Disciplina: BI63 B - ECOSSISTEMAS Profa. Patrícia C. Lobo ...

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Curso de Graduação em Engenharia Ambiental Disciplina: BI63 B - ECOSSISTEMAS Profa. Patrícia C. Lobo Faria http://paginapessoal.utfpr.edu.br/patricialobo Atributos demográficos e estrutura de populações.

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Curso de Graduação em Engenharia Ambiental

Disciplina: BI63 B - ECOSSISTEMAS

Profa. Patrícia C. Lobo Fariahttp://paginapessoal.utfpr.edu.br/patricialobo

Atributos demográficos e estrutura de populações.

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Que informações além da densidade podem ser obtidas

a partir do conhecimento do tamanho da população?

“Estrutura da população se refere à densidade e à

distribuição de indivíduos no hábitat e às proporções

em cada classe etária”

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Como representar a

estrutura de

populações?

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Padrão espacial

Reflete o modo de distribuição dos indivíduos

de uma população em determinado local.

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de Distribuição Geográfica (abrangência)

• Inclui todas as

áreas que são

ocupadas por

indivíduos de uma

espécie, durante

seu ciclo de vida.

Distribuição geográfica da

erva mate (Ilex sp).

• Barreiras à dispersão

limitam a distribuição

geográfica

• Introdução de

espécies (exóticas)

“quebram” essa

barreira

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aleatória, ao acaso

ou randômica

uniforme, regular

ou homogêneaagregada, agrupada

ou contagiosa

Três tipos de distribuição espacial de populações.

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rara na natureza,

Distribuição uniforme, regular ou homogênea

• resulta de forte competição (com a morte

surge o espaçamento), territorialidade ou

alelopatia.

Ex.: moitas de

creosoto no deserto,

peixes com defesa de

território, colméias de

spp “agressivas”,

árvores emergentes

(adultos),..., pomar,

plantio revegetação.

há tendência de afastamento entre

indivíduos, mantêm distância mínima.

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A presença de um indivíduo não

influencia a presença de outro:

sem dependência de proximidade.

Distribuição aleatória, ao acaso ou randômica

Ex.: bichos de farinha, bivalves em

banco de lama, parasitas ou

predadores solitários, figueiras na

Amazônia.

Ocorre em ambientes muito

homogêneos.

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É a mais comum na natureza;

Distribuição agregada, agrupada ou contagiosa

resulta das características do meio (micro-hábitats): concentração de recursos ou condições particulares

ou de comportamento social dos indivíduos, que formam grupos, têmbaixa dispersão,...

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Como determinar o padrão

espacial de uma população?

área

distância

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Como determinar o padrão espacial de uma população?

100 parcelas

120 indivíduos

Quantos indivíduos

em cada unidade

amostral?

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Índice de dispersão de Morisita - Id(área):

• Tomar amostras da população

• Contar o número de indivíduos em cada amostra

• Verificar a distribuição de frequência de ocorrência de amostras com diferentes números de indivíduos [f (x)]

• = quantas amostras têm 0 indivíduos, quantas têm 1, ...,]

• comparar o valor com o esperado!

N(N - 1)

X2 - NId = n = 0,85

N = nº de indivíduos total (tamanho)

n = nº de unidades amostrais (parcelas)

X2 = quadrado do número de indivíduos em cada parcela, somadas todas as parcelas [f (x).(x2)]

F(x) = nº de unidades amostrais com diferentes números de indivíduos

100

242 120

120. 119

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ao acaso, aleatória,

randômica

uniforme, regular,

homogêneaagregada, agrupada,

contagiosa

Id >1

Máximo = n

Id <10: perfeitamente

uniforme

Id = 1

Índice de dispersão de Morisita (área):

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Distribuição etária

Representação da quantidade de indivíduos (sua proporção) em cada faixa de idade.

Ecologia de Populações...

É uma distribuição de frequência (%)!

Como definir idade?

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Definindo idades...

• Estimativas, a partir de diferentes estágiosontogenéticos:

• Número de anéis de crescimento em plantas ou cicatrizes foliares;

• Número de camadas de escamas em peixes;

• Número e tipos de dentes (de leite ou permanente, número de incisivos...)

• Tamanho e forma de chifres,

• Massa do dente de elefante,

• Formato de folhas, número de ramificações ...

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Estrutura etária Ecologia de Populações...

reconhecer diferentes estágios de desenvolvimento

“3 classes”: juvenil – reprodutiva – senil (pós-reprodutiva)

Como representar a

distribuição etária?

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Pirâmides etárias: o que representam?

OU EM DECLÍNIO

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Estrutura etária: pirâmides (Odum & Barrett)

Padrões gerais:

Pirâmides etárias do arganaz

em condições experimentais: Ambiente ilimitado Controlado (B = D)

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Fases do ciclo de vida de organismos unitários

Número de gerações ao ano varia entre as espécies.

O conflito entre uso de recursos e reprodução também

varia entre as espécies: quanto à idade da primeira

reprodução, o tamanho da prole, cuidado parental, etc.

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A densidade populacional varia

com o tempo?

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Capacidade suporte:

densidade máxima de uma espécie que um ambiente pode sustentar.

Hábitat adequado:

suprimento de alimentos, condições ambientais “favoráveis”, locais para ninhos, “poucos” inimigos naturais...

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O que determina o tamanho da população?

Natalidade

+

Imigração

+

Emigração

-

Mortalidade-

N1 = N0 + B – D + I – E

B: nascimento (birth)

D: morte (death)

I: imigração (chegada, entrada de indivíduos em uma

população)

E: emigração (saída de indivíduos)

Densidade

N0 = tamanho populacional no tempo = 0

N1 = tamanho populacional no tempo = 1

Populações têm comportamento dinâmico.

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Mobilidade: dispersão e migração• Dispersão: maneira pela qual os indivíduos

se afastam um dos outros (movimento na área de abrangência da população)

– Sementes carreadas pelo vento, animais ou água

– Animais estabelecem seus territórios, formação de bandos

• Migração: movimento direcional de organismos, em massa, quase sempre de regiões com poucos recursos para áreas mais produtivas

– Fitoplâncton: dia: superfície / noite: zonas mais profundas

– Borboletas, gnus, gafanhotos, etc..

Movimento de indivíduos (I, E) entre subpopulações entre manchas de hábitats (hábitats isolados)

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Migração: deslocamento temporário de uma população para uma

região com condições adequadas. Ocorre quando extremos de

condições exigiriam um alto custo de adaptação

Andorinhas-do-mar do Ártico:

procriam no verão no Atlântico

Norte, quando esfria migram para a

Antártida: vivem nos verões polares!

Grandes populações migram na

época da reprodução para zonas de

grandes concentrações de alimentos

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Como estimar a natalidade?

• Plantas:

• Bichos:

Mais da metade da população já terá morrido

antes mesmo de ter sido amostrada!

Quantas vezes cada indivíduo se reproduz? Qual

o tamanho da prole (quantos filhotes)?

nº nascimentos

unidade de tempo

• germinação como início! Mas as

sementes já contêm o embriões

dormentes.

• eclosão dos ovos/expulsão da

placenta (répteis, aves e mamíferos)

e no caso de insetos e anfíbios:

ovos, larvas, adultos???

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• Longevidade fisiológica é diferente da longevidade ecológica: a mortalidade por senescência é menor do que por outros fatores (predação, doença, catástrofes).

Como estimar a mortalidade?

M = 100(N0 - N1)/N0

N0 = n indivíduos no tempo 0

N1 = n sobreviventes no tempo 1

• Mortalidade varia com a idade

• Como encontrar um organismo morto?

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Ciclo de vida anual

• Espécies apresentam apenas

uma geração por ano, na

estação favorável;

• Nascimentos (eclosão de ovos

ou germinação) ocorrem no

início da “primavera”, crescem

rapidamente, se reproduzem e

morrem ao final do verão ou

outono.

• Há fases dormentes:

sementes, esporos, ovos

que persistem o resto do ano

(estação desfavorável)

• Ex.: gafanhoto, ervas, ...

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Ciclo de vida perene

[bianuais]

• O ciclo de vida ultrapassa dois anos

• Geralmente o fotoperíodo determina o momento ideal para a reprodução; ou em condições estáveis, a reprodução pode ser contínua.

• Conflito: investir energia para se proteger na estação desfavorável, com isso a prole será menor que a de espécies anuais.

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Eventos reprodutivos:

reprodução sazonal

reprodução contínua

Espécies

iteróparas:

apresentam mais

de um evento

reprodutivo

durante a vida, ou

evento contínuo.

Espécies

semélparas:

apresentam um

único evento de

reprodução sexuada

durante sua vida,

seguido de morte.

2 estratégias

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Espécies semélparas - semelparição

EX.: Agave, BAMBUS (muitas spp), ALGUMAS ÁRVORES TROPICAIS

Salmão, Cigarra

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Custos para a reprodução?

Fazer a coorte

construção de ninho

migração para áreas reprodução

cuidado com a prole

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História de vida das espécies ou bionomia

Quanto tempo viver? A que velocidade crescer?

Quando começar a se reproduzir? Quantas vezes se reproduzir? Quantos descendentes deixar?

Quanto empregar de cuidado com a prole?

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Histórias de vida das espécies

r – estrategistas

• Alto investimento em esforço reprodutivo:

• Crescimento rápido

• Reprodução precoce

• Prole numerosa, indivíduos pequenos

• Ciclo de vida curto

• “Produtivas”

• ♣: sementes facilmente dispersas (vento ou vários dispersores), exigem luz para germinar ou: sem luz: banco de sementes (dormentes)

k – estrategistas• Alto investimento em ξ de

manutenção:• Crescimento lento, • Reprodução “tardia”• Prole menos numerosa, +

vigorosa• Ciclo de vida longo• Espécies “eficientes”• ♣: sementes requerem

dispersores especializa-dos, não exigem luz;

• Plântula requer luz (tolera sombra): formam banco de plântulas

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Diferentes estratégias: r K

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Curvas de sobrevivência

I (convexa):

mortalidade baixa até

perto do fim da vida

(humanos e grandes

animais), qdo muito

Ex.: mamíferos, insetos

sociais, mosca

drosófila

II (próxima de reta

diagonal):

sobrevivência

semelhante nas

diferentes fases.

Ex.: hidra de água

doce, diversos

passeriformes

III (côncava):

mortalidade alta nos

estágios juvenis e

depois .

Ex.: mais frequente:

invertebrados,

peixes, muitas aves.

Risco

de m

orte

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Curvas de supervivência: sobrevivência acumulada a partir de um tempo inicial a um tempo final (sobrevivência: a um tempo imediatamente após)

Grande produção de descendentes, com poucos recursos energéticos e nenhum cuidado parental

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Fatores que interferem na densidade:

• Disponibilidade de

recursos

– Interferem na

natalidade e

mortalidade

• Aumento de doenças

(contágio): aumento de

mortalidade

• Facilidade de

localização pelos

inimigos naturais:

aumento mortalidade

• Adversidades

ambientais: invernos

prolongados, secas

(indivíduos pequenos

e de vida curta são

mais vulneráveis)

• Relação

n°machos/fêmeas

• Comportamento:

generalistas x

especialistas

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Referências

• Capítulo 1 – Fundamentos em Ecologia (Ricardo Pinto Coelho)

• Parte do capítulo 36 – Vida: a ciência da biologia (Sadava e colaboradores)

• Parte do capítulo 6 – Fundamentos de Ecologia (Odum e Barrett)

• Parte do capítulo 5 – Fundamentos em Ecologia (Townsend e colaboradores)

• Partes dos capítulos 13 e 14 – Economia da Natureza (Ricklefs)

• Texto de apoio a padrão espacial