Disfemia

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Disfemia A disfemia, conhecida popularmente como gagueira ou gaguez, é a mais comum desordem de fluência da fala, atingindo cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo (dois milhões no Brasil). Os sintomas mais evidentes da gagueira são a repetição de sílabas, os prolongamentos de sons e os bloqueios dos movimentos da fala, sobretudo na primeira sílaba, no momento em que o fluxo suave de movimentos da fala precisa ser iniciado. Também usam-se os termos tartamudez, disfemismo ou disfluência. Além de gago, o indivíduo que apresenta disfemia recebe o nome de disfêmico, tartamudo, balbo (de balbuciar) ou tardíloquo. Cerca de 5% das crianças entre dois e quatro anos de idade apresentam episódios de disfemia, sendo geralmente episódios transitórios, que duram poucos meses, ocorrendo em consequência de uma combinação de vários fatores durante o desenvolvimento da fala. Um destes fatores é a maturação lenta das redes neurais de processamento da linguagem, que resulta numa habilidade ainda pequena para articular palavras e encadeá-las em frases nesta idade. O rápido fluxo de pensamentos, em contraste com a relativa imaturidade do sistema fonoarticulatório, contribui para que a criança apresente alguma dificuldade para produzir um ritmo regular e suave em sua fala. Esta disfluência pode aumentar quando a criança está ansiosa, cansada ou doente e quando está tentando dominar muitas palavras novas. Normalmente, este distúrbio é transitório, apenas 20% das crianças que apresentam disfemia em tenra idade necessitarão de tratamento especializado.3 Estes poucos casos que persistem por mais tempo do que o habitual podem estar associados a uma história familiar de gagueira, sugerindo uma predisposição hereditária. Um estudo do Instituto Nacional de Desordens da Comunicação nos EUA (NIDCD), divulgado em fevereiro de 2010 em uma das mais importantes revistas de saúde e ciências médicas do mundo, o The New England Journal of Medicine4 , encontrou 3 genes relacionados à origem da gagueira: GNPTAB, GNPTG e NAGPA.5 Neste estudo, foram descobertas mutações capazes de alterar o funcionamento normal de células cerebrais locaUma característica que pode estar relacionada com a tendência de a gagueira tornar-

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DisfemiaA disfemia, conhecida popularmente como gagueira ou gaguez, a mais comum desordem de funcia da fala, atingindo cerca de 70 milhes de pessoas em todo o mundo (dois milhes no Brasil) !s sintomas mais e"identes da gagueira s#o a repeti$#o de s%la&as, os prolongamentos de sons e os &lo'ueios dos mo"imentos da fala, so&retudo na primeira s%la&a, no momento em 'ue o fu(o sua"e de mo"imentos da fala precisa ser iniciado )am&m usam*se os termos tartamudez, disfemismo ou disfuncia Alm de gago, o indi"%duo 'ue apresenta disfemia rece&e o nome de disfmico, tartamudo, &al&o (de &al&uciar) ou tard%lo'uo+erca de ,- das crian$as entre dois e 'uatro anos de idade apresentam epis.dios de disfemia, sendo geralmente epis.dios transit.rios, 'ue duram poucos meses, ocorrendo em conse'uncia de uma com&ina$#o de "/rios fatores durante o desen"ol"imento da fala 0m destes fatores a matura$#o lenta das redes neurais de processamento da linguagem, 'ue resulta numa ha&ilidade ainda pe'uena para articular pala"ras e encade/*las em frases nesta idade! r/pido fu(o de pensamentos, em contraste com a relati"a imaturidade dosistema fonoarticulat.rio, contri&ui para 'ue a crian$a apresente alguma di1culdade para produzir um ritmo regular e sua"e em sua fala 2sta disfuncia pode aumentar 'uando a crian$a est/ ansiosa, cansada ou doente e 'uando est/ tentando dominar muitas pala"ras no"as3ormalmente, este dist4r&io transit.rio, apenas 50- das crian$as 'ue apresentam disfemia em tenra idade necessitar#o de tratamento especializado6 2stes poucos casos 'ue persistem por mais tempo do 'ue o ha&itual podem estar associados a uma hist.ria familiar de gagueira, sugerindo uma predisposi$#o heredit/ria 0m estudo do 7nstituto 3acional de Desordens da +omunica$#o nos 20A (37D+D), di"ulgado em fe"ereiro de 5080 em uma das mais importantes re"istas de sa4de e cincias mdicas do mundo, o )he 3e9 2ngland :ournal of ;edicine< , encontrou 6 genes relacionados = origem da gagueira> ?3@)AB, ?3@)? e 3A?@A, 3este estudo, foram desco&ertas muta$es capazes de alterar o funcionamento normal de clulas cere&rais loca0ma caracter%stica 'ue pode estar relacionada com a tendncia de a gagueira tornar*se um pro&lema persistente o surgimento de sintomas adicionais, como> fazer caretas, contrair os olhos ou &ater o p 3estes casos em 'ue a crian$a A/ tem plena conscincia do pro&lema e tam&m perce&e 'ue sua fala pode ser Aulgada como fora do padr#o normal, ela tende a adotar comportamentos de e"ita$#o, muitas "ezes preferindo 1car em silncio a interagir "er&almente 3este est/gio, na falta de tratamento especializado, a maioria das crian$as com gagueira come$a a se retrair e ter sua auto*estima preAudicada ! &ullBing escolar uma poss%"el complica$#o = 'ual pais e professores de"em estar muito atentos A disfemia 'ue persiste ap.s os cinco anos de idade est/ associada a altera$es anatCmicas e funcionais do cre&ro, conforme "m demonstrando as pes'uisas mais modernas de neuroimagemD Dados de neuroimagem pu&licados em 5086 na prestigiada re"ista cient%1ca BrainE mostraram 'ue, desde os 6 anos de idade, A/ poss%"el detectar, por meio de f;F7 e D)7, diferen$as de conecti"idade nas redes neurais em crian$as com gagueira 'ue podem aAudar a prognosticar ae"olu$#o e croni1ca$#o do dist4r&iolizadas no centro de controle da fala empessoas 'ue gagueAam