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1 DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA João Batista Duarte ______________ Prof. Escola de Agronomia Universidade Federal de Goiás (UFG) Setor de Melhoramento de Plantas Caixa Postal 131 74001-970 / Goiânia -GO E-mail : [email protected] DIRETRIZES PARA APRESENTAÇÃO ORAL E ELABORAÇÃO DE TESES, DISSERTAÇÕES E ARTIGOS CIENTÍFICOS 1. Contexto na pesquisa científica 2. Formas de divulgação científica 3. Diretrizes para apresentação oral 4. Comunicação escrita: artigos e teses 4.1 Características do estilo (linguagem) 4.2 Estrutura lógica (externa e interna) 5. Escolha do periódico 5.1 Indicadores de qualidade 5.2 Sistema Qualis/Capes (Brasil) 6. Questões de natureza ética 7. Considerações finais DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: (roteiro)

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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

João Batista Duarte______________

Prof. Escola de AgronomiaUniversidade Federal de Goiás (UFG)Setor de Melhoramento de PlantasCaixa Postal 131 74001-970 / Goiânia -GOE-mail : [email protected]

DIRETRIZES PARA APRESENTAÇÃO ORAL E ELABORAÇÃO DE TESES,

DISSERTAÇÕES E ARTIGOS CIENTÍFICOS

1. Contexto na pesquisa científica 2. Formas de divulgação científica3. Diretrizes para apresentação oral4. Comunicação escrita: artigos e teses

4.1 Características do estilo (linguagem)4.2 Estrutura lógica (externa e interna)

5. Escolha do periódico5.1 Indicadores de qualidade5.2 Sistema Qualis/Capes (Brasil)

6. Questões de natureza ética7. Considerações finais

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA:(roteiro)

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O Método Científico

Método: Método: Método: Método: Caminho pelo qual se chega a determinado objetivo; em ciência, o objetivo é o conhecimento científico (solução).

método: método: método: método: protocolo (dedução, indução, análise e síntese); mas, permeado pelo desejo e conduta ética do cientista.

Tecnologia: Tecnologia: Tecnologia: Tecnologia: “fazer com

ciência”

� Pesquisa: “processo de busca de solução para um problema”

� Em ciência ���� “Trabalho desenvolvido a partir do método científico, de leis e teorias, na busca de novos conhecimentos” ���� soluções originais para problemas novos (via abordagem científica x senso comum) = produto novo ou adaptado, verificável e bem justificado.

� “Nunca se deve passar diretamente da escolha do assunto à coleta de dados” ���� pesquisadores descontextualizados (menor probabilidade de efetivamente solucionar os problemas legítimos da humanidade)

PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES

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• Relevância social, econômica, tecnológica, ambiental, cultural etc. (demanda explícita de clientes, sociedade, cientistas)

• Originalidade e atualidade (curiosidade x “modismos”) – abertura de novo campo de investigação (poucas pesquisas)

• Motivação, satisfação do pesquisador e seus parceiros potenciais: publicações; tecnologias etc.

• Possibilidade de solução no contexto institucional (complexidade compatível ao contexto): linhas de pesquisa; prioridades de programas; variáveis testáveis (problema empírico); recursos disponíveis etc.

”Acredita-se que seja mais importante para o desenvolvimento da ciência saber formular problemas do que encontrar soluções”

CONCEPÇÃO DA PESQUISA(Eleição de tema e problema)

PROJETO DE PESQUISA(principal documento de planejamento)

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EXECUÇÃO DA PESQUISA

� Verificação empírica da(s) hipótese(s) formulada(s):(geração ou coleta de dados para a tomada de decisão)

- Pesq. experimental: Controle de causas (a priori) para medir efeitos (intervenção deliberada sobre a realidade) ���� maiorprecisão; porém, menor alcance (só aqui há os chamdos“experimentos de laboratório”)

- Pesq. de obs. natural: Controle de causas “a posteriori” (menor controle dos fatores de variação) ���� menor precisão; porém, maior alcance (maior risco de interpretações equivocadas).

� Rigor (ambas): instalação, condução e coleta de dados-- população objetivo (alvo) = população amostrada-- “a análise nunca pode ser melhor do que a amostra”-- “se queres que as coisas prosperem, visite-as constantemente

e cuidem delas você mesmo” (Ramalho et al. 2000)-- não adianta sonhar com artigo publicado em periódico de alto

impacto (ex. Qualis A1, A2), sem dados de qualidade.ditado árabe: “sentado na égua e procurando por ela”

ANÁLISE EM PESQUISA

Interpretação dos dados coletados à luz das hipóteses que nortearam a experimentação e/ou o levantamento de dados, e à luz da literatura específica ���� tomada de decisão.

Estatística: papel de destaque na ciência (razão histórica)

- avalia probabilisticamente se os dados se ajustam ou não à(s) hipótese(s) formulada(s) ���� tese (teoria) ou não!

- quantifica as evidências a favor ou contra tais hipóteses.

“To call in the statistician after the experiment is done may be no more than asking him to perform a post-mortem examination: he may be able to say what the experiment died of “ (R.A. Fisher)

Modelos teóricos: síntese (conclusão ���� análise) ���� previsões.(não são, necessariamente, verdades; mas, sim, verossimilhanças corroboradas, e, portanto, empiricamente adequadas à realidade)

”All models are wrong, but some are usefull” (G.E.P. Box)”Models are to be used but not to be believed” (H. Theil)“Don’t confuse the map with the territory” (R. George Coe)

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DISSEMINAÇÃO DOS RESULTADOS(comunicação científica)

⇒ A construção da ciência é uma tarefa de cooperação, fruto do registro permanente da sua história em busca da verdade; assim, os cientistas devem escrever para que suas descobertas sejam difundidas (Barras, 1986)

⇒ Escrever para que suas ideias sejam submetidas à crítica (condição necessária do conhecimento científico): “mostre as armas – a comunidade científica decidirá” (Volpato, 2007)

“Publish or perish” →→→→ “Publish and perish” (?)

Tipos de documentos:Tipos de documentos:Tipos de documentos:Tipos de documentos:- Relatórios técnicosRelatórios técnicosRelatórios técnicosRelatórios técnicos- Monografias (dissertações, Monografias (dissertações, Monografias (dissertações, Monografias (dissertações,

teses, TCC, livros, teses, TCC, livros, teses, TCC, livros, teses, TCC, livros, capítulos)apítulos)apítulos)apítulos)

- Artigos científicosArtigos científicosArtigos científicosArtigos científicos- Artigos de jornais, cartasArtigos de jornais, cartasArtigos de jornais, cartasArtigos de jornais, cartas- Resumos e PôstersResumos e PôstersResumos e PôstersResumos e Pôsters

Abertura à padronização e normas; ao estilo da linguagem; ao processo editorial; à adequação ao público; ao idioma; à definição da autoria; aos direitos autorais e de propriedade intelectual...

Fonte: Sabbatini, Renato M.E. & Cardoso, Sílvia H. (2000). http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

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Fonte: Sabbatini, Renato M.E. & Cardoso, Sílvia H. (2000). http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

Congresso, Conferência, Palestra, Encontro, Reunião, Jornada, Simpósio, Seminário, Fórum, Seção de Comunicações Orais, Mesa Redonda, Painel, Oficina, Workshops, Pôsters etc.

“reuniões extraordinárias, congregando pessoas interessadas em algum campo temático, que se dispõem a discutir temas específicos, durante um determinado período” (Severino, 2000, p. 177)

DIRETRIZES PARA APRESENTAÇÃO ORAL

DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

Congresso: reunião solene geral promovida por entidades e associações de especialistas, interessados em acompanhar, disseminar e debater teses que expressem a evolução do conhecimento dessas áreas (origem: reunião de delegados de organizações político-partidárias)

Conferência: conota abordagem mais ampla do que o congresso, mas pode ser usada no sentido de Palestra.

Palestra: conferência menos solene, inserida ou não no contexto de um evento maior, que trata da exposição de uma figura de destaque na área (fala de expositor único, seguida ou não de debates com a platéia)

Encontro: evento de menor porte que um congresso e mais abrangente que uma reunião.

Reunião: designa um evento mais restrito, mas às vezes é tomada como um encontro ou congresso.

APRESENTAÇÃO ORALEventos científicos e técnicas

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Jornada: encontro que faz referência a um tempo em poucos dias.

Simpósio: reunião destinada apenas a especialistas (coordenador, simposistas, e auditório).

Seminário: reunião mais restrita de caráter formativo (coordenador, grupos, seções primárias e reuniões plenárias) ou seminário acadêmico.

Forum: orador especialista – exposição sem interrupção. Nesta reunião a oportunidade de participação do público deve ser garantida.

Seção de Comunicações Orais: relato de estudos particulares num evento mais amplo.

Mesa-Redonda: debate de pontos de vista diferentes por dois ou três especialistas, coordenados por um moderador => abertura aos assistentes

APRESENTAÇÃO ORALEventos científicos e técnicas

Fonte: Severino, A.J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez. 2000. 279 p.

Painel: debate aberto a um maior número de exposições, com tempo mais reduzido do que na mesa-redonda

Oficina e Workshops: reuniões restritas, que envolve participação e vivência de experiências.

Pôsters: apresentação de trabalhos via cartazes, com fotos etc., exposta ao público – comunicação escrita + oral (autor fica à disposição para esclarecimentos eventuais)

Fontes:Severino (2000, p. 177–180)Parra Filho (1998)

APRESENTAÇÃO ORALEventos científicos e técnicas

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PREPARAÇÃO DE “SLIDES” E TRANSPARÊNCIAS

� Adequar ao tipo de público e objetivo da palestra � Ajuste a apresentação ao tempo disponível� Tamanho da letra – maior do que o normal (>12)� Transparências manuais: régua; letras c/ +/- 0,5 cm; canetas

próprias (em desuso)� Não escreva tudo o que tem a dizer (sem frases completas)� Uma idéia por lâmina ou “slide” (diapositivos)

� Use CORES para enfatizar, mas evite o excesso

� Estude bem os contrastes (!!) / fundo claro ilumina o

� Tabelas de texto geralmente não servem para apresentações

� Ocupe toda a área útil da transparência

� Animações, imagens, sons, vídeos: apenas para ajudar!

� Elimine excesso de material x cansaço da plateia

� Ordene e numere os “slides” ou transparências

(Rosa, N.B 2003)

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Rocha, P. (2013)

Preparação e Treinamento

� Quanto mais você se empenhar nos preparativos, mais espontâneo, confiante e relaxado você se mostrará na hora de “discursar”.

– Pesquise e estude!

– Adequar ao público alvo

– Adequar ao objetivo da palestra

– Conheça antes o local da apresentação

– Certifique-se da disponibilidade de recursosRocha, P. (2013)

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DICAS PARA APRESENTAÇÕES (1)� Treine individualmente e perante colegas� Identifique seus cacoetes, tiques nervosos e vícios de

linguagem => corrija-os !� Certifique-se da disponibilidade de equipamentos, espaço

físico ... / reserva� Ajuste o foco e a sua posição na sala (do aparelho e do

apresentador) � Use arquivos PDF para evitar desconfiguração!

� Na abertura, agradeça pelo convite e procure sintonizar-se com a plateia

� Domine os nervos! (respire fundo) “Eu sou só um, mas sou um. Eu não posso fazer tudo, mas posso fazer algo; e eu não vou deixar que o que não posso fazer interfira no que posso fazer” (Brasil, 2003)

“Guarde seus medos para si, mas compartilhe coragem com todos!”

DICAS PARA APRESENTAÇÕES (1)� Treine individualmente e perante colegas� Identifique seus cacoetes, tiques nervosos e vícios de

linguagem => corrija-os !� Certifique-se da disponibilidade de equipamentos, espaço

físico ... / reserva� Ajuste o foco e a sua posição na sala (do aparelho e do

apresentador) � Use arquivos PDF para evitar desconfiguração!

� Na abertura, agradeça pelo convite e procure sintonizar-se com a plateia

� Domine os nervos! (respire fundo) “Eu sou só um, mas sou um. Eu não posso fazer tudo, mas posso fazer algo; e eu não vou deixar que o que não posso fazer interfira no que posso fazer” (Brasil, 2003)

“Guarde seus medos para si, mas compartilhe coragem com todos!”

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Timidez

�Se é tímido, trate de acabar com a sua timidez...antes que ela acabe com você.

Rocha, P. (2013)

Apresentação Pessoal

Rocha, P. (2013)

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Apresentação Pessoal(evite os exageros)

Rocha, P. (2013)

Linguagem gestual/corporal

� Comunicação não-verbal

� Os gestos não são universais

� O corpo fala...

� Vícios comuns:

Rocha, P. (2013)

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DICAS PARA APRESENTAÇÕES (2)� Evite permanecer num só local

� Use tom de voz firme e procure variar o tom de voz

� Olhe para vários setores => “feedback” c/ a plateia

� Transparências: aponte na transparência e não na tela

� Apontador eletrônico: é o melhor, mas não é “brinquedo”

� Mostre segurança no assunto => Estude, prepare-se!

� Use perguntas (?) para enfatizar “porquês”

� Olho no relógio! => ponto crítico/tempo: link direto p/ o final

� Conclua enfatizando aspectos práticos (poucos), agradeça e se disponibilize p/ perguntas (deixe claro que acabou)!

� Peça para repetir perguntas

� Mostre autoconfiança nas respostas (sem exageros que transpareçam querer ser o “dono da verdade”)

� Deixe o último “slide” na tela (ex. foto da equipe; e-mail)

APRESENTAÇÃO ORAL:Principais lições

“O êxito de um bom trabalho está na impressão que ele causa e não na informação que é transferida”

“Resuma para ser lembrado!” “A eficiência de um slide ou transparência está sobretudo no

seu impacto”-“A cópia do manuscrito não serve como material de

apresentação ”-“Qualquer assunto bem apresentado torna-se interessante,

mas um assunto interessante mal apresentado torna-se sem interesse (boas ideias não resistem má apresentação)"–

“ Ao apresentar um trabalho, está em jogo sua reputação técnica, da instituição em que você trabalha etc. A responsabilidade é sua, portanto, prepara-se bem!”

“Todo trabalho é um autorretrato da pessoa que o faz. Autografe-o com excelência”

(Lopes & Faquin, 1988; Brasil, 2003; Rosa, 2003)

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Template para apresentações institucionais - UFG

COMUNICAÇÃO ESCRITA

Sabbatini & Cardoso (2000)

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� Clareza: idéias de quem escreve alcança à mente de quem lê

� Concisão ou brevidade: evita-se a prolixidade (orações e parágrafos curtos)

� Precisão: uso adequado da terminologia

� Coesão e Coerência: idéias unidas ao tema principal (sem contradições)

� Objetividade: linguagem direta, apoiada em evidências observadas ou publicadas x opiniões pessoais.

� Harmonia e equilíbrio: idéias em sequência lógica; cada parágrafo c/ único assunto e com extensões de texto proporcionais à sua importância.

� Simplicidade: objetivo é comunicar, não impressionar (excesso de palavras: artifício para encobrir a mediocridade); linguagem modesta e cortês.

� Postura de neutralidade: a força dos argumentos deve estar nos fatos e não na retórica (imparcialidade).

� Impessoalidade: evite “meu projeto” ... e prefira “este projeto”, “o presente estudo”; prefira o uso da terceira pessoa (singular ou plural) (?)

� Correção: grafia, concordâncias, pontuação, acentuação etc.

� Originalidade: trazer contribuição efetiva à ciência

� Vigor: segurança (argumentação sólida x “parece que ...”)

COMUNICAÇÃO ESCRITA:1) Características da linguagem

2) A estrutura lógica dos - relatórios científicos

� O quê?

� Por quê?

� Para quem?

� Onde?

� Quando?

� Como?

� Quantos?

� O que significa?

� E então?

Questões a serem respondidas:

(Moretti Filho, 1982; Barradas, 2001)

Título / Autor(es)Resumo / AbstractIntroduçãoMaterial e métodosResultadosDiscussãoConclusão[Agradecimentos]Referências

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A estrutura lógica dos textos - técnico-científicos /ARTIGOS� Título

� Autor(es) / (Cargos e Endereços)

� Resumo / Abstract� Palavras-chave / Key words

� Introdução

� Material e Métodos

� Resultados e Discussão

� Conclusões� [ Agradecimentos ]

� Referências� [ Apêndice ou Anexos ]

Cabeçalho Atenção de 90% das pessoas

Desenvolvimento: livre em certos - trabalhos monográficos

A estrutura lógica dos textos - técnico-científicos /ARTIGOS� Título

� Autor(es) / (Cargos e Endereços)

� Resumo / Abstract� Palavras-chave / Key words

� Introdução

� Material e Métodos

� Resultados e Discussão

� Conclusões� [ Agradecimentos ]

� Referências� [ Apêndice ou Anexos ]

Cabeçalho Atenção de 90% das pessoas

Desenvolvimento: livre em certos - trabalhos monográficos

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A estrutura lógica dos textos - técnico-científicos /ARTIGOS� Título

� Autor(es) / (Cargos e Endereços)

� Resumo / Abstract� Palavras-chave / Key words

� Introdução

� Material e Métodos

� Resultados e Discussão

� Conclusões� [ Agradecimentos ]

� Referências� [ Apêndice ou Anexos ]

Cabeçalho Atenção de 90% das pessoas

Desenvolvimento: livre em certos - trabalhos monográficos

ARTIGO CIENTÍFICO(relatório de maior prestígio em ciência)

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Critérios de análise preliminar de mérito em periódicos:

Qualidade de artigos naciência internacional (Volpato & Barreto, 2014)

- Novidade nas conclusões: originalidade, contribuição diferencial x “mais do mesmo”

- Metodologia robusta: delineamento adequado, técnicas específicas, análise estatística ���� confiabilidade

- Resultados evidentes: respostas claras e sustentadas em resultados estatisticamente comprovados e/ou decorrentes de literatura confiável

- Apresentação impecável: normalização adequada, citações, referências, resumo, abstract, tabelas e figuras

Teses e dissertações / PPGA e PGMP (UFG)

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Teses e dissertações / PPGA e PGMP (UFG)

Teses e dissertações / PPGA e PGMP (UFG)

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� Encadernação padronizada: (ex. capa de teses PPGA/UFG)� Papel branco, tamanho A4 (210x297mm); margens / parágr. (Anexo J)� Impressão de um só lado da folha (frente ou anverso); (exceções p/

frente e verso: acima de 200 páginas) � Cor de impressão: preta (exceções - figuras, fotos, gráficos, mapas,

ilustrações etc.)� Numeração progressiva de capítulos: NBR – 6024 (ABNT, 1989)

NORMAS TÉCNICAS: (PPGA - PGMP/UFG)Especificações editoriais

� Seções primárias - abertas sempre em folhas novas� Seções não numeradas (Sumário, Resumo, etc.) - centralizadas� Espaçamento entre linhas (texto normal): 1,5

(títulos de tabelas/figuras e Referências): espaçamento simples� Tipo/tamanho de letra (fonte) – sugestão Times N. Roman /12� Numeração de páginas (paginação):

- algarismo arábico, no canto inferior direito da folha (NOVA)!- todas as folhas são contadas, com exceção da capa- numeração só aparece a partir da Introdução- folhas de abertura das seções primárias: contadas, sim;

e numeradas também ! (NOVA)

� Encadernação padronizada: (ex. capa de teses PPGA/UFG)� Papel branco, tamanho A4 (210x297mm); margens / parágr. (Anexo J)� Impressão de um só lado da folha (frente ou anverso); (exceções p/

frente e verso: acima de 200 páginas) � Cor de impressão: preta (exceções - figuras, fotos, gráficos, mapas,

ilustrações etc.)� Numeração progressiva de capítulos: NBR – 6024 (ABNT, 1989)

NORMAS TÉCNICAS: (PPGA - PGMP/UFG)Especificações editoriais

� Seções primárias - abertas sempre em folhas novas� Seções não numeradas (Sumário, Resumo, etc.) - centralizadas� Espaçamento entre linhas (texto normal): 1,5

(títulos de tabelas/figuras e Referências): espaçamento simples� Tipo/tamanho de letra (fonte) – sugestão Times N. Roman /12� Numeração de páginas (paginação):

- algarismo arábico, no canto inferior direito da folha (NOVA)!- todas as folhas são contadas, com exceção da capa- numeração só aparece a partir da Introdução- folhas de abertura das seções primárias: contadas, sim;

e numeradas também ! (NOVA)

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Recomendação:- Não subdividir excessivamente (máximo: três a cinco níveis)

Numeração progressiva de seçõesNBR – 6024 (ABNT, 1989)

1 INTRODUÇÃO (seção primária)

2 REVISÃO DE LITERATURA (seção primária)

2.1 GENÉTICA DO MILHO (seção secundária)

2.1.1 Caracteres qualitativos (seção terciária)

2.1.2 Caracteres quantitativos (seção terciária)

2.1.2.1 Produção de Grãos (seção quaternária)

2.1.2.1.1 Herança (seção quinária)

a) Poligenes alínea a

b) QTL’s alínea b

TESES E DISSERTAÇÕES(estruturação do documento)

� Parte pré-textual:

Capa (Título, Autor, Instituição, Local e Ano), Folha de Rosto, Ficha catalográfica, ... Dedicatória, Agradecimentos, Sumário, Listas (Tabelas e Figuras), Currículo, Resumo, Abstract

� Parte textual:- Forma de publicação

- Forma tradicional

� Parte pós-textual:- Referências

- Anexos

- Apêndices

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� Parte pré-textual:

Capa (Título, Autor, Instituição, Local e Ano), Folha de Rosto, Ficha catalográfica, ... Dedicatória, Agradecimentos, Sumário, Listas (Tabelas e Figuras), Currículo, Resumo, Abstract

� Parte textual:- Forma de publicação

- Forma tradicional

� Parte pós-textual:- Referências

- Anexos

- Apêndices

TESES E DISSERTAÇÕES(partes da estrutura)

Arquivo CorelDraw a ser disponibilizadona Secretaria do Programa (PPGA )

Capa (tese/dissertação) – PPGA/UFG

Atenção:

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Arquivo CorelDraw a ser disponibilizadona Secretaria do Programa (PGMP)

Capa (tese/dissertação) – PGMP/UFG

Atenção:

Teses e dissertações / PPGA e PGMP/UFG

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Teses e dissertações / PPGA e PGMP/UFG

Teses e dissertações / PPGA e PGMP/UFG

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Teses e dissertações / PPGA e PGMP/UFG

� Parte textual (forma de publicação):- Introdução

- Revisão de Literatura (ou Bibliográfica ou Referencial Teórico)

- Material e Métodos (ou Metodologia)

- Resultados e Discussão

- Conclusões

Parte pós-textual:- Referências

- Anexos

- Apêndices

TESES E DISSERTAÇÕES(partes da estrutura)

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� Parte textual (forma de publicação):

- Introdução

- Revisão de Literatura (ou Bibliográfica ou Referencial Teórico)

- Material e Métodos (ou Metodologia)

- Resultados e Discussão

- Conclusões

Parte pós-textual:- Referências

- Anexos

- Apêndices

TESES E DISSERTAÇÕES(partes da estrutura)

� Parte textual (forma tradicional):

- Introdução

- Revisão de Literatura (ou Bibliográfica ou Referencial Teórico)

- Material e Métodos (ou Metodologia)

- Resultados e Discussão

- Conclusões

� Parte pós-textual:- Referências

- Anexos

- Apêndices

TESES E DISSERTAÇÕES(partes da estrutura)

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3) Parte da estrutura lógica - Por onde começar?

Ordem inversa ou Trás para frente:- (Volpato, 2006, 2010)

Resumo ���� Apresentação oral ���� Conclusões ����Resultados ���� Material e Métodos ���� Discussão ����Introdução ���� Referências ����Título ���� Palavras-chave

Evita que se coloque no texto informações desnecessárias

(“artigo não é relatório”)

3) Parte da estrutura lógica -Por onde começar? (outra proposta)

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3) Partes da estrutura lógica - 3.1) TÍTULO

� Dá identidade ao trabalho (“cartão de apresentação”)� Informa leitores potenciais sobre o assunto do trabalho

(títulos mal elaborados desviam leitores interessados)� Deve expor a ideia central do trabalho (sua contribuição)

� Versão mais reduzida do trabalho = é a sua síntese máxima

� Breve (sucinto), claro e preciso (não pode ser complicado ou difícil de entender)

� Deve-se evitar verbos, siglas e frases como: “Estudo da ...”; “Contribuição ao ...”; “Investigação sobre ...”; “Uma avaliação de ...”; “O efeito do ...”; “Pesquisa sobre ...”

� Não tem ponto final! (exceções poucas)� Frase mais importante do trabalho, portanto, não tenha

pressa em apresentar um título definitivo (o melhor título só no final ⇒⇒⇒⇒ durante: títulos provisórios)

� Autoria = responsabilidade técnica (responder publicamente pelo trabalho) ⇔⇔⇔⇔ ÉTICA (honestidade)

� Todos as pessoas que participaram efetivamente da concepção do trabalho, concordam com as argumentações e conclusões, e tem condições de defendê-lo perante a comunidade científica, e somente estas, devem assinar o artigo.

� Outras pessoas: agradecimentos (Volpato, 2007).� Participação efetiva em pelo menos duas das fases da

pesquisa (concepção, planejamento, execução/coleta de dados, análise e redação/disseminação) = contribuição intelectual

� Relacionar por ordem de importância / tendência: pesq. responsável (+iniciante) ���� colaboradores ���� líder (sênior)

� Informar afiliação institucional e endereços para contatos

3) Partes da estrutura lógica - 3.2) AUTOR(ES)

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3) Partes da estrutura lógica - 3.3) RESUMO / ABSTRACT

� Sucinto (relatar só o essencial): 200-250 ou 500 palavras, num só parágrafo; 2a versão mais reduzida (exercício de síntese)

� Formato (estrutura):i) Declaração dos objetivos do trabalho e sua relevancia;ii) Metodologia (descrição sucinta);iv) Resultados (incluindo dados); e v) Conclusões mais importantes e informações sobre a

credibilidade dos resultados (≠≠≠≠ “argumento de autoridade”)� Evite subtítulos, apreciações pessoais, citações bibliográficas, repetição

do título, referência a tabelas ou figuras, e frases como: “Os resultados serão discutidos ...”

� Deve compensar a falta da publicação completa e superar o obstáculo do idioma (Abstract)

� O uso de outro idioma amplia a divulgação do trabalho: (vernáculo + língua estrangeira: inglês > espanhol > francês)

� Tendências: estilo mais livres (“resumos criativos”; graphical abstracts )

3.3) RESUMO / ABSTRACT (Palavras-chave / Key-words)

� Hoje: levantamentos bibliográficos via computador (falta de tempo, enormidade de informações disponíveis): título, autor, palavras-chave

� Palavras chave = termos para indexação (catalogação em bases de dados bibliográficas): uma das partes mais importantes para a visibilidade do trabalho

� Escolher palavras ≠≠≠≠ (palavras do título)

� Preferir palavras no singular

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3) Partes da estrutura lógica - 3.4) INTRODUÇÃO

� Dá as razões porque se fez o estudo e porque este pode ser importante para o leitor (relevância do trabalho); prepara o leitor p/ entender o trabalho.

� Procura identificar a questão (?) a ser respondida ⇔⇔⇔⇔ demonstra a originalidade do trabalho

� Dá conhecimento ao leitor sobre (estrutura interna): i) o problema sob investigação, ii) sua importância (justificativa), iii) o estado atual das pesquisas na área (breve histórico); iv) os objetivos, alcance e limitações do trabalho.

3) Partes da estrutura lógica - 3.4) INTRODUÇÃO (cont.)

� Estrutura interna (outra proposta): i) indicar a área geral de interesse, o problema sob investigação;ii) localizar a questão na literatura (“estado da arte”);iii) definição de termos específicos; iv) especificar como se buscará a solução do problema, os objetivos, apresentados no último parágrafo.

� A sequência das afirmações conduz à finalidade do estudo? Senão, reformule, reescreva!

� Evite informações óbvias, propagandas, uso de tabelas e figuras, exagero de citações e plágio.

� Nunca inclua dados ou conclusões do próprio trabalho

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3.4) INTRODUÇÃO (cont.)

3.4) INTRODUÇÃO (cont.)

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3.4) INTRODUÇÃO (cont.)

3.4) INTRODUÇÃO (cont.)

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3) Partes da estrutura lógica 3.5) REVISÃO DE LITERATURA

� Estoque de conhecimentos que se adequem ao problema� Permite identificar o que se sabe e o que não se sabe, as

controvérsias e os pontos obscuros relacionados à pesquisa� Demonstra a necessidade e oportunidade da pesquisa� Procure sempre acessar os trabalhos originais� Somente inclua as referências absolutamente necessárias

(não incluir citações apenas por cortesia): demonstre conhecimento da literatura ⇒⇒⇒⇒ fontes relevantes e atuais

� Construa “texto(s) que possa(m) ser chamado(s) de seu”: representar uma articulação lógica (analítica e crítica) dos conhecimentos compilados e não uma mera sequência de resumos (“recortes”) de outros trabalhos

� Ordem de apresentação: preferencialmente cronológica (não sobrepondo a sequência natural de desenvolvimento do assunto)

� Menção, no texto, de informação colhida em outra fonte� Requisito de ética profissional = citar todas as fontes das

informações usadas ⇒⇒⇒⇒ cortesia, evita plágio e orienta o leitor� Tipos de Citações: direta (transcrição), indireta (conceitual)

ou citação de citação ou secundária (“citado por ...” ou apud)� Evitar “citações de citações” (propagação de erros)� Inserir corretamente e de modo padronizado.� Exemplos (Normas do PPGA-UFG):

i) Dudley (1984) detectou ... ou .... (Dudley, 1984).ii) Specht & Williams (1983, 1984) notaram ... ou ...

(Specht & Williams, 1983, 1984).iii) Delannay et al. (1985a) observaram .... ou ...

(Delannay et al., 1985a). iv) Lakatos & Dias1, citadas por Moretti Filho (1982), - recomendam ...

Citações Bibliográficas

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3) Partes da estrutura lógica - 3.6) MATERIAL E MÉTODOS

� Informações suficientes para o leitor: - conhecer e compreender os métodos empregados;

- avaliar se a abordagem experimental é adequada; e

- permitir a repetição do(s) experimento(s)

� Material: população estudada, locais, datas, origens, idades, sexos, recursos, períodos, produtos, equipamentos, doses

� Métodos: protocolos, técnicas de cultivo, delineamento, formas de aplicação, de coleta e de análise de dados

� Evite propagandas (nomes comerciais, instituições de renome), descrição de aparelhos de uso geral (ex.: balanças, lupas) e de técnicas amplamente conhecidas (remeter a uma fonte)

� Deve ser redigido em sequência cronológica, sem revisões ou tabelas de resultados (descrição completa, porém, concisa)

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3) Partes da estrutura lógica3.7) RESULTADOS E DISCUSSÃO

� Resultados: Matéria-prima da interpretação (informações obtidas)⇓⇓⇓⇓

Dados? Informações? (Resultados ≠ Dados)- organizados em Tabelas e/ou Figuras (ex. fotos, gráficos, =mapas) ⇒⇒⇒⇒ instrumentos facilitadores ⇒⇒⇒⇒ normas específicas- devem ser citadas no texto e identificadas numa sequência

= numérica específica (Tabela 1, Tabela 2, Figura 1, ...)- inserção de tabelas e figuras no texto:

Teses: preferencialmente após a primeira citação

Artigos: texto corrido (tabelas e figuras ao final, cada uma em folha separada)

- cuidado com excesso de resultados parciais (Tabs e Figs)

- não anuncie tabelas ou figuras (fale dos resultados e cite-as): não repita textualmente o que já está lá!

Tabelas e Figuras

� Devem ser auto-explicativas (independentes do texto) (notas de rodapé e legendas são para apoiar isto)

� Tabela: arranjo de linhas e colunas ⇒⇒⇒⇒ dados numéricos- componentes: título, cabeçalho, coluna indicadora e corpo- título: encabeça a tabela, precedido de: (ex: Tabela 1.)- sempre fechadas em cima e em baixo, nunca dos lados- cabeçalho: destacado por duas linhas horizontais- nenhuma célula em branco: sempre um número ou sinal- continuação em outra página: só fecha na última página

� Evitar tabelas muito extensas (excesso de resultados parciais)� Evite linhas desnecessárias + uso correto de linhas auxiliaresVide:

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/visualiza_colecao_digital.php?titulo=Normas%20de%20apresenta%C3%A7%C3%A3o%20tabular&link=Normas_de_Apresentacao_Tabulares

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Genótipos Locais1 2 3 4

L-110458 2,8 2,9 3,3 3,0

L-110475 3,2 3,8 - 2,9

L-090567 2,7 3,2 2,7 1,9

L-087238 2,4 3,5 3,7 2,7

L-235431 1,9 3,2 3,2 3,0

Exemplo de TabelaTabela 1. Médias de produtividade (t/ha) de linhagens experimentais

de soja em quatro locais1 do Estado de Goiás (2002-2003).

1Local 1: Goiânia, Local 2: Rio Verde, Local 3: Jataí, e Local 4: Anápolis.

� Figura: ilustração de forte apelo visual (ex: gráficos - são menos detalhistas do que as tabelas correspondentes)

- componentes: diagrama (c/ ou s/ legenda) e título

- o título vem abaixo: precedido de: (ex: Figura 1 ou Fig. 1.)

- não deve repetir o conteúdo de tabelas: use apenas um dos recursos (tabela ou figura) para cada situação

- boa qualidade (visualização clara): cuidado com reduções, excesso de linhas

- posição no volume no caso de formato paisagem: sentido horário (idem para as tabelas)

- títulos não são frases de ação: evite verbos (idem para os títulos de tabelas)

Ainda sobre Figuras:

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Exemplo de Figura

Figura 1. Gráfico de resíduos (produtividade em kg/ha) do ajuste de um modelo de blocos aumentados com recuperação de informação intergenotípica sob a suposição de erros independentes, em função das coordenadas dos centros das parcelas, em metros (COORDX e COORDY).

3) Partes da estrutura lógica3.7) RESULTADOS E DISCUSSÃO

� Discussão: Quais as implicações dos resultados?

- Análise sobre a corroboração ou não de hipóteses, à luz dos conhecimentos já existentes (confronto dos resultados com a literatura, para validar as conclusões do estudo)

(Identificar relações causais, explicar regras e exceções, raciocinar dedutiva e indutivamente para elaborar teorias, sugerir novas pesquisas; novas hipóteses)

- Discutir = fazer associação de ideias ⇒⇒⇒⇒ f (maturidade científica)

� Apoiar as afirmações em testes estatísticos, embora a ênfase deva estar sempre nos resultados (principais)

� Evitar “discussão fofoca”!!! (Volpato 2010, p. 210).

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3.7) Resultados e Discussão (cont.)

3.7) Resultados e Discussão (cont.)

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3.7) Resultados e Discussão (cont.)

3) Partes da estrutura lógica3.8) CONCLUSÕES

� Síntese resultante da análise dos resultados ⇒⇒⇒⇒ não é resumo ou transcrição de resultados ⇒⇒⇒⇒ é “balanço final”

� Traz a solução do problema x Introdução (contribuição do trabalho para a ciência: respostas aos objetivos)

� Deve incluir a síntese apenas resultados comprovados (e discutidos), na linha da hipótese inicial

� Conclusões (presente e futuro) ≠ resultados (passado)conclusão ���� população; resultado ���� amostra estudada

� Devem ser enumeradas (escritas objetivamente). Ex.: “Os resultados permitiram concluir:” (desnecessário)

i) ... ii) ... iii) ...

� Obs.: “Se o leitor não percebe que o trabalho acabou, então, este carece de uma conclusão” (Barradas, 2002)

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3.8) Conclusões (cont.)

3.8) Conclusões (cont.)

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3.8) Conclusões (cont.)

REFERÊNCIAS (parte pós-textual) Exemplos: NBR 6023 (ABNT, 2018)

� Conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite a sua identificação e recuperação.

� Livro (no todo):

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. 144 p.

� Artigo de periódicos (revistas e jornal):

LIMA, A. B. A. Estudos de usuários de bibliotecas: aproximação crítica. Ciência da Informação, Brasília, v. 21, n. 3, p. 173-185, jul./set. 1992.

� Dissertação/Tese:

BRASIL, E. M. Comparação de métodos no estudo da interação de genótipos com ambientes em milho (Zea mays L.). 1990. 181 f. Dissertação (Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas) – Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 1990.

� Obs.: Se deseja publicar artigo(s) em certo periódico (revista) busque conhecer precisamente as suas normas e política editorial.

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REFERÊNCIAS – NBR 6023Novidades (ABNT, 2018)

Aspectos sobre “Referências à informação”

Fontes de informação (hierarquia de validade científica): 1. Livro científico ou didático2. Capítulo de livro científico3. Artigo de periódico ou publicação seriada com sistema de arbitragem

ou de revisão por pares (peer review)4. Anais de evento científico (artigo completo)5. Dissertação ou tese6. Artigo em versão preliminar (pre-print) ou de periódico/ publicação

seriada sem sistema de arbitragem7. Livro de resumos de evento científico8. Comunicação oral ou painel em evento científico9. Comunicação particular (documentos não publicados, correios

eletrônicos, informações pessoais ou em sites particulares na internet)

Referências: (Trzesniak, 2002) - Permitir recuperar a informação - Uniforme e consistente em todo o escrito

Contempla informações não disponíveis em papel

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Diretrizes gerais para “Referências à informação”

Diretrizes (orientação ABEC / ABNT):Num relato científico:

- > 70% de referências de categorias < 3 - > 50% de categorias (2, 3, 4, 5)

� Resumos de eventos científicos (7): apenas para registrar autores que trabalham com o assunto ⇒⇒⇒⇒ não fazer citação de trabalhos próprios desta categoria

� Uma mesma informação veiculada em diversas fontes: apresente apenas uma com prioridade dada pela classificação (1 a 9).

(Trzesniak, 2002)

Cardoso (2000)http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

* Cuidado com o uso de tradutores eletrônicos (ex.: Lago � Lake)

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Cardoso (2000)http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

“Uma análise completa de um texto científico exige que este seja lido pelo menos três vezes, não obrigatoriamente por pessoas diferentes, mas com visões, com enfoques distintos”:

Análise de textos científicos(Trzesniak, 2001)

- a de revisor de textos ⇒⇒⇒⇒ forma e apresentação gráfica

- a de editor ⇒⇒⇒⇒ estrutura do trabalho e o estilo

- a de árbitro (referee) ⇒⇒⇒⇒ avaliação do conteúdo científico

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A visão do revisor de texto

� Rever: ver com atenção, examinar cuidadosamente,

ler fazendo correções. (Barradas, 2001)

� “A luta contra o erro tipográfico tem algo de homérico.

Durante a revisão os erros se escondem, fazem-se

positivamente invisíveis. Mas assim que o livro sai,

tornam-se visibilíssimos, verdadeiros sacis a nos botar

a língua em todas as páginas.” (Monteiro Lobato 1882 - 1982)

“muitas vezes o que impede um trabalho de ficar com uma ‘cara boa’ não é o conhecimento científico, mas o conhecimento sobre a forma de comunicá-lo” (Barradas, 2001)

A visão do revisor de textos Aspectos da forma (exemplos e contra-exemplos):

� Textos concisos (“enxutos”) x frases longas- Alterando a redação:

- eliminar termos desnecessários

- empregar termos menores

- evitar repetições

“Analisando os dados contidos na Tabela 1, verifica-se que não houve diferença significativa quanto à produção” x “Não houve diferença na produção (Tabela 1)”

“primeiramente” x “primeiro”; “posteriormente” x “após”; “conseqüentemente” x “assim”

“O experimento foi realizado assim: o terreno foi preparado mecanicamente, o plantio foi realizado manualmente e a adubação foi feita de acordo com ...” x

“O experimento foi executado assim: terreno preparado mecanicamente, plantio manual e adubação de acordo com ...”

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A visão do revisor de textos Aspectos da forma (exemplos e contra-exemplos):

� Emprego de siglas (Trzesniak, 2001): (simplifica a vida do autor e onera todos os leitores)

� Uso de numerais: - escrever por extenso até nove +(dezenas, centenas, mil,... ex: 1,45 milhões) - ordinais (somente até o “décimo”, após → ex.: 13o, 48o, 63o, ...) - porcentagem (sempre algarismos: 13%, 48%; sem espaço) - separador de decimais (português: 23,4; inglês: 23.4) - algarismos significativos (Ex: altura em centímetros→ média: 115,8675 cm)

- avalie o custo / benefício (freqüência pequena?)- impõe barreira a não especialistas

“A ignorância acerca do que tais letras cabalísticas significam intimidam as pessoas por receio de exporem ao olhar superior e desprezo dos ‘iniciados’ ” (argumento de autoridade) Ex.: UPGMA, BLUP, etc.

- risco de siglas iguais para conceitos diferentes: (indicar sempre o significado na primeira citação)

A visão do revisor de textos Aspectos da apresentação

� Não mais se fazem destaques com maiúsculas e sublinhados (negrito, itálico, tamanho de fontes). Exceção: normas específicas

� Use só a inicial maiúscula em títulos. Exceção: normas específicas� Use somente a inicial maiúscula em abreviaturas silabadas

(Ex. Embrapa, Petrobrás, Capes). � Não sobrecarregue o texto com destaques� Evite fazer plural de siglas� Aspas só quando se emprega palavras com sentido figurado ou em

citações literais� Espaços apenas onde são necessários (eliminar espaços: duplos

entre palavras, ao iniciar sentenças, após a abertura e antes do fechamento de parênteses) <Editar / substituir>

� Pontos devem ser seguidos de espaço (inclusive em referências)� Justificação total em textos científicos.

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A visão de editor do texto(Estrutura e estilo)

� Estrutura: - principal = f (revista)- secundária = divisão das seções (títulos e subtítulos)

� Estilo: f (autor/editor), visa garantir fluidez ao texto⇓

- Hierarquia - Objetividade - Harmonia - Equilíbrio - Relevância - Abordagem otimizada - Encadeamento - Coerência global

“... leitor progrida com naturalidade, compreendendo os argumentos e conclusões expostas”

“um bom texto conduz o leitor pela mão, passando por todos os degraus (a passos de amplitude adequada)”

(Trzesniak, 2001)

� Hierarquia: sequência de quebras de pensamento(pequena entre parágrafos, significativa entre seções e maior entre capítulos)

� Objetividade: evitar linguagem demasiadamente rebuscada, parágrafos que nada agregam apenas para estender o texto

� Harmonia: fatos, ideias e conceitos mais importantes recebendo extensões de texto e ênfase maiores

� Equilíbrio: fatos, ideias e conceitos de igual importância recebendo extensões de texto e ênfase aproximadamente iguais

� Relevância: tudo que está incluído no texto é realmente importante

� Abordagem otimizada: ao colocar a mente do leitor numa configuração, explorá-la por completo (sem “idas e vindas”)

� Encadeamento: a ordem de apresentação (sequência) é a mais natural (informações necessárias são apresentadas no momento oportuno)

� Coerência global: a defesa de certas conclusões não usa argumentos parcial ou totalmente contraditórios em relação a outros pontos do texto? (“síndrome da memória de alcance limitado”)

A visão de editor do texto(Estilo)

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A visão de árbitro(revisor técnico)

� O trabalho, visto em conjunto, está coerente?� O resumo espelha fielmente o conteúdo do trabalho (propósitos,

resultados,conclusões)?� O resumo e o abstract dizem a mesma coisa? Idem p/ títulos.� Os autores demonstraram conhecimento adequado do assunto?� Os conceitos foram definidos com clareza?� As informações estão corretas?� A metodologia proposta ou empregada é adequada aos objetivos?� As informações levantadas são as mais relevantes, considerando

o problema a resolver?� A forma de apresentação dos dados e resultados é adequada?

(ex.: Tabelas e Figuras com informações redundantes)� Existe clareza e sustentação lógica para as conclusões?� A indicação de referências é atual e condizente?� Existem referências onde são aparentemente necessárias?

(ex.: as informações da pesquisa são insuficientes para sustentar certas afirmações)

� Existem referências onde aparentemente não são necessárias?

Seja o árbitro de seu artigo!(Jong, 2000)

� Os objetivos do estudo são relevantes para a área?� Os propósitos do trabalho estão claros na Introdução?� Os métodos são apropriados?� A amostragem foi adequada?� A descrição dos métodos permite repetir o estudo?� As análises dos dados estão corretas?� Os resultados justificam a publicação? E a sua extensão?� A forma e apresentação de tabelas e figuras são adequadas?� Os resultados, a discussão e a literatura apoiam as conclusões?� As afirmações encontram apoio em dados e na estatística?� A apresentação é lógica e clara?� Toda discussão apresentada é relevante?� A literatura pertinente foi citada? E somente esta?� Referências importantes foram omitidas?� Alguma parte deveria ser aumentada, reduzida ou excluída?� As colocações estão claras?� As palavras-chave representam bem o trabalho?� A revista está bem escolhida?

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“Uma pesquisa não está completa enquanto ... (Trzesniak, 2002)

O Processo de arbitragem(AVALIAÇÃO POR PARES)

- o trabalho não for publicado... (visibilidade, eficácia)

- em revista acessível, ... (visibilidade, eficácia)

- arbitrada ... (filtragem, qualidade)

- e indexada, (qualidade, visibilidade)

- e enquanto não for citado por outros pesquisadores (qualidade e eficácia)

- Escolha da revista (indexação, fator de impacto etc.)

- Relação estocástica x determinística: a presença da causa não garante o efeitos (entre parênteses), mas aumenta a sua probabilidade

“Expansão: séc. XX, após 2a Guerra = f (fragmentação da ciência, crescimento exponencial no pesquisadores/publicações)

ESCOLHA DO PERIÓDICO(Revista científica)

Objetivo da publicação: solucionar problemas legítimos da humanidade (ex. comunidade científica, estudantes, agricultores, pecuaristas demandas por alimentos etc.)

� Adequação do periódico/idioma à divulgação que se deseja- avaliação do público alvo e potenciais impactos

+� Indicadores mundiais de “qualidade” dos periódicos:

- Fatores de impacto=f (índices de citação de artigos publicados) JCR (ISI – Institute for Scientific Information

/Web of Science)SJR (Elsevier) – mais recente (+ tempo; + revistas)

- Brasil (Qualis-Capes/MEC): indexação em bases específicas de catalogação bibliográfica + fator de impacto ���� orientação por áreas do conhecimento (Vide Tabela)

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ESCOLHA DO PERIÓDICO(Qualis Capes)

ESCOLHA DO PERIÓDICO(Qualis Capes)

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ESCOLHA DO PERIÓDICO(Qualis Capes)

ESCOLHA DO PERIÓDICO(Qualis Capes)

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ESCOLHA DO PERIÓDICO(Revista científica)

Objetivo da publicação: solucionar problemas legítimos da humanidade (ex. agricultores, pecuaristas etc.)

���� “Índice h”

Escolha do Periódico(Fator de impacto: JCR /ISI – Clarivates Analytics

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Escolha do Periódico(Fator de impacto: JCR /ISI – Clarivates Analytics

Escolha do Periódico(Fator de impacto: JCR /ISI – Clarivates Analytics

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Escolha do Periódico(Fator de impacto: JCR /ISI – Clarivates Analytics

Escolha do Periódico(Fator de impacto: JCR /ISI – Clarivates Analytics

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Escolha do Periódico(Fator de impacto: JCR /ISI)

Escolha do Periódico(Fator de impacto: JCR /ISI)

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Escolha do Periódico(Fator de impacto: Scopus – Elsevier)

Escolha do periódico - Qualis/Capes (Critérios: Ciências Agrárias I)

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Escolha do periódico - Qualis/Capes (Critérios: Ciências Agrárias I)

ATENÇÃO: critérios Qualis/Capes ���� são necessários dez artigos em revista B5 para valer um artigo em revista A1

Escolha do periódico - Qualis/Capes (Critérios: Ciências Biológicas I)

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Divulgação Científica(Fator de impacto: assunto polêmico)

Ver: “A TIRANIA DOS SISTEMAS HEGEMÔNICOS DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA”

Duarte, J.B. (2009)

Vícios no fator de impacto (ex. JCR/ISI, Scopus): só 3 anos? (default)Sub-amostragem ���� universo específico ���� impacto “não contabilizado”Manipulação ���� vícios deliberados (autocit.; excl.edit.; art.metod. rev. etc.)

Divulgação Científica(Fator de impacto: assunto polêmico)

Embora o índice possa não mais refletir legitimamente a qualidade de um periódico ���� associar periódico de interesse (histórico; público alvo; região

etc.) + idioma + orientações sobre impacto (FI, Qualis ...)

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Cardoso (2000)http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

TODOS OS AUTORES:- atestar conhecimento da política editorial

- concordar com a versão submetida (ética na autoria)

- declarar não estar submetendo a outro(s) periódicos (ética com o trabalho, em geral,

- não remunerado, de editores e de - consultores ad hoc)

Carta de encaminhamento de artigos para publicação

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Cardoso (2000)http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

Pontos avaliados (um modelo): 1. A qualidade e o rigor dos argumentos2. A validade dos dados apresentados3. A oportunidade e relevância do artigo4. Em função disto recomenda:

( ) publicação sem revisão( ) publicação após pequenas revisões textuais ou de estilo( ) publicação somente após revisões maiores (especificadas no

texto e/ou parecer)( ) rejeição do artigo

Editor: acompanhar o processo garantindo um diálogo respeitoso e profissional entre autores e avaliadores (árbitros)

O Processo de arbitragem

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Cardoso (2000)http://www.nib.unicamp.br/cursos/metodologia

Trabalhos não adequados(Jong, 2000)

� Nunca foi feito antes e somente por isso resolvemos fazer

� Original, mas de relevância atual questionável� Repetição de algo controvertido na literatura, sem

análise adequada de trabalhos anteriores ou de nova abordagem que explica as discrepâncias

� Repetição, com outra espécie, de fenômeno já bem documentado, sem acrescentar novos conceitos

� Vários experimentos sem ligação lógica� Dados sem análise adequada� Discussão muito além dos resultados� Discussão sem apoio estatístico, refletindo mais os

desejo dos autores� Redigido de maneira obscura, difícil de entender

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Por que são rejeitados os manuscritos...(Ivone Job et al., 2009; DOI: 10.22456/1982-8918.8830)

Dicas de Editores Científicos

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Dicas de editores científicos

Preocupações crescente na comunidade científica atual

- Dados que não existem- Documentos forjados- Falsificação de dados- Usar idéias de outros sem atribuir-lhes autoria- Violação de direitos autorais- Falsificação de autorias (omissão de autores, inclusão de autor que não

colaborou na pesquisa � autorias: convidada, pressionada e fantasma)- Publicação de material redundante- Retardamento intencional de pareceres- Roubo de ideias de manuscritos

CÓDIGO DE ÉTICA

Comunidade científica - atenção especial para:(Fraudes, plágios e outros tipos de condutas inadequadas no

processo de produção e comunicação da ciência)

avaliadores/editores

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Diretrizes do “Código de ética”Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC)

Preâmbulo:

“O processo da ciência baseia-se na lisura e integridade da pesquisa e da publicação de seus resultados”

“Autores, avaliadores e editores têm responsabilidades solidárias neste processo”

Fonte:

ABEC (2002)

Diretrizes do “Código de ética”

Código de ética dos autores: 1. Realizar pesquisa criativa (avanço da ciência). Não falsificar relatos,

nem suprimir ou alterar dados (em desacordo com suas hipóteses)2. Fazer descrição precisa e completa da pesquisa e sua importância3. Detalhar o método de modo a permitir a repetição do trabalho4. Identificar claramente os dados oriundos da pesquisa e aqueles de

fontes externas5. Não omitir intencionalmente a referência a ideias de outras pessoas,

ainda que não citadas literalmente (plágio: comportamento antiético, inaceitável)

6. Todo pessoa com contribuição importante deve assinar o artigo como autor (não se deve adicionar autores por conveniência)

7. Todos os autores devem ler a versão final, concordando com a sua submissão a publicação, compartilhando responsabilidades.

Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC)

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Diretrizes do “Código de ética”

Código de ética dos avaliadores: -

1. A revisão por pares é componente básico do processo científico; assim, uma revisão crítica e justa é parte essencial do processo.

2. Constitui atividade primordial do cientista colaborar com o controle da qualidade da ciência, analisando o material de modo confidencial e cuidadoso, emitindo, com presteza, parecer sustentado por razões explicitamente declaradas.

3. O avaliador deve eximir-se de apresentar parecer, devolvendo prontamente os originais ao editor, quando:

Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC)

- tiver conhecimento de conflito de interesse (ex.: trabalho concorrente, divergências pessoais, etc.)

- sentir-se pouco familiarizado com o assunto- se já tiver avaliado o texto para outra revista

Ciência da Informação, v. 26, n.2, 1998 (www.scielo.br/cienciainformacao)

FAPESP (2011): “Código de boas práticas científicas”

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CNPq (out. 2011): “Ética e integridade na prática científica”

http://www.cnpq.br/documents/10157/a8927840-2b8f-43b9-8962-5a2ccfa74dda

CNPq: “Ética e integridade na prática científica”

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CNPq: “Ética e integridade na prática científica”

CNPq: “Ética e integridade na prática científica”

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Considerações finais

- Preocupações atuais = f(corrida por publicação) ����posturas antiéticas: fraudes; plágios; autorias espúrias etc.

Considerações finais

- Preocupações atuais = f(posturas antiéticas):autocitações; avaliações lenientes; corrida às revistas de alto impacto ���� Reserva do conhecimento ���� controle da ciência por oligopólios (?)(Grandes editoras comerciais, poucas – ex. Springer, Elsevier –adquirem as principais revistas de alto impacto, megaprovedores de revistas eletrônicas etc.)

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Considerações finais

- A solução passa pelo resgate cotidiano dos princípios históricos, filosóficos e éticos que determinaram a boa ciência até hoje (e ciência ���� publicação!);

- passa por nos reconhecer como privilegiados atores da ciência do nosso tempo ���� retribuir isto à ciência, com trabalho honesto e comprometido, antes de tudo, com a libertação do homem.

- Não é ético fazer ciência, sobretudo com financiamento público, sem esse tipo de compromisso. Eficiência e eficácia sim, mas também sustentabilidade ambiental, social e pessoal (qualidade de vida ���� realização humana).

- É possível que as gerações futuras não darão espaço a cientistas e instituições, públicas ou privadas, que não aderirem a tal compromisso em suas atividades de C&T (sustentabilidade: individual e institucional).

Considerações finais

Recomendação / esperança:- Se vamos fazer da ciência meio de vida, procuremos honrar os seus princípios e cultivar o verdadeiro espírito que a concebeu.

Lembrando que:‘“ ... não é das riquezas que nasce a virtude, mas é davirtude que provêm as riquezas e todos os outros bens...”(Sócrates)

‘“ As riquezas, se tiverem de vir, elas virão, mas não devemos sacrificarnossas convicções e princípios para obtê-las” (Ricardo Freua Bufáiçal)

Que Deus lhes ponha virtude!(Hamilton Carneiro, em “Frutos da Terra”)