao longo da história surpreendente, sobretudo aquele

experimentado nas últimas décadas. Estamos numa crescente e as descobertas nas

áreas da biotecnologia, nanotecnologia e física quântica são indiscutíveis, e até a

captura de imagens detalhadas das estruturas químicas que ficam dentro de uma

molécula já são possíveis, logo, os cientistas estão obtendo resultados fantásticos

após anos de pesquisa e dedicação, desempenhando o seu papel com sucesso,

trazendo indiscutivelmente progresso para a sociedade.

Essas novas descobertas podem ser exemplificadas em diferentes campos

científicos. Por exemplo, cientistas da empresa de computadores IBM em Zurique, na

Suíça, conduziram a pesquisa recentemente publicada na revista "Science", que

demonstra um novo método, onde permite que observem a "anatomia" da molécula ou

seja, as ligações químicas em seu interior (G1.GLOBO, 2010).

Outros cientistas, agora da Universidade de Calgary, no Canadá,

anunciaram no dia 12 de agosto de 2010 um eficiente progresso entre a ciência e a

mente humana, uma possibilidade que só existia na ficção, e criaram um chip de

computador que é capaz de monitorar as conversas entre células do cérebro, (Anexo

I). Um chip anterior já havia sido criado por Naweed Syed, o mesmo líder do projeto do

chip atual. Mas a versão anterior não conseguia gravar as diversas atividades elétricas

e químicas que aconteciam entre neurônios (TECNOBLOG, 2010).

Um novo exemplo, a pouco conhecido, foi a descoberta efetuada através

do Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, onde no espaço sideral, pela primeira vez

foi registrado a existência de moléculas de carbono conhecidas como

"buckyballs". São moléculas em forma de bola de futebol que foram observadas em

laboratório há apenas 25 anos (Anexo II).

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Casos como estes nos remetem a grandes contribuições científicas, sociais

e filosóficas creditadas a Newton, Sócrates, Platão, Max Weber, Montesquieu e outras

personalidades marcantes, pode-se considerá-los como fontes que impulsionaram o

desenvolvimento humano nas diversas áreas.

1.2 DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

O mundo globalizou a informação e a economia cujo avanço técnico

científico vem saltando em proporção geométrica; guerra setuagenária e conflitos

recentes ainda repercutem fortemente seus efeitos nos dias atuais, seja ele geográfico

social e principalmente o econômico.

Nesta década observou-se a invasão americana efetuada no oriente médio,

sob o argumento de combate ao terrorismo e à defesa ao estilo de vida americano,

motivos estes que perderam sua razão de ser em curto espaço de tempo, e que

somente agora em 2010 as tropas americanas começam a deixar o Iraque.

Noutro giro, contra as políticas de segregação, representado pela figura de

Martin Luther King, argumentava sobre a raça, religião e paz universal. Essas idéias

ainda repercutem nos dias atuais, servindo de referência no momento em que a

sociedade deixa de outorgar ou praticar atos voltados à eficácia da dignidade ou ao

conjunto normativo relativo ao deficiente físico.

“A existência, a validade, a eficácia e a efetividade da Democracia

estão na prática dos atos administrativos voltados para o homem. É

dever do Estado assegurar a todos os cidadãos, indistintamente, o

direito à saúde, que é fundamental e está consagrado na Constituição

da República, nos artigos 6º e 196. É inquestionável a ligação entre a

deficiência humana com a saúde e consequentemente com a

educação, não necessariamente nesta ordem. Podemos registrar sem

sombra de dúvida, a omissão do Estado em prestar atendimento à

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população carente, que não possui meios para a compra de

medicamentos necessários à sua sobrevivência, a jurisprudência vem

se fortalecendo no sentido de emitir preceitos pelos quais podem

alcançar o benefício almejado (STF, AG nº 238.328/RS. Min. Marco

Aurélio, DJ 11/ 11/05/99; STJ, Resp nº 249.026/PR, Rel. Min. José

delgado, DJ 26/06/2000), e tendo em vista as particularidades do caso

concreto, faz-se imprescindível interpretar a lei de forma mais humana,

teleológica, em que princípios de ordem ético-jurídica, conduzam ao

único desfecho justo: decidir pela preservação da vida. Não se pode

apegar, de forma, à letra fria da lei, e sim, considerá-la com

temperamentos, tendo-se em vista a intenção do legislador, mormente

perante preceitos maiores insculpidos na Carta Magna garantidores do

direito à saúde, à vida e à dignidade humana, devendo-se ressaltar o

atendimento das necessidades básicas dos cidadãos. (STJ – Recurso

Ordinário – MS 11183/PR – 1999/0083884-0. Rel. Mim. José Delgado,

publicado em 04.09.2000, Diário Oficial de Justiça).”

Quando o Estado se justifica com argumentos injustificáveis e

inconsistentes para negar os mais lídimos direitos fundamentais dos cidadãos como

saúde e educação, revela o total desprezo ao ser humano, indo frontalmente de

encontro com todo o resultado de desenvolvimento tecnológico experimentado, ao

ponto de se pensar que são povos diferentes. Existe uma sociedade de pessoas que

desenvolvem tecnologias que é diferente daquela sociedade que nega direito

fundamental. Uma é a sociedade de humanos a outra não é.

Reforçando a idéia de respeito humano, onde há pouco mais de 500 anos,

os portugueses pisaram na Terra de Vera Cruz, faziam boa política com índios até sua

quase extinção. Atualmente desfrutamos certo desenvolvimento industrial e

estabilidade econômica, mas, mesmo diante desse cenário de avanço científico,

tecnológico e econômico mundial, continuamos com o mesmo cântico de milênios,

ausência de respeito ao nosso semelhante e ao princípio da dignidade do ser humano

(VIOTTI, 2010).

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Autores como Piovesan (2003) discutem que direitos com maior ou menor

significância social vêm sendo desrespeitados pela sociedade e sempre dependendo

de diversos fatores sociais, da cultura e da educação de cada um para se obter

repercussão relevante. O exercício do respeito, da tolerância, da dignidade e da

cidadania vem sendo relegado, até mesmo esquecido e por vezes não conhecido das

pessoas, que ainda esperam mais em receber ao invés de contribuir para a melhoria

da coletividade.

“O problema reside na falta de efetividade das referidas normas, pois

nem o Poder Público, nem a sociedade, em geral, possuem

sensibilidade suficiente para lidar com a questão dos portadores de

deficiência. Com efeito, a eficácia de uma Constituição depende do

modo como ela é cumprida, do grau de introjeção do chamado

“sentimento constitucional”. A Constituição, por si própria, é tão

somente um instrumento, não tendo condições de conformar a

realidade social a seu modelo. Para tanto, faze-se fundamental a

efetiva implementação e sua força normativa, pelos diversos atores

sociais, o que compreende uma cultura vigilante e praticante da

Constituição, por meio de uma cidadania popular ativa e combativa,

bem cômoda atuação dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,

um dos principais responsáveis pelo cumprimento da Lei Maior.”

(PIOVESAN, 2003)

Não é difícil apontarmos na literatura autores que enfatizem a dificuldade

criada para pessoas deficientes. Pessoas necessitadas de maiores atenção e cuidado,

e a negligência dessas necessidades são pontuadas por descaso e falta de

planejamento.

“A título ilustrativo, note-se que as calçadas estão completamente

ocupadas por degraus, bancas de jornal, postes e buracos, o que

evidencia a falta de planejamento racional do espaço urbano, a fim de

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permitir o acesso e circulação da pessoa portadora de deficiência pela

cidade, não obstante a Constituição prever a adaptação de

logradouros. Ademais, a imprensa noticia que cegos são impedidos de

administrar sua própria conta bancária, surdos não podem andar de

ônibus gratuitamente, nem ir à universidade por falta de intérprete.”

(SANTIAGO, 2000)

A educação é a chave que abre o caminho. No Brasil embora tenha

avançado a qualidade do ensino, ainda merece melhoria acentuada para ter a chance

de possibilitar um futuro mais digno para todos, pois atualmente temos 40,9% dos

jovens brasileiros de 16 anos sem terminar o ensino fundamental, e 54,1% dos jovens

brasileiros de 19 anos não conseguem nem mesmo concluir o ensino médio, com

apenas 9,8% dos alunos que chegam ao 3º ano do ensino médio sabendo o conteúdo

esperado de matemática e 24,5% o de língua portuguesa. Para completar o quadro

deficitário da população brasileira, apenas 25% é plenamente alfabetizada

(PNAD/IBGE 2008).

Pensando na necessidade de inclusão, observa-se que em um país de

ordem continental, plural como o Brasil, miscigenado pela natureza de sua ocupação,

as diferenças culturais e sociais ainda são verdades que incomodam uma parcela da

sociedade. Dificuldade no pleno desenvolvimento do país, na falta de melhor educação

no ensino fundamental e médio, que repercute na ausência de uma consciência

normativa, leva por conseqüência, à negativa de eficácia social de varias normas,

sendo neste caso, o não reconhecimento das normas de acessibilidade aos deficientes

físicos (PIOVESAN, 2003).

A denominada doutrina jurídica através de diversos estudiosos e renomados

juristas registram em suas obras o descompasso existente entre a norma e a sua

aplicação. É inegável a relação entre os direitos fundamentais saúde e educação que

merecem o respeito equivalente frente ao cidadão carente e débil em uma

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determinada relação jurídica, pois a falta de eficácia possibilita a prática de injustiça na

seara do direito.

Nesta mesma linha, como transcrevemos abaixo, a indignação demonstrada

nos comentários dos juristas ao texto constitucional, comprova a ineficácia de direitos

consagrados na Carta Magna, instrumento maior do denominado Estado Democrático

de Direito.

“O art. 196 é uma excelente carta de princípios absolutamente

divorciada da realidade brasileira. Se há princípios programáticos na

Constituição brasileira, nenhum deles bate aqueles expostos no

art.196. A primeira parte do discurso é comovente. A saúde é direito de

todos e dever do Estado. Sem chegar à ironia de Roberto Campos, que

espera não morrer depois de 1988, porque sua saúde está garantida,

ou de Roberto Vidal da Silva Martins, considera suas dores de cabeça

inconstitucionais, porque a saúde é direito de todos. O certo é que o

acesso à assistência médica e hospitalar no País é um direito de

poucos brasileiros, estando alijada grande parte da população do

exercício de tal direito. Por outro lado, esse dever o Estado não

cumpre, quer através da união, quer através dos Estados e da grande

maioria dos Municípios. Na continuação, o constituinte explica a ação

do Estado, que deve manter o acesso de todos ao bem-estar físico e à

assistência médica e hospitalar “mediante políticas sociais e

econômicas”, políticas estas cuja faceta a sociedade conhece apenas

pelo aumento da carga tributária, como ocorreu com a instituição da

Cofins cumulativa e da CPMF. O então Ministro Adib Jatene defendeu

a oneração da produção brasileira, por meio desses tributos

cumulativos que punem o produtor nacional e beneficiam o estrangeiro

que exporta para o País, para obter melhor “performance” para seu

Ministério. À evidência, o povo tem suportado o aumento da carga

tributária, mas os serviços continuam péssimos. Tais políticas, todavia,

deveriam reduzir o “risco de doença e de outros agravos”, outro

desiderato que há nove anos o Brasil espera alcançar, pois tem havido

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sensível aumento de doenças – inclusive com o retorno de algumas

que já haviam sido erradicadas – e de outros agravos na população,

sem política governamental alguma para reduzir tais desconfortos. Por

fim, tais “políticas” deveriam objetivas o acesso universal e igualitário

às ações e serviços do governo, para que a saúde da população seja

promovida, protegida e recuperada. Tanto a promoção quando a

proteção nessa área dependem de que sejam recuperados os

instrumentos de atuação do Estado, degradados nos últimos tempos,

assim como da elaboração de estratégia para a recuperação dos

doentes. Quem lê o art. 196 tem a impressão de que o País está acima

das demais Nações no que diz respeito à saúde, tanto nas ações

profiláticas quanto naquelas de recuperação dos doentes. Quem vive a

realidade da grande maioria da população brasileira menos favorecida

percebe quão distante está o sonho do constituinte da prática dos

detentores do poder.” (I. GANDRA,1998).

Na história mundial, um grande salto no sentido de abrir caminho para a

dignidade e eficácia social, foi através da Declaração Universal dos Direitos do

Homem, que completou 62 anos de existência (ONU, 1948), mas está muito distante

de uma satisfatória comemoração. A maior dificuldade está na ausência de

conscientização da sociedade, bem como no desenvolvimento de uma cultura

inclusiva, que são os mais eficazes meios de garantir o respeito às pessoas deficientes

(PIOVESAN, 2003).

A referida declaração universal é um documento relevante para a

humanidade, assim como todos os registros daqueles personagens históricos e

filosóficos acima mencionados, onde todos são meritórios e muitos deixaram em seus

estudos o respeito ao semelhante, mas o tempo vem demonstrando a duvidosa

eficácia social.

Com uma simples leitura da Declaração Universal dos Direitos do Homem,

pode-se avaliar sua verdadeira aplicação nos dias modernos. Assim, encontra-se

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lacunas de eficácia social em assuntos que abordem a deficiência física, embora

exista farto comando normativo nacional e internacional, as pessoas não o

reconhecem e por conseqüência deixam de aplicar.

Diretamente relacionados com o escopo deste estudo, observa-se que três

artigos são de relevância, merecendo destaque, e estão ancorados na DECLARAÇÃO

UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM:

Artigo 1º.

Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São

dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos

outros com espírito de fraternidade.

Artigo 13

I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência

dentro das fronteiras de cada Estado.

Artigo 26

I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo

menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar

será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos,

bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da

personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do

homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a

compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos

raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em

prol da manutenção da paz.

Nem mesmo ante a força das comunicações, da democrática no país e da

plural internet cada vez mais popular, da liberdade do pensamento, dos princípios e

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expressões ancorados no texto constitucional, do desenvolvimento dos setores

produtivos, foi possível evitar a manutenção de muitos preconceitos, sobretudo no

ambiente do trabalho, já que consagradamente é uma das mais sólidas vias de

integração (GONZÁLEZ,1994).

“hay que partir de la base de que el trabajo es uma de lãs más sólidas

vias de integración social, puesto que propicia em el adulto un grado de

autonomia y responsabilidad tal que le permite la consecución Del

próprio proyecto de realización personal. De tal manera es así que la

no participación em los procesos de producción tiene unos efectos de

segregación”.(ibdem)

O mundo globalizado permitiu que grandes fortunas privadas

sobrepusessem interesses estatais de muitos países, tendo a atividade empresarial

tomado conta das grandes decisões que afetam o planeta e, por conseguinte, quem

não se adapta ou integra na nova mentalidade consumeirista, fica alijado do processo

mercadológico, onde o ter é mais significativo do que o ser. Não importa quem você é,

o que ganha relevância é a capacidade de consumo que representa seu status e a

dimensão da sua rede social. A segregação afasta a sociedade dos princípios

constitucionais de construir uma sociedade livre, justa e solidária.

“A Justiça e, consequentemente, o ordenamento, devem assegurar a

cada ser humano estabilidade que permita desempenhar seu papel na

sociedade de forma lícita, proba e em paz. Algo que a realidade que

nos rodeia permanentemente afronta.” (VENOSA, 2006).

As diversas e poderosas entidades privadas e até públicas a serviços de

interesses nada democráticos têm apresentado verdadeiro excesso de autonomias,

sem fiscalização adequada no âmbito nacional ou internacional, e o que é mais

nefasto, a impunidade que possibilita a ineficácia das normas, fazendo-se necessário

que a educação, o respeito e a cultura, recebam investimentos e tratamento

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adequados. A ordem social consiste nas diversas possibilidades do ordenamento

jurídico de coexistência de cada membro da sociedade. A participação única, solitária,

silenciosa é adequada e necessária para a interação, respeito, harmonia e dignidade

ao semelhante.

Portanto, dentro do contexto citado, verifica-se de plano a importância das

exigências e do conceito jurídico do bem comum, delimitado no conjunto de bens e

valores gerados pelo esforço comum, seja na oportunidade criada pela ação individual

ou coletiva, cuja participação ativa em sociedade possibilita o auxílio à pessoa humana

para que esta realize o mínimo existencial social e econômico.

O ponto exato da divergência centra-se no complexo princípio da dignidade

do ser humano. Limitar o que é digno para grandes fortunas é muito difícil, pois não há

na história quem conseguiu limitar o crescimento financeiro de ninguém que já esteja

no topo. O limite sempre está com aqueles que estão na base da pirâmide econômica,

que não tem valor agregado e por isso, não se liberta do status quo.

Sendo assim, limitar a autonomia excessiva de interesses particulares,

exigindo que este interesse passe pelo reconhecimento da dignidade do ser humano,

através dos menos favorecidos socialmente, principalmente dos pobres e deficientes é

letra formal do denominado “Estado Democrático de Direito”.

“O Estado de Direito, meramente formal, e a democracia, puramente

técnica, desvinculados do respeito da justiça natural, mostram-se

incapazes de garantir a segurança das pessoas no que respeita ao

núcleo essencial e intangível dos direitos e deveres fundamentais

reclamados pela dignidade humana.” (CHORÃO, 2000)

1.3 DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO

Page 22: Dissertação Mestrado

22

O ser humano nunca está neutro em relação aos acontecimentos em

sociedade, atuando ativa ou passivamente, e sempre há uma ação de repercussão.

Quando da maneira silenciosa atua de forma inversa, e contribui fortemente para a

manutenção do estado das coisas, e no mesmo diapasão, surgem questões sobre a

aplicabilidade das normas e o fundamento do direito. Estas questões são tão antigas

como a própria humanidade, e vêm suscitando discussões sobre a existência do

Direito Natural e do outro contraponto, o Direito Positivo.

No campo do Direito não se pode deixar de mencionar que esta dicotomia

sempre teve caloroso debate, críticas recíprocas e convivência vigiada, pois ao

jusnaturalista defende a idéia de um Direito superior, natural e universal que antecede

a toda lei positiva humana, enquanto os positivistas afirmam que Direito provem do

homem, é um produto de sua história de sua razão social, como no dizer de Ruggiero

e Maroi quando afirmam que “O direito é a norma das ações humanas na vida social,

estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de

todos.” (RUGGIERO e MAROI, 1955).

O direito somente se concretiza através de seus preceitos em razão da

outorga pelo povo a autoridade estatal constituída, que ao emanar suas normas possui

força coercitiva e aplica sanções pelo seu descumprimento.

As normas expressas por leis, decretos ou regulamentos, em cada diversa

sociedade repercutem em um sistema que diverge dos demais, em razão da afinidade

de culturas dos povos. Já afirmaram que se ávida social é pobre, o direito tem caráter

primitivo e tudo se reduz a poucas regras normalmente rígidas e formalistas; quando

evolui e se torna rica em manifestações, o direito é complexo e menos rígido ou

formal. Este é o conjunto de regras que o direito denomina direito positivo.

(RUGGIERO, 1999)

Page 23: Dissertação Mestrado

23

O conjunto normativo ou Direito Positivo que disciplina os direitos e

benefícios das pessoas deficientes é extenso, e na maioria das vezes desconhecido

pela sociedade, tornado pouca ou de nenhuma eficácia social a norma.

A idéia do direito natural repousa com a existência do próprio homem, mas

somente no século XVIII a denominada escola do direito natural imperou fortemente.

Em geral costuma entender-se como sendo o conjunto de regras que a razão humana

dita, ancoradas sobre a natureza do próprio ser humano, surgindo da necessidade

universal coletiva das nações que desveladas pela razão antecedem o direito escrito

ou norma positivada. Estes direitos de garantias e proteção à vida, à dignidade, à

saúde e liberdade são princípios perpétuos e universais, embora não se pode falar de

normas universais e eternas, iguais para todos e em todos os tempos em razão de se

ver o direito como um produto histórico (escola histórica do direito).

O direito natural embora tenha conceito especulativo e servindo de

inspiração para o homem, ele tem uma grande influência na ciência jurídica e sobre o

momento legislativo, pois quanto mais se afasta do direito racional ou natural, mas

sujeito a injustiça é a lei.

“Estes princípios supremos, não perpétuos nem universais, mas

mutáveis com movimento bastante mais lento que os de direito positivo,

constituem o ideal de justiça a que em dado momento deve atender o

legislador de determinado povo e do qual não pode apartar-se sem

fazer leis injustas ou más. Mais a determinação deste ideal de justiça

não deve abandonar-se ao convencimento íntimo e pessoal dos

indivíduos pois, se assim o fizesse, haveria então ideais infinitos,

variáveis segundo o modo de sentir particular de quem, julgando da

bondade intrínseca do direito positivo constituído, arranjaria à sua

vontade um direito diferente do dos outros. Tal justiça reside no

convencimento da universalidade, no que ela sente ser justo e

corresponder às suas necessidades e fins. No entanto, e segundo esta

concepção ulterior, o direito natural ou racional não constitui, em

Page 24: Dissertação Mestrado

24

definitivo, direito verdadeiro e próprio. Quando o sentimento geral do

justo e do equitativo já se traduz em preceitos positivos, temos normas

jurídicas, mas apenas enquanto são ditadas pelo poder soberano que

deve reconhecimento àquela consciência social; quando ainda se não

traduz, não se pode falar de regras de direito, mas antes de princípios

morais ou sociais que aspiram a tornar-se direito e a modificar o que

existe. (RUGGIERO, 1999)

1.4 A EFICÁCIA

A eficácia se refere, pois, à aplicação ou execução da norma jurídica, ou por

outras palavras, é a regra jurídica enquanto momento de conduta humana. A

sociedade deve viver o Direito e como tal reconhecê-lo. (REALE, 2006).

Outros autores seguem a mesma linha de pensamento, como Novelino, que

também registra a ótica daquele festejado jurista:

“...os legisladores podem promulgar leis que violentam a consciência

coletiva, provocando reações por parte da sociedade. Há leis que

entram em choque com a tradição de um povo e que não

correspondem aos seus valores primordiais. Isto não obstante, valem,

isto é, vigem.” (REALE, 2006)

“O citado professor ensina que "Validade formal ou vigência é, em

suma, uma propriedade que diz respeito à competência dos órgãos e

aos processos de produção e reconhecimento do Direito no plano

normativo. A eficácia, ao contrário, tem um caráter experimental,

porquanto se refere ao cumprimento efetivo do Direito por parte

de uma sociedade, ao reconhecimento (Anerkennung) do Direito

pela comunidade, no plano social, ou, mais particularizadamente

aos efeitos sociais que uma regra suscita através de seu

cumprimento"

Page 25: Dissertação Mestrado

25

Diz-se que a lei é vigente quando existe e pode produzir efeitos, por ser

formalmente válida.

“A eficácia se relaciona com a aplicabilidade ou executoriedade de uma

norma vigente, sendo que eficácia técnica ou jurídica se relaciona com

a aplicabilidade da norma, ou seja, é a "aptidão da norma para

produzir os efeitos que lhe são próprios."

Por fim, efetividade se relaciona com a executoriedade da norma, com

o cumprimento da lei por seus destinatários, e por isso também é

chamada de eficácia social. (NOVELINO, 2008)

Conforme os ensinamentos do professor Marcelo Novelino, "efetividade (ou

eficácia social) está relacionada à produção concreta dos efeitos" e "uma norma é

efetiva quando cumpre sua finalidade."

Para Miguel Reale, há "uma distinção quanto o cumprimento espontâneo e

o obrigatório ou forçado das regras sociais.", sendo que o cumprimento espontâneo de

uma norma é um ato moral, que "implica a adesão do espírito ao conteúdo da regra".

(REALE, 2002)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE no censo de 2000,

constatou que cerca de 14,5% (catorze virgula cinco por cento) da população

brasileira, ou seja, 24,5 milhões de pessoas apresentam algum tipo de limitação, seja

ela auditiva, visual, de locomoção ou mental.

É importante destacar que uma pesquisa publicada pelo IBGE observou a

declaração das pessoas em possuir alguma deficiência, o que significou um salto de

1,41% em 1991 para 14,5% da população (Crosara, 2008). Como demonstrado na

Page 26: Dissertação Mestrado

26

Tabela I, segundo Alicia Bercovich, pesquisadora do IBGE, estes são os tipos de

deficiência incluída no estudo:

TABELA I

TIPOS DE DEFICIÊNCIA

Fonte: Censo IBGE, 2000

Muitas deficiências são congênitas, assim, quais seriam as razões de um

aumento considerável no percentual, no prazo inferior a uma década, elevando-se de

quase 2% (dois por cento) para quase 15% (quinze por cento) de deficientes?

Haveria uma epidemia de deficientes em andamento. A resposta por óbvio é

negativa. A alteração dos instrumentos de coleta de informações, incluindo o modelo

social é denunciada como a principal razão para o grande aumento no número de

pessoas com deficiência, mas não se pode olvidar que a crescente violência urbana

tem sido uma verdadeira fábrica de novos deficientes, na sua maioria jovem, mas não

está livre desta estatística a criança, o adulto e o idoso.

Deficiência Quantidade

Visual 16.573.937

Motora 7.879.601

Auditiva 5.750.809

Mental 2.848.684

Física 1.422.224

Page 27: Dissertação Mestrado

27

Ainda neste sentido, a criminalidade generalizada, assaltos, acidentes de

trânsito, a negligência, a imprudência, sejam elas praticadas no lar ou em qualquer

lugar, há registros de acidentes, culposos ou dolosos, de crimes na mesma ordem de

culpabilidade, que vitimam pessoas transformando-as em novos deficientes físicos.

Por outro lado o desenvolvimento econômico nacional tem favorecido a

melhoria da qualidade de vida, aumentando a longevidade, modificando o perfil desta

população que, anteriormente, era o de deficiências geradas na maioria por doenças.

A Organização das Nações Unidas (ONU) informa que existem 191 países

que reconhecem direitos aos deficientes físicos, mas há algumas ausências nessa

lista. O Brasil é um dos 50 países que têm uma gama de legislação, ampla e avançada

em relação aos demais países, mas o que se observa que embora aja um contingente

de legislação em vigor, muito não se tem de eficácia nestas legislações e pessoas

continuam sofrendo com suas limitações, sendo fator de exclusão social.

“Para corroborar esta afirmação basta proceder à análise da baixa

presença de pessoas com deficiência em setores básicos que

promovem inclusão formado pelo acesso a escola, pelo acesso ao

trabalho, pelo acesso ao meio urbano e rural, aos transportes e pelo

acesso aos serviços de saúde e reabilitação. A pobreza e a

marginalização social agem de forma mais cruel sobre as pessoas com

deficiência. Como conseqüência, a redução da pobreza também deve

ser considerada nas políticas públicas que serão implementadas, como

um elemento de redução de desigualdade ou de promoção da

igualdade plena e efetiva.” (RESENDE e VITAL, 2008)

“O momento político atual de diálogo, pactuação de políticas e de um

ambiente propício a efetivação dos direitos das pessoas com

deficiência exige um trabalho urgente de aprofundamento em relação

às questões sociais, econômicas e políticas, para sustentar a

capacidade de intervir e propor soluções efetivas de inclusão nos mais

Page 28: Dissertação Mestrado

28

diversos campos da realização da cidadania desta expressiva parcela

do povo brasileiro.” (RESENDE e VITAL, 2008)

Ações organizadas em defesa dos direitos humanos e de vida digna é fator

importante que possibilita a transformação social, a transformação da consciência, do

respeito à dor alheia, aos direitos da personalidade em uma nova política de atenção

objetiva em atender às necessidades das pessoas deficientes em saúde, educação,

trabalho e convívio social.

Uma destas ações encontra na Coordenação Nacional para a Integração da

Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), o apoio e a ressonância esperada, onde o

movimento das pessoas com deficiência, vem logrando avanços consideráveis nas

questões culturais e de educação, nos melhores valores humanos acerca do que é ser

pessoa com deficiência, incluindo atenção no campo do legislativo.

No campo da saúde, onde se espera que segregação seja inexistente para

essa população, a realidade do deficiente já tão sofrido, seja por motivo natural ou

provocado pelo fator humano, no que se refere especialmente ao tema acessibilidade

generalizada, ainda é muito prejudicada.

“Em relação à acessibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS),

apesar dos profissionais atuantes nos programas de saúde

pretenderem assegurar o atendimento a todos os cidadãos, ainda há

muito por fazer para que as pessoas com deficiência recebam

assistência eqüitativa, igualitária e universal preconizada pelo SUS.

Nesse sentido, as dificuldades de acesso se inserem, também, na

interação paciente-profissional de saúde, pois, as deficiências

sensitivas se encarregam de estabelecer barreiras atitudinais no

contexto desta interação.” (FRANÇA e PAGLIUCA, 2008)

“Ao tomar por base a importância da acessibilidade para a otimização

da assistência às pessoas com deficiência traçaram-se, para esse

Page 29: Dissertação Mestrado

29

estudo, os seguintes objetivos: buscar, na literatura, o conceito de

acessibilidade, seu histórico, suas relações com o Sistema Único de

Saúde e com a formação dos profissionais de enfermagem e também

citar os fatores que dificultam o acesso das PD ao SUS.” (ibdem)

A Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com

Deficiência, criada pela Lei 11.958, de 26 de junho de 2009 e do Decreto 6.980, de 13

de outubro de 2009, é um órgão integrante da Secretaria Especial dos Direitos

Humanos da Presidência da República, tem competência para articular e coordenar

as políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência.

A referida Subsecretaria tem como atribuição a coordenação e supervisão

do Programa de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência cujo

objetivo é estimular o viés público e privado voltados à promoção, proteção e defesa

daqueles direitos, realizando consultas e audiências públicas, nos assuntos que

envolvem o tema, de forma direta e indiretamente, emitindo pareceres técnicos sobre

projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que envolve a causa do

deficiente físico.

Uma das políticas da Subsecretaria está centrada nas ações de prevenção

e eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência no

que se refere aos seus direitos. Esta iniciativa está amparada pela Convenção sobre

os Direitos das pessoas deficientes. Outra política vem estimulando a articulação na

formação da rede dos diversos Conselhos de Direitos das Pessoas com Deficiência no

âmbito dos Estados e dos Municípios.

Neste mesmo diapasão, diversas campanhas de conscientização pública,

com interesse na promoção do respeito pela autonomia, equiparação de

oportunidades, inclusão social são realizadas. A coordenação da produção,

sistematização e difusão das informações de interesse do público com deficiência

física é fator fundamental na conscientização de todos, não somente os envolvidos

Page 30: Dissertação Mestrado

30

diretamente, mas, sobretudo para aqueles que tenham condições favoráveis de

promover a mudança de paradigmas e de realidades.

A convenção sobre os Direitos da Pessoa com deficiência e seu Protocolo

Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, aprovada

pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo n. 186, de 9 de julho de

2008 e pelo Decreto do Poder Executivo nº 6.949 de 25/08/2009, conforme o

procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição, balizam a política nacional para a

pessoa com deficiência. A referida Convenção e seu Protocolo foram ratificados pelo

Congresso Nacional em 09/07/2008 pelo decreto legislativo nº 186/2008 e todos os

seus artigos são de aplicação imediata.

É importante que não só os diversos programas do Estado, como na saúde,

que pretendam assegurar o atendimento a todos os cidadãos tenham aceitação social,

pois há ainda muito por fazer para que as pessoas com deficiência recebam

assistência eqüitativa, igualitária e universal preconizada pelo SUS, e, também, pelo

sistema Educacional, seja ele executado no âmbito público ou no privado.

1.5 NECESSIDADE ESPECIAL OU PESSOA DEFICIENTE – Qual a terminologia adequada?

Preconceito e desinformação sobre a realidade do cotidiano da pessoa

deficiente influenciando o conceito individual e coletivo do que seja viver com reais

impossibilidades ou sérias e verdadeiras dificuldades de acessibilidades. A história tem

registrado em várias épocas os termos e seus significados, seus adjetivos e

substantivos ligados ou destinados à pessoa deficiente.

Em primeira hora, a escolha do termo correto ou mais adequado a ser

utilizado quando o assunto se revela acessibilidade ou deficiência, é importante e

Page 31: Dissertação Mestrado

31

necessário se faz ouvir os mais interessados neste aspecto de como eles pretendem

ser reconhecidos pela sociedade.

Há uma grande diversidade de termos adotados pelas culturas que nos

remete ao trabalho realizado pela pesquisadora Lucille Mettetal-Dulard, mencionado

no artigo de Regina Cohen:

“Os franceses utilizam uma definição por oposição: os válidos em

relação aos inválidos, os ingleses adotam: „disabled‟, os espanhóis:

„minusválidos” (Mettetal-Dulard, 1994).

Os gregos “criaram o termo estigma para se referirem a sinais

corporais com os quais se procurava evidenciar alguma coisa de

extraordinário ou mau sobre o status moral de quem os apresentava”

(Goffman, 1988).

No começo da história e durante séculos o termo “os inválidos” significava

o indivíduo sem valor e durante muito tempo no século XX ainda se utilizavam tal

expressão, embora sem sentido pejorativo e até a década de 60 o termo “os

incapactados” com a variação para o termo “os incapazes”; notou-se aqui um

sensível olhar de progresso ao reconhecerem que a pessoa com deficiência teria uma

capacidade residual ou reduzida (SASSAKI, 2005).

Nesta época estava em vigor no Brasil o grande Código Civil, conhecido no

meio jurídico como a constituição do homem comum, a lei que regula os direitos e

obrigações do cidadão, na sua esfera privada e até privada com repercussão pública,

como é o caso do direito de família, que embora regule a vida do casal, não permite

que se compactue de maneira a ferir o estipulado naquele codex.

“Estupendo monumento de cultura jurídica, o Código Civil

brasileiro representava, ao tempo de sua feitura, aquilo que de

Page 32: Dissertação Mestrado

32

mais completo se conhecia no campo do direito.” (SILVIO

RODRIGUES, 1987).

O Presidente da República Campos Sales em 1899 designou o notável

jurista Clóvis Bevilaqua, que aproveitou o que foi possível do projeto apresentado por

Coelho Rodrigues, em 1890, por sua própria ordem quando a época era Ministro da

Justiça, e naquele mesmo ano apresentou o projeto do Código Civil, que somente

depois de 15 anos de debates se converteu em Código Civil, um antigo anseio da

sociedade e um cumprimento da ordem constitucional do império, do ano de 1824, que

em seu artigo 179, determinava que se organizasse, quanto antes, um código civil

fundado na justiça e na equidade.

O então código civil, pensado no século XIX entrou em vigor no século 20,

através da lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916, com “vacatio legis”, ou seja, tempo em

vacância de 01 ano, passando reger a vida privada do homem comum somente em

1917.

É importante registrar que este monumental código foi pensado pelo grande

saudoso jurista Clóvis Bevilaqua, homem à frente de seu tempo, que escreveu e

concluiu o projeto no ano de 1899, e no seu artigo 2º consignou que todo homem é

capaz de direitos e obrigações na ordem civil, portanto, incluídos as pessoas

deficientes, contudo, se fez necessário que no artigo 9º fosse limitado o exercício

próprio daqueles direitos, tornando-os em regra, absolutamente incapazes de exercer

pessoalmente os atos da vida civil os loucos de todo o gênero os surdos-mudos, que

não puderem exprimir sua vontade. Neste artigo se vislumbra mais a proteção do que

propriamente uma limitação de exercício de direito, nunca diminuição de direitos ou de

obrigações.

Em seqüência social, no final dos anos 60 até aproximadamente o limiar

nos anos 80, os termos “os defeituosos” cujo significado destinava aos indivíduos

Page 33: Dissertação Mestrado

33

com deformidade principalmente as deficiências físicas eram empregados, e o termo

“os deficientes” que se dirigia aos indivíduos com deficiência física, intelectual,

auditiva, visual ou múltipla, já o termo “os excepcionais”, significava pessoa com

deficiência intelectual.

Segundo Sassaki, a variação da denominação não parou ai, e entre os anos

de 1981 até 1987 o termo “pessoas deficientes” foi utilizado, e pela primeira vez o

substantivo “deficiente” passou a ser utilizado como adjetivo, sendo acrescentado o

substantivo “pessoas” e a partir de 1981 nunca mais se utilizou a palavra indivíduos

para se referir às pessoas com deficiência.

A expressão “pessoas portadoras de deficiência” foi utilizada do ano de

1988 até 1993 e foi proposto para substituir o termo “pessoas deficiente” que pela

sociedade caiu no uso mais diminuto de “portadores de deficiência”.

A partir do ano de 1990 até a presente data foi e está sendo utilizado uma

variedade de denominações e entre elas utilizam “pessoas com necessidades

especiais”, “portadores de necessidades especiais”, “pessoas especiais”,

“pessoas com deficiência”, “portadores de direitos especiais.” (Anexo III).

O estudo demonstrou que a maioria das legislações consigna o termo ou

expressão “pessoa com deficiência” e adotamos tal denominação neste dissertação

de mestrado, em razão de que as organizações e representações de pessoas

deficientes pelo mundo, inclusive no Brasil, inequivocamente desejam ser chamadas

de “pessoas com deficiência”.

Destacamos, portanto, refletindo sobre as diferentes terminologias da

palavra, visto que o instrumento normativo que deve ser cumprido é o Decreto n.

5.296/2004, sendo nele registrado a expressão necessidades especiais. Registramos

Page 34: Dissertação Mestrado

34

ainda, que boa parte do conjunto normativo, mormente as mais recentes utilizam a

expressão “pessoa deficiente”.

São vários os motivos e razões para esta escolha, em primeira ordem, tal

denominação faz parte do texto da Convenção Internacional para Proteção dos

Direitos e da Dignidade das Pessoas com Deficiência, que foi aprovada pela ONU

no ano de 2006, inteiramente acolhida pelo sistema normativo brasileiro. Entre tais

motivos, destacamos os seguintes princípios: Não esconder ou camuflar a deficiência;

não aceitar o consolo da falsa idéia de que todo mundo tem deficiência; mostrar com

dignidade a realidade da deficiência; combater neologismos que tentam diluir as

diferenças (SASSAKI, 2005).

“A importância do tema pode ser facilmente justificada se for

considerado que a educação é um dos direitos básicos dos seres

humanos e, como tal, se aplica a todas as pessoas. A falta de preparo

dos docentes, as barreiras atitudinais, o desconhecimento sobre

avanços tecnológicos, a inadequação dos meios e a ausência de

políticas adequadas para o transporte são alguns dos elementos

determinantes que impedem o exercício desse direito.” (MAZZONI,

2003).

A deficiência verso participação da pessoa deficiente no ambiente

educacional sempre foi um grande desafio na sua maioria das vezes em sala de aula.

O professor tinha dois caminhos a seguir: o primeiro, quando se depara com um

deficiente dentro da sala de aula, resta a alternativa do caminho digno do diálogo,

procurando saber com o próprio deficiente qual a melhor maneira de exercer seu papel

de professor, frente a deficiência do aluno, ou o caminho da omissão, lecionando

normalmente, fingindo que não existe pessoa deficiente em sala de aula, tratando com

igualdade os desiguais, cometendo o erro flagrante e fatal de não tratar com dignidade

aquele que precisa de respeito e reconhecimento de sua deficiência.

Page 35: Dissertação Mestrado

35

Todos nosotros tenemos derecho a la educación y los

procedimientos adoptados para el examen de ingreso son una

conquista. Nuestra cultura ahuyenta la deficiencia de los ojos de

las personas. Es muy complicado para un profesor llegar en su

clase y encontrar una persona ciega allí. Algunos de ellos llegan

hasta mí y preguntan ¿Que voy hacer contigo?. Es difícil para un

profesor que, hasta entonces, pensaba que estaba calificado

para enseñar, pensar que ahora no lo esta. El profesor tiene dos

salidas: conversa com la persona y discute junto con ella lo que

se puede hacer o, entonces, finge que la persona con

discapacidad no está em el aula y sigue con sus clases de la

misma manera (MAZZONI, 2003).

A deficiência nos cerca pela natureza ou é provocada pela ação humana e

procuramos desenvolver um trabalho que a IES pudesse se apropriar de maneira fácil

e rápida com objetivo de tornar o ambiente universitário digno do que se propõe, que é

o de ofertar um espaço clássico e ao mesmo tempo progressista frente às

necessidades daqueles que o freqüentam promovendo e garantindo a verdadeira

democracia universitária do saber, sem barreiras e sem limites físicos, pois o século

XXI chegou às nossas portas. Respiramos a tecnologia e devemos expirar o

reconhecimento da dignidade do nosso semelhante, isto é possível.

2. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste estudo é a confecção de um manual que possa fornecer

conhecimento para facilitar o cotidiano da pessoa deficiente no ambiente universitário,

favorecendo o despertar a consciência da dignidade humana e do respeito ao

deficiente físico.

Page 36: Dissertação Mestrado

36

3. OBJETIVO ESPECÍFICO

Na seara do objetivo específico, este estudo procurou identificar os espaços

físicos tão necessários ao tema acessibilidade no ambiente universitário e as possíveis

barreiras que impedem a plena eficácia destas normas jurídicas. Os gráficos gerados

possibilitaram verificar se tais espaços destinados ao deficiente físico no ambiente

universitário apresentam a desejada eficácia social das normas aplicáveis ao tema

acessibilidade.

A identificação dos pontos de acessibilidade e o registro do rol de legislação que

disponibilizadas para consulta e conhecimento da lei, proporcionarão a demonstração

do grau da eficácia normativa, em relação ao deficiente físico, sendo o resultado deste

estudo. E através da elaboração de um manual on line, apresentar o grau de eficácia

compulsória e social, partindo do seu reconhecimento e tratamento destinado a

pessoa deficiente, frente às normas emanadas pelo Poder Estatal, em particular no

que se refere ao ambiente universitário.

Ao final, contribuir com um produto que favoreça a construção de novos e

melhores acessos desta população no ambiente acadêmico, bem como fornecer

material de consulta para todos que necessitem obter informações no campo das

ciências humanas, engenharia e de saúde, sobre a forma e o cumprimento da

legislação aplicável à população que em algum grau possui deficiência física.

4. METODOLOGIA

Para a realização deste estudo a metodologia de coleta de informações foi

quali-quantitativa através de respostas aos questionários apresentados nos Campi do

UniFOA (ANEXO IV). Esse questionário foi entregue as secretarias dos cursos de

graduação para que pudessem ser encaminhados aos alunos, professores e

funcionários administrativos da Fundação Oswaldo Aranha.

Page 37: Dissertação Mestrado

37

Visitas in loco nos Campi, fotografias, medições, vistorias técnicas nos mais

variados espaços físicos do ambiente universitário foram realizadas, com o objetivo de

identificar os locais e acessos destinados a pessoa deficiente, o que possibilitou

(re)conhecer o meio ambiente enfrentado pelo corpo social do Centro Universitário de

Volta Redonda, quando confrontado com o tema deficiente físico - portador de

necessidade especial.

No momento da pesquisa uma fotografia do corpo social do Centro

Universitário de Volta Redonda foi registrada. O segmento administrativo da referida

IES possuía exatamente 510 funcionários, com nédia de idade em 42,8 anos, onde o a

média de tempo de serviço era de 15 anos. O segmento docente possuía 476

professores, com média de idade em 49,5 anos e 16,9 anos de média de serviço no

UniFOA. Os discentes tinham média de idade em 24,5 anos, em um universo de 5500

alunos.

O público de 256 pessoas respondeu ao questionário de 15 perguntas,

destinado ao segmento discente, 19 perguntas dirigidas ao segmento docente, e 17

perguntas para o segmento administrativo, e foram realizadas nos Campi Olezio

Galotti em Três Poços, Vila, Aterrado e Tangerinal.

O problema foi posto e constatado sendo realizado em 03 (três) distintas

fases: A Pré-análise com a escolha dos documentos e legislações aplicáveis;

Exploração e visita das unidades dos Campi, bem como identificando os locais de

acesso; pesquisa nos viés de qualidade e quantidade com tratamento dos dados

coletados e a seguir apresentados.

5. A PESQUISA

No primeiro momento, verificamos as legislações que regulam o tratamento

das pessoas deficientes e suas esferas de competência. A gama de legislações sobre

Page 38: Dissertação Mestrado

38

o tema deficiente no Brasil é vasto e mereceu agrupar suas indicações, pois não há

um compêndio, um código que unifique e trate a matéria de forma sistematizada como

existem no caso do Código Civil e Penal, na Defesa do Consumidor, nos diversos

Códigos de Processos ou, por exemplo, de maneira consolidada, como existe no ramo

do Direito do Trabalho desde 1º de maio de 1943, promulgado através do Decreto-lei

sancionado pelo Presidente Getúlio Vargas. Desde a colonização do Brasil, existiram

várias normas que já vigeram ou vigoram de maneira sistematizada.

O Gráfico I – Campi1, registra o total do corpo social da FOA/UniFOA, com

seus quantitativos e respectivas faixas etárias para o setor administrativo e docentes, o

que possibilitou ter a visão do universo do quadro social que vive no ambiente do

Centro Universitário de Volta Redonda.

Gráfico I – Campi1

Como podemos observar no Gráfico I - Campi1, este apresenta certo

equilíbrio entre o número de funcionários administrativos e docentes sendo apenas

6,9% de diferença no quantitativo. Neste gráfico nossa intenção foi de mapear a

distribuição dessas pessoas com a nítida separação do público pesquisado, e

destacamos o referencial na média de idade, pela experiência de vida e tempo de

Page 39: Dissertação Mestrado

39

serviço no ambiente universitário, o que possibilita uma visão qualificada do objeto

pesquisado.

O Gráfico II – Campi2, representa a distribuição dos quantitativos do público

pesquisado, nos diferentes Campi do UniFOA.

Gráfico II: Campi2

Podemos observar no gráfico acima que a maioria dos participantes foram

aqueles que convivem no Campus Olezzio Galotti em Três Poços, em razão da

maioria dos cursos estarem instalados naquele local, que possui uma extensão de

territorial de mais de 144 mil metros² de área. O Campus Vila foi o de menor

contingente, vez que lá funciona o Núcleo de Prática jurídica do Curso de Direito que

tem suas aulas no Campus Olezio Galotti em Três Poços.

O Gráfico III: Definição de PNE1 – Neste gráfico iniciamos uma linha de

definição e conceitos, com vistas a demonstrar o reconhecimento da pessoa deficiente

nas condições que se apresentam.

Page 40: Dissertação Mestrado

40

Gráfico III: Definição PNE1

Quando os componetes da referida IES foram interrogados sobre a

definição do que é um PNE, observou-se que embora a maioria das pessoas que

vivem em ambiente universitário, com uma faixa de idade média superior a 24 anos,

existe ainda um público de 15% que não sabe definir uma pessoa que seja deficiente.

O Gráfico IV: Encontro, representa outra pergunta realizada junto ao público

do UniFOA onde questionamos se o entrevistado já encontrou alguém que seja PNE

no ambiente universitário.

Gráfico IV: Encontro

Page 41: Dissertação Mestrado

41

Podemos notar que no Gráfico IV acima, que 45% dos entrevistados

afirmaram que já estiveram frente a uma pessoa deficiente no ambiente universitário, o

que torna a obrigação do cumprimento legislativo mais que uma obrigação normativa,

de caráter técnico/jurídico, sendo uma questão de reconhecimento de um dos

princípios fundamentais que é a dignidade do ser humano.

Nesta mesma linha de identificação da pessoa deficiente, é importante

saber se esta pessoa encontrada no interior dos Campi era apenas um visitante, que

apenas casualmente passava pelo Campus, ou se tratava de usuário do sistema

universitário, como aluno, professor, funcionário ou paciente de uma das clínicas de

atendimento à comunidade, pois para cada público existente, há uma gama de

legislação diferente.

Gráfico V: Definição PNE2

Page 42: Dissertação Mestrado

42

Quando esses mesmos entrevistados foram questionados sobre o status

desse deficiente encontrado no Campus, nota-se que, novamente 55% das pessoas

eram usuários do ambiente universitário, o que comprova que deve ser concedida a

eficácia normativa, em primeiro lugar pelo império da lei e em segundo lugar pela

desejada eficácia social, já que existente a freqüência deste público.

O Gráfico VI: Espaço ao Deficiente - é um dos mais importantes do estudo,

pois aqui se revela a face do público entrevistado, que embora diga reconhecer a

existência de pessoa deficiente no ambiente universitário conforme registrado no

gráficos: Gráfico III: Definição PNE 1; Gráfico IV: Encontro e Gráfico V: Definição

PNE2, praticamente no mesmo percentual, neste caso, 56% das pessoas

entrevistadas não observou no Campus Universitário espaço destina ao deficiente.

Gráfico VI: Espaço ao Deficiente

Page 43: Dissertação Mestrado

43

Neste Gráfico registramos que a maioria das pessoas entrevistadas não é

capaz de identificar espaços destinados aos deficientes, mesmo que estes espaços

existam de forma discreta ou ululante. Neste particular podemos observar que fica

muito prejudicada a possibilidade de conceder eficácia social plena de uma frente de

legislações, de modo geral, pois se em um ambiente contido, limitado, o incrível

percentual de 56% das pessoas que lá freqüentam, não foram capazes de observar a

existência de locais destinados ou instalações adequadas aos deficientes físicos, o

que poderíamos encontrar se tal pesquisa fosse feita em âmbito municipal?

Certamente este número seria muito maior.

Das pessoas entrevistadas cinqüenta e seis por cento não foram capazes

de identificar espaços destinados ao deficiente físico, mesmo existindo, como de fato

comprovamos, através das fotografias anexadas, a existência de acessos nas

calçadas para cadeirantes ou pessoas que tenham a mobilidade reduzida; rampas que

dão acesso aos prédios onde são ministradas as aulas, na biblioteca, que além da

rampa, possui sistema dosvox para surdos, e diversos banheiros em todos os prédios

com sanitários específicos para pessoas com deficiência.

Page 44: Dissertação Mestrado

44

Foto 1

A foto 1 acima, comprova a existência da primeira vaga destinada ao

deficiente físico, logo quando entramos no Campus Universitário Olezio Galotti, em

Três Poços. Tal espaço fica aproximadamente há 50 metros da Portaria 1, do lado

esquerdo, em frente a rampa que dá acesso às instalações do Curso de Medicina,

com salas de aula e laboratórios, banheiros com sanitários para cadeirantes.

Podemos notar a presença de placa idenficando a referida vaga, pintada

com as cores em azul, símbolo na cor branca e uma vaga ao lado, identificada na cor

amarelala destinada ao espaço reservado de manobra do cadeirante ao entrar e sair

do veículo em transporte. A sinalização vertical aponta a permissão de estacionamento

para deficiente físico.

Esta mesma vaga em frente ao prédio do Curso de Medicina, localizado no

primeiro prédio quando acessamos ao Campus (foto 2), agora sendo utilizada por um

veículo sem identificação de pessoa deficiente. Ao pesquisar sobre quem seria o

proprietário do veículo, se deficiente físico ou não, deparamos uma situação que

Page 45: Dissertação Mestrado

45

embora pareça ser única no Campus, esta ocorre com mais frequência no meio social,

que é o caso das pessoas, que embora sejam deficientes físicos, estes não aceitam

colocar identificação adequada em seus veículos. Este caso, seria objeto de novo

estudo social para avaliarmos tais comportamentos.

Foto 2.

Ao questionarmos aos entrevistados se reconhecem espaços para

deficientes nos prédios que lecionam, estudam ou trabalham, os usuários foram

surpreendentes, conforme Gráfico VII: Espaço no Prédio.

Observamos que 35% das pessoas entrevistadas trabalham ou estudam nos

respectivos prédios dos seus cursos de origem, e não foram capazes de identificar se

nestes locais existe acesso para os deficientes.

Page 46: Dissertação Mestrado

46

O que causou mais espanto, é que nas calçadas, onde se deu a pesquisa, têm

acesso para cadeirantes e os prédios têm rampas de acesso para cadeirantes,

exceção apenas para o prédio do curso de Educação Física, Informática e Prédio 3,

cuja arquitetura é do século XIX, e encontra-se tombado pelo patrimônio histórico.

O que nos surpreendeu é que as pessoas não percebem as rampas como

locais de acesso para cadeirantes ou para pessoas que tenham a mobilidade reduzida

e os acessos na calçada, apenas como obra de arquitetura.

Gráfico VII: Espaço no Prédio

Um percentual alto, de 35% de entrevistados, embora nos gráficos III, IV e

V, tenham alcançado o patamar de 85% em seu ponto máximo conceitual do que seja

pessoa deficiente, no gráfico acima, apenas 65% reconhece a existência de espaços

reservados ás pessoas deficientes. A falta deste reconhecimento repercute na

Page 47: Dissertação Mestrado

47

ausência da eficácia social deseja como afirma Miguel Reale, já citado nesta pesquisa,

como sendo o momento de conduta consciente da sociedade ao cumprir a lei.

Gráfico VIII: Indicação1

No gráfico acima, solicitamos aos entrevistados que apontasse um local nos

Campi que na opinião do entrevistado deveria haver acesso (reserva de espaço)

destinado ao deficiente; a surpresa foi grande, pois apenas 14% souberam indicar um

local que necessitaria de atenção por parte da Instituição de melhoria ou de criação de

espaço destinado á acessibilidade do deficiente físico. A maioria absoluta com 86%

não sabe informar um local que deveria existir acessibilidade ao deficiente físico no

Campus universitário.

Neste particular, a visita dos avaliadores do MEC no ano de 2009, por

ocasião do recredenciamento do Centro Universitário, indicou locais que não atendem

às exigências legais, e a própria comunidade entrevistada também apontou estes

Page 48: Dissertação Mestrado

48

mesmos locais. Na avaliação do quesito requisito legal, de zero a cinco, a IES ficou

com 3, tendo em vista que em poucos locais não possuíam condições de

acessibilidade para deficientes físicos.

O questionário continuou estimulando o entrevistado, solicitando que o

mesmo informasse se a biblioteca possui espaço destinado ao deficiente físico e o

Gráfico IX: Indicação2, registra o desconhecimento das pessoas que denominamos de

não deficientes. O desconhecimento ou o olhar diferenciado não é só do local, mas da

lei.

Gráfico IX: Indicação2

Acima mostramos que 55% das pessoas entrevistadas não sabem dizer se

na biblioteca do UniFOA tem acesso ao deficiente físico. As fotografias 3, 4, 5, 6 e 7,

nos anexos, comprovam a existência de locais reservados e destinados ao deficiente

físico ou para aquele que tenha a mobilidade reduzida.

Page 49: Dissertação Mestrado

49

O Gráfico X: Indicação 3 provocamos a declaração de conhecimento dos

entrevistados sobre a existência de uma lei que se aplique ao deficiente físico. Um

público ainda muito grande, 43% dos entrevistados declararam não conhecer qualquer

norma que se aplique ao deficiente físico. Abaixo, poderemos verificar a existência de

57% de pessoas que declaram conhecer alguma lei que se aplique ao deficiente físico.

Gráfico X: Indicação 3

6. CONSIDERAÇÕES

O Instrumento de Avaliação é um importante marco regulatório, pois no

exercício regular do poder de fiscalização, para fins de avaliação das universidades,

Page 50: Dissertação Mestrado

50

centros universitários e faculdades isoladas, o MEC exige como requisito legal o

atendimento às condições de acesso para portadores de necessidades especiais.

O estudo contribuiu para a IES e para aqueles que têm deficiência física,

pois permitiu a adoção de medidas mais eficazes, proporcionando o caminho da

eficácia desejada, corrigindo ações em andamento, suprindo as lacunas de atenção

detectadas em visita do MEC no Campus do Centro Universitário de Volta Redonda,

no ano de 2009.

Novos banheiros, novas rampas de acesso em diversos locais, quatro

plataformas, um elevador, foram respectivamente construídos, reformados e

adquiridos, com o fim específico de possibilitar e garantir o acesso da pessoa

deficiente independentemente da condição de ser aluno, professor ou funcionário

administrativo.

Com a pesquisa, procuramos proporcionar um aprendizado à população

que frequenta o ambiente universitário, bem como na direção institucional, como de

fato já ocorreu, considerando que desde o ano 2008 não se construiu nenhuma sala,

prédio ou qualquer outro espaço, sem que normas pertinentes à acessibilidade fossem

consultadas e aplicadas no Centro Universitário, enfim, antes mesmo de concluir este

estudo, embora ainda tenha por fazer, a aplicação dos princípios aqui consignados e o

olhar próprio, qualificado para promoção da eficácia social desejada, já é uma

realidade em andamento no âmbito do Centro Universitário de Volta Redonda.

Page 51: Dissertação Mestrado

51

BIBLIOGRAFIAS

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Page 55: Dissertação Mestrado

55

Anexo I

Page 56: Dissertação Mestrado

56

Anexo II

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57

Anexo III

Termos utilizados ao longo da história

em atenção às pessoas com deficiência no Brasil

ÉPOCA TERMOS E SIGNIFICADOS

VALOR DA PESSOA

No começo da história, durante séculos.

Romances, nomes de instituições, leis, mídia e outros meios mencionavam “os inválidos”. Exemplos: “A reabilitação profissional visa a proporcionar aos beneficiários inválidos ...” (Decreto federal nº 60.501, de 14/3/67, dando nova redação ao Decreto nº 48.959-A, de 19/9/60).

“os inválidos”. O termo significava “indivíduos sem valor”. Em pleno século 20, ainda se utilizava este termo, embora já sem nenhum sentido pejorativo.

Outro exemplo:

“Inválidos insatisfeitos com lei relativa aos ambulantes” (Diário Popular, 21/4/76).

Aquele que tinha deficiência era tido como socialmente inútil, um peso morto para a sociedade, um fardo para a família, alguém sem valor profissional.

Outros exemplos:

“Servidor inválido pode voltar” (Folha de S. Paulo, 20/7/82).

“Os cegos e o inválido” (IstoÉ, 7/7/99).

Page 58: Dissertação Mestrado

58

Século 20 até 1960.

“Derivativo para incapacitados” (Shopping News, Coluna Radioamadorismo, 1973).

“Escolas para crianças incapazes” (Shopping News, 13/12/64).

Após a I e a II Guerras Mundiais, a mídia usava o termo assim: “A guerra produziu incapacitados”,

“Os incapacitados agora exigem reabilitação física”.

“os incapacitados”. O termo significava, de início, “indivíduos sem capacidade” e, mais tarde, evoluiu e passou a significar “indivíduos com capacidade residual”.

Durante várias décadas, era comum o uso deste termo para designar pessoas com deficiência de qualquer idade.

Uma variação foi o termo “os incapazes”, que significava “indivíduos que não são capazes” de fazer algumas coisas por causa da deficiência que tinham.

Foi um avanço da sociedade reconhecer que a pessoa com deficiência poderia ter capacidade residual, mesmo que reduzida.

Mas, ao mesmo tempo, considerava-se que a deficiência, qualquer que fosse o tipo, eliminava ou reduzia a capacidade da pessoa em todos os aspectos: físico, psicológico, social, profissional etc.

ÉPOCA TERMOS E SIGNIFICADOS

VALOR DA PESSOA

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De 1960 até 1980.

“Crianças defeituosas na Grã-Bretanha tem educação especial” (Shopping News, 31/8/65).

No final da década de 50, foi fundada a Associação de Assistência à Criança Defeituosa – AACD (hoje denominada Associação de Assistência à Criança Deficiente).

Na década de 50 surgiram as primeiras unidades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - Apae.

“os defeituosos”. O termo significava “indivíduos com deformidade” (principalmente física).

“os deficientes”. Este termo significava “indivíduos com deficiência” física, mental, auditiva, visual ou múltipla, que os levava a executar as funções básicas de vida (andar, sentar-se, correr, escrever, tomar banho etc.) de uma forma diferente daquela como as pessoas sem deficiência faziam. E isto começou a ser aceito pela sociedade.

“os excepcionais”. O termo significava “indivíduos com deficiência mental”.

A sociedade passou a utilizar estes três termos, que focalizam as deficiências em si sem reforçarem o que as pessoas não conseguiam fazer como a maioria.

Simultaneamente, difundia-se o movimento em defesa dos direitos das pessoas superdotadas (expressão substituída por “pessoas com altas habilidades” ou “pessoas com indícios de altas habilidades”). O movimento mostrou que o termo “os excepcionais” não poderia referir-se exclusivamente aos que tinham deficiência mental, pois as pessoas com superdotação também são excepcionais por estarem na outra ponta da curva da inteligência humana.

ÉPOCA TERMOS E SIGNIFICADOS

VALOR DA PESSOA

De 1981 até 1987.

Por pressão das organizações de pessoas com deficiência, a ONU deu o nome de “Ano Internacional das Pessoas Deficientes” ao ano de 1981.

E o mundo achou difícil começar a dizer ou escrever “pessoas deficientes”. O impacto desta terminologia foi profundo e ajudou a

“pessoas deficientes”. Pela primeira vez em todo o mundo, o substantivo “deficientes” (como em “os deficientes”) passou a ser utilizado como adjetivo, sendo-lhe acrescentado o substantivo “pessoas”.

A partir de 1981, nunca mais se utilizou a palavra “indivíduos” para se referir às pessoas com deficiência.

Foi atribuído o valor “pessoas” àqueles que tinham deficiência, igualando-os em direitos e dignidade à maioria dos membros de qualquer sociedade ou país.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou em 1980 a Classificação Internacional de Impedimentos, Deficiências e Incapacidades, mostrando que estas três dimensões existem

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melhorar a imagem destas pessoas.

simultaneamente em cada pessoa com deficiência.

ÉPOCA TERMOS E SIGNIFICADOS

VALOR DA PESSOA

De 1988 até 1993.

Alguns líderes de organizações de pessoas com deficiência contestaram o termo “pessoa deficiente” alegando que ele sinaliza que a pessoa inteira é deficiente, o que era inaceitável para eles.

“pessoas portadoras de deficiência”. Termo que, utilizado somente em países de língua portuguesa, foi proposto para substituir o termo “pessoas deficientes”.

Pela lei do menor esforço, logo reduziram este termo para “portadores de deficiência”.

O “portar uma deficiência” passou a ser um valor agregado à pessoa. A deficiência passou a ser um detalhe da pessoa. O termo foi adotado nas Constituições federal e estaduais e em todas as leis e políticas pertinentes ao campo das deficiências. Conselhos, coordenadorias e associações passaram a incluir o termo em seus nomes oficiais.

De 1990 até hoje.

O art. 5 da Resolução

CNE/CEB n 2, de 11/9/01, explica que as necessidades especiais decorrem de três situações, uma das quais envolvendo dificuldades vinculadas a deficiências e dificuldades não-vinculadas a uma causa orgânica.

“pessoas com necessidades especiais”. O termo surgiu primeiramente para substituir “deficiência” por “necessidades especiais”. daí a expressão “portadores de necessidades especiais”. Depois, esse termo passou a ter significado próprio sem substituir o nome “pessoas com deficiência”.

De início, “necessidades especiais” representava apenas um novo termo.

Depois, com a vigência da

Resolução n 2, “necessidades especiais” passou a ser um valor agregado tanto à pessoa com deficiência quanto a outras pessoas.

ÉPOCA TERMOS E SIGNIFICADOS

VALOR DA PESSOA

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Mesma época acima.

Surgiram expressões como “crianças especiais”, “alunos especiais”, “pacientes especiais” e assim por diante numa tentativa de amenizar a contundência da palavra “deficientes”.

“pessoas especiais”. O termo apareceu como uma forma reduzida da expressão “pessoas com necessidades especiais”, constituindo um eufemismo dificilmente aceitável para designar um segmento populacional.

O adjetivo “especiais” permanece como uma simples palavra, sem agregar valor diferenciado às pessoas com deficiência. O “especial” não é qualificativo exclusivo das pessoas que têm deficiência, pois ele se aplica a qualquer pessoa.

ÉPOCA TERMOS E SIGNIFICADOS

VALOR DA PESSOA

Em junho de 1994.

A Declaração de Salamanca preconiza a educação inclusiva para todos, tenham ou não uma deficiência.

“pessoas com deficiência” e pessoas sem deficiência, quando tiverem necessidades educacionais especiais e se encontrarem segregadas, têm o direito de fazer parte das escolas inclusivas e da sociedade inclusiva.

O valor agregado às pessoas é o de elas fazerem parte do grande segmento dos excluídos que, com o seu poder pessoal, exigem sua inclusão em todos os aspectos da vida da sociedade. Trata-se do empoderamento.

Em maio de 2002.

O Frei Betto escreveu no jornal O Estado de S.Paulo um artigo em que propõe o termo “portadores de direitos especiais” e a sigla PODE.

Alega o proponente que o substantivo “deficientes” e o adjetivo “deficientes” encerram o significado de falha ou imperfeição enquanto que a sigla PODE exprime capacidade.

O artigo, ou parte dele, foi

“portadores de direitos especiais”. O termo e a sigla apresentam problemas que inviabilizam a sua adoção em substituição a qualquer outro termo para designar pessoas que têm deficiência. O termo “portadores” já vem sendo questionado por sua alusão a “carregadores”, pessoas que “portam” (levam) uma deficiência. O termo “direitos especiais” é contraditório porque as pessoas com deficiência exigem equiparação de direitos e não direitos especiais. E mesmo que

Não há valor a ser agregado com a adoção deste termo, por motivos expostos na coluna ao lado e nesta.

A sigla PODE, apesar de lembrar “capacidade”, apresenta problemas de uso:

1) Imaginem a mídia e outros autores escrevendo ou falando assim: “Os Podes de Osasco terão audiência com o Prefeito...”, “A Pode Maria de Souza manifestou-se a favor ...”, “A sugestão de José Maurício, que é um

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62

reproduzido em revistas especializadas em assuntos de deficiência.

defendessem direitos especiais, o nome “portadores de direitos especiais” não poderia ser exclusivo das pessoas com deficiência, pois qualquer outro grupo vulnerável pode reivindicar direitos especiais.

Pode, pode ser aprovada hoje ...”

2) Pelas normas brasileiras de ortografia, a sigla PODE precisa ser grafada “Pode”.

Norma: Toda sigla com mais de 3 letras, pronunciada como uma palavra, deve ser grafada em caixa baixa com exceção da letra inicial.

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63

ÉPOCA TERMOS E SIGNIFICADOS

VALOR DA PESSOA

De 1990 até hoje e além.

A década de 90 e a primeira década do século 21 e do Terceiro Milênio estão sendo marcadas por eventos mundiais, liderados por organizações de pessoas com deficiência.

A relação de documentos produzidos nesses eventos pode ser vista no final deste artigo.

“pessoas com deficiência” passa a ser o termo preferido por um número cada vez maior de adeptos, boa parte dos quais é constituída por pessoas com deficiência que, no maior evento (“Encontrão”) das organizações de pessoas com deficiência, realizado no Recife em 2000, conclamaram o público a adotar este termo. Elas esclareceram que não são “portadoras de deficiência” e que não querem ser chamadas com tal nome.

Os valores agregados às pessoas com deficiência são:

1) o do empoderamento [uso do poder pessoal para fazer escolhas, tomar decisões e assumir o controle da situação de cada um] e

2) o da responsabilidade de contribuir com seus talentos para mudar a sociedade rumo à inclusão de todas as pessoas, com ou sem deficiência.

Romeu Kazumi Sassaki - Publicado no livreto Vida Independente: história, movimento, liderança, conceito, filosofia e fundamentos. São Paulo: RNR, 2003, p. 12-16.

Page 64: Dissertação Mestrado

64

Anexo IV

QUESTIONÁRIO – PNE – Portador de Necessidade Especial.

Pesquisa para o Mestrado em Ensino de Saúde e do Meio Ambiente do UniFOA.

Pesquisa destinada ao funcionário administrativo da FOA.

1 - Qual o seu local de trabalho?

_________________________________________________

2 – Qual a sua idade?

_______________

3 – Você sabe o que é pessoa PNE?

( ) Sim

( ) Não

4 – Você sabe definir PNE?

( ) Sim

( ) Não

5 - Você já encontrou alguém que seja PNE no Campus Universitário que trabalha?

( ) Sim. Quantos? ______________

( ) Não

6 – No caso de resposta afirmativa na questão anterior, esta pessoa era? (As letras A e B podem

ser respondidas simultaneamente).

A - ( ) Visitante.

B - ( ) Usuário do Centro Universitário (funcionário, aluno, professor).

C - ( ) Não sei informar

7 - Você já encontrou algum aluno PNE no Campus Universitário?

( ) Sim. Quantos? __________________

( ) Não

8 - Em caso afirmativo, você sabe informar qual o tipo de PNE?

R. ______________________________________________________________

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9 – Considerando os anos de trabalho na FOA/UniFOA, você já encontrou algum professor PNE

no Campus Universitário?

( ) Sim, foram _______ PNE.

( ) Sim, mas não lembro quantos.

( ) Não

10 - Em caso afirmativo, você sabe informar qual o tipo PNE?

R. ______________________________________________________________

11 – Tem algum colega de trabalho que você sabe que é PNE?

( ) Sim. Quantos? _________________

( ) Não

12 – Em caso afirmativo, você sabe informar qual o tipo de PNE?

R. ______________________________________________________________

13 – Você já observou no Campus Universitário que você trabalha algum espaço destinado ao

PNE?

( ) Sim. Qual? __________________________________________________________.

( ) Não observei.

( ) Não sei informar.

14 – Você saberia dizer um local que em sua opinião deveria haver espaço ou acesso ao

destinado ao PNE que você considera necessário?

_____________________________________________________________________________

___________________________________________________________________

15 – Você já viu algum espaço reservado ao PNE na Biblioteca do Campus em que você

trabalha?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sei informar.

16 – Você já viu algum espaço reservado ao PNE na Central de atendimento do Campus em que

você trabalha?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sei informar

17 - Você sabe da existência de alguma Lei que regule o tema destinado ao PNE?

( ) Sim

( ) Não

Page 66: Dissertação Mestrado

66

QUESTIONÁRIO – PNE – Portador de Necessidade Especial

Pesquisa para o Mestrado em Ensino de Saúde e do Meio Ambiente do UniFOA.

Pesquisa destinada ao Aluno.

1 - Qual o Curso e o período que você está matriculado?

_________________________________________________

2 – Qual a sua idade?

________________

3 – Você sabe o que é pessoa PNE?

( ) Sim

( ) Não

4 – Você sabe definir PNE?

( ) Sim

( ) Não

5 - Você já encontrou alguém que seja PNE no que se refere à locomoção dentro do Campus

Universitário que estuda?

( ) Sim

( ) Não

6 – Em caso de resposta afirmativa na questão anterior, esta pessoa era? Obs. As letras A e B podem ser

marcadas simultaneamente.

a- ( ) Visitante

b - ( ) Usuário do Centro Universitário (funcionário, aluno, professor)

c - ( ) Não sei informar

7 – Em relação à pergunta anterior, você sabe informar a quantidade de pessoas que encontrou?

( ) Sim, são ___________.

( ) Não

8 - Em caso afirmativo a questão anterior, você sabe informar qual o tipo PNE?

R. ______________________________________________________________

9 – Na sala de aula em que você estuda, tem algum aluno PNE?

( ) Sim, são ________ alunos. (quantidade)

( ) Não

Page 67: Dissertação Mestrado

67

10 – Desde o primeiro dia de aula, no primeiro período, até hoje, você já teve algum professor do

UniFOA ministrando aulas que fosse PNE?

( ) Sim, foram _______ professores. (quantidade)

( ) Não

11 - Você já observou no Campus Universitário que você estuda algum espaço destinado ao PNE?

( ) Sim, qual ou quais?

____________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

( ) Não

12 – No prédio que situa o curso que você estuda, possui acesso para portador PNE?

( ) Sim. Qual? _________________________________________________________________

( ) Não

13 - Você sabe da existência de alguma Lei que regule o tema destinado ao portador de necessidade

especial?

( ) Sim. Qual? _________________________________________________________________

( ) Não

14 – Você já viu algum espaço destinado ao PNE na Central de Atendimento do Campus

Universitário que estuda?

( ) Sim

( ) Não

15 – Você sabe dizer se a biblioteca do Campus Universitário que você estuda tem acesso para portador

de necessidade especial?

( ) Sim

( ) Não

Page 68: Dissertação Mestrado

68

QUESTIONÁRIO – PNE – Portador de Necessidade Especial.

Pesquisa para o Mestrado em Ensino de Saúde e do Meio Ambiente do UniFOA.

Pesquisa destinada ao professor.

1 - Qual ou quais os Cursos em que você leciona no UniFOA?

________________________________________________________________________

2 – Qual a sua idade?

_________________

3 – Considerando sua vida profissional, há quantos anos que você trabalha como docente no

UniFOA? _______________

4 – Você sabe o que é pessoa PNE?

( ) Sim

( ) Não

5 – Você sabe definir PNE?

( ) Sim

( ) Não

6 - Você já encontrou alguém que seja PNE no Campus Universitário que leciona?

( ) Sim. Encontrei ______ pessoas.

( ) Não

7 – Esta pessoa era? (As letras A e B podem ser respondidas simultaneamente).

A - ( ) Visitante. Quantos? __________

B - ( ) Usuário do Centro Universitário (funcionário, aluno, professor). Quantos? _____

C - ( ) Não sei informar

8 - Em caso afirmativo, você sabe informar qual o tipo PNE?

R. ______________________________________________________________

9 - Você já encontrou algum colega professor PNE no ambiente Universitário?

( ) Sim. Encontrei _____ Professores.

( ) Não

10 - Em caso afirmativo, você sabe informar qual o tipo de PNE?

R. ______________________________________________________________

Page 69: Dissertação Mestrado

69

11 – Na sala de aula em que você leciona, tem algum aluno PNE?

( ) Sim. Quantos? ________

( ) Não

12 - Em caso afirmativo, você sabe informar qual o tipo de PNE?

R. ______________________________________________________________

13 – Considerando todos os anos em que leciona no UniFOA, você já teve como seu aluno

quantos PNE?

( ) Sim, foram _______ PNE.

( ) Sim, mas não lembro quantos.

( ) Não

14 - Você já observou no Campus Universitário que você leciona algum espaço destinado ao

PNE?

( ) Sim

( ) Não

15 – Com base na resposta positiva anterior, você sabe dizer ou identificar que espaço é este?

________________________________________________________________________

16 – Você saberia dizer um local que em sua opinião deveria haver espaço ou acesso ao

destinado ao PNE que você considera necessário e não encontrou no ambiente universitário?

_____________________________________________________________________________

___________________________________________________________________

17– Você já viu algum espaço destinado ao PNE na Biblioteca do Campus em que você leciona?

( ) Sim. Qual?

_____________________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

( ) Não

18 – Você já viu algum espaço destinado ao PNE na Central de atendimento do seu Campus?

( ) Sim. Qual? __________________________________________________________.

( ) Não

19 - Você sabe da existência de alguma Lei que regule o tema destinado ao PNE?

( ) Sim Qual? __________________________________________________________.

( ) Não

Page 70: Dissertação Mestrado

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Anexo V

Page 71: Dissertação Mestrado

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Anexo VI

Page 72: Dissertação Mestrado

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Anexo VII

Page 73: Dissertação Mestrado

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Anexo VIII

Page 74: Dissertação Mestrado

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Anexo IX

Page 75: Dissertação Mestrado

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Anexo X

Documentos do Sistema ONU

1990 - Declaração Mundial sobre Educação para Todos / Unesco.

1993 - Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência / ONU.

1993 - Inclusão Plena e Positiva de Pessoas com Deficiência em Todos os Aspectos da Sociedade / ONU.

1994 - Declaração de Salamanca e Linhas de Ação sobre Educação para Necessidades Especiais / Unesco.

1999 - Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (Convenção da Guatemala) / OEA.

2001 - Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde (CIF) / OMS, que substituiu a Classificação Internacional de Impedimentos, Deficiências e Incapacidades / OMS, de 1980.

2004 – Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual/OMS-Opas.

2006 - Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência / ONU.

Documentos de outros organismos mundiais

1992 - Declaração de Vancouver.

1993 - Declaração de Santiago.

1993 - Declaração de Maastricht.

1993 - Declaração de Manágua.

1999 - Carta para o Terceiro Milênio.

1999 - Declaração de Washington.

2000 - Declaração de Pequim.

2000 - Declaração de Manchester sobre Educação Inclusiva.

2002 - Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão.

2002 - Declaração de Madri.

2002 - Declaração de Sapporo.

2002 - Declaração de Caracas.

2003 – Declaração de Kochi.

2003 – Declaração de Quito.

2004 – Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual.