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Avaliação do aluno observado A avaliação foi realizada em dois momentos distintos, de aproximadamente 60 minutos, fora da sala de actividades, no refeitório, num período do dia em que este permanece vazio quando as restantes crianças estão a descansar livre de ruídos e interferências possíveis. Durante a avaliação recolhi a forma especificas de recolha de informação como as notas e a observação directa e participativa. A avaliação foi realizada por mim, educadora da criança em questão desde que frequenta o Jardim-de-infância, ou seja, desde os 9 meses de idade. O grande objectivo desta avaliação é a recolha de dados que nos permitam determinar as suas Áreas Fortes, as Áreas Emergentes e as Áreas Fracas, podendo-se assim, posteriormente, desenvolver actividades que tornem as área fraca e emergentes em áreas fortes. Foi nesta perspectiva que criamos e aplicamos a grelha (ver Anexo 34) e respectivos materiais e esse processo de aplicação que pretendemos caracterizar de seguida. Antes de dar inicio ao processo de avaliação propriamente dito, o observador (educadora de infância) propôs um diálogo informal com a criança (observado), de forma a explicar-lhe o que se pretende. Esperando a mesma pela confirmação da criança de que percebeu o que vai ser feito e que está pronto para começar. ÁREA – LINGUAGEM _____________________________________________________ 1. LINGUAGEM COMPREENSIVA 1.1. Compreensão ordens simples Foi pedido à criança que cumprisse ordens simples e precisas tais como: “Coloca o casaco nas costas da cadeira”, “Pega numa caneta e senta-te ao meu lado”, “Fecha a porta e acende a luz”. Observação: A criança foi capaz de cumprir as ordens simples que lhe foram sugeridas. 1.2. Compreensão de ordens complexas Foi pedido à criança que cumprisse ordens simples e precisas tais como: “vai buscas a tua mochila, tira o lanche e senta-te ao meu lado”, “Vai buscar um livro de histórias que está na estante e coloca-o em cima da mesa”. Observação: A criança foi capaz de cumprir a primeira ordem, no entanto, ao executar a segunda ordem revelou alguma confusão em seleccionar a estante dos livros. 1.3. Estabelece o diálogo Foi solicitado à criança que falasse sobre o que gosta mais de fazer aqui na escola. Ao longo do diálogo foram colocadas algumas perguntas à criança relacionadas com o tema em questão. Observação: A criança de uma forma simples e recorrendo para o efeito a frases curtas e a um vocabulário simples. Disse que o que mais gostava de

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Avaliação do aluno observadoA avaliação foi realizada em dois momentos distintos, de aproximadamente 60 minutos, fora da sala de

actividades, no refeitório, num período do dia em que este permanece vazio quando as restantes crianças estão a descansar livre de ruídos e interferências possíveis. Durante a avaliação recolhi a forma especificas de recolha de informação como as notas e a observação directa e participativa.

A avaliação foi realizada por mim, educadora da criança em questão desde que frequenta o Jardim-de-infância, ou seja, desde os 9 meses de idade.

O grande objectivo desta avaliação é a recolha de dados que nos permitam determinar as suas Áreas Fortes, as Áreas Emergentes e as Áreas Fracas, podendo-se assim, posteriormente, desenvolver actividades que tornem as área fraca e emergentes em áreas fortes.

Foi nesta perspectiva que criamos e aplicamos a grelha (ver Anexo 34) e respectivos materiais e esse processo de aplicação que pretendemos caracterizar de seguida.

Antes de dar inicio ao processo de avaliação propriamente dito, o observador (educadora de infância) propôs um diálogo informal com a criança (observado), de forma a explicar-lhe o que se pretende. Esperando a mesma pela confirmação da criança de que percebeu o que vai ser feito e que está pronto para começar.

ÁREA – LINGUAGEM _____________________________________________________

1. LINGUAGEM COMPREENSIVA

1.1. Compreensão ordens simplesFoi pedido à criança que cumprisse ordens simples e precisas tais como: “Coloca o casaco nas costas da cadeira”, “Pega numa caneta e senta-te ao meu lado”, “Fecha a porta e acende a luz”.

Observação: A criança foi capaz de cumprir as ordens simples que lhe foram sugeridas.

1.2. Compreensão de ordens complexasFoi pedido à criança que cumprisse ordens simples e precisas tais como: “vai buscas a tua mochila, tira o lanche e senta-te ao meu lado”, “Vai buscar um livro de histórias que está na estante e coloca-o em cima da mesa”.

Observação: A criança foi capaz de cumprir a primeira ordem, no entanto, ao executar a segunda ordem revelou alguma confusão em seleccionar a estante dos livros.

1.3. Estabelece o diálogoFoi solicitado à criança que falasse sobre o que gosta mais de fazer aqui na escola. Ao longo do diálogo foram colocadas algumas perguntas à criança relacionadas com o tema em questão.

Observação: A criança de uma forma simples e recorrendo para o efeito a frases curtas e a um vocabulário simples. Disse que o que mais gostava de fazer na escola era de brincar com os amigos às “apanhadinhas”. Disse também que gostava muito de ir ao parque jogar à bola e andar de triciclo. Ao longo do diálogo observamos que apesar de recorrer a um vocabulário reduzido e simples a criança deu seguimento ao tema em questão, apesar de não desenvolver muito o tema.

1.4. Compreensão de histórias simples Foi lida à criança uma história, que esta ainda não conhecia, “O Vizinho de Cima” (Anexo 1) à com suporte visual, de cinco imagens. De seguida, foi pedido à criança que a recontasse.

Observação: Usando um vocabulário simples e frases curtas, a criança foi capaz de recontar a histórias, tornando-se evidente que percebeu a história. No entanto, apesar de ter começado e terminado bem a história, demonstrou alguma confusão na sequencialização das acções intermédias.

2. LINGUAGEM EXPRESSIVA

Depois de termos tido oportunidade de avaliar a criança ao nível da linguagem expressiva, nos exercícios realizados anteriormente. Para completar a avaliação foi pedido à criança que descrevesse as imagens que lhe foram sendo apresentadas. (Anexo 2,3,4)

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Através desta actividade tivemos oportunidade de avaliar a criança, nas sub-áreas que constituem a Linguagem Expressiva que passamos a caracterizar de seguida.

2.1. Utiliza vocabulário rico adequado à sua idade

Observação: o Gabriel usa um vocabulário simples, não é por isso pobre, porque emprega os vocábulos correctos nas actividades, pessoas, objectos que descreveu. No entanto, sendo adequado à faixa etária não é tão diversificado como o pretendido. Ao descrever as imagens a criança usa vocábulos, como: “futebol, comer, coisas, bola, chorar”

2.2. Usa sintaxe adequada

Observação: a criança usa uma sintaxe adequada, na sua generalidade.

2.3. Demonstra boa organização do pensamento

Observação: a criança evidencia uma boa organização de pensamento, expressa através da forma como descreve as imagens, vai descrevendo, um pormenor de cada vez. Esta capacidade de organizar o pensamento foi evidente através, da descrição que fez da história, apesar de apresentar de pequenas dificuldades na sequencialização da mesma.

2.4. Articula correctamente as palavras

Observação: articula de forma correcta a grande maioria das palavras. No entanto, observamos que revela alguma dificuldade na articulação: omissão do fonema /r/, por exemplo, diz “paque” em vez de parque, “patos” em vez de pratos; substituição do fonema /b/ por /m/, por exemplo, diz “mandeiras” em vez de Bandeiras e “moné” em vez de boné.

ÁREA – PSICOMOTRICIDADE _______________________________________________

1. ESQUEMA CORPORAL 1.1. Noção do seu esquema corporal no seu todoFoi pedido à criança que fizesse um desenho dela mesma, dando-lhe para o efeito, uma folha A4 branca e lápis de cor. (Anexo 5)

Observação: O Gabriel sem hesitar desenhou a sua figura, representando-se com algum pormenor. Desenhou: cabeça, tronco, membros, olhos, boca, cabelo, membros superiores e inferiores.Comparando a sua produção com o teste do boneco poderemos considerar que o mesmo é adequado à faixa etária.

1.2. Identifica as diferentes partes do corpo:

a) Em si mesmoFoi pedido à criança que mostrasse o seu: braço, nariz, barriga e perna.

Observação: A criança conseguiu fazê-lo com facilidade e num curto espaço de tempo.

b) No corpo de outra pessoaFoi pedido à criança que apontasse: a minha orelha, o meu cotovelo, o meu joelho, o meu pé.

Observação: A criança executou as ordens recebidas com facilidade, no entanto, quando referi cotovelo apontou inicialmente o ombro.

c) Num espaço gráfico

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Depois de mostrar uma figura humana de um menino e uma menina foi pedido à criança que apontasse para: a boca do menino, o umbigo da menina, a mão do menino, para o peito da menina. (Anexo 6)

Observação: A criança executou as ordens recebidas com facilidade e num curto espaço de tempo.

1.3. Construção de um puzzle do corpo humanoFoi dado à criança um puzzle com cinco peças pedindo-lhe para que o montasse. (Anexo 7)

Observação: O Gabriel conseguiu fazer o puzzle, no entanto, em vez de colocar os braços na zona correspondente, colocou-os na zona das ancas.

2. LATERALIDADE

1.1.Dominância Lateral:

a) Dominância ManualAtravés do jogo “Faz de conta” foram dadas instruções à criança para que ela as executasse de pé. Em consequência foi pedido à criança que: “Faz de conta que estás a pentear o cabelo. Faz de conta que estás a cortar um papel com uma tesoura. Faz de conta que atendes o telefone. Faz de conta que estás a pregar um prego com um martelo.”

Observação: O Gabriel conseguiu executar todas as instruções com facilidade, utilizando a mão direita na execução de todas elas.

b) Dominância PedalAtravés do jogo “Faz de conta” foram dadas instruções à criança para que ela as executasse de pé. Em consequência foi pedido à criança que: “Faz de conta que estás a dar um pontapé na bola. Faz de conta que estás a saltar ao pé-coxinho. Faz de conta que estás a subir as escadas. Faz de conta que estás a subir para uma cadeira”.

Observação: O Gabriel conseguiu executar todas as instruções com facilidade, utilizando a pé direito na execução de todas elas.

c) Dominância Ocular Através do jogo “Faz de conta” foram dadas instruções à criança para que ela as executasse de pé. Em consequência foi pedido à criança que: “Pega no monóculo que esta em cima da mesa e espreita”. (Anexo 8) Pega na cartolina que está em cima da mesa e espreita pela fechadura da porta aí recriada.” (Anexo 9)

Observação: O Gabriel conseguiu executar todas as instruções com facilidade, utilizando o olho esquerdo na execução de todas elas.

d) Dominância Auditiva Através do jogo “Faz de conta” foram dadas instruções à criança para que ela as executasse de pé. Em consequência, foi pedido à criança que: Pega no telemóvel que está em cima da mesa e ouve a música que está a dar.” (Anexo 10) Pega no relógio que está em cima da mesa e encosta-o ao ouvido e vê se consegues ouvir o tic-tac.” (Anexo 11)

Observação: O Gabriel conseguiu executar todas as instruções com facilidade, utilizando o ouvido direito na execução de todas elas.

Esquerda DireitaDominância manual *Dominância pedal *Dominância ocular *Dominância auditiva *

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Nota: Através da tabela poderíamos dizer que a criança possui uma lateralidade cruzada.

1.2. Reconhecimento de direita/ esquerda no seu próprio corpo:

a) Um ponto do corpo/ um lado do corpoFoi pedido à criança que distinga a direita e a esquerda através de tarefas: “Levanta a tua mão esquerda. Levanta o teu pé direito. Mexe o teu ombro esquerdo”

Observação: O Gabriel conseguiu executar as instruções dadas, no entanto, trocou as ordens dadas, quando era esquerda ele mostrou a direita ou vice-versa.

b) Dois pontos do corpo/ um lado do corpoFoi pedido à criança que distinga a direita e a esquerda através de tarefas: “Leva a tua mão direita ao ouvido direito. Põe a tua mão esquerda no joelho esquerdo”.

Observação: O Gabriel conseguiu executar as instruções dadas, no entanto, a primeira executou bem e na segunda trocou a direita pela esquerda.

c) Dois pontos do corpo/ dois lados do corpo.Foi pedido à criança que distinguisse a direita e a esquerda através de tarefas: “Leva a tua mão esquerda ao teu cotovelo direito. Leva a tua mão direita ao calcanhar esquerdo.”

Observação: O Gabriel conseguiu executar as instruções dadas, no entanto, na primeira, trocou a ordem, levou a mão direita ao ombro esquerdo. Na segunda, levou a mão esquerda ao calcanhar direito.

1.3.Reconhecimento de direita/ esquerda no corpo de outras pessoasDe frente para a criança, foi-lhe pedido que cumprisse as seguintes tarefas: “Toca na minha mão direita. Toca na minha mão esquerda.”

Observação: O Gabriel conseguiu executar as instruções dadas, no entanto, trocou a mão direita pela mão esquerda.

1.4. Reconhecimento de direita/ esquerda num espaço gráficoFoi apresentada à criança uma imagem que tem diferentes bonecos e foi-lhe pedido que apontasse: “a mão esquerda dos bonecos, a mão direita dos bonecos” (Anexo 12)

Observação: O Gabriel conseguiu executar as instruções dadas, no entanto, trocou a mão direita pela mão esquerda, em alguns bonecos, noutros conseguiu fazê-lo de uma forma algo aleatória.

Teste Tira-TeimasUma vez que o Gabriel apresenta um uso ambivalente das mãos, foi pedido à criança que fizesse pontos dentro do quadrado, começando primeiro com a mão direita (tocamos na sua mão) durante 30 s. Depois foi pedido à criança para executar a mesma tarefa com a outra mão também durante 30 segundos. (Anexo 13)

Observação: O Gabriel conseguiu executar as instruções dadas, verificando-se que quando utilizou a mão direita a criança fez mais pontos e mais correctamente.

3. ORIENTAÇÃO ESPACIAL

1.1. No espaço real Foi pedido à criança que realizasse movimentos consoante o que lhe fosse pedido, e que colocasse objectos no sítio correcto tendo em conta a ordem dada: “Dá dois passos para trás. Dá um passo para a direita. Coloca a caneta por baixo do caderno. Coloca a caneta em cima da mesa.”

Observação: O Gabriel conseguiu executar as instruções dadas com facilidade e num curto espaço de tempo.

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3.2. No espaço gráfico a) Foi realizado um pequeno desenho numa folha branca em frente à criança, no qual ela teria de dar continuidade à sua forma, de maneira a que fosse simétrico.

Observações: A criança executou a tarefa rapidamente mas revelou alguma dificuldade, uma vez que o desenho ficou ligeiramente diferente do que era pretendido. (Anexo 14)

b) Foram desenhadas algumas figuras geométricas em frente à criança, as quais teriam de ser copiadas ao lado.

Observações: A criança executou a tarefa mas revelou alguma dificuldade, na execução do círculo, que ficou contudo aproximado e no lonsagulo, em que não de facto qualquer aproximação. (Anexo 15)

c) Foi pedido à criança que escrevesse o seu nome em letras maiúsculas impressas.

Observações: A criança executou a tarefa sem dificuldade. (Anexo 16)

4. ORIENTAÇÃO TEMPORAL

4.1.Organização do tempoAtravés de um diálogo, a criança teve que mostrar domínio das noções temporais. Para atingir esse propósito, foram colocadas algumas questões à criança: “O que vais fazer amanhã? A lua aparece de dia ou de noite? O que fizeste ontem? Almoças de dia ou de noite? Se adormeceres chegas cedo ou tarde ao jardim?”.

Observações: A criança executou a tarefa sem dificuldade., com excepção da pergunta, o que fizeste ontem. A esta pergunta, o Gabriel respondeu “Brinquei na escola”, quando o dia anterior fazia referência ao fim-de-semana.

4.2.Nomeia e distingue os dias da semana e as estações do anoAtravés do apoio a imagens das estações do ano, foi perguntado à criança: “Qual o nome das estações da figura”? Em que estação vamos à praia”? “Em que estação brincámos com a neve?”

Observações: A criança executou a tarefa na totalidade, no entanto, nas suas repostas revelou alguma confusão neste domínio. Apenas identificou duas estações do ano correctamente, Outono e Verão, no que concerne à Primavera, identificou-a como “rosas” e ao Inverno como “neve”. De seguida, identificou com facilidade o mês em que íamos à praia. Mas como seria de prever pela resposta dada anteriormente, disse que não sabia qual o nome da estação do ano em que brincamos com a neve.

4.3.Percebe acontecimentos vividos com sequênciaa) Partindo de uma Banda Desenhada com 4 sequências de acção, foi pedido à criança que a organize. (Anexo 17)

Observações: A criança executou a tarefa na totalidade, no entanto, a sequência que deu à banda desenhada estava errada.

b) Foi pedido à criança que descrevesse o que fizemos desde que o inicio da actividade.

Observações: A criança executou a tarefa com grande dificuldade. Inicialmente disse, “não me lembro”. Mas após algum tempo começou a dizer: “lembro-me que levantei-me e brincamos aos soldados”, depois “disseste-me para dizer qual era a mão esquerda. Por último, disse: “fiz umas formas iguais ao lado.”

ÁREA – PERCEPÇÕES

1. Auditiva

1.1. Identificação e reconhecimento de sons

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Estavam colocados vários objectos em cima da mesa, que foram manipulados – deixar cair sobre a mesa e escutar o som da queda – à frente da criança que manteve o contacto ocular com os mesmos. De seguida, a criança tapou os olhos e foi-lhe pedido que identificasse os objectos pelos sons que foram emitidos de novo na sua queda. (Anexo 18)

Observações: O Gabriel executou a tarefa, e identificou correctamente, a pedra e a moeda. No entanto, revelou confusão, quando identificou o afia de metal como sendo uma moeda e a borracha como sendo uma tampa de plástico.

1.2. Descriminação de sonsForam ditos à criança pares de palavras com sons semelhantes, com a mão em frente à boca e em tom baixo para que a criança identificasse quais as palavras se as palavras são iguais ou diferentes: “Pão-tão/pão-pão/tão-pão/tão-tão; gato-cato/gato-gato/cato-gato/cato-cato; pato/-tato/pato-pato/tato-pato/tato-tato; chá-já/chá-chá/já-chá/já-já”.

Observações: O Gabriel executou a tarefa com muita dificuldade, identificando quase todas as palavras como tendo o mesmo som, ou seja com o mesmo som.

1.3. Associação Foi pedido à criança que completasse as seguintes frases: O pai é homem, a mãe é… A noite é escura, o dia é … A sopa é para comer, o sumo é…

Observações: O Gabriel executou a tarefa com facilidade.

1.4. Memória e SequencializaçãoFoi pedido à criança que repetisse as séries de palavras que fomos dizendo. Começamos por quatro palavras: azul, amarelo + verde, castanho; gato, cão + coelho, galinha; caneta, lápis +borracha, afia.

Observações: O Gabriel executou a tarefa com facilidade, por isso, acrescentamos mais uma palavra ao grupo, formando grupo de cinco palavras. No entanto, o Gabriel apresentou dificuldades na execução da tarefa com grupos de cinco palavras.

1.5. Cadências rítmicasForam emitidos batimentos rítmicos sem que a criança os visse e foi-lhe pedido para que ela os reproduzisse. (Ex.: o ooo oo o )

Observações: O Gabriel executou a tarefa com alguma dificuldade.

2. Visual

2.1.Identificação e Reconhecimento de imagensFoi apresentado à criança um conjunto de imagens de situações do dia-a-dia para que as identificasse. (Anexo 19)

Observações: O Gabriel executou a tarefa com facilidade identificando todas as situações apresentadas nas imagens em anexo.

2.2. Discriminação de diferençasForam apresentadas duas imagens idênticas à criança, para que ela encontrasse as suas diferenças. (Anexo 20)

Observações: Das seis diferenças que faziam parte da imagem a criança conseguiu identificar três e ainda assinalou uma diferença que não era efectivamente uma diferença.

2.3.1. Memória Visual

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A criança observou durante um determinado tempo o adulto a alinhar um conjunto de 5 objectos. Posteriormente, retiraram-se os objectos da ordem, juntando-os e a criança teve que os colocar pela ordem em que estavam inicialmente. (Anexo 21)

Observações: A criança conseguiu ordenar os objectos com alguma dificuldade, demorando algum tempo e hesitando e errando consecutivamente a sua ordenação.

2.3.2. Memória SimbólicaA criança observou 4 grafismos desenhados num cartão, durante um curto intervalo de tempo (+ ou – 2 min.). Depois retirou-se o modelo e a criança teve que reproduzi-los iguais e na mesma ordem. Observações: A criança conseguiu realizar a tarefa sem dificuldade. (Anexo 22)

2.4.Sequência visual (estimativa de grandezas)Foi pedido à criança que colocasse por ordem de tamanho figuras geométricas que lhe foram apresentados. (Anexo 23)

Observações: A criança conseguiu realizar a tarefa rapidamente e sem dificuldade.

3.Táctilo Quinestésica

3.1. Identifica pelo tacto: a) Tamanho, b) Forma, c) Espessura, d) TexturaForam colocados numa caixa vários objectos à frente da criança. Esta teve que os reconhecer pelo tacto à medida que lhos fomos colocando na mão, e descobrir qual o objecto em questão, dizendo o nome/utilidade ou simplesmente descrevendo-o. Por exemplo: lápis; plasticina; pente; algodão; moeda; telemóvel; vela; laranja; bola de ténis; tecido; lixa. (Anexo 24)

Observações: A criança conseguir realizar a tarefa sem dificuldade, identificando todos os objectos e a sua utilidade.

4. Olfactiva/ Gustativa

4.1. Identifica diferentes odores/ saboresA criança de olhos tapados, teve que identificar quais as frutas que lhes serão colocadas na boca ou dadas a cheirar. Foram elas maçã, banana, pêra, laranja e kiwi. (Anexo 25)

Observações: A criança conseguir realizar a tarefa sem dificuldade, identificando todos as frutas.

4.2. Discrimina sensações opostas (quente-frio; amargo-doce; salgado-insosso)A criança teve que distinguir, sabores com sensações opostas (chá/sumo; chocolate-café; água com e sem sal). (Anexo 26)

Observações: A criança conseguir realizar a tarefa sem dificuldade, identificando todos as sensações opostas.

ÁREA – CRIATIVIDADE

1.1. Expressão PlásticaFoi fornecida à criança uma folha branca, e foi-lhe pedido para fazer um desenho que gostasse a partir de uma caixa de lápis de cor. (Anexo 27)

Observações: A criança conseguiu realizar a tarefa. Do seu trabalho resultou um desenho sem grandes pormenores, apenas com a representação dos seus avós. (a partir do dia seguinte ia passar uns dias a casa dos avós.

1.2. Expressão Dramática

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Foi pedido à criança que através da mímica, fizesse de conta que estava contente, estava muito triste e que era muito alto.

Observações: A criança conseguiu realizar a tarefa sem dificuldade. Usando para a sua representação os gestos idiossincráticos, sem grande criatividade e de forma simples.

1.3. Expressão Linguística Foi pedido à criança que terminasse a história que lhe foi contada. (Anexo 28)

Observações: A criança depois de ouvir a história, terminou-a de imediato. Dando-lhe um final adequado ao que ouviu. “a cama disse-lhe vamos passear para a rua”.

2. Espírito Inventivo Foi pedido à criança que imagine que é um carro/cão/girafa, perguntando se o fosse o que faria.

Observações: A criança conseguiu concretizar as ordens dadas, dando respostas de acordo com a realidade e não desenvolvendo muito a tarefa. “Se eu fosse um carro…andava na estrada”. “Se eu fosse um cão comia ossos.” “Se eu fosse uma girafa via muito alto”.

ÁREA – DESENVOLVIMENTO MOTOR (MOTRICIDADE)

1.1. EquilíbrioFoi pedido à criança que realize os seguintes exercícios: a) Caminhar sobre uma linha, colocando um pé imediatamente a seguir ao outro; b) Saltar ao pé-coxinho; c)Subir e descer escadas alternando os pés.

Observações: A criança conseguiu realizar as tarefas sem dificuldades e num curto espaço de tempo.

1.2. Coordenação global Foi pedido à criança que recebesse uma bola que foi passada e que passasse a bola para encestar no cesto de papéis. (Anexo 29)

Observações: A criança conseguiu realizar as tarefas sem dificuldades e num curto espaço de tempo.

Foi pedido à criança que realizasse os seguintes exercícios: Recortar linhas (rectas, curvas, desenhadas previamente numa folha A4

Observações: A criança conseguiu realizar os dois recortes com eficiência. Evidenciou um pouco mais de dificuldade no recorte da onda ondulada, conseguindo, no entanto recortá-la até ao final.

1.2.Grafismoa) Foi pedido à criança que copiasse as seguintes figuras: um quadrado, um triângulo, círculo e um losango, um X e uma onda.

Observações: a criança conseguiu realizar a tarefa, as suas representações gráficas evidenciam algumas dificuldades a este nível. Uma vez mais não conseguiu executar o losangulo, assim como a onda. (Anexo 30)

b) Foi pedido à criança que continuasse o traçado que era apresentado.

Observações: a criança deu continuidade ao traçado inicialmente mas depois não conseguiu dar continuidade à mesma. (Anexo 31)

c) Foi pedido à criança que percorresse uma espiral sem tocar nas paredes.

Observações: A criança executou a tarefa sem dificuldade. (Anexo 32)

ÁREA – DESENVOLVIMENTO SOCIAL

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1. Interage

1.1. Com paresObservações: o Gabriel interage de forma positiva com os seus pares. Tem as suas preferências de interacção como qualquer criança, preferindo os rapazes em detrimento das raparigas.

1.2. Com os adultosObservações: o Gabriel interage de forma positiva com todos os adultos da sala e de toda a instituição. Este à vontade advém do facto de frequentar o jardim-de-infância desde os 9 meses de idade. Essa facilidade ao nível da interacção é evidente também no relacionamento positivo que consegue estabelecer com outros pais que não o seu.

1.3. Com o grupoObservações: ver 1.1.

2. Aceita regras 2.1. Regras do jogo Observações: o Gabriel aceita as regras do jogo, no entanto, tem por vezes alguma dificuldade em acatá-las de imediato. Por vezes, temos que as explicar novamente para que as cumpra.

2.2. Regras de conduta socialObservações: O Gabriel conhece as regras de conduta social e de vivência em grupo, mas por vezes revela alguma imaturidade neste nível, uma vez que as cumpre enquanto o adulto está presente e por vezes na ausência do mesmo vive as suas próprias regras. ÁREA – AUTONOMIA

1.Cuida de si 1.1.Alimentação Observações: O Gabriel é uma criança que come de tudo, chegando muitas a repetir fazendo-o de forma autónoma, sem necessitar da ajuda do adulto.

1.2.Higiene pessoal Observações: O Gabriel é uma criança que cuida da sua higiene pessoal, por exemplo, quando tem as mãos sujas pede para as ir lavar ou fá-lo de forma autónoma.

1.3.Casa de banho Observações: O Gabriel é uma criança que vai autonomamente à casa de banho, lavando as mãos e fazendo as descargas necessárias.

1.4.Vestuário Observações: O Gabriel é uma criança que se veste e despe sozinha, mesmo ao nível de botões e de fechos é autónoma. A única que ainda não consegue fazer ainda é apertar os cordões.

2.Cuida das suas coisas 2.1.Arruma os seus materiaisObservações: O Gabriel é uma criança que arruma especialmente se for solicitado pelos adultos para o fazer. Por vezes fá-lo também por sua iniciativa.

2.2.Conclui os seus trabalhos Observações: O Gabriel é uma criança que revela por vezes alguma dificuldade em levar a cabo as tarefas que inicia. Ou então, por vezes também faz as tarefas um pouco apressadamente para passar à tarefa seguinte.

2.3.É responsável nas tarefas Agora na sala dos 5 anos, para além das tarefas diárias comuns a cada criança, que o Gabriel vai cumprindo com maior o ou menor dificuldade, também temos o papel do responsável diário. Quando é dia do Gabriel ser o

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responsável diário este manifesta motivado, apesar de por vezes se mostrar alheado das tarefas que tem a seu cargo.3.3. Perfil do Aluno

De um modo geral, foram avaliadas as áreas da linguagem, psicomotricidade, percepção, criatividade, motricidade, desenvolvimento social, autonomia e respectivas sub-áreas.

Centrando-nos na área da Linguagem, importa dizer que, entende-se por linguagem, ...faculdade exclusivamente humana que serve para a representação, experimentação e comunicação de pensamentos ou ideias mediante um sistema de símbolos.... Bautista (1997:84)

A linguagem verbal aparece como algo intrínseco ao ser humano e inseparável da comunicação cumprindo diversas funções, salvaguardando-se facto de apesar da linguagem verbal ser o modo de comunicação mais utilizado, a comunicação é possível sem esta forma de linguagem. Um dos principais sentidos da linguagem consistirá em facilitar as relações do indivíduo com o seu meio envolvente.

Segundo, Pinto (2002:48), a criança adquire e desenvolve a linguagem em função do progresso que ela própria realiza na análise que faz do real, nas possibilidades das manobras articulatórias que vai dominando e da interacção que estabelece com a família.

Para avaliar a linguagem propriamente dita teremos que ter em conta duas grandes dimensões que a subdividem em linguagem expressiva e linguagem compreensiva.

A nível da área da linguagem, na sub-área compreensiva, o Gabriel apresentou pequenas dificuldades na compreensão da história ouvida e no reconto da mesma. Na generalidade, foi capaz de reter a informação da história lida para de seguida a contar com alguma coerência. Os restantes objectivos desta sub-área foram atingidos sem dificuldades, pelo que esta é uma sub-área emergente.

No que diz respeito, à sub-área expressiva, a criança revelou possuir um vocabulário simples que apesar de adequado à faixa etária fica um bocadinho aquém a nível de diversidade. Além disso, revela uma boa organização do pensamento, como já por mim referido, quando recontou a história, assim como quando descreveu as imagens.

Ao longo dos diálogos foi evidente a dificuldade ao nível da articulação de dois fonemas específicos, o fonema /r/ e o fonema /b/. Por tudo o que foi dito esta é uma sub-área emergente.

Na área da Psicomotricidade, a primeira sub-área é o esquema corporal. O esquema corporal...refere-se às relações entre o espaço gestual e ao espaço dos objectos, à acomodação motora do indivíduo ao mundo exterior. Deldime et Al (1992:90)

O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança, é a representação relativamente global e cientifica que a criança tem do seu próprio corpo. O facto da criança olhar-se no espelho, é um elemento que a ajuda a construir uma imagem de si mesma, do seu próprio tónus muscular , a postura...

Através da avaliação realizada constatamos que o Gabriel demonstrou poucas dificuldades na representação de si próprio. O seu desenho, tendo em conta a “prova do boneco” é adequado à faixa etária. Para além disso, importa dizer que manifesta desproporção entre certos elementos constituintes do desenho o que é normal. De facto, segundo Deldime et Al (1992:100), estas desproporções acontecem porque a criança não organiza ainda o desenho de acordo com a superfície da folha, esta sua desproporção poderá ainda ser afectada por causas de natureza afectiva.

No que diz à identificação das diferentes partes do corpo, em si, em outras pessoas e no corpo de outros a criança não apresentou dificuldades, identificando e nomeando a generalidade das partes constituintes do corpo humano. Apenas há a destacar a confusão na localização do cotovelo, que para o aluno inicialmente era o ombro.

A resolução dos puzzles foi rápida, apesar dos braços terem sido colocados num sítio que não era o pretendido, nas ancas. Esta é uma sub-área emergente.

Relativamente à lateralidade, é por volta dos 3/4 anos ”que certos aspectos da lateralização parecem estabelecer-se na maior parte das crianças... Deldime et Al, (1992:89) De facto, por volta desta idade existe uma predominância lateral e que esta não é mais do que a assimetria funcional do corpo que de um lado é mais hábil utilizado em preferência pelo outro.

Relativamente à sub-área da lateralidade, o Gabriel executou as tarefas com a mão, pé e ouvido direitos e o olho esquerdo, revelando por isso lateralidade cruzada.

Para além disso, o Gabriel não tem interiorizado, que a sua mão direita é a direita e vice-versa, o que fez com que ao longo das tarefas que implicaram este conhecimento este revelasse muitas dificuldades e confusões. Essas dificuldades foram evidentes no reconhecimento da esquerda/direita, no seu próprio corpo, no corpo de outras pessoas e no espaço gráfico.

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Esta é uma sub-área fraca, em consequência, terá que ser trabalhada, em particular a identificação da esquerda e da direita com diferentes suportes.

Em relação à sub-área da orientação espacial, importa referir que diferentes autores estudaram as relação das crianças com espaço, Piaget e Inhelder são disso exemplo. De acordo com estes autores, “as relações espaciais fundamentais de que as crianças de idade pré-escolar estão a começar a ficar conhecedoras são “correspondências envolvendo conceitos como proximidade e separação, ordenação, inclusão. De facto, o espaço de uma criança...é essencialmente de natureza activa e operacional” Piaget e Inhelder (s/data, citado em Hohmann (1995:737)

Nesta sub-área, o Gabriel conseguiu atingir com sucesso as tarefas propostas ao nível do espaço real.No que diz respeito, à representação no espaço gráfico, constatamos algumas dificuldades, ao nível da

concretização da simetria, assim como no desenho das figuras geométricas. Foi, no entanto capaz de escrever correctamente o seu nome em letras impressas maiúsculas. Esta é uma sub-área emergente

“A noção de tempo é para as crianças uma noção difícil de compreender. Encontra-se associado à acção; a criança centra-se no aqui e agora (o passado é uma lembrança vaga e o futuro um labirinto especulativo”. Deldime et Al, (1992:106),

Na sub-área da orientação temporal, tendo em conta as tarefas propostas para a avaliação, o Gabriel demonstrou dificuldades na ordenação do pensamento sequencial, evidentes na enorme dificuldade em descrever o que estivemos a fazer desde o inicio da avaliação, assim como em dar uma resposta correcta, à questão “ O que fizeste ontem”.

Além disso, não foi capaz de identificar e distinguir todas as estações do ano, não conseguindo identificar e nomear duas delas. Por tudo o que foi observado esta é uma sub-área fraca.

Relativamente à área perceptiva esta subdivide-se em duas áreas: a visual e a auditiva. Segundo Serra (s/data), ”percepção auditiva e rítmica é a capacidade de, através do sentido auditivo,

perceber os sons do meio ambiente. Permite ao aluno perceber pequenas diferenças entre fonemas e palavras, sequenciar sílabas e frases, memorizar estímulos sonoros, organizar cadências rítmicas.”

Na sub-área auditiva, o Gabriel revelou dificuldades a diferentes níveis: na identificação, reconhecimento, discriminação de sons e cadências rítmicas. As restantes tarefas foram realizadas sem dificuldades, o que faz com que esta seja uma sub-área emergente.

No que diz respeito, à percepção visual, Serra (s/data), diz-nos que “percepção visual é a capacidade que a criança possui para perceber os estímulos visuais do meio envolvente, ou seja, vai ao encontro da capacidade de perceber, através da visão, os pormenores do Mundo.”

Na sub-área visual a criança conseguiu realizar a identificação e reconhecimento de imagens, assim como foi capaz de utilizar a sua memória simbólica para reproduzir grafismos. Contudo, revelou algumas dificuldades ao nível essencialmente da memória visual. Tendo tudo o que foi avaliado anteriormente, esta sub-área é emergente.

Na sub-área Táctilo-Quinestésica assim como na sub-área Olfactiva/Gustativa, a criança não evidenciou qualquer tipo de dificuldade na identificação pelo tacto, cheiro, paladar, assim como na discriminação de sensações opostas, pelo que estas são consideradas sub-áreas fortes.

Na área da criatividade a criança ficou um bocadinho aquém daquilo que seria pretendido. Na subárea expressões, a criança executou as tarefas ao nível da expressão plástica, dramática e linguística e na realização das mesmas foi evidente o facto de se guiar pelo concreto nas suas representações, sem evidenciar grande criatividade ou grandes pormenores. O desenho que a criança realizou é disso exemplo. Esta subárea é emergnte.

Na sua subárea espírito inventivo, a criança mais uma vez colou-se demasiado ao real, fazendo uma descrição um pouco pobre quando lhe perguntamos, “o que farias se fosses…”. Por isso consideramos esta como sendo uma subárea fraca.

Na área de desenvolvimento motor, distinguimos duas sub-áreas: motricidade ampla e motricidade fina. O desenvolvimento motor, à semelhança de outros assume-se como um processo contínuo e lento. No ser

humano este assume a direcção céfalo-caudal, onde o domínio dos movimentos ocorre do centro para as extremidades.

É sabido que à medida que a criança cresce, a sua habilidade motora vai aprimorar-se e a capacidade de controlar músculos e de se movimentar com desenvoltura aumenta consideravelmente.

Na sub-área motricidade ampla, o Gabriel não evidenciou qualquer tipo de dificuldades, quer ao nível do equilíbrio, quer ao nível da coordenação global, daí que possamos dizer que esta é uma sub-área forte.

Na sub-área motricidade fina, o Gabriel apresentou algumas dificuldades especialmente a nível dos grafismos, conseguindo recortar com alguma precisão. Em consequência, esta é uma área emergente.

A área Desenvolvimento Social, comporta duas sub-áreas a interacção e a aceitação das regras.

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No que diz respeito ao desenvolvimento social, propriamente dito, é sabido que desde muito cedo, desde que nasce que as experiências que a criança mantém com as pessoas significativas que as rodeiam e mais tarde com os seus companheiros influenciarão de forma directa a maneira como a criança se vê a si própria. Além do que, é a partir destas relações que esta irá construir a sua compreensão do mundo social.

É importante salientar o facto de que o desenvolvimento social vai progredindo à medida que esta vai experimentar diferentes interacções.

Essas interacções acontecem com os seus pares, num grupo em particular e com os adultos que também o enformam.

Na subárea interacção, a criança manifesta possuir uma interacção positiva quer com os seus pares quer com os adultos que a rodeiam, em consequência esta é uma sub-área forte.

Na subárea aceitação das regras, a criança apresenta algumas dificuldades em aceitar e por isso por em prática algumas regras de jogo e especialmente as regras de conduta social, em consequência, esta é uma subárea emergente.

Por último, a área da Autonomia, divide-se em duas sub-áreas: cuida de si e cuida das suas coisas. No que diz respeito à subárea cuida de si, esta é uma área forte, uma vez que o Gabriel é uma criança

extremamente autónoma ao nível da alimentação, higiene pessoal e vestuário. Por seu lado, a subárea cuida das suas coisas, é uma área emergente, uma vez que a criança revela alguma

dificuldade em terminar as tarefas que lhe são propostas e que tem de realizar de forma independente assim como de arrumar os respectivos materiais.

3.4. Síntese do Perfil do Aluno

ÁREAS EMERGENTES

Linguagem: Compreensiva e Expressiva Psicomotricidade: Orientação espacial. Percepção: Auditiva e VisualAutonomia: Cuida das suas coisasCriatividade: Expressões Motricidade: Motricidade Fina Desenvolvimento Social: Aceitação de Regras

ÁREAS FRACAS

Psicomotricidade: Lateralidade, Orientação Temporal.Criatividade: Espírito Inventivo

ÁREAS FORTES

Psicomotricidade: esquema corporal.Percepção: táctilo-quinestésica e olfactiva/gustativa. Motricidade: Ampla.Desenvolvimento social: interacção Autonomia: Cuida de si.

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4.1. Intervenção nas Áreas Emergentes

ÁREA DA LINGUAGEMCOMPREENSIVA E EXPRESSIVA

Exploração de histórias com diferentes estratégias: leitura sem suporte, leitura com suporte do livro, leitura com imagens, dramatização.Recontar histórias com ou sem suporte visual; Fazer recados que impliquem a execução de ordens complexas;Reconhecer absurdos e histórias de pernas para o ar; Identificar palavras começadas por…;Promover conversas e diálogos com a criança sobre: as novidades, um determinado tema, sobre situações vividas, sobre sentimentos;Exploração de canções, rima, lengalengas e travalínguas;Realização de jogos de memória;Criação pela criança em conjunto com a escola e/ou família de um dicionário de palavras novas, associando-se a palavra escrita à imagemRealização do jogo da mensagem; Criação do projecto de leitura em família, denominado de “projecto Vai e Vem” (…)

ÁREA DA PSICOMOTRICIDADEOrientação espacialRealização do Jogo da Cabra -Cega; Percorrer labirintos;Colocar objectos espalhados e trabalhar a noção de à frente, atrás, em cima, em baixo, em que os alunos se devem colocar correctamente;Realização de simetrias diversificadas;Verificar a relação de tamanhos (figuras geométricas, portas, flores, árvores);Ordenar uma história em banda desenhada;Construir puzzles;Estimular a criança a trabalhar com folhas de diferentes tamanhos;(…)

ÁREA DA PERCEPÇÃOVisual AuditivaExploração do Jogo das Diferenças ou Semelhanças;Exploração de lotos de imagens; Realização de jogos de identificação de objectos ou imagens;Ordenação de imagens de uma história;Observar uma gravura durante algum tempo, retirá-la e dizer o que viu;Mostrar um objecto conhecido e encontrá-lo no meio de outros parecidos;Memorizar sequências de objectos, de imagens ou signos;Descobrir pela descrição;Exercício para percepção da figura-fundo;

Executar batimentos para a criança repetir; Identificar sons variados: ambiente, instrumentos musicais, do dia-a-dia; e sons a partir de um cd, sons de instrumentos; Fazer recados e seguir orientações verbais; Descrição de factos já passados; Ouvir e reconhecer pares de palavras (iguais/diferentes); Explorar com a criança a terminação de frases as quais terá que dar um fim lógico. Decorar Poesias, Lenga-lengas, trava-linguas, canções; Ouvir batimentos e repeti-los;

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(…) Fazer a silabação de palavras; Explorar com a criança diferentes grupos de palavras, pedindo-lhe que os repita.

ÁREA DA AUTONOMIACUIDA DAS SUAS COISAS

Criar situações de responsabilidade diária e semanal para a criança executar; Plantar com a criança uma semente, que a criança terá que cuidar diariamente; Introduzir um animal de estimação na sala que possa ir para casa das crianças no fim-de-semana, para que estas possam cuidar dele; Criar com a criança um dossier com os seus trabalhos que esta tenha de cuidar até ao final do ano lectivo. Estimular a criança para a importância de terminar os seus trabalhos através de diferentes estratégias, como a exposição dos seus trabalhos semanalmente. Atribuir um prémio semanal, não material, mas simbólico, por exemplo, ir ao recreio mais cedo se for importante se este se empenhar nas diferentes tarefas que lhe são propostas e as terminar; (…)

ÁREA DA CRIATIVIDADE EXPRESSÕES

Realizar actividades livres e orientadas de expressão plástica a partir de materiais diversificados; Estimular a realização de produções artísticas através de materiais reciclados e naturais; Promover a exploração de diferentes formas de expressão dramática: dramatização com ou sem suporte de material (sombras chinesas, fantoches, etc.) Estimular a construção de histórias a partir de um conjunto de objectos e até de imagens previamente seleccionadas pela criança, de forma individual ou em grupo; Contar à criança uma história que esta terá que terminar; Estimular a exploração e dramatização de sentimentos e ideias; (…)

ÁREA DA MOTRICIDADEMOTRICIDADE FINA

Exercícios motores não orientados; Desenho de grafismos; Formar figuras geométricas com base em pontos; Desenhar, pintar, picotar, rasgar, recortar, colar, colorir, decalcar; Moldar (pasta de papel, pasta de madeira, de rissóis, de pão, plasticina); Seguir percursos – itinerários; Tecelagem; Realização de actividades de enfiamentos com materiais diversificadas; Realizar actividades de simetrias, inicialmente simples e depois progressivamente mais complexas de acordo com a evolução da criança; (…)

ÁREA DO DESENVOLVIMENTO SOCIALACEITAÇÃO DE REGRAS

Realização de jogos com regras específicas: jogo de futebol, jogo das cadeiras; jogo da estátua. Construção de uma tabela de comportamentos de forma a identificar quais os comportamentos correctos;

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Dramatização de situações do dia-a-dia, para a exploração de regras em diferentes contextos sociais; (…)

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4.1. Intervenção nas Áreas Fracas

ÁREA DO PSICOMOTRICIDADELATERALIDADE ORIENTAÇÃO TEMPORAL

Realização do jogo o rei manda; Realização de outros jogos de Faz-de-conta, que impliquem a concretização de determinadas tarefas; Movimentar à vontade os segmentos corporais, imobilizando os contrários; Consoante os sons que se definem de um determinado instrumento musical, mover uma ou outra mão; Reconhecer numa imagem figuras à direita e à esquerda; A partir de um eixo traçado colocar objectos à direita ou à esquerda.

Dramatização de histórias; Dar um conjunto de actividades à criança, dizendo as que ela faz antes, durante e depois de algo; Preencher quadros de aniversários / tempo / presenças; Descrever o fim-de-semana, visitas de estudo, férias, …; Relacionar festas tradicionais com a respectiva época do ano; Distinguir passado / presente / futuro com referência às estações do ano; Relatar histórias simples com sequência; Ordenar bandas desenhadas;

CRIATIVIDADEESPÍRITO INVENTIVO

Realizar actividades livres e orientadas de expressão plástica a partir de materiais diversificados; Estimular a realização de produções artísticas através de materiais reciclados e naturais; Promover a exploração de diferentes formas de expressão dramática: dramatização com ou sem suporte de material (sombras chinesas, fantoches, etc.) Estimular a construção de histórias a partir de um conjunto de objectos e até de imagens previamente seleccionadas pela criança, de forma individual ou em grupo; Contar à criança uma história que esta terá que terminar; Estimular a exploração e dramatização de sentimentos e ideias; (…)