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1 A DINÂMICA DO CRESCIMENTO URBANO NA CIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA: A VERTICALIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES NO BAIRRO CANDEIAS Edilene Alves Rodrigues Resumo: A questão central investigada fundamentou-se na compreensão da dinâmica do crescimento urbano na cidade de Vitória da Conquista, focalizando das implicações da verticalização do bairro Candeias como um elemento desse processo. No contemporâneo decurso de crescimento do meio urbano, tornou-se sedutora a necessidade de analisar a rápida expansão dessa área, pois a verticalização concentrada tem ocorrido e gerado muitas transformações, sejam elas arquitetônicas ou de valor no uso do solo. Como a verticalização no espaço urbano conquistense é algo que se encontra em pleno processo de desenvolvimento, assegurar que danos futuros poderão se tornar uma realidade é arriscado, mas entender os fatores e agentes que atuam nesse sentido é uma premissa para vislumbrar tal possibilidade. Palavras-chave: cidade; verticalização, crescimento. A b s t r a c t : The central question investigated was based on understanding the dynamics of urban growth in the city of Vitoria da Conquista, focusing on the implications of vertical integration in the neighborhood Candeias as an element of that process. In the course of contemporary urban growth, it became appealing to the need to examine the rapid expansion of this area, because the vertical concentration has occurred and generated many changes, be they architectural or value of land use. As the vertical space in urban conquistense is something that is in the process of development, ensuring that future damage can become a reality is risky, but to understand the factors and agents that act in this sense is a premise to envision such a possibility. Keywords: city; vertical, growth. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1

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dinamica vitoria da conquista

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  • 1A DINMICA DO CRESCIMENTO URBANO NA CIDADE DE VITRIA DACONQUISTA: A VERTICALIZAO E AS TRANSFORMAES NO BAIRRO

    CANDEIAS

    Edilene Alves Rodrigues

    Resumo:A questo central investigada fundamentou-se na compreenso da dinmica do crescimentourbano na cidade de Vitria da Conquista, focalizando das implicaes da verticalizao dobairro Candeias como um elemento desse processo. No contemporneo decurso decrescimento do meio urbano, tornou-se sedutora a necessidade de analisar a rpida expansodessa rea, pois a verticalizao concentrada tem ocorrido e gerado muitas transformaes,sejam elas arquitetnicas ou de valor no uso do solo. Como a verticalizao no espao urbanoconquistense algo que se encontra em pleno processo de desenvolvimento, assegurar quedanos futuros podero se tornar uma realidade arriscado, mas entender os fatores e agentesque atuam nesse sentido uma premissa para vislumbrar tal possibilidade.

    Palavras-chave: cidade; verticalizao, crescimento.

    A b s t r a c t :The central question investigated was based on understanding the dynamics of urban growthin the city of Vitoria da Conquista, focusing on the implications of vertical integration in theneighborhood Candeias as an element of that process. In the course of contemporary urbangrowth, it became appealing to the need to examine the rapid expansion of this area, becausethe vertical concentration has occurred and generated many changes, be they architectural orvalue of land use. As the vertical space in urban conquistense is something that is in theprocess of development, ensuring that future damage can become a reality is risky, but tounderstand the factors and agents that act in this sense is a premise to envision such apossibility.

    Keywords: city; vertical, growth.

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  • 2INTRODUO

    As mdias e grandes cidades brasileiras, na sua quase totalidade, surgiram ecresceram sem o devido planejamento efetivo para a conservao das reas verdes,arborizao das ruas e construo de parques e praas. Com o desenvolvimento dasatividades econmicas a apropriao dos espaos tornou-se cada vez mais intensa e rpida.Grandes reas de vegetao natural cederam lugar para o desenvolvimento das reas urbanasocasionando, enquanto saldo, graves impactos ambientais.

    As reas urbanas constantemente alteradas pelas interferncias das atividadeshumanas, na maioria das vezes surgiram e cresceram sem planejamento ambiental.

    evidente que a interveno humana na natureza importante para a sobrevivncia.Contudo, o modo como essa interveno humana realizada, faz com que as suasconseqncias para o meio ambiente precisem ser revistas. necessrio encontrar formasracionais de intervir na natureza a fim de que os ambientes naturais possam coexistir com osambientes urbanos.

    A atual composio do espao urbano brasileiro resultado das transformaesurbanas no decorrer da histria. A partir da dcada de 1940, o nmero de cidades aumentou.Muitas delas apresentaram um intenso crescimento, crescimento esse que no visou garantir aproteo ao meio ambiente, pois seu nico foco era e continua sendo a apropriaodesordenada das reas. De modo geral, o crescimento das cidades no seguiu uma orientaoou planejamento. Um grande contingente de lotes foi sendo ocupado apresentando porconseqente uma expanso desordenada, ocasionando com isso o aumento das reas ocupadaspelas cidades.

    A cidade de Vitria da Conquista, um promissor centro regional do Estado daBahia, evidencia bem esse processo. A expanso da cidade tem ocorrido de modo evidente eintenso nas ultimas dcadas. Contudo o que se observou foi a displicente ao do PoderPublico Municipal frente proteo das reas passveis de preservao.

    O municpio um dos maiores e mais populosos do Estado, estando localizado namicrorregio do Planalto da Conquista, sudoeste do Estado, numa altitude superior a 900metros. Sua sede encontra-se situada nas coordenadas 14 50 53 de latitude sul e 40 5019 de longitude oeste, nas encostas da Serra do Periperi e na esplanada que da se descortina.

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  • 3No passado o municpio ocupava uma vasta rea, que abrangia quase toda a regiodo planalto. Com a emancipao de vrios de seus distritos, o territrio ficou bastantereduzido, sendo que a sua rea hoje de 3.204 km segundo o Instituto Brasileiro deGeografia e Estatstica (IBGE).

    A questo central a ser investigada fundamentou-se na compreenso das implicaesda verticalizao do bairro Candeias como um elemento do crescimento urbano da cidade,avaliando as conseqncias desse crescimento urbano para o meio ambiente da cidade.

    Mapa 01 MAPA DE LOCALIZAO DA REA DE PESQUISA EMVITRIA DA CONQUISTA - Ba: BAIRRO CANDEIAS, 1997.

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  • 4Fonte: Wikipdia, 2007 e Prefeitura Municipal de Vitria daConquista, 1997.

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  • 5O Bairro Candeias um bairro que nos ltimos cinco anos tem passado por umintenso crescimento com a construo de grandes condomnios e edifcios residncias. O quese procurou com isso foi identificar as principais fases desse processo, bem como suascaractersticas e os impactos causados junto populao em geral. Houve a preocupao deidentificar os agentes sociais que dele se beneficiaram, ou no, como tambm se buscouobservar se existiram por parte dos agentes responsveis por esse crescimento, algum tipo depreocupao com o meio ambiente ou com a instituio de reas verdes.

    No contemporneo processo de crescimento do meio urbano, tornou-se sedutora anecessidade de analisar rpida expanso dessa rea, rea essa que foi o objeto de estudodessa pesquisa por suscitar alguns questionamentos. Quais agentes atuam n decurso daverticalizao urbana conquistense? Em algum momento existe ou existiu algum tipo depreocupao como a criao de reas verdes? Quais as conseqncias que essas novasocupaes podero trazer para o ambiente urbano? Apesar de importante e fundamental para acidade como um todo, a verticalizao tem beneficiado a quem? Questionamentos esses queesperamos ter elucidado no decorrer da pesquisa.

    Nesse contexto essa pesquisa se props a averiguar esses dentre outrosquestionamentos que surgiram no decorrer do projeto. Uma pesquisa ampla e competente acincia geogrfica que tem como prerrogativa a transformao do meio ambiente pela aohumana.

    A composio de um trabalho pautou-se sobre a busca de uma compreenso relativas alteraes ocorridas e que ainda vo ocorrer no espao geogrfico.

    A compreenso dos contedos geogrficos foi de grande relevncia, pois somentepor meio deles se tornou possvel explicar os fenmenos nos quais esto inseridos os espaosurbanos e os resultados de suas alteraes para o meio ambiente, com o intuito de identificaros problemas e apontar possveis solues para os mesmos.

    Atravs da compreenso dos processos verificados no espao urbano a elucidaogeogrfica possibilitou a compreenso da natureza dos problemas relacionados ao meioambiente nas aglomeraes urbanas.

    nesse conjunto de eventos que se articulou o estudo propondo-se a evidenciar arelevncia das rpidas modificaes pelas quais passa o espao urbano a ser estudo, frente crescente apropriao do meio ambiente para a criao de novas reas urbanas.

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  • 6Essa pesquisa ganhou importncia para o meio acadmico a partir do momento emque, a nvel terico, evidenciou e discutiu a atual conjuntura na qual se encontra inserido omeio ambiente face ao acelerado crescimento desordenado no qual se encontra a cidade.

    Sendo assim, o estudo se props a responder as questes sem, contudo, ter a intenode exaurir a temtica, haja vista, que o crescimento urbano esta sempre se modificando, o quedemonstra a necessidade de que novas pesquisas estejam sempre sendo feitas.

    O entendimento das causas que fomentam o desordenado crescimento do espaourbano enquanto um pressuposto terico possibilitou-nos compreender as implicaes dessecrescimento para o meio ambiente. Nesses termos, a compreenso dos problemas ambientaisurbanos contribui de forma direta para que a sociedade possa se tornar um grande agentemodificador consciente da construo responsvel do espao.

    Seus resultados apresentaram o entendimento de um processo ocorrido principalmentenas mdias e grandes cidades, que nos ltimos anos tem passado por um intenso processo decrescimento tanto horizontalizado quanto verticalizado, entretanto, essa pesquisa limitou-se aestudar especificamente o fenmeno da verticalizao no Bairro Candeias, localizado numacidade mdia, com aproximadamente 300 mil habitantes, que como qualquer outra do mesmoporte sofre diversos problemas advindos do rpido e intenso crescimento urbano desordenado. A pesquisa proposta teve por objetivo principal analisar as implicaes do crescimentourbano para o meio ambiente na cidade de Vitria da Conquista com enfoque naverticalizao no Bairro Candeias. Alguns pontos mais especficos tambm foram analisadoscomo a identificao da disposio das reas verdes; a investigao da postura do PoderPublico Municipal frente aos servios de infra-estrutura; a verificao dos aspectos relativos constituio da rea; a discusso dos impactos positivos e negativos causados junto populao em geral. Para obteno dos subsdios relacionados composio desta pesquisa foramnecessrios o emprego de desprendidos procedimentos metodolgicos que deram respaldo sindagaes relacionadas a anlise da rea a ser estudada. Antes de dar incio ao trabalho emcampo fez-se necessrio a anlise das fontes documentais, que deram respaldo a investigao.

    A princpio, buscou-se encontrar os grupos adequados, procedendo a um trabalho decoleta dos dados. Esse trabalho se pautou na observao, nas pesquisas documentais e noslevantamentos cartogrficos e fotogrficos.

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  • 7 Por meio da pesquisa documental foi possvel investigar o processo histrico decomposio da rea e as razes do processo de crescimento urbano, por conseguinte permitirperceber a natureza desse processo. Os trabalhos j publicados se destinaram a ilustrar osprocessos propostos nesse trabalho.

    Os levantamentos cartogrfico e fotogrfico e a elaborao de mapas temticospossibilitaram demarcar espacialmente a rea de estudo apontando um mais compreensivoaprofundamento da pesquisa, pois a credibilidade da pesquisa esta profundamente ligada forma como foram coletados e interpretados os dados.

    A questo em discusso e as aes pertinentes a ela foram trabalhadas em trsmomentos: no primeiro, tem-se a discusso terica dos autores abordados. Tendo comodestaques a conceituao de cidade, e como o processo de verticalizao ocorre nas mesmas epor fim uma discusso sobre o crescimento urbano e suas conseqncias para o meioambiente. Para validao da discusso contamos com as contribuies de Nucci, Souza,Spsito dentre outros grandes nomes que se destacaram nas pesquisas das temticasabordadas.

    No segundo, foram apreciados os elementos que arranjam a composio do espaourbano municipal, a constituio urbana do municpio. Onde buscamos nortear um brevehistrico da constituio urbana de cidade bem como do bairro a ser pesquisado.

    No terceiro e derradeiro, tem-se a caracterizao da rea de estudo, caracterizaoessa que tem em vista proporcionar a apreciao dos resultados da pesquisa.

    Por concluso, tm-se as consideraes finais, onde buscou-se apresentar asterminaes alcanadas posteriormente a concretizao da pesquisa.

    1 A composio da cidade

    A cidade num sentido mais amplo pode ser definida como uma rea urbanizada, quese distingui de vilas e outras instituies urbanas por meio de vrios critrios, dentre os quaisse destacam o contingente e a densidade populacional e o regulamento legal. Segundo Carlos(2004), a cidade pode ser definida da seguinte maneira:

    A cidade, considerada uma construo humana, um produtohistrico-social; nesta dimenso aparece como trabalho materializado,

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  • 8acumulado ao longo do processo histrico e desenvolvido por uma serie degeraes (CARLOS, 2004, p.7).

    Em muitos casos, no entanto, o termo cidade tambm empregado para delinear umarea de urbanizao contgua. Para Limonad a cidade ,

    [...]um espao social complexo e pleno de contradies quesimultaneamente estimula e obstaculariza o desenvolvimento e reproduodas relaes sociais de produo a nvel geral, num movimento deconstruo de novos espaos e destruio/ apropriao de espaos pretritos(LIMONAD, 1999, p.78).

    Neste contexto torna-se possvel analisar uma questo relacionada a esse espao deconstruo social, a sua constituio interna decorrente das particularidades de suas referenteslocalizaes e da ao de meios econmicos sociais de carter mais universal. Essaobservao alude no interesse pela histria de cada cidade em particular para se compreenderseu desenvolvimento urbano e as conseqncias desse desenvolvimento, tanto para o espaoquanto para a sociedade.

    No decorrer da histria de cada cidade, tem-se a uma sequncia de fases deconstituio de edificaes de distintos tipos e estilos. Uma edificao nova no centrocombina, em muitos dos casos, com a demolio de edificaes antigas e, por conseguinte,com a leso de um referencial fsico da lembrana urbana. Cada nova gerao assume destemodo, o lugar da antecedente, perdendo-se gradualmente a histria antiga das cidades. Essadissenso muito intensa nas cidades contemporneas, onde as edificaes tornam-se cadavez mais verticalizadas.

    1..1A verticalizao das cidades

    Contemporaneamente a urbanizao de muitas cidades brasileiras tem enquantoproeminncia a verticalizao. Esta forma de expanso das cidades, cognominada em geral deverticalizao, expressa uma ao que se assinala pela constituio de edificaes com

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  • 9diversos pavimentos e que alude em vrias extenses de conotao associadas a subsdios damodernidade no espao urbano. Ainda que a verticalizao brasileira venha ocorrendo desdeos primrdios do sculo XX, os estudos sobre o tema s sero tratados com relevncia a partirdos anos 80. Contudo seu momento de grande desta que tem ocorrido nacontemporaneidade.

    A verticalizao sempre vista como um novo padro de transformao dapaisagem urbana. Segundo Costa, 2002 apud Tudini:

    Um elemento responsvel pelas modificaes morfolgicas e funcionais dapaisagem urbana, uma vez que ela produz solos adicionais superpostos,possibilitando, naturalmente, a sua multiplicao e provocando, em razodo aumento do potencial de aproveitamento, uma revalorizao do espao.(COSTA apud TUDINI, 2006, p. 51)

    Ela conduz a relevantes conflitos nas estruturas sociais e econmica das cidades,como por exemplo, alteraes na distribuio das classes sociais intimamente influenciadaspelas mudanas de valor e de uso do solo urbano. Nesse momento o poder pblico adotapapel de destaque disciplinando o processo por meio da legislao urbana, a qual nasceextremamente submissa aos negcios dos grupos que determinam este espao.

    A verticalizao est no cerne de uma batalha pelo espao urbano, essa batalha travada entre o antigo e o novo, entre o tradicional e o moderno. Ela pode ser assinaladacomo uma das fundamentais causas da perda da memria urbana, no entanto no aexclusiva. Averigua-se tambm o aniquilamento gradual das aluses e dos smboloshistricos.

    A verticalizao tida hoje como um componente do planejamento urbano que tempor finalidade o desenvolvimento da cidade, o melhoramento da qualidade de vida e asegurana de seus habitantes, bem como a valorizao da rea, a modernidade, oembelezamento urbano dentre outros pontos.

    Sahr (2000) determinam as etapas da composio do processo de verticalizao deuma cidade:

    Primeiramente as edificaes verticais concentram-se nas principais ruas eavenidas da cidade, formando eixos de desenvolvimento. Estes eixos voaumentando em nmero medida que o processo de verticalizao se

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    desencadeia. Num segundo momento tem-se uma verticalizaogeneralizada, com edificaes verticais cobrindo toda a rea central. Oterceiro momento marca um processo de adensamento da verticalizao,com a construo de novas edificaes verticais em reas onde outras j seencontram presentes. (SAHR, 2002)

    No entanto, ela tambm origina problemas srios cidade como o adensamentopopulacional e danos ao meio ambiente quando no se pratica uma infra-estrutura adequada.O que se averigua no processo de urbanizao das cidades brasileiras, que a verticalizao searquiteta com o propsito de gerar desenvolvimento para a cidade, de se alcanar ummelhoramento da qualidade de vida e da segurana de sua populao. Silva & Loch destacamque:

    A verticalizao traz, em si, a idia de modernidade, de embelezamento doespao urbano e de valorizao da rea, numa espcie de representaohegemnica entre os cidados. Os problemas srios da verticalizao so deadensamento populacional, a diviso das cidades em espaos ricos e favelase destruio do meio ambiente pela falta de infra-estrutura adequada. Arepresentao de modernidade inclui, portanto, um o modo social de aspessoas se sentirem includas nesse projeto do pas. (SILVA & LOCH,2006, p.11).

    A ao de verticalizao tida como uma das alegorias mais extraordinrias damodernizao urbana combina-se com as intensas mutaes pautadas nos aspectos social ecultural das habitaes e ao estilo de vida habitual das diversas classes sociais, principalmentedas classes mdia e alta. Segundo Sahr (2000)

    O morar em edificaes verticais normalmente visto como uma forma deascenso social. O status de se morar em um prdio est normalmenteassociado garantia de uma maior segurana. Uma equipe de empregados(pessoal de limpeza, guardio, porteiro, sndico, etc.) garante a manutenonos condomnios mais luxuosos. Nas edificaes verticais da classe mdiapermanece mantido o smbolo de status e segurana. A equipe deempregados que garante aqui a segurana das edificaes , entretanto,substituda por porteiros eletrnicos e interfones, reduzindo-se assim oscustos para gesto desta. (SAHR, 2000)

    Faz tambm parte do processo de verticalizao os agrupamentos de edificaesverticais, cognominados comumente de conjuntos, representam um procedimento coeso de

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    combinao entre expanso horizontal e vertical das cidades. O incremento desta forma demoradia sensivelmente mais pontual do que o dos prdios isolados; apesar disto, do mesmomodo cooperam para a verticalizao da cidade. Ao adverso dos prdios isolados, que serenem principalmente nas reas onde o preo do solo mais elevado, este padro denso deedificao passar a existir do imperativo de se proporcionarem moradias de massa o maisrazoavelmente barato. Sendo assim, estes conjuntos localizam-se principalmente nas reasperifricas da cidade, onde os preos do solo ainda so mais mitigados, no entanto isso no osrecusa das reas de solo mais valorizado . Desta maneira, observa-se uma alterao naconcepo do procedimento de verticalizao, que a princpio se ajeitava de maneira maiscentralizada, ocupando principalmente o centro das cidades e as zonas mais valorizadasdestas, passando mais recentemente a uma ao de descentralizao-concentrada, resultandoassim num adensamento preciso das periferias por meio de conjuntos verticais das classessuperiores.

    1..2 Os agentes sociais

    O processo de desenvolvimento das cidades na atualidade, principalmente as cidadesmdias, baseia-se no desenvolvimento do capitalismo imobilirio, esse capitalismo temgerado intervenes de ordens poltica e econmica no desenvolvimento e ocupao dascidades. Esta mudana nos padres, alicerada pela lgica capitalista induziu a umaprofundamento das diferenas econmicas, resultando na diviso cada vez maissegregacionista da ocupao das reas urbanas: de um lado os detentores dos meios deproduo e comerciantes, de outro, o operariado que dirige os meios de produo. Spositoelucida bem esse problema ao destacar:

    Os interesses fundirios e imobilirios so, sem dvida, os motoresprincipais da extenso da cidade. A lgica de produo do espao urbanotem sido orientada pela implantao de novos loteamentos e pelo contnuolanamento de novos produtos imobilirios de forma a atingir novosconsumidores e/ou estimular novas demandas queles que j haviamconsumido outros produtos imobilirios anteriormente. Essa lgica tem

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    levado os espaos urbanos a cresceram mais territorialmente do quedemogrfica ou economicamente, como atesta o crescente nmero de lotesno edificados, em cidades de diferentes portes. (SPOSITO, 2004, p.294)

    No faz muito tempo que essa realidade se apresenta apenas nas grandes cidades,como destacam Ueda, Coser & Gonalves:

    Os primeiros, enquanto habitavam suas grandes e limpas residncias, emlocais arborizados e no prximos das reas industriais; os ltimos,operrios, ocupavam de forma subumana reas prximas instalao dasfbricas, vivendo em casas que eram cubculos sem saneamento, midos,ficando merc de garantias para a manuteno da vida (UEDA, COSER &GONALVES)

    O nascimento desses pberes produtos imobilirios fez com que se reproduzisse deforma mais evidente a distino de espaos, passando a existir as chamadas novasurbanizaes perifricas que apresentaram uma dinmica transformada, sendo delimitadascomo novas periferias. Os autores ainda destacam o padro desses novos moradores:

    Aqueles que podem adquirir um exemplar dessas "coisas raras" constituemuma minoria, j que estes empreendimentos no so acessveis populaode baixa renda, uma vez que os mesmos esto cada vez mais agregandovalor, atravs de novidades disponibilizadas pelos agentes imobilirios.

    Essas novas reas passam a abrigar os condomnios horizontais. A edificao dessesnovos padres de moradia, alm de trazer segurana para seus moradores, busca tambmapresentar padres mnimos de qualidade, como espaos de lazer e reas verdes. Soarcabouos e caractersticas acrescidas aos condomnios para encarecer os imveis e, assim,selecionar economicamente seus moradores, mesmo os condomnios encontrando-se em reasque no so vistas enquanto nobres ou que possuem uma disponibilidade de equipamentos eservios pblicos em seu entorno, tm sido aproveitadas enquanto estratgias de especulaoimobiliria largamente empreendidas pelos agentes privados. Ueda, Coser & Gonalvesexemplificam muito bem essa nova conformao espacial:

    Tais condomnios sejam eles verticais ou horizontais passam a abrigarpopulaes de classes altas e maior poder aquisitivo do contato indesejadocom populaes de classes mais baixas, delimitando espacialmente e deforma bastante incisiva aquela diferenciao existente entre as habitaes,

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    sua localizao, sua populao, seus suportes de servios que ocorre formamais genrica e sutil em outros pontos da cidade.

    Aquela grande parte da populao que pode no poder adquirir um exemplar dessenovo padro de habitao constituem uma minoria, j que estes empreendimentos no sopensados para uma populao de baixa renda, uma vez que os mesmos esto cada vez maissendo acrescidos de valor.

    Nos bairros onde se localizam estes novos empreendimentos h uma grandeconcentrao de renda e uma populao alto nvel de escolaridade,enquanto fora desses "limites" h a concentrao de uma populao pobre eque depende muito das aes das esferas pblicas.

    A cidade se tornou um negcio e, inversamente, s disposies anteriores decrescimento do territrio, o que se tem na cidade hoje o espao planejado, decorrente dodesgnio e das estratgias de parcelamento fundirio e produo imobiliria. Se observarmos oexemplo da construo dos condomnios verticais estes esto situados em reastradicionalmente residenciais, cuja paisagem passa a ser modificada. As casas deixam deexistir cedendo espao aos edifcios.

    Os agentes que produzem e comercializam a verticalizao dividem-se em pelomenos trs tipos principais: os incorporadores, os construtores e os vendedores. Um mesmoagente pode, no entanto ostentar todos trs tipos, ou apenas um ou dois deles. Os tipos deagentes que produzem e comercializam os imveis podem, conseqentemente, agregar-se oudesagregar-se, estando sujeito ao modelo de empreendimento realizado. Ao incorporadorcompete a aquisio do terreno, a concordncia da planta do edifcio junto aos rgos pblicose o registro da incorporao no cartrio de imveis. ele que corre os riscos no negcio. Oconstrutor o fabricante do produto a ser negociado, no caso as edificaes. Este selecionado por meio da livre concorrncia entre corporaes construtoras. O vendedor oagente responsvel pela comercializao da mercadoria. Esta comercializao deliberada porunidades (apartamentos) e neste processo uma funo de proeminncia assumida pelasimobilirias.

    Um grupo que tem se aproveitado com grande maestria dessa nova conformao soos agentes imobilirios. Nesse grupo esto as construtoras, os incorporadores e as imobiliriasque investem em determinadas reas de atuao em produtos imobilirios especficos.

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    Segundo Ueda, Coser & Gonalves (2005), esse grupo [...] priorizam seus investimentos emedificaes predominantemente verticalizadas, levando a um uso concentrado e intensivo dosolo.

    Conforme o nmero de empreendimentos cresce e determinado local, tem-seenquanto tendncia a valorizao dos imveis da regio, advindo a uma agregao de valoratravs da especulao imobiliria.

    No entanto o aspecto ambiente tem sido deixado de lado, todas as atenes estocompletamente voltadas para a agregao de valor.

    1..3 Crescimento urbano e meio ambiente

    Conforme as pesquisas do IBGE, que datam de 2000, as alteraes urbanas,ocorridas no pas tiveram mais nfase entre as dcadas de 1970 a 1990, devido a expanso daeconomia beneficiada pelo processo de industrializao. Nesse processo, as reas urbanas setornaram o centro e a tendncia para a promoo econmica e social da populao. Emcontrapartida, essas reas foram sendo ocupadas de maneira desarranjada, sem a participaodo poder pblico atuado como um agente que visa fornecer a mnima infra-estrutura bsicanecessria e que se preocupa com preservao da natureza. de conhecimento da populaoque as reas tidas como ambientalmente frgeis foram ocupadas, inclusive, com acumplicidade do poder pblico. Com a desacelerao da economia no final do sculo XXpara ser mais preciso a partir da dcada de 1990, a situao nas reas urbanas se agravoumuito. Associado aos problemas sociais relacionados carncia de infra-estrutura adequadaeclodem os impactos ambientais, produtos de aes anteriores, que juntos compuseram o quese pode intitular de degradao socio-ambiental.

    Para muitos estudiosos a condio do meio ambiente institui enquanto fatorcategrico para que se tenha uma boa qualidade de vida. De acordo com Lombardo (1985):

    ...a qualidade da vida humana est diretamente relacionada com ainterferncia da obra do homem no meio natural urbano. A natureza

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    humanizada, atravs das modificaes no ambiente alcana maior expressonos espaos ocupados pelas cidades, criando um ambiente artificial.(LOMBARDO, 1985, apud GOMES & SOARES, 2004, p. 23)

    Deste modo a qualidade ambiental est diretamente associada qualidade de vida,pois vida e meio ambiente so inerentes, o que no quer dizer que o meio ambiente produza asmuitas configuraes e atividades relacionadas vida ou que a vida produz o meio ambiente.Pois, o que existe uma influncia mtua e um equilbrio entre os dois que se alteram degrandeza em perodo e espao.

    Para a ecologia a definio de meio ambiente est baseada apenas nos fatores queesto relacionados ao metabolismo e/ou comportamento de um ser vivo ou de uma espcie eos seres vivos que coabitam no mesmo espao. Souza, 2000, exemplifica bem essa definiopor meio da lei 6.938, de 1998, que rege a Poltica Nacional do Meio Ambiente, ao defenderque

    [...] o meio ambiente o conjunto de condies, leis, influncias einteraes de ordem fsica, qumica e biolgica que rege a vida em todas assuas formas (SOUZA, 2000, p. 30).

    J para a cincia geogrfica o meio ambiente se apresenta como a soma de todos osfatores fsicos, qumicos, biolgicos e scio-econmicos que atuam sobre um indivduo, umapopulao ou uma sociedade, assim pode ser definido o meio ambiente. PosteriormenteSouza, 2000, amplia a definio de meio ambiente ao utilizar a definio de Jos Afonso daSilva

    [...] meio ambiente a interao do conjunto de elementos naturais,artificiais e culturais que propiciam o desenvolvimento e o equilbrio davida em todas as suas formas (SOUZA, 2000, p.30).

    O modelo de crescimento econmico vigente na contemporaneidade est associadodiretamente ao crescimento industrial e urbano que termina por resultar no aumento dadegradao ao meio ambiente.

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    [...]a principal atividade lesiva ao meio ambiente e que faz parte daimplantao dos empreendimentos imobilirios, pelo menos em sua faseinicial em execuo ou projetada, o desmatamento visando ao preparo elimpeza do terreno para a construo e/ou urbanizao (ARAJO, 2001p.368).

    O descontrolado crescimento urbano provoca graves mudanas no clima, essasmudanas so: arrefecimento da radiao solar, da velocidade do vento e da umidade relativae acrscimo da temperatura, da poluio, da precipitao e de nvoa. Como o processo deurbanizao tem-se um incremento na impermeabilizao conseqncia da desenfreadasubstituio do solo por concreto. Os corpos d'gua e as reas verdes no encontram maislugar na luta pelo espao. A verticalizao faz com que a superfcie de concreto, com altacapacidade trmica, aumente. Todo este processo resulta na diminuio da evaporao,causando por consequente um aumento da rugosidade e da disposio trmica da rea. Estasdeformaes so os capitais parmetros que produzem as ilhas de calor encontradas nasgrandes cidades contemporneas. Segundo Monteiro, 1987 apud Nucci (1999, p.82).

    ... as presses exercidas pela concentrao da populao e de atividadesgeradas pela urbanizao e industrializao, concorrem para acentuar asmodificaes do meio ambiente, com o comprometimento da qualidade devida.

    A ilha de calor um fenmeno que agrava com a poluio no ambiente urbano.Sua dissipao fruto da ao dos ventos, deste modo, o incremento da rugosidade fruto daverticalizao das cidades pode dificultar a dissipao dos poluentes por causa da reduo dacirculao do vento. A amenizao desse problema e conseguida por meio de um arranjo dasreas verdes, que tambm vo servir para eliminar os poluentes do interior do cerne da cenaurbana.

    Nucci abaliza outras decorrncias da verticalizao

    A ocupao do espao areo, devido verticalizao da cidade, de formadesorganizada, tambm gera problemas relacionados com a qualidadeambiental. [...] a verticalizao aumenta a superfcie de absoro do calor[...] tambm aumenta a superfcie impermeabilizada fazendo com que a guaescoe mais rapidamente diminuindo a umidade do ar, a evaporao, atranspirao, o que faz sobrar energia para o aquecimento [...] com a

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    verticalizao o trfego aumenta e com isso a poluio tambm aumenta.(NUCCI, 1999, p.85)

    O modo como ocorre o uso e a ocupao do espao urbano pautando-se no arranjo dorelevo pode ocasionar expressivas alteraes no estrato trmico urbano. Sendo assim, odescontrole como se processa o uso e a ocupao desse solo inibe tecnicamente a implantaode infra-estrutura, podendo produzir altos custos para o processo de urbanizao e gerardesconforto ambiental, tanto no mbito trmico, acstico, visual ou de circulao. Todos essesfatores contribuem para a uma deteriorao ambiental que tem por consequncia um ambientedesagradvel para o convvio social. No entanto, para Mota 1980 apud Gomes & Soares 2004,p. 23 -24).

    [...]algumas caractersticas do meio podem ser usadas como elementos queorientaro a definio dos diversos usos do solo. Por outro lado, oconhecimento dos impactos ambientais das diversas atividades em um meiourbano importante no disciplinamento do uso do solo urbano.

    O essencial para as necessidades humanas o conhecimento que possibilite usar etransformar o meio ambiente sem necessitar destru-lo, pois as cidades so os espaos nosquais a Natureza se transforma em espao de coexistncia humano. Para Cruz 2000, deve-sebuscar uma integrao, pois

    [...] no limiar do sculo XXI [...] se presencia a necessidade cada vez maispremente, de reunir esforos para conciliar o desenvolvimentoscio-econmico proteo dos recursos naturais, qualidade de vida,integridade ecolgica e a equidade social. (CRUZ, 2000, p.105)

    J OLIVEIRA & HERRMANN 2001 defendem que

    [...] o crescimento tem se realizado por movimentos espontneos,orientados pela especulao imobiliria e pela apropriao indevida dedomnios morfoestruturais que possuem dinmica e propriedadesespecificas freqentemente ignoradas, os chamados impactos ambientaistendem a se multiplicar e a se repetir ao longo do tempo... (OLIVEIRA &HERRMANN 2001, p.171)

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    Contudo, hoje j no podemos mais pensar em desenvolvimento econmico e at nabuclica sobrevivncia do ser humano sem uma gesto racional do meio ambiente. Nascidades a compreenso de ambiente deve ser observada de modo mais abrangente, agrupandono apenas aspectos naturais, como tambm aspectos infra-estruturais e paisagsticos,indispensveis ao seu funcionamento enquanto espao de coexistncia humano. Gonalves &Guerra, chamam a ateno para a necessidade de que

    H tambm que se analisar os impactos no meio ambiente ocasionados pelaurbanizao, considerando as transformaes provocadas nos ecossistemase geossistemas, diretamente, pela construo de reas urbanizadas eindiretamente, pela ao de influncia e relaes (CHRISTOFOLETTI,1998 apud GONALVES & GUERRA, 2001, p. 198).

    Para que se tenha uma gesto racional do meio ambiente faz-se necessrio oestabelecimento de preceitos claros e precisos que descrevam de que forma o ser humanopode se apropriar dos recursos naturais e de que forma dever adotar cuidados para autilizao dos recursos ambientais, pois o desenvolvimento urbano tem ocorrido de formadesordenada, sem ponderar sobre as caractersticas e a diversidade do meio fsico.

    Para o poder pblico o adensamento de reas nas quais se o mesmo julga existirinfra-estrutura adequada parece ser visto com bons olhos. Entretanto, o aludido poder nobusca observar as consequncias que esse adensamento pode suscitar na populao como, porexemplo, a ampliao da densidade populacional. O aumento no nmero de prdios, deapartamentos, obedece a um aumento da populao e por conseguinte das necessidades deespaos ao ar livre para circulao, de reas verdes e de entretenimento. Com isto, passa aexistir um pleito em potencial de usurios que clamam por um aparelho mais amplo de reaslivres pblicas. Para Nucci (1999) possvel prever que

    [...]os impactos gerados no ambiente pela verticalizao vo de aspectosfacilmente identificados, como impermeabilizao total do solo, aumento dadensidade demogrfica, diminuio do espao livre, diminuio dainsolao, aumento do volume construdo, at as conseqncias maisdifceis de serem estudadas, como a alterao na dinmica dos ventos ecriao de microclimas alterando o conforto trmico da populao.Observa-se que a verticalizao est ocorrendo com grande vigor em vrios

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    centros urbanos sem nenhuma aluso ao ambiente como um todo, e esseadensamento trar, em um futuro prximo, conseqncias indesejveis paratodos os cidados. (NUCCI, 1999, p.86)

    Seja pelo frentico crescimento populacional, seja pela exploso das atividadessocioeconmicas, as cidades passam a ostentar a responsabilidade sobre os impactos daatuao humana na organizao da superfcie terrestre e na deteriorao do meio ambiente. Para Gonalves & Guerra as cidades

    [...] constituem hoje o maior exemplo de degradao ambiental, colocandoem risco a segurana e a qualidade de vida de sua populao, constituindoum palco de embates ecolgicos. (GONALVES & GUERRA 2001,p.190)

    A degradao que se observa decorre antes de qualquer coisa pelo modo como asmodificaes se realizam; de modo geral por meio de solues de curto prazo, sem nenhumenvolvimento com qualquer conhecimento srio de planejamento. Sendo assim, debater aqualidade bem como a preservao ambiental institui-se enquanto componente de grandeimportncia tendo em vista o valor do termo para o sculo XXI que se associa a um fortedesenvolvimento demogrfico e a uma sociedade de consumo acirrado, onde a deteriorao domeio ambiente ganha desgnio como uma das mais graves conseqncias do presente sistemaeconmico capitalista.

    2 A expanso urbana em Vitria da Conquista

    A dcada de 1940 foi tida enquanto um marco no crescimento e desenvolvimento dacidade, pois nesse perodo que se evidencia o eclodir das condies adequadas aodesenvolvimento de novas atividades econmicas tendo-se por decorrncia a ampliao damalha urbana e o avano da urbanizao. J no termino da dcada de 1980, a cidade comea avivenciar com mais avidez a verticalizao. Primeiramente no se estabelece em ambientescom infra-estrutura copiosa, antagonicamente, ela seria mais transitvel exatamente na

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    carncia desta condio ou na sua insuficincia. O bairro Candeias aparenta se emoldurarneste fato, pois nele se conforma um trecho em desenvolvimento, em que ocorre grandedisponibilidade de terrenos e presena coerente de infra-estrutura. Outro ponto seria a noexistncia de concorrncia acirrada pela terra urbana num primeiro momento, pautando-se ocrescimento vertical em outros fatores. Conquanto, esta representao tenha alterado naatualidade onde se ressalta uma busca exacerbada pela instalao da infra-estrutura necessriaa fim de atender os empreendimentos imobilirios j acabados ou em curso.

    2.1 O passado ajuda a entender o presente

    No limiar do ano de 1891, a Imperial Vila da Vitria, torna-se cidade e passa a sercognominada Vitria da Conquista. Nesse primeiro momento, era servida por umas poucasruas e duas praas.

    Aps 1930 o municpio d incio ao desenvolvimento em direo a Serra do Periperi.No sculo XX o municpio passou por intensas transformaes especialmente aps a dcadade 1940. Vitria da Conquista passou e tem passado por uma relevante ampliao de sua zonaurbana comprovada em boa parte das medias cidades brasileiras. A dcada de 1940, como j foi relatada no inicio, ponderada como um marco quando sebusca explicar o crescimento do cerne urbano do municpio. Conforme subsdios apresentadospelo grupo responsvel pela elaborao do Plano Diretor Urbano, o desenvolvimento do sitiourbano ocorreu de modo mais intenso a partir de 1944, pois at esse momento a cidade eraformada por uma malha central de tecido ininterrupto servida por uma infra-estrutura deservios bsicos. Passados dez anos a expanso se deslocou no sentido das rodovias, que jnaquele momento formavam um dos mais evidentes fatores de fascnio urbano e decrescimento. De 1955 at meados de 1974 foi passvel de nota um processo de ampliaocomparvel ao que j se vinha observando noutros momentos, demonstrando primordialmentetmidas inseres transversais no eixo de incremento do municpio.

    Os fatores que trabalharam como elementos de fascnio foram a implantao doaeroporto, a prtica de pberes loteamentos a sudeste e o saneamento de terrenos namencionada rea. Tm-se ao mesmo tempo a criao do Distrito Industrial dos Imbors, cujaorigem esta ligada s polticas do Governo Federal com observncia diminuio dos

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    desequilbrios da regio, tendo em vista interiorizar o crescimento industrial. Com esse fim,essas polticas se auxiliaram como medidas de iseno e renncia fiscal, criao de umainfra-estrutura bsica, concesso de crditos, dentre outros mritos.

    Em seguida a 1970, duas novas fileiras de desenvolvimento so introduzidas naeconomia do municpio: a cafeicultura e a indstria. O plo cafeeiro resultou numa grandemovimentao da economia regional, o que conjeturou num progresso substancial dapopulao municipal, no crescimento e diversificao do comrcio e das atividades do setortercirio. Com um crescimento acelerado e impreciso, a deficincia de saneamento bsico e aprecariedade da infra-estrutura acabaram criando no municpio, todas as dificuldadescaractersticas dos grandes centros urbanos do pas. Deste modo, seu desenvolvimento ocorreude modo desorganizado, o que implicou na carncia de equipamentos sociais bsicos, paragrande parte da populao. O setor industrial no se desenvolveu como ambicionado,ocorrendo por conta disso o fechamento de muitas indstrias.

    O processo de verticalizao no municpio , teve seu princpio entre o final dadcada de 1950 e incio da dcada de 1970, do sculo XX, em que foram arquitetados osedifcios do Hotel Aliana e do Banco Mercantil no centro comercial da cidade e, a partir dadcada de 1980, a cidade conhece um maior desenvolvimento vertical, principalmente,dedicado s moradias, agora, um pouco mais distante do centro, nas imediaes da Praa doGil, no Bairro Recreio.

    Em meados da dcada de 1980 vrios loteamentos foram sendo institucionalizadossem a menor ateno aos discernimentos do Plano Diretor Urbano. Os novos loteamentoseram situados entre terrenos irregulares e sem as mnimas condies de moradia queacolhessem aos pr-requisitos basilares para as questes urbanas do municpio.

    Com a crise do caf, no trmino dos anos 1980, adjunto aos problemas provocadospelo longo quadro de recesso da economia brasileira, em seu conjunto, a economia domunicpio passou a se destacar enquanto plo de servios. Esta disposio urbanaentusiasmou o desenvolvimento da atividade comercial, por consequente, alou o municpio acategoria de plo regional, admitindo com isso o papel de centro urbano de atuao regional.Tambm nessa dcada observou-se uma clara apropriao da terra, onde chegou a registrar odeferimento de 102 loteamentos.

    No momento que se avalia a composio resultante desse processo averigua-se que aconfigurao como foram constitudas as quadras dos loteamentos, constata-se que a sua

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    organizao e distribuio resultado, em muitas das circunstncias, do capital especulativo eimobilirio.

    O municpio se localiza em um acondicionamento extraordinrio, assim avaliado porsua localizao ser um fator importante que influi convenientemente em sua ampliaoeconmica.

    Atualmente Vitria da Conquista a terceira cidade mais populosa do Estado, sendoa capital Salvador e Feira de Santana, primeira e segunda, respectivamente.

    Desde a ltima dcada a cidade de Vitria da Conquista est inserida numa fase devasto crescimento urbano, em emprego de seu acondicionamento geogrfico privilegiado epelo fato de se destacar como um dos fundamentais plos econmicos da Regio Sudoeste doEstado e do norte de Minas Gerais. Esse estimvel crescimento do municpio, em parte,pode-se elucidar pelos fluxos migratrios tanto dos municpios adjacentes, como pela atraocampo-cidade. Nos ltimos anos tornou-se evidente vinda de pessoas de outros municpiosdo Estado e de todo os estados da federao em busca de oportunidades de trabalho, estudo ououtras reas que o municpio se enfatiza enquanto plo.

    Nos derradeiros 20 anos, a cidade proporcionou uma forte disposio de ampliaono sentido Sul-Sudeste, sendo que hoje o Leste encontra-se tambm num intenso processo deampliao, onde os espaos rurais esto aos poucos, sendo congregados malha urbana.

    Nos ltimos anos, o municpio tem sofrido grandes mudanas em seu sitio urbanocom a implantao de shopping, indstrias, construo de avenidas e criao de novosloteamentos que tendem a atender os mais diversos nveis de renda. Tem-se enquantodestaques desse processo de crescimento os bairros Recreio, Candeias, Boa Vista, EspritoSanto e Felcia.

    Recreio e Candeias, bairros conhecidos tradicionalmente, por serem habitados porfamlias de alto poder aquisitivo, tm passado por um intenso processo de crescimento, tantohorizontal quanto vertical, com destaque para as suas principais avenidas, Brasil, LuisEduardo Magalhes e Olvia Flores, onde o processo de verticalizao mais manifesto. Asinstituies de ensino privadas que nelas se encontram ou que esto situadas em suasproximidades muito tem colaborado para esse claro artifcio de desenvolvimento.

    2.2 O Bairro Candeias

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    A procedncia do bairro Candeias est associada implantao de loteamentos emparte de uma antiga fazenda com o mesmo nome, Candeias. Seu notrio e intensocrescimento nas ultimas dcadas esta relacionado a alguns vetores basilares, dentre eles sedestacam a implantao da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e de condomniosverticais e horizontais, a partir dos anos 1980. Hoje tem-se nessa rea a instalao deimportantes complexos educacionais particulares bem como a intensa produo decondomnios verticais e horizontais.

    O bairro hoje alm de se destacar como um dos bairros mais valorizados da cidade,com habitaes de alto padro de qualidade, e ainda tem sido palco, em uma de suasextremidades, da ocorrncia de habitaes verticalizadas, concentradas nas circunvizinhanasdas avenidas Olvia Flores e Brasil.

    A verticalizao das moradias e a produo scio-espacial do bairro Candeias resultante do funcionamento e modificao nas relaes desenvolvidas pelos mais diversosagentes, os quais, desenvolvem diversos papis. Tal peculiaridade se amplia tambm aosmoradores, os quais exercem papis importantes na apreciao do apartamento enquanto umafigura habitacional. So, ao mesmo tempo, consumidores e participes desse produto, dedessemelhantes modos do seu processo construtivo.

    3 A verticalizao e as transformaes no Bairro Candeias

    O rpido crescimento da verticalizao de Vitoria da Conquista tem transformadosignificativamente a cidade como um todo. No termino do sculo XX, observa-se mais umavez a retomada da verticalizao da moradia no bairro Candeias. Disposio essa que vem seconcretizando os ltimos anos, agenciando modificaes na conformao espacial do bairro.O processo de verticalizao, tem ocorrido e gerado muitas transformaes na cidade, sejamelas arquitetnicas ou de valor no uso do solo, concentrando-se nos bairros Recreio eCandeias, como j foi dito antes, os quais oferecem reas com maior valor de troca, alm deserem considerados no Plano Diretor Urbano vigente como reas de expanso preferencial.

    As tendncias espaciais da verticalizao no bairro Candeias podem ser resumidas daseguinte forma. Primeiramente as edificaes verticais concentraram-se nas principais ruas e

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    avenidas da rea, formando eixos de desenvolvimento. Estes eixos foram aumentando emnmero medida que o processo de verticalizao se desencadeia. Num segundo momentotem-se uma verticalizao generalizada, com edificaes verticais cobrindo quase toda a rea.O terceiro momento, no qual estamos inserido atualmente, marca um processo deadensamento da verticalizao, com a construo de novas edificaes verticais em reas ondeoutras j se encontram presentes. Notvel o fato de que a grande maioria dos prdios seremexclusivamente dedicado funo residencial.

    Os agrupamentos de edificaes verticais, denominados geralmente de conjuntos,representam um processo recente de combinao entre expanso horizontal e vertical dascidades. Esse fenmeno observado na rea, apresentando-se como um dos primeiros indciosdo processo de verticalizao sendo que, num primeiro momento no superava mais que cincopavimentos.

    As instituies financeiras, associadas s incorporadoras e ao consumidor final, soabalizados como os agentes que mais espontaneamente se incluem no processo deconcretizao das habitaes verticalizadas. Na viabilizao desses mltiplosempreendimentos, a participao da construtora, ou da financiadora, ou ainda do consumidorfinal proporciona mutaes.

    Os apartamentos do bairro Candeias apresentam-se como os mais valorizados dacidades, com se faz possvel observar nas tabela 01 onde se tem dois apartamentosrelativamente novos custando 180 e 160 mil reais respectivamente, no entanto esses doisexemplos no so os mais caros encontrados no bairro, existem imveis l que superam os250 mil reais. Conforme consulta a Cordeiro Consultoria Imobiliria no dia 08 de maro de2008.

    Um ponto que merece ressalva nesse processo o fato de a verticalizao,sobretudo de pequeno porte, encontrar-se diluda no tecido urbano dessa cidade e no prpriobairro Candeias - mais intensamente - existindo muitos prdios de dois e quatro pavimentosdestinados habitao.

    3.1 Verticalizao do Bairro Candeias um elemento do crescimento urbano paraa cidade

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    A verticalizao em Vitria da Conquista proporciona semelhanas com aquelas quese desenvolveram inicialmente em outras grandes cidades brasileiras. Contudo, no aspectoarrolado aos projetos dos edifcios, o municpio apresenta novas peculiaridades como, porexemplo, a presena de traos mais modernos, aproveitando-se do desenvolvimentoarquitetnico dos grandes centros urbanos.

    A partir de 1970, a parte residencial do centro vai sendo substituda pelo setor decomrcio/servios, mesmo reas mais afastadas do stio da antiga rua Grande. J na dcada de1980, at mesmo a rua Siqueira Campos, situada no centro da cidade, sede lugar a essatransformao e hoje quase toda espao comercial. O comrcio nas reas prximas aocentro segue duas ordens naturais: a proximidade com o setor bancrio e como os rgospblicos e o adensamento populacional acrescido com o surgimento de edifcios residenciaisno Bairro Candeias, alm de maior parcelamento a ocorrido, com casas construdas porpessoas de melhor renda.

    Os novos condomnios construdos no bairro no so homogneos em seu contedosocial. Eles so constitudos por diversos pavimentos para as classes de maior poderaquisitivo.

    Tradicionalmente eram feitas pensando na ascendente classe mdia que busca morarem apartamentos ou prdios por conta do status social que oferecem. Pensando no custo deum apartamento num bairro nobre como o Candeias torna-se possvel salientar que osapartamentos numa rea nobre nunca foram uma opo barata de moradia, sendo seusresidentes em sua plena maioria formados ou por uma elite cultural mais inclinada aospadres de modernidade ou por uma classe mdia de imigrantes.

    2.2. As consequncias desse crescimento urbano para o meio ambiente

    A cidade de Vitria da Conquista encontra-se hoje diante de uma intensa expansourbana, o que fez com que a mesma revelasse-se como uma cidade altamente desconcentradaespacialmente, especialmente nas suas partes mais recentes. Por conta da descontinuidade oprocesso de ocupao da cidade ocorreu de modo a favorecer os grandes espaos vazios quevisam apenas a patrocinar a especulao imobiliria.

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    No incremento das habitaes verticais destaca-se a atuao do mercadoimobilirio, em momentos anteriores, materializada na implementao de um grande numerode loteamentos no tecido urbano de Vitoria da Conquista.

    A verticalizao ativa o uso do solo e em Vitria da Conquista este processo seassocia a outro, ligado valorizao do espao urbano.

    No entanto, todo esse processo pode trazer consequncias como, por exemplo, osurgimento de ilhas de calor, fator que ainda no se manifesta no municio. Ressaltam-se queum fato importante no tem recebido ateno, a implementao das reas verdes, reas ondese tem o predomnio de vegetao arbrea, englobando as praas, os jardins pblicos e osparques.

    Consideraes Finais

    Diante do contedo apresentado neste trabalho, continua a ser evidente anecessidade de discutir o processo de verticalizao urbana, pois esse processo atua comomeio de configurao das novas formas que o espao urbano assume, atravs do crescenteemprego, algumas vezes indiscriminado, do solo urbano, tendo em vista a utilizao de reasverdes passveis de preservao.

    Nesta pesquisa, buscou-se levar em considerao a ampliao da rea urbana tendoenquanto foco a verticalizao das edificaes sem deixar de lado a preocupao com aquesto ambiental. Analisou-se o processo de verticalizao da moradia e a produo espacialdo bairro Candeias, fazendo uso da necessidade de se salientar a importncia da criao dasreas verdes, que no s ajudam a combater a formao de ilhas de calor como tambm atuamcomo espao voltado para o lazer, num mundo to carente de uma boa qualidade de vida.

    Como a verticalizao no cerne do espao urbano conquistense algo em que seencontra em pleno processo de desenvolvimento, assegurar que danos futuros podero setornar uma realidade torna-se um pouco arriscado, contudo se medidas no forem tomadas,com se observa em outros grandes centros, onde danos ao ambiente tem trazido gravesconsequncia para a populao, poderemos, daqui a algum tempo, estar sofrendo as gravesconsequncias de um crescimento desordenado que visa a apenas obter o lucro imediato sem oplanejamento da preservao do meio ambiente, ambiente esse que cada mais exposto comoobjeto de preocupao global.

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    Por fim, apresento uma indagao para ser respondida por todos aqueles que seinteressarem pela apreciao dessa pesquisa: se os edifcios altos sempre foram bem-vindospor se tornarem a marca da modernidade da cidade, eles no podero posteriormente passarema ser vistos tambm como aqueles que roubam o ar, a luz, o sol e at mesmo a liberdade docidado, mostrando um outro lado da mesma modernidade?

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