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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA CURSO: PEDAGOGIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS A metodologia e os Objetivos do Ensino de Ciências

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO

ACARAÚ - UVA

UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA

CURSO: PEDAGOGIA

DISCIPLINA:

METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS

A metodologia e os Objetivos do Ensino de Ciências

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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Metodologia do Ensino de Ciência – Pedagogia – Professor: Tibério

A METODOLOGIA E OS OBJETIVOS DO ENSINO DE CIÊNCIAS Etimologicamente, considerando a sua origem grega, a palavra metodologia advém de methodos, que significa META (objetivo, finalidade) e HODOS (caminho, intermediação), isto é caminho para se atingir um objetivo. Por sua vez, LOGIA quer dizer conhecimento, estudo. Assim, metodologia significaria o estudo dos métodos, dos caminhos a percorrer, tendo em vista o alcance de uma meta, objetivo ou finalidade. Partindo dessa formulação um tanto simplista, a metodologia do ensino seria, então, o estudo das diferentes trajetórias traçadas/planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar/direcionar o processo de ensino-aprendizagem em função de certos objetivos ou fins educativos/formativos.

No processo de ensino-aprendizagem existem pelo menos dois sujeitos, o aluno e o professor, e há uma relação entre eles. O professor deve ter o planejamento de suas aulas a fim de conseguir transmitir seus conhecimentos aos alunos, portanto, sugerir leituras, filmes e outros meios que facilitem o aprendizado. Porém, por outro lado, o aluno deve se interessar em ler e verificar as sugestões propostas pelo professor, interagir nas aulas, levantando questões, opinando sobre os textos e demais materiais sugeridos pelo professor, para que aprenda o conteúdo.

No processo de ensino-aprendizagem existem diferentes métodos de ensino que os professores podem utilizar para repassar o conteúdo da disciplina e a sua bagagem de conhecimento a respeito do assunto para os alunos. Cabe ao professor e à instituição de ensino a que ele está vinculado utilizar um ou mais métodos para auxiliar no processo de aprendizado do aluno.

As metodologias servem como um auxílio para o professor desempenhar o seu trabalho e visam contribuir para o aprendizado do aluno. Os professores devem, entre as metodologias, identificar qual irá contribuir no processo de ensino-aprendizagem e qual é a mais coerente para utilizar, conforme a disciplina.

Muitas das metodologias mencionadas necessitam que o aluno pesquise nos meios disponíveis informações que são solicitadas em sala de aula. Cardoso (2009) defende que os alunos devem realizar pesquisas para construírem seu conhecimento, pois o uso da pesquisa com uma metodologia em uma disciplina possibilita ao aluno verificar a teoria e a prática. Para utilizar pesquisa na disciplina, a autora argumenta que primeiro o professor deve discutir em sala de aula, com os alunos, o conteúdo sobre o qual irão realizar a pesquisa, para posteriormente apresentar aos grupos o que irão analisar.

Essa pré-apresentação do conteúdo serve para que não comecem suas pesquisas sem possuir uma base teórica inicial.

Além das metodologias de ensino, existem também algumas ferramentas que podem ser utilizadas pelos professores para auxiliar na apresentação do conteúdo, sem

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necessariamente estarem incluídas em uma metodologia de ensino; podem ser ferramentas que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem.

Uma ferramenta que envolve o uso da informática são os ambientes digitais de aprendizagem. Esses ambientes podem ser utilizados como apoio para as atividades desenvolvidas no ensino presencial.

O ensino das ciências, sem dúvida, é aquele que desperta mais interesse e prazer de estudo na maioria dos alunos. Mas o curioso é que as ciências não despertam os mesmos sentimentos em grande parte dos professores das séries iniciais. O motivo pode estar nos currículos escolares, que incluem pouca programação para a área científica, ou nos currículos dos professores, que pouco trazem de conhecimentos desta área para ensinar.

Vamos aqui discutir sobre os objetivos do ensino de Ciências, procurando fazer uma análise dos diferentes enfoques do ensino de ciências, refletir sobre as diferentes concepções sobre desenvolvimento do conhecimento científico, com destaque para a relação homem/natureza. Para iniciar essas discussões, propomos o seguinte questionamento: em que o desenvolvimento da Ciência Moderna tem contribuído para amenizar o sofrimento de homens e mulheres num mundo configurado por desigualdades sociais, preconceitos, dores e flagelos naturais que assolam o nosso planeta?

A utilização de algumas metodologias educacionais no ensino, destacando-se o ensino de ciências, como mapas conceituais, noções de alfabetização científica, situações-problema, tema gerador e fundamentação em pesquisa, que partam da ação em sala de aula, e possam promover uma real aprendizagem significativa de acordo com a realidade contextual de cada escola, demonstra-se altamente útil para promoção de um ensino de qualidade.

Quando estas metodologias fundamentam-se na elaboração de Projetos de Pesquisa Interdisciplinares (PPI) ocorre maior interação do educando com os objetos da aprendizagem. Deve-se incentivar ao professor que utilize parte de sua carga horária em aulas que estimulem a construção do conhecimento, destacando-se o científico, sob a forma de PPI, os quais venham a incentivar a formação de alunos pesquisadores desde as séries finais do Ensino Fundamental.

Percebe-se ainda que questões como interdisciplinaridade concreta, a adequação dos conteúdos à realidade do aluno, a valorização do conhecimento prévio do aluno, atividades experimentais e noções de cidadania não são promovidas de forma efetiva pela atual ação do professor em sala de aula; questões essas também imprescindíveis a um ensino de qualidade.

Pode-se assim constatar a inexistência de um método de ensino consolidado, uma vez que o professor aponta como fundamentação maior de sua atividade a listagem de conteúdos programáticos oferecida pela escola, na qual, na grande maioria das vezes, não esteve envolvido em sua construção. Com isso, observa-se que esse educador torna-

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se um transmissor de informações fechadas em si mesmas, e, como aponta Bernadete Campello, (2006), no processo de construção de conhecimento, em uma relação de ensino e aprendizagem, não se pode limitar o processo apenas à interação professor-aluno, sob pena de que o aluno possa vir a ser somente um repetidor das informações apresentadas pelo professor. O conhecimento científico e o senso comum

Com capacidade de organizar e interpretar os estímulos recebidos do mundo exterior, cuja organização é feita internamente no que chamamos de “experiências da vida”, o homem precisa ter essa experiência significativa para que se constitua verdadeiramente como tal, e isso permite que essa experiência seja relacionada com outras tantas.

Podemos dizer, portanto, que para que a experiência seja efetiva, é necessário que seja objeto de reflexão, permitindo que dela sejam extraídos saberes práticos – como saber fazer algo – ou outros saberes como os teóricos, que são ligados à experiências de forma menos evidente.

A partir desses saberes, podemos analisar de onde surgiu o progresso das sociedades: com o desenvolvimento, acumulação e transmissão destes com o passar das gerações. Conhecimento vulgar

O conhecimento vulgar, também conhecido como saber vulgar ou senso comum,

refere-se ao nível mais básico de conhecimento que é constituído em nossas vidas. É um nível que baseia-se em observações ingênuas da realidade e está diretamente relacionado à solução de problemas práticos presentes no dia-a-dia. Além disso é encontrado em experiências subjetivas e pode ser adquirido com dados provenientes de experiências com socialização entre indivíduos, sendo essa uma das formas mais evidentes de influência de tradições e ideias de gerações anteriores.

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De forma mais simplificada, o senso comum nada mais é do que o saber que adquirimos com o passar dos anos, por meio de nossa vida em sociedade. É adquirido de forma espontânea apenas com o contato entre as pessoas e situações. Mesmo sendo algo relativamente limitado, esse conhecimento é essencial para orientar-se na vida em sociedade.

Apesar disso, possui pontos negativos, como por exemplo poder originar o prolongamento de crenças ou opiniões cheias de meias verdades, ou ainda preconceituosas que continuarão se arrastando no tempo, mas que serão ultrapassadas somente pelos estudos científicos. Conhecimento científico

Até a idade média a religião era quem determinava o que era verdade, e era quem possuía todas as explicações sobre todos os fenômenos. Atualmente a ciência ocupou o lugar da religião. E a religião passou a produzir verdades por adesão, ou seja, só as adere quem acredita nelas. A ciência nasce no século XVII, o fazer ciência acontece com a observação da realidade. A partir desta ação, busca-se levantar hipóteses. A ciência busca a produção de verdades, e se a teoria em questão é confirmada de acordo com os procedimentos pertinentes ao conhecimento científico, tal teoria é tomada como uma verdade, embora na ciência as verdades sejam provisórias, porque com o passar do tempo elas deixam de ocupar o seu lugar como verdade. Entretanto, a única verdade da ciência reside no seu método.

O conhecimento científico é uma continuação do senso comum, pois é por meio dele que se investe em pesquisas para comprovar ou desmentir fatos que são baseados no senso comum.

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A ciência passou a buscar seus próprios métodos, sem haver a reflexão filosófica, a partir do século XVII, durante a revolução científica, sendo este o método científico que conhecemos nos dias atuais. O procedimento científico, como mencionamos acima, tem início em um senso comum. A partir dele, é buscada a realidade e as relações universais e, nesse período, começou-se a dar mais valor à razão como um instrumento de conhecimento.

Portanto, o conhecimento científico é a informação e o saber que parte do princípio das análises de fatos cientificamente comprovados; exige base teórica e comprovações a partir de experimentações; é racional, objetivo, analítico, explicativo, acumulativo, entre outros fatores relacionados a investigação metódica. O que é ciência?

Ciência representa todo o conhecimento adquirido através do estudo ou da

prática, baseando em princípios certos. Esta palavra deriva do latim scientia, sujo significado é "conhecimento" ou "saber".

Em geral, a ciência comporta vários conjuntos de saberes nos quais são elaboradas as suas teorias baseadas nos seus próprios métodos científicos.

A metodologia é essencial na ciência, assim como a ausência de preconceitos e juízos de valor. A ciência tem evoluído ao longo dos séculos. Galileu Galilei é considerado o pai da ciência moderna.

A Ciência difere do senso comum, pois o senso comum é a união dos saberes do cotidiano. É subjetivo, varia de pessoa para pessoa e de grupo para grupo.

É baseado nos fatos reguladores da rotina sem buscar a explicação científica para que ocorram.

A Ciência é uma produção de cunho social e cultural e justamente por isso acompanha as condições políticas - econômicas que estão acontecendo no momento.

Uma das visões mais amplamente divulgadas da Ciência é a positivista – o qual considera a Ciência como uma verdade absoluta, fundamentalmente empírica com objetividade, tendo como métodos a experimentação repetida inúmeras vezes e controladas pela comunidade científica.

A forma como o professor compreende a Ciência está relacionada diretamente como a maneira como o professor ensina ciências.

Professores com essa visão positivista da Ciência tendem a utilizar o conhecimento científico como um produto reflexo de repetições e que não considera o erro.

Quando o professor compreende a Ciência enquanto uma atividade humana, histórica, influenciada pelo contexto social, passível de críticas e em permanente construção, tende a adotar uma perspectiva construtivista de ensino.

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Em uma situação problema em sala de aula, é importante levar em consideração o conhecimento prévio dos alunos, mas também entender que essas concepções não são mudadas facilmente.

As concepções prévias servem como estrutura para a construção do novo conhecimento.

Muitas vezes a concepção prévia é utilizada como “dar voz ao aluno”, como se apenas o fato do aluno estar falando o colocasse como sujeito ativo do aprendizado.

Mas é preciso que o conhecimento seja organizado, direcionado, para que o aluno consiga expressar o que sabe e o professor possa direcionar para uma nova significação, uma vez que o aprendizado está associado às oportunidades de repensar as ideias.

A interação aluno-aluno, em aprendizagens cooperativas em grupos, favorece o estabelecimento de relações muito mais produtivas entre eles, caracterizadas pela simpatia, atenção, cortesia, respeito mútuo e sentimentos recíprocos de cooperação e ajuda. Trabalhar em sala de aula com diferentes conteúdos de ciências, a partir de um tema que esteja diretamente ligado à realidade contextual do educando, pode fazer toda diferença em relação à real construção do conhecimento que dele se espera. Todo conhecimento que o aluno possui deve ser valorizado e ele precisa ser estimulado a ampliar este conhecimento num trabalho orientado em sala de aula.

O que ensinar em Ciências? A tendência atual da disciplina é fazer com que o aluno observe, pesquise em diversas fontes, questione e registre para aprender.

Por quê? Essa é uma das perguntas que as crianças fazem com bastante frequência. Elas têm curiosidade em saber a origem das coisas e as causas dos fenômenos da natureza e em explorar aquilo que lhes parece diferente, intrigante. A disciplina de Ciências, quando bem trabalhada na escola, ajuda os alunos a encontrar respostas para muitas questões e faz com que eles estejam em permanente exercício de raciocínio.

A maneira de ensinar também passou décadas apoiada na reprodução dos mesmos padrões. Acreditava-se que os fenômenos naturais poderiam ser compreendidos com base apenas na observação e no raciocínio, bastando para isso que os estudantes fossem levados a conhecer todo o patrimônio científico produzido até então e a memorizar conceitos. A metodologia que tem no professor e no livro didático o centro da transmissão de saberes ficou conhecida como tradicional ou conteudista - e ainda hoje está presente nas salas de aula. Mitos pedagógicos Aula deve ser experimental

Uma atividade prática não carrega em si todos os conteúdos que se quer ensinar,

assim como não é necessariamente o procedimento principal ou obrigatório no ensino de

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Ciências. As aulas em laboratório devem fazer parte de uma sequência didática que envolva exposições teóricas, registros dos alunos e confrontações de ideias.

Experiência, só em laboratório

Aula prática não depende de equipamentos de alta tecnologia. Com material

alternativo também é possível produzir experimentos que levam à construção de conceitos pelos alunos. Observações de fenômenos podem ser feitas no pátio da escola ou na vizinhança.

Memorizar nunca mais

É um erro reduzir os aprendizados de Ciências a apenas uma lista de enunciados a

serem decorados. Porém a memorização às vezes é importante depois de entender os conteúdos. Nem toda terminologia deve ser abandonada. Ela tem sentido e deve ser valorizada por meio de objetivos claros.

A observação e a investigação são fundamentais para entender os fenômenos naturais ou produzidos em laboratório. Contudo, o valor didático da experiência ou de uma saída da escola para estudo depende da forma como elas são realizadas. Os experimentos (antes usados somente para comprovar conhecimentos já recebidos em aulas teóricas) agora assumem a função de permitir o relacionamento entre conteúdos e de facilitar a formulação de conceitos, sempre com a intervenção do professor.

Pela metodologia investigativa, a avaliação faz parte do processo de aprendizagem do aluno e do redirecionamento do planejamento do professor: mais do que verificar se os conteúdos foram aprendidos, ela contribui na identificação das dificuldades e no trabalho de aperfeiçoamento dos procedimentos de ensino. Metodologias mais comuns no ensino de Ciências

O ensino de Ciências dos últimos 50 anos adotou estratégias diferentes. Confira. Tradicional

Também chamada de conteudista ou convencional. Predominou desde o século 19

até 1950 e, embora não seja considerada a mais adequada para as práticas atuais, ainda é adotada.

Foco: Tomar contato com os conhecimentos existentes sobre determinado tema.

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Estratégia de ensino: Aulas expositivas, sendo o professor e o livro didático as únicas fontes de informação. Incentivo à memorização de definições. A experimentação em laboratório serve para comprovar a teoria. Tecnicista

Surgiu na década de 1950 para se contrapor à concepção tradicional.

Foco: Reproduzir o método científico. Estratégia de ensino: Aulas experimentais, em laboratório, com ênfase na

reprodução dos passos feitos pelos cientistas.

Investigativa

Criada por volta de 1970, mesclou algumas características das concepções anteriores e colocou o aluno no centro do aprendizado.

Foco: Resolução de problemas que exigem levantamento de hipóteses,

observação, investigação, pesquisa em diversas fontes e registros ao longo de todo o processo de aprendizagem.

Estratégia de ensino: Apresentação de situação-problema para que o aluno

mobilize seus conhecimentos e vá em busca de novos para resolvê-la. Disponibilização de várias fontes de pesquisa.

Numa época em que tanto lamentamos e condenamos o desrespeito ao meio

ambiente e enfatizamos a volta de hábitos de vida mais simples e naturais, é possível introduzir atividades que, se bem conduzidas, desenvolvam o sentimento de respeito à natureza em todas as suas formas e manifestações.

Para tanto, surge a necessidade de quebrar este círculo vicioso: para trabalhar os temas das ciências, não basta ter motivação dos alunos, o professor também deve estar motivado. Ele pode partir de indagações feitas a respeito do ambiente e da própria natureza, pois o que se exige de quem vai aprender ciências é percorrer os caminhos já traçados pelas descobertas – observando, associando, expressando, questionando.

Desta forma, o ensino das ciências segue alguns procedimentos metodológicos adequados, os quais seriam: observação, experimentação, solução de problemas, unidades de trabalho, discussões, leituras e método científico propriamente dito.

E, nas atividades propostas, é fundamental que os alunos sejam objetivamente levados a estabelecer relação de causa e efeito; comparação entre fatos e situações; e interpretação de dados, resultados, gráficos a partir das informações exploradas.

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Nessa perspectiva, o professor pode, por exemplo, aproveitar a curiosidade dos alunos sobre os temas das ciências e trabalhar de maneira criativa, diferente da rotina apresentada em textos didáticos, que apresentam prontas as indagações e associações.

O mais importante, no entanto, é saber dosar a quantidade e a qualidade de informações e evitar temas que não se relacionem com a vida e seus interesses e nem permitam suas utilizações em exercícios de raciocínio mais amplo.

Contudo, fica a cargo do professor encontrar a medida ideal e trabalhar com seus alunos o ensino das ciências num processo de ajustes contínuos ao longo de sua experiência docente.

O ensino de ciências, entre outros aspectos, deve contribuir para o domínio das técnicas de leitura e escrita; permitir o aprendizado dos conceitos básicos das ciências naturais e da aplicação dos princípios aprendidos a situações práticas; possibilitar a compreensão das relações entre a ciência e a sociedade e dos mecanismos de produção e apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos; garantir a transmissão e a sistematização dos saberes e da cultura regional e local.

As Ciências da Natureza, portanto, precisam ser entendidas como um elemento da cultura e também como uma construção humana, considerando que os conhecimentos científicos e tecnológicos desenvolvem-se em grande escala na atual sociedade. A prática pedagógica, portanto, deve possibilitar, para além da mera exposição de ideias, a discussão das causas dos fenômenos, o entendimento dos processos em estudo, a análise acerca de onde e como aquele conhecimento apresentado em sala de aula está presente nas vidas dos sujeitos e, sempre que possível, as implicações destes conhecimentos na sociedade. A formação do professor e o ensino de Ciências nas séries iniciais

É fato que a formação dos professores constitui um fator de grande relevância do

quadro de problemas percebidos no ensino de Ciências. Sabe-se que o professor termina o curso de Magistério e a licenciatura em Pedagogia, geralmente sem a formação adequada para ensinar Ciências Naturais. Nesse sentido, o ensino de Ciências para as primeiras séries do Ensino Fundamental possui algumas peculiaridades quando comparada ao das séries subsequentes. Sua principal característica é o fato de ser praticada por um professor polivalente, em geral responsável também pelo ensino de outras disciplinas. Independente se este é um fator que facilita ou não o ensino de Ciências nesta etapa da escolaridade, o que pesquisas têm apontado é que ele apresenta um rol de problemas.

Bonando (1994) diz que o ensino de Ciências da Natureza tem sido muito superficial e o professor, muitas vezes transcreve na lousa listas de exercícios para as crianças estudarem para as provas escritas, cabendo a elas decorar conceitos. Para esse mesmo autor, os docentes justificam que o reduzido número de atividades em Ciências

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neste nível de ensino (e que muitas vezes sequer existem) deve-se ao nível de escolaridade dos estudantes, que por estarem ainda em fase de alfabetização, nem sempre necessitam aprender sobre este componente curricular. No entanto, os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998) advogam a importância de se ensinar conteúdos deste componente curricular desde as primeiras séries da escolarização básica.

O desafio do educador é despertar a curiosidade e essa capacidade. O desafio maior é formar o educador e prover condições para que atue com sucesso. Assim, o profissional deverá estar preparado para atuar na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, na administração e no trabalho de assessoria às escolas, como também terá uma formação que lhe permitirá exercer o magistério de modo crítico, criativo e comprometido com a educação das crianças.

Segundo as Diretrizes Curriculares para formação de professores, o pedagogo é um profissional habilitado para atuar no ensino, na produção e difusão do conhecimento nas diversas áreas da educação e também na organização e gestão de instituições escolares, sendo a docência a base de sua identidade profissional. Entre estas, o profissional formado em Pedagogia também pode atuar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e educação para pessoas com necessidades especiais.

Falar do papel de educadores e educadoras na sociedade atual demanda entender como este foi se constituindo através do caminhar da educação brasileira. Segundo Gadotti (1998), os cursos de formação de professores, mais especificamente o curso de Pedagogia, foram implementados no Brasil em 1969, no período da ditadura militar, fato que remete a pensar em um educador passivo, apolítico, técnico sem preocupações sociopolíticas, com um agir totalmente desvinculado da realidade na qual se insere. Dessa forma, especificamente, o curso de Pedagogia oferece habilitações para supervisão, orientação, administração, inspeção e planejamento com conotações totalmente tecnicista, apoiada no treinamento desses profissionais para atuarem nas escolas com toda a objetividade possível.

Entender a forma como o curso de Pedagogia foi regulamentado no Brasil se faz necessário para a compreensão de como essa mentalidade, mesmo que de forma implícita, ainda permeia o agir de educadores e educadoras no momento atual, pois, como nos aponta Hennig (1994), a formação do profissional da educação não se inicia, ao contrário do que se imagina, quando este ingressa em um curso de formação de professores, mas sim desde o primeiro dia em que ele ingressa na escola como aluno.

Suas representações e seus significados de educação, vivificados como estudantes, são muito mais influenciados pela sua vivência escolar do que com as teorias que venha a entrar em contado em sua formação acadêmica.

Grande parte dos educadores e educadoras que se encontra em sala de aula atualmente passou por todo esse sistema repressivo da ditadura militar e foi aluno de professores e professoras que trabalhavam sob a égide desse momento histórico, os

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quais necessitam sempre de refletir, questionar e rever sua prática pedagógica para não cair em um ciclo vicioso de reprodução dessa ação castradora. Para Gadotti (1998), o profissional da educação precisa ser desrespeitoso para questionar a realidade que a ele se apresenta para então promover mudanças sociais.

Muitos especialistas acreditam que as atividades práticas devem ser feitas a partir de aspectos da vida dos alunos, ou seja, que tenham a ver com problemas reais, do cotidiano da criança. Essas atividades elaboradas pelo professor devem dar ao aluno a chance de testar e realizar suas ideias e hipóteses sobre todos os problemas que estão sendo questionados.

O professor pode despertar a curiosidade do aluno para uma situação-problema, em que ele será o responsável pelas respostas da situação, de forma que ele se sinta estimulado a procurar uma explicação científica para esclarecer determinado conceito ou fenômeno científico.

Quando o aluno é incentivado a buscar explicações científicas, ele tem a necessidade de pesquisar o assunto e também de registrar tudo o que está sendo descoberto. Isso faz com que a leitura e a escrita se desenvolvam – fatores importantes não só para o estudo de Ciências, mas para todas as áreas do conhecimento.

A interação do aluno com o professor durante as atividades investigativas é extremamente importante para o processo de ensino e aprendizagem, pois quando os professores procuram discutir as ideias do aluno, ele se sente mais atraído a resolver as questões propostas, além de desenvolver o seu poder de argumentação.

Para que essas atividades investigativas sejam feitas com os alunos das séries iniciais, é preciso que o professor procure ter bastante conhecimento sobre os assuntos abordados e possa desenvolver diferentes formas de lidar com os problemas que surgirão conforme a investigação.

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A seguir poderemos perceber algumas diferenças entre o ensino habitual e o ensino com atividades investigativas, como elucida o texto “A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental: ações que favorecem a sua aprendizagem”, de Dulcimeire Zanon e Denise de Freitas.

Ciências Naturais nos Ciclos Iniciais

O processo de aprendizagem das crianças, tendo ou não cursado a educação infantil, inicia-se muito antes da escolaridade obrigatória. São frequentemente curiosas, buscam explicações para o que veem, ouvem e sentem. O que é isso? Como funciona? Como faz? E os famosos porquês. São perguntas que fazem a si mesmas e às pessoas em muitas situações de sua vida.

No primeiro ciclo são inúmeras as possibilidades de trabalho com os conteúdos da área de Ciências Naturais. Nas classes de primeiro ciclo é possível a elaboração de

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algumas explicações objetivas e mais próximas da Ciência, de acordo com a idade e o amadurecimento dos alunos e sob influência do processo de aprendizagem, ainda que explicações mágicas persistam. Também é possível o contato com uma variedade de aspectos do mundo, explorando-os, conhecendo-os, explicando-os e iniciando a aprendizagem de conceitos, procedimentos e valores importantes.

No primeiro ciclo as crianças têm uma primeira aproximação das noções de ambiente, corpo humano e transformações de materiais do ambiente através de técnicas criadas pelo homem. Podem aprender procedimentos simples de observação, comparação, busca e registro de informações, e também desenvolver atitudes de responsabilidade para consigo, com o outro e com o ambiente. Os textos seguintes buscam explicitar os alcances dos conteúdos em cada bloco temático, apontando-se possíveis conexões entre blocos, com outras áreas e com os temas transversais, tendo-se o tratamento didático em perspectiva. Meio Ambiente

No primeiro ciclo, os conteúdos pretendem uma primeira aproximação da noção do ambiente como resultado das interações entre seus componentes — seres vivos, ar, água, solo, luz e calor — e da compreensão de que, embora constituídos pelos mesmos elementos, os diversos ambientes diferenciam-se pelos tipos de seres vivos, pela disponibilidade dos demais componentes e pelo modo como se dá a presença do ser humano.

A observação direta ou indireta de diferentes ambientes, a identificação de seus componentes e de algumas relações entre eles, bem como a investigação de como o homem se relaciona com tais ambientes, permite aos alunos uma primeira noção e a diferenciação de ambiente natural e ambiente construído. Os seres vivos — animais e vegetais — destacam-se entre os componentes dos ambientes, estudando-se suas características e hábitos — alimentação, reprodução, locomoção — em relação ao ambiente em que vivem. É possível uma primeira aproximação ao conceito de ser vivo através do estudo do ciclo vital: nascimento, crescimento, reprodução e morte. Todos esses conteúdos também fazem parte do documento Meio Ambiente. Para a realização das investigações sugeridas, o professor pode tomar como referência ambientes e seres vivos da sua região e outros distantes, no tempo e no espaço.

Ser Humano e Saúde

O bloco Ser Humano e Saúde aborda neste ciclo os primeiros estudos sobre as transformações durante o crescimento e o desenvolvimento, enfocando-se as principais características — relativas ao corpo, aos comportamentos e às atitudes — nas diferentes fases da vida. Com atenção especial, estudam-se as condições essenciais à manutenção da saúde da criança, medidas de prevenção às doenças infectocontagiosas,

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particularmente a AIDS, aspectos também tratados nos documentos de Orientação Sexual e de Saúde.

Ao falar de assuntos relativos ao corpo humano, é frequente o surgimento, entre os alunos, de vergonha e de "brincadeiras" dirigidas aos mais gordos ou mais magros, muito altos ou muito baixos. Qualquer traço diferente pode ser alvo das "brincadeirinhas". É importante que o professor incentive seus alunos a valorizarem as diferenças individuais, seja quanto à cor, à idade, ao corpo, seja quanto ao ritmo de aprendizagem ou às diferenças socioculturais. O professor, trabalhando num clima de cooperação e solidariedade com sua classe, favorece a autoestima e a formação de vínculos entre os integrantes do grupo.

No primeiro ciclo os alunos podem conhecer as características externas do corpo humano, comparando crianças, adolescentes e adultos dos dois sexos. Podem identificar as características gerais do corpo humano, que nos identificam como espécie, e as características particulares de sexo, idade e etnia. É interessante, além de estabelecer comparações entre diferentes seres humanos, compará-los a vários animais. A estrutura geral, revestimento do corpo, postura bípede, limites e alcances das formas de percepção do meio (aspectos relativos aos órgãos dos sentidos) podem ser explorados. Constituem-se assuntos que conectam este bloco temático ao bloco Ambiente. Recursos Tecnológicos

A transformação da natureza para a utilização de recursos naturais — alimentos, materiais e energia — é inseparável da civilização. Produtos industriais ou artesanais são partes do cotidiano. Depende-se de materiais básicos, como minérios e madeira, do plantio, da criação de animais, da pesca, assim como de uma enorme variedade de bens produzidos industrialmente — de roupas a veículos, de medicamentos a aparelhos.

Desde o primeiro ciclo os alunos poderão investigar sobre os produtos que consomem, sobre as técnicas diversas para obtenção e transformação de alguns componentes dos ambientes, que são considerados como recursos naturais essenciais à existência.

Alguns processos, através dos quais vegetais, animais, materiais e energia são utilizados, podem ser estudados realizando-se uma primeira aproximação da ideia de técnica.

Não é possível nem desejável o estudo exaustivo sobre todos os processos citados. O importante é a seleção e a investigação de alguns dos temas apontados, para que o aluno se informe, de modo geral, sobre a origem e os modos de obtenção de alguns alimentos, objetos de consumo e energia. É recomendável, ao planejar essa seleção, que o professor leve em conta as possibilidades reais de realização de procedimentos de observação e experimentação, bem como as visitas e utilização de diversas fontes de informação. Investigações das produções de interesse local e regional cumprem muito

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bem esse papel. Os produtos regionais e os processos de produção podem ser comparados àqueles de outras regiões, ou de outros tempos, possibilitando ampliação dos conhecimentos e a verificação da variedade de transformações.

A utilização dos seres vivos como recursos naturais pode ser abordada em conexão com o bloco Ambiente. Por exemplo, com relação à utilização dos vegetais pelo homem, focaliza-se seus possíveis usos como alimentos, remédios, tecidos, embalagens, fonte de materiais para a habitação, produção de papel e também como combustível (carvão vegetal). Investigam-se técnicas que possibilitam a obtenção e utilização desses recursos, tais como extração ou cultivo das plantas que são alimento, nas hortas, pomares e lavouras; a criação de animais em granjas, viveiros e pastagens; a caça e a pesca, destacando-se as questões da pesca e da caça depredatórias.

A produção e a manutenção de uma horta na escola serve ao estudo do ciclo vital e das características de diferentes plantas; pode ser de grande valor para a formação de atitudes de cooperação na realização de tarefas e oferecer oportunidades de trabalhar a valorização da máxima utilização dos recursos disponíveis para a obtenção de alimentos.

Portanto, crianças pequenas poderão trabalhar com temas bastante diversos para investigar os animais e os vegetais como recursos da natureza e as técnicas mais comuns utilizadas nessas explorações. Considerando a realidade local, o professor seleciona temas para investigações: estudar a vida dos vegetais e plantar uma horta; estudar os peixes, entrevistar um pescador e organizar visita ao mercado; estudar os derivados do leite e pesquisar as condições de vida de rebanhos leiteiros são algumas das possibilidades.

É importante que, ao lado do conhecimento sobre a utilização dos recursos naturais, os alunos recebam algumas informações acerca das consequências da prática predatória ambiental. Tais informações contribuem para o início da formação de atitudes de preservação do meio ambiente.

Cabe ao professor orientar os alunos sobre o que e onde observar, de modo que se

coletem dados importantes para as comparações que se pretende, pois a habilidade de observar implica um olhar atento para algo que se tem a intenção de ver.

Na aprendizagem da ciência os alunos necessitam de tempo para explorar fenómenos, fazer observações, optar pelo caminho errado e dar pelos seus próprios erros, testar ideias, repetir as coisas muitas vezes. O tempo é necessário também para construir coisas, calibrar instrumentos, colecionar objetos, construir modelos físicos e matemáticos, para testar ideias através de experiências, para inquirir à sua volta, ler e argumentar. Para além disso, qualquer tema de ciência que seja ensinado apenas numa aula ou numa unidade não terá qualquer probabilidade de deixar rasto no final da escolaridade. Para se fixarem e amadurecerem, os conceitos não devem ser apresentados apenas de tempos a tempos, mas estudados periodicamente em diferentes contextos e segundo níveis crescentes de complexidade. A abordagem de uma mesma noção várias

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vezes não significa repetição, pois existem graus de conceptualização, conforme os diferentes níveis de desenvolvimento.

Em suma, a resolução de problemas reais com interesse para os alunos, os métodos ativos centrados no aluno e o envolvimento destes na aprendizagem das ciências, entre outros, parecem ser os pontos fortes desta breve revisão de literatura, acerca do ensino das ciências. O trabalho de projeto, enquanto metodologia pedagógica, parece ser uma proposta interessante a seguir nas aulas de ciências, pois vai ao encontro das propostas atuais para o ensino das ciências defendidas internacionalmente e também a nível do nosso país.

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