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ISSN 0103-5797
(õ) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA~ Vinculada ao Ministério da Agricultura e Refonna Agrária - MARAV Centro Nacional de Pesquisa de Caju - CNPCa
Fortaleza, Ceará
Diretrizes para a recuperação da cajucultura do Nordeste
2ª EDiÇÃO
José Ismar Girão Parente
Pedro Felizardo Adeodato de Paula Pessoa
Yoshio Namekata
Fortaleza - Ceará
1991
Copyright © EMBRAPA -1991
EMBRAPA - CNPCa, Documentos, 04
Exemplares desta publicação pOdem ser solicitados à EMBRAPA - CNPCa
Rua dos Tabajaras, 11 - Praia de Iracema
Telefone: (085) 231.7655
Telex: (85) 1797
Caixa Postal 3761
60060 Fortaleza - CE
Tiragem: 500 exemplares
COMITÊ DE PUBLICAÇÕES:
Presidente: Valderi Vieira da Silva
Secretária: Germana Tabosa Braga Pontes
Membros: Antônio Lindemberg Martins Mesquita
João Ribeiro Cris6stomo
Francisco Nelsieudes Sombra Oliveira
Fred Carvalho Bezerra
Augmar Drumond Ramos
Paulo Cesar Espindola Frota
Assessoria Técnico-Cientrfica deste trabalho:
João Pratagil Pereira de Araújo
PARENTE, J.I.G.; PAULA PESSOA, P.F.A. DE;
NAMEKATA, Y. Diretrizes para a recuperação da
cajucultura do Nordeste. Fortaleza, EMBRAPA CNPCa,1991
51 p. (EMBRAPA-CNPCa. Documentos, 04).1. Caju-Economia-Nordeste-Brasil; 2. Caju-História; I.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. CentroNacional de Pesquisa de Caju. 11. Tl'tulo; 111. Série.
CDD 634.573
APRESENTAÇÃO
A cajucultura nordestina floresceu na década de 70, sustentada pela polí
tica de incentivos fiscais do governo federal, priorizando a ex
pansão da agroindústria de processamento de castanha e a expansão da
área cultivada com o cajueiro-comum. Esta expansão se deu sem o plantio
de sementes e mudas melhoradas de cajueiro-comum, o que resultou em
pomares extremamente variáveis e improdutivos. Tudo isto, associado aos
pequenos espaçamentos entre árvores e à ausência de precipitações regula
res, vem contribuindo para as quebras de safras sucessivas, destacando-se
a safra de 1990 como a mais fraca dos últimos anos, resultando em aban
dono de pomares e fechamento de fábricas de processamento de castanha,
com graves conseqüências sociais.
Após quase quatro anos de análise desta grave situação e de discussões
com técnicos da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Ceará, Co
missão Estadual de Planejamento Agrícola, Empresa de Pesquisa Agrope
cuária do Ceará, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Cea
rá, Centro Nacional de Pesquisa de Caju da EMBRAPA e Companhia de
Produtos Alimentícios do Nordeste - COPAN, os autores apresentam a to
dos os segmentos envolvidos com a agroindústria do caju algumas diretrizes
para a recuperação da cajucultura nordestina. Merece destaque o fato de
muitas das tecnologias de manejo propostas já estarem sendo adotadas
com sucesso pela COPAN.
Entre as medidas agronômicas recomendadas destacam-se as "alternati
vas de manejo", eliminação seletiva de plantas atípicas e/ou improdutivas,
recuperação de copa, extração da goma e renovação total do pomar por elo
nes, especialmente os de cajueiro-anão-precoce. Entre as medidas econô-
micas sobressaem-se a "concessão de crédito para custeio e investimento
em tecnologias inovadoras, como as citadas, bem como a sua vinculação ao
uso de clones nas áreas a serem instaladas, e a prática de preços justos no
mercado interno de castanha",
Acreditamos que a adoção conjunta das medidas propostas, com a parti
cipação dos órgãos de pesquisa e extensão, bancos, produtores, industriais
e exportadores de caju, contribuirá para a reversão do quadro atual e para a
implementação de nova cajucultura no Nordeste.
João Pratagil Pereira de Araújo
Chefe CNPCa
SUMÁRIO
ANTECEDENTES 7
ALTERNATIVAS DE MANEJO 15
Medidas de manejo para as áreas existentes •..........•...... 17
Medidas a curto prazo 17
Eliminação das plantas atípicas .......• , 17
Medidas a médio prazo ..........•.............. , 22
Eliminação seletiva de plantas 22
Recuperação de copa , , ...•.. , 23
Extração da goma do cajueiro 23
Medidas a longo prazo 26
Renovação total do pomar por clones 26
Medidas de manejo para áreas novas 28
Uso de clones de cajueiro-anão-precoce 28
CUSTOS DE PRODUÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE MANEJO 29
DIRETRIZES PARA A CAJUCUL TURA 35
Crédito .........•...................................• 35
Investirnento .....•.................................... 41
Custeio .- 41
Preços 41
Tecnologia 45
CONCLUSÕES E SUGESTÕES 48
BIBLIOGRAFIA 50
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Eng.-Agr. Sandoval Cavalcante Rodrigues, GerenteGe
rai da Companhia de Produtos Alimentícios do Nordeste - COPAN, que con
tribuiu com a experiência acumulada na COPAN, identificada, pelo CNPCa,
como detentora de tecnologias passíveis de serem transferídas a outros
produtores, como a identificação e eliminação de plantas atípicas dos tipos:
"castanhola", "eucalipto", "orelha-de-onça", e ainda manejo do pomar.
Os autores também agradecem as valiosas sugestões e críticas apresen
tadas pelo Dr. João Pratagil Pereira de Araújo, chefe do Centro Nacional de
Pesquisa de Caju (CNPCa) da EMBRAPA.
Os agradecimentos também são extensivos aos que, direta ou indireta
mente, colaboraram na elaboração deste documento.
DIRETRIZES PARA RECUPERAÇÃO DA CAJUCUL TURA DONORDESTE
José Ismar Girão Parente 1
Pedra Felizardo Adeodato de P. Pessoa 1
Yoshio Namekata 2
ANTECEDENTES
Do ponto de vista agro-sócio-econômico são reconhecidos dois períodos
que caracterizam a evolução da agroindústria do caju no Nordeste. O primei
ro, existente desde os primórdios da colonização, caracterizava-se por ser
extrativista. Os cajueirais ocorriam em aglomerados dispersos ao longo do
litoral, não recebiam qualquer trato cultural, e a castanha e o pedúnculo
apresentavam apenas valor alimentício. Outra tipo de exploração, também
extrativista, baseava-se em plantios desordenados, em pequena escala, on
de o consórcio com culturas anuais era parte integrante do sistema de pro
dução. Esse sistema subsiste nos dias atuais e ainda responde por parcela
de castanha que entra no circuito de comercialização. No momento em que
1 Pesquisadores da EMBRAPA/Centro Nacional de Pesquisa de Caju
(CNPCa), Caixa Postal 3761, CEP 60060, Fortaleza, CE.
2 Técnico da Comissão Estadual de Planejamento Agrícola (CEPA) - For
taleza, CE.
ram, portanto, para que se acentuasse, a partir de fins da década de 60, a
concentração da produção de castanha de caju nos extratos de áreas supe
riores a 100 ha. Os dados da Tabela 1, que se referem aos estabelecimen
tos cuja atividade principal é a cultura do cajueiro, refletem essa tendência
que pode ser extrapolada para o Nordeste, uma vez que os estados represen
tados são os responsáveis por cerca de 95% da área e produção da casta
nha de caju da região. No extrato acima de 1.000 ha, apenas 26 estabele
cimentos, com área média de 4.162 ha, respondem por cerca de 40,19% da
área com cajueiro no Nordeste. Os estabelecimentos com áreas entre 100 e
1.000 ha representam cerca de 6,13% do total e são responsáveis por,
aproximadamente, 28,20% da área. A área média desses estabelecimentos
é de 229 ha. Como o FISET-Reflorestamento aprovou, no perfodo 1979/86,
projetos cujas áreas correspondem a 343.962 ha de cajueiros, as quais con
centraram-se no extrato entre 100 e 1.000 ha, estima-se que, atualmente,
ocorra maior participação desses estabelecimentos. Nos extratos entre O e
100 ha concentram-se cerca de 93,39%, sendo responsáveis por 31,61 % da
área com cajueiro. A área média dos estabelecimentos nesse extrato é de
37,69 ha.Os investimentos canalizados para esse setor, a partir de meados da dé-
cada de 60, contribufram para aumentos expressivos da área colhida e pro
dução de castanha de caju. No perfodo 1974/89, a área aumentou cerca de
seis vezes passando de 82.447 ha para 514.934 ha, enquanto a produção
evoluiu de 47.358 t para 136.1301. No ano de 1989, a participação do Ceará
em área colhida representou 51,12%, a do Piauf, 31,03% e a do Rio Grande
do Norte, 17,85%. Em produção de castanha de caju, o Ceará contribuiu
com 43,11 %, o Piauf com 22,16% e o Rio Grande do Norte com 34,73%
(Tabela 2). Se houve considerável incremento da área e produção, o mesmo
não ocorreu com o rendimento que, no mesmo perfodo, decresceu a uma
taxa de cerca de -7,09% ao ano. O crescimento da área colhida foi, portanto,
o responsável pelo aumento na produção de castanha. Como o perfodo con
siderado foi beneficiado pela pOlftica de incentivos e subsfdios, era de se
esperar que os plantios estabelecidos incorporassem tecnologias inovadoras9
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que redundassem no aumento da produtividade da cultura. No entanto,
maior ênfase foi dada a expansão da área cultivada, muitas vezes em re
giões ecologicamente desfavoráveis e em solos de baixa fertilidade, o que
contribui, aliado a outras causas, para o declínio do rendimento dos poma
res.
O Nordeste é praticamente o únicÇ)responsável pelas exportações nacio
nais de amêndoa de castanha de caju (ACC) e líquido da castanha (LCC).
No período 1974/88, as exportações de ACC triplicaram, crescendo de 7.607 t
para 22.105 t, e o crescimento das divisas alcançou valores mais expressi
vos, passando de 15,023 milhões de dólares para 105,139 milhões de dóla
res. As exportações de ACC estão concentradas no Ceará, sendo inex-
pressivas nos demais estados nordestinos (Tabela 3). As cotações da ACC
apresentam certa estabilidade, embora nos últimos anos notem-se oscila
ções decorrentes da maior oferta da índia para os Estados Unidos, perda de
qualidade do produto determinada pela adaptação das indústrias brasileiras
ao processo mecanizado, além do crescimento das exportações de sucedâ
neos como macadâmia, amendoim e amêndoa do mediterrâneo. Ademais, o
mercado externo caracteriza-se por uma alta concentração das exportações
de ACC em um reduzido número de países consumidores. O mercado ex
terno começa a exigir maior competitividade do produto brasileiro, pois a en
trada de ACC indiana no mercado norte-americano, principal importador das
amêndoas brasileiras, poderá, nos próximos anos, provocar baixa nos pre
ços, via fortalecimento da posição de oligopsônio dos Estados Unidos. A di
versificação de mercados é um mecanismo que pode influenciar a melhoria
dos preços, uma vez que existe uma demanda potencial a ser explorada em
países não tradicionalmente consumidores.
O mercado de LCC mostra-se muito instável em conseqüência de pres
sões de oferta dos países produtores e do domínio da tecnologia do aprovei
tamento do LCC, para fins mais nobres, apenas por poucos países importa
dores. Na Tabela 4, foram exportadas, em 1974, 7.179 t, cujo valor atingiu
cerca de 2,136 milhões de dólares; e em 1988, as exportações alcançaram
20.059 t, representando divisas no valor de 7,367 milhões de dólares.11
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A produção de pedúnculo está estimada em mais de 1 milhão de t, mas
apenas cerca de 6% está sendo aproveitada no processamento de sucos e
doces, representando, portanto, 60 mil t. O mercado interno consome em
torno de 40 mil t de suco, enquanto a ampliação do mercado exportador es
tá na dependência da melhoria teqnológica dos processos de concentração
e clarificação, redução dos teores de taninos e conservantes e de uma
agressiva política mercadológica. O sistema de colheita, após a queda do
fruto, e a alta perecibilidade são fatores que devem ser considerados como
impeditivos de um maior aproveitamento do pedúnculo. As exportações de
suco de caju são ainda incipientes, conforme mostra a Tabela 5.
Se a fase expansionista, considerada a partir da década de 70, atendeu
ao aumento de produção reclamado pela indústria, por outro lado induziu
a implantação de pomares com incipiente nível tecnológico. Na verdade, a
maioria dos cultivos sistematizados, introduzidos nas últimas duas décadas,
e responsáveis pela ocupação de extensas áreas, não evoluíram em níveis
satisfatórios no uso de tecnologias recomendadas pela pesquisa. As causas
das baixas produtividades desses plantios decorrem, principalmente, da uti
lização de material genético de qualidade inferior, manejo e tratos culturais
inadequados, elevada incidência de doenças e pragas nas regiões de alta
concentração de plantios e uso de áreas consideradas inaptas ou com res
trições para a cultura.
Com base nos dados da 1ab. 6, que podem ser extrapolados para a
maioria dos pomares existentes, estima-se que cerca de 62% das plantas
produzem abaixo de 4 kg de castanha e são responsáveis por 30% da pro
dução, o que compromete a cajucultura como atividade econômica. A situa
ção agrava-se ainda mais quando se estima que apenas 38% das plantas
respondem por 70% da produção. Esses números evidenciam que é possível
eliminar mais da metade das plantas da atual área usada com cajueiro, sem
causar redução imediata significativa na produção de castanha.
O Sistema Cooperativo de Pesquisa Agropecuária (SCPA), através da
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EMBRAPA/EPACE, desenvolveu, durante as duas últimas décadas, pesqui
sas que se constituem como expressivas contribuições para a mudança do
atual perfil da cajucultura. As tecnologias desenvolvidas nas áreas de me
lhoramento, propagação, sistemas de manejo e fitossanidade dão suporte
para o estabelecimento de estratégias capazes de promover a recuperação
e/ou renovação dos atuais pomares e assegurar produtividades elevadas, no
caso de expansão de novas áreas. No entanto, apesar de a pesquisa dispor
de tecnologia para melhorar substancialmente, a médio prazo, a atual produ
tividade do cajueiro, é apenas um segmento de um sistema mais complexo
que exige ações decisivas nas áreas de assistência técnica, crédito, finan
ciamento e a efetiva participação de produtores e industriais.
ALTERNATIVAS DE MANEJO
o atual panorama da cajucultura só poderá ser revertido, a partir do uso
de tecnologias direcionadas para a recuperação dos pomares de cajueiros
comuns existentes, utilizando eficientes sistemas de manejo e clones supe
riores.O CNPCa, com o intuito de elevar a produtividade da cultura e melhorar
a qualidade da castanha e pedúnculo, está recomendando medidas de ma
nejo de retorno a curto, médio e longo prazo para serem aplicadas nosatuais pomares e em novas áreas.
Apesar de se reconhecer que a eliminação seletiva e/ou substituição das
plantas inferiores por materiais melhorados reduza temporariamente a pro-·
dução, considera-se que com a diminuição da competição por água, luz e
nutrientes, as plantas superiores remanescentes expressarão o seu poten
cial produtivo, o que é um forte atenuante para a aplicação dessas técnicas
pelos produtores. Na recuperação de plantas pela substituição de copas, ha
verá, quase de imediato, incremento significativo da produtividade do pomar,
uma vez que serão usados materiais precoces superiores.
A renovação total dos pomares de cajueiro-comum ou a expansão de no
vas áreas somente deverá ser incentivada usando-se clones testados pela
pesquisa, com características de porte reduzido, precoce e de alta produção.
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Medidas de manejo para as áreas existentes
De acordo com as estatísticas disponíveis, é possível erradicar, recuperar
ou substituir cerca de metade da atual área plantada com cajueiro, sem que
haja uma significativa redução na produção de castanha, uma vez que as
plantas que estão ocupando tais áreas são atípicas ou de baixa produção.
Em razão da complexidade dos fatores de natureza agronômica e eco
nômica, envolvidos nos antecedentes e na estratégia de condução dos po
mares existentes, nem sempre uma alternativa de manejo proposta para um
pomar é a mais conveniente para ser usada em outro, considerando-se as
diferenças existentes no volume de investimento, nível tecnológico e prazo
exigido para se processar tais mudanças nos atuais sistemas de produção.
O problema se agrava nas extensas plantações, onde os riscos e incertezas
de uma produção compensadora são consideráveis, mesmo usando-se adu
bos, inseticidas e técnicas de manejo mais avançadas, em razão do baixo
potencial genético da maioria das árvores.
No entanto, existem técnicas e adequados sistemas de produção, que
podem ser transferidos para os produtores, com perspectivas promissoras de
elevar a produtividade da cultura do cajueiro no Nordeste.
Medidas a curto prazo
Eliminação das plantas atípicas
Nesse caso, considera-se que o produtor não está disposto a investir em
tecnologias mais onerosas e de retorno a médio prazo, como as técnicas de
recuperação de copas ou substituição por material melhorado. f..ssim, as
medidas de manejo sugeri das deverão ser de baixo custo e, no caso de
adubação química, direcionada apenas para as plantas de produção indivi
dual superior a 3 kg de castanha. Por conseguinte, as medidas de curto pra-
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zo objetivam, fundamentalmente, a redução dos custos de manutenção. No
entanto, a produtividade do pomar será incrementada indiretamente pela
redução do número das plantas atípicas, visto que haverá menor competição
entre plantas, beneficiando, portanto, as de maior potencial produtivo.
É reconhecida a existência entre 5% e 10% de cajueiros considerados de
produção irrisória (atípicos), descritos como "orelha de onça", "eucalipto" e
"castanhola" (Fig. 1). O primeiro tipo apresenta como característica princi
pal folhas pequenas, semelhantes à orelha de onça, enquanto os dois últi
mos lembram a arquitetura da copa daquelas espécies vegetais. Como es
sas plantas são pouco produtivas ou estéreis e sua ocorrência é baixa, deve
se elimina:'las de imediato, não sendo conveniente sua substituição, devido
à concorrência com as plantas adultas remanescentes e insuficiente repre
sentatividade na produção.
As práticas culturais recomendadas após a eliminação das plantas atípi
cas diferem quanto ao nível e classes de produtores de caju. No caso de
pequenas áreas, um eficiente controle deverá ser orientado, manualmente,
para erradicação e incorporação de ervas, restos de culturas anuais, poda de
limpeza e uma adubação orgânica e/ou química, na projeção da copa, nas
plantas produtivas. Sugere-se, também, a manutenção da folhagem do ca
jueiro caída ao solo, uma vez que essa prática facilita a retenção de água,
promove uma adequada infiltração, melhora a estrutura física do solo e reci
ela os nutrientes, além de controlar as ervas daninhas.
Nas médias e grandes áreas, o cultivo mecanizado é a forma mais usual
de manter sob controle as ervas daninhas, recomendando-se efetuar grada
gens, de cada lado das linhas de plantio, e roçagens do mato remanescente,
entre as linhas de cajueiro. As gradagens devem ser superficiais para evitar
danos no sistema radicular do cajueiro. Essa prática, além de reduzir os cus
tos de manutenção, não expõe em demasia o solo e diminui consideravel
mente a concorrência das ervas daninhas. É evidente que essas operações
só devem ser realizadas nos pomares que permitam a passagem da grade
na projeção da copa das plantas, evitando-se, portanto, a prejudicial prática
20
A) "CAST ANHOLA"
C) "EUCALlPTO"
Bi "CASTANHOLA"
O) "EUCALlPTO"
Figura 1 - Tipos de cajueiros comuns atfpicos
Fonte: ARAÚJO, J.P.P. & RODRIGUES, S.C. Sistema de seleção de sementes decajueiro para o plantio: Fator de produtividade. EMB~RAPA - CNPCa. CAJU/INFORMATIVO, ANO I, nQ 1. 1989.
21
da poda de levantar a saia do cajueiro. Essa prática danosa consiste na po
da da parte inferior da copa do cajueiro, o que implica a eliminação de mais
de um terço da área produtiva da planta e o aumento do custo de produção.
Após essas operações, proceder a retirada manual do mato próximo às plan
tas, usando-o como cobertura morta. Uma poda de limpeza deverá ser efe
tuada antes do início do fluxo fali ar. Recomenda-se o controle fitossanitário
somente quando for realizado o manejo da cultura. A adubação química só
é recomendada nas árvores identificadas como comprovadamente de alta
produção.
Medidas a médio prazo
Eliminação seletiva de plantas
Além das árvores atipicas, é reconhecida a existência, nos atuais poma
res, de cerca de 50% de plantas de baixa produção (menos de 3 kg de cas
tanha). Como essas plantas se distribuem aleatoriamente num pomar, é
possível sua eliminação e, em certos casos, a substituição por clones dos ti
pos anão-precoce e/ou comum de porte médio. A ocorrência de espaços li
vres após a eliminação pode assegurar uma menor competição entre as no
vas mudas e os indivíduos produtivos que permanecerão no pomar. Esses
espaços, quando possível, deverão ser ocupados por materiais superiores,
plantados próximos à antiga planta eliminada e/ou na mesma linha quando
se tratar de pomares ordenados.
Essa alternativa pode ser usada para os diferentes níveis de produtores,
desde que se faça, inicialmente, o mapeamento das plantas na área e a
avaliação da produção por, no mínimo, três anos consecutivos, em razão da
presença de plantas que apresentam instabilidade de produção e da in
fluência dos fatores climáticos. Quando se tratar de grandes áreas e houver
conveniência para o produtor, a eliminação das plantas de baixa produção
pode ser efetuada de forma gradual, mas sempre seletivamente. Não se jus
tifica a eliminação em fileiras alternadas, uma vez que, usando essa prática,
seriam eliminadas também diversas plantas produtivas.
22
Recuperação de copa
Uma medida alternativa para melhorar a uniformidade e produtividade de
pomares de cajueiros comuns adultos é a recuperação das plantas com pro
dução abaixo de 4kg de castanha, realizada a partir da substituição de co
pas, usando-se o método de garfagem à inglesa simples. Após controle in
dividual da produção, por, no mínimo, três anos consecutivos, identificam-se
as plantas de baixa produção cujas copas serão recuperadas. A técnica con
siste no corte do tronco dessas plantas, a uma altura de cerca de 0,70 m, e
realização da enxertia em novas brotações com materiais melhorados, de
porte reduzido, com castanha e pedúnculo portadores de características de
sejáveis e de elevadas produções (Fig. 2). As brotações ocorrem com
maior intensidade entre o 2º e 3º meses após o corte, o que permite a reali
zação da enxertia entre o 3º e 4º meses. Usando-se esse método, a recupe
ração das plantas atinge percentuais superiores a 92%.
A alternativa permite um eficiente controle das plantas recuperadas,
maior precocidade e elevada produção inicial do pomar. Além dessas vanta
gens, a produção original praticamente não é afetada, uma vez que são eli
minadas apenas as plantas de baixo potencial produtivo.
Extração da goma do cajueiro
A extração da goma pode constituir também uma opção para melhorar a
rentabilidade do cajueiro. O produto processado é um substituto perfeito da
goma arábica e pode ser empregado nas indústrias de tintas, de vernizes,
alimentícias e farmacêuticas.
A técnica consiste em efetuar cortes 110 tronco da árvore no sentido incli
nado ou em "V", e aplicar, em seguida, estimulantes como o ethrel e ácido
sulfúrico, com o intuito de aumentar a produção de goma da planta.
Como a pesquisa é recente e não se conhece o efeito da extração da
goma na produtividade da cultura, recomenda-se utilizar as plantas mais
23
a) Cajueiro adulto de baixaprodução
b) Corte da plantaadulta em bisei.
c) Brotações emitidas dotronco após o corte.
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d) Brotações selecionadaspara enxertia.
e) Enxertia de algumasbrotações.
f) Cajueiro recuperado.
Figura 2 - Recuperação de cajueiros adultos através da substituição de copas.
24
velhas e de baixa produção. Não se descarta, todavia, a exploração em
plantas produtivas, uma vez que estão sendo conseguidas produções mé
dias por planta acima de 750 9 de goma, o que pode viabilizar economica
mente essa alternativa.
As medidas de manejo da cultura, indicadas para as alternativas a médio
prazo, podem ser aplicadas por produtores de qualquer nível. Como se tra
tam de medidas cujos custos são significativos, há necessidade de um ade
quado planejamento, notada mente nas médias e grandes plantações. O
volume de lenha obtido após a eliminação de cerca de 50% das plantas po
de constituir um entrave na limpeza do terreno, caso não se estabeleça um
eficiente cronograma de eliminação e/ou recuperação das plantas de baixa
produção.
A manutenção dos pomares submetidos à aplicação dessas alternativas
deve contemplar medidas de controle de ervas daninhas, através de grada
gens e/ou roçagens, cobertura morta, adubação química, poda de limpeza e
controle de pragas, para que as plantas possam expressar, ao máximo, o
seu potencial produtivo.
No caso da eliminação seletiva, o plantio das novas mudas deverá ser
precedido de adubação orgânica, e, por ocasião do plantio, recomenda-se
aplicação de fertilizantes químicos, conforme a análise de solo. Em circuns
tâncias de maior sombreamento, não se aconselha o plantio de mudas nos
espaços livres devido, principalmente, à competição por luz com os cajuei
ros adultos.
No manejo das plantas recuperadas, através de substituição de copas,
devem ser consideradas as etapas referentes à seleção das brotações, téc
nica de enxertia e condução das plantas.
25
Medidas a longo prazo
Renovação total do pomar por clones
As alternativas a longo prazo fundamentam-se na renovação total das
áreas existentes com materiais cionados portadores de características de in
teresse como porte reduzido, precocidade e estabilidade de produção, ta
manho e peso da castanha e pedúnculo desejáveis, resistência a doenças e
pragas e elevada produção. O cajueiro-anão-precoce é, atualmente, o mais
indicado para a renovação ou expansão da cajucultura, pois permite plantios
em altas densidades, proporciona facilidades no manejo da cultura, tratos fi
tossanitários e colheita. O reduzido porte, precocidade e elevada produtivi
dade são fatores determinantes da redução dos seus custos de produção
quando comparados com o tipo comum.
Em decorrência da reduzida disponibilidade de material melhorado, há
necessidade da instalação de jardins clonais, segundo as mais avançadas
técnicas sugeri das pela pesquisa, incluindo adequado manejo, uso de insu
mos modernos e, se possível, irrigação. Esses jardins clonais devem ser
formados com mudas de materiais superiores diversos, oriundas das insti
tuições públicas ou privadas credenciadas, e implantados ao nível de coope
rativas, associações e produtores, com a finalidade de atender à oferta de
propágulos para os programas de renovação e/ou expansão da cultura. Con
siderando-se que no espaçamento de 5,00 m X 5,00 m um hectare comporta
400 plantas e que, com a idade de três anos, cada planta produz, em média,
80 propágulos (garfos), estima-se que 1 ha possa fornecer 32.000 garfos/a
no. Estimando-se em 50% a taxa de sobrevivência dos enxertos, usando-se
o método de garfagem à inglesa simples, a oferta de mudas por hectare/a
no, de jardim clonal, é da ordem de 16.000. Por conseguinte, um hectare de
jardim clonal, de três anos de idade, é suficiente para fornecer material ca
paz de renovar e/ou formar uma área de 18 ha com clones superiores, plan
tados no espaçamento de l,OOm X 1,00m.
No caso da renovação total do pomar de cajueiro-comum, sugere-se a
26
eliminação de fileiras em áreas contínuas, de forma gradual, não mais de
25% ao ano, a fim de evitar uma elevada perda de receita, decorrente da re
dução de produção e dificuldade na obtenção de clones superiores. O plano
de renovação estabelecido anualmente deve ser antecedido por uma minu
ciosa análise dos custos e receitas obtidos, no atual pomar, e da quantifica
ção dos custos e benefícios incrementais, advindos da adoção da nova tec
nologia.
As plantas podem ser eliminadas através de derrubada mecânica, uso de
moto-serra ou pOda drástica, seguida de aplicação da mistura, contendo 2,4
O a 5% e óleo diesel a 95%. Após o preparo da área a ser renovada, proce
de-se a instalação do pomar, usando tecnologia melhorada, preconizada pa
ra clones de porte reduzido de alta produção. As técnicas sugeridas pela
pesquisa incluem plantio em altas densidades, manejo adequado, uso de
adubação e tratos fitossanitários.
Do ponto de vista econômico, a principal vantagem da renovação do po
mar, através do uso de clones superiores, decorre do menor custo de insta
lação se comparado com o investimento requerido para expansão de novas
áreas com cajueiro. O custo de renovação, por hectare, dos atuais plantios
está estimado em cerca de 65%, em relação ao de implantação de novas
áreas com material cio nado, sem considerar-se o custo da terra. Como es
tratégia para a renovação dos atuais pomares, recomenda-se que seja ini
ciada, preferencialmente, naqueles com idade acima de 20 anos e que
apresentam produtividades inferiores a 300 kg de castanha por hectare.
Como a cultura do cajueiro foi instalada em algumas áreas consideradas
inaptas ou com sérias restrições, localizadas, principalmente, nas regiões
dos cerrados, carrasco e sertão, sugere-se que as propostas de renovação,
no caso dessas áreas, sejam antecedidas por estudos de viabilidade técni
co-econôm icos.
27
Medidas de manejo para áreas novasUso de clones de cajueiro-anão-precoce
A expansão de novas áreas, usando sistemas de produção semelhantes
aos até então conduzidos com cajueiro-comum, não é aconselhável, sob
pena de que os erros cometidos no passado sejam repetidos no futuro.
Apesar da existência de áreas favoráveis à expansão da fronteira agríco
la, principalmente no Piauí e, em menor escala, no Ceará e Rio Grande do
Norte, recomenda-se investir, preferencialmente, na recuperação e/ou reno
vação dos atuais pomares. É mais conseqüente e vantajoso para o setor
identificar e aproveitar as áreas consideradas aptas para a cultura, mas que
foram implantadas com material de inferior qualidade, e renová-Ias, gradati
vamente, com menores riscos e custos de produção do que investir em no
vas áreas.
No entanto, caso se estabeleçam novos paios de desenvolvimento agrí
cola no Nordeste ou em outras regiões do país, a expansão da cajucultura
só deverá ser estimulada em áreas com solo e clima propícios, usando clo
nes superiores de cajueiro-anão-precoce ou comum de porte médio. Neste
particular, as instituições de financiamento, apoiadas em diretrizes da pes
quisa, deverão estabelecer normas que beneficiem, com linhas de crédito
especiais, os produtores usuários de tecnologias avançadas.
Neste particular, as instituições de financiamento, apOiadas em diretrizes dapesquisa, deverão estabelecer normas que beneficiem, com linhas de crédi
to especiais, os produtores usuários de tecnologias avançadas.
A pesquisa dispõe de tecnologias capazes de elevar, substancialmente,
os níveis de produtividade da cultura, no caso de ampliação da fronteira
agrícola com cajueiro, a partir do uso de clones superiores, cultivados em
modernos sistemas de produção.
28
C.USTOS DE PRODUÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE MANEJO
Com base em informações da pesquisa e de cajucultores cearenses, fo
ram elaboradas contas culturais que expressam os gastos nas operações de
instalação e manutenção do cajueiro, em cultura pura. Essas contas cultu
rais referem-se às diversas alternativas de manejo propostas, considerando
se as práticas de eliminação das plantas atípicas e manutenção do cajueiro
comum (Tab. 7), eliminação seletiva do cajueiro-comum, através da substi
tuição por clones (Tab. 8), recuperação do cajueiro-comum, através da subs
tituição de copas (Tab. 9), recuperação total do cajueiro-comum, através da
substitu ição por clones (Tab. 1O) e implantação de novas áreas com clones
de cajueiro-anão-precoce (Tab. 11). É evidente que não se pode extrapolar
essas informações para toda a região Nordeste, considerando-se que os
rendimentos de algumas operações variam em função das classes de solo,
vegetação natural, facilidades operacionais e despesas com insumos.
Com base nessas contas culturais, relativas às diversas alternativas de
manejo, foram elaboradas as Tab. 12, 13, 14, 15 e 16, correspondentes a
cada uma das alternativas, nas quais estão resumidos os custos, rendimen
tos e receitas para um hectare de cajueiro, durante o período de doze anos.
Deve-se ressaltar que os rendimentos constantes das citadas tabelas se re
ferem a dados obtidos junto à EPACE e a dados de estimativas elaboradas
pelo CNPCa, enquanto os cálculos para obtenção das receitas foram ba
seados apenas na produção da castanha.
Na elaboração dessas contas culturais foram levados em conta apenas
os custos operacionais que incidem sobre a implantação e manutenção da
cultura, não sendo consideradas as despesas com terrenos, edificações,
máquinas e equipamentos, e outros, em razão de esses custos, entre propriedades, serem bastante diferentes e de difícil avaliação.
Deve-se considerar, também, que em razão das peculiaridades agronômi
cas e econômicas de cada unidade produtiva, a intenção na elaboração de
29
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H/D
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diversas contas culturais foi procurar subsidiar o produtor na tomada de de
cisão quanto à alternativa mais viável. É possível que, em certas circunstân
cias, uma alternativa de manejo possa ser usada isoladamente com suces
so, e em outros casos seja mais aconselhável a combinação de duas ou
mais alternativas, em função da área ocupada pela cultura, nível tecnológi
co do pomar, existência de material superior para substituição das plantas
de baixa produção ou mesmo capacidade de investimento do produtor.
DIRETRIZES PARA A CAJUCUL TURA
A consolidação da cajucultura nordestina depende do estabelecimento de
diretrizes que, além das definidas pela EMBRAPA/CNPCa, se apoiem em
ações políticas nas áreas de crédito, comercialização e incentivos à geração
e transferência de tecnologia. Há necessidade de uma ampla mobilização
dos governos federal e estadual e de representantes das associações de
classe para garanttr os meios financeiros e institucionais necessários à pro
moção da racionalização da cajucultura.
Crédito
Uma política de crédito adequada deve beneficiar os produtores que es
tejam dispostos a investir em tecnologias inovadoras. As diversas alternati
vas propostas pela pesquisa, para a recuperação e renovação dos pomares
'existentes, asseguram maior rendimento para a cultura, menores custos de
produção e abre opções para a decisão dos produtores quanto ao uso da
tecnologia. O crédito para expansão de novas áreas somente deve ser con
cedido às propostas que utilizem sistemas de produção com clones superio
res.
Como trata-se de cultura perene, prioritária para a sócio-economia do
Nordeste, deve-se estabelecer uma política de crédito a longo prazo, que
aloque recursos financeiros para investimento e custeio.
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40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
40.3
90,0
0
9.60
0,00
49.9
90,0
040
052
.000
,00
Not
as:
(1)
Con
slde
rou-
seo
rend
imen
tode
400
kglh
a.
(2)
Cus
toda
colh
elta
lkg
deca
stan
ha=
Cr$
24,0
0(1
hom
em/d
iaco
lhe
40kg
deca
stan
ha).
(3)
Preç
oda
cast
anha
aonl
vel
depr
odut
or=
Cr$
130,
00.
(4)
US$
=C
r$28
3,08
.
(5)
Salâ
rlo
mln
lmo
=C
r$20
.131
,68
(mai
o/91
).
TA
BE
LA
13-
Estim
ativade
custo,rendim
entoe
receitadá
ellmlnaç!lo
seletivade
cajuelro-comum
,e
substltulç!lopor
clones.
(1hectare
=100
plantas)
,.....
M
Ano
23456789101112
Ellm
lnaç!lo
19.950,00
Custos
(Cr$
1,00)
Manutenç!lo
Colheita
Total
Rendim
entokg/ha
Receita
(Cr$
1,00)
41.530,00
4.800,0066.280,00
20026.000,00
41.530,00
5.448,0046.978,00
22729.510,00
41.530,00
10.848,0052.378,00
45258.760,00
41.530,00
11.064,0052.594,00
46159.930,00
41.530,00
12.048,0053.578,00
50265.260,00
41.530,00
12.984,0054.514,00
54170.330,00
41.530,00
13.296,0054.826,00
55470.020,00.
41.530,00
15.720,0057.250,00
65585.150,00
41.530,00
15.720,0057.250,00
65585.150,00
41.530,00
15,720,0057.250,00
65585.150,00
41.530,00
15.720,0057.250,00
65585.150,00
41.530,00
15.720,0057.250,00
65585.150,00
Notas:
(1)C
onsiderou-seo
rendimento
de200
kgpara
os50%
dasplantas
adultas+
oIncrem
entoanual,
referenteà
produçAo
dosclones.
(2)C
ustoda
colheltalkgde
castanha=
Cr$
24,00(1
homem
/diacolhe
40kg
decastanha).
(3)Preço
dacastanha
aon!vel
deprodutor
=C
r$130,O
O/kg.
(4)U
S$=
Cr$
283,08.
(5)SalA
rlom
rnlmo
=C
r$20.131,68
(malo/91),
w (Xl
TA
BE
LA1
4-
Est
imat
iva
decu
sto,
rend
imen
toe
rece
itade
recu
pera
ção
deca
juei
road
ulto
,at
ravé
sda
subs
titui
ção
deco
pas
por
enxe
rtla
.
(1he
ctar
e=
100
plan
tas)
Ano
Rec
uper
ação
13.4
40,0
0
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Cus
tos
(Cr$
1,00
)
Man
uten
ção
Col
heita
(1)
Tot
alR
endi
men
tokg
/ha
Rec
eita
(Cr$
1,00
)
40.5
70,0
0
4.80
0,00
58.8
10,0
0200
26.0
00,0
0
40.5
70,0
0
5.78
4,00
46.3
54,0
024
1 31.3
30,0
0
40.5
70,0
0
13.8
72,0
054
.442
,0057
8 75.
140,
00
40.5
70,0
0
14.2
08,0
054
.778
,00 5
9276.
960,
00
40.5
70,0
0
15.6
72,0
056
.242
,0065
3 84.
890,
00
40.5
70,0
0
17.5
68,0
057
.658
,0071
2 92.
560,
00
40.5
70,0
0
17.5
68,0
058
.138
,0073
2 95.
160,
00
40.5
70,0
0
21.1
92,0
061
.762
,0088
3 114.
790,
00
40.5
70,0
0
21.1
92,0
061
.762
,0088
3 114.
790,
00
40.5
70,0
0
21.1
92,0
061
.762
,0088
3 114.
790,
00
40.5
70,0
0
21.1
92,0
061
.762
,0088
3 114.
790,
00
40.5
70,0
0
21.1
92,0
061
.762
,0088
3 114.
790,
00
Not
as:
(1)C
onsi
dero
u-se
ore
ndim
ento
de20
0kg
para
os50
%da
spl
anta
sad
ulta
sm
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ento
anua
l,re
fere
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aos
caju
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.
(2)C
usto
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anha
=C
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(3)P
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nrve
lde
prod
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=C
r$13
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Cr$
283,
08.
(5)S
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Cr$
20.1
31,6
8(m
aiol
91).
TA
BE
LA15
•E
stimativade
custo,rendim
entoe
receitada
renovaçãototaldo
cajuelro-comum
,atravésda
substituiçãopor
clones.
(1hectare
=204
plantas)
Custos
(Cr$
1,00)A
noR
enovaçãoM
anutençãoC
olheitaT
otalR
endimento
kg/haR
eceita(C
r$1,00)
---117.520,00
69.850,00~
.......187.370,00
269.850,00
1.968,0071.818,00
8210.660,003
69.850,0018.120,00
87.970,00 75598.150,004
69.850,0018.792,00
88.642,00 783101.790,005
69.850,0021.744,00
91.594,00 906117.780,006
69.850,0024.576,00
94.426,00 1.024133.120,007
69.850,0025.536,00
95.386,00 1.064138.320,008
69.850,0032.784,00
102.634,00 1.366177.580,00
969.850,00
32.784,00102.634,00 1.366177.580,00
1069.850,00
32.784,00102.634,00 1.366
177.580,0011
69.850,0032.784,00
102.634,00 1.366177.580,00
1269.850,00
32.784,00102.634,00 1.366
177.580,00
Notas:
(1)Custo
dacolheita
porkg
decastanha
=C
r$24,00
(1hom
em/dia
colhe40
kgde
castanha).
(2)Preçoda
castanhaao
nlveldeprodutor
=C
r$130,00.
(3)US$
=C
r$283,08.
(4)Sal1lrlom
lnimo=
Cr$
20.131,68(m
alo/91).
(j)('f)
+::. o
TA
BE
LA1
6·E
stim
ativ
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o,re
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o-pr
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e=
204
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(Cr$
1,00
)A
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ta(C
r$1,
00)
152.
080,
00
66.0
10,0
021
8.09
0,00
266
.010
,00
1.96
8,00
67.9
78,0
082
10.6
60,0
0
366
.010
,00
18.1
20,0
084
.130
,007
55 98.
150,
004
66.0
10,0
018
.792
,00
84.8
02,0
0783 1
01.7
90,0
05
66.0
10,0
021
.744
,00
87.7
54,0
0906 1
17.7
80,0
06
66.0
10,0
024
.576
,00
90.5
86,0
01.02
4 133.
120,
007
66.0
10,0
025
.536
,00
91.5
46,0
01.06
4 138.
320,
008
66.0
10,0
032
.784
,00
98.7
84,0
01.36
6 177.
580,
00
966
.010
,00
32.7
84,0
098
.784
,001.36
6 177.
580,
0010
66.0
10,0
032
.784
,00
98.7
84,0
01.36
6 177.
580,
0011
66.0
10,0
032
.784
,00
98.7
84,0
01.36
6 177.
580,
0012
66.0
10,0
032
.784
,00
98.7
84,0
01.36
6 177.
580,
00
Not
as:
(1)F
oram
cons
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com
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(2)C
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(3)P
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stan
haao
nrve
lde
prod
utor
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r$13
0,00
.
(4)U
S$=
Cr$
283,
08.
(5)S
alâr
iom
rnim
o=
Cr$
20.1
31,6
8(m
alo/
91).
Investimento
A maioria dos produtores não dispõe de capital suficiente para realizar in
vestimentos na cultura. O longo perlodo para a estabíilzação aa produção,
os elevados custos de implamação e as altas taxas de juros com correção
plena não estimulam os produtores a captarem recursos de terceiros. O cré-
dito para investimento ceve ser adequado a essas condições e, pnncipal
mente, servir de estímulo à adoção de tecnologias inovadoras. [\lesse caso,
os produtores que lnvimam na recuperação €i renovação aas areas existen~
tes OU~ 6\/entuaimente, na expansão ae novos pornares cor'! Gior~essuperkr
res devem ser beneiiciados com tavorecídos, insurJcs SUbs~c1iadose
adequados prazos ae carência. pequenos e médios pn:)o:utclfE}S, ('lue são
menos capitalizados e que geralmente não têm acesso aos recursos de in
centivos fiscais, devern ser os oríncipais oenei'iciários C;08 recursos de inves~
timentas"
Custeio
o aspecto funaamenta! para o crédito de custeio é 2 visitJiiiZ9:çáD oa atí~
vidade produtiva, para a qual o oreço oago ac produtor de castarma assume
papel decisivo na sua opção oe apiícar ou não rf'3CLWSOS na me-
Iharia dos tratos culturais requeridos pela Gultura. O de cusU':Jío deve
ser suficiente oara aquisição dos insumos indicados s:s!srr;SlS de
dução e oportuno para efetivação das diversas operações come
gradagem, roçagem, poda, adubação, aplicação de e
A liberação dos recursos de custeio deve acorrer dS!OrrnEi
uma no iº semestre para atender a tratos culturais e a outra no
para fazer face aos gastos com colheita.
Preços
serT1estre
A adoção de novas tecnologias na cajucultura está comprometida não só
41
por uma política de crédito inadequada, mas também pelos instáveis preços
praticados na comercialização da castanha, com repercussões danosas no
processo de capitalização dos produtores.
O setor industrial alega que necessita adquirir a matéria-prima num curto
período e estocá-Ia durante mais de um ano, requerendo considerável aporte
de recursos para a transação e altos custos financeiros. Além disso, consi
dera que o preço da AGG no mercado externo funciona como um balizador
de preços da castanha, ao nível de mercado interno.
Já o produtor, além das incertezas do processo produtivo, está sujeito aos
.riscos das imperfeições do processo de comercialização da castanha. A ver
dade é que fica à mercê dos poucos compradores, integrantes da rede de
atacadistas ou indústrias, as quais são de fato os agentes formadores dos
preços da castanha. Esses segmentos contam com adequado nível de orga
nização associativista, capacidade de estocar significativas quantidades de
matéria-prima e mecanismos financeiros que facilitam interferir no processo
de comercialização da castanha.
Na Tabela 17 observa-se que o preço recebido pelo produtor, no período
1979/89, sofreu acentuadas oscilações, de ano para ano, variando de US$
1,55/kg (dez/76) a US$ 0,18 (dez/89), enquanto a Tabela 18, que expressa
as cotações internacionais de AGG, no mesmo período, mostra uma varia
ção de apenas US$ 3,54/kg (fev/83) para US$ 7,50/kg (maio/87). A defasa
,gem entre os preços da castanha e da AGG se torna evidente quando se
confrontam os preços médios do primeiro e último triênio das Tabelas 17 e
18. Em 1979/81, o preço da matéria-prima correspondia a 17% da cotação
internacional da AGG, enquanto no período 1987/89 decrescia para apenas
9%.
Os preços praticados nos mercados interno (castanha) e externo (ACe)
sugerem, portanto, que o repasse ao produtor não tem ocorrido na mesma
proporção, sobretudo nos momentos de alta cotação da AGG no mercado in
ternacional (Figuras 3 e 4).
A partir da organização dos produtores em cooperativas ou associações e
42
TA
BE
LA17
-Preço
recebidopelo
produtorde
castanhade
caju,em
US$/kg',
noperrodo
1979/89.
Ano
M~S
JAN
FEV
MA
RA
BR
MA
lJU
NJU
LA
GO
SET
OU
TN
OV
DE
ZM
~DIA
1979
0,730,740,700,680,730,750,930,740,881,091,101,170,85
19801,121,341,281,331,251,111,091,021,101,081,171,211,17
1981
1,111,030,950,990,950,920,890,780,680,630,650,630,85
19820,620,580,570,550,570,500,500,500,480,430,420,410,51
19830,410,390,360,340,340,290,270,250,240,270,491,340,41
19841,341)191,181,221,151,071,140,970,830,640,480,590,98
19850,740,630,610,530,600,650,710,670,650.951,041,210,75
19861,431,341,131,151,351,421,461,511,471,221,221,551,35
19871,441,260,990,870,710,850,810,720,620,620,560,630,84
19880,460,620,610,700,760,790,840,730,460,510,450,370,61
19890,270,240,270,310,320,260,230,240,210,240,240,180,25
M~D
IA
0,860,800,750,760,780,770,770,720,670,670,690,810,75
Fonte:C
omissão
Estadual
dePlanejam
entoA
grfcola(C
EPA
-CE)
'Valores
corrigidospara
dezembro/89
(US$
=N
Cz$
9,334).
C')
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..j:
>.
TA
BE
LA1
8·C
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lkg,
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79/8
9.
Ano
M~S
JAN
FEV
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LA
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OU
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1979
3,74
3,74
3,80
3,81
3,92
4,05
4,22
4,40
4,42
4,64
4,70
4,86
4,19
1980
5,37
5,74
5,52
5,63
5,92
6,03
6,07
6,16
6,23
6,30
6,38
6,42
5,98
1981
6,67
6,95
7,17
7,02
7,26
7,24
7,15
6,90
6,70
6,40
6,93
6,93
6,94
1982
6,68
6,27
6,12
5,13
4,86
4,82
5,30
5,34
5,00
4,93
4,44
4,02
5,24
1983
3,63
3,54
3,56
3,61
4,14
4,11
4,25
4,58
4,38
5,00
5,85
5,61
4,35
1984
5,79
5,30
5,81
5,72
5,72
5,56
5,21
4,97
4,75
4,47
4,33
4,75
5,20
1985
4,64
4,09
3,98
4,27
4,75
5,21
5,39
5,54
6,12
6,25
6,78
7,06
5,34
1986
6,97
6,56
6,51
6,69
6,71
6,67
6,80
7,00
7,28
7,15
7,45
7,50
6,94
1987
7,13
7,08
6,67
7,08
7,50
7,37
7,13
7,08
6,93
6,84
6,60
6,67
7,01
1988
6,78
6,62
6,80
7,06
7,04
6,62
6,05
6,40
6,45
6,18
6,14
5,90
6,50
1989
5,85
5,76
5,74
5,59
5,50
5,32
5,06
5,17
4,95
4,88
4,93
4,93
5,31
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73
Font
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Agr
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980.
de uma eficieme política de garantia de preços, será possível evitar as osci~
iações indesejáveis nos preços da castanha. A exemplo do que acontece
com outros produtos de exportação como o suco de laranja, que dispõe de
rr18canismo de atrelar o preço da matéria-prima às cotações de suco no
mercado externo, para o caso da castanha de caju pOderia ser usado meca
nisrno semelhante, com o Intuito de, procurar solucionar o impasse e evitar
um possível colapso na oferta de matéria-prima para a agroindústria do caju.
Tecnoiogia
As diretrizes norteadoras da recuperação da cajucultura devem estar,apoiadas na geração e adaptação de tecnologias direcionadas principalmen-
te para o meir1oramento genético, propagação vegetativa, sistemas de ma
nejo e controle titossanitário. Ao Sistema Cooperativo de Pesquisa Agrope
cuária, através da coordenação do Centro Nacional de Pesquisa de Caju,
caberá, além desse relevante papel, prestar serviços de consultoria, fomecer
material propagaUvo básico e apoiar a instalação de jardins clonais, ao nfvel
ele associações, cooperativas e iniciativa privada, com o intuito de dar supor
te às ações que visem recuperar e/ou expandir a cajucultura.
A pesquisa voltada para o aproveitamento e melhoria dos produtos do
caJu constitui também segmento capaz de provocar mudanças positivas no
nível de renda dos produtores, As instituições da área de tecnologia agroin
dustrial, sensíveis ao desenvolvimento de produtos e processos, em peque
na escala, devem desenvolver projetos de pesquisa direcionados, principal
mente, para as micro e pequena empresas que se instalem nas zonas de
produção da matéria-prima,
Às instituições de ciência e tecnologia cabe, também, estabe-Iecer um
amplo programa de treinamento e capacitação de mão-de-obra de nível mé
dio, para atender à demanda de viveiristas, enxertadores e técnicos agrícola
e industrial.
Uma das formas mais eficientes de repasse de tecnologias é a instalação
45
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1977
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Fig
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1977
1978,
1979
1980
1981
1982
1983
1984
AN
O
1985
1986
1987
1988
1989
Figura
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Variação
anualdos
preçosde
castanhae
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Fonte:
CE
PA
/CE
de Unidades Demonstrativas, através de equipes dedicadas especialmente
à cajucultura das Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão
Rural. Como estratégia complementar para estimular os produtores a adota
rem novas tecnologias, há necessidade de implantação de um ambicioso
programa de difusão, que contemple realização de dias de campo, demons
tração de técnicas pela televisão e divulgação de inovações tecnológicas
em feiras, seminários, cursos práticos e através de material didático. A es
sas Empresas, juntamente com instituições congêneres, cabe estimular a
organização de associações ou cooperativas de produtores de caju, cujo in
teresse seja a comercialização elou aproveitamento industrial da castanha,
pedúnculo e outros produtos, como, por exemplo, a resina.
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
o atual panorama da cajucultura somente poderá ser revertido, a partir de
profundas mudanças na tecnologia de produção e estrutura de mercado.
Os resultados conseguidos pela pesquisa asseguram novos horizontes
para a cajucultura, considerando-se a obtenção de danes de alta produção e
as promissoras conquistas nas áreas de propagação vegetativa e sistemas
de produção alternativos. Os sistemas propostos permitem maiores produti
vidades aos pomares e melhoria da qualidade da castanha e do pedúnculo,
tornando a cajucultura uma atividade economicamente viável. Além da ge
ração e adaptação de tecnologias, a pesquisa deve fortalecer a capacitação
de recursos humanos e apoiar ações que tornem o setor mais eficiente e
competitivo. O estabelecimento de linhas de crédito a fundo perdido ou al
tamente subsidiadas constitui mecanismo capaz de dar suporte e assegurar
continuidade aos projetos de pesquisa, de interesse dessa agroindústria.
Aos serviços de assistência técnica e extensão rural compete fazer che
gar, ao usuário, a tecnologia desenvolvida pela pesquisa, através de moder
nos processos de difusão. As alternativas de manejo propostas devem me
recer divulgação especial, nos diversos meios de comunicação.
48
Aos produtores de caju caberá apoiar e participar das iniciativas da pes
quisa e extensão, cedendo áreas e alocando recursos para o desenvolvi
mento de programas de interesse do setor. Os produtores e as associações
devem se engajar na produção de mudas certificadas de clones de cajuei
ros-anão-precoce e comum de porte médio, com a orientação e acompa
nhamento da pesquisa e das comissões estaduais de sementes e mudas.
As associações, cooperativas e sindicatos devem ser incentivados, pois
constituem órgãos de classe legítimos e os mais indicados para interferir em
defesa da cajucultura. Essas instituições podem, também, desempenhar re
levante papel como indutoras da instalação de agroindústrias associativas,
nas áreas de produção de matéria-prima, cujo objetivo seja o aproveitamen
to integral dos produtos de caju.
É fato inconteste que somente com aumento da produtividade e com
uma política de garantia de preços da castanha compatíveis com os custos
de produção, é possível dar maior segurança ao produtor e motivá-Io a in
vestir na cajucultura. Um mecanismo capaz de evitar as indesejáveis flutua
ções ao nível de produtor é estabelecer uma relação proporcional entre os
preços da castanha e as cotações da ACC praticadas no mercado externo.
Há necessidade de estabelecer uma política de crédito especiai que es
timule a modernização dos atuais sistemas de produção no uso dE< tecnolo
gias agrícolas avançadas e de estrutura agroindustrial e mercantil condizen
tes com o caráter perene da cultura. Como existem diversas linhas do Fun
do Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) que contemplam
segmentos da agricultura e indústria com juros, encargos e prazos de carên
cia diferenciados, cabe aos setores público e privado, identificados com a
atividade, desenvolver esforços junto às instituições financeiras, visando es
tabelecer uma política de crédito realista que incentive e favoreça o uso de
tecnologias inovadoras na agroindústria do caju"A criação de um fundo de apoio à recuperação da cajucultura, constituído
através de recursos provenientes do ICMS da castanha e das e1<:portações
da amêndoa e LCC, cujo objetivo seria fortalecer a pesquisa, extensão, pro
dução e comercialização, constitui uma iniciativa de grande alcance para a
mudança do atual perfil da cajucultura nordestina.49
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